quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Kaczyński prejudica a Polônia


Esta foi a manchete do jornal "Gazeta Wyborcza", desta quinta-feira, dia 6 de outubro de 2011, a três dias das eleições parlamentares polacas. Citando os ex-ministros das relações exteriores do país, Władysław Bartoszewski (último à direita), Andrzej Olechowski, Włodzimierz Cimoszewicz (primeiro à esquerda), Dariusz Rosati i Adam Daniel Rotfeld.
Os ex-ministros assinaram uma carta protesto em resposta às declarações de Kaczyński. A única a não assinar foi a ex-ministra Anna Fotyga. Bartoszewski, apressou-se a explicar a ausência de Fotyga dizendo que que ela era a chefe do ministério quando Jarosław Kaczyński era primeiro-ministro. "Portanto! Nós decidimos não incomodar a ministra. É uma senhora e seu ponto de vista sobre este assunto são bem conhecidos".
A carta de protesto dos ex-ministros foi motivada por uma entrevista concedida pelo atual presidente do PiS-Partido Direito e Justiça, Jarosław Kaczyński, à Revista Newsweek Polska.
Kaczyński, como de costume, não coloca os pontos nos "i", mas sugere que a chefe do maior Estado Europeu, o mais importante parceiro polaco é agente de alguém e sua escolha não foi o resultado dos procedimentos democráticos, mas de alguém atrás dela puxando as cordas.
Na Polônia, que se acostumou com à poética do chefe do PiS, ele faz uso de insinuações desagradáveis sobre as pessoas e uma vez interrompido por repórteres, diz apenas que tal pessoa em questão: "Ele sabe o que quero dizer"... "um dia se tornará claro". E ele nunca pede desculpas por nada do que tenha falado.
As declarações foram consideradas ofensivas e prejudiciais as relações polaco-alemãs, que só fizeram crescer e melhorar desde 1990. A Alemanha é um dos países que mais investem na Polônia e as declarações da extrema-direita polaca, representa por Kaczyński, mais do que xenófobas, trazem à tona um passado que a Europa e o mundo desejam esquecer.
Os autores da carta destacaram que "na política de Relações Exteriores polaca, todos têm o direito de argumentar, e muitas vezes fazemos isto, mas neste debate, todos os participantes devem seguir regras básicas: cuidado com o Estado polaco e respeito pelos parceiros estrangeiros. Lamentamos que o líder do partido da oposição viole essas regras em nome da vantagem ilusória na campanha eleitoral."

Jopek recebida por Ivans Lins em Curitiba


10 de outubro de 2011 (Segunda feira)
Local: Canal de Musica, Rua: Julio Perneta 695, Mercês, Curitiba
Horários: abertura do teatro – 18hs / Início do show: 20h

Ingressos
Valores: de R$25.00 (meia-entrada) a R$50,00 (inteira).
Forma de Pagamento: Dinheiro e cartões de débito e crédito Visa/Mastercard (crédito somente para o vencimento)

Pontos de Venda: Disk Ingressos – (41) 3315-0808, Internet www.diskingressos.com.br, quiosques instalados nos shoppings Curitiba, Mueller e Estação e na bilheteria do teatro (segunda feira, das 18 às 20hs,) ***Entrega a domicílio.

Classificação etária: Livre

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Polônia no Facebook

Sukiennice em Cracóvia
Nas páginas do Facebook foi criada um perfil sobre a Polônia, que evidentemente não é oficial. Mas que curiosamente diz muito do que é a Polônia. Um tanto irônica, jocosa, mas não mentirosa.
Estes são os dados da páginas da Polônia, no Facebook (em inglês):

Data de nascimento: 14 de abril de 966, 01 julho de 1569; 11 de novembro de 1918, 31 de dezembro de 1944, 30 de janeiro de 1990 (isto é complicado)

Interesses: Ser amado

Idiomas: polaco (Não é Fácil), inglês (Claro!), Alemão (fácil), russo (todos tentam esquecer)

Foto do perfil: Sukienice (mercado dos tecidos) de Cracóvia com as montanhas Tatras em segundo plano e um bisões nadando em um lago na região da Mazúria.

Relacionamento: Lituânia (Viúvo), Ucrânia (Separado), URSS (divorciados), Estados Unidos(isto é complicado)

Família: em Chicago (primo), Londres (filho), Dublin (filha), Austrália (primo de segundo grau):
Amigos: Linda Evangelista, Robert Redford, Russell Crowe, Daniel Radcliffe, além de 250,000 outras pessoas muito legal, famosos realmente, honestos como eu (alguém já ouviu falar de mim)
Ocupação (profissão): Salvador da Europa (em 1683 e 1920); mártir Freelance (1772-até o presente); prisioneiros da CIA (de 2002-05); Milagre Econômico (2004- até o presente)

Educação: Todos os garçons, balconistas caminhoneiros obrigatoriamente devem ter mestrado; Presidentes deixam a escola no 14º ano.

Religião: Católica, especialmente aos domingos.

Opiniões políticas: democratas (todos os cidadãos têm um direito igual: odiar os políticos); levantes e revoluções: Sempre que possível.

Pessoas que a inspiram: João Paulo II, a mãe de João Paulo II, o barbeiro João Paulo II; citações favoritas de Adam Małysz: "Habemus Papam!"

Música: Mazurka Dabrowski, estranho é este mundo, Cem Anos, longe dos passeios de trem, qualquer coisa de Chopin

Livros: Trilogias sobre revoltas e guerra contra os alemães.

Filmes: Trilogia sobre revoltas e guerra contra os alemães.

Televisão: Documentários sobre revoltas e guerras contra os alemães; Got Talent.
Esportes Favoritos: Qualquer um em que recebemos medalhas de ouro.

Atletas Favoritos: aqueles que conquistam medalhas de ouro.

Atividades e Interesses: culpar a Rússia, ser moderno, comemorações em geral, reclamar, complexos de inferioridade, deslocar-se para o oeste ao longo dos séculos, ser exilado, escrever constituições, participar de guerras de outras nações; heliocentrismo

Como você sabe quando está na Alemanha?
Simples: Os carros são mais bonitos do que as mulheres!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Jopek pela primeira vez no Brasil


Ivans Lins traz ao Brasil pela primeira vez, a cantora polaca
Anna Maria Jopek.
Juntos eles se apresentam em Curitiba, nesta segunda-feira, 10 de outubro, às 20 horas, no Canal da Música.
Ivan Lins completa 40 anos de carreira com prêmios Grammy, Sharp e outros. São mais de 35 discos e 400 composições.
“Sobremesa” é o novo álbum de Jopek, disco que uniu os dois artistas e iniciou esta parceria internacional que veremos no palco do Canal da Música, nesta segunda feira, 10 de outubro, 20 horas.
Entradas pelo disk-ingresso - (041) 3315 0808.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ivans Lins, Anna Maria Jopek e Leonardo Amuedo

Curitiba vai receber daqui uma semana, no dia 10 de outubro, um show para ficar na memória dos paranaenses. O brasileiro Ivans Lins apresenta ao público brasileiro a cantora polaca Anna Maria Jopek,
às 20 horas, no Canal da Música, em Curitiba.


Ivan Lins completa 40 anos de carreira com prêmios Grammy, Sharp e tantos outros. São mais de 40 músicas nas principais novelas e minisséries da Rede Globo.
Mais de 35 discos e 400 composições. Nomes como Sting, Barbara Streisand, Ella Fitzgerald, Jane Monheit, Laura Fygi, Simone, Elis Regina, Zizi Possi, Alejandro Sanz, Jorge Drexler, Take 6, George Benson , Tim Maia, Djavan, Lenine entre muitos outros, é atualmente o artista brasileiro vivo com mais regravações no exterior.
Apresenta ao público brasileiro a polaca Anna Maria Jopek, cantora, musicista e produtora. Formada pela Academia de Belas Artes em Varsóvia e pela Manhattan School of Music de Nova Iorque. Só nas últimas temporadas se apresentou no legendário Hollywood Bowl no concerto "Bossa Nova at 50”, cantou em duo com Bobby McFerrin; aceitou convite para o concerto com Chris Bottty, cantou no famoso Queen Elisabeth Hall e no mesmo dia junto com Nigel Kennedy, no Royal Festival Hall; apresentou a sua música na ópera de Tel Aviv; preparou o já famoso disco da dupla Pat Metheny & Anna Maria Jopek intitulado “Embriagez”
Em seu último disco “ID”, conseguiu formar um inebriante grupo de famosos como Branford Marsalis, Richard Bona, Oscar Castro Neves, Christian McBride, Manu Katche, Tord Gustavsen, Dhafer Youssef, Mino Cinelu e muitos extraordinários músicos polacos.
No final deste ano promove três discos novos dedicados a três diferentes inspirações: o folclore polaco em “Polanna”, fusão das tradições musicais da Polônia e Japão em “Haiku” e a música lusa em “Sobremesa” onde dentro das mais queridas canções da cantora encontramos “O Acaso” de Ivan Lins.
Foi propriamente o trabalho em “Sobremesa” que uniu os dois artistas e iniciou esta parceria que vamos apreciar no placo. Ivan Lins introduz a cantora polaca no mundo musical brasileiro.

Ingressos a 50 e 25 reais pelo Disk-Ingresso (idosos, estudantes)


Produção








Apoio: TV E-Paraná

Mapa da Polônia em 1920


Logo após a vitória dos polacos de Pilsudski sobre a Rússia, em guerra provocada pelos bolcheviques soviéticos, este era o mapa do território da Polônia. Note-se que além de Lwów e Tarnopol, que atualmente estão na Ucrânia, Vilno, capital da nova Lituânia era cidade polaca, além de Breszt que hoje está na Bielorrússia. Do outro lado, Wrocław, Opole, Szczecin e Gdańsk estavam sob controle alemão.

domingo, 2 de outubro de 2011

Polônia: Eleições parlamentares 2011


O Gazeta Wyborcza deste fim de semana traz como manchete principal as eleições parlamentares, que acontece no próximo domingo, com o título "A oito dias das eleições - Senhores PO? Senhores PiS?". O país continua dividido entre os dois maiores partidos, o PO - Plataforma Cívica e PiS - Direito e Justiça.
o jornal traz ainda um pesquisa de opinião que aponta o partido do atual presidente da República Bronisław Komorowski e do primeiro-ministro Donald Tusk com 31%, seguido do partido presidente falecido Lech Kaczyński com 22%.
A surpresa destas eleições é o Movimento Palikot, em torno do deputado Janusz Palikot com 7%, à frente do SLD do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski com 6% e do PSL, também com 6% das intenções de voto.
Segundo o Wyborcza, o PO representa estabilização, paz e pragmatismo, enquanto o PiS levanta emoções boas e ruins, mas sempre fortes.
O jornal publica duas reportagens para responder às duas perguntas da manchete.
Na primeira, "Senhores PO?",  Em qual Polônia acordaremos no dia 10 de outubro de 2011, se o PO ganhar a eleição? Será um Estado no qual o poder busca evitar conflitos e não interfere muito na vida dos cidadãos. Após quatro anos de governo Donald Tusk, este tem repetido que não é prisioneiro de doutrina alguma, porque assim são as exigências da política moderna. Especialmente em uma crise - destaca - o apego a uma ideologia impede que se possa reagir.
Já na segunda matéria "Senhores PiS?, o jornal repete declaração de Aleksander Smolar, chefe da Fundação Stefan Batory, que diz que para Jarosław Kaczyński (gêmeo do presidente falecido), a política é a arte da emoção, a consistência da mensagem não é o mais importante. Kaczyński é talvez o único político que pode contradizer-se repetidamente e manter o rótulo sobre si de forma consistente. Em julho de 2008, por boicotar o Sejm (Câmara dos Deputados), Jarosław anunciou: "Em um país onde tais coisas acontecem, a democracia já não existe e a situação começa a se parecer com a da Bielorrússia".
E o que deseja o PiS? Ele também quer reflorestar a Polônia ("principalmente com florestas mistas") e construir barragens para melhorar a gestão da água, da polícia e da guarda municipal. O PiS também quer um referendo sobre a adoção da moeda Euro.
Já o PO, depois de quatro anos de Tusk quer manter um governo sem o choque da reforma, porque como ele diz, esta reforma não foi feita "para ferir as pessoas." As reformas não têm sempre que doer, como ficou evidenciado, no fato do PO perder apoio, após ter reduzido a pensão dos aposentados, em 15 pontos sua posição nas pesquisas.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lula em Gdańsk oferece prêmio a África


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quinta-feira (29) em Gdańsk, na Polônia, o prêmio Lech Wałęsa (pronuncia-se lérrrhh vaúensa), criado em 2008, pela fundação do ex-presidente polaco para reconhecer personalidades destacadas por seu respaldo à liberdade, democracia e cooperação internacional.
Após receber o prêmio de 100 mil dólares, Lula propôs a Wałęsa, em seu discurso de agradecimento, que o valor seja doado a um país africano, que será escolhido pelos diretores do Instituto Lula, junto com os membros da fundação polaca.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, compareceu ao evento e disse que Lula ajudou a tornar possível um sonho impossível. Ele afirmou que o ex-presidente brasileiro e Wałęsa fizeram mudanças radicais em seus países, mas que não resultaram em caos como costuma acontecer com os sonhos radicais, mas sim em crescimento econômico e bem estar para as populações. O presidente do Senado polaco também foi à cerimônia.
Segundo nota divulgada pela Fundação Lech Wałęsa, Lula foi escolhido “em reconhecimento por seus esforços para conseguir uma cooperação pacífica e a compreensão entre as nações, especialmente para reforçar o papel dos países em desenvolvimento no mundo dos negócios, e por sua contribuição para reduzir a desigualdade social”.

Para Piotr Gulczyński, presidente da Fundação Lech Wałęsa, o prêmio concedido “é uma expressão de solidariedade com aqueles que lutam por um melhor amanhã. Lula implementou reformas pacíficas em seu país, reduziu as desigualdades sociais, e também tem desempenhado um papel de destaque como um porta-voz para os países em desenvolvimento no exterior, bem como contribuiu para resolver os conflitos entre as nações”. Os 100 mil dólares norte-americanos foi  patrocinado pelo banco polaco PKO BP. 
O presidente da Polônia, Bronisław Komorowski, não compareceu ao evento, mas seu chefe de gabinete, o ministro Jacek Michałowski leu uma carta de homenagem a Lula da Silva.

Lula é a quarta personalidade a receber o prêmio Lech Wałęsa. Ano passado recebeu o Prêmio, Janina Ochojska, fundadora e chefe da Ação Humanitária Polaca. O primeiro laureado com o Prêmio Lech Wałęsa foi o rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Al Saud, por sua contribuição ao diálogo inter-religioso. Em 2009, os prêmios foram para o iraniano defensor dos direitos humanos, liberdade de expressão e democracia, Shadi Sadr e suas irmãs, Ladan e Roya Boroumand.

Feliz ano novo judaico

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lula recebe prêmio Wałęsa na Polônia


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Polônia, onde amanhã, 29 de setembro recebe o Prêmio Lech Wałęsa (pronuncia-se lérrrhh vauensa), em Gdańsk.
O prêmio que leva o nome do líder do Sindicato Solidariedade foi instituído por ele próprio em 2008, quando da comemoração dos 25 anos de Lech ter recebido o Prêmio Nobel da Paz.
Wałęsa, através da Fundação que leva seu nome, ao instituir o prêmio quis recompensar os indivíduos e instituições que a apóiam a liberdade, a solidariedade, a democracia e a cooperação.
A reunião, em Gdańsk, de Lech Wałęsa e Lula da Silva é a oportunidade de reconciliação depois de anos de relutância e mesmo de alguma hostilidade entre ambos.
Eles se reuniram uma vez, em Roma, em 1980 e imediatamente discordaram dos posicionamentos um do outro. Enquanto o polaco ostentava sua luta contra o socialismo soviético, o outro é um admirador confesso do comunismo.
Lula é a quarta pessoa a receber o prêmio concedido por Wałęsa. Anteriormente, foram agraciados o rei da Arábia Saudita, um jornalista iraniano e Janina Ochojska.
O Prêmio inclui ainda 100 mil dólares americanos e o nome do vencedor foi escolhido por uma comissão que inclui, o ex-presidente da República Tcheca Vaclav Havel, o ex-presidente do Alto Conselho da Bielorrússia Stanisłau Szuszkiewicz, do ex-presidente da Romênia Emil Constantinescu, do ex-ministro das Relações Exteriores da França Bernard Kouchner, Jan Krzysztof Bielecki, Władysław Bartoszewski e Zbigniew Jagiełło, presidente do Banco polaco PKO BP. O principal patrocinador do prêmio é o BP PKO.

Emmy para a polaca Skoczkowska


Enquanto o Carlos Schroeder e Willian Bonner recebiam o Emmy para o JN na categoria notícia, a cenógrafa polaca Ewa Skoczkowska recebia o Emmy, também, na categoria notícia e filme documentário.
O prêmio foi conquistado pelo documentário "Hindenburg: The Untold Story", sobre o famoso dirigível alemão que explodiu em 1937.
O filme de Sean Grundy é uma produção televisiva e foi realizado para o Canal 4 da TV britânica.
A polaca Ewa foi a responsável pela réplica do interior do "Hindenburg". Também criou uma réplica de um esqueleto queimado. Estes trabalhos foram realizados na Polônia, incluindo o aeroporto de Modlin. O filme tenta recriar o último vôo da aeronave.

Grotowski revivido em Goiânia

Em comemoração aos 10 anos de festival, o GOIÂNIA EM CENA 2011 - Festival Internacional de Artes Cênicas amplia sua abrangência internacional por meio de ações que proporcionam à cena local o contato com a cena mundial das Artes Cênicas. O festival acontece de 14 a 26 de outubro em Goiânia.
Este ano, a programação de cursos de qualificação destinados a profissionais das Artes Cênicas, apresenta o Workshop Internacional Grotowski/Flaszen - Teatro e Espiritualidade - A saga de Grotowski, com Ludwik Flaszen (Polônia/França).
Ludwik Flaszen é um dos convidados especiais da décima edição do Goiânia em Cena. Foto: arquivo pessoal.

Ludwik Flaszen é dramaturgo, ensaísta, crítico. Co-fundador e co-anfitrião do Teatro Laboratório de Grotowski (1959-1984). Editor literário, com papel vital na direção artística e desenvolvimento do "teatro pobre". Participante ativo e testemunha de um dos episódios cruciais do drama do século XX. É quase o último da geração fundadora do Teatro Laboratório em Wrocław. Vive em Paris desde 1985. Ensina em diversos países e realiza oficinas de teatro baseadas principalmente em textos de grandes escritores, incluindo Dostoiévski, Kafka e Beckett.

Jerzy Grotowski, ator polaco, é um dos principais nomes do teatro do século XX, estando entre os três maiores diretores do século XX, juntamente com o russo Stanislavski e o alemão Bertold Brecht. Suas teorias e práticas influenciaram e seguem influenciando inúmeros atores e grupos em todo o mundo

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lins e Jopek no Canal da Música


A cantora polaca Anna Maria Jopek e o cantor e pianista brasileiro Ivans Lins fazem apresentação inédita no Brasil, na segunda-feira, dia 10 de outubro, às 20 horas, no Canal da Música, em Curitiba.
Os dois já gravaram juntos para o novo Álbum de Jopek, "Sobremesa", em  Portugal.
A promoção do evento é do Consulado Geral da Polônia em Curitiba e da TV E-Paraná. Os promotores do evento ainda buscam patrocínio para este espetáculo que promete. Interessados em agregar suas marcas a esta iniciativa devem entrar em contato com o Consulado em Curitiba.

Anna Maria Jopek, nasceu em Varsóvia, em 14 de dezembro de 1970. É cantora, música e produtora. Anna Maria é filha de Stanislaw Jopek, vocalista do Mazowsze, grupo folclórico polaco, considerado o Bolshoi das danças folclóricas. Enquanto os russos se destacam mundialmente na dança clássica, o Mazowsze é a maior referência mundial no folclore.
Formada em música pela Academia Chopin de Varsóvia, Anna Maria representou a Polônia no Festival Eurovisão da Canção de 1997, com a canção "Ale jestem", e terminou em décimo primeiro lugar.
O Festival Eurovisão, por sua vez, é a mais importante competição musical em todo o mundo. realizado desde 1956, ele é transmitido simultaneamente para todos os países europeus, incluindo Turquia e Israel.
Anna Maria, depois da participação no Eurovisão, transferiu-se por um curto período para Nova Iorque, onde estudou Jazz e tem participado em vários eventos nas mais importantes cidades norte-americanas. Em 2002. ela foi descoberta por Pat Metheny no álbum que acompanha - "Upojenie".

Discografia

Ale jestem (1997)
Szeptem (1998)
Jasnosłyszenie (1999)
Dzisiaj z Betleyem (1999)
Bosa (2000)
Barefoot (edição internacional de Bosa) (2002)
Nienasycenie (2002)
Upojenie (com Pat Metheny) (2002)
Farat (live) (2003)
Secret (2005)
Niebo (2005)
ID (2007)
BMW Jazz Club Volume 1: Jo & Co (live) (2008)



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Polônia: dada largada às eleições parlamentares

Tusk ouve eleitores sobre a crise econômica - Foto: Marcin Kucewicz 
A Polônia deu início a mais uma campanha parlamentar. Com a supremacia do PO - Partido da Plataforma Cívica ocupando a presidência da República e o cargo de primeiro-ministro, torna-se o alvo principal da política polaca, seja para atacar, ou elogiar. O principal partido de oposição, o PiS - Partido Direito e Justiça, do ex-primeiro-ministro Jarosław Kaczyński, gêmeo do ex-presidente da república, vítima do acidente aéreo de Smoleński, arma-se de todas as formas para recuperar o poder que por ora, encontra-se em nas mãos do adversário.
Perguntas como: "Como é que vivemos?" foram endereçadas ao primeiro-ministro Donald Tusk, na convenção do PiS, que ocorreu neste domingo. "E para nós o que? Arbusto, deserto?" completou Kaczyński.
Stanisław Kowalczyk, candidato a deputado pelo PiS, compareceu à convenção com um pimentão na mão, e indignado fez perguntas retóricas: "Minha filha para aprender a tocar um instrumento de teclado tinha que ir para Radom. Uma vez, eu a levei, mas depois não tive mais tempo. Ela diz-me que no ensino médio fumam cigarros e bebem vodka. E eu pergunto: o que fazer, senhor?"
Estão claras as intenções da oposição. Só não percebe aquele que não quer ver. A campanha nestas eleições parlamentares devem descer ao mais baixo nível... com pimentões, vodka, cigarros e etc.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Doda já não vende como antes

Foto: Tomasz Stańczak 
Durante todo o período de férias de verão na Polônia, apesar dos portais de fofocas de jornal com informações do mundo musical, os fãs não compraram o novo álbum da sensacional Doda. Alguns setores da mídia, chegaram a argumentar o declínio do reinado de estrela loira. 
Embora tenha causado um pequeno escândalo, quando posou para fotos interpretando "7 maiores tentações", para o lançamento de seu novo CD, Doda atingiu apenas a sétima posição. Note-se que as "sete maiores tentações" é responsável por uma placa de ouro, o CD apareceu na lista dos mais vendidos somente depois de sete semanas.
Na mais recente edição da revista "Viva", Doda anunciou triunfalmente que o esforço de seu trabalho atingirá, em breve, um novo recorde, o que irá lhe conferir outra placa, a de platina. O que é pouco se comparado a títulos anteriores da própria Doda e do mercado fonográfico polaco em geral.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Kapituła se apresenta em Curitiba e Porto Alegre

Nesta quinta-feira, 15/9. além da palestra do Embaixador na UFPR, O Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, convida para o concerto das 19h30, do organista polacos, Przemyslaw Kapituła, na Igreja do Sr. Bom Jesus (Pça. Rui Barbosa – Centro).
E no dia 18/09, o mesmo concerto acontece na igreja Martin Luther (rua Cel. Camisão 30) em Porto Alegre, às 10h45.

Programa:

Mieczysław Surzyński (1866-1924) „Improvisationen für Orgel über ein altes polnisches Kirchenlied" op.38
Leon Boëllmann (1862-1897) Suite Gothique op.25
Introduction-Choral
Menuet gothique
Priere a Notre Dame
Toccata
Samuel Scheidt (1587-1654) Variationen über das Niederländische Lied: „Ei, du feiner Reiter"
Feliks Nowowiejski (1877-1946) Offertoire op.7 Nr 2
Marche solennelle
Johann Pachelbel (1653-1706) Ciacona in d
Johann Sebastian Bach (1685-1750) Toccata d-moll, BWV 565


PRZEMYSŁAW JAKUB KAPITUŁA
Nasceu em Varsóvia, 1965. Em 1990 concluiu seus estudos na Academia Musical Fryderyk Chopin, na classe de órgão do prof. Józef Serafin, se aperfeiçoando ainda com nomes famosos, como Daniel Roth, Gui Bovet e N. Danby, entre outros.
KAPITUŁA tem seu nome registrado em Festivais importantes na Áustria, Argentina, Bulgária, Bélgica, Brasil, República Tcheca, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Romênia, Rússia, Eslováquia, Polônia, Suíça e Uruguai, numa média de 45 concertos/ano.
Atua com solistas, coros e orquestras também, tendo especial interesse pelas obras dos proeminentes polacos: F. Nowowiejski e M. Surzynski. Com ele se iniciou o Festival Internacional de Música Sacra e o Festival Internacional de Orgão, em Varsóvia, onde organiza 150 concertos anuais para quase 20 mil pessoas. Dirige ainda ciclos de concertos "Grande Orgão da Catedral", "Música Sacra na Arquidiocese" e "Música no Centro de Varsóvia". O artista tem cd´s gravados bem como gravações em Rádio e Tv. Membro do Comitê de Música Sacra da Arquidiocese e Centro Cultural de Varsóvia.

www.kapitula.org

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Kisielewski faz palestra em Curitiba


Jacek Junosza Kisielewski, Embaixador da República da Polônia, no Brasil, faz palestra neste dia 15 de setembro, às 9 horas da manhã, em Curitiba.
Ele vai falar sobre a União Europeia já que a Polônia ocupa, no momento, os dois mais altos postos da organização de 27 membros. O professor e eurodeputado polaco Jerzy Buzek é o atual presidente do Parlamento Europeu, e o Presidente da Polônia Bronislaw Komorowski ocupa o cargo rotativo de Presidente da União Europeia.
A palestra acontece no Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná, Av. Prefeito Lothário Meissner, 3400, Jardim Botânico

Os interessados devem enviar sua inscrição para o email:
secretaria.ari@ufpr.br
até dia 14/09/2011, com assunto: União Européia. 
Dados solicitados para inscrição: Nome completo, e-mail, telefone.

Mulheres, Memórias, Museus em Curitiba

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Polanski no enterro de Morgenstern

Polanski entre amigos da comunidade cineasta polaca
Roman Polanski, esteve nesta segunda-feira, no enterro do diretor, Janusz "Kuba" Morgenstern, no Cemitério Militar de Varsóvia.
Criador de "Noża w wodzie" (A Faca na Água), que raramente tem visitado sua terra natal, a Polônia, nos últimos anos, surpreendeu a comunidade de cineastas polacos com esta visita inesperada no cemitério. Polanski e Morgenstern foram durante muitos anos, amigos íntimos. Eles se conheceram na década de 50. Em 1960, Polanski estrelou o filme de estréia de Morgenstern intitulado "Do widzenia, do jutra" (Adeus, até amanhã."

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Chrostowski - patrono da ornitologia do Paraná


Artigo: Fernando Straube

O naturalista polaco,  Tadeusz Chrostowski, nascido em Kamionka, na Polônia, em 25 de outubro de 1878, morreu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, em  4 de abril de 1923, e muito justamente é considerado Patrono da Ornitologia no Paraná.
Tadeusz Chrostowski mostrava, desde a infância, um grande interesse na observação de todas as formas de vida ao seu alcance, tendo como especial predileção a Ornitologia, ciência que o consagraria posteriormente no panorama científico europeu.
Tendo adentrado a Universidade de Moscou, Chrostowski frequentou o curso de Físico-Matemática a fim de obter o seu bacharelado, mas, por motivos vários, acabou não o tendo concluído. Naquela época, teria participado ativamente do movimento estudantil liberal de conspiração contra o tzar. Por esse motivo, foi deportado, logo no segundo ano de faculdade, para a região do baixo Rio Obi, no norte da Sibéria, exílio que lhe durou 3 anos. Durante a ocupação russa da Polônia, os ativistas políticos eram deportados por tempo indeterminado para a Sibéria ou forçados a emigrar, dentre outros lugares para a América do Sul. Dentre os revolucionários era comum a presença de cientistas, os quais chegavam a prosseguir suas pesquisas nas terras geladas russas, muitas vezes com financiamento da própria família Branicki. 
Em 1903, iniciou no curso de Farmácia da Universidade de Carcóvia (e não Cracóvia), no leste da Polônia (no que é hoje território da Ucrânia). Uma vez deflagrada a Guerra Russo-japonesa (1904-1905), Chrostowski foi designado para o cargo de chefe de companhia na Manchúria, precisando, mais uma vez interromper sua formação acadêmica. Logo depois de livre desse encargo, com o fim da guerra, dedicou-se afinal ao estudo mais detalhado das ciências naturais, dividindo seu tempo com obrigações que lhes proporcionavam sustento.
Voltando à Polônia, no ano de 1907, iniciou a programação de uma expedição à América do Sul, continente que o atraía muito pela maravilhosa riqueza de fauna. Espelhava-se no naturalista polaco Konstanty Jelski que, em meados do Século XIX, realizou uma grande expedição à Amazônia, ainda que sob as duras privações decorrentes da Revolução Polaca de 1863. Admirava também o trabalho de Jan Sztolcman, Jan Warszawiecz, Jan Kalinowski e Witold Szyslo, alguns dos expoentes da Zoologia na Polônia do início do século. Mas algo o frustrava: considerava inaceitável publicar seus estudos em língua russa, pois acreditava que estaria concordando tacitamente com a ocupação de sua terra natal.
Ademais, o que seria o centro da intelectualidade em História Natural - o Zoological Cabinet - ficou, entre 1889 e 1915, inteiramente entregue às mãos de professores que, ao invés de promover o desenvolvimento científico da instituição, se utilizavam do acervo como material didático para suas aulas na Universidade de Varsóvia (Kazubski, 1996).
Foi nesse panorama que, em 1910, Chrostowski rumou ao Paraná, instalando-se como colono imigrante na Colônia Vera Guarani (atual munícipio de Paulo Frontin). No lote de terreno recebido do governo brasileiro, construiu um rancho de tábuas lascadas de pinheiro, fez um cercado, plantou roça e construiu um apiário. Aos domingos e nas horas possíveis, fazia incursões no sertão do médio Rio Iguaçu e trazia espécimes da fauna paranaense. Após quase um ano percebeu que eram inconciliáveis as atividades de agricultor e cientista: optou pela ciência, mas teria forçosamente de retornar à Polônia para cumprir esse desígnio.
Em 1911, retornou a Varsóvia com uma apreciável coleção de amostras e o propósito de analisar o material coligido e publicar seus resultados. Graças a isso é que surgiu, portanto, a primeira publicação científica dedicada exclusivamente às aves do Paraná: Kolekcya ornitológiczna ptaków paranskich, redigida em polaco e com um razoável sumário em francês. Essa obra, publicada pelo Sprawozdania Warszawskie Towarzystwo Naukowe em Varsóvia, acabou por se tornar extremamente rara, com pouquíssimos exemplares, ainda que cópias, em bibliotecas brasileiras. Adicionalmente colaborou com outros três artigos (um datado de 1911, dois de 1912), com descrições sobre a imigração polaca no sul do Brasil.
Seu desejo de voltar ao Paraná era então iminente, mas o apoio institucional foi vetado pelo governo russo (potência ocupante das terras da Polônia). Assim, apenas mediante subsídio do curador da coleção ornitológica do Zoologischen Staatssammlung München (Museu de Zoologia de Munique, Alemanha), Charles Hellmayr, pôde realizar outra viagem a esse Estado, comprometendo-se a ceder os espécimes em duplicata àquela instituição.
Tal expedição, iniciada em 1913, pouco durou, em decorrência dos rumores da primeira grande guerra, que o obrigou a retornar à Polônia, após ter tido conhecimento da formação de um exército polaco de resistência. Ao tentar voltar, pela Suécia, acabou descoberto na fronteira e incorporado ao exército tzarista.
Após a confusão ocorrida com a revolução de 1917, desertou do exército russo e, no ano seguinte refugiou-se em São Petersburgo. Sob essas condições, Chrostowski obrigou-se a assumir uma identidade falsa, sendo então, convidado por Valentin Bianchi (curador de aves do Museu Zoológico da Academia de Ciências de Petrogrado), a estudar as espécies neotropicais ali depositadas. Foi um período de duras privações, fome e medo; afinal, por um lado ele era um polaco em pleno território russo e, por outro, não deixava de ser visto como oficial do exército imperial.
Assim conseguiu realizar uma ampla e abrangente revisão, com o propósito de divulgar o material-tipo e o trabalho descritivo do Barão F.H.von Kittlitz, conhecido pelos resultados zoológicos que obteve na costa do Chile, durante a expedição de circum-navegação a bordo da corveta Sieniawin (1826-1829), e da coleção de exemplares de Minas Gerais e Rio de Janeiro trazida por Emile Ménétriès, o mais importante zoólogo da famosa Expedição Langsdorff.
Concluído seu relatório, no ano seguinte, entregou-o à administração do referido museu, com a finalidade de vê-lo impresso pela própria instituição. Tendo esperado vários anos por sua publicação, o autor preferiu submetê-lo ao Annales Zoologici Musei Polonici Historiae Naturalis, tendo sido impresso em 1921, sob o título de Sur les types d'oiseaux néotropicaux du Musée Zoologique de l'Academie des Sciences de Pétrograde. Esse estudo, baseado em obras já naquela época consideradas raras e nos respectivos espécimes foi, por certo, a primeira revisão detalhada deste acervo, de interesse ornitológico até os dias de hoje.
Em 1919, pesquisadores competentes enfim voltam a figurar no staff científico do Zoological Cabinet de Varsóvia. Os tempos de produtividade estariam de volta e colocavam fim à estagnação imposta por burocratas russos (durante ocupação de 127 anos). Aparece Janusz Domaniewski como curador e voltam Dybowski e Siedlecki. Em 24 de setembro, foi criado o Museu Nacional de História Natural, absorvendo, dentre outras seções, o Zoological Cabinet e a magnífica biblioteca do Museu Branicki. O seu primeiro diretor foi o famoso malacólogo (cirurgião do exército por profissão) Antoni Jozéf Wagner, auxiliado pelo também conhecido Jan Sztolcman. Era um importante passo para o renascimento da pesquisa zoológica na Polônia.
Dois anos depois, ao fim da guerra, outro episódio foi marcante. Chrostowski acabou contratado como curador de aves neotropicais do Museu. Como consequência, passou a dedicar seu tempo ao estudo das coleções sul-americanas de Varsóvia, em especial aquelas obtidas por Konstanty Jelski, Jan Sztolcman, Jan Kalinowski, Jozéf Siemiradzki e outros, bem como para organização de suas anotações.
Espécies de aves de grande interesse científico na época e, que foram fartamente observadas e colhidas por Chrostowski nas duas expedições que fizera ao Paraná passaram, então, a ser seu objeto de estudo. Assim surgiu o On some rare or little known species of South American birds (1921). Adicionalmente, suas notas de campo acabaram sendo publicadas em um livro de 237 páginas intitulado Parana:  wspomnienia z pdrózy w roku 1914 (1922). Parte de seu tempo, enquanto curador da coleção, usou no árduo, e até certo ponto ingrato, ofício da organização e conservação do acervo de Varsóvia. Uma de suas atividades incluía o arranjo das vitrines da exposição e o armazenamento adequado de exemplares raros, protegendo-os das pragas e exposição da luz.
Mudanças políticas, no início da década de 20, movimentaram a Polônia. Imediatamente após a sua independência, dada em 1921, surgiu novamente em Chrostowski, o interesse de voltar ao Brasil. Ele preparou, então, uma nova e ambiciosa viagem, que cortasse todo o Estado amostrando-o de forma abrangente e proveitosa.
Assim, dirige-se aos colegas Tadeusz Jaczewski (professor de Zoologia da Universidade de Varsóvia) e Stanislaw Borecki (técnico em taxidermia do museu de Varsóvia) e, com o patrocínio do governo polaco mais uma pequena colaboração de vários naturalistas do Museu de Varsóvia, pôde levar a efeito seu projeto. A princípio, o novo governo polaco, negou-lhes financiamento; era tempo de grande inflação e falta aguda de divisas. Obstinado, Chrostowski consegue comprometer seu salário dos dois anos seguintes e, por intermédio de Jaczewski, surge uma mísera quantia de 75000 marcos provinda do Ministério dos Problemas Religiosos e Culturais e as passagens marítimas de ida e volta, pelo governo polaco.
Segundo Jaczewski, o maior problema para a organização da expedição não era o financiamento e sim as pressões que tinham de suportar a fim de que se dedicassem às pesquisas na Polônia. A essas colocações, Chrostowski respondia que a ciência não permite riscar fronteiras territoriais. Mas reconhecia que a escolha do Paraná como campo de seus estudos, prendia-se ao fato de que nesse território havia uma acentuada colonização polaca.
Partiram, afinal, os três viajantes, deixando a Polônia, em 4 de dezembro de 1921 e chegando ao Brasil, no Rio de Janeiro, exatos dois meses depois. Por via férrea, através da então conhecida Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, atingiram Mallet, no centro-sul paranaense, em 2 de fevereiro daquele ano.
Dali seguiram, alternando viagens por terra, em automóveis e lombo de cavalo e burro, e por água, usando-se de pequenas embarcações de madeiras de lei maciças. O trajeto final percorrido somou quase 2000 quilômetros, tendo sido visitadas uma impressionante área, desde o sul do Paraná até as terras então inóspitas do vale dos rios Ivaí e Iguaçu. Foi uma viagem que cortou o Paraná de leste a oeste e de norte a sul, concluindo-se em Paranaguá em 13 de outubro de 1923.
Após a chegada à localidade de Pinheirinhos, todos os integrantes da equipe forçaram-se a uma parada, visto terem contraído malária, enfermidade que, na época, ceifava vidas nas áreas tropicais e subtropicais do Brasil. Em Chrostowski, a doença ficou agravada por uma forte pneumonia de difícil cura devido ao estado exausto que se encontrava seu organismo. Não obstante os esforços de Jaczewski de procurar auxílio médico, Chrostowski faleceu em 4 de abril de 1923, no local onde adoecera. Seguindo a tradição da época, foi enterrado nas proximidades da sede da vila, às margens do caminho que ligava Foz do Iguaçu a Guarapuava. Por coincidência, seu jazigo originalmente localizou-se no que hoje é o Parque Nacional do Iguaçu, um justo descanso para um dos primeiros cientistas a estudar a fauna paranaense.
Chrostowski considerava a morte como um atributo natural do viajante que se arriscava em prol da ciência em terras distantes; como que uma previsão em seus projetos de pesquisa e ansiedades de vida. A possibilidade de morte de qualquer um dos componentes da expedição foi sempre levada em conta pelo seu chefe. Seu jazigo, originalmente humilde como foram seus próprios hábitos, recebeu em 1934, um monumento em pedra, encimado por uma cruz de cedro, como homenagem da comunidade polono-brasileira; consta nele haver uma placa de bronze como parte dessa iniciativa.
A partir de 1993, seu legado passou a ser divulgado adequadamente em tratados de Ornitologia e História da Zoologia em geral. No mesmo ano foi cognominado Patrono da Ornitologia do Paraná.
Apesar do grande esforço de documentação verificado nas expedições ornitológicas dedicadas ao Paraná desde o Século XIX, a maior parte delas manteve o simples objetivo de obter espécimens para museus e assim, portanto, eram descompromissadas de qualquer interesse em outro campo investigativo.
É exatamente nesse ponto que o trabalho de Chrostowski diverge de todos os demais. Preocupado com minúcias biológicas das aves, que obtinha mediante demoradas observações de seus hábitos alimentares, vocais e reprodutivos, o naturalista expressava nitidamente seu interesse de publicar, ele mesmo, os seus resultados colhidos no Paraná.
Pode-se creditar a Chrostowski, ainda, as primeiras informações confiáveis sobre o dimorfismo sexual, bem como notas sobre o colorido do bico, íris e pernas e dados sobre alimentação e vocalização de algumas espécies antes apenas conhecidas por múmias de museu. Foi, por certo, o primeiro a notar a afinidade de um pássaro, chamado grimpeirinho (Leptasthenura setaria) com os pinheiros, com os quais parece manter uma relação ecológica restritiva. Igualmente pode-se dizer sobre os hábitos, vocalização e tipos de ambientes usados por diversas aves de distribuição confinada ao sul do Brasil.
Essa inclinação pela observação é notada claramente em um de seus artigos, que inclusive torna saliente o uso de dados nada tradicionais para a época, em sua concepção classificatória. Distinguia espécies muito parecidas não somente pelo colorido da plumagem, mas com igual critério, e pioneiramente, pelo canto, hábitos e hábitat preferencial.

Referências
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