quarta-feira, 18 de março de 2009

"Boa noite" de Mickiewicz

Foto da capa: Ulisses Iarochinski

Já está circulando nos aeroportos e aviões que cruzam os céus do Paraná, o jornal Aeroporto, com matéria e fotos sobre "Cracóvia não é só para um dia", assinada por mim.

Na capa, a foto da estátua de Adam Mickiewicz considerado o maior poeta da língua polaca, também é minha.

Mickiewicz está para a Polônia assim como Camões está para Portugal, Cervantes para a Espanha, Dante Alighiere para a Itália.

A estátua está na praça central de Cracóvia, o famoso Rynek Główny (pronuncia-senék guufni - mercado central), considerada a maior praça medieval da Europa em área territorial.

Já o Jornal Aeroporto é editado pelos jornalistas Jean Feder e Sônia Bittencourt, em Curitiba.

Em 1998, o prof. Henryk Siewierski, publicou pela Oficina Editorial da UnB com patrocínio da Associação Cultural da Etnia Polonesa de Santo Ângelo - RS, o livro "Adam Mickiewicz - um poeta peregrino".

Este é um dos sonetos do grande poeta polaco, nascido na então cidade polaca de Vilno (atualmente em território lituano), e traduzida por Marcelo Paiva de Souza, doutor pela Universidade Jagielloński de Cracóvia e recentemente vencedor do concurso para novos professores do curso de graduação recém-implantado de Letras-Polaco, na Universidade Federal do Paraná.


DOBRANOC

ż więcej nie będziem bawili,

Niech anioł snu modrymi skrzydły cię otoczy,

Dobranoc! niech odpoczną po łzach twoje oczy,

Dobranoc! niech się serce pokojem zasili.



Dobranoc! z każdej ze mną przemówionej chwili

Niech zostanie dżwięk jakiś cichy i uroczy,

Niechaj gra w twoim uchu; a gdy myśl zamroczy,

Niech się mój obraz sennym źrenicom przymili.



Dobranoc! obróć jeszcze raz na mnie oczęta,

Pozwól lica. - Dobranoc! - Czhesz na zługi klasnąć?

Daj mi pierś ucałować. - Dobranoc! zapięta.



- Dobranoc! już uciekłaś i drzwi chcesz zatrzasnąć.

Dobranoc ci przez klamkę - niestety! zamknięta!

Powtarzając: dobranoc! nie dałbym ci zanąć.



BOA NOITE

Boa noite! hoje não vamos brincar mais,

Que a asa azul do anjo do sono logo te abrace,

Boa noite! findo o choro descanse a face,

Boa noite! repouse o coração na paz.


Boa noite! de cada momento loquaz

Ao meu lado fique um som suave e fugaz,

Que ele ressoe em teu ouvido, e quando passe,

No afago à pupila meu vulto se desfaz.


Boa noite! volta-me ainda o olhar cansado,

O rosto. - Boa noite! - Criadas aqui?

Um beijo no seio. - Boa noite! fechado.


- Boa noite! bates a porta e vais fugir.

Boa noite pelo trinco - ah não! trancado.

Mais um: boa noite! e não te deixo dormir.