sexta-feira, 2 de novembro de 2007

"1912" será um filme anti-polaco?

Cena do filme 1612. Foto de Aleksadr Dmitriev

"1612" é o título do filme histórico russo que estreou, nesta quinta-feira, 1°. de novembro, em Moscou, sobre a guerra Polaco-Moscovita. Dirigido por Vladimir Khotinenko e produzido por Nikita Mikhalkov, o lançamento coincide com as celebrações do "Dia de Unidade Nacional Russa" no dia 4 de novembro. Com um orçamento de 10 milhões de dólares, a produção do filme foi bastante encorajada pelo Kremlin, que teria contribuído com 4 milhões de dólares, segundo alguns críticos. Para estes, trata-se de um filme anti-polaco e seria uma reação ao filme anti-russo de Andzej Wajda, "Katyń. O diretor não nega que o Kremlin esteve envolvido na produção, mas afirmou que não houve nenhuma pressão política. Khotinenko também acentuou que de forma alguma pretende com seu filme difamar os polacos. Seu propósito maior é o entretenimento como meio de elevar a consciência do público sobre o significado deste feriado nacional russo. Em entrevista coletiva, Khotinenko acrescentou que seu filme é tão anti-polaco quanto "Katyń" de Andrzej Wajda é anti-russo. No elenco, destacam-se dois artistas estrangeiros, o ator polaco Michał Żebowski, o espanhol Ramon Langa, além dos russos Mikhail Porechenkov, Violetta Davydovskaya, Artur Smolyaninov e Marat Basharov.
O filme, uma superprodução, mostra a Guerra Polaco-moscovita ocorrida durante 1605 a 1618 entre o Reino Unido Polônia-Lituânia e a Rússia. Período este, de crise dinástica na Rússia, conhecido como "Tempo de Dificuldades". A "República das Duas Nações (Polônia-Lituânia)" não esteve formalmente em guerra contra Moscou até 1609. Os interesses das várias partes litigantes iam desde o mais simples ajuste de fronteiras até a pressão sobre o Tsar russo para que este criasse um novo Estado formado pela união da Polônia com a Rússia.
A guerra é dividida em quatro fases. Na primeira, conhecida como as Dimitríades (Dymitriady), certos magnatas polacos da szlachta, encorajados por alguns “boiardos” moscovitas, mas sem o consentimento oficial do rei polaco Zygmunt III Waza, tentaram explorar a fragilidade russa e interferir em sua guerra civil. Os magnatas polacos apoiaram os pretendentes a rei, o falso Tsar Dimitri I e mais tarde, o falso Tsar Dimitri II contra o Tsar coroado, Vasili Shuiski. A primeira "Dimitríade" começou em 1605 e terminou em 1606 com a morte do Falso Dimitri I. A segunda "Dimitríade", iniciada em 1607 durou até 1609, quando o Tsar Shuiski fez uma aliança militar com a Suécia. Em resposta a essa aliança, o Rei Zygmunt III Waza decidiu intervir oficialmente e declarou guerra contra Moscou, com a intenção de enfraquecer ainda mais o aliado da Suécia e obter concessões territoriais. Depois das vitórias da Polônia, na Batalha de Klushino, que culminaram com as forças polacas entrando em Moscou, em 1610, o filho de Zygmunt III Waza, Príncipe Władysław, foi eleito Tsar russo. Contudo, Zygmunt III Waza decidiu que queria o trono russo para si. Isto fez com que os boiardos retirassem o apoio dado a Polônia, dizendo que aceitavam o moderado Władysław, mas não o pró-católico e anti-ortodoxo Zygmunt III Waza. Em conseqüência disto, os moscovitas pró-Polônia desapareceram e a guerra ressurgiu em 1611, com os polacos perdendo o controle de Moscou. Mas ainda assim, mantendo a cidade de Smolensk. Entretanto, problemas internos tanto na Polônia quanto em Moscou fizeram com que Zygmunt III Waza tentasse uma última e fracassada vez conquistar Moscou. A guerra finalmente terminou, em 1618, com o Armistício de Deulino, que concedeu à República Polônia-Lituânia certas concessões territoriais, mas não o controle sobre a Moscou. E a Rússia saiu da da guerra com sua independência intocada e os Romanov no poder.

Trailler de "1612"

Trailler do épico histórico sobre o "Período das dificuldades" na Rússia, quando em 1612, o povo russo conseguiu afastar os conquistadores polacos do Kremlin e manter a legendária dinastia dos Romanov.

Verso para recitar rápido

W Szczebrzeszynie chrząszcz brzmi w trzcinie
I Szczebrzeszyn z tego słynie.
Wół go pyta: „Panie chrząszczu,
Po cóż pan tak brzęczy w gąszczu?"
Da poesia "Chrząszcz" de Jan Brzechwy
para recitar aqui está a transcriação fonética internacional:
[fʂʧε.bʐε.ʂɨ.ɲε xʂɔɰ̃ʂʧ bʐmi ft.ʂtɕi.ɲε]
[i.ʂʧε.bʐε.ʂɨn stε.gɔ swɨɲε]
[vuw gɔ pɨ.ta pa.ɲε xʂɔɰ̃ʂʧu]
[pɔ ʦuʂ pan tak bʐɛɰ̃.ʧɨ vgɔɰ̃.ʃʧu]
Já para aqueles que acompanham este blog:
chtchébjéchinié rrrhjonchtch bjemi v tjetchinié
i chtchébjéchinié z tégo suinié.
vuu go pita: panié rrrhjonchtch
po ssuji pan tak bjentchi v gonchtchu?
e uma tradução aceitável seria:
Em Szczebrzeszyn um besouro zumbe no canavial
E por isso Szczebrzeszyn é famosa.
Um boi lhe pergunta: “Senhor besouro,
Para que você zumbe nos arbustos?”
P.S. Este é o travalínguas mais famoso do idioma polaco... é preciso repertir os versos muito rapidamente para receber da platéia uma salva de palmas. Os polacos são muito orgulhosos da dificuldade que é seu idioma para os estrangeiros. Este poema de Brzechwy, naturalmente é muito mais longo. Mas estes versos iniciais estão na boca de qualquer polaco desde a mais tenra idade e sempre pedem para o estrangeiro repetir. Por sua vez, Szczebrzeszyn é uma cidade localizada no Leste da Polônia, muito próxima a Zamość. Possui pouco mais de cinco mil habitantes e tem uma história longa e cheia de atribulações.

Lokomotywa de Tuwin

LOKOMOTYWA
Julian Tuwin
Stoi na stacji lokomotywa,
Ciężka, ogromna i pot z niej spływa:
Tłusta oliwa.
Stoi i sapie, dyszy i dmucha,
Żar z rozgrzanego jej brzucha bucha:
Buch — jak gorąco!
Uch — jak gorąco!
Puff — jak gorąco!
Uff — jak gorąco!
Już ledwo sapie, już ledwo zipie,
A jeszcze palacz węgiel w nią sypie.
Wagony do niej podoczepiali
Wielkie i ciężkie, z żelaza, stali,
I pełno ludzi w każdym wagonie,
A w jednym krowy, a w drugim konie,
A w trzecim siedzą same grubasy,
Siedzą i jedzą tłuste kiełbasy,
A czwarty wagon pełen bananów,
A w piątym stoi sześć fortepianów,
W szóstym armata — o! jaka wielka!
Pod każdym kołem żelazna belka!
W siódmym dębowe stoły i szafy,
W ósmym słoń, niedźwiedź i dwie żyrafy,
W dziewiątym — same tuczone świnie,
W dziesiątym — kufry, paki i skrzynie.
A tych wagonów jest ze czterdzieści,
Sam nie wiem, co się w nich jeszcze mieści.
Lecz choćby przyszło tysiąc atletów
I każdy zjadłby tysiąc kotletów,
I każdy nie wiem jak się wytężał,
To nie udźwigną, taki to ciężar.
Nagle — gwizd!
Nagle — świst!
Para — buch!
Koła — w ruch!
Najpierw — powoli — jak żółw — ociężale,
Ruszyła — maszyna — po szynach — ospale,
Szarpnęła wagony i ciągnie z mozołem,
I kręci się, kręci się koło za kołem,
I biegu przyspiesza, i gna coraz prędzej,
I dudni, i stuka, łomoce i pędzi.
A dokąd? A dokąd? A dokąd?
Na wprost!
Po torze, po torze, po torze, przez most,
Przez góry, przez tunel, przez pola, przez las,
I spieszy się, spieszy, by zdążyć na czas,
Do taktu turkoce i puka, i stuka to:
Tak to to, tak to to, tak to to, tak to to.
Gładko tak, lekko tak toczy się w dal,
Jak gdyby to była piłeczka, nie stal,
Nie ciężka maszyna, zziajana, zdyszana,
Lecz fraszka, igraszka, zabawka blaszana.
A skądże to, jakże to, czemu tak gna?
A co to to, co to to, kto to tak pcha,
Że pędzi, że wali, że bucha buch, buch?
To para gorąca wprawiła to w ruch,
To para, co z kotła rurami do tłoków,
A tłoki kołami ruszają z dwóch boków
I gnają, i pchają, i pociąg się toczy,
Bo para te tłoki wciąż tłoczy i tłoczy,
I koła turkocą, i puka, i stuka to:
Tak to to, tak to to, tak to to, tak to to!...