Por JUCA KFOURI
Com pouco mais de 20 minutos o Coritiba já ganhava de 2 a 0 do Palmeiras.
E perante um Couto Pereira enlouquecido, mostrava por que virou sensação.
Cabe até perguntar, do ponto de vista coxa: será o nível técnico do Paulistinha melhor que o do Campeonato Paranaense?
Porque todos foram unânimes em dizer que o Palmeiras merecia ser o finalista de seu estadual e o alviverde paulista não viu a bola durante todo o primeiro tempo, tendo se livrado, aliás, de tomar um gol de Émerson logo de cara.
O próprio Émerson, de cabeça, para desespero de Marcos, que voltou ao arco palmeirense, fez 1 a 0 e Davi, num brilhante contra-ataque, ampliou.
Marcos, aliás, aos 37, fez milagre de São Marcos, em cabeçada à queima-roupa de Pereira.
E o Palmeiras abriu a caixa de ferramentas, porque, na bola, não estava dando.
Aos 39, Jonas perdeu gol feito em passe perfeito de Léo Gago.
Sim, 4 a 0 era o placar normal para o que os dois times faziam em campo.
E Léo Gago tratou de fazer 3 a 0 ainda no primeiro tempo, com a colaboração de Danilo, que desviou a bola e tirou Marcos do lance.
O que Felipão poderia fazer no intervalo? Rezar?
Marcelo Oliveira certamente queria mais: “Três vira, seis acaba, em pessoal”, sonhou.
E seu time também, embora o Palmeiras até tenha voltado um pouco melhor.
O que durou apenas 10 minutos, pois Leandro Amaro derrubou Bill na área e o próprio Bill se encarregou de bater o pênalti para fazer 4 a 0.
4 a 0!
O mesmo placar com que o Coritiba despachou o Caxias no primeiro jogo das oitavas.
E o 5 a 0 pintou diversas vezes, ainda mais que Rivaldo foi expulso depois de dar uma cotovelada em Bill, aos 17.
Aos 31, por exemplo, Davi chutou por cima o quinto gol.
Um massacre que deixava o Palmeiras como se anestesiado, incrédulo, como se não soubesse de onde vinha o caminhão descendo a ladeira para atropelá-lo.
E Wellington Paulista estava em campo, assim como Chico e Adriano, porque João Victor foi trocado para não ser expulso, e Patrick e Lincoln porque não jogaram nada mesmo.
Geraldo, aos 46, fez 5 a 0, como se estivesse passeando, sob as vistas da complacente melhor defesa da fase de classificação do Paulistinha.
Aos 47, foi a vez de Anderson Aquino mostrar que se três vira, seis acaba.
Dá para virar em São Paulo?
Claro que dá, basta lembrar que uma vez o Palmeiras tomou de 5 a 0 do Grêmio no Olímpico e devolveu com um 5 a 1 no Palestra, o que não serviu, mas foi impressionante.
Eram as quartas de final da Libertadores de 1995 e o técnico do Grêmio era o Felipão.
Mas há também quem acredite em Papai Noel.
O fato é um só: o Coritiba marcou sua 24a. vitória consecutiva no Palmeiras que detinha o recorde de 21 triunfos seguidos desde 1996.
E não se fala mais nisso.
Até porque o 6 a 0 ficou barato, para mais de 31 mil torcedores que festejam, justamente orgulhosos, no Couto Pereira.
Assistam o espetáculo: