segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Julia: uma revelação de atriz

Foto: Divulgação do Filme

Fui assistir este fim de semana no Kino PodBaranami (Cinema debaixo do carneiro), o filme "33 sceny z Życia" (33 cenas da vida), levado pelas críticas que o apontam como o melhor filme polaco não só deste ano, mas dos últimos anos. Dirigido pela cineasta Małgorzata Szumowska.
Realmente um ótimo filme com grandes interpretações. Mas a história tão comum na vida de todo mundo é uma seqüência de acontecimentos trágicos que era preferível não ter visto o filme.
Mas ao contrário disto, a sensação é de que o filme merece e deve ser visto e muito pelo desempenho da jovem atriz alemã Julia Jentsch.
Não só porque Julia é bela, tem um frescor, uns olhos expressivos, um corpo sensual, mas principalmente por seu talento dramático. Julia é uma revelação das mais gratas nos últimos anos no cinema europeu.
No filme de Szumowska, a personagem de Julia, em poucos meses sofre uma série de perdas, que começa com seu cachorro, depois com a morte da mãe, do pai e o marido. Este é o único que não fica claro se morre também ou simplesmente se separa dela.
A atriz nasceu em Berlim, em 20 de fevereiro de 1978. Filha de advogados estudou arte dramática Hochschule Ernst Busch de Berlim, entre 1997 e 2001. Em recente entrevista ao jornal Süddeusche Zeitung declarou que ela odeia ser o centro das atenções, já que seus projetos são mais importantes que a sua pessoa.
Ela também é pianista. Seu primeiro papel de destaque foi no filme cult "Edukators", com Daniel Brühl. Em 2005, pelo filme "Sophie Scholl – The Final Days", ela foi nominada para o Prêmio da Academia junto como o "Melhor filme de língua estrangeira" e ganhou como atriz o "Prêmio do Cinema Europeu", além de melhor atriz do "Prêmio do Cinema Alemão" e ainda o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim. Em 2005 ela esteve, bem pertinho do Brasil. Foi a Buenos Aires promover dois de seus filmes, "Sophie Scholl - Die letzten Tage" (2005) e "Fetten Jahre sind vorbei, Die" (2004).

João Paulo II, o maior patriota

O jornal Rzeczpospolita, na véspera das comemorações dos 90 anos de Independência da Polônia, publica na primeira página, desta segunda-feira, 10 de novembro uma pesquisa de opínião sobre as figuras históricas da nação.
O papa João Paulo II recebeu 55% da preferência popular. Seguido do Marechal Józef Piłsudszki com 25%. O líder operário que derrubou a União Soviética, Lech Wałęsa ficou com 9%, o cardeal Stefan Wyszyński 7%, enquanto Ignacy Paderewski apenas 2% proc.). A pesquisa foi realizada pela empresa GfK Polonia.
Segundo o sociólogo, prof. Janusz Czapiński, ouvido pelo jornal, embora os polacos considerem 11 de novembro de 1918, a data mais importante, que a eleição do papa em 1978, ou a queda do comunismo em 1989, o 3 de maio da Constituição, o fim da segunda guerra, a entrada na União Européia em 2004, a escolha massiva do nome de Karol Wojtyła como um dos grandes patriotas da nação pode ser entendido como a de uma pessoa não só religiosa, mas de uma pessoa que por sua grandeza e significado de polonidade suplanta tudo.
Para o jornal Gazeta Wyborcza, uma outra empresa de pesquisa, a Pentor perguntou qual a data mais importante. E deu isto mesmo, 1918 é o momento mais importante da história da Polônia, que recebeu 43% da preferência, seguido da Constituição de 3 de maio de 1791 com 12%. O final da segunda guerra mundial recebeu 12%, o início do pontíficado do Papa 6%, e o fim do comunismo 4%.
O 11 de novembro tem um significado, um tanto diferente daquele que o brasileiro tem pelo 7 de setembro. A Polônia já existia antes de 1918, ou mesmo antes de 1795, como uma das grandes nações do mundo renascentista, enquanto o Brasil antes do ato de Pedro I era apenas uma colônia portuguesa.
A Independência da Polônia foi a recuperação de sua independência como Estado depois de 123 anos de invasão estrangeira. E por isto é tão importante.