Porto fluvial, no rio Odra, em Szczecin
Notícia publicada, em Lisboa, pelo jornal Expresso aponta que o crescimento econômico polaco em 2009 foi de 1,7%. Com isso, a Polônia continua a ser o país menos afetado pelos reflexos da crise mundial na Europa. Nem o desaparecimento da maior parte das elites responsáveis por este sucesso desviou a ascendente trajetória polaca. Por isso, hoje, milhares de alemães do leste atravessam o rio Odra, no sentido inverso dos polacos de anos atrás, à procura de um emprego.
Oficialmente, há mais de dois mil e quinhentos alemães trabalhando em "call centers", na construção civil e em outros setores nos arredores da cidade de Szczecin. Mas os números não oficiais que circulam são muito mais altos. Um trabalhador alemão qualificado pode ganhar cerca de mil euros por mês na Polônia - não é muito, mas é melhor do que nada. Ali mesmo na região, só que do lado da fronteira alemã, na localidade de Uecker Randow, a taxa de desemprego chega aos 20%.
Este novo fenômeno constitui mais uma prova de um movimento inverso de transumância. Se, nos anos de 1950-1960, os turcos e os gregos emigravam para a Alemanha, a crise econômica incita, agora, os alemães a emigrarem para a Polônia ou... para a Turquia.
P.S. Mas não é uma nova Meca do trabalho, não! Os salários são muito baixos e os preços das coisas estão cada vez mais altos. Ir para a Polônia pensando que se está indo para o Japão, Inglaterra, Irlanda, Holanda, ou Estados Unidos, pode fazer muito brasileiro despreparado quebrar a cara. É imperioso saber o idioma polaco (o segundo mais dificil do mundo), ter qualificação e como a comunidade que fala português é inexistente, não tem ninguém para auxiliar os recém-chegados.