Abriu nesta terça-feira, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba a exposição "Miguel Bakun - A Natureza do Destino", que se estenderá até 9 de agosto.
A Exposição que conta com o apoio do Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Cultura tem organização de Eliane Prolik.
Bakun, segundo, o crítico Nelson Luz, "é envolvimento, tensão, adivinhador do caos-logos, ouvinte do mistério. Fez-se em si mesmo. Só humilde, desnudado, alguém pode ser assim".
Mas é a também descendente de imigrantes polacos, como Bakun, a criadora da mostra, a artista plástica Eliane Prolik, que melhor o define Bakun, dizendo que "a singularidade da obra de Miguel Bakun se efetiva no acontecimento pictórico da tela ao utilizar, sobreduto, o recurso de proximidade. Compactadas, as áreas e cores da paisagem se articulam e interpenetram. De modo intimista, essa pintura configura espaçamentos justos e rítmicos da matéria. Seu fazer diminui as distãncis entre o pintor e o motivo, entre o sujeito e a natureza e entre os cvários planos e elementos da paisagem e fazem o espectador se aproximar dessa justeza do quadro para entendê-lo, para enxergá-lo".
Mas quem é este filho de imigrantes polacos, nascido na cidade mais polaca do Paraná, Marechal Mallet?
Considerado o precursor da arte moderna no Paraná, Bakun saiu da sua Mallet, onde nasceu em 1909, para se alistar na Marinha Brasileira em 1926. Na Escola de Grumetes do Rio de Janeiro, em 1928, conhece o jovem marinheiro e artista ainda desconhecido José Pancetti (1902-1958). Estimulado pelo amigo, começa a desenhar, seguindo sua inclinação de infância. Realiza desenhos nos diversos períodos em que precisa ficar de repouso por causa de acidentes. Em 1930, é desligado da Marinha por incapacidade física, em conseqüência de uma queda do mastro do navio. Transfere-se para Curitiba, onde trabalha como fotógrafo ambulante. Logo conhece os pintores Guido Viaro (1897 - 1971) e João Baptista Groff (1897 - 1970), que o incentivam a pintar. Autodidata, dedica-se profissionalmente à pintura até o fim de sua vida.
Ainda na década de 40, trabalhava num ateliê coletivo na Praça Tiradentes. Em texto de 1948, o crítico Sérgio Milliet (1898 - 1966), após visita à cidade, aponta para o espírito van-goghiano de Bakun, ressaltando que lhe falta noção da tela como um todo e há excesso de empastamento. Contudo, conclui sua crítica dizendo: "o entusiasmo do pintor, sua participação intensa na obra tornam, entretanto, simpáticos os seus próprios defeitos".
A partir de então, a comparação com o artista holandês se torna recorrente, tanto com relação à pintura de Bakun quanto por seu temperamento melancólico e depressivo. O próprio artista a aceita, reconhecendo sua admiração por Vincent van Gogh (1853 - 1890), cujos quadros conhecia em reproduções ou pessoalmente. Outro ponto de semelhança entre ambos é uma certa religiosidade mística em conflito com um sentimento de profunda solidão, que de modo e intensidade diversos manifestam-se em suas obras.
Em 1950, pintou murais na residência do governador Moisés Lupion, atual Castelinho do Batel. Sua produção artística ganhou espaço em exposições individuais em 1955 e 1957. Foi premiado no Salão Paranaense de Belas Artes e Belas Artes da Primavera da Sociedade Concórdia.
O polaco Bakun, não suportando uma forte depressão, veio a se suicidar em fevereiro de 1963, em Curitiba, aos 53 anos de idade. No dia 28 de outubro póximo vai se completar o centenário de nascimento deste magnífico artista plástico paranaense-polaco.
Bakun, segundo, o crítico Nelson Luz, "é envolvimento, tensão, adivinhador do caos-logos, ouvinte do mistério. Fez-se em si mesmo. Só humilde, desnudado, alguém pode ser assim".
Mas é a também descendente de imigrantes polacos, como Bakun, a criadora da mostra, a artista plástica Eliane Prolik, que melhor o define Bakun, dizendo que "a singularidade da obra de Miguel Bakun se efetiva no acontecimento pictórico da tela ao utilizar, sobreduto, o recurso de proximidade. Compactadas, as áreas e cores da paisagem se articulam e interpenetram. De modo intimista, essa pintura configura espaçamentos justos e rítmicos da matéria. Seu fazer diminui as distãncis entre o pintor e o motivo, entre o sujeito e a natureza e entre os cvários planos e elementos da paisagem e fazem o espectador se aproximar dessa justeza do quadro para entendê-lo, para enxergá-lo".
Mas quem é este filho de imigrantes polacos, nascido na cidade mais polaca do Paraná, Marechal Mallet?
Considerado o precursor da arte moderna no Paraná, Bakun saiu da sua Mallet, onde nasceu em 1909, para se alistar na Marinha Brasileira em 1926. Na Escola de Grumetes do Rio de Janeiro, em 1928, conhece o jovem marinheiro e artista ainda desconhecido José Pancetti (1902-1958). Estimulado pelo amigo, começa a desenhar, seguindo sua inclinação de infância. Realiza desenhos nos diversos períodos em que precisa ficar de repouso por causa de acidentes. Em 1930, é desligado da Marinha por incapacidade física, em conseqüência de uma queda do mastro do navio. Transfere-se para Curitiba, onde trabalha como fotógrafo ambulante. Logo conhece os pintores Guido Viaro (1897 - 1971) e João Baptista Groff (1897 - 1970), que o incentivam a pintar. Autodidata, dedica-se profissionalmente à pintura até o fim de sua vida.
Ainda na década de 40, trabalhava num ateliê coletivo na Praça Tiradentes. Em texto de 1948, o crítico Sérgio Milliet (1898 - 1966), após visita à cidade, aponta para o espírito van-goghiano de Bakun, ressaltando que lhe falta noção da tela como um todo e há excesso de empastamento. Contudo, conclui sua crítica dizendo: "o entusiasmo do pintor, sua participação intensa na obra tornam, entretanto, simpáticos os seus próprios defeitos".
A partir de então, a comparação com o artista holandês se torna recorrente, tanto com relação à pintura de Bakun quanto por seu temperamento melancólico e depressivo. O próprio artista a aceita, reconhecendo sua admiração por Vincent van Gogh (1853 - 1890), cujos quadros conhecia em reproduções ou pessoalmente. Outro ponto de semelhança entre ambos é uma certa religiosidade mística em conflito com um sentimento de profunda solidão, que de modo e intensidade diversos manifestam-se em suas obras.
Em 1950, pintou murais na residência do governador Moisés Lupion, atual Castelinho do Batel. Sua produção artística ganhou espaço em exposições individuais em 1955 e 1957. Foi premiado no Salão Paranaense de Belas Artes e Belas Artes da Primavera da Sociedade Concórdia.
O polaco Bakun, não suportando uma forte depressão, veio a se suicidar em fevereiro de 1963, em Curitiba, aos 53 anos de idade. No dia 28 de outubro póximo vai se completar o centenário de nascimento deste magnífico artista plástico paranaense-polaco.