terça-feira, 11 de novembro de 2008

90 anos da Independência Polaca

Mapa da recuperação da Independência no ano de 1918. Vilno e Lwów ainda faziam parte da Polônia

Era 11 de novembro de 1918 quando finalmente o marechal da guerra Józef Piłsudski assume completamente o poder sobre o território da Polônia desaparecida do mapa 123 anos antes. O significado da data para os polacos atualmente é o maior de sua história, conforme atestam duas pesquisas de opinião publicadas nos dois principais jornais do país esta semana.
Uma Independência da opressão, da ocupação, da invasão. Agressões contra a Polônia, que causaram entre tantas coisas, a grande onda emigratória que ocorreu durante todo o século 19 e início do 20.
Marechal Józef Piłsudski


Com a morte do herdeiro do trono do Império Áustro-húngaro, naquela Sérvia de 1914, a Polônia, apesar da primeira guerra mundial que estourava, tinha pela primeira vez em mais de um século, a grande oportunidade de reconquistar seu território, seu Estado, seu mapa. Depois de dois anos de sangrentos combates na Europa, em 5 de novembro de 1916, os imperadores áustro-húngaro e alemão declaram a crianção do Reino Polaco nos territórios ocupados pelo reino da Rússia. Mais de um mês após, em 25 de dezembro, o Tzar Nicolau II faz declaração semelhante, dizendo sobre a criação de um Estado Polaco aliado a Rússia. Meses mais tarde, em 15 de agosto de 1917, Roman Dmowski e outros polacos criam em Lausanne, na Suíça, o Comitê Nacional Polaco. Com o fim da guerra chegando ao fim, o presidente dos Estados Unidos da América, W. Wilson faz a declaração de seus 14 artigos, em 8 de janeiro de 1918, onde no artigo 13 declara que "Deveria ser criado um estado polaco independente, que abrangesse os territórios onde resida a população majoritariamente polaca e para o qual deve ser assegurado o livre acesso ao mar. A independência política e econômica, assim como a integralidade dos territórios onde vive esta população, deveriam ser garantidos pelas convenções internacionais”.
Em 28 de agosto de 1918, o Conselho de Comissários Populares da Rússia Soviética anula os tratados de que dividiram a Polônia por mais de um século. E finalmente em 11 de novembro de 1918, os alemães assinam armistício em Compiègne, Norte de Paris, o fim da 1ª. Guerra Mundial.
Mas não foram apenas os invasores e potências amigas que faziam, declaravam, aclamavam, os polacos por sua parte, além de tomar parte nas batalhas da primeira guerra mundial lutavam, como sempre lutaram durante os 123 anos que duraram as invasões estrangeiras em sua milenar Polônia.

General J. Haller

Já em 1908, surgem na Galícia áustro-húngara as primeiras organizações militares não legais e paramilitares ambicionando a independência da Polônia. Em 6 de agosto de 1914, as Legiões Polacas, sob o comando de Józef Piłsudski, partem da Galícia e vão para os territórios ocupados pela Rússia. No período que durou a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1917, as Legiões Polacas, com três divisões, lutam na frente de batalha sob o comando austríaco. Mas sempre tendo em mente, que o objetivo maior era a Polônia. Assim em junho de 1917, na França, começa a ser formado o Exército Polaco, ou Armia Polska, sob o comando do General J. Haller. Um mês após, em julho de 1917, os soldados das Legiões polacas se recusam a fazer juramento de lealdade ao imperador alemão. As Legiões são dissolvidas e os alemães ordenam a prisão dos oficiais e legionários rebeldes. Piłsudski é um dos aprisionados. Os acontecimentos correm ao explodir das bombas, em agosto de 1917, na Rússia, o Exército Polaco cria suas formações, que ainda tinham que lutar sob o comando russo.
Tanta luta tem que ser reconhecida. Como uma ironia histórica, em 12 de novembro de 1917, é convocado pelos alemães e áustro-húngaros, o Conselho Regente do Reino da Polônia, instância executiva existente no território do Reino Congressista Polaco, sob aocupação russa.

Wincenty Witos

Os fatos são virtiginosos, em 28 de outubro de 1918, o polaco Wincenty Witos convoca a Comissão Polaca de Liquidação, em Cracóvia. A comissão extermina as relações estatais e jurídicas que ligavam a Galícia com o Império Áustro-húngaro e garantem a manutenção da segurança e da paz até o dia da criação do Estado Polaco Independente.
Ignacy Daszyński, em 7 de novembro de 1918, cria em Lublin, seu governo Independente. Cinco dias depois, coincidindo com o fim da guerra, Józef Piłsudski, regressa a Varsóvia, após ter estado aprisionado em Magdburg. O Conselho Regente, imediatamente lhe entrega a chefia das forças armadas da Polônia e o governo Daszyński se demite.
No dia seguinte, 12 de novembro, na cidade de Poznań é criado o Comitê Central de Cidadania transformado em Conselho Popular Superior em seguida. Os Alemães conferem ao Conselho a direção do território e logo depois este Comitê organiza o Levante da Wielkopolska. Dois dias depois, em 14 de novembro de 1918, o Conselho Regente transfere poder total para o Marechal Piłsudski no governo do novo Estado que voltava a figurar no mapa da Europa.

Ignacy Daszyński


Piłsudski convoca o primeiro governo central polaco, em 17 de novembro de 1918, cujo premeiro-ministro é J. Moraczewski. O autogoverno estava finalmente instalado.
As ações que anteriormente pareciam longas e sem resultado, agora se desenvolviam rapidamente. Era urgente reconstruir um Estado vilipendiado durante décadas. Em 22 de novembro, Józef Piłsudski se declara Chefe do Estado Polaco. O ano de 1918 termina, mas na Polônia ele marca as primeiras comemorações do natal e ano novo sob a bandeira branca-vermelha da velha Águia Branca.

Primeiro gabinete de governo em 1918, com Piłsudski, ao centro.

Em 16 de janeiro de 1919, o governo já tinha novo primeiro-ministro, era o pianista mundialmente aclamado, Ignacy Paderewski, que faz a convocação do seu governo e que consegue finalmente o reconhecimento internacional da Independência de sua nação. Na semanas seguintes, são realizadas as eleições do parlamento, em 26 de janeiro, para em 26 de fevereiro, o Parlamento aceita a Constituição que descreve os poderes superiores do Estado polaco. 17 de março de 1921, o Parlamento aprova a Constituição de Março.


Primeiro-ministro, o pianista Ignacy Paderewski

Mas apesar de tudo, a independência não está ainda garantida. É preciso lutar pelas fronteiras polacas, pelas agressões daqueles que não concordar com o renascimento do Estado polaco.
Entre 18 de dezembro de 1918 a 16 de fevereiro de 1919 acontece o Levante da Wielkopolska (Grande Polônia) na região de Poznań. Nos dias entre 16 a 26 de agosto é a vez do Levante da Śląsk (Silésia). Ainda em 1919, os exércitos tchecos ocupam a região Cieszyński na Silésia. É preciso defendê-la. O ano se encerra e as dificuldades continuam, um novo levante volta a ocorrer na Silésia entre 19 e 25 de agosto de 1920 e um plebiscito nas regiões da Warmia, da Mazúria e da própria Silésia para se incorporarem ao novo Estado.
Em 9 de julho de 1920, o Marechal Piłsudski solicita que os cidadãos polacos se alistem nas forças armadas para a defender a Pátria. Em maio do ano seguinte estoura um novo levante na Silésia, que dura até 5 de julho de 1921. Não bastassem estes levantes desde a abril de 1919 a março de 1921, a Polônia tem que enfrentar a guerra contra a Rússia bolchevique. Os revolucionários comunistas da mesma forma que a monarquia Romanov não queriam dar independência para a Polônia. Mas finalmente, depois de muitas batalhas, com os exércitos polacos entrando em Moscou, é assinado um acordo de paz em Riga e fica estabelecida a fronteira polono-soviética no Leste.

BRASIL
O Reino do Brasil e depois a República que durante este todo este tempo recebeu grupos e mais grupos de imigrantes polacos, denominados então polacos-russos, polacos-alemães, polacos-austríacos em função dos documentos de viagem que portavam estes indivíduos, era uma nação que desde então clamava em fóruns internacionais a Independência da Polônia.

O Águia de Haia, Rui Barbosa, defensor da Polônia.

Talvez o brasileiro que mais clamou por isto tenha sido Rui Barbosa, que já em 1907, como embaixador brasileiro na 2ª. Conferência de Paz em Haia, na Holanda, declara-se partidário da independência da Polônia. Em um discurso conferência de Petrópolis, em 17 de março de 1917 declara que “Os polacos eram um povo que havia conquistado as sympathias do mundo pelas injustiças políticas que, ha mais de um século, os governos autocratas da Russia, da Allemanha e da Austria faziam cair sobre a sua cabeça”.
No decorrer da primeira guerra mundial, o presidente Hermes da Fonseca declararia em 1914,
"rigorosa neutralidade” na Guerra. Três anos depois, o Brasil anula a declaração de neutralidade em 01 de junho de 1917. Em 23 de outubro daquele mesmo ano, navios alemães afundaram 4 navios brasileiros, no Atlântico. O presidente Wenceslau Braz declara que o Brasil entra na Guerra ao lado dos aliados.
Finalmente 1918, o O Brasil se torna o primeiro país da América do Sul a reconhecer a Independência da Polônia. E em 18 de janeiro de 1919, a delegação do Brasil participa da Conferência de Paz em Paris, assinando seis meses depois, em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versailles se tornando membro da Liga das Nações.


Quadro „Lwowskie orlęta. Obrona cmentarza” (Orlen em Lwów, defesa do cemitério) de Wojciech Kossak. Acervo do Muzeum Wojska Polskiego (Museu polaco das forças armadas).
Meninos polacos lutaram como soldados pela libertação da cidade polaca de Lwów, cidade que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Fonte: Archiwum „Mówią wieki”


Filme "Polonia Restituta" de autor desconhecido sobre a Independência da Polônia, com imagens da época, disponibilizado pela TVN24.pl.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Julia: uma revelação de atriz

Foto: Divulgação do Filme

Fui assistir este fim de semana no Kino PodBaranami (Cinema debaixo do carneiro), o filme "33 sceny z Życia" (33 cenas da vida), levado pelas críticas que o apontam como o melhor filme polaco não só deste ano, mas dos últimos anos. Dirigido pela cineasta Małgorzata Szumowska.
Realmente um ótimo filme com grandes interpretações. Mas a história tão comum na vida de todo mundo é uma seqüência de acontecimentos trágicos que era preferível não ter visto o filme.
Mas ao contrário disto, a sensação é de que o filme merece e deve ser visto e muito pelo desempenho da jovem atriz alemã Julia Jentsch.
Não só porque Julia é bela, tem um frescor, uns olhos expressivos, um corpo sensual, mas principalmente por seu talento dramático. Julia é uma revelação das mais gratas nos últimos anos no cinema europeu.
No filme de Szumowska, a personagem de Julia, em poucos meses sofre uma série de perdas, que começa com seu cachorro, depois com a morte da mãe, do pai e o marido. Este é o único que não fica claro se morre também ou simplesmente se separa dela.
A atriz nasceu em Berlim, em 20 de fevereiro de 1978. Filha de advogados estudou arte dramática Hochschule Ernst Busch de Berlim, entre 1997 e 2001. Em recente entrevista ao jornal Süddeusche Zeitung declarou que ela odeia ser o centro das atenções, já que seus projetos são mais importantes que a sua pessoa.
Ela também é pianista. Seu primeiro papel de destaque foi no filme cult "Edukators", com Daniel Brühl. Em 2005, pelo filme "Sophie Scholl – The Final Days", ela foi nominada para o Prêmio da Academia junto como o "Melhor filme de língua estrangeira" e ganhou como atriz o "Prêmio do Cinema Europeu", além de melhor atriz do "Prêmio do Cinema Alemão" e ainda o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim. Em 2005 ela esteve, bem pertinho do Brasil. Foi a Buenos Aires promover dois de seus filmes, "Sophie Scholl - Die letzten Tage" (2005) e "Fetten Jahre sind vorbei, Die" (2004).

João Paulo II, o maior patriota

O jornal Rzeczpospolita, na véspera das comemorações dos 90 anos de Independência da Polônia, publica na primeira página, desta segunda-feira, 10 de novembro uma pesquisa de opínião sobre as figuras históricas da nação.
O papa João Paulo II recebeu 55% da preferência popular. Seguido do Marechal Józef Piłsudszki com 25%. O líder operário que derrubou a União Soviética, Lech Wałęsa ficou com 9%, o cardeal Stefan Wyszyński 7%, enquanto Ignacy Paderewski apenas 2% proc.). A pesquisa foi realizada pela empresa GfK Polonia.
Segundo o sociólogo, prof. Janusz Czapiński, ouvido pelo jornal, embora os polacos considerem 11 de novembro de 1918, a data mais importante, que a eleição do papa em 1978, ou a queda do comunismo em 1989, o 3 de maio da Constituição, o fim da segunda guerra, a entrada na União Européia em 2004, a escolha massiva do nome de Karol Wojtyła como um dos grandes patriotas da nação pode ser entendido como a de uma pessoa não só religiosa, mas de uma pessoa que por sua grandeza e significado de polonidade suplanta tudo.
Para o jornal Gazeta Wyborcza, uma outra empresa de pesquisa, a Pentor perguntou qual a data mais importante. E deu isto mesmo, 1918 é o momento mais importante da história da Polônia, que recebeu 43% da preferência, seguido da Constituição de 3 de maio de 1791 com 12%. O final da segunda guerra mundial recebeu 12%, o início do pontíficado do Papa 6%, e o fim do comunismo 4%.
O 11 de novembro tem um significado, um tanto diferente daquele que o brasileiro tem pelo 7 de setembro. A Polônia já existia antes de 1918, ou mesmo antes de 1795, como uma das grandes nações do mundo renascentista, enquanto o Brasil antes do ato de Pedro I era apenas uma colônia portuguesa.
A Independência da Polônia foi a recuperação de sua independência como Estado depois de 123 anos de invasão estrangeira. E por isto é tão importante.

domingo, 9 de novembro de 2008

Zamosc - a princesa do Leste

Foto: Ulisses Iarochinski

Já ouvi e li que "uma imagem vale mais que mil palavras". Mas a surpresa ao dar os primeiros passos pela "anoitecida" Zamość (zamóchtch - tem acento agudo no S e no C), a princesa do Leste polaco, derruba esta sentença. Pois quantas fotos eu já tinha visto, quanto já tinha lido sobre esta cidade e nada ... mas nada, nenhuma das fotos, imagens, palavras podem descrever e mostrar o real encanto de uma das mais belas cidades do mundo.
Sim! Fiquei embevecido...estou! Zamość é qualquer coisa de especial...muito especial. Sabe? Fiquei até com orgulho da Polônia ter uma cidade tão bonita. Tão Linda!
Caminhar pela "cidade velha", patrimônio da humanidade, tanto à noite, quanto durante o dia é uma revelação contínua...suas fachadas coloridas, seus edifícios simétricos, suas calçadas cobertas são algo mais que encantador... são indiscritíveis... nenhuma imagem, nenhuma foto (tal qual esta) podem transmitir o que realmente é andar pelas ruas e sentir Zamość.

P.S. Estive lá esta semana, procurando certidão de nascimento de bisavô de brasileiro descendente de polacos. Não encontrei, mas fiquei maravilhado com a cidade. Na próxima visita a Polônia, além de Cracóvia (é evidente) inclua Zamość no roteiro.

sábado, 8 de novembro de 2008

Tusk acredita na zona Euro para 2011

O primeiro-ministro Donald Tusk e o ministro da economia Waldemar Pawlak.

"A Polônia tem chances reais de entrar na zona de euro em 2011", diz o primeiro ministro da Polônia, Donald Tusk. Essa é uma tarefa difícil, mas possível.
O primeiro ministro sublinhou que o governo vai precisar da aceitação dos polacos para introduzir euro e acredita que vai conseguí-la. Ele espera também que a Polônia vai cumprir as metas para entrar na zona de euro, ou seja, pelo menos dois anos de estabilidade econômica. Banco Central da Polônia declarou a cooperação com o governo polaco em mais importantes assuntos econômicos para o país.
Antes de entrar na zona de euro têm que ser cumpridas certas condições. A inflação não pode ser maior que 1,5% do médio nível de inflação em três países da União Européia, onde atingiu o menor nível. Taxas de juros de longo prazo não podem ultrapassar em mais de 2% a média das taxas de juros em três países da União Européia com a mais baixa inflação. A dívida pública não pode ultrapassar em 60% o PIB e o déficit do orçamento em 3% do PIB. Dois anos antes de adotar o euro a moeda nacional já está vinculada ao euro (mecanismo ERM2) e o seu câmbio pode oscilar em relação ao euro somente mais/menos 15%.

Fonte: Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Embaixada da República da Polônia. Acesse www.saopaulo.trade.gov.pl

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lalka de Bento Gonçalves

Lalka Kujawianka (boneca de Kujawy)

O núcleo da BRASPOL (Representação Central da Comunidade Brasileiro-Polonesa) de Bento Gonçalves está promovendo o concurso da Lalka - Boneca Viva entre as descendentes de polacos daquela cidade gaúcha. O prazo para inscrições vai até este domingo dia 9 de novembro.
Os pré requisitos são: Ter descendência polaca, residir em Bento Gonçalves, ser simpática e ter entre 3 e 8 anos. Os responsáveis pelas crianças interessadas podem entrar em contato com Thayse Noskoski pelos telefones 3453 9034 ou 3453 3888, ou participarem da reunião que acontece dia 09, na sede da Braspol, rua Bazilio Zorzi, 80 - Bairro Glória à partir das 16 horas.
A eleição da Lalka acontecerá no salão comunitário do Bairro Gloria, dia 07/dezembro, a partir das 16 horas. Será uma festa infantil, com brincadeiras, docinhos, salgadinhos, sorteio de brindes e com o desfile das candidatas ao titulo de Lalka - Boneca Viva. Este evento é realizado para preparar as pequenas meninas a concorrerem no certame maior que é a Krakowianka, ou Rainha.

P.S. As bonecas de louça com roupas típicas das várias regiões da Polônia são uma tradição, como esta da foto.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Buscador de origens viajando

Igreja de Zniatyn do seculo 17

Desta vez estou percorrendo a linha de fronteira entre Polonia e Ucrania.... Budynin, Zniatyn, Hulcze, Liwcze, Sulimow, Dolhobyczow....de longe uns 2 km vi do outro lado da fronteira a cidade de Sokal, na Ucrania... a guarda de froteira passa o tempo todo pela estradinha que liga as cidades polacas onde busca encontrar ancestrais da familia Ostrowski... boa sorte para mim e os descendentes Ostrowski brasileiros...

domingo, 2 de novembro de 2008

Dia das Almas na Polônia

Foto: AG

Os cemitérios polacos no Dia de Todos os Santos, primeiro de novembro é mais concorrido que o Dia dos Mortos (ou das almas, como é chamado na Polônia). Os polacos passaram a noite de sábado para domingo rezando nos cemitérios.

Ambos os dias são comemorados desde o século 10 pela Igreja católica Apostólica Romana. Antes disto o dia dos Mortos eram comemorado em outra data como uma comemoração pagã.

Depois da segunda guerra mundial, com o novo mapa saido da cabeça do soviético Józef Stalin, os polacos foram realocados na quase maioria das vezes de um lado para outro, quem estava no Leste e perdeu suas terras para a criação da Ucrânia como um grande país soviético, dando aos antigos rutenos terras que eram dos polacos, foram parar no extremo Oeste. Assim pessoas que estão residindo em Sczeczyn (no Noroeste do atual território da Polônia) se deslocam até Rzeszów (jéchuf) para orar nos túmulos dos seus que ficaram para trás. Num percusrso de mais de mil quilômetros. De algumas cidades da Polônia partiram neste fim de semana excursões para os cemitérios da cidade de Lwów (Lviv) que hoje estão na Ucrânia. Outras foram para Vilno, na Lituânia, pois ambas cidades milenarmente sempre foram polacas e não só nos últimos 60 anos que deixaram de ser por imposição dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. Stalin impôs e ingleses, franceses, brasileros e Norte-americanos aceitaram.

Talvez por isto o finados é mais longo do que os países vizinhos e muitos outros países no mundo,l como por exemplo o próprio Brasil. A história Polônia, como talvez, em nenhum outro lugar, impõe tradições e costumes únicos.

sábado, 1 de novembro de 2008

Finados na Polônia é à noite

Foto: Ulisses Iarochinski

Milhares de castiçais de vidros coloridos contendo velas ficaram iluminados já nesta noite de sexta-feira para sábado. Os polacos tem por tradição rezar pelos mortos no finados durante a noite. Durante o dia limpam os túmulos, colocam flores e estes castiçais de vidro e apenas de noite voltam em família, com crianças e todos para rezar e homenagear seus mortos. A foto é no Cemitério Rakowicki de Cracóvia, o maior da cidade e o segundo do país. Nele estão enterrados grande parte dos heróis, artistas e personalidades da nação, como o pintor Jan Matejko, o diretor teatral Tadeusz Kantor e os pais do Papa João Paulo II, Emilia e Edmund Wojtyła.
A Polônia este fim de semana, ou está nas estradas (viajando) ou nos cemitérios, dos grandes da cidades aos pequenos do sertão, onde sempre ao lado de uma igreja há um campo santo. também na Polônia está o maior cemitério sem tumbas de todo o mundo: Auschwitz-Birkenau.

O maior cemitério sem tumbas do mundo: Auschwitz Birkenau. Foto Ulisses Iarochinski

Villa Decius: Troféu Sérgio Vieira de Mello

O Embaixador brasileiro na Polônia, Carlos Alberto Simas Magalhães, entrega o troféu Sérgio Vieira de Mello, a senhora Krystyna Pryjomko-Serafin. Foto:P. Mazur

Pela quinta vez consecutiva a Associação Villa Decius de Cracóvia realiza sua premiação internacional denominada Embaixador Sérgio Vieira de Mello, alto comissário das Nações Unidas, morto em atentado no Iraque.
O prêmio com o nome do diplomata brasileiro é concedido a organizações e pessoas que contribuem especialmente para coexistência pacífica das sociedades, religiões e culturas.
A cerimônia deste ano acontceu no último dia 16 de outubro, precedida da conferência internacional "Metas milenares da Cultura?"
O troféu Sérgio Vieira de Mello este ano foi concedido para a senhora Krystyna Pryjomko-Serafin, na categoria pessoal. Ela criou a Fundação Casa São Gabriel de Shiefild, que coopera com a Fundação Centro de Desenvolvimento e Cooperação, que por sua vez, ocupa-se do Centro Residência Educacional para Filhos de Prisioneiros de Instituições Penais em Arushy, na Tanzania.
Na categoria organizações, o prêmio foi para Fundação Helsinqui do Direitos Humanos.
Estiveram presentes na cerimônia o representante da Presidência da República da Polônia, o Embaixador do Brasil, o Embaixador da Suécia, Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, consulados e organizações ligadas a defesa dos direitos humanos.
A Associação Villa Decius foi fundada em 1995, por representantes do mundo das ciências, economia e cultura como o objetivo de servir ao dialogo internacional de culturas. Entre suas metas principais está o desenvolvimento de atividades para um instituto de estudos avançados, proteger a tradição da Villa Decius e desenvolver um fórum para a cooperação nas áreas culturais e econômicas.
Foto: J. Jastrzębski

A associação ocupa um antigo palácio cracoviano de 1535, construído pelo húngaro Jost Ludwig Dietz. Para a construção, ele contratou três arquitetos italianos, Giovanni Cini de Siena, Zenobius Gianotti de Roma e Filippo de Fiesole. Localizado no bairro de Sowiniec, em meio a um grande parque renascentista e muito próximo da Montanha e Bosque do Przegorzały e do Zoológico de Cracóvia.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os últimos momentos do outono

Tradicionalmente primeiro de novembro em Cracóvia, neva! A previsão diz que vai chover amanhã. No Noroeste da Polônia, já andou nevando esta noite. Mas aqui em Cracóvia a semana foi de sol...sol de outono acompanhado de vento que derruba as folhas coloridas das árvores. Antes que o tempo mude...uma foto ainda ensolarada e com verde do Mosteiro dos Beneditinos no bairro de Tyniecka, as margens do rio Vístula...a poucos quilômetros do Przegorzały.

Foto: Ulisses Iarochinski

Presidente polaco contra o Euro


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta sexta-feira, 31 de outubro de 2008, diz "O Presidente está atrás do euro, até mesmo contra." E acima da foto principal com o título: "Mais polacos no Afeganistão".

Nas sepulturas distantes os mais próximos

A manchete principal do jornal Rzeczpospolita, desta sexta-feira, 31 de outubro de 2008, informa que: "E agora 4 anos com Lato" e o segundo título:" Nas distantes sepulturas os próximos".

Concurso: Centenário do Filme Polaco


O Instituto do Filme de Arte Polaco e a Filmoteca Nacional da Polônia promovem Concurso para comemorar o Centenário do Cinema Polaco. O regulamento e os critérios da competição exigem que os projetos-trabalhos concorrentes tenham como tema principal os cem anos do filme polaco, que promova o tema "História do Cinema Polaco", que esteja dirigido ao maior número de públicos, especialmente à juventudade e ao mundo acadêmico, tenha um formato atraente e conteúdo com altos valores cognitivos e estéticos e finalmente que aconteça em 2009.

Interessados em participar devem retirar o regulamento e formulário de participação na Filmoteca Nacional. O prazo para isto é de 3 novembro a 31 dezembro 2008. Para os que residem fora da capital polaca é possível solicitar regulamento e formulário pelo correio, através do endereço,

Filmoteki Narodowej, ul. Puławska 61, Warszawa 00-975 Polska. O resultado do concurso será anunciado em 31 de janeiro de 2009. Os vencedores têm garantido apoio financeiro da Filmoteca Nacional.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O artilheiro Lato agora é presidente

Lato, eleito presidente da Federação Polaca de Futebol

Depois de ter corrido o risco de desfiliação da FIFA, a Polônia, acaba de eleger o presidente da PZPN - Federação Polaca de Futebol, o maior jogador de sua história, Lato, o artilheiro da Copa do Mundo de 1974.
Depois do governo polaco ter destituído o presidente anterior da PZPN e empossado um nome de sua confiança, a FIFA-Federação Internacional de Futebol Associado, deu um ultimatum, ou o governo se retirava do assunto e deixava as entidades do futebol eleger um novo presidente, ou desligava a federação e a Polônia não continuaria a disputar as eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 e nem promover a EuroCopa 2012.
Mas nesta tarde de quinta-feira, 29 de outubro, o grande Lato foi eleito presidente da PZPN. Boniek, outro dos grandes jogadores da história do futebol polaco, corria por fora, mas não foi desta vez para ele.


O artilheiro que destruiu a seleção do Zagalo de 1974

Grzegorz Lato
nasceu em 8 de abril de 1950, em Malbork, Norte da Polônia. Recorde de convocações para a seleção polaca. Foram 95 entre 1971 e 1984; tendo marcado 42 gols, sendo o segundo artilheiro atrás apenas de Włodzimierz Lubański. Além da Copa de 74, quando foi artilheiro com sete gols, Lato também participou das Copas de 78 e 82. Também esteve nas campanhas vitoriosas da seleção olímpica da Polônia, conquistando as Medalha de Ouro na Olimpiada de 1972 e a de prata na de 1976. Grzegorz Lato jogou a maior parte da sua carreira na equipe do Stal Mielec, de uma pequena cidade do Sudeste da Polônia e conquistou pelo clube o campeonato polaco de 1973 e de 1976. Aos 30 anos obteve autorização da Federação, quando ainda vigorava o comunismo e e se transferiu para o K.S.C Lokeren da Béligica. Encerrou sua carreira no México, jogando entre 1982 e 83 pelo Atlante, tendo marcado 15 gols. Depois jogou ainda no Canadá, pelo Polonia Hamilton e numa equipe de veteranos em Hamilton, Ontário. Lato foi senador na Polônia de 2001 a 2005.

Stryjeńska no Museu Nacional


Até janeiro o Museu Nacional da Polônia, em Cracóvia, promove pela primeira vez uma exposição da artista polaca mais conhecida no mundo na área da ilustração. Zofia Stryjeńska, que nasceu em Cracóvia em 1891 e morreu em Genebra em 1976, já fazia furor com sua obra, na Paris de 1925, quando ganhou vários prêmios internacionais. Nesta ilustração, de 1928, propriedade do Museu Nacional da Polônia, em Varsóvia, Stryjeńska representa, "Żywioły Ogień i Woda dla poselstwa polskiego w Sofii" (Elementos de fogo e água para a delegação polaca em Sofia).

Outono de folhas coloridas

Przegorzaly/ Cracóvia. Foto: Ulisses Iarochinski

As árvores do meu quintal aqui em Cracóvia estão derramando folhas coloridas pelo chão...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Buscador de origem na estrada


O próximo destino do buscador de origens em terras polacas é Żniatyn (pronúncia-se jiniátin), a cerca de 5 quilômetros da linha de fronteira com a atual Ucrânia (a milenar Rutênia). Lá tentarei encontrar os rastros de uma família que emigrou para o Paraná em meados de 1908 e foi se instalar na região de União da Vitória. Muito provavelmente embarcaram com passaporte austríacos, isto porque a localidade rural, que hoje pertence ao distrito de Dołhobyczów (doúrrobitchuf) e município de Hrubieszów (rrubiéchuf) era quase na fronteira da Galicia, província da ocupante Áustria e as terras ocupadas pela Rússia.

Paisagem atual dos campos entre Dołhobyczów e Żniatyn

Bilhetes aéreos com custo total

Foto: Piotr Guzik

Foi colocar no blog as facilidades de se voar para Cracóvia com linhas de baixo preço, para ser supreendido hoje, com a notícia na imprensa polaca de que a partir da próxima os transportadores devem inforar as pessoas, que desejam comprar bilete aéreo, quanto estarão pagando no total pela passagem.
O vôo pela Cia. aérea polaca LOT de Varsóvia para Amsterdam ida e volta, saindo no dia 7 de novembro e voltando dia 17 custa atualmente 1184,08 zł, algo em torno de 911,74 reais . O problema é que o preço deste bilhete é apenas 664 zł.
O que ocorreu então com esta conta? Geralmente quando perguntados, as companhias alegam que são taxas aeroportuárias. Portanto, a partir de 31 de outubro todos os transportadores têm que apresentar detalhamente o custo e as taxas adicionais e apresentar o total. e não fazer propaganda de 600 e acabar vendendo por 1200.
A LOT, por incrível que possa parecer, em página na Internet informa que 60 zł é pelo aeroporto, 265,08 zł é do combustível e uma taxa ecológica cobrada na Holanda de 25 zł por cada bilhete. A norma é válida em todo o território da União Européia, os seja, dos 27 países que a compõe e está explicia no artigo 23.
Evidente que os custos de um aerporto para o outro variam e por isto um mesmo bilhete pode ser vendido por tarifa diferente para um mesmo trajeto, dependendo de onde vai subir ou descer. Por exemplo, estes 25 zł holandeses, são para pagar a poluição causada nos ventos que sopram sobre o país pelo combustível dos aviões que trafegam em seu espaço aéreo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Voar até Cracóvia é fácil

Cracóvia pode ser visitada através das empresas de baixo custo desde cidades da Inglaterra e Irlanda e respectivos aeroportos. Tendo um pouco de sorte é possível reservar os bilhetes em dias que só se paga a taxa de embarque...o bilhete é grátis. Aproveite quando vier a Europa e estiver numa destas cidades...Cracóvia vai encantar e supreender, até bem mais que estas cidades conectadas pelas companhias áereas de baixo preço:

Belfast easyJet (www.easyjet.com)

Birmingham BMI Baby (www.bmibaby.com)
Bournemouth
easyJet
Bristol
easyJet
Cork
CentralWings (centralwings.com)
Dublin Aer Lingus (www.aerlingus.com), Ryanair (ryanair.com), CentralWings
Edinburgh
easyJet
Glasgow Prestwick
Ryanair
Leeds Bradford
Jet2 (www.jet2.com)
Liverpool
Ryanair, easyJet
London Gatwick
CentralWings, easyJet
London Luton
easyJet
London Stansted
Ryanair
Newcastle
Jet2, easyJet
Nottingham East Midlands
Ryanair
Shannon
Ryanair

Além destas é possível a partir de Paris, Barcelona, Colonia, Berlim, Porto, Milão e muitas outras através das seguintes linhas áreas:



Código Nome Endereço Telefone

EI AerLingus
Al. Ujazdowskie 20
00-478 Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 626 84 02




AZ Alitalia






OS Austrian Airlines
Ul. Lubicz 23
31-503 Kraków
Tel.: 0 801 40 40 40
Tel.: +48 (0) 12 629 66 66




BA British Airways
ul. Marszałkowska 76
00-517 Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 529 90 00
Tel.: 0 800 44 11 592




SN Brussels Airlines
Al. Jana Pawła II 23
00-854 Warszawa
+48 (0) 22 650 39 99




OK CSA Czech Airlines
Hotel Jan III. Sobieski
Plac Artura Zawiszy 1
+48 (0) 22 659 67 99




EZY easyJet
London Luton Airport
Bedfordshire, LU2 9LS
+44 870 6 000 000




LY EL-AL Israel Airlines
Al. Jerozolimskie 65/69
Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 630 66 16




IBE Iberia

Tel.: +48 (0) 22 43 30 400




O2 JetAir
ul. Radarowa 60
02-137 Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 846 86 61




LO LOT - Polish Airlines
Kraków Airport
ul. kpt. M. Medweckiego 1
Tel.: +48 (0) 12 285 50 70
(kasa terminal T1)




LH Lufthansa
Al. Jana Pawła II 29
00-867 Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 33 81 300
Tel.: 0 801 312 312




DY Norwegian
Norwegian Air Shuttle Polska Sp. z o. o.
ul. 17 Stycznia 32
Call Center
Tel.: +48 (0) 22 529 38 20




FR Ryanair
Dublin Airport, Co. Dublin
Ireland
Tel.: 0 300 30 30 33




SK SAS
Al. Jana Pawła II 29
00-867 Warszawa
Tel.: +48 (0) 22 8 500 500




NB Sterling.dk
Sterling Airlines A/S
Copenhagen Airport South
Tel.: +45 70 33 33 70




TO Transavia.com
Zone Orlytech
18 avenue Louis Bleriot
Tel.: +31 20 406 040 6




VE Volareweb.com
Via Marsala 34/A
21013 Gallarate (VA)
Tel.: +39 091 255 10 12