"No Brasil vivem muitos polacos e pessoas de ascendência polaca. Cerca de 4 milhões. Os Polacos contribuíram significativamente para o desenvolvimento do nosso país. Portanto, temos certas obrigações para com a Polônia.", declarou o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, nesta quinta-feira no Fórum Polônia-Brasil.
Temer e a primeira-ministra Ewa Kopacz |
Temer está em visita a Polônia. As negociações são de cunho econômico. Ele é acompanhado pelos ministros de Minas e Energia, da Aviação Civil, Portos, Pesca, Turismo, Ciência e Tecnologia e o vice-ministro das Relações Exteriores. Na delegação também está um grupo de empresários, incluindo representantes de empresas de diversos setores, incluindo aviação, tecnologias inovadoras, indústria de defesa, telecomunicações, produtos químicos, marketing e publicidade, transportes e bancário.
Temer enfatizou no fórum que o Brasil está muito interessado na cooperação com a Polônia. "Veio junto comigo vários ministros que representam setores importantes da nossa economia. Esta delegação mostra o quão importante para nós é a relação com a Polônia. Vieram também empresários brasileiros. Atualmente, no Brasil temos investido fortemente em programas de desenvolvimento. Estes são os programas através dos quais nós procuramos para atrair investidores estrangeiros e empresários O governo brasileiro quer que os polacos venham ao nosso país e para investir em portos, ferrovias, aeroportos", disse ele.
O Vice-Primeiro Ministro Janusz Piechociński, que também participou do fórum, estima que o Brasil seja um país de grandes oportunidades. "Então, há dois anos, quando estávamos à procura de novos mercados fora da UE, entre os sete mais importantes, maioria dos mercados estratégicos, encontramos o Brasil. Nós não ficamos desapontados. Em cinco anos, temos aumentado o nosso comércio em 45 por cento. Isso é de 1 bilhões 700 milhões de dólares. O potencial é muito maior, portanto, hoje, advirto sobre o programa Go Brasil", disse Piechociński.
Ele acrescentou que no dia 22 de setembro, Polônia e Brasil vão comemorar o 95º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. "As áreas em que vemos potencial de cooperação são a construção naval, ferroviário, infra-estrutura de transporte, aço, (...) química, cosmética, farmacêutica, automotivo, (...), máquinas elétricas, máquinas de mineração", disse o vice-primeiro-ministro.
Além disso, o vice-presidente da KIG, Marek Kłoczko disse durante o fórum que o Brasil é um país com grande potencial, e que tem laços históricos de amizade com a Polônia. "Planejamos uma grande missão comercial ao Brasil na segunda metade de outubro, e inúmeros outros eventos. Espero que isso contribuirá para o fato de que empresários polacos podem colaborar com sucesso em parceirias com os brasileiros." Disse ele.
De acordo com o Ministério da Economia, em termos de volume de negócios, o Brasil é o primeiro parceiro comercial polaco na América Latina, mas em todo o mundo ocupa apenas 31º lugar (dados de 2014).
É também o primeiro destinatário das exportações polacas na região. A participação do Brasil no comércio polaco com a América Latina é de 24 por cento.
Em 2014, houve um aumento do volume de negócios entre os dois países em relação ao mesmo período de 2013. Houve ligeiro decréscimo foi nas exportações polacas com destino ao Brasil, aumentando o volume das importações.
O comércio bilateral em 2014 atingiu o nível mais alto na história das relações comerciais com o Brasil, alcançando um valor de 1 bilhão e 689 milhões de dólares (um aumento de quase 13 por cento, em comparação com 2013). Exportações polacas em 2014, ascendera, a 531,4 milhões de dólares (queda de 8,2 por cento em relação ao mesmo período de 2013).
As empresas polacas compraram no Brasil, em 2014, uma grande quantidade de matérias-primas necessárias para a economia polaca (minério de cobre, laminados de aço) e produtos agro-alimentares destinados ao consumo humano (soja, café, frutas tropicais, sucos, frutas e extratos). A diminuição das exportações polacas para o Brasil foram, em grande parte devido ao agravamento da crise econômica do país sulamericano, cujas causas têm suas origens na situação política e econômica mundial.
A participação polaca no comércio total do Brasil permanece pequena e um pouco mais de 0,25 por cento. (0,29 por cento em importação e 0,21 por cento nas exportações). Da mesma forma, a participação do Brasil no volume de negócios de comércio exterior polaco é pequeno, em 2014 foi de apenas 0,38 por cento. (na exportação de 0,24 por cento e nas importações de 0,52 por cento.).
Em 2014, a LOT - Linhas Aéreas Polacas comprou mais comprar aviões EMBRAER (203,3 milhões de dólares americanos em 2014) do que em 2013 ( 216,9 milhões).
O Brasil continua a ser o parceiro polaco mais importante da América do Sul, não só por causa dos ricos recursos naturais (incluindo minério de cobre, bauxita, minério de ferro, ouro, manganês, níquel, fosfato, platina, estanho, urânio, petróleo, madeira) e comida, mas principalmente como uma saída para a produção polaca, especialmente produtos altamente processados, que durante muitos anos o Brasil é um importador (incluindo autopeças e acessórios, equipamentos eletromecânicos, produtos farmacêuticos, eletrônicos, fertilizantes e químicos).