O jornal Gazeta Wyborcza traz em sua edição de hoje, 13 de janeiro de 2011, o relatório final sobre a Catástrofe de Smolenski, onde morreram 96 cidadãos polacos, entre eles o casal presidencial, em abril do ano passado. A primeira página da edição foi totalmente tomada pela publicação do relatório.
Neste está que o comandante da aeronave decidiu aterrissar sob neblina assumindo o risco por conta própria; que a tripulação estava sob enorme pressão; que os controladores do aeroporto de Smolenski não tiveram qualquer efeito sobre a tragédia.
Na apresentação de ontem do relatório da Międzypaństwowego Komitetu Lotniczego (MAK - Comitê Internacional Aeroportuário), na sede da Agência de Notícias Interfax, em Moscou, os representantes mais importantes do Ministério das Relações Exteriores russo fizeram questão de salientar que "Aguardamos a reação polaca. Nós esperamos pela oposição ao nosso relatório, rejeitando-o, mas não é nossa intenção enfrentar esta situação. Nós tentamos realmente ser objetivos, embora ninguém nessas situações esteja muito à vontade e feliz. Se de parte do governo polaco houver insistência em se solicitar uma arbitragem, então poderemos considerar isto".
A arbitragem por uma terceira parte, caso russos e polacos não estejam de acordo entre si com o conteúdo do relatório sobre os motivos do desastre pode vir a acontecer. Segundo o jornal "Gazeta" o governo polaco soube extra-oficialmente qual a ideia principal do relatório do MAK há seis dias. Ele foi trazido para Varsóvia, pelo ministro dos Transportes russo Igor Levitin.
O relatório sobre as razões para a tragédia de 10 de abril, e que matou além do presidente Lech Kaczynski, outras 95 pessoas, tem um total de 210 páginas. Está incluído como anexo documentos da parte polaca do comitê, divulgados em dezembro passado.
No vídeo abaixo é apresentada uma simulação com o trechos das conversas trocadas entre a torre de controle e a cabine do avião minuto a minuto, a partir das 10:24horas até 10:40 horas daquele sábado trágico na história recente da Polônia.
O último contato com a torre ocorreu às 10:39 horas antes do acidente. Os controladores de vôo têm permissão para decidir sobre o pouso, mas com a condição de que, na altura de 100m, os pilotos possam estar vendo o chão claramente. Na neblina em que se encontra a pista naquele 10 de abril, isto era impossível. O piloto desobedeceu a ordem da torre de levantar vôo para outra arremetida, mas continuou a descida (o navegador lia 10m de altura, os pilotos não responderam ao sistema de alerta TAWS para se aproximar da terra), deveriam levantar para uma segunda tentativa de aterrissagem.
"Os controladores da torre não tinham como proibir o desembarque. Era um vôo internacional de uma hora operado pela aeronave do Estado de transporte de passageiros. De acordo com nossas regras em tais situações, a decisão de decolar e aterrissar é de inteira responsabilidade do piloto e apenas dele. A torre só pode aconselhá-lo", disse a chefe da MAK, Tatiana Anodina.
Até o último momento na cabine do Tu-154, o comandante foi o Major General Andrzej Błasik da Força Aérea Polaca. "Sua presença na cabine era uma pressão para os pilotos, bem como as expectativas dos principais passageiros [Kaczynski] de aterrissarem logo", disse o chefe do comitê de investigação Aleksi Morozov.