quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Auschwitz impede livre visita de britânico

Foto: Adam Butler

Ao polêmico historiador britânico David Irving não está liberada visita ao Museu do Campo de Concentração e Exterminação Alemão de Auschwitz - Birkenau, localizado na cidade polaca de Oświęcim.
O historiador, condenado por sua negação do Holocausto, só poderá circular pelas instalações de Auschwitz se acompanhado pelos guias do próprio Museu. Como se sabe, a visitação é livre para qualquer pessoa. A contratação de guias nos idiomas polaco, inglês, alemão e hebreu é opcional. Nos meses do verão também estão sendo oferecidos guias em francês, espanhol e italiano.
A decisão do Museu foi emitida em declaração da assessoria de imprensa de Auschwitz-Birkenau, nesta terça-feira. Irving, condenado no passado com prisão, por negado a ocorrência do Holocausto, anunciou publicamente que vai visitar o campo nazista com um grupo de pessoas. O britânico afirmou que não informará os funcionários do Museu de sua chegada.
Bartosz Bartyzel, representante do museu, disse que soube do assunto visita do historiador pela imprensa. Observou, porém que se Irving aparecer no antigo campo ele "irá manter um olho cuidadoso na movimentação do historiador pelo memorial." Disse mais, que se "seus discursos tiverem sinais de Negação do Holocausto, serão tomadas medidas adequadas. Não podemos permitir tal afirmação diante da memória que devemos em respeito às vítimas". Portanto, não serão permitidos excessos na palestra que Irving costumar fazer às pessoas que o acompanham em locais alemães Nazistas.
Ontem, um grupo de jornalistas esperou por Irving no antigo campo sem sucesso. O britânico estava bem longe dali, Varsóvia.


Irving chegou na Polônia na última segunda-feira, com um grupo de pessoas que visitam lugares associados com o extermínio nazista. Estas pessoas ouvem as palestras do historiador nestes locais. Para este "tour" específico, cada participante evidentemente paga e bem a Irving para ouvir seus absurdos.
Em 1996, Irving perdeu uma ação judicial impetrada pela historiadora Norte-americana Deborah Lipstadt e pela editora Penguin Books, que o acusaram de calúnia. O tribunal considerou que Irving nega os crimes nazistas contra os judeus, sendo, portanto, antissemita e racista, e possui contactos com o neofasismo. Em 2006, Irving foi detido na Áustria e condenado sob a acusação de "glorificar o partido nazista alemão e se identificar com ele". O discurso havia sido proferido por ele naquele país em 1989. Na prisão, cumpriu 10 meses. Para a maioria dos historiadores britânicos Irving é considerado um revisionista histórico, se não um apologista de Hitler.

Fonte: Gazeta Wyborcza - Kraków