quinta-feira, 10 de abril de 2008

Buscador de origens viajando

Caros leitores ganhei a estrada nos "caminhos de ferro" polacos. Estou em em busca de documentos na regiao de Lublin... quando voltar apresento o relatório.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Governo polaco "briga" contra a inflação

Foto: Seweryn Sołtys

A quantidade de notas de 200 złotych em circulação é mais um indício da inflação que ninguém admite mas que tem dado sérias dores de cabeça ao governo do primeiro-ministro Donald Tusk.
Os prognósticos mais pessimistas da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (que reúne os países mais ricos do mundo) é de que a inflação fique acima dos 7% na Polônia, no próximo ano. Os especialistas da OCDE, ao analisarem os 11.4% de desempregados do final de 2007 e os atuais 5% de inflação, acreditam que o poder de compra da moeda polaca vai ficar entre 4,2% e 8,4% em 2008.
Piotr Kalisz, economista do banco CitiHandlowy, afirma que a situação dos Estados Unidos, Ásia e Grã-Bretanha tem forte influência na economia da Polônia, já que muitos polacos estão trabalhando nestas regiões. Também a valorização do złoty em 30% em relação ao dólar nos últimos meses pode estar influenciando esta alta da inflação na Polônia.
P.S. E parece que a solução de segurar os salários nos últimos dois anos em patamares muito inferiores aos práticados nos outros países membros da União Européia é sintomático dos métodos arcaicos dos economistas dos últimos governos polacos. Soluções como esta faziam parte do receituário brasileiro nos tempos de hiperinflação.

Fotógrafas polacas 3

Foto da fotógrafa polaca Zofia Rydet (falecida em 1997) do período "z cyklu mały chłowiek" de 1956, na exposição fotográfica "Ela - Documentalista - As mulheres polacas fotógrafas do século 20", que vai até 18 de maio, em Varsóvia, na Galeria Zachęta.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Escoteiros polacos em São Paulo


O Consulado Geral da República da Polônia, em São Paulo, está informando está sendo criado um Grupo de Escoteiros Polacos. O Grupo será afiliado à União dos Escoteiros do Brasil. Crianças descendentes de polacos podem particpar nas categorias:
Ramo Lobinho, de 7 a 10 anos
Ramo Escoteiro, de 11 a 14 anos
Ramo Sênior, de 15 a 17 anos
Ramo Pioneiro, de 18 a 20 anos
A iniciativa de formar um Grupo de Escoteiros Polaco, em São Paulo, faz parte de um projeto de continuidade desta tradição de escoteirismo que a comunidade polaca possui e que durante décadas esteve presente através do grupo “Orzel Bialy” Águia Branca), encerrado nos anos 80. Inscrições e maiores detalhes com Edson Dobgynski pelo e-mail: edsoncaec@hotmail.com

O mundo do Pierogi


A iguaria mais popular na Polônia, sem dúvida, é o Pierogi. Sua preferência é tanta, que existem restaurantes especializados apenas nele, as chamadas Pierogarnia. Além dos “Bar Mleczny” (mlétchni – de leite) – pequenos restaurantes remanescentes do período comunista, que funcionam com subsídio do governo e, portanto são extremamente baratos. Para se ter uma idéia, enquanto num restaurante comum do centro da cidade uma porção de pierogi com 8 unidades custa entre 15 e 32 zł (depende do status do estabelecimento), no Bar Mleczny custam apenas 2,70 zł. Evidentemente que estou falando de Cracóvia. Os preços em Varsóvia, em geral, costumam ser mais altos e em outras cidades mais baixos. Após a queda do regime comunista e do fim da economia de escassez, a maioria destes bares de leite desapareceu. Contudo, alguns deles foram preservados como meio de apoiar as pessoas mais pobres da sociedade. Atualmente, quase todas as cidades do país têm pelo menos um “bar de leite”. O subsídio do Estado alcança vinte milhões de złotych por ano e, frequentemente, também bancados pelas autoridades municipais. São populares entre as pessoas mais velhas, pensionistas, sem abrigo e também entre os estudantes e professores universitários e procurados cada vez mais pelos turistas. Nestes bares evidentemente que o prato mais vendido é o pierogi que pode ser servido com molho de alho frito, toicinho frito, cebola frita, mostarda, manteiga ou creme de leite doce. E as variedades são:

Pierogi salgados servidos molho de alho frito, cebola frita, toicinho, mostarda, ou manteiga.

- ruskie – cozido com batata e ricota.

- z kapustą i grzybami – repolho azedo, cogumelo seco.

- wrocławskie – trigo sarraceno, ricota, toicinho.

- z kaszą – trio sarraceno, repolho azedo, cogumelo seco.

- z soczewicą – lentilha verde, cogumelo seco.

- z mięsem – carne de porco e gado, cebola, manjericão, alho, pimenta.

- Diavolo carne de porco e gado, páprica, cebola, páprica forte e doce, manjericão e pimenta.

Pierogi servidos com creme de leite doce

- z serem – queijo branco, açúcar de confeiteiro, baunilha.

- Działkowca – queijo branco, czarna porzeczka (fruta de cassis), açúcar de confeiteiro.

- z jagodami – mirtilo e açúcar de confeiteiro.

- z jabłkami - maçã, açúcar de confeiteiro, canela.


Receita básica do pierogi ruskie

INGREDIENTES:

  • 1 kg de farinha de trigo
  • 3 ovos
  • 3 colheres de azeite
  • 1 colher de sobremesa de sal

RECHEIO:
  • 1 kg de de ricota ou requeijão
  • 1 Kg de batatas
  • Sal a gosto
  • cheiro - verde a gosto
MODO DE PREPARO:
  1. Coloque numa bacia grande os ovos, a farinha e o azeite.
  2. Amasse muito bem, quando a massa estiver lisinha, abra como massa de pastel, usando rolo, uma garrafa limpa.
  3. Corte a massa com um copo, recheie a massa, feche passando um garfo nas bordas e cozinhe, em aproximadamente 2 litros de água fervente, por 5 minutinhos.
  4. Coloque por cima seu molho preferido, branco ou ao sugo.
RECHEIO:
  1. Cozinhe as batatas, amasse bem com garfo ou passe no espremedor.
  2. Misture a ricota ou requeijão muito bem até ficar num ponto de creme.
  3. Acerte o sal, coloque o cheiro verde.
  4. Misture mais um pouco.
  5. Recheie a massa com essa mistura.
É preciso dizer ainda que deve-se cozinhar a massa em água quente com sal. Está bom quando subir, deixe mais 2 minutos e retire com uma escumadeira. Faça o molho de manteiga e cebolas fritas (frite na manteiga mesmo) e jogue em cima dos pierogi cozidos.

P.S. e ainda tem o Pierogi de Pinhão (receita do Otacílio Drutchajki) já publicado aqui neste blog...ver na coluna ao lado de Arquivo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Wisła Kraków: Quase...campeão!!!

Paweł Brożek, artilheiro do campeonato
Os adversários já estão cumprimentando o treinador do Wisła Kraków pelo título antecipado. Maciej Skorża, entretanto, refuta e diz que talvez daqui a duas semanas possa aceitar os cumprimentos. Para isso sua equipe não pode perder e o Legia e o Groclin continuarem estacionados. Mas não há como o time de Cracóvia perder este campeonato 2007-2008. Além de um plantel com jogadores de seleção e do artilheiro do Campeonato, Paweł Brożek, conta ainda com os brasileiros Cleber e Jean Paulista, este por exemplo, nesta última vitória por 2 a zero contra o Chorzów, deixou o banco de reservas, ofendido por não ter entrado em campo.
Venceu o Wisła com Pawełek - Baszczyński, Dudka, Kokoszka, Piotr Brożek - Łobodziński (63, Niedzielan), Sobolewski, Jirsak, Zieńczuk (81, Junior Diaz) - Paweł Brożek, Boguski (76, Matusiak). Ou seja, não estavam em campo os dois brasileiros e argentino (de pai brasileiro) Mauro Cantoro que foi a Buenos Aires tratar de assuntos problemas particulares. Jirsak, destaque deste jogo, conseguiu completar sua segunda partida na equipe como titular desde que foi contratado.
P.S. em destaque na escalação os jogadores da Seleção Nacional.

Kubica, mais uma vez no podium



Palmas para o conterrâneo Felipe Massa...tem tudo para ser campeão. Carro não lhe falta... basta apenas guiar e não cometer erros. Pois não tem pra Mclaren, nem Renault.
E ele chegou em terceiro... louros da vitória para o louro da Polônia!
O destaque deste início de campeonato é mesmo o cracoviano Kubica (Cubitssa). Não bastasse a inédita pole-position, ele subiu ao pódium pela segunda vez este ano, em Banhrein. A BMW, a mesma que deu título ao nosso eterno Nelson Piquet, não está para brincadeira. A marca alemã vem crescendo muito e logo logo esta fase Ferrari-Mclaren acaba e o polaco tem tudo para brilhar nas próximas corridas e campeonatos... Quem sabe se Massa não dá mais uma vez chance ao azar e Kubica traz para a Polônia este título de 2008?
Sei...sei... há Lewis Hamilton. E além disso, parece que o arrogante espanhol está fora do páreo, pelo menos este ano... o que de alguma forma é uma pena para nosso Nelsinho Piquet, pois se o bicampeão não tem carro... o brasileiro também não tem.
Mas para um país que nem possui autódromo (digno deste nome), que não tem nenhuma tradição na Fórmula1, o aparecimento de Kubica é para ser comemorado como tem feito a imprensa e a televisão polaca nestes dias. Depois do saltador de esqui Adam Małysz é o novo herói da fanática e festiva torcida polaca.

domingo, 6 de abril de 2008

Polaco voador: feito inédito


A escorregada do brasileiro Massa na sua última volta deu ao polaco uma "pole" histórica em vários sentidos. Foi a primeira da BMW Sauber, equipe que está apenas em sua terceira temporada na F1 – a montadora alemã era fornecedora de motores da Williams, comprou a Sauber e fez um time próprio em 2006. Foi também a primeira de um carro alemão desde 1962. Embora a BMW Sauber tenha sede na Suíça, corre sob bandeira da Alemanha. A última "pole-position" genuinamente germânica tinha sido de Dan Gurney, com um Porsche, há 46 anos, num GP da Alemanha.
Mas o feito maior foi mesmo do cracoviano Robert Kubica (robert cubitssa), pois jamais um polaco havia obtido a posição de honra de um grid na F1 e Kubica se torna, assim, o primeiro piloto de países da antiga Cortina de Ferro a conseguir a façanha. Por fim, Kubica interrompeu uma seqüência de 21 "poles" consecutivas de McLaren e Ferrari – a última de um time diferente havia sido da Renault, com Fernando Alonso, no GP da China de 2006.
Isso significa que ele é o favorito à vitória hoje? E quem é que está se importanto com isso na Polônia? Estão todos comemorando o feito histórico de um polaco genuíno. no Bahrein, na pista do Deserto de Sakhir... pois tem aqueles "por aqui" que consideram Emerson Fitipaldi, o primeiro polaco a despontar na F1... o brasileiro Emerson é filho de polaca de nascimento.

sábado, 5 de abril de 2008

"Buscador de origens" viajando

Caros leitores, desde a ultima quarta-feira estou em viagem pela Pomerania e Wielkoposka em busca das origens de outro brasileiro descendente. Ja andei por Kamien Pomorski, Miedzywodzie, Swinoujescie, Wolin, Sczeczin, Choszczno e Smolen. Contarei a respeito na sequencia.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Três anos sem ele

As 21:37 minutos daquele sábado há três anos morria, no Vaticano, Karol Wojtyła, o Papa João Paulo II. Mais que um papa ele é um herói nacional para os polacos. Sua palavra é rememorada em dezenas de filmes, cd´s e livros que são publicados desde então na Polônia. As igrejas hoje relembram sua vida e sua obra em centenas de missas e atos religiosos.

Federação Polaca monitora descendentes

Sebastian Boenisch do Werder Bremen é polskiego pochodzenie e está avaliado em 3 milhões de Euro e uma solução melhor do que Roger.
A imprensa polaca volta a tocar no assunto do passaporte polaco requerido por dirigentes do futebol para o meio campista brasileiro Roger Guerreiro. Desta vez, porém, o jornal Rzeczepospolita, na edição de hoje, analisa a situação de jogadores de descendência polaca que se destacam em outros campeonatos do mundo. O que não é o caso de Roger que não tem nenhum antecendente polaco. Cita-se a Turquia e a Alemanha como países que possuem em seus campeonatos jogadores "polskiego pochodzenie", ou seja com origem polaca. São mais de 2 mil jogadores juvenis que possuem sangue polaco nas veiais nos diferentes campeonatos na Alemanha. Destes cerca de 500 estão sendo monitorados pelo jornalista e "olheiro" Maciej Chorążyk. Sua função é descobrir talentos que possam vir a servir a seleção nacional polaca. "Quando percebo algum talento em algum jogador de origem polaca, telefono para ele e marco um encontro com ele e sua família. Se este garoto se sente polaco passo a observá-lo com quatro olhos." Diz Chorążyk.
Segundo Jacek Protasewicz, a idéia é que estes adolescentes nascidos na Alemanha, mas de pais ou avós polacos, possam vir a servir a seleção da Polônia no Campeonato de Seleções Euro 2012, quando esta copa será realizada na Polônia e Ucrânia. Protasewicz, que representa a PZPN - Federação Polaca de Futebol diz que o entusiasmo que estes jovens possam sentir por defender a Polônia pode enfraquecer se não percebem algo concreto, já que o plano é de que a viagem a Polônia deve ser paga pela própria família. Ou seja, uma vez descoberto um talento, e tendo havido a conversa com a família, o jovem de origem polaca seja encaminhado ao centro de treinamentos da Federação Polaca de Futebol, em Varsóvia. Evidentemente que nesta primeira etapa o país escolhido seja a Alemanha, pois é vizinho da Polônia e há uma quantidade enorme destes jovens. Pois Estados Unidos, Austrália ou Brasil ficam muito longe e os bilhetes de passagem são muito caros.
Mas exemplos, como o de Robert Acquafreski, nascido na Itália de mãe polaca que descartou a possibilidade. Quando consultado, respondeu: "Eu amo pierogi, mas jogarei pela Itália".
Chorążyk, diz que já recebeu ligações em seu celular de jovens da prória Polônia, da França, dos Estados Unidos, da Suécia, da Inglaterra, da Alemanha e do Brasil. Todos entusiasmados de poderem treinar em Varsóvia visando defender as cores da Polônia em competições internacionais.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Prima Aprilis na Polônia

O Primeiro de abril - Dia da Mentira no Brasil é mais conhecido na Polônia pela sua denominação em Latim Prima Aprillis, ou também Dzień żartów. Na Grã-Bretanha é chamado de April Fool's Day ou All Fools' Day - Dia dos Bobos, na França de Dia do Peixe e na Grécia de Demétrio e Persefone.

Cartunista: Maciej Trzepałka

"Podeis Babys ter alguma esperança consigo mesmas . O prefeito da aldeia determinou que primeiro de abril é o "dia da esterelidade"

Dżem no Woodstok polaco


O grupo de rock polaco Dżem (pronuncia-se djem) no Festival de Jarocin (o Woodstock da Polonia) canta Czerwony jak cegła (tchervoni iak tcegua - vermelho como tijolo) de 1986. O Festiwal Muzyków Rockowych, que se realiza desde 1970 na pequena localidade de Jarocin (74 km ao Sul de Poznań), é um espaço livre para apresentações de rock, blue, heavy metal, punk rock, reggae e sons alternativos. Os bilhetes de entrada para o festival deste ano começaram a ser vendidos no último dia 17 de março Bilety na rede Ticketpro (www.ticketpro.pl) e na Eventim. Os shows acontecem nos entre os dias 18 e 20 de julho. Já estão confirmados estes grupos e artistas: Kult, Nosowska, Renata Przemyk, Vavamauffin, Koniec Świata, CF98, Kumka Olik, Napszykłat, Poise Rite, Orchid e Paprica Korps.
Fotos da edição do ano passado - 2007



segunda-feira, 31 de março de 2008

Apesar das incertezas economistas estão otimistas

O setor da construção civil está em completa expansão na Polônia e o governo quer mais.
Uma nova análise sobre o futuro econômico poloco demonstra um pouco de otimismo mas também incertezas. O principal indicador das tendências futuras da economia na Polônia subiu 1.8 % em março de acordo com pesquisa da agência "Bureau for Investments and Economic Cycles - BIEC". Porém, os analistas da BIEC dizem que o indicador está bem debaixo do pico registrado em junho de 2007. Nos meses recentes, o indicador flutuou muito na Polônia, o que na opinião dos analistas do BIEC, significa que há um grau de incerteza econômica que tende a permanecer nos póximos meses. Os analistas da agência acreditam que, entretanto, alguns indicadores apontam positivamente. A BIEC acentuou que a eficiência laboral aumentou no setor de produção nos últimos meses, embora não tenha sido verificado um aumentos na base salarial. Os analistas do BIEC também afirmaram que o humor entre gerentes polacos relativo à situação econômica global não melhorou, apesar da situação financeira ter melhorado para as empresas e companhias.

Distúrbio polaco sobre Tratado de Lisboa

Manchete do jornal Gazeta Wyborcza, desta segunda-feira, 31 de março de 2008: Lisbona w Prima Aprilis: Lisboa em Primeiro de Abril. E no subtítulo: Tornou-se um absurdo distúrbio a ratificação do tratado lisboeta. O Presidente e o Primeiro-Ministrosairam da audiência conjunta para um reunião extraordinária do Sejm (Câmara dos Deputados).

Mais fácil construir na Polônia

Manchete do jornal Rzeczpospolita, desta segunda-feira, dia 31 de março de 2008: Będzie łatwej budować - Será fácil construir. E no sub título: Desaparecerá a permissão de construção. Na mudança será requerida o registro do investimento - Esta é a idéia do governo para aumentar o número de moradias.

domingo, 30 de março de 2008

Galaretka: geléia polaca

Galaretka (Geléia de Mocotó)

Ingredientes:
- 1 pé de boi bem grande (em rodelas grossas)
- 750 gr. de carne (muito músculo)
- 4 folhas de louro
- 1 colher de sopa de alho amassado
- 3 colheres de chá de molho de pimenta suave
- 1 pacotinho de pimenta da jamaica
- 1 colher de sopa de sal
- 150 gr. de legumes à gosto (cenoura, ervilhas...)
- 1 maço de cheiro verde
- 10 ovos cozidos.

Preparo:
Lave bem o pé de boi e leve para cozinhar (com bastante água) em panela de pressão por aproximadamente 2 horas. Numa outra panela cozinhe a carne musculosa com água e um pouquinho de sal... até que fique bem molinha. Retire o pé de boi com escumadeira e corte bem miúdo, retirando todas as gorduras. Deixe descansar. Retire a carne com escumadeira e desfie. Coloque as águas (do cozimento do pé de boi e da carne) numa panela grande e cozinhe os legumes em pedaços. Coloque a carne e o pé de boi nesta mesma panela dos legumes e adicione os temperos (louro, alho, molho de pimenta, pimenta da jamaica e sal. Deixe ferver por 20 minutos.

Montagem:
Forre vasilhames (tipo refratários em forma de anel) com rodelas de ovos cozidos e cheiro verde picado. Derrame o cozido vagarosamente. Deixe esfriar e leve para gelar. Depois de bem firme, raspe delicadamente a goprdura que se formou em cima e jogue fora. Então desenforme virando sobre um prato de maneira que os ovos cozidos fiquem por cima. Sirva com limão e pão de centeio.

UE sem controle de passaporte

Foto: PAP
O chamado espaço Schengen foi ampliado hoje, a partir da meia-noite, com os nove países que entraram na União Européia em 2004. Isto significa que já não existem controles de fronteiras nos aeroportos entre os países que compõem a União Européia. Assim Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia e não têm mais fronteiras com 24 países europeus. Continuam fora do espaço Schengen Irlanda, Reino Unido (que não aderiram aos Tratado) e Chipre, Bulgaria e Romênia (que ainda não estão prontas para acabar com os controles de fronteiras). Apesar disso, países como Noruega e Islandia que não são membros da União Européia aderiram ao tratado da Europa sem fronteiras. Está previsto também que a Suíça que não faz parte da UE se incorpore ao espaço Schengen ainda este ano. Com a eliminação dos controles nos aeropuertos, espera-se que as filas nos terminais se reduzam e inclusive passageiros extra-comunitários, como por exemplo, os brasileiros, possam se deslocar dentro do espaço Schengen com apenas um controle de passaporte, este será carimbado apenas no aeroporto de chegada desde o Brasil. Nas demais conexões dentro da Europa não haverá mais carimbos nem se precisará enfrentar filas para mostrar o passaporte. Por exemplo, um curitibano embarca em Curitiba com destino a Cracóvia. Faz conexões em São Paulo (apresenta o passaporte a Polícia Federal no embarque internacional) e em Frankfurt na Alemanha (o passaporte é carimbado) e desce em Cracóvia (sem controle e sem carimbo). De Cracóvia descide viajar até a Espanha (não haverá controle nem carimbo no passaporte). Mas se de Cracóvia descide viajar até Tel Aviv (Israel) aí sim terá que passar pelo controle e receber o carimbo no passaporte.
A área Schengen, denominada assim em homenagem a cidade de Luxemburgo onde o tratado de eliminação de fronteiras foi assinado, compõe-se de quase 405 milhões de pessoas e 3,6 milhões de quilômetros quadrados.

sábado, 29 de março de 2008

Kurytyba-Curitiba faz aniversário

Totem das cidades parceiras de Cracóvia.
No alto, a placa de Kurytyba, a única cidade gêmea de honra da capital da alma polaca.
Foto: Ulisses Iarochinski

Kurytyba a 11.500 km de distância de Cracóvia está fazendo 315 anos de existência. Sim, a capital dos paranaenses é a única cidade do Brasil que possui grafia própria no idioma polaco. Pois se fosse grafada como em português, os polacos diriam Tssuritiba e não Kurytyba.

A cidade do segundo planalto paranaense é mais conhecida em Cracóvia do que a mundialmente famosa Rio de Janeiro, ou Buenos Aires (capital do Brasil para desavisados europeus).

A prova disso é o diálogo com um motorista de táxi:

Taxista: O senhor é búlgaro, não?
Brasileiro: Búlgaro, por que?
Taxista: Porque o senhor tem cabelo escuro e apesar de falar bem polaco tem um sotaque bem estranho. O senhor não é polaco!
Brasileiro: Não! Não sou búlgaro... Sou de muito mais longe, além oceano.
Taxista: Ah! Já sei. O senhor é brasileiro... de Curitiba.
Brasileiro: Mas como o senhor sabe que sou de Curitiba?
Taxista: Ora! Porque Curitiba é a capital polaca da América do Sul, a terceira maior cidade polaca do mundo. Só perde para Chicago e Varsóvia. E convenhamos um carioca não iria saber falar tão bem o idioma polaco.

Curitiba, ou Kurytyba é mais do que isso para os polacos em geral e para a Polônia, em particular. Destino de milhares de imigrantes nos séculos 19 e 20, Curitiba, durante muito tempo foi cantada em versos e prosa como a "terra onde corria leite e mel". Terra abençoada que teria sido escolhida por Nossa Senhora e indicada pelo Papa ao Imperador brasileiro Dom Pedro II como o paraíso buscado pelo sofrido e oprimido povo da nação Polônia.

O primeiro polaco a chegar à pequena Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais deve ter sido o capitão do exército, Edward Kasper Stepnowski, que chegou ao Brasil em 1826. Foi ele o primeiro polaco a se estabelecer no Paraná comprando terras na cidade de Castro, mais precisamente em 1858.

Depois dele foi a vez de Hieronim Durski, que reimigrou de Joinville e se estabeleceu, em 1863, na Vila do Príncipe, atual Lapa, a 65 km de Curitiba. Mais tarde o professor viria morar em Curitiba e seria considerado o "pai das escolas polacas do Brasil". Hoje Durski é nome de rua no bairro do Bigorrilho.

Mais tarde, em setembro de 1871, chegaram mais 32 famílias de silesianos polacos (que tinham vivido por dois anos em Brusque), conduzidas pelo padre Antoni Zielinski e pelo jovem silesiano Sebastian Edmund Wos Saporski, este chamado de "o pai da imigração polaca no Brasil" (e também nome de rua em Curitiba).

Os chefes daquelas famílias pioneiras eram: Franciszek Polak, Mikolaj Wós, Bonawentura Polak, Tomasz Szymanski, Szymon Purkot, Filip Kokot, Michał Prudlo, Szymon Otto, Dominik Stempki, Kasper Gbur, Balcer Gbur, Walenty Weber, Antoni Kania, Franciszek Kania, Andrzej Pampuch, Stefan Kachel, Fabian Barcik, Grzegorz Chyły, Leonard Fila, Baltazar Gebrza, Leopold Jelen, Andrzej Kawicki, Marcin Kempka, Błazej Macioszek, Walenty Otto, Wincenty Pampuch, Paweł Polak Marcin Prudlik, Jozéf Purkot, Jozéf Skroch, Tomasz Szajnowski e August Walder. No total eram 164 pessoas.

A partir de então, o movimento de polacos nunca mais parou. A última a chegar certamente é Alina Prałat, de Gryfino, cidade do Noroeste da Polônia, em março de 2007. Alina, mestre em geografia pela Universidade de Berlim, casou com o curitibano Leandro Rocha e espera o nascimento nos próximos dias do último curitibano desta imensa lista de polacos-brasileiros que nasceram na "terra de muitos pinhões", em mais de 150 anos de imigração polaca em Curitiba.

QUANTOS POLACOS?

Já em 1938, o Consulado da Polônia, em Curitiba, realizou um recenseamento sobre a etnia no Estado e constatou que os polacos representavam 10 por cento da população do Paraná e 15 por cento dos curitibanos.

Na década de 70, quando Curitiba chegava ao milhão de habitantes e o médico, historiador e ex-deputado Edwino Tempski apresentou uma pesquisa onde estimava que os polacos eram mais de 350 mil em Curitiba, seguidos por 210 mil moradores de origem alemã, 120 mil de origem italiana, 80 mil de origem ucraniana, 47 mil de origem síria e libanesa e 18 mil polacos-judeus.


Não por isso: possuir uma comunidade tão expressiva! Mas muito mais por influência cultural importantíssima; por tanta fumaça com cheiro de pierogi saindo das chaminés das casas de madeira (patrimônio polaco-paranaense) é que a etnia polaca exerceu e exerce sobre a capital de todos os paranaenses esta atmosfera impressionante de "cidade de todas as gentes".

Curitiba está em dezenas de livros sobre imigrações polacas para o mundo. E em quase todos estes livros está este poema do curitibano-polaco-negro Paulo Leminski:

Meu coração de polaco voltou
Coração que meu avô
Trouxe de longe pra mim
Um coração esmagado
Um coração pisoteado
Um coração de poeta
Paulo Leminski, Polonaises, 1980
Kurytyba - Curitiba... Mais polaca impossível... Tuas ruas... tuas casas... tuas avenidas de chorões... teu verde das matas preservadas dos bairros ao Norte, ao Oeste, ao Leste, ao Sul... tua tez clara, teus cabelos loiros e teus olhos azuis te denunciam. Por isso nesta data querida é preciso ouvir e cantar um parabéns na quarta língua mais importante da cidade, depois do português, do curitibanês, do caingangue... o parabéns para você em polaco:

Sto lat, sto lat, sto lat
Niech żyje żyje żyje nam
Jeszcze raz
Sto lat, sto lat, sto lat
Niech żyje żyje żyje naaaaaaaaaammmmmm

Tradução dos versos da canção de aniversário polaca:
Cem anos, cem anos, cem anos,
viva, viva, viva para nós,
mais uma vez,
cem anos, cem anos, cem anos, viva, viva, viva para nnnnnnnóóóóóóóóóóóóóssssssssssssssss.

Buscador de origens em Lomza

Foto: Ulisses Iarochinski
Esta semana tive sucesso em mais uma busca de certidão de nascimento de um ancestral de brasileiro descendente de Polacos. Além de enviar o documento encontrado para a pessoa que solicitou meus serviços de "buscador" de origem, costumo fazer uma espécie de relatório. Faço isso para demonstrar a honestidade do serviço, das dificuldades encontradas e também porque sempre ocorrem situações inusitadas. São estas surpresas que conferem os atrativos para que continue procurando documentos em terras da Polônia. Não fosse por conhecer a história da Polônia, a história da imigração polaca, dominar o difícil idioma polaco e a índole dos polacos de hoje, com certeza não teria como fazer estas buscas. Esta semana fui ao Noroeste do país, quase 500 quilômetros distante de Cracóvia (onde moro e estudo há cinco anos).
1. Antes disso, semana passada fui a Białystok, a 493 km de Cracóvia. Estive no Arquivo Nacional (que tem departamentos regionais). Mas a viagem foi frustrante. Não encontrei nenhum registro do ancestral pesquisado. Como não tinha mais tempo de ir procurar em outro lugar, em função das minhas aulas na universidade, voltei a Cracóvia. Como é de se esperar tive gastos com trem, ônibus e alimentação.
2. Mas como não desisto, esta semana enfrentei outros 469 km até Łomża (pronuncia-se uomja). Viagem cansativa. Três horas de trem até Varsóvia, depois um segundo trem local até a saída dos ônibus regionais. Lá tomei um ônibus até Łomża, ou seja, mais 3 horas. Cheguei já quando era noite. Temperatura de 5 graus negativos. Nenhuma viva alma nas ruas. Andando a esmo encontrei uma moça e perguntei: "Onde é o hotel mais próximo?" E ela respondeu: "O mais próximo? Você quer dizer o único?". Então, ela indicou-me a direção. Era preciso andar umas dez quadras a pé com aquele vento frio que cortava até não sei o quê. Mas encontrei o hotel naquela escuridão. As ruas de muitas cidades da Polônia são mal iluminadas. Consegui dormi, mas o hotel foi mais caro do que tinha planejado.
3. Dia seguinte fui ao Arquivo Nacional (sub-departamento de Łomża do regional de Białystok. Perguntei se poderiam me dar indicações de onde era Zabiele. A funcionária me disse que havia pelo menos 3 localidades com este nome nas redondezas. Disse então, que esta Zabiele ficava em Kolno. Perguntei também se o Arquivo Nacional fornece certidão de nascimento. Ela disse que não.
4. Fui então para estação de ônibus. Peguei o primeiro, das 10.30, para Kolno. A viagem, naquele ônibus antigo foi vagarosa. Mas muito bonita. Sol forte, céu azul, terra arada. Fui imaginando a vida dos imigrantes nos séculos passados nesta terra. Fiquei emocionado. Como é que saíram desta terra bonita para se meterem no meio das florestas do Paraná? Tinham que ser uns corajosos mesmos estes nossos bisavós. Tirei fotos pelo caminho de dentro do ônibus mesmo. Depois de um tempo apareceu o totem de boas vindas da cidade de Kolno.
5. No caminho até a estação, o ônibus passou em frente a prefeitura e cartório da cidade. "Menos mal, já sei onde é", pensei!
Prefeitura e Cartório de Kolno. Foto: Ulisses Iarochinski
6. Desci na estação e logo fui perguntar no guichê de vendas de passagens. "Por favor tem ônibus para Zabiele?" A funcionária respondeu com pergunta: "Mas qual Zabiele? tem três". Respondi: "de Kolno". Ela então: "Sim tem!" Perguntei: "Fica longe? É aquela onde deve ter uma igreja antiga... do século dezenove, pelo menos?" A mulher respondeu: "Não! Lá só tem propriedade rural... Fica pertinho aqui da cidade. A igreja antiga mesmo... é a de Kolno".
7. Fui caminhando então até o prédio da prefeitura. Céu azul, sol, mas frio de rachar. Fui direto à sala do Cartório, que ficava no térreo. Apresentei-me para duas senhoras que estavam lá. Disse que era do Brasil e que estava buscando registro de nascimento do bisavô de uma amiga. A mulher disse então: "Não! Para o senhor não vamos dar nada. A amiga é que tem que vir retirar". E inqueri: "Mas como? A senhora sabe que o Brasil não fica ali na esquina! Tem um oceano no meio e pelo menos 12 mil quilômetros de distância". E sorri.
8. Ela perguntou pelo ano de nascimento da pessoa que eu estava buscando. Disse que era 1906. A mulher retrucou: "Ihhh! Então nada feito. Não temos livro de assentamentos deste ano aqui". E Mostrou a prateleira com os livros de registros. "Eu sei, minha senhora. Mas na paróquia tem, não?", retruquei. Ela falou muito séria. Até ali, a conversa tinha transcorrido em meio a sorrisos: "Pode ser que tenha, mas eu não tenho aqui comigo e se o livro não existe aqui não posso fornecer a segunda via da certidão de nascimento. É lei!" Dizendo que não concordava com ela e que em outros cartórios que já tinha estado, eles aceitavam a fotocópia do assentamento no livro da igreja, pedi onde ficava a paróquia. A mulher me indicou o caminho. Saí dali e fui procurar a igreja.

Igreja de Santa Anna de Kolno. Foto: Ulisses Iarochinski

9. Encontrei a igreja. Bati na porta na casa do padre, que ficava nos fundos. Atendeu um padre e convidou-me para dar a volta e entrar pela porta do escritório ao lado. Lá dentro me apresentei, contando o que tinha vindo buscar. O Padre foi até um armário fechado que estava num canto e abriu as portas. Estava cheio de livros. Pegou um com a inscrição 1906 e começou a folhear aquelas páginas amareladas pelo tempo tentando encontrar o assentamento. Encontrou! "Aqui está!" Disse ele. Nesse momento me invadiu uma tremenda emoção. Fiquei emocionado da mesma forma que anos atrás, numa outra localidade da Polônia, encontrei o registro do nascimento de meu avô. Engraçado! Pela enésima vez eu me emocionava com o achado sobre o ancestral polaco de um brasileiro.
10. Pedi uma cópia do assentamento. O Padre disse que estava escrito em idioma russo, por causa do período da invasão russa nas terras da Polônia por 127 anos. Colocou então, o livro no "scanner" e fez uma, duas, três cópias até achar aquela que tinha ficado bem impressa. Em seguida procurou carimbos da igreja e dele e carimbou com tinta vermelha. Depois assinou com a declaração de que a fotocópia correspondia ao registro autêntico. Perguntei o preço e ele respondeu que era o quanto eu quisesse oferecer. Paguei então com uma nota de 10 zl. Agradeci muito. Ele sentiu que eu estava emocionado e me desejou boa sorte no Cartório.
11. Voltei com a preciosa fotocópia autenticada ao Cartório. O tempo já havia mudado, estava nublado e mais frio ainda. Mais uma vez estava diante da cartorária. Ela viu a fotocópia e disse: "Infelizmente é a lei. Não posso dar uma segunda via de algo que não possuo. E aqui não tenho este livro. Ele já foi enviado para o Arquivo Nacional. Nossa lei é esta. Todos os documentos com mais de cem anos devem ser enviados para o Arquivo Nacional. Não posso fazer nada". Mas argumentei: "Entendo, minha senhora, mas veja, aqui está a prova. E o livro está ali na igreja.". Ela foi decisiva: "Não adianta. Não posso lhe dar o que me pede". Quase desiludido, perguntei quem era o chefe e ela respondeu que era o prefeito. Pedi que indicasse onde estava o prefeito e ela disse que era no primeiro andar daquele mesmo prédio.
12. Na sala da secretária perguntei se o prefeito estava. A moça loira retrucou apenas: "Quem deseja falar com o prefeito?" Respondi com meu sobrenome e que era do Brasil. Usando o interfone, ela perguntou se poderia receber o sr. Iarochinski. Porta aberta, entrei para falar com o prefeito.
13. Apresentei-me. Disse que além de jornalista brasileiro era doutorando em história na Universidade Jagiellonski de Cracóvia. Então o prefeito disse: "Ah! Então temos uma visita especial em nossa cidade. O senhor quer café, chá, bolo?" E levantou-se trazendo em seguida um livro, um chaveiro e uma flâmula da cidade de Kolno. Conversamos...disse que a cartorária não queria fornecer o registro de nascimento. Ele então chamou a secretária e pediu para que a cartorária viesse conversar. Olhando pela janela, atrás do prefeito vi a nevasca que estava caindo, forte. Mas como era possível há uma hora atrás estava um céu azul e um sol forte. Decididamente esta primavera polaca está muito estranha este ano. A mulher do cartório entrou na sala do prefeito nesse instante e repetiu a mesma história de que não tinha o livro, que este se exisitiu ali no cartório teria mais de cem anos e que possivelmente foi enviado para o Arquivo Nacional. Então, o prefeito pediu para a secretária fazer uma ligação telefônica com o Arquivo sediado na cidade mais importante da região: Łomża. Ligou, conversou e encerrando a ligação, disse para mim: "É... Não vai dar mesmo! Mas o senhor vá até Łomża. Lá eles podem lhe dar uma declaração oficial do registro de nascimento do bisavô".
14. Não houve jeito. Saí dali sem a segunda via oficial da certidão de nascimento. Corri até a estação de ônibus para voltar a Łomża Eram 13 horas e o Arquivo Nacional iria fechar o expediente as 15 horas. Cheguei em Łomża as 14.20 horas. Corri até o Arquivo. Uma senhora me atendeu já com o livro de 1906 nas mãos. Mas disse que eu teria que fazer um requerimento e pagar a taxa. Mas esta só podia ser paga no Correio. Contudo, não haveria mais tempo de fazer isto hoje, pois ela encerraria o expediente dali a 20 minutos. Encarecidamente pedi que ela fizesse o favor de fornecer o documento neste mesmo dia, pois não tinha mais dinheiro para pernoitar na cidade. Ela resignada com meu pedido, auxiliou-me a escrever o requerimento. Voei até a agência de correio, paguei 26 zl e voltei na mesma desabalada corrida. Eram 15.08 minutos. A Declaração do Arquivo Nacional já estava redigida em cima da mesa. Tal declaração segundo a chefe do Sub-Departamento Regional do Arquivo Nacional de Łomża substitui a segunda via do Cartório. Pois, segunda a lei civil polaca, uma instituição só pode fornecer uma segunda via de um documento, desde que tenha estes registros em seu próprio arquivo. Como já se passaram mais de cem anos do registro só o Arquivo Nacional pode expedir esta declaração.
Correio de Łomża. Foto: Ulisses Iarochinski

15. Tarefa cumprida, mais uma vez tive sucesso na busca de documento que comprova que o ancestral de um brasileiro nasceu em terras da Polônia e que portanto, era sim... um polaco, em que pese invasões estrangeiras.