quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Arquivo de Jasło guarda fotos do Paraná

Na estrada de ferro Curitiba Paranaguá em 1937. Foto de Wojciech Breowicz
"... 50 mil pessoas saíram das terras às margens dos rios Vístula, Warta, Odra e Bug e das terras dos velhos Piast de Opole, Wrocław e Gniezno.
Entre estes polacos estavam Florestan Rozwadowski, major da Guarda do Imperador Dom Pedro II;  o engenheiro Alexander Brodawski, pesquisador da Amazônia; o engenheiro Artur Sadowski, construtor de ferrovias; o engenheiro Babiński, naturalista, explorador e autor do primeiro mapa geológico do Brasil; e Dr. Maciej Piechnik, o primeiro médico polaco em Curitiba.

Salto Visconde do Rio Branco - Paraná / Foto de Wojciech Breowicz
E assim, em 1871, as primeiras famílias de polacos se estabeleceram no Paraná. em lotes coloniais que lhes foram concedidos em Curitiba.
Dentro de alguns anos, capital do Paraná foi cercado por uma grinalda de colônias polacas , recebendo o nome de Nova Polonia, "a terra bonita e hospitaleira paranaense levou milhares de emigrantes polacos da Polônia ocupada pelos prussos e da escravidão imperial austríaca."
A educação polaca foi se desenvolvendo em conjunto com a emigração. O primeiro professor em Curitiba que levou a luz do conhecimento entre crianças brasileiras e polacas foi Jerônimo Durski, autor da primeira cartilha Polaca - Português. Companheiros de Durski no ensino, logo depois, foram os professores: Arnold, Rokosz e os irmãos Grabowski e Krakowski.

O prof. Wojciech Breowicz e seus alunos, em Teresina, em Ivaí, Paraná, em 1935.
Um dos professores nas colônias de Abranches e Lamenha foi Jan Falarz, emigrante de Biecz, um amigo da juventude e com profundos princípios democráticos, mente sóbria e coração aberto, que gozava de grande prestígio junto à seus muitos alunos e sociedade curitibana.
No campo do ensino superior, especialmente na Universidade do Paraná, ensinavam o Professor Dr. Juliusz Szymański, Dr. Simon Kosobudzki e Dr. Gabriel Nowicki (todos  fundadores da Universidade Paraná - atual UFPR).
Entre os romancistas estavam os professores das escolas polaco-brasileiras, os novelistas: Władysław Hryńcz, Władysław Radomski, Michał Sekuła, Jan Krawczyk, Wojciech Breowicz, Jadwiga Legacka, Jerzy Kossowski. 
Camponeses polacos provenientes de Gorlice, Biecz e Jasło provaram ser extremamente valiosos, prósperos e independentes. Logo eles começaram a colonizar os municípios adjacentes.
"No Brasil, eles estavam progredindo forte e corajosamente, como se o desafio de assustar as cobras e tigres fosse fácil. Os tigres e cobras não eram mortos com fuzis, mas com foices e machados, pois estes não concordavam com quem lhes oferecia cabanas. Tiravam o couro das mãos, mas faziam isso com satisfação, com a lua passando por cima da floresta, derrubavam pinheiros para construir suas casas, os primeiros moinhos, serrarias, forjas. Eram carpinteiros e tudo o que era necessário de sua cultura para sobreviver, eles faziam."

P.S. Tradução livre da página inicial do site da Biblioteca Pública Municipal de Jasło e de Szebnie. As fotos fazem parte do acervo da Biblioteca.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Inglês fotografou Lublin em 1959 para "Queen"

Gerald Howson, fotógrafo inglês foi a Lublin, na Polônia, em 1959, a pedido do polaco para uma reportagem exclusiva da revista britânica "Queen".
Cinquenta e três anos depois, estas fotos podem ser vistas no pátio interno do Teatr NN da cidade.
A Polônia vivia seus primeiros anos de comunismo forçado. Em Varsóvia, o cardeal primaz Stefan Wyszynski era preso pela polícia secreta. 
A pobreza e o cinza das fotos eram tão perturbadoras que os editores da revista decidiram não publicá-las. 


Contudo, algumas fotos foram publicadas no jornal "Daily Telegraph". Em seguida, o fotógrafo Howson, colocou-as em uma gaveta, e ali as esqueceu.
Anos depois, ele conheceu Bogdan Frymorgen, DJ de rádio e fotógrafo. Howson, então mostrou-lhe as lembranças da viagem que fez a Polônia em 1959 Frymorgen, era um correspondente em Londres, da rádio RMF.
Howson, naquela viagem também tinha fotografado Cracóvia e Varsóvia e foi assim que em 2009 foi realizada a primeira exposição do inglês em Cracóvia, com as fotos daquela cidade.


Mas, equivocadamente uma das fotos, que mostram um grupo de mulheres, não era de Cracóvia, mas de Lublin. Kazimierza Kurowska, que vivia em Wolka perto de Lublin reconheceu a velha praça do mercado central da cidade do Leste polaco e comunicou isto aos organizadores da exposição. Foi assim, que surgiu a ideia de fazer uma outra, em Lublin, com as fotos de Lublin. 
As fotografias em preto-e-branco são semelhantes às imagens da cidade atual, mas os tons em cinza atrai o espectador para a atmosfera de um país governado por Władysław Gomułka, e a esperança em pequenas mudanças e melhores condições de vida para as pessoas comuns.


A exposição é intitulada "Lajkarz de Londres", criada como um jogo de palavras e associações com o famoso romance de Isaac Bashevis Singer, "The Magician de Lublin". O curador da exposição é o mesmo Bogdan Frymorgen.  A idade avançada e o estado de saúde não permitiu Gerald Howson viajar para a Polônia. 


Nota:
Stefan Wyszyński foi o cardeal que Karol Wojtyła não permitiu que se ajoelha-se diante dele quando recebia os cumprimentos por ter sido eleito Papa João Paulo II. Para Wojtyła, quem deveria ter sido eleito Papa era justamente Wyszyński.
O cardeal foi bispo de Lublin de 1946 a 1948, arcebispo de Varsóvia e de Gniezno de 1948 a 1981.
Foi ordenado Cardeal em 12 de janeiro de 1953 pelo Papa Pio XII e assumiu o título de Cardeal-Primaz da Polônia.
Em 25 de Setembro 1953, ele foi preso em Rywałd, e mais tarde colocado sob prisão domiciliar em Stoczek perto de Lidzbark Warmiński, depois em Prudnik perto Opole e finalmente no mosteiro Komancza nas Montanhas Bieszczada, no Sul do país. Enquanto estave preso, ele observou a tortura brutal e maus-tratos com os detidos. Ele foi libertado em 26 de Outubro 1956. Lutou toda sua vida contra a opressão comunista e por isso foi indicado a canonização, processo aberto pelo Papa João Paulo II.

sábado, 24 de agosto de 2013

Lugarejo polaco tem mais cegonhas que moradores


Durante o verão, uma pequena aldeia na Polônia conta com mais cegonhas do que habitantes. Żywkowo (pronuncia-se jivcovo) ganhou o apelido de aldeia das cegonhas por conta do grande número de aves que constroem seus ninhos no vilarejo, atraindo dezenas de turistas.


A pequena aldeia com cerca de 30 habitantes é pequena para as mais de 150 cegonhas que vêem fazer seus ninhos aqui. A agricultura também sofre prejuízos com  as belas visitantes.


Mais fotos com as cegonhas  clique!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Dados PESEL de 38 milhões de polacos são transferidos

Na Polônia existe um número de identificação pessoal chamado PESEL - Polish Powszechny Elektroniczny Sistema Ewidencji Ludności, ou seja, Sistema Eletrônico Universal de Registro da População).
Esta identificação é utilizada, na Polônia, desde 1979,  pela Lei de 10 de Abril de 1974, publicada no Diário Oficial de 1974 n º 14, item 85., Conforme alterada.).
Esta lei será revogada 01 de janeiro de 2015 pela Lei de 24 de Setembro de 2010 publicada no Diário Oficial de 2010 n º 217, item 1427.
Ela contém detalhes das pessoas que residem no território da República da Polônia. O número PESEL é obrigatório para todos os residentes permanentes da Polônia e também para residentes temporários que vivem na Polônia, há mais de 2 meses, bem como para os candidatos à uma nova carteira de identidade ou passaporte, bem como para aqueles que possuem outras disposições legais e necessitam de um número de seguridade social. Os candidatos à cidadania polaca devem solicitar um número PESEL juntamente com o pedido de passaporte.
O sistema foi implementado em tecnologia mainframe. Ele funciona em uma arquitetura de computador, IBM zSeries e sistema operacional z / OS.
O banco de dados usado para processar todo o sistema  é um (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados) Jantar DBMS.
Aplicação do sistema foi inteiramente escrito em linguagem assembly de mainframe. O acesso ao banco de dados para os usuários on-line é realizado através de sua chamada tele-monitor "Connector".

Tranferência
Nesta semana técnicos polacos mudaram de endereço residencial, os servidores dos computadores que contêm os dados pessoais dos 38 milhões de cidadãos polacos para uma nova edificação secreta.
A operação foi realizada "em estrito segredo". A transferência dos computadores durou três dias, com a participação de 150 pessoas.
Para o caso de eventual avaria, os técnicos fabricaram seis cópias de reserva, com os dados.
Destacamentos reforçados do Escritório de Proteção do Governo garantiram a segurança das informações. A nova localização destes servidores é mantida em segredo.

Novo PESEL
A nova lei prevê que depois de 1 de janeiro de 2016, os dados cadastrais não serão armazenados em um conjunto de seguridade social.
Isto em função de que o Número do Seguro Social pode ser alterado. A razão para a mudança são casos em que há uma mudança de sexo, a pessoa tem uma nova certidão de nascimento ou uma decisão acabou por ser errada.

Significados
O PESEL tem sempre 11 dígitos e identifica apenas uma pessoa. Ele não pode ser mudado, ou transferido para outra pessoa.
O PESEL foi o sistema desenvolvido pelo governo comunista (durante a República Popular da Polônia) para colher toda informação pessoal de cada cidadão.
Quando foi projetado era para rastrear e registrar os dados sobre as pessoas "mais perigosas para o sistema e para o poder comunista".
O número de Registro é composto pelos algarismos da data de nascimento na seguinte ordem: os dois últimos dígitos do ano, mês e dia. Os números pares na sequência são para o sexo feminino, os pares para o sexo masculino. Para distinguir os vários séculos foi adotado o seguinte código: para os nascidos nos anos de 1900-1999 - o mês é escrito de forma natural.  Para os anos de 1800-1899 - é acrescentado 80 e para os anos de 2000-2099, os dígitos 20.

Os dez primeiros seguem a seguinte formulação: 
- data de nascimento codificada (os seis primeiros números)
- ordinal de início da sequência numérica (sétimo número)
- dígitos do sexo codificado (três números restantes)
O décimo primeiro algarismo é um dígito de verificação, utilizado para capturar número distorções. Ele é gerado com base nos dez primeiros dígitos.
Para verificar se esse é o número correto deve-se assumir que as letras de  A a J são outros dígitos a partir da esquerda, ou seja, como um cálculo da expressão formada por algarismos e letras.




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amanhã, terá início o Sopot TOP of the TOP Festival.


Nos dias 23 e 24 de agosto, os espectadores da Opera Leśna (Ópera Florestal) e do canal televisivo Polsat poderão ver e ouvir a atuação de estrelas do palco musical internacional.
"A renascença do concurso de canção em Sopot constitui um evento marcante não só na vida cultural da Polônia", considera o embaixador russo na Polônia, Alexander Alexeev, que no ano passado também esteve na sala de espetáculos do complexo da Opera Leśna como espectador convidado: "Houve um tempo em que o festival tinha uma enorme importância para a vida de elites artísticas dos nossos dois países. Os polacos se lembram da vitória da ilustre cantora russa Alla Pugacheva com a canção - Os Reis é que Tudo Podem - e reputam ser, acima de tudo, este sucesso da cantora soviética que veio contribuir para a sua carreira profissional feliz".
O grande cantor e poeta russo Vladimir Vysotsky, conhecido na Polônia, também fez referências positivas sobre o famoso festival. "Há dias se realizou com êxito mais um concurso musical recomposto – Festival da Canção Russa em Zielona Góra que, efetivamente, conta com sua historia e seus protagonistas. Aliado ao festival de Sopot, ele vem favorecendo o restabelecimento do espaço cultural russo-polaco, permitindo sentir e compreender de forma melhor a congruência das mentalidades e os gostos artísticos dos dois povos eslavos."
O concerto de abertura, na sexta-feira, no palco da Opera Lesna será iniciado com  "Life is Life – na encruzilhada dos anos 80" com participação de Rick Astley, Belinda Carlisle (interprete do inesquecível sucesso "La Luna"), os OPUS e Helena Vondrackowa, conhecida na Polônia, República Tcheca e Rússia.
Poderemos ver a apreciar no palco vários intérpretes polacos, por exemplo, o grupo Budka Suflera. No mesmo dia, nos marcos do 2º concerto Top of the Top atuarão interpretes da Rússia, Grã-Bretanha, Suécia, RFA, França, Holanda e Eslováquia que gozam de reputação das autênticas estrelas em muitos países. Durante o concerto, com base em resultados da votação de espectadores, será escolhida a melhor canção, enquanto o vencedor será distinguido com a histórica estatueta de Sabiá Dourado.
O primeiro prêmio será entregue pelo prefeito de Sopot, Jacek Karnowski. 
O festival, tal como a própria Polônia, viveu durante as últimas décadas diversas metamorfoses. O evento mudou de nome, de organizadores, de parceiros televisivos, de palcos e de fontes de financiamento; a única coisa que permaneceu a mesma é o Rouxinol de Âmbar, o principal troféu instituído pelo prefeito de Sopot.
As primeiras edições do festival aconteceram no salão dos estaleiros navais de Gdańsk. Depois de 1963, o festival mudou para a cena da Opera Lesna, em Sopot.
Entre 1977 e 1980, o certame se denominava Festival Musical Internacional da Intervisão. Aquele foi, talvez, o melhor período da sua história. Organizado pelo canal de televisão estatal TVP, com um orçamento de fazer inveja, o festival rivalizava com o da Eurovisão.
O prêmio que o vencedor, escolhido por votação popular, recebia um iate. O elenco de participantes, uma constelação de renomados intérpretes internacionais, deliciava a todos. No festival havia três concursos. O primeiro era o de melhor canção, com o Grande Prêmio atribuído pelos canais de TV. O segundo, de melhor interpretação, era patrocinado por companhias discográficas. No terceiro concurso, os participantes estrangeiros interpretavam uma canção polaca disputando o prêmio principal de Rouxinol de Âmbar.

Os artistas convidados 
Apresentam-se na sexta-feira: Amy Macdonald do Grã-Bretanha, Imany da França, Matt Dusk do Canadá, Caro Emerald da Holanda, Yannick Bovy da Bélgica, Rea Garvey da Alemanha, Peter Bic Project da Eslováquia, Nabiha da Dinamarca, Loreen da Suécia, Per Látvia Besa da Albânia e Krista da Finlândia.
Apresentam-se no sábado: Sharon Doorson da Holanda, Arash da Suécia, DJ Bobo da Suíça, Stereolizza e Kamaliya da Ucrânia, Bracia, Honey, Blue Café, Margareth, Rafał Brzozowski, Liber, Sylwia Grzeszczak, Pectus, Red Lips, Urszula da Polônia, Beata Fesser da Alemanha e participação especial da polaca Edyta Górniak.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O maior navio do mundo atraca na Polônia


Chega pela primeira vez a Gdańsk e ao mar Báltico o maior navio de carga do mundo. O maior transportador de conteineres tem um comprimento de 400 metros.
O navio da empresa dinamarquesa Maersk é tão gigantesco que não cabe no Canal do Panamá ou em qualquer um dos portos da América.

As tremendas dimensões do navio Emma Maersk

Mas, para seu proprietário isto não é importante. O grande navio faz a rota entre a Europa  e a Asia. No vídeo abaixo o navio da Maersk navega no Canal de Suez, entre Egito e Oriente Médio.

O maior navio de conteineres do mundo desliza no canal de Suez

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sławomir Mrożek nie żyje


Com a idade de 83 anos morreu o dramaturgo, escritor e cartunista polaco.
Um dos mais notáveis escritores polacos, autor das histórias satíricas e obras dramáticas.
Sławomir Mrożek estreou como cartunista em 1950.  E já em 1953 publicou uma série de desenhos na revista de cultura "Przekroj". Ao mesmo tempo, publicava a sua primeira coleção de histórias curtas.
Sua primeira peça teatral, o drama "Polícia" foi lançado em 1958, enquanto "Tango", de 1964 finalmente lhe trouxe fama mundial. Mas ainda em 1962, ele foi um dos primeiros quatro vencedores dos prêmios literários Koscielski.
Em 1963, emigrou com sua esposa. Viveu nos Estados Unidos, Alemanha, Itália e México. Em 1980, quando vivia na França, o escritor polaco voltou com sua esposa a Polônia.


Retomou sua carreira no país natal. Estava começando a ganhar um novo impulso, mas a situação política lentamente foi se tornando insuportável para ele. Depois de anos de envolvimento com o socialismo na juventude, Mrożek despediu-se com nojo redobrado. Retirou um novo passaporte para fazer apenas em uma viagem pela Itália. Ninguém dizia que ele não poderia voltar.
Em 1990, ele recebeu a cidadania honorária da Cidade Real de Cracóvia. Em 1996, retornou à Polônia. Em 2002, sobreviveu a um acidente vascular cerebral, o que resultou numa afasia. O que resultou em perda na sua linguagem oral e escrita. Através da terapia, que durou cerca de três anos, recuperou a capacidade de escrever e falar.
Por despacho do presidente Aleksander Kwasniewski, de 11 de Novembro de 1997, em reconhecimento à sua notável contribuição para a cultura nacional, ele foi condecorado com a Cruz de Comandante com Estrela da Ordem de Polonia Restituta.
Uma vez mais, em 6 maio de 2008,  Sławomir Mrożek decidiu novamente   deixar o país "para sempre" e se estabelecer em Nice, no sul da França.
Quando perguntado por que, ele respondeu que precisava de tempo para descansar, e de um clima mais propício.
Em junho deste ano, deu entrevista  ao jornal "Gazeta Wyborcza", onde disse que: "quanto mais tempo você vive, o tempo de espera para o lançamento é menos intenso". 
Na última vez que visitou a Polônia, junho de 2013, Sławomir Mrożek participou da estréia de sua última peça "Carnaval, a primeira esposa de Adão", no Teatro Polaco, em Varsóvia. 

No vídeo mais sobre Sławomir Mrożek 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Peregrinações na Polônia


Amanhã, 15 de agosto, é o dia mais importante nas celebrações de Jasna Góra, em Częstochowa (pronuncia-se iásna gura, Tchenstorróva), quando se comemora a Assunção da Virgem Maria.
Cerca de 80 mil peregrinos devem se reunir diante da catedral onde está protegida a Czarna Madonna, ou Madona Negra da Polônia - Nossa Senhora de Częstochowa.


Se comparados aos 3,5 milhões de Copacabana podem ser considerados minoria. Mas o número de peregrinos durante todo o ano a esse santuário foi de 3,3 milhões, o que se aproxima da Jornada Mundial da Juventude.
Este número incrível de peregrinos polacos já chegou a 4,5 milhões sete anos atrás, quando da morte do Papa João Paulo II.
Częstochowa talvez não seja tão conhecida mundialmente como as peregrinações ao Vaticano, Fátima, Lourdes ou Medjugorje. Mas tem uma peculiaridade: na Polônia os fiéis chegam todos à pé. Alguns percorrem mais de 700 km, distância entre Jasna Góra e um povoado no Nordeste do País, encravado na fronteira com a Lituânia.
Costumam andar 30 km por dia. Hospedam-se na casa de outros peregrinos, que na manhã seguinte saem para as estradas com seus hóspedes em direção ao santuário polaco.


Um peregrino de Cracóvia costuma levar 4 dias para chegar até às proximidades do altar da Madona. O peregrino de Varsóvia leva 10 dias para percorrer 300 km entre a capital e Częstochowa.
Não bastasse essa viagem programada em todo verão polaco, os padres palotinos organizam peregrinações a outros santuários espalhados pelo mundo....Foi assim mês atrás a Foz do Iguaçu, Curitiba, Aparecida do Norte e Rio de Janeiro.
E claro tudo custa. Mas o dinheiro vem de contribuições, festas, bingos, quermesses. O peregrino polaco nos meses de setembro e outubro vão China para "O encontro de duas grandes tradições do Oriente e do Ocidente", por 15 dias, ao custo 1.600. dólares.
Depois ao Egito "pátria antiga copta", por 9 dias, a 1000. dólares. No final do ano farão uma peregrinação a Nova Zelândia e a Ilhas Fiji (custo da peregrinação de 17 dias por 8500. Dólares).
Um segundo grupo de 40 pessoas irá à Guadalupe, no México por 8 mil dólares). As viagens de peregrinos polacos mais frequentes ocorrem a Jerusalém e Roma...cerca de 80 delas por verão.
De acordo com dados oficiais do Instituto de Estatísticas da Igreja Católica cerca de 200 mil polacos viajam em peregrinação ao exterior por ano.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Guia de Cracóvia do Wall Street Journal

Um Guia Rápido dos "hits" de Cracóvia
- George Semler

Cinco coisas únicas e às vezes poética, que você pode fazer em torno do centro cultural da Polônia e em nenhum outro lugar.

A ex-Capital da Polônia e coração perene artístico e intelectual inspirou figuras tão diversas como Nicolau Copérnico, o Papa João Paulo II e ganhador do Prêmio Nobel, a poeta Wisława Szymborska.
Moradia da antiga Universidade Iaguielônica, do Castelo Wawel e da maior praça medieval da Europa, o Rynek Główny, Kraków produz 120 festivais culturais por ano, incluindo a Sacrum Profanum,  festival de música contemporânea, que chega em setembro próximo. Aqui está um punhado de coisas imperdíveis e em torno desta cidade histórica.

1- Confira os instrumentos de Copérnico. Em Cracóvia, o estudioso Mikołaj Koperniko propôs pela primeira vez que o Sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar.
A Universidade Iaguielônica publicou seu "Sobre as Revoluções das Esferas Celestes", em 1543 (apesar de ter demorado um século para seus achados ganhar aceitação). A visita ao museu da universidade mostra o astrolábio, um dispositivo do astrônomo usado para medir as posições das estrelas e outros tesouros. Fica na ulica Jagiellonska 15, maius.uj.edu.pl

2 - Conheça um herói polaco da Guerra Revolucionária Americana. Uma caminhada de 30 minutos até o Kopiec Kościuszki, ou Morro Bendito de Bronisław, com vista para o Rio Vístula, está o túmulo memorial de Tadeusz Kościuszko, um engenheiro militar que lutou na primeira guerra da América.
Pós-graduado nas escolas militares polacas e francesas, Kościuszko foi recrutado por Benjamin Franklin, em 1776, e subiu ao posto de general de brigada. Thomas Jefferson o chamou de "o mais puro filho de liberdade que eu já conheci."
Nos EUA, nove monumentos e duas pontes são consagrados ao herói da Polônia na Guerra Revolucionária Americana. Aleja Waszyngtona 1, kopieckosciuszki.pl

3 - Formigueiro dentro da cabeça de uma pessoa. Quando o escultor polaco Igor Mitoraj doou "Eros Bendato",  sua enorme criação em bronze, a Cracóvia em 2005, ele decretou que ela tinha que ser colocado no Rynek.
Apesar dos protestos de historiadores e críticos de arte, as autoridades municipais concordaram, em instalá-lo como uma exposição temporária.
O problema é que "Eros" fez sucesso: Crianças gostam de entrar e sair do crânio cavernoso, enquanto os casais amorosos são surpreendidos lá dentro durante a madrugada. "Eros" parece estar aqui para ficar. Está localizado no canto sudoeste da praça principal da cidade.

4 - Telefone da poeta ganhadora do Prêmio Nobel. Wisława Szymborska, que morreu em fevereiro de 2012, acreditava que as gavetas estavam entre as melhores invenções do mundo. Pois estão sempre cheias de itens que dizem muito sobre humor peculiar do seu proprietário e imaginação. Este ano a "Gaveta Szymborska" está aberta, exibindo uma coleção de quinquilharias da poeta, como colagens, cartões postais, móveis, livros e fotografias peculiares. Um vídeo de sua história de vida e um telefone com 10 números para discagem onde se pode ouvir leituras de Szymborska completam a exposição, prevista para encerrar no final do próximo ano. Dom Szołayski, plac Szczepanski 9, muzeum.krakow.pl 


5 - Explore uma igreja feita de sal. A Mina de Sal de Wieliczka, que se estende por mais de 1.000 metros abaixo da superfície, estava em operação desde o século 13 até 1996. Ela é agora um museu. Paredes, escadas e lustres na capela de Santa Kinga são feitas de sal. Durante o festival de páscoa de música antiga, Misteria Paschalia, concertos são realizados aqui. Na ulica Daniłowicza 10, wieliczka-saltmine.com

6 - Veja a fábrica de Schindler. Fábrica de esmaltados de Oskar Schindler, no coração do gueto onde a comunidade judaica de Cracóvia foi confinada em 1941, foi imortalizada, no filme de 1993, de Steven Spielberg "A Lista de Schindler".
O local agora abriga o Museu de Arte Contemporânea de Cracóvia, um prédio ondulando projetado pelo arquiteto italiano Claudio Nardi. A casa dos escritórios adjacente a Oskar Schindler narra a situação dos judeus de Cracóvia durante a ocupação. MOCAK: ulica Lipowa 4, mocak.com.pl, Oskar Schindler: Lipowa 4, mhk.pl

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estudar na Polônia não é fácil

Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia
Hoje recebi um email de um jovem querendo saber detalhes da vida de estudante e da possibilidade de permanecer na Polônia depois de se formar numa universidade polaca.
Respondi assim a ele: Ganhou a bolsa de quem? Você é descendente de polacos?
Bem, vamos às minhas impressões e comentários:
O ano letivo na Polônia começa dia primeiro de outubro, o que coincide com o outono, a temporada de ventos, do frio e do escurecer mais cedo.
Desde 1971, quando os jovens brasileiros descendentes de imigrantes polacos começaram a ser contemplados com bolsas de estudo do governo da Polônia, até 2002 (ano em que ganhei minha bolsa) o consulado da Polônia em Curitiba enviou 200 destes brasileiros para a Polônia.
Destes, apenas 24 concluíram seus estudos....a maioria retornou dois meses depois de chegar lá, pouco antes do natal.
Por que? Porque as condições climáticas (15 graus negativos em média, nessa época, com o dia escurecendo às 4 da tarde, o não conseguir se comunicar ainda no idioma, praticamente ficar trancado dentro da sala de aula do curso de idioma com outros estudantes estrangeiros e no quarto do "Akademiku" (Casa de Estudante) é muito muito difícil... A depressão ataca fortemente!
Assim, tua disposição de dizer que vai ficar lá para sempre, é no mínimo ousada. Mas você, só recebe visto de estudante com validade de um ano. Para renovar o visto, tem que passar nas disciplinas na universidade; o diretor da faculdade tem que lhe fornecer ano a ano uma declaração de que você realmente está estudando e passou.Isto, para que o visto seja renovado.
Se a bolsa é do governo da Polônia, através do Ministério da Educação, este também precisa ser comunicado de que você passou de ano, pois só assim renovam a bolsa.
A casa de estudante também precisa desta declaração do diretor da faculdade para renovar tua permanência na casa. Para continuar ali, a gerente do "Akademik" fornece declaração de que você realmente reside ali. Com esta "Zaświadczenie" (declaração), pode-se registrar na prefeitura e obter a "Zameldowania" (registro de residência).
Somente com estas declarações todas, o serviço de imigração concede o visto temporário. Quando você se formar....depois de 7 anos (um ano de curso de idioma, cinco anos de graduação e o mestrado) você precisa sair do país....pois o visto não será mais renovado.
Como se vê, não é assim tão fácil permanecer e trabalhar na Polônia.....um país que desde a entrada na União Europeia tem se desenvolvido bastante economicamente. Mas que tem o mais baixo salário entre todos os 28 membros da União.
A Polônia é certamente o único país do mundo (incluindo Cuba) em que o índice de analfabetismo é zero, todos os universitários acabam saindo da universidade com o diploma de mestre. Para se ter uma idéia da importância da educação na Polônia, a rica Holanda tem 17% de analfabetos em sua população.
Assim a mão de obra é altamente qualificada, mas os salários são baixíssimos... O que fazem então, os polacos?
Imigram para a Inglaterra, Irlanda, Alemanha, França... Somente na Grã-Bretanha vivem um milhão e meio de jovens polacos formados... Outros dois milhões, na Alemanha.
ENFIM... NÃO querendo desestimular, não é fácil viver, estudar lá (é a segunda gramática mais difícil do mundo). Aliado a isso, os professores polacos não gostam de estudantes estrangeiros, e de brasileiro.
Respondendo tua questão: não existe nenhum privilégio lá. Essa história de que brasileiro é bem recebido lá fora é balela. Ao contrário, são vistos como gente que não consegue aprender o idioma local, vivem em bandos (ou seja, só tem amizades com outros brasileiros que também não aprendem a língua).
Engenharia elétrica é um campo que tem emprego em qualquer lugar do mundo. Mas dizer que está em alta, na Polônia, é sonhar. Emprego, nessa área lá, só para polaco mesmo.
Mas depois de todas estas dificuldades e você conseguindo se formar, terá então, que revalidar seu diploma numa universidade federal para conseguir trabalho no Brasil... e fica muito caro fazer isso (tem que traduzir todo o conteúdo das disciplinas, em tradutor juramentado, ao custo de 50 reais cada 21 linhas traduzidas).
Por exemplo, fiz mestrado em ciências da cultura, e doutorado em história, nem posso revalidar meu mestrado, pois o curso simplesmente não existe no Brasil.  E por não ter mestrado revalidado, também não posso revalidar meu doutorado em história (este existe no Brasil)... ou seja, estou lascado depois de dois anos de curso de idioma polaco, dois anos de mestrado e 4 anos de doutorado na Polônia. E mais, o Brasil rejeita quem estuda no exterior... a inveja talvez seja uma das causas....sabe se lá! Ainda não entendi, por que preferem um recém formado no Brasil, à um mestre ou doutor formado no exterior.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O retorno a Treblinka de um sobrevivente

Treblinka foi o quarto campo de extermínio alemão onde prisioneiros, em sua maioria de origem judaica, foram exterminados em câmaras de gás alimentadas por motores a explosão localizado nos arredores da cidade de Treblinka, em Polônia ocupada pelos os alemães.
Vestindo uma boina militar, condecorações e caminhando com uma bengala, o veterano Samuel Willenberg lidera um grupo de visitantes a Treblinka, na região da Mazóvia polaca, onde funcionou um dos mais conhecidos campos de concentração nazista. Em uma parte coberta por floresta hoje, ele para e aponta: "Ali funcionava a plataforma. Todos os trens paravam ali."
Não restou nada em Treblinka que lembre o campo de extermínio onde morreram 87 mil pessoas de origem judaica, a maioria em câmaras de gás. Samuel Willenberg é o último dos sobreviventes de uma revolta de prisioneiros judeus que aconteceu há 70 anos. Ele chegou de trem a Treblinka em outubro de 1942, aos 19 anos, na companhia de outras 6 mil pessoas que foram retiradas do gueto judeu de Opatów.
Na chegada, receberam a ordem para tirar as roupas para um banho coletivo. Na verdade, os banheiros eram câmaras de gás. Enquanto esperava, Samuel Willenberg - que era filho de um pintor - reconheceu um conhecido entre os prisioneiros polacos-judeus, que lhe fez uma recomendação. "Ele disse: 'Diga a eles que você é um tijoleiro''. Em poucos segundos, um oficial da SS entrou perguntando 'Onde está o tijoleiro?'
Eu me levantei e mostrei a ele o avental sujo com a tinta de meu pai, e isso o convenceu. Ele me mandou para as acomodações dos prisioneiros com um chute no traseiro. Uma cidade inteira, três grupos de 20 vagões, foi para a câmara de gás", contou Willenberg. 
 Ele era um dos 750 prisioneiros de origem judaica que trabalharam em Treblinka. Sua função era vasculhar os pertences dos que foram mortos nas câmaras de gás. "Um dia eu estava passeando", diz ele, com a voz embargada. "Naquele dia, eu olhei. Minha irmã menor tinha um casaco que havia ficado pequeno nela. Minha mãe aumentou o tamanho das mangas com um pedaço de veludo verde. Foi assim que eu reconheci (o casaco). Eu ainda consigo vê-lo hoje." 
 Ele interrompe a história e diz que não consegue mais falar. Mas em seguida ele continua. "Foi assim que eu fiquei sabendo que minhas irmãs acabaram em Treblinka. Eu compreendi que eu não tinha mais irmãs. Eu olhei, mas não chorei. Eu não tinha mais lágrimas, apenas ódio." 

Revolta
Um pequeno grupo de prisioneiros planejou uma revolta. Os trens haviam parado de chegar a Treblinka em abril de 1943. O comandante da SS, Heinrich Himmler, visitou o local em março. Pouco depois, vários corpos foram desenterrados, para que fossem empilhados e queimados. Os nazistas tentavam acobertar os seus crimes. As queimas deste tipo continuaram ao longo do verão europeu de 1943. Os trabalhadores sabiam que seriam mortos assim que terminassem a função. No dia 2 de agosto, com uma cópia de uma chave, eles abriram a casa de armas da SS, distribuíram o arsenal entre si e colocaram fogo no campo.
Em meio ao caos da fumaça, tiros e explosões, Samuel Willenberg começou a correr. Ao seu lado, estava um amigo que era pastor protestante, mas de origem judaica, conhecido como "o sacerdote". "O sacerdote e eu começamos a correr, tentando fugir. Eu tinha uma metralhadora. O sacerdote corria ao meu lado, até que foi atingido na perna e caiu. Ele pediu que eu o matasse. Eu disse: 'olhe para trás, para o campo de extermínio, onde sua esposa e seu filho foram mortos' e dei um tiro em sua cabeça"
 Ele conseguiu fugir pulando por cima dos corpos de seus antigos amigos. Menos de 70 prisioneiros conseguiram fugir e sobreviver à guerra. Depois da revolta, os nazistas demoliram o campo, que virou uma fazenda administrada por uma família ucraniana.
Longe do campo, Samuel Willenberg tomou um trem para Varsóvia, onde reencontrou a família. "Eu abri a porta para minha mãe. Você não consegue imaginar o que é voltar do inferno e ver sua mãe e seu pai. A primeira coisa que me perguntaram, depois, foi: 'Talvez você tenha visto (suas irmãs) Itta e Tamara?' Eu nunca consegui contar para eles que tinha visto suas roupas". Willenberg juntou-se ao Exército secreto polaco e lutou contra os alemães em agosto de 1944. Depois da guerra, casou-se e migrou para Israel. Mas volta constantemente a Treblinka, liderando grupos de jovens visitantes.


Sonho antigo
Este ano, Samuel Willenberg concretizou o sonho antigo de lançar a pedra fundamental de um centro educacional em Treblinka, desenhado por sua filha arquiteta, Orit
A maioria dos soldados alemães em Treblinka nunca foi condenada pelos crimes cometidos ali. O comandante Franz Stangl recebeu pena perpétua de prisão em outubro de 1970, após um julgamento em Dusseldorf. Ele morreu na prisão no dia seguinte. Outros dez réus também foram julgados em Dusseldorf. Quatro receberam prisão perpétua, cinco ganharam penas de três a 12 anos e um deles foi absolvido.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cúria de Cracóvia cria site da JMJ 2016


A arquidiocese da Cracóvia criou, em tempo recorde, um site oficial para a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada em 2016, na Polônia.
O papa Francisco anunciou no último domingo, dia 28, que a próxima edição do encontro mundial de jovens católicos ocorreria na Cracóvia.
A notícia foi dada durante a missa de encerramento da JMJ 2013, realizada semana passada, no Rio de Janeiro.
O cardeal e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, comemorou o anúncio. "Recebi com grande alegria a notícia anunciada pelo papa Francisco de que a próxima Jornada Mundial da Juventude ocorrerá na Polônia, em 2016", disse Dziwisz, ex-secretário particular do papa João Paulo II.

Fonte: Agência Ansa