Marek tem 16 anos de idade. É campeão junior polaco. Mas há vários anos, ele tem vivido ilegalmente na Polônia. Os funcionários da imigração não permitem que ele seja um cidadão nacional polaco.
"Se eu tivesse que sair do país, sentiria como estivesse indo para o exílio", diz a mãe de Marek. Lilia Karkocka chegou na Polônia nas grandes enchetes de 1997. Era para ser apenas férias. Mas o destino não foi dos mais felizes. Seu passaporte foi roubado. Seus avôs, exilados políticos polacos que haviam sido expatriados para o Azerbaijão, onde ela, seu pai e seus filhos nasceram. Em todos os documentos que a família possuía neste desterro estava escrito, "nacionalidade: Polaca". No exterior,
a família tentou mudar a nacionalidade para azeri sem sucesso. Mas não foi possível, pois eram considerados polacos, segundo o governo do Azerbaijão. A vinda para a Polônia era além de férias uma busca das origens. Vieram apenas Lilia e seu filho Marek.
Após 12 anos de Polônia, o campeão Marek, filho de Lilia, diz não lembrar do Azerbaijão, "Saímos de lá quando eu tinha três anos. Eu não sabia falar nem russo, nem azeri. Conheço apenas um idioma: polaco".
Sem passaporte, começou o pesadelo da mãe e do filho. Na Polônia, não havia Embaixada do Azerbaijão. Lilia, uma mulher com uma criança de quatro anos foi parar num campo de refugiados na Polônia. Mas nem o status de refugiados conseguiram ali.
Foram para em Otwock e Marek começou a frequentar a escola. "Quando eu tinha 10 anos de idade, começei a treinar levantamento de peso".
E assim a vida do pequeno Marek foi mudando. Logo foi observado atentamente por um treinador. "Ele se tornou um talento", admite o treinador Krzysztof Suchocki. Após muitos treinos, Marek começou a viajar para participar de torneios. Não demorou muito e ganhou todos os campeonatos polacos de juniores. Com o sucesso alcançado em competições internacionais, o treinador pensou em inscrevê-lo em competições internacionais. O calvário voltou e uma coleção de respostas negativas foram obtidas.
Marek e sua mãe Lilia não poderiam estar na Polônia diziamm as autoridades. Embora suas raízes polacas e tempo de permanência na Polônia (mais de cinco anos), mãe e filho ainda não conseguiram receber a cidadania. O que é pior, as autoridades polacas exigem visto deles para que possam permanecer na Polônia. Mas como obter o visto se eles não possuem cidadania? Nem polaca, nem azeri.
"Eu sou polaco. Se eu fosse para o Azerbaijão, o que faria lá? Aqui é o meu lugar. E assim, após 12 anos, sou forçado a aprender na marra que não sou polaco", afirma Marek.
E o treinador diz, "se ele a for embora para o esporte da Polônia será uma perda lamentável. Um talento como ele não aparece de graça todos os dias. Hoje nem representar o Azerbaijão ele pode. Estamos lutando para que ele possa defender as cores de vermelho e branco",diz Suchocki.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Eu sou polaco!!!
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