sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Polacos no Brasil: estatística polêmica

O governo imperial do Brasil, em 32 anos de imigração, gastou 10 milhões de libras esterlinas para o transporte e colonização de imigrantes europeus. A corrente imigratória para o Brasil trouxe até 1947, cerca de 4 milhões e 930 mil europeus e orientais. O polaco seria o quarto agrupamento de imigrantes no país, considerando-se a tabela abaixo:

Chegada ao Brasil

Em sua grande maioria, os polacos, chegaram ao Brasil entre 1847 e 1914 e pelo menos em suas primeiras décadas permaneceram bastante afastados da convivência com os brasileiros e as demais etnias de colonizadores. No mesmo período, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirma, baseado em seus registros, que chegaram ao Brasil nestes 67 anos: 3.379.991 imigrantes. Contudo, em seu grande estudo “Brasil: 500 anos de povoamento” , o órgão oficial do governo não menciona em suas tabelas os polacos. Talvez, não por que lhe faltem dados, mas principalmente porque esta é ainda hoje uma questão polêmica.

Quando se comemorou em 1971, o centenário da Imigração Polaca no Paraná, um grupo de estudiosos afirmava que os primeiros imigrantes polacos teriam chegado ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869.  Estes polacos foram colocados nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy, na região de Brusque. No período que permaneceram em Santa Catarina não teriam sido registrados nascimentos de nenhum filho destes polacos. Isto só vem ocorrer mais tarde, já na província do Paraná, para onde se encaminharam estas famílias em, 30 de setembro de 1871. 
Após a proclamação da República, o governo brasileiro praticamente abriu as portas do país à imigração. Os primeiros anos da República foi o período em que mais entraram imigrantes no Brasil. Os polacos apareceram nas estatísticas em bom número. 
Dados compilados pelo padre Jan Pitón mostram números comparativos entre "recenceadores" da etnia polaca no Brasil. Os números cobrem um período que vai de 1847 a 1970. Como podemos ver na tabela abaixo os números são bastante divergentes:


P.S. Estes números fazem parte de um dos capítulos de minha tese de doutoramento em história, na Universidade Jaguielônica de Cracóvia, ainda não defendida.

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