quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Presidente polaco discursa no parlamento alemão


Discursando no Bundestag, em cerimônia sobre os 75 anos do início da Segunda Guerra, o presidente da Polônia Bronisław Komorowski condenou ingerência russa na Ucrânia e a taxou como "agressão sem precedentes".

O presidente polaco, Bronisław Komorowski, elogiou nesta quarta-feira (10/09) a reconciliação entre Alemanha e Polônia, "Ambos os povos podem se orgulhar desta reconciliação", na Câmara baixa do Parlamento alemão, em Berlim.
Ele lembrou também que somente alguns dias depois da invasão alemã da Polônia, em 1° de setembro de 1939, tropas soviéticas também entraram na Polônia.
A União Soviética era naquela época um aliado da Alemanha de Hitler.

"Estrada da liberdade"
Komorowski elogiou especialmente que, passados 25 anos da queda do Muro de Berlim, uma nova geração de alemães e polacos possa trabalhar e aprender juntos. Ele também lembrou o movimento sindical polaco Solidariedade que, segundo ele, foi uma das ações que tornou possível a liberdade na Europa."O que une os europeus é a crença de que a dignidade humana é inalienável", afirmou.
O chefe de Estado polaco também disse que a crise na Ucrânia é um "desafio para todo o mundo ocidental". Em relação ao comportamento do governo russo, ele acusou Moscou de estar realizando uma agressão sem precedentes. "Diante de nossos olhos, estamos testemunhando o renascimento de uma ideologia nacionalista que, sob o pretexto de slogans humanitários sobre a proteção de minorias nacionais, viola os direitos humanos e o direito internacional", afirmou, diante dos parlamentares alemães.
"Conhecemos tudo isso muito bem dos anos 30 do século 20", observou. Segundo ele, é necessária agora na Europa uma política sábia, a longo prazo, mas também eficiente. "Continuamos a acreditar que a nossa estrada da liberdade está ficando cada dia mais longa e que ela vai chegar até a parte mais leste da Europa", frisou Komorowski.

"Amizade é um milagre"
O presidente polaco, de 62 anos, há muitos anos trabalha pela reconciliação teuto-polaca. Durante seu tempo como presidente do Parlamento da Polônia, entre 2007 e 2010, realizou reuniões periódicas com seu colega alemão, o presidente do Parlamento alemão, Norbert Lammert.
Antes do discurso de Komorowski, Lammert também falou sobre a amizade entre Polônia e Alemanha, afirmando ser uma grande conquista que alemães e polacos sejam hoje amigos. "A Polônia foi a primeira vítima desta guerra e quem mais sofreu com a ocupação alemã", frisou. Lammert lembrou também o "extermínio industrial dos judeus europeus", que fez com que a Polônia se tornasse "o maior cemitério da civilização europeia".