terça-feira, 29 de julho de 2014

Inglaterra envia 1350 soldados para a Polônia

Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores dos dois países se reuniram em VarsóviaADAM STEPIEN/REUTERS
O novo ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Michael Fallon, foi a Polônia anunciar que o seu país vai participar num exercício da OTAN, às portas da Rússia, com uma força composta por 1350 soldados e 350 veículos militares — a maior que Londres envia para aquela região nos últimos seis anos.
Num sinal claro do maior protagonismo que o Grã-Bretanha vem assumindo em relação à anexação da península da Crimeia pela Rússia e ao conflito no Leste da Ucrânia, o ministro britânico visitou Varsóvia, acompanhado pelo seu colega das Relações Exteriores, Philip Hammond, e revelou a dimensão do contingente militar do país no exercício Black Eagle, que vai decorrer no Outono na Polônia. "Os membros e parceiros da OTAN devem demonstrar o nosso compromisso com a segurança coletiva dos nossos aliados na Europa de Leste", declarou Michael Fallon, em resposta às preocupações de países como a Polônia sobre supostas ameaças da Rússia ao seu território — Varsóvia tem manifestado receios de que o Presidente Vladimir Putin queira prosseguir uma estratégia expansionista na sequência do conflito na Ucrânia, mas Moscou sempre disse que não tem qualquer intenção de o fazer, acusando a OTAN de querer desestabilizar a região com manifestações de poderio militar. "Em particular" — sublinhou o ministro da Defesa britânico —, "a participação de um grupo de combate no exercício Black Eagle mostra o nosso apoio sustentado e substancial à fronteira Leste da OTAN".
O Reino Unido enviou quatro caças Typhoon para a missão da OTAN no Báltico, com base na Lituânia, depois da anexação da Crimeia. Depois do início dos combates no Leste da Ucrânia entre as tropas fiéis a Kiev e os separatistas pró-russos, essa missão passou a incluir quatro F-16 da Dinamarca e quatro MiG-29 da Polônia.
Varsóvia tem insistido para que a OTAN coloque no seu país uma força permanente, mas os membros da aliança têm resistido à ideia, com receio de hostilizar a Rússia. Apesar disso, este é um dos assuntos que deverá ser discutido na próxima reunião de Cúpula, que vai acontecer no País de Gales em Setembro.
Ouvido pela BBC, Michael Clark, diretor-geral do Instituto Royal United Services, considera que os exercícios da OTAN "estão a tornar-se bastante sérios. Não estamos enviando apenas uns quantos homens, estamos deslocando um grupo de combate completo — a unidade básica de combate", alertou o analista.
"O que estamos dizendo é que vocês [os russos] não se comportaram de acordo com as nossas relações da década de 1990. O que queriam que fizéssemos? Os nossos novos aliados da OTAN [da Europa de Leste] esperam que os descansemos; é isso que estamos fazendo", disse o director-geral do instituto Royal United Services.
O novo ministro da Defesa do Reino Unido, que entrou para o Governo na profunda remodelação operada pelo primeiro-ministro, David Cameron, em meados de Julho, tem sido uma das vozes mais duras contra o papel da Rússia no conflito na Ucrânia.
Pouco depois do desastre do voo MH17 da Malaysia Airlines, que ao que tudo indica foi abatido por um míssil numa região controlada pelos combatentes separatistas, Michael Fallon exigiu que a Rússia "saia do Leste da Ucrânia e deixe a Ucrânia para os ucranianos".
Descrevendo o provável derrubada do avião (também provavelmente por erro) como um ato de "terrorismo patrocinado", o ministro britânico deixou uma ameaça a Moscou: "Se a Rússia é a principal culpada, podemos tomar mais medidas contra eles e deixar bem claro que este tipo de guerra patrocinada é completamente inaceitável."

Fonte: Jornal Público, de Lisboa

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Um pouco de gramática polaca

Pequeníssimo dicionário de termos definidores na gramática polaca:

Acusativo = Biernik
Adjetivo = Przymiotnik
Advérbio = Przysłówek
Coloquial = Potocznie
Modo Condicional = Tryb Przypuszczający
Conjugação = Koniugacja
Dativo = Celownik
Feminino = Rodzaj Żeński
Genitivo = Dopełniacz
Instrumental = Narzędnik
Modo Imperativo = Tryb Rozkazujący
Verbo Imperfectivo = Czasownik Niedokonany
Modo Indicativo = Tryb Oznajmujący
Verbo Infinitivo = Czasownik Bezololicznik
Locativo = Miejscownik
Latim = po Łacinie
Masculino = Rodzaj Męski
Neutro = Rodzaj Nijaki
Nominativo = Mianownik
Verbo Perfectivo = Czasownik Dokonany
Pessoa = Osoba
Plural = Liczba Mnoga
Singular = Liczba Pojedyncza
Verbo = Czasownik
Vocativo = Wołacz

sábado, 19 de julho de 2014

Polônia derruba monumento soviético

Texto: Nacho Temiño

A demolição em uma cidade polaca de um monolito em honra ao Exército Vermelho provocou as críticas da Rússia, que qualificou a ação de "blasfemia", mas outras localidades da Polônia estudam retirar seus monumentos soviéticos e deixar assim para trás uma etapa que muitos cidadãos querem esquecer.
A cidade de Limanowa, no sul do país, se transformou em protagonista do último desencontro entre Varsóvia e Moscou por conta dos monumentos erguidos durante o período comunista. Esta cidade demoliu recentemente um obelisco levantado nos anos 60 em gratidão ao Exército Vermelho, alegando o mal estado da construção, que praticamente tinha perdido o baixo-relevo no qual se mostrava um soldado acompanhado de camponesas, um minerador e um montanhista.
Há mais de 20 anos várias associações locais tinham pedido para retirar o monumento, mas a tarefa não era fácil e a prefeitura precisou de mais de dois anos de negociações e múltiplas permissões para poder desfazer-se dele.
Após saber da notícia, o Ministério das Relações Exteriores russo qualificou a demolição de "ação blasfema" e lembrou que a decisão das autoridades municipais, sem consentimento de Moscou, viola o acordo assinado em 1994 entre ambos os países para proteger os monumentos e lugares históricos, incluindo cemitérios, vinculados à luta contra o nazismo.
As autoridades russas lembram que na Polônia existem cerca de 300 monumentos da era soviética e que em solo polaco descansam mais de 600 mil soldados russos mortos durante os combates contra o Exército nazista.
No entanto, outras localidades polacas copiaram o caso de Limanowa; a cidade de Nowy Sącz estuda retirar seu próprio monumento, embora neste caso será mais difícil porque exigirá transferir os restos mortais dos soldados soviéticos enterrados nas proximidades, já que em muitos casos os monumentos assinalam cemitérios soviéticos.


O desmantelamento da herança soviética pode não acabar em Limanowa ou em Nowy Sącz, já que as últimas tensões entre Moscou e Varsóvia por conta da Ucrânia provocaram que aflore o sentimento antirrusso na Polônia, onde se lembra que, após a teórica "libertação" e a saída dos nazistas, os soviéticos impuseram um regime comunista que durou mais de 40 anos.
Precedentes há, e na vizinha Estônia as autoridades retiraram em 2007 um monumento aos soldados soviéticos do centro de Tallinn, o que provocou uma grave crise diplomática, enquanto o governo da Polônia naquele ano, liderado pelo nacionalista-conservador Jarosław Kaczyński, anunciava a desmantelação ou realocação dos monumentos soviéticos.
Vladimir Putin criticou Kaczyński e este defendeu o apoio de Bruxelas, respondendo que a Polônia não toleraria "que nenhum outro país decidisse o que fazer com seu patrimônio histórico", por sua vez assegurando que ceder para Moscou abriria um perigoso precedente que poderia levar a que "um dia também queiram decidir o nome de nossas ruas".

Embora esse plano não tenha acontecido de maneira sistemática, o certo é que a maioria destes monumentos ficaram à sua sorte, descuidados em muitos casos e submetidos ao vandalismo constante, algo que o Kremlin denunciou em várias ocasiões. "Os monumentos aos soldados soviéticos que libertaram a Polônia dos invasores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial foram alvo de vandalismo com mais frequência, e ultimamente houve mais tentativas para situar estes monumentos sem permissão", disse recentemente em comunicado o ministério russo.
"Inclusive levando em conta o contexto negativo, a demolição do monumento que expressa gratidão ao Exército Vermelho na cidade polaca de Limanowa é um ato verdadeiramente degradante", acrescentou.
O ponto alto desta "luta" pelos monumentos soviéticos aconteceu há dois anos, quando o ministro das Relações Exteriores polaco, Radosław Sikorski, propôs a demolição do Palácio de Cultura, um edifício de proporções colossais que a extinta União Soviética presenteou à Varsóvia, para situar em seu lugar um grande parque que afaste definitivamente a lembrança do período comunista.
O palácio, que continua de pé, é imenso, com mais de 234 metros de altura e 44 andares entre os quais se dividem diferentes instalações, desde cinemas, piscinas, ginásios, salas de conferências, museus, teatros e livrarias até áreas de lazer.

Fonte: Agência EFE

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Filme lançado na Polônia causa polêmica

A Polônia na cabeça de Pawel Pawlikowski
LUÍS MIGUEL OLIVEIRA
18/07/2014
publicado no jornal PÚBLICO, de Lisboa

O catolicismo, o Holocausto, o comunismo: Ida, talvez o primeiro filme "polaco" do polaco Paweł Pawlikowski, abre as gavetas mais traumáticas de uma identidade nacional.

Grande parte da vida do polaco Paweł Pawlikowski foi feita no estrangeiro. Saiu da Polônia no fim da adolescência, nos anos 70, e acabou por se fixar na Grã-Bretanha, onde se formou e onde encetou uma carreira de realizador de cinema, entre o documentário, primeiro, e a ficção, depois. Até agora os seus filmes mais conhecidos – como My Summer of Love, de 2004, por aqui estreado comercialmente – eram objetos perfeitamente “ingleses”, que pouco ou nada convocavam a origem polaca de Pawlikowski. Mas quase 40 anos depois de ter saído da Polônia comunista, Pawlikowski, nascido em 1957, voltou ao seu país natal. Ida é o seu primeiro filme polaco, rodado e ambientado na Polônia.
Ambientado na Polônia, mas não a Polônia de agora, antes uma Polônia “de época”, o princípio da década de 60, os anos da sua infância. Conta uma história firmemente ancorada nalguns dos momentos determinantes do século XX polaco, entre a guerra e o Holocausto e os 40 anos de regime comunista – uma jovem freira num convento católico, Ida, fica a saber, durante uma estada com a sua tia (por sua vez comprometida com a época estalinista), que é na verdade judia, que os pais foram mortos durante a guerra, e que o apagamento da sua origem foi uma maneira de lhe salvar a pele. Questões de identidade, portanto, que dominam o filme e são de alguma maneira o seu tema central.

ENTREVISTA
Paweł Pawlikowski mergulhou na Polônia dos anos 60. Foto: OSCAR GONZALEZ/NURPHOTO
Em conversa telefônica com Pawlikowski perguntamos-lhe se Ida é, depois de tanto tempo a ver o país natal de longe, o seu retrato da Polônia, a sua “visão” da Polônia. Começa por ser evasivo, diz que pensou sobretudo na narrativa, nas personagens e na relação entre elas, e que foi isso que sobretudo lhe interessou. Mas insistimos, notando que o filme convoca não poucos elementos determinantes, e alguns bastante traumáticos, da identidade polaca das últimas décadas: o catolicismo, o Holocausto, o comunismo.
Ninguém abre estas gavetas de maneira casual. Pawlikowski anui: “É o retrato da Polônia que existe na minha cabeça." Reclama uma dimensão pessoal, evacuando toda a pretensão sociológica: recusa-se a considerar Ida como um filme de tese, ou como um filme que contenha “um discurso sobre a Polônia”. “A retórica”, diz, “é uma das grandes pechas do cinema polaco contemporâneo”, a par de uma tendência “para lidar com temas”. E ele diz que não quis “abordar temas”, e que certos temas “é melhor deixar aos historiadores, aos jornalistas ou aos investigadores”.
As respostas cautelosas de Pawlikowski talvez tenham a ver com o “bruá” suscitado pela reação ao filme na Polônia. “De repente parecia que o filme era uma batata quente, foi muito mais debatido do que eu queria e esperava." Houve discussões públicas, Ida entrou na agenda “mediática” e Pawlikowski teve de ouvir um pouco de tudo, incluindo que o seu filme “era anti-patriótico” ou até “anti-semita”. Embora seja um assunto que o exaspera, Pawlikowski conta isto a rir-se.
Por acaso – ou nada por acaso –, o princípio dos anos 60 foi também a época do “ressurgimento” do cinema polaco depois da guerra, os anos em que os jovens Polanski ou Skolimowski se lançaram no trilho aberto, na década anterior, pelos mais velhos Andrzej Wajda ou Andrzej Munk. O preto e branco de Ida, de uma aspereza rica em texturas e contrastes, parece uma maneira evidente (mas não a única) de evocar esses filmes e esse período do cinema polaco, como se a matéria da evocação fosse, mais do que só na época, também o cinema da época.
É esta, afinal, a Polônia “que existe na cabeça” de Pawlikowski? “Havia evidentemente um sentido de tragédia, um sufoco, mas acho que a Polônia dos anos 60, para além disto, era um local muito porreiro, muito cool, onde se conseguia encontrar uma medida de liberdade e até uma joie de vivre”.
Ida mostra isto muito bem, nas várias cenas que reconstituem a cena boêmia da época, os bares e os clubes de jazz, que o regime tolerava (mal, mas tolerava) e os jovens cultivavam exatamente pela mesma razão (era música americana), e onde se deram alguns encontros decisivos para o cinema polaco (A Faca na Água, de Polanski, começou a nascer da cumplicidade criada entre o realizador e Skolimowski, habitués do mesmo clube de jazz). “A Polônia nos anos 60 era um sítio perfeitamente hipster”, diz Pawlikowski outra vez a rir-se, “e foi uma época culturalmente muito rica a vários níveis e disciplinas, no cinema, na literatura, no teatro, ou na música contemporânea, com Gorecki, por exemplo."
Mas no mesmo passo distancia-se de uma filiação direta nos jovens cineastas polacos de 60. “Curiosamente senti-me sempre mais próximo da ‘nova vaga checa’, Forman, Chytylova ou Jan Nemec, do que da polaca." E para este filme, “sinceramente mais interessado no retrato de duas mulheres do que em qualquer outra coisa”, diz que foram muito mais importantes outras referências alheias à Europa de Leste: Bresson “o Bresson dos Anjos do Pecado ou do Pickpocket” – ou Bergman – o de Luz de Inverno, cita especificamente.


Ida
Realização:Pawel Pawlikowski
Elenco:Agata Kulesza, Agata Trzebuchowska, Dawid Ogrodnik



Cerco e Liberdade
Se o retrato das duas mulheres é em grande medida contrapolar, todo o filme parece, do mesmo modo, jogar permanentemente com sinais contrários. Há tragédia mas também há ironia, o tom oscila entre um dramatismo severo e o seu curto-circuito, sente-se a atmosfera de cerco mas também se sente, dentro dela, aquela liberdade mais ou menos arejada.
A música é um elemento central no tratamento de todas estas ambivalências, das pop songs italianas (Celentano, por exemplo) ao uso notável, em certa e determinada cena, de uma sinfonia (a Júpiter) de Mozart. Quase sempre, se não mesmo sempre, é música “diegética”, vem de dentro dos planos, nasce de rádios, toca-discos ou atuações ao vivo.
Pawlikowski diz que a seleção musical teve muito a ver também com as letras das canções, que ele “queria que abrissem para fora daquele universo”, que sugerissem, portanto, outro mundo no mesmo em que, como um coro, comentam este. A sinfonia de Mozart é um caso diferente: “estava obcecado por ela há anos”, mas nunca tinha encontrado a maneira ideal de a fazer entrar num filme.
O seu emprego, na cena mais memorável de Ida – um suicídio, longamente preparado, com a música, percebe-se depois, a fazer parte essencial do ritual de preparação –, deixa uma impressão indelével, é como se Ida se apropriasse delas e fosse, doravante, impossível ao espectador do filme dissociá-las.
Indissociáveis de Ida – tanto quanto se dissociam elas próprias uma da outra – são as duas protagonistas do filme, Agata Trzebuchowska (a jovem Ida) e Agata Kulesza (a sua tia Wanda, mais velha, mais desencantada, mais sofrida). Nenhuma delas é muito conhecida no resto do mundo, ao que Pawlikowski acrescenta que nenhuma delas “era sequer muito conhecida na Polônia”. Agata Kulesza é uma atriz veterana, mas vem sobretudo do teatro, com pouco trabalho em cinema. Agata Trzebuchowska foi escolhida como Bresson escolhia os seus “modelos”: “No café por baixo da minha casa." Era uma estudante de filosofia, “que nunca fora atriz e não quer voltar a ser atriz."
Exatamente aquilo que Pawlikowski pretendia – em mais uma associação contrapolar, a de uma atriz profissional a uma não-atriz; “não queria técnica, não queria histrionismo, não queria à vontade com a câmara: queria alguém que fosse boa a ouvir, e boa a olhar”.
Também aí, sucesso indesmentível. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Professor alemão é preso roubando em Auschwitz


Sob alegação de roubo de bens de especial importância para a cultura, ouvido hoje o alemão detido no Campo de Concentração e Extermínio alemão nazista em Birkenau, após ter sido surpreendido com saco plástico com vários objetos coletados por ele, na área do campo chamado de "Kanada".
Objetos estes que eram de propriedade os antigos prisioneiros de Auschwitz. O alemão de 47 anos de idade, declarou-se culpado, disse o vice-promotor distrital de justiça Mariusz Slomka, em Auschwitz. "Ele explicou que é professor e queria mostrar os objetos furtados no campo de concentração a seus alunos na Alemanha. Ele expressou remorso", declarou Slomka.
O promotor acrescentou que o delito de que foi acusado o professor alemão, prevê uma pena de até 10 anos de prisão. O alemão solicitou submissão voluntária à pena. Ele propôs para si a suspensão da pena de prisão e uma multa, que já tinha sido parcialmente paga.
Slomka não revelou o montante da sanção. Mas garantiu, no entanto, que o valor da multa será doloroso, porque a definição do valor levou em conta a quantidade dos ganhos penuniários do suspeito do delito, na Alemanha. Após a audiência em Oświęcin (Auschwitz em idioma polaco e nome da cidade onde se localiza o campo de concentração e extermínio, o alemão foi liberado. Seu caso será decidido pelo tribunal distrital de Cracóvia.

Coisas roubadas
O professor que visitou o campo com um grupo de alunos, foi preso na terça-feira à noite, quando foi pego com um saco cheio de objetos furtados na área "Kanada". "Ele tinha coletado dez itens, incluindo garfo, tesoura e um pedaço de pedaços carbonizados de cerâmica. Ele os encontrou na área onde eram os pavilhões de armazenagem dos prisioneiros recém-chegados. Local que os próprios prisioneiros chamavam de "Kanada".
Os nazistas limpavam os prisioneiros de seus pertences. Muitos soldados muitas vezes roubavam os objetos armazenados como relógios de ouro, anéis e correntes. No final da guerra, os alemães, que para apagar os vestígios dos seus crimes, atearam fogo naqueles armazéns", disse um porta-voz do Museu de Auschwitz, Bartosz Bartyzel.

Fragmentos
O porta-voz do museu disse que na área "Kanadá" de tempos em tempos, a própria terra acaba liberando fragmentos enterrados na área, que há décadas acabaram abaixo da superfície. "Buscamos coletá-los gradualmente. Isso só é feito enquanto realizamos pesquisas arqueológicas, porque o antigo campo é tratado como um cemitério", explicou.
Nos últimos anos tem ocorrido roubos similares. Em 2011, no aeroporto de Balice, seguranças detiveram um casal de idosos de Israel que tentavam sair da Polônia com objetos encontrados no "Kanada".
Eles foram criminalizados por roubo de bens de especial importância para a cultura e pontos turísticos da Polônia e tentarem exportar para os objetos para fora da fronteira polaca. Eles se entregaram voluntariamente para sofrerem a punição. O tribunal os condenou a um ano e quatro meses de prisão, e uma multa de 4.200 złotych. A pena foi suspensa por três anos e e os valores pecuniários foram destinados a um propósito social.

O roubo mais famoso foi em 2009
Até agora, o roubo mais emblemático aconteceu no Campo I de Auschwitz, em dezembro de 2009. Ladrões roubaram a placa com a inscrição "Arbeit macht frei" de cima do portão principal de entrada. Os ladrões, entre eles o sueco Anders Hoegstroem, foram condenados à prisão.

O Campo alemão
Os nazistas alemães estabeleceram um acampamento em Auschwitz em 1940, com o objetivo de aprisionar os polacos, em antigas instalações do Exército polaco na cidade de Oświęcin (pronuncia-se ochvientchin). Dois anos após, na cidade vizinha de Brzezinka, (pronuncia-se bjejinca) construíram o campo Auschwitz II, conhecido pela seu nome traduzido de Birkenau.
O que inicialmente era um campo de concentração de prisioneiros, logo tornou-se lugar de extermínio de prisioneiros. No complexo do acampamento funcionava como uma rede de sub-campos.
Em Auschwitz, os alemães mataram pelo menos 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, mas também muitos polacos católicos, protestantes, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e pessoas de outras nacionalidades.
Em 1947, no local dos antigos campos de concentração e extermínio alemão de Auschwitz I e Auschwitz II (Birkenau) foi fundado um Museu Estatal. No ano passado, o museu foi visitado por 1.330.000 pessoas (um milhão e trezentos e trinta mil). O ex-campo, em 1979, foi listado como o único de seu tipo, no Patrimônio Mundial da UNESCO.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A invasão silenciosa da Crimeia

A anexação da Crimeia foi a mais suave invasão dos tempos modernos. Ela terminou antes mesmo que o mundo se desse conta de que havia começado.


John Simpson
Editor Internacional, BBC News

E até 18 de março, quando um grupo armado pró-Rússia atacou uma pequena base do Exército ucraniano em Simferopol – assassinando um oficial e ferindo outro –, a invasão vinha ocorrendo sem derramamento de sangue.
Durante boa parte do mês de fevereiro, milhares de soldados foram mandados silenciosamente para bases russas situadas na Crimeia com base em um tratado antigo entre Kiev e Moscou. "Voluntários" civis também foram levados para essas unidades. O plano foi executado secretamente e teve sucesso.
O primeiro sinal óbvio de que a Crimeia estava sendo tomada veio em 28 de fevereiro, quando barreiras de controle foram montadas em Armyasnk e Chongar – as duas maiores estradas que ligam a península à Ucrânia.

'Bem-vindo à Rússia'
Esses pontos eram controlados por homens que usavam uma grande variedade de uniformes: do Exército ucraniano, da polícia ucraniana e fardas camufladas sem a insígnia do país. Muitos usavam roupas civis.
Quando eu tentei passar por uma dessas barreiras em Armyansk no sábado, 1º de março, com um cinegrafista da BBC, esses homens foram hostis e ameaçadores.
Eles abriram o porta-malas do táxi e roubaram as malas onde estavam nossos coletes à prova de balas. Depois abriram nossas pastas agressivamente, jogando parte do que estava dentro na estrada. Eles pegaram nossa câmera e retiraram os cartões de memória e as baterias.
Eles sabiam exatamente o que procurar. Havia mais malas contendo coletes à prova de balas empilhadas ao lado da estrada – sinal de que outros jornalistas tentaram passar por lá antes de nós. Os homens da barreira estavam parando todos, exceto os moradores locais.
Não entendi no início o que estava realmente acontecendo. Foi apenas quando um deles, que usava roupas da polícia, disse "Bem-vindo à Rússia!" que eu entendi – seus uniformes podiam ser ucranianos, mas eles estavam isolando a Crimeia em nome de Moscou.

Bases cercadas
No dia seguinte, 2 de março, tudo já estava feito. Enquanto o mundo esperava que navios de guerra russos chegassem para tomar a Crimeia, isso já havia acontecido de forma discreta.
Em dois dias, as bases miliares ucranianas foram cercadas por soldados. Eles carregavam armas russas modernas, mas seus uniformes não tinham nem símbolos nacionais ou brevês de unidades – tampouco marcas de patentes. Junto com eles estavam "voluntários" – normalmente homens mais velhos, muitos aparentemente vindos da Rússia.
Alguns deles usavam peças de uniformes ou roupas civis. Eles isolaram as bases ucranianas e impediam qualquer um de se aproximar. Presumivelmente, eles eram reservistas russos. Eram duros e agressivos, mas obedeciam ordens de superiores. Alguns eram até beberrões e foram vistos claramente alcoolizados durante a noite. No entanto, a disciplina era mantida.
Não houve notícias de pilhagens e, apesar de seu comportamento, eles não ameaçaram nem atacaram civis.

Infiltração
Nos dias seguintes, outros grupos apareceram. Eles eram voluntários genuínos, que vieram de Moscou para se juntar ao que entenderam como a liberação da Crimeia. Eu conversei com três membros de um grupo ultranacionalista cujos uniformes tinham as cores de uma organização monarquista.
Eram todos de Moscou e planejavam ir da Crimeia para as cidades de Kharkiv e Donetsk, nas quais a Rússia exerce influência.
Por quê? Solidariedade, disseram.
Mais cedo eu havia falado com um grupo de sete ou oito motoqueiros que usavam roupas de couro e brevês com títulos como "presidente", "vice-presidente", etc. Eles também vieram de Moscou e planejavam se dirigir a Kharkiv e Donetsk. "É um grande dia", disse o que ostentava a patente de "presidente". Mas esses eram apenas amadores que queriam se juntar ao processo.
Não havia absolutamente nenhum sinal de que o governo russo os havia mandado. Em tempos modernos, Moscou protagonizou três grandes invasões: na Hungria, em novembro de 1956, e na Tchecoslováquia, em agosto de 1968, quando governos comunistas começaram a demonstrar tendências ocidentais; e no Afeganistão, em dezembro de 1979, quando um regime pró-comunista estava à beira do colapso.
Essas foram operações enormes e brutais, que envolveram um grande número de blindados e, às vezes, grande derramamento de sangue. A tomada da Crimeia foi completamente diferente. Foi uma infiltração, não uma invasão.
Diferente de Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão, ela teria sido apoiada por uma grande parte da população local. De acordo com um conhecido opositor ao presidente russo Vladimir Putin, a votação na Crimeia para unir a região à Federação Russa foi "um referendo na mira de Kalashnikovs". Mas não foi.
O resultado foi o que a vasta maioria de russo étnicos queria, e houve pouco uso para fuzis nas ruas. Aqueles que queriam manter a Crimeia como parte da Ucrânia estavam chocados e intimidados demais para resistir. A operação toda foi bem planejada e executada. Mas não há absolutamente nenhuma dúvida sobre o que ela foi – um rápido e sem muito derramamento de sangue golpe de Estado.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Faleceu hoje o Cônsul da Polônia em Curitiba

Faleceu, nesta madrugada em Curitiba, JACEK SZCZENIOWSKI, Cônsul da Polônia em Curitiba. Morreu vítima de ataque fulminante do coração, às 4:30 da madrugada.
Viúvo de Teresa Szczeniowski há 7 anos, que também faleceu em Curitiba, logo que chegou em missão diplomática, em Curitiba, em 2008.
A poucos meses de se aposentar do serviço diplomático Szczeniowski, deixa o filho Michal de 21 anos.
O velório será hoje (01/07) no horário das 19h00 às 22h00.
Cerimônia religiosa acontece será hoje (01/07) às 20h00.
Local: Capela Vaticano R. Des. Hugo Simas, 26 Curitiba



O cônsul Jacek Szczeniowski (à esquerda) em um dos muitos eventos
em que participou da comunidade polaca do Sul do Brasil
Cônsul Jacek Szczeniowski (2º da dir. p/ esq.) esteve acompanhado do Bispo da Diocese de Novo Hamburgo, Dom Eugênio Hastenteufel (1º da esq. p/ dir.)