sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Polônia inteira está deixando de ler

Foto: Iwona Burdzanowska
Foi se o tempo em que o índice de leitura e empréstimos nas bibliotecas beiravam os 100%. Sim! Mas isso eram tempos de comunismo. Desde a queda do império soviético e restauração da república democrática, os polacos têm lido menos.
"As crianças e os jovens lêem menos", alertam bibliotecários de todo país. Dois entre três professores da escola fundamental buscam incentivar os alunos a buscarem um livro. Na Szkole Podstawowej (Escola Fundamental) nrº. 17, na ulica Krochmalnej, em Lublin, com dinheiro da União Europeia foi formado um círculo de leitura na biblioteca.
As pesquisas mais recentes realizadas por leitores da Biblioteca Nacional entre os estudantes do ensino médio mostra que um em cada quatro alunos do ensino médio não lê livros. Esta tendência também é evidente nos estudos de leitura entre os adultos - por exemplo, em 2008, este índice era de 62%.
Muitos polacos não lêem nem um único livro por ano. Os bibliotecários relatam que os estudantes estão lendo apenas aqueles livros obrigatórios. Para alguns adolescentes, a biblioteca é um lugar atraente somente quando se pode usar a Internet. Sem acesso a grande rede, eles nem se aproximam das bibliotecas.
Por isso, programas de incentivo à leitura como este implantado na Escola Fundamental da nr º 17  da ulica (rua) Krochmalnej são muito importantes. No final de fevereiro, as aulas serão realizadas com dois grupos, formados por crianças das classes I a III, e IV-VI.
A professora Janina Łatwińska ressalta a importância de padrões aprendidos no lar, "se a criança não vê os pais lendo um livro é pouco provável que ela própria vá se interessar pela leitura na escola, ou na biblioteca".
Como convencer os alunos a ler? Esta é a pergunta que move professores em mudar esta tendência pela não leitura de livros. Programas de incentivo são a única esperança. Entre estes planos, estão visitas orientadas às livrarias, onde as crianças audam a escolher livros para serem adquiridos pela biblioteca da escola.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Presidente da Ucrânia visita Polônia


Presidentes Viktor Janukowicz i Bronisław Komorowski
Os presidentes polaco e ucraniano estiveram visitando as obras de construção do Estádio Nacional, em Varsóvia, por aproximadamente 15 minutos no dia de ontem.
O polaco Bronisław Komorowski serviu como um guia para o presidente da Ucrânia, país vizinho que sediará junto com a Polônia o Torneio de Seleções Europeias - Euro 2012.
Komorowski havia visitado o estádio, 7 meses atrás, junto com o presidente da UEFA, o ex-jogador francês, Michel Platini, num vôo de helicóptero sobre Varsóvia.
O presidente polaco chamou a atenção do colega ucraniano, Viktor Yanukovicz para o desenho do teto do estádio e disse que a instalação desta parte é uma operação bastante difícil devido sua altura.
O ministro do Esporte e Turismo, Adam Giersz, mencionou que este será o maior estádio da Europa em termos de volume. Presidente ucraniano se mostrou muito satisfeito com o projeto. "O Estádio Nacional de Varsóvia será único. Estamos satifesitos de organizar em conjunto com a Polônia a Eurocopa de 2012".
Antes da visita ao estádio, o presidente ucraniano foi recebido oficialmente no Palácio do Presidencial. Durante as conversações, polacos e ucranianos abordaram as questões de cooperação económica entre os dois países, a integração da Ucrânia com a União Europeia e os preparativos para o Euro 2012.
Depois, Bronisław Komorowski e Viktor Yanukowicz assinaram um protocolo da cooperação polaco-ucraniana para os anos 2011-2013. Este é descrito em ações de curto prazo e ações a longo prazo. Como, por exemplo, a cooperação polaca para a integração europeia. Janukowicz afirmou que ele e Komorowski também discutiram "Odessa-Brody-Gdansk".

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cracóvia, assinado Pacto pela Cultura

O cineasta Andrzej Wajda no congresso cultural - Foto: Krzysztof Karolczyk
"Tenho minha opinião sobre o assunto. Devemos mudar a abordagem da cultura e tudo relacionado com ela, então assinar o Pacto para a cultura é participar ativamente no processo de mudanças legislativas para que o Estado aumente os gastos em cultura", disse ontem o prefeito de Cracóvia, Jacek Majchrowski, que dessa forma, juntou-se à iniciativa do "Movimento Cidadãos pela Cultura", que realizou em Cracóvia há dois anos o Congresso da Cultura. Na foto, o diretor de cinema Wajda era um dos participantes ativos dos debates.
O documento assinado foi entregue em mãos do presidente prof. Jerzy Hausner, um dos idealizadores do Pacto. Os membros do movimento querem contribuir para que os debates, propostas, requerimentos e declarações relativas durante o Congresso da Cultura sejam efetivamente consignados, como aumentar o financiamento para a cultura. Isto, significa, dobrar a dotação destinada à cultura, que atualmente é de 0,5% do orçamento Estatal e da diversificação das fontes de financiamento.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Reynaldo Jardim... morreu


Recebi e-mail de uma amiga de origens portuguesas, matogrossense, que vive em Florianópolis fazendo arte. Trazia ela, uma triste notícia para o jornalismo cultural deste país, área que meu amigo criou para o lúdico de todos nós. Reynaldo Jardim era esposo, na época que o conheci, da jornalista paulistana-curitibana, Marilu Silveira, que me dirigia no grupo teatral Gil Vicente. Eu era ator e declamador e Jardim era a figura que da platéia e da coxia orientava Marilu e a todos nós.
Depois da segunda temporada, por sugestão do Jardim, Jair Brito, então diretor da Rádio Cidade de Curitiba, comprou o espetáculo para ser o especial daquele natal da rádio de 1981. Semanas mais tarde estavámos nós no estúdio de gravação do Camargo, ali no Juvevê. Jair Brito, Marilu, Cláudia Paciornik e Jardim do outro lado do imenso vidro do estúdio. Encerrada a gravação... saímos nós, os atores, do estúdio e Jardim colocando a mão no meu ombro disse ao Jair: contrata este rapaz como locutor da tua rádio, ele leva jeito.
E Jair me perguntou: quer trabalhar em rádio? Fiz que sim com a cabeça. Ele então completou: Aparece amanhã lá na rádio para um teste. Jardim me deu um abraço e parabenizou. Dia seguinte fui na rádio. Aprovado, comecei a trabalhar com um mestre do rádio, indicado por outro mestre, este da poesia e do jornalismo cultural.
Anos mais tarde, depois de deixar  o emprego na TV Iguaçu, fui direto ao Jornal do Estado, onde Jardim estava começando um grande e novo projeto, uma revolução do jornalismo do Paraná. Contei a ele que havia me desentendido com o Jamur Júnior na TV e precisava de emprego. Jardim me perguntou qualquer coisa se eu estava disposto a trabalhar imediatamente. Falou que eu deveria ter vindo dois meses atrás, quando ele estava formando a equipe e agora não via outro jeito senão este e disse mais alguma coisa, que, confesso não entendi direito.
Como a sucursal da Editora Abril ficava nas emediações, entendi que ele tinha me dito, que se eu aceitava trabalhar na Revista Visão. Disse que sim! Então, em vez de sair do prédio do jornal, ele me levou até uma sala, abriu a porta, e disse às duas pessoas que estavam lá dentro. Olha este rapaz... é o Ulisses, ele é o novo colega de vocês. Então, virou-se para mim e disse: pode começar a trabalhar, sente-se e revise.
Bem, não era na Revista Visão, mas na revisão do jornal. Duas horas atrás, eu era chefe de jornalismo do SBT no Paraná... e agora sentava-se para ser revisor de textos no jornal que o Jardim tinha inventado... Mais um dos tantos que ele inventou, desde antes do Caderno B do Jornal do Brasil e do Anexo do jornal Diário do Paraná.
Entretanto, acho que o texto abaixo, enviado pela minha amiga Márcia conta melhor das coisas do Jardim e de seus últimos momentos como "encarnado" na Terra. Saudades do mestre, indicador, amigo e e e.....

Ferreira Gullar, Lygia Pape, Theon Spanúdis, Lygia Clark e Reynaldo Jardim

Essa noite nosso Rey morreu.
Desculpem a repetição do tema triste, mas o faço por uma obrigação imperial, ou ordens do Rey, para afastar a tal da tristeza pungente, que a meia noite me fez chorar um pouquinho e baixinho abraçado à Maria.
Pois agora sorrio e me perco em o que dizer nessa hora. Por isso a repetição do tema: essa noite o Rey morreu. Tenho tantas histórias dele para festejar. Algumas nossas. Poucas minhas sobre ele. De Reynaldo Jardim, devo quase tudo de bom que me aconteceu nos últimos tempos. E como nunca fomos tão piegas, deixo a última história que presenciei em sua casa, na sexta feira passada, dia 28 de janeiro, como uma maneira de dizer "até breve".
Estávamos em um jantar na casa de Reynaldo e Elaina, junto do ilustre poeta e diretor da Biblioteca Nacional, Antônio Miranda. Acho que ele já tinha ido embora quando o Rey nos parou na sala, pediu que ficássemos mais um pouco e contou de uma ligação inusitada que havia recebido há poucos dias.
Um homem ligou para Reynaldo dizendo que morava em São Paulo, que achou seu telefone na internet e que estava ligando por causa de sua mãe. Disse que eles foram amigos no colégio, quando Rey Jardim havia completado pouco mais de 20 anos. Pediu então, permissão para que a mãe, uma senhora de seus 80 e poucos, pudesse ligar para o desconfiado poeta.
Heleninha, chamava-se a senhora. Contou ao Rey e a sua esposa, por telefone, que eles tinham sido muito amigos. Enfatizou à Elaina que nunca foram namorados, apenas amigos. Claro que, todos nós que ouvíamos a história, e a própria Elaina, pensávamos: "obviamente, o Rey a comeu!"
Bom, ela falou que o Rey, na época, ainda lhe escrevera um poema. "Comeu, certeza!" afirmamos todos e rimos. Reynaldo Jardim se defendia dizendo que não tinha a mínima idéia de quem era essa tal de Heleninha. Disse que lembra o colégio, mas que havia na sala apenas um outro homem além dele, e o resto era só mulher. "Como poderia me lembrar de todas?"
Enfim, achamos interessante o re-encontro inusitado de 60 anos e comentávamos como troça. Reynaldo cantava as moças desde a tenra idade. Um poema a mais, um a menos...
Mas não é que a Elaina, depois da poeira baixada e já com outros assuntos em pauta enquanto conversávamos, mexia na correspondência do dia e encontrou uma carta! Endereçada ao nobre Rey! Cujo o remetente levava o nome de Helena (não lembro o sobrenome)!!.
Todos abismados e curiosos enquanto ela abria a carta. De lá, tirou dois pedaços de papel. Um bilhete curto que dizia mais ou menos assim (não sei as palavras certas e escrevo de memória, portanto, perdoem qualquer erro, mas afirmo que esse era o teor):
"sou a Heleninha, sua amiga do colégio tal. Não sei se se lembra de mim, mas nunca me esqueci de você. Você me escreveu um poema que, desde aquela época, o tenho usado como uma oração, uma reza mesmo, que evoco nas melhores e piores horas de minha vida. Esse poema faz parte das minhas melhores lembranças e queria que soubesse o quanto de alegria me proporcionou nesses mais de 60 anos, muito obrigada. Sua amiga para sempre, Heleninha".
Elaina desdobrou o outro pedaço de papel e lá havia uma cópia em xerox de um texto em versos. O título era algo com "canto", ou "cântico". Elaina reconheceu a letra na hora. Disse que ainda é a mesma. "A assinatura também é igualzinha, Rey!" exclamou Elaina.
Ela leu em voz alta o poema todo, pois é a única que decifra com desenvoltura a letra de Reynaldo Jardim. No final, a assinatura: Reynaldo Jardim, 8 de outubro de 1948.
Todos ficamos arrepiados e sorrisosos! Não digo que brotaram lágrimas em mim, mas a vi na Maria, na Elaina que ria, no Rey que ouvia.
Reynaldo fez isso com Heleninha. Fez isso comigo também. Fiz-lhe um filme pequeno para homenageá-lo. É meu primeiro filme. Ganhamos a Mostra Brasília, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2010. Além do Candango, tenho também na estante, um Jabuti, pois ele me deu o que ganhou em 2010, com Sangradas Escrituras (livro antologia). Tenho certeza que nosso premio no cinema também lhe veio como uma homenagem. Reynaldo faz isso com as pessoas. Reynaldo Jardim é gênio criador, artista revolucionário e delirante. Liderou ou influenciou os lideres de todas as grandes revoluções artísticas do século 20, tanto na poesia, como, e principalmente, na imprensa brasileira. Repito: Reynaldo fez isso em Heleninha, em mim e em milhares de outros. Reynaldo faz isso com as pessoas. Ele marca, com uma assinatura funda, nossa pele, nossa forma de pelear, nossas palavras e futuros e histórias e cores e coragens e sorrisos fugazes ou eternos e reticências... Essa noite ele morreu. Viva o Rey!

Alisson Sbrana


O HOMEM CULTURA
Reynaldo Jardim, foi um jornalista e poeta brasileiro nascido em São Paulo, no dia 13 de dezembro de 1926, e falecido em Brasília, em 1º de fevereiro de 2011. Reynaldo Jardim faleceu aos 84 anos de idade, em decorrência de complicações causadas por aneurisma na artéria aorta abdominal. Ele estava internado no Hospital do Coração, de Brasília. Foi redator das revistas O Cruzeiro e Manchete;Exerceu cargos de chefia na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mauá, na Rádio Globo e na Rádio Nacional no Rio de Janeiro e na Rádio Excelsior de São Paulo.
Realizou reformas gráficas em jornais como A Crítica (Manaus), O Liberal (Belém), Diário do Paraná, Correio de Noticias, Jornal do Estado e Gazeta do Povo (Curitiba), Jornal de Brasília (Brasília) e Diário da Manhã (Goiânia).
Em Brasília, foi editor do caderno Aparte, do Correio Braziliense e diretor executivo da Fundação Cultural do Distrito Federal. Participou, nos anos 50, da Reforma do Jornal do Brasil - onde criou o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o Caderno de Domingo e o Caderno B. O SDJB tornou-se o mais importante suplemento literário de poesia concreta do Brasil, por onde passaram Oliveira Bastos e Mário Faustino.
Ao ser obrigado a deixar o JB, em 1964, devido à repressão militar, Reynaldo Jardim foi diretor da revista Senhor e diretor de telejornalismo da recém-inaugurada TV Globo. Já em 1967, criou o jornal-escola O Sol com textos criativos e projeto gráfico inovador. Viúvo do primeiro casamento, no qual teve dois filhos: Teresa e o filho falecido Joaquim. Estava casado com a jornalista Elaina Maria Daher.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Kopców de Cracóvia estão ruindo

Foto: Mateusz Skwarczek

As três maiores elevações em Cracóvia, Pilsudski, Kościuszko e Krakus, estão em muito mau estado. Ameaçam ruir e o dinheiro para a reparação ainda não foi liberado. Os quatro morros de Cracóvia são cartões postais da cidade e é difícil imaginar a paisagem sem eles. Todos são uma atração turística e um local de passeios e eventos ao ar livre.
Estes morros são artificiais e foram erigidas como memorial de importantes eventos históricos ou pessoas para comemorar o mérito de cada uma. Se não for encontrado rapidamente dinheiro para a sua reparação, eles vão ser destruídos.
A Administração de Infraestrutura e Transportes da prefeitura solicitou ao Conselho Municipal e à Comissão Social para a Restauração de Monumentos Históricos de Cracóvia liberação para buscar financiamento da restauração do Kopce (morro) Krakus.
"Até agora, cerca de 100 mil złotych (59 mil reais) é o dinheiro necessário para uma obra do projeto para impedir a degradação conseguido", informou Jacek Bartlewicz, porta-voz da Infraestrutura e Transporte.
As chuvas torrenciais do ano passado, durante o mês de maio danificaram seriamente a estrutura dos morros artificais.
De acordo com Halina Rojkowskiej para a proteção dos monumentos de Cracóvia é necessário monitorar constantemente. "Caso contrário, precisaremos fechar os locais para os visitantes", adverte.
O diretor Leszek Cierpiałowski do Comitê Kopce Kościuszko estima que os reparos necessários deverão custar cerca de 5 milhões złotych (de acordo com estudos encomendados pelo Voivoda (governador) da Małopolska. O Comitê não tem esse montante, mesmo para desenvolver um simples projeto de restauração. A situação é semelhante no Kopce (Monte) Piłsudski. Embora já exista um projeto de reparação, que ainda não existe dinheiro para começar os trabalhos. Aqui são necessários 2 milhões de złotych.
Os danos podem ser vistos a olho nu, segundo Andrzej Hawranek, presidente do comitê de orçamento do conselho municipal, que preparou uma emenda ao orçamento municipal destinando os 2 milhões para recuperar o monte Piłsudski.