França e outros dez países da União Europeia busca carne estragada vendida pela Polônia e distribuída no país.
Foto: TVN24 |
O governo francês ainda não sabe se a carne chegou às prateleiras.
A vigilância sanitária francesa encontrou 795 quilos de carne estragada polaca em nove empresas do setor agroalimentar do país.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (1) pelo ministro da Agricultura, Didier Guillaume. No total, 150 quilos do produto já foram recuperados nas empresas de transformação que foram ludibriadas pelo fornecedor polaco.
Segundo o ministro francês, a justiça polaca abriu um inquérito para investigar a comercialização de gado doente por um abatedouro local, que teria distribuído a carne estragada para vários países da União Europeia. “Durante o dia saberemos onde está o restante. A rastreabilidade na França funciona bem, disse Guillaume. “É uma fraude terrível, econômica e sanitária”, disse o ministro francês.
Ainda não se sabe se parte da carne chegou às prateleiras para consumo.
A comissária europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andiukaitis, anunciou a realização de uma inspeção na Polônia na próxima semana e pediu às autoridades polacas que assegurassem o respeito às normas europeias.
A inspeção veterinária no país anunciou nesta quinta-feira (31) que 2,7 toneladas de carne de bois doentes, provenientes de abatedouros clandestinos, foram exportadas para dez países europeus além da França: Finlândia, Hungria, Estônia, Romênia, Suécia, Espanha, Lituânia, Portugal e Eslováquia.
Vídeos chocantes
Um repórter do canal de televisão polaco TVN24, que passou três semanas em um abatedouro em Kalinowo, no norte, traz imagens chocantes de animais doentes, puxados com uma corda pelo pescoço, dentro de um caminhão. Em seguida, os vídeos exibem carcaças e pedaços de carne visivelmente impróprios para consumo.
Segundo o Ministério da Agricultura polaco, trata-se de um incidente “isolado”. As autoridades eslovacas também descobriram pelo menos três carregamentos de carne de boi importados da Polônia, que estariam associados ao caso.
Foto: TVN24 |
As autoridades sanitárias portuguesa ja apreenderam, no país ibérico, a totalidade do lote de carne, com 99 quilos, vindas da Polônia que foi encaminhado para destruição, após ter sido divulgado que carne de gado bovino doente vindo daquele país tinha sido exportado para vários países europeus.
A operação das autoridades portuguesas seguiu-se a um comunicado da Rede de Alerta Rápido, que integra o sistema de Segurança Alimentar da União Europeia (RASFF - Food and Feed Safety Alerts | Food Safety).
O alerta dizia da detecção de um lote de carne de vaca sem condições para entrar na cadeia de consumo, com origem na Polônia, e tendo como destino um atacadista em Portugal.
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) apresentou já o relatório da situação às autoridades europeias, segundo informou ao final da manhã de ontem, o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.
Na Polônia
O chefe do departamento de veterinária, Paweł Niemczuk, informou que a carne das vacas doentes e mortas do matadouro perto da cidade de Ostrowia Mazowiecki além dos 10 países foi para outros 20 locais na Polônia. As carnes ainda sendo retiradas do mercado.
Niemczuk quer que os frigoríficos sejam obrigados a instalar monitoramento nos locais onde animais são mortos e também os lugares onde os animais são levados para serem abatidos.
Os matadouros deveriam manter registros das operações por um período de três meses. O acesso às gravações teria que ter: a inspeção veterinária e agências encarregadas da aplicação da lei.
O diretor veterinário também informou que, num futuro próximo, as inspeções sem aviso prévio serão realizadas nos matadouros.
Niemczuk informou que o abate no matadouro, mostrado no relatório do "supervisor" era ilegal, sem a supervisão da Inspeção Veterinária.
Além disso, os animais para abate foram adquiridos ilegalmente. For vendidas 2,5 toneladas de carne para o mercado interno e 9,5 toneladas foram para o exterior.
Niemczuk enfatizou que após a divulgação, o frigorífico já foi fechado e perdeu o direito de abate dos animais.
Em conexão com as informações sobre a operação do matadouro ilegal em 4 de fevereiro, especialistas da Comissão Européia virão à Polônia para investigar o abate ilegal de gado.
Fontes: RFI- Rádio França Internacional, RPT - Rede de Rádio e Televisão Portuguesa e jornal Rzeczpospolita.