quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Arte comunista polaca - 1


O operário polaco se destaca no pós-guerra, justamente no início do regime comunista. Para exaltar a força do governo dos trabalhadores a arte é obrigada a se engajar. Assim a obra de  Andrzej Feliks Szumigaj,  representa esta nova tendência com este quadro "Cabeça de Operário".

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Arábes fazem dieta na Polônia


A médica Agnieszka Grzebyk-Arendarczyk.  Foto: Aneta Augustyn

"Já tentei terapia nos Estados Unidos e na Arábia Saudita sem sucesso. Meu médico da Columbia University aconselhou-me a buscar ajuda na Polônia." declarou um anômimo paciente da Arábia Saudita.

Em Kudowa-Zdrój, no Sul da Polônia, quase fronteira com a República Tcheca, no Hotel Uzdrowisko St. George encontram-se quatro famílias ricas da Arabia Saudita e do Reino da Jordania. Segundo a gerente do hotel polaco, Kamila Rutkowska além destes árabes encontram-se no hotel dezenas de outros estrangeiros que foram em busca de emagrecimento.  Ali são atendidos pela médica Agnieszka Grzebyk-Arendarczyk que prescreve especial dieta prometendo perda de 7 kg em 14 dias.Um príncipe jordaniano está muito feliz, pois dos 178 kg que tinha ao entrar no Hotel de Kudowa Zdrój perdeu 48 kg em cinco meses. Na dieta da médica Agnieszka o dia começa com um coquetel de kefyr e cogumelos seguido de um omelete de espinafre.  No almoço é servida sopa de salsinha com nabo, guisado de carneiro com cebola e sésamo. na janta o restaurante do Hotel serve lentilha com tubérculos grelhados. Interessados podem obter mais informações para o tratamento e internamento através do sites www.mojawaga.pl e www.mmo.pl

Tempestades atormentam a Polônia

Foto: Alerta24
O verão deste ano tem sido difícil na Polônia. Inundações no Sul e Sudeste, furacões e fortes ventos no Norte.
Hoje fortes ventos atingem pelo menos cinco voivodias no Norte, Noroeste e Centro do país: zachodnie-pomorski, kujawsko-pomorski, mazowia, lubuska, opolska. No Báltico tormentas marítimas causam vítimas com ventos de 11 pontos na escala Beaufort com mais de 100 km/h. Os bombeiros na Mazuria não conseguem socorrer a todos os barcos nos lagos daquela região, que são levados pelos fortes ventos. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas e uma morreu. Na Silésia, cerca de 1500 fazendas tiveram prejuízos na agricultura e 6 mil casas estão sem energia elétrica. Em Legionowo, na Mazóvia a queda das árvores destruiu 3 veículos e matou uma adolescente de 15 anos.

Idioma polaco: difícil e belo

O "sibilante" (com muito chiado) idioma polaco, difícil de aprender para os estrangeiros, é um idioma eslavo ocidental do grupo de línguas indo-européias. Na Alta Idade Média, os eslavos abandonaram seus territórios entre os rios Odra e Dnieper e povoaram quase todo o Centro, Oriente e Sul da Europa. Para o Oeste chegaram até o rio Elba e deste até os rios Volga e Dzwina, no Sul, até os Bálcãs.
A criação de três grupos lingüísticos eslavos, ocidental, oriental e meridional, é o resultado desta expansão. Ao grupo ocidental, além do polaco, pertencem os idiomas tcheco e eslovaco, que apesar de se diferenciarem do polaco, possuem semelhanças tão grandes que um polaco, um tcheco e um eslovaco se entendem sem necessidade de um intérprete. Do ramo Oriental fazem parte o ucraniano, o russo e o bielo-russo. Do sulista fazem parte o búlgaro, o esloveno, o macedônio, o servo e o croata. Pode-se afirmar que o eslavo é língua mãe de quase 300 milhões de habitantes da terra e o polaco de quase 50 milhões de pessoas em vários países.
A língua polaca começou a se formar no século X. O fator decisivo foi o surgimento do Estado polaco. Em 966 Mieszko I (Miexco primeiro), príncipe da tribo dos polanos que habitava na região da Wielkopolska (Grande Polônia), foi batizado pela Igreja Católica Apostólica Romana depois de haver reunido várias tribos de cultura e idiomas parecidos que habitavam as bacias dos rios Vístula e Odra. O cristianismo trouxe consigo o alfabeto latino e o polaco, que até então havia sido um idioma apenas falado (os eslavos não conheciam a escrita), passou a ser uma língua tanto falada como escrita. A escrita, a princípio era exclusivamente latina já que provinha dos círculos eclesiásticos, de vez em quando enriquecida com nomes eslavos.
Foram conservados três documentos escritos do primeiro período de existência do idioma polaco em que foram incluídos nomes pessoais e geográficos polacos. O mais antigo deles, ”Dagome iudex”, é uma ata da entrega do ducado de Mieszko I, sob a proteção do Papa, que foi escrito entre os anos 990 e 992. Esta escritura continha, entre outras coisas, uma descrição das propriedades de Mieszko e informações sobre as localidades mais importantes: Gniezno e Cracóvia. Na bula Papal de Inocente IV, de 1136, mencionam-se 410 nomes topográficos e pessoais que parecem polacos, embora a bula de Adriano IV, de 1155, enumere 50 nomes deste tipo. A infiltração do polaco e do latim fez com que no século XIII os eclesiásticos polacos com formação latina formulassem as primeiras regras do polaco escrito.
Os primeiros textos polacos escritos são traduções de orações e sermões latinos, "polonizados" para que os fiéis soubessem a quem rezar e porque. Um testemunho daqueles tempos e das dificuldades que causava o idioma polaco e a pouca fé da população são os “Sermões Swiętokrzyskie” da segunda metade do século XIII. Outra evidência da vitalidade da língua polaca é “Salmos de David”, tradução do livro canônico do Antigo Testamento procedente da mesma época realizada a pedido da Rainha Kinga. Um dos monumentos mais antigos do idioma polaco é a “Bogurodzica” (Mãe de Deus), uma canção religiosa cuja composição está envolta em mistério. Apesar de ter sido escrito pela primeira vez no século XV, seu vocabulário arcaico, já era considerado existente "desde sempre", pois indícios apontam que teria sido inventado em algum século atrás. Possivelmente, não muitos anos depois do batizado de Mieszko I.
A partir do século XIII, os extensos textos religiosos tiveram a tímida companhia dos primeiros textos profanos. Este início histórico do idioma polaco conservado graças à escrita, consiste de duas frases: uma dita por um camponês e a outra por um rei. Ao redor do ano 1200, o abade Pedro, autor do Livro de Henrique decidiu escrever a frase de um senhor chamado Boguchwal, que ao ver sua mulher trabalhar duramente num moinho manual, teria dito: "Day ut ia pobrusa, a ti poziwai", que se poderia traduzir como: "Deixa, que eu trabalho e tu comes algo". Não se sabe se a mulher lhe contestou, pois o abade Pedro não mencionou. Em 9 de abril de 1241, durante a primeira invasão mongol, no fim da batalha de Legnica, perdida pelos polacos, Henrique - o Probo disse em desespero: "Gorze sie nam stalo" (Nos há sucedido uma desgraça).
Em 1440, Jakub Parkoszowic de Zurawica, em seu tratado sobre a ortografia polaca, escrito em latim, tentou codificar as regras do idioma polaco. Na mesma época se começou a usar o polaco para atas jurídicas e livros judiciais. Um pouco antes, em 1400, já havia sido escrito, em polaco, o primeiro poema de tema profano dedicado aos prazeres da mesa. Contudo, o primeiro verdadeiro dicionário polaco foi composto quatro séculos mais tarde. Entre os anos 1807 e 1814, em Varsóvia, foi editada uma obra de seis volumes (1200 exemplares cada) de Samuel Bogumil Linde. Em seiscentas páginas de 23 x 30 cm, o autor descreveu 60.000 palavras polacas.
O idioma polaco é uma língua reflexiva com sete casos, dois números e três gêneros. Aos verbos se aplicam categorias de pessoas, tempo, modo, voz e aspecto. A diferença em relação aos demais idiomas eslavos se dá nas vogais nasais. Também a acentuação tônica é diferente: sempre a sílaba mais forte é a penúltima sílaba (paroxítona). Nas demais línguas eslavas a tonicidade é móvel, como em russo que se acentua a primeira sílaba, bem como em tcheco e em eslovaco. A apofonia polaca consiste na transição da vogal e, precedente a uma consoante dura labiodental, em a, ou o. É muito típico da língua polaca que o radical de uma palavra tenha variantes. 
Aprender a ortografia polaca é um problema tanto para estrangeiros como para polacos, sobretudo, em relação às palavras que contêm z (com ponto em cima) e rz, u e ó, h e ch, que, apesar de se pronunciarem quase igual, escrevem-se diferentemente.
A gramática e a pontuação polaca têm muitas regras e o dobro de exceções; será essa talvez a razão porque se considera o polaco um dos dois idiomas mais difíceis do mundo.
O polaco tem cinco dialetos populares básicos: chlonski (de Silésia), mauopolski (de Polônia Menor), mazowietzki (de Mazóvia), vielkopolski (de Grande Polônia) e kachubski (de Kaszuby). São ecos de antigos dialetos tribais que durante o desenvolvimento da língua polaca sofreram grandes modificações e metamorfoses. Formaram-se sobretudo longe dos grandes centros urbanos, entre habitantes de pequenas cidades e entre nobres e camponeses das vilas. Dentro de cada dialeto se distingue um grupo de “palavras básicas” e o fator que decide sua inclusão em um, ou outro dialeto são fenômenos lingüísticos típicos e repetitivos. As “básicas” diferem do idioma polaco no vocabulário, sintaxe, fonética e morfologia. Nas regiões da Mazuria, ou da Mazóvia é típico o fenômeno denominado como "mazurzenie" análogo ao sibilar (chiar) português, carioca e espanhol já que consiste em substituir as consoantes sz (sh) e cz (ch) por s (s) e c (ts). Em algumas regiões, as consoantes nasais se pronunciam sem ressonância nasal, em outras se pronuncia um y nasal no lugar de um e. As diferenças flexivas são formas abreviadas, por exemplo zrobim (faremos) e ao invés de zrobimy. Nas palavras básicas há vestígios do polaco arcaico. O melhor exemplo é o uso da terminação e no genitivo de alguns substantivos ao invés do y. Outro ponto típico deste grupo de palavras é a redução do número de terminações nas declinações. O que também diferencia este grupo do idioma polaco comum é a saturação do vocabulário com diminutivos locais, nomes relacionados com a agricultura, palavras que caíram de uso, ou palavras que nunca chegaram a ser de uso comum. Um dos dialetos, o kaszubski, é considerado, por alguns lingüistas, uma língua independente.
Um fenômeno interessante, posterior ao ano 1945, é o processo de formação de novos dialetos mistos, no Norte e Oeste do país, onde depois de terminada a II Guerra Mundial se estabeleceu gente de todas as regiões do país, transmigradas que foram. Os estrangeirismos constituem uma parte expressiva do idioma polaco. São empréstimos de outras línguas que se incrustaram na estrutura do polaco. Os mais numerosos são anglicismos (do inglês), galicismos (do francês), germanismos (do alemão), latinismos (do latim) e russicismos (do russo). A influência dos diversos idiomas depende de vários fatores. Às vezes foi a fascinação pela cultura (galicismos), às vezes os processos históricos, como a invasão e divisão da Polônia (germanismos, russicismos), ou o batismo
da Polônia (latinismos). O latim é a mais antiga influência, pois se imiscuiu no idioma polaco desde a Idade Média. Nos tempos de formação do Estado polaco e da pressão cristã, o polaco se viu afetado pelo vocabulário relacionado com religião e com os ritos, muitas vezes através do alemão, ou do tcheco (por exemplo: aniol [anjo], msza [missa]). Hoje a influência do latim se vê principalmente na nomenclatura científica. Os germanismos saturaram a língua polaca no século XIX como resultado da política germanizadora do ocupante. É difícil imaginar o polaco sem óbvios decalques lingüísticos como: czasopismo [revista] (Zeitschrift), dworzec kolejowy [estação de trem] (Bahnhof) o swiatopoglad [concepção] (Weltanschauung).
Do mesmo modo e da mesma época procede abundante russicismo. A segunda grande onda de empréstimos deste idioma ocorreu depois da II Guerra Mundial, quando a Polônia acabou ficando sob a influência da União Soviética. Dessa época datam
empréstimos como: kolektyw (Kolektyw), kolhoz (koljós), ou gulag.
O idioma francês influiu bastante na língua polaca durante o século XVIII, quando era de uso comum entre as pessoas que aspiravam ser alguém importante. O francês era então o que hoje é o inglês. Os empréstimos do francês funcionam no vocabulário referente a todas as atividades humanas: (makijaz [maquiagem], mansarda [desvio], koniak [conhaque], apaszka [cachecol]).
Nos anos de pós-guerra predomina o inglês. A partir dos anos setenta a saturação no polaco do vocabulário inglês é cada vez maior e a partir dos anos noventa, os lingüistas já não falam de “influência do inglês”, mas de uma verdadeira invasão de anglicismos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Curitiba, sonho de polacos

Casa de troncos no Memorial da imigração polaca em Curitiba

Curitiba, a capital do Paraná, é considerada por muitos, em função de sua população como o terceiro maior centro da etnia polaca em todo mundo. A maior concentração da etnia em uma mesma cidade ocorre em Chicago, nos Estados Unidos. Depois da cidade Norte-americana, a capital da Polônia, Varsóvia, por abrigar uma população que ultrapassa os 2 milhões de habitantes é a segunda colocada neste ranking. Curitia, que até 1947, tinha metade do território de seu munícipio denominado de distrito de Nova Polônia, sempre foi mais que um sonho para os imigrantes polacos do final do século 19 e início do 20. Curitiba, durante muito tempo, foi a cidade mais conhecida na Polônia.
Totem das cidades parceiras de Cracóvia, com Curitiba a 11.500 km de distância
e o título de cidade gêmea de honra. Curitiba é a única cidade do Brasil com grafia no idioma polaco.
Ainda hoje, taxistas de Cracóvia, Varsóvia e Lublin, quando encontram um passageiro brasileiro, perguntam primeiramente se o brasileiro é de Curitiba. Ao contrário de muitos europeus que quando ouvem o nome Brasil, imediatamente associam com Rio de Janeiro, Buenos Aires, Pelé, Café, Ronaldinho, na Polônia, a palavra Curitiba, tem mais que significado de Brasil, tem uma aura de "Eldorado", o paraiso buscado pelos europeus da idade média.
que Por ordem cronológica os polacos foram assentados nas seguintes colônias de imigrantes no município de Curitiba e arredores:
Novembro de 1871 - Pilarzinho
1873 -Abranches
1875 - Santa Cândida
1876 - Nova Polônia, que compreendia as colônias Lamenha, Santo Inácio, Órleãns, D.Pedro II, Dona Augusta
1877 - Rivière (hoje Ferraria)
1878 - Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly
Também foram criadas as Colônias de Serrinha no Município de Contenda, Tomas Coelho e Guajuvira em Araucária e outras em outros municípios vizinhos, quase que numa progressão aritimética.

Primeiras terras

Um documento que atesta oficialmente a chegada da imigração polaca no Paraná, e conseqüentemente em Curitiba é um atestado da Câmara Municipal, que diz:
" Câmara Municipal da Cidade de Curitiba, attesta, a requerimento de Sebastião Edmundo Saporski, o seguinte:
1.º que existem estabelecidas no rocio desta Capital as trinta e duas famílias polacas, constantes da relação apresentada, ocupando alguns lotes de terrenos da colônia Pilarzinho e outros terrenos que requereram a esta Câmara e obtiveram por carta e foro;
2.º que as mesmas famílias polacas são dedicadas ao trabalho, excellentes lavradores e muito morigerados;
3.º que não consta a esta Câmara tivessem estas famílias recebido quaisquer favôres ou adiantamentos pecuniários do Gôverno para estabelecimento.
Paço da Câmara, 15 de outubro de 1873.
Eu Ignacio Alves Corrêa, secretário o subscrevi. O presidente da Câmara municipal, ass. Antonio Augusto Ferreira dos Santos"


Primeiro nascimento

Com efeito, sob o número 414, nos registros de nascimento da velha Igreja Matriz de Curitiba, está assinalado:

"Aos vinte e oito dias do mês de Outubro de mil oitocentos e setenta e um, nésta Matriz de Curitiba, batizei e puz os santos oleos no inocente João, nascido a seis d'este mês, filho legítimo de Gregório Hylla e de Maria..., Polacos. Foram padrinhos Fabiano Barcik e Rosalia Pampuch, também Polacos e fregueses desta Paróquia. do que fiz este assento. O Vigário Agostinho M. de Lima" .

No mesmo livro, mais adiante o registro 415.

" Nascimento de Ursula, a 27 de Outubro de mil oitocentos e setenta e um, filha legítima de Fabiano Barcik e Edvirges Purkot, polacos..."
João e Ursula são os primeiros paranaenses eticamente polacos, os primeiros polono-brasileiros da história da imigração polaca no Brasil.

Polônia perderá créditos da UE


Manchete principal do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, dia 4 de agosto de 2008 diz que: Cinco Voivodas perderão ajuda de Bruxelas. Destaque também para a morte do escritor russo Aleksander Sołżenicyn, premio nobel de literatura e dissidente do regime comunista.

domingo, 3 de agosto de 2008

Festival de folclore em Passo Fundo


Grupo "Bielsko" Da Polônia Em Passo Fundo


É de Bielsko-Biała (biélsco biaúa), cidade no sul da Polônia o grupo que se apresentará, em Passo Fundo, durante o X Festival Internacional de Folclore. De 15 a 23 de agosto Passo Fundo terá espetáculos diários no Circo da Cultura no Parque da Gare (manhã, tarde e noite), desfiles de ruas, missa folclórica, oficinas de arte no shopping, conversação no Teatro Municipal todas as tardes e espetáculos etnográficos nos locias dos patrocinadores. 

O grupo polaco tem patrocínio do Centro de Cultura Bielskie e como diretor Wladysław Szczotka e como coreógrafa é Bożena Bieńczyk. O grupo tem 34 anos de história e um repertório de músicas e danças tradicionais da Polônia, como "polonaise", "mazurka", cracovienne e outras. O "Bielsko" é formado por 80 pessoas e é dividido em 3 grupos menores, em função da faixa etária, crianças (5 a 9 anos), (10 a 15 anos) e um grupo juvenil-adulto (16 a 25).
"Bielsko" com suas danças e cantos locais se apresenta em qualquer tipo de palco. O grupo "Bielsko" faz tournèes internacionais pela Alemanha, Hungria, Áustria, Portugal, Estados Unidos, Grécia, Sérvia, Turquia e Polônia. 
Bielsko Biała fica próxima das fronteiras da República Tcheca e Eslováquia e é importante centro automobílistico. É lá que está instalada a fábrica da Fiat italiana e e terra do Maluch - o menor carro da Fiat, um 126, de 500 cilindradas e considerado o carro mais popular da Polônia.
P.S. Lá também está a família Jarosiński, dos meus primos Jerzy, Krzysztof, Grazyna, Anna, Agnieszka, Grzegorz, e outros 60 primos e primas.

Murici: colônia de polacos


A colônia Murici surgiu na terceira etapa da colonização polaca no Paraná. Após a bem sucedida experiência com a colonização polaca em Curitiba, o governo da Província decidiu estender o processo ao município vizinho de São José dos Pinhais. Foram adquiridos 2.891 hectares, pois houve dificuldades de desapropriação, já que quase todos os terrenos ao redor de Curitiba eram propriedades particulares. Os problemas na hora da compra eram enormes, pois os títulos de propriedades eram muitos confusos e quase sempre aparecia mais de um proprietário reivindicando a posse. Esta área adquirida foi dividida em 4 colônias: Zacarias, Murici, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly. A Colônia Murici foi criada, em abril de 1878, e compreendia os lotes entre os rios Miringuava e Pequeno e nela foram assentadas 20 famílias.

No dia 6 de junho de 1878, segundo registros da Paróquia de Murici, chegaram 60 colonos procedentes da Galícia (região de Gorlice na Małopolska e da região Podkarpacki ) e da Prússia Ocidental (região de Starogard, atual município de Gdańsk). Os novos imigrantes chegaram com o navio inglês Paschoal, em Paranaguá. Foram transladados para outro barco, no qual atracaram no Porto de Antonina, de onde vieram em carroças até o planalto curitibano. A data de fundação da nova colônia foi fixada em 21 de setembro de 1878.

O primeiro batizado de um filho de polacos, ocorreu no dia 3 de janeiro, com Francisco, filho de Wojciech Gottfried e Maria Muszyńska. Foram padrinhos Wojciech Mikos e Anna Ciulis. O documento paroquial assinala que todos, exceto o pequeno Francisco, procediam da região da Silésia polaca ( na época sob o jugo invasor dos alemães).

A colônia Murici de 876 hectares foi dividida em 72 lotes. Segundo levantamento de Sebastian Saporski, em 1893, a população da Colônia era de 240 imigrantes polacos, 82 filhos nascidos no Brasil e outras 57 pessoas de outras nacionalidades (brasileiros, italianos, ucranianos).

Soldados judeus na I Guerra Mundial


Foto: Arquivo ŻIH
Em 28 de julho de 1914 estourou a Primeira Guerra Mundial. Os judeus, eram cidadaõs de diferentes países envolvidos no conflito e acabaram lutando entre si na defesa de seus diferentes estandartes de guerra. Nas forças armadas alemães combateram 100 mil soldados judeus, sendo 2 mil oficiais jun junto aos 320 mil soldados e 8 generais judeus dos Exército do Império Austro-húngaro. Nos exércitos inimigos lutaram pelas forças armadas britânicas 10 mil soldados e 1300 oficiais judeus, enquanto no exército da França eram 55 mil soldados e 14 generais. Além dos mais de 350 mil soldados judeus no exército russo e 250 mil soldados, sendo 10 mil oficiais judeus no exército dos Estados Unidos. Nos "fronts" de batalha da primeira guerra  mundial morreram aproximadamente 120 mil soldados judeus.
P.S. Na segunda guerra mundial morreriam mais de 2 milhões e 700 mil civis judeus, na sua maioria cidadaões polacos.

sábado, 2 de agosto de 2008

A destruição da segunda guerra na Polônia

Em linha preta, o que era o território da Polônia em 1939 e como ficou após a divisão imposta por Stalin, em vermelho.

Em 12 de março de 1938, os exércitos alemães invadiram a Áustria e a tornaram parte do Reich alemão. Hitler na seqüência pressionou para tomar parte dos Sudetos na Tchecolováquia. Os líderes da Itália, França, Grã-Bretanha assinaram um acordo com a Alemanha, em Munique, entregando a região dos Sudetos aos alemães. Em março, a Alemanha ocupou a Tchecoslováquia, incluindo Praga e criando o Protetorado Tcheco-Morávio. Logo em seguida ocupou também Klaipede. Os polacos esperavam pela ajuda dos franceses e ingleses, que haviam declarado apoio através de acordos. O inglês Charberlain parecia ter se esquecido de sua declaração: “de nós, evidentemente, dependerá que ação consideraremos como ameaçadora da independência da Polônia. Isso preservar-nos-á ante o envolvimento numa guerra causado por um problema fronteiriço”.
No final de outubro de 1938, Hitler exigiu que a Polônia concordasse na anexação de Gdańsk à Alemanha, ao mesmo tempo em que permitisse a construção de uma ferrovia e de uma rodovia extraterritorial que passasse pela Pomerânia polaca. Em 22 de agosto de 1939, Hitler deu a ordem para atacar a Polônia quatro dias depois: “Em primeiro lugar encontra-se a destruição da Polônia. Que a piedade não tenha acesso aos vossos corações. Atuem brutalmente.” A data foi prorrogada para o dia 1º de setembro, em função do pacto Ribbentrop-Molotov, firmado no dia seguinte e que demarcava a futura fronteira russa-alemã, após a extinção da Polônia.O criminoso pacto dos totalitarismos nazista e comunista iria por fim à soberania e integridade da Polônia. As repressões soviéticas tomaram a forma de revanche de classe. A sovietização das áreas ocupadas foi antecipada por uma limpeza ética.
A dificuldade polaca no caso, estava em que, para os aliados era imperioso destruir Hitler, não se importando de se unir a Stalin. A verdade sobre os crimes soviéticos, não só frente aos polacos, era então incômoda para os aliados, como também mais tarde, o mundo não quis saber deles. Entre o armistício de novembro de 1918, até a agressão da Alemanha hitlerista foram exatos 20 anos, 9 meses, 2 semanas e 5 dias. Atacada, a Polônia resistiu, mas não pôde repelir a dupla invasão promovida pela Alemanha e a União Soviética. Dezessete dias após os nazistas, os comunistas também invadiram a Polônia. Acuados em dois "fronts" de batalha, os polacos resistiram bravamente durante um mês, sem nunca terem capitulado. Destino que a França, superior em contingente militar à Polônia, não conseguiu suportar, caiu em menos de duas semanas. Tempo bastante inferior a resistência solitária e heróica dos polacos do início da guerra. Uma vez mais a Polônia, caiu presa ante as ambições de seus vizinhos poderosos e a um custo muito mais alto do que qualquer nação havia pagado anteriormente.

Resistência heróica

Eram 4 horas da madrugada de 1° de setembro de 1939, quando um milhão e oitocentos mil soldados da elite do exército nazista apoiados por 9000 peças de artilharia, 2500 tanques, 1500 aviões bombardeiros invadiram a Polônia, dando início a maior guerra da história da humanidade. Para se defender, a Polônia dispunha de apenas 900 mil soldados, 3000 peças de artilharia, 475 tanques e 400 aviões de combate. Hitler ordenou que seus soldados fossem tão cruéis quanto fosse possível. Que não se importassem em desrespeitar e violar as normas do direito internacional. Pois era necessário matar também a população civil.
Os polacos suportaram três dias na primeira linha de defesa. As inúmeras baixas, obrigou-os a recuar até a principal linha defensiva dos Cárpatos à Pomerânia, que passava por Bydgoszcz, Poznań, Łódż e Silésia. A defesa da Pomerânia, Mława, Łódż e Cracóvia durou até 6 de setembro. Em Gdańsk, 200 soldados rechaçaram durante uma semana forças inimigas muito maiores em contingente, aviação e artilharia. Em 9 de setembro, começou a grande ofensiva polaca no vale do Rio Bzura sob o comando do general Tadeusz Kutrzeba. O êxito foi total, mas não influiu no desenrolar dos acontecimentos.
Em 20 de setembro, o exército de Kutrzeba foi desbaratado numa das batalhas mais sangrentas da guerra. Os poucos que sobreviveram foram reforçar as trincheiras da Varsóvia sitiada. Três dias antes, os comunistas tinham cruzado a fronteira polaca. Os combates na cidade de Gdynia duraram até o dia 18. Os alemães sitiaram Lwów até o dia 22 sem conseguir tomá-la. Em Lublin duas grandes batalhas ocorreram antes do dia 26, nos arredores de Tomaszów. Varsóvia conseguiu resistir até 28 de setembro quando caiu e o exército Polasie sob o comando do general Franciszek Kleeberg resistiu de 2 a 5 de outubro, na cidade de Kock, quando capitulou sem munições. Esta foi a última batalha da campanha de 39 e a que acabou por estimular as demais nações européias a enfrentar o terror nazista.
O significado militar e político da defesa polaca foi enorme. A meta hitleriana de uma campanha curta e rápida não teve êxito. A invasão à Polônia custou 40 mil soldados, mil tanques e 700 aviões em apenas um mês. Estas perdas equivaleram às baixas sofridas pelos alemães até começar os ataques terrestres a União Soviética 4 anos mais tarde.Desconsiderando o óbvio, alguns fatos menos conhecidos sobre o papel de Polônia durante a Segunda Guerra Mundial provam o quanto, os polacos foram preponderantes para a derrota nazista.
Primeiro, a Polônia realizou o maior movimento de resistência entre todos os países da Europa. Sensibilizados pelas sucessivas partilhas de seu território, os polacos tinham consciência que estavam lutando em prol de seu país. Segundo, o pior dos campos de concentração e o maior número de vítimas ocorreu em terras polacas. Esta distinção horrorosa foi devida principalmente à longa história de tolerância religiosa e cultural da Polônia, que resultou na maior população judaica da Europa. Em oposição ao pensamento de seus vizinhos, os polacos auxiliaram muito os judeus antes, durante e depois da ocupação nazista. Esta atitude auxiliadora foi algo sem precedentes na história da humanidade. Os polacos católicos por isso acabaram castigados da mesma forma como os polacos judeus pelos nazistas. Terceiro, a União Soviética jogou sua cartada expansionista habilmente ao longo de toda a guerra. Para mover suas fronteiras para Oeste, os russos se uniram aos polacos apenas com o objetivo de os colocar para fora das fronteiras do Leste europeu, ou simplesmente acabar com os mais promissores oficiais polacos.
Inicialmente os dados alemães eram de que foram massacrados 40.231 oficiais em Katyń, em 1940, pelo exército vermelho. Entretanto, informações recentes, indicam, após escavações na região, que oficiais foram massacrados, não só em Katyń, como também em Charków, Starobielsk, Ostaszków e outros campos de prisioneiros militares. Na área política, Stalin impôs um Partido Comunista pseudo-polaco que depois veio a servir como coluna vertebral do Partido Operário Polaco.
As maiores artimanhas de Stalin aconteceram perto do fim da guerra. Em 1944, soldados soviéticos se pararam para contemplar o exército polaco enfrentar os nazistas durante três meses na insurreição de Varsóvia. Derrotados, os poucos polacos assistiram impotentes, o exército alemão destruir 85% de Varsóvia nos dois meses seguintes. Enquanto isto, o exército soviético esperou seis meses do outro lado do rio para cruzá-lo apenas em janeiro de 1945 e entrar em Varsóvia vitorioso sem ter tido nenhuma participação e conseqüentemente perdas. O egoísmo brutal desta ação ainda hoje é algo difícil de ser aceito. A nova realidade dos polacos foi expressa na dependência a Moscou, sancionada em Ialta e na submissão da sociedade ao experimento da transformação comunista preconizada por Jozéf Stalin.

MAIORES PERDAS

No final de tudo, a Polônia perdeu mais que qualquer outro país envolvido na Guerra. Mais de 25% de sua população foi completamente dizimada, sua capital foi transformada em ruínas, sua população anteriormente multirracial tornou-se 100% polaca e seu futuro político foi determinado por potências estrangeiras sem a sua participação.
Os polacos com sua atitude exerceram forte influência sobre outras nações que apenas começavam a perceber o perigo que as ameaçava. Ao contrário das expectativas de Hitler, a guerra contra a Polônia transformou-se em guerra mundial. Segundo o coronel Eugeniusz Kozłowski, “a Polônia foi a primeira vítima da guerra produzida pela Alemanha de Hitler e ao mesmo tempo o primeiro país da Europa que não capitulou sem luta e interrompeu a série de anexações do III Reich”. De um contingente inicial de cerca de um milhão de soldados, as perdas alcançaram 200 mil soldados, sendo que 75 mil pereceram devido aos graves ferimentos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Base polaca atacada no Iraque

Soldados polacos continuam no Iraque
A Polônia ainda continua no Iraque apoiando os planos de George W. Bush. Nestes anos de ocupação Norte-americana naquele país, o contingente polaco tem desempenhado um papel estratégico importante. Contudo, os 900 soldados polacos que permanecem em solo iraquiano foram surpreendidos por um ataque terrorista, ontem, no Campo Echo wm Diwanija.
Foram disparados alguns foguetes com a base polaca.  Felizmente para os polacos, os foguetes não atingiram os alvos pretendidos. Apenas um civil Norte-americano, de uma empresa de logística foi morto.  Nenhum soldado polaco foi atingido.  Mas vários conteiners foram destruídos. A presença polaca em solo iraquiano ainda não tem planos de retirada. Mas está prevista a retirada de muitos destes soldados polacos em outubro próximo. Ainda ficariam lá algumas dezenas de soldados.

Polacos no Brasil: estatística polêmica

O governo imperial do Brasil, em 32 anos de imigração, gastou 10 milhões de libras esterlinas para o transporte e colonização de imigrantes europeus. A corrente imigratória para o Brasil trouxe até 1947, cerca de 4 milhões e 930 mil europeus e orientais. O polaco seria o quarto agrupamento de imigrantes no país, considerando-se a tabela abaixo:

Chegada ao Brasil

Em sua grande maioria, os polacos, chegaram ao Brasil entre 1847 e 1914 e pelo menos em suas primeiras décadas permaneceram bastante afastados da convivência com os brasileiros e as demais etnias de colonizadores. No mesmo período, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirma, baseado em seus registros, que chegaram ao Brasil nestes 67 anos: 3.379.991 imigrantes. Contudo, em seu grande estudo “Brasil: 500 anos de povoamento” , o órgão oficial do governo não menciona em suas tabelas os polacos. Talvez, não por que lhe faltem dados, mas principalmente porque esta é ainda hoje uma questão polêmica.

Quando se comemorou em 1971, o centenário da Imigração Polaca no Paraná, um grupo de estudiosos afirmava que os primeiros imigrantes polacos teriam chegado ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869.  Estes polacos foram colocados nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy, na região de Brusque. No período que permaneceram em Santa Catarina não teriam sido registrados nascimentos de nenhum filho destes polacos. Isto só vem ocorrer mais tarde, já na província do Paraná, para onde se encaminharam estas famílias em, 30 de setembro de 1871. 
Após a proclamação da República, o governo brasileiro praticamente abriu as portas do país à imigração. Os primeiros anos da República foi o período em que mais entraram imigrantes no Brasil. Os polacos apareceram nas estatísticas em bom número. 
Dados compilados pelo padre Jan Pitón mostram números comparativos entre "recenceadores" da etnia polaca no Brasil. Os números cobrem um período que vai de 1847 a 1970. Como podemos ver na tabela abaixo os números são bastante divergentes:


P.S. Estes números fazem parte de um dos capítulos de minha tese de doutoramento em história, na Universidade Jaguielônica de Cracóvia, ainda não defendida.