domingo, 19 de maio de 2019

Livro: Revelando o Contestado


Capa do livro "Revelando o Contestado" editado por mim (Ulisses Iarochinski) e pelo jornalista Jorge Narozniak (falecido) com arte visual dos designers Luiz Solda e Cesar Marchesini. Publicação especial para comemorar os 100 anos do início da Guerra do Contestado, em 2012 (ano da publicação pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná).

Livro de formato em 42x21cm com a biografia e 110 fotos do único fotógrafo daquela guerra: o sueco Claro Jansson. O livro revela que o mais sangrento conflito social da história do Brasil aconteceu no Paraná... e só no Paraná... e apenas com paranaenses.
Fotógrafo Claro Jansson
A guerra não foi por disputa de território entre Paraná e Santa Catarina como querem fazer crer alguns "doutos", que torcem a bandeja para o lado catarinense. Os atores da guerra foram caboclos, índios, posseiros e fazendeiros paranaenses, além de imigrantes polacos recém assentados, na então região Sul do Estado do Paraná. A divisa do Paraná com o Rio Grande do Sul, no rio Uruguai, existiu até 1917.

Tropas da Polícia Militar do Paraná em União da Vitória - Foto: Claro Jansson 
Os olhos claros do homem na foto da capa não negam que o colono era polaco. A foto mostra a fuga da região do conflito. Fuga esta, ou desocupação forçada para Ponta Grossa foi feita em vagões do próprio construtor da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande do Sul.

Foto: Claro Jansson
Quem contestava (daí o porquê da palavra "Contestado") a faixa de 30 km de largura, que atravessou os Campos Gerais do Paraná e que foi dada em concessão pelo governo federal para o norte-americano Percival Farquhar, eram os habitantes paranaenses. Nunca foram, em momento algum, os catarinenses que contestavam.

Os paranaenses "pelados"defensores das terras do Paraná - Foto: Claro Jansson
A guerra foi sim, entre os paranaenses daquelas terras (que hoje se chama Oeste Catarinense) contra o Exército brasileiro e a Polícia Militar do Paraná. Forças que dizimaram milhares de paranaenses para defender interesses do milionário dos Estados Unidos. Foi a primeira vez que a invenção de Santos Dumont foi usada numa guerra. Fato que causou enorme tristeza no inventor.

Não houve nenhuma batalha entre paranaenses e catarinenses pelas terras entre os rios Iguaçu e Uruguai.

Na cor verde está o território onde aconteceu a Guerra do Contestado
Entretanto, encerrada a guerra, as terras paranaenses foram cedidas pelo governador do Paraná e advogado de Farquhar (contra os posseiros e fazendeiros paranaenses), o guarapuavano Afonso Alves de Camargo ao governo de Florianópolis. E não foram cedidas por causa da guerra, ou disputa de território, mas para favorecer a Lumber (maior devastadora da mata mais rica em madeiras nobres do Sul do Brasil), empresa do norte-americano.

Serraria da Lumber em Três Barras- Foto: Claro Jansson