segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Maluch, sonho não realizado


Fotos: Ulisses Iarochinski
Estes carrinhos sim...são 500, ou cinquecento... Este caríssimo que as concessionárias FIAT estão vendendo no Brasil, pode ser tudo, menos 500.
O meu sonho não realizado na Polônia é nunca ter comprado este simpático 500 cilindradas, Fiat 126, que faz 25 km por litro de gasolina... e que foi fabricado nas unidades de Bielsko Biała e Tychy, na Polônia (mesma unidade fabril que está fabricando os importados FIAT 500) até 1997.
Seja alaranjado, verde, azul, marron, vermelho este carrinho é o MALUCH (pronuncia-se málurrrrhhh), ou seja, o menor de todos, que me encantou nessa volta a Cracóvia. Uma das saudades da Polônia bem doídas é não poder trazer um deles na mala (ou no conteiner - é proibido uma pessoa física importar veículo usado no Brasil - a não ser se for colecionador)

domingo, 31 de outubro de 2010

Wrocław: os antigos estúdios revivem

Foto: Ulisses Iarochinski

Palácio dos Estúdios e Laboratórios de Filmes de Ficção de Wrocław, que teve seu apogeu nos anos do comunismo, está revivendo com a ação do polaco Zbigniew Rybczyński, autor do filme "Tango" vencedor do "Oscar" de Melhor Filme de Animação de 1983.
Conheci o laboratório e estúdios na companhia de meus amigos polacos Szymon e Ewa Straburzyński, que me receberam em sua casa com muita hospitalidade, retribuindo minha recepção em Curitiba e Ilha do Mel. Szymon é o responsável pelos laboratório de efeitos especiais e um grande amante da Música Popular Brasileira.
Durante a visita, Szymon me apresentou a Rybczyński e tive a oportunidade de tomar umas taças de vinho oferecidas pelo diretor polaco no bar do "Interscenario 2010 - IV Międzynadorowy Festiwal Scenarzystów" (Quarto Festival Internacional de Roteiristas de Cinema) que estava acontecendo na Wytwórnia. Conversamos durante uma meia hora sobre a diferença das imigrações polacas para o Brasil e Estados Unidos. Ele ficou interessado pelo fato de Curitiba ser considerada a capital polaca da América do Sul.
Zbigniew Rybczyński (pronuncia-se: sbigniéf ribtchinhsqui) que nasceu em 27 de janeiro de 1949, na cidade de Łódź (pronuncia-se uúdji e não lóds), já ganhou inúmeros prêmios de prestígio, tanto nos Estados Unidos como em outros países. Foi professor de fotografia e cinema digital. Atualmente é pesquisador do azul, tela verde e tecnologia da composição para a Ultimatte Corporation.
Sendo de Łódź parece natural que ele tenha estudado na famosa Escola Superior de Cinema de Łódź (PWSFTviT), a mesma prestigiada universidade onde estudaram entre outros Romań Polański, Andrzej Wajda e Krzysztof Kieślowski. Teve, portanto, os mesmos professores que os três grandes diretores de cinema polaco. Zbigniew Ele começou sua carreira profissional trabalhando como diretor de fotografia para jovens diretores de sua geração. Seus filmes desse período são: "Rozmowa-TV" e "Po Omacku" para Piotr Andrejew; "Wideokaseta" para Filip Bajon; "Wanda włókniarka Gościmińska" para Wojciech Wiszniewski; e para Grzegorz Królikiewicz, o filme "Tańczący Jastrząb".
Rybczyński também foi muito ativo num grupo de avant-garde chamado "Warsztat Formy Filmowej", e cooperou com o "-Se-Ma-For Studios" de Łódź, onde realizou seus filmes de autor como: "Plamuz" (1973),  "Zupa" (1974), "Książka" (1975), e o famoso "Tango" (1980). Tango foi seu grande sucesso, ganhando o Oscar de Melhor Curta de Animação em 1983..
Ele é reconhecidamente no mundo todo como o responsável pelo pioneirismo na tecnologia HDTV. Em 1990, ele produziu o programa em HDTV "A Orquestra" para o mercado japonês. Este programa ganhou vários prêmios (o prêmio Emmy por "Outstanding Achievement in Special Visual Effects"). O programa, criado em HDTV, foi transmitido em resolução normal pela PBS, como parte de sua série de grandes realizações nos EUA.
Rybczyński criou muitos vídeo-clips de música para artistas como Art of Noise, Mick Jagger, Simple Minds, Pet Shop Boys, Chuck Mangione, The Alan Parsons Project, Yoko Ono, Lou Reed, Supertramp, Rush, Propaganda, Lady Pank e também "Imagine" para John Lennon.

Premiações de Rybczyński

* "Premio Internazionale Leonardo", pela contribuição a video art - Milão 1989
* "MTV Video Vanguard Award", pelo visionário no campo da music video, 1985-1986
* "Pioneer Award", pela contribuição a HDTV video art - Tokyo 1994
* "PRIX SACD 1991", conquistado na Categoria Televisão - Paris 1991
* "American Video Conference Award", pelo melhor Video Art de 1987 para MEDIA: Zbigniew Rybczynski- A Collection
* "The Orchestra", "EMMY"® - "Outstanding Achievement in Special Effects" 1990, "Prix Italia" - 1990, "Grand Prix" - International Electronic Cinema Festival, Tokyo-Montreux 1990.
* "Grand Prix" - A.V.A. Festival in Tokyo 1991
* "Hi Vision Award" - Tokyo 1990
* "Tango", "OSCAR" - para "Melhor filme curta-metragem de animação", Academy Awards® 1983,
"Grand Prize" e "Prize of the Public" - Annency, France 1981, "Grand Prize" e "Fipresci Award" - Oberhausen Film Festival, Germany 1981, "Grand Prize" e "Prize of the Public" - Hueska, Spain 1981, "Jury Commendation for Experimental Technique" e "Prize of the Public" - Ottawa, Canada 1982, "Best Animation" - Tampere, Finlândia 1982, "Main Prize" - Cracóvia Filme Festival, Polônia 1981.
*"Kafka", "Golden Gate Award" - San Francisco International Film Festival 1993, "Grand Prix" - International Electronic Cinema Festival, Tokyo-Montreux 1992.
*"Steps", melhor programa de vídeo - Rio International Film Festival 1987, "Melhor Diretor" - Entertainment Specials, ITS Monitor Awards 1987.
*"Imagine", "Leão de Prata" - Cannes Advertising Film Festival 1987, "Prêmio especial do Festival" - Rio International Film Festival 1987.
* "Keep your eye on me", music video para Herb Alpert - "Video of the Year" - British Phonographic Institute 1988, "Melhor Diretor" - Music Videos, ITS Monitor Awards 1987.
* "Hell in Paradise", music video para Yoko Ono, "Most Innovative Video" - Billboard Music Video Awards 1986.
*"She went pop", music video para I am Siam, "Melhor Diretor" - American Video Awards 1985, "Best Set Design" - American Video Awards 1985.
* "Close to the edit", music video para Art of Noise, "Melhor Video Experimental" - MTV Awards 1985, "Melhor Montagem" - MTV Awards 1985.
* "Diana D", music video para Chuck Mangione, "Melhor Diretor" - Monitor Awards 1985, "Melhor Montagem" - American Video Awards 1984
* "MEIN FENSTER (My Window)", "Third Prize" - Oberhausen Film Festival 1979
* "Nowa Ksiązka", "Main Prize" - Oberhausen Film Festival, West Germany 1976
* "Brązowy Lajkonik" - Cracóvia 1976, "Third Prize" - Melbourne Film Festival, 1976, "Menção especial" - Huesca, Spain 1977.
* "Zupa", "Golden Badge" - Chicago Film Festival 1978, "Main Prize" - International Film Festival, Cracóvia 1975

Placas lembrando grandes nomes do cinema polaco




Posters de filmes produzidos e finalizados no Laboratório de Wrocław





sábado, 30 de outubro de 2010

Przegorzaly, um sonho permamente

Foto: Ulisses Iarochinski


As folhas amareladas do outuno polaco é qualquer coisa de maravilhoso. Esta é a última imagem de mais esta temporada no Przegorzaly (pronúncia: pjegojaue) em Cracóvia... Sensação igual só em outubro de 2011. Quero estar lá de novo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Opera Krakowska, linda e de sucesso

Foto: Ulisses Iarochinski
A Ópera de Cracóvia existe desde 1954. E na maioria das vezes se apresentava no Teatr Juliusz Słowacki. Fui pelo meno uma vez assistir uma ópera ali. Creio que foi "Don Pasquale" com direção do brasileiro Walter Neiva. Na platéia, além de mim e do Leon Tondowski estava o jogador de futebol brasileiro Ernani (que então jogava no Korona Kielce) e a noiva a polaca Anna (ela estava trabalhando de intérprete para o Neiva). Foi um espetáculo excelente.
Mas depois de muitos anos finalmente a Opera Krakowska tem sua própria casa. Passando pela ulica (ulitssa - rua) Lubisz em direção à Voivodia (Estado) da Małopolspa (pequena Polônia), deparei com um imenso prédio vermelho quase no Rondo Mogilsko. De tão imponenente e diferente, já que partindo do Rynek (praça central da cidade) até ali só existem prédios medievais, renascentistas e do período romântico.


Grande auditório
A Ópera finalmente tem uma linda casa para abrigar sua orquestra de 65 integrantes que lhe permite executar música do século XVIII até século XXI, seja na forma de espetáculos - não apenas ópera, mas também operetas, balés, ou lúdicos para crianças -, bem como concertos de alto nível. A companhia é composta ainda de coro com 46 vozes, 24 bailarinos e um grupo de 22 solistas.


Sala camerística
No repertório da Ópera Cracóvia constam obras que vão desde o clássico ao romântico. Desde "Don Giovanni" de Puccini a "Madame Butterfly" de Mozart, combinando-o particularmente com as obras do século XX.
Foi a Krakowska que fez a estreia mundial da obra "Loteria na mężów" do compositor polaco Karol Szymanowski, em 2007, além de "Cesarz Atlantydy" de Viktor Ullmann (Der Kaiser von Atlantis) em 2009, e finalmente o drama "Diabły z Loudun" de Krzysztof Penderecki.


Fundo da plateia e balcão 
O atual repertório possui 18 espetáculos que representam 160 apresentações por ano. Em seu primeiro meio século de existência, a Ópera de Cracóvia dividiu o palco com peças de teatro dramático no histórico Teatro Juliusz Słowacki. Mas desde 2008, com a inauguração do belo edifício, com forma cúbica, e um anfiteatro de 764 lugares e mais uma sala camerística para 150 lugares. O sucesso da Ópera Krakowska pode ser medido pela presença do público. A lotação em qualquer dos espetáculos (opera, concerto, coro, ballet) supera sempre os 90%.
Maquete do conjunto da obra

Convite a visitar Cracóvia

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Santos contemporâneos da Polônia


Por onde se anda em Cracóvia se vê imensos painéis com esta foto. O papa João Paulo II rodeado pelo cardeal Stefan Wyszyński e pelo padre Jerzy Popiełuszko.
São comemorações pelo dia do Papa que acontece na Polônia na data em que o então Cardeal de Cracóvia Karol Wojtyła foi eleito Papa, outubro de 1978, no Vaticano.
O cardeal primaz da Polônia Wyszyński ficou preso nos anos cinquenta pelas autoridades comunistas e o padre Popiełuszko na década de 80 foi assassinado pelo serviço secreto polaco por ter se aliado ao Sindicato Solidariedade e se oposto ao regime comunista.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Wojcieszków, a cidade do meu avô polaco

Wojcieszków é um município localizado no Noroeste da Voivodia (Estado) de Lublin. Conta com 7.210 habitantes e ocupa uma área de 10.886 ha. O município é essencialmente agrícola. Na estrutura de uso da terra dominam as áreas agrícolas, que ocupam 78% do município. As florestas e zonas arborizadas cobrem 1.417 hectares ou 13% da área total. A principal fonte de subsistência dos habitantes é o trabalho em fazendas particulares. Wojcieszków está distante de Lublin em de cerca de 70 km e de 20 km Łuków.

História
Wojcieszków foi fundada, em 1437, por Klement Beliński. No mesmo ano, foi erguida a igreja paroquial. Foi reconhecida como cidade pela Lei medieval de Magdeburg, em 1540, no reinado de Sigismundo, o Velho. Em 1802, Wojcieszków é citada num dicionário como sendo uma cidade de igreja, centro comercial e castelo.
Ao longo dos séculos a cidade foi progressivamente negligenciada e pauperizada. Em 1819, o Departamento Administrativo do Reino da Polônia, em Siedlce, elevou-a categoria de cidade. O que no século XIX, constituía um entrave ao desenvolvimento Wojcieszków, ou seja, suas florestas e pequenos morros de areia, agora pode ser seu trunfo.
A primeira mensagem histórica sobre Wojcieszków data de 1437 e conta da criação da paróquia. O fundador da paróquia foi herdeiro das terras de Wojcieszków, Klement Ciołek do clã do brazão Ciołek de Bielan. Klement comprou a vila de Wojcieszków pouco antes de 1437, de desconhecido chamado Wojcieszek, que teria sido o fundador, ou dono daquelas terras. O desenvolvimento dinâmico dos assentamentos levou à criação de uma paróquia em Wojcieszków, por causa da grande distância que havia até a igreja paroquial mais próxima Klement construiu a igreja da Santíssima Trindade. A ata de fundação foi assinada por Zbigniew Oleśnicki, bispo de Cracóvia, em 15 de junho de 1437.
As terras de Wojcieszków foi herdada pelo filho de Klement, Piotr. Entre 1509 e 1516, Wojcieszków passou a ser conhecida como Wola Wojcieszkowska. Em 1505, aquelas terras passaram as mãos de Mikołaj Dzik do brasão Doliwa, e é transformada numa freguesia rural. Um documento emitido na chancelaria real em Cracóvia, em 21 de janeiro de 1540, estabeleceu um novo nome para o lugar como sendo Cidade Nova, nome que não é aceito, pois em 1556, Wojcieszków é citada no na lei de Magdeburg. Depois da morte de Mikołaj, em 1564, Wola Wojcieszków tinha cerca de 350 habitantes, e sua pequena agricultura foi completamente liquidada, o que dificultava seu desenvolvimento.
A cidade passou, então, para as mãos de Mauryce Suchodolski. Wojcieszków diminuiu gradualmente. Durante a administração de Suchodolski, funciona em Wojcieszków uma destilaria, uma olaria, uma serraria e um moinho. Em 1771, Suchodolski criou a primeira biblioteca, que em 1807, possuía 173 obras. Em 1764, Mauryce edificou na Igreja, oito altares. Maurice morreu em Mikołaj (ao lado da vila Szczałb) em 1826. Dobra Wojcieszków foi herdada por Wojciech filho de Mauryce logo ao nascer, em Wojcieszków, em 1749, que viria ser presidente do Parlamento por quatro anos. Elevado à dignidade de conde da Galícia, Wojciech se casa, em 1774, com Petronelia. Eles tiveram quatro filhas e dois filhos, Jan e Franciszek. A filha Barbara, cega desde o nascimento, recuperou a visão em Szczałb. Para a cura de sua filha, como uma oferenda de agradecimento, Wojciech construiu uma capela em 1817 e, portanto, devido a que o milagre da cura ocorreu numa sexta-feira, neste memorial, toda sexta-feira de maio é realizado uma festa. Franciszek Suchodolski após cumprir o serviço militar no exército austríaco, estabeleceu-se em Wojcieszków. De seu avô Eligiusz Prażmowski, herdou o gosto pela música, e chegou a tocar em concertos na região Podlasie. Tocava violino com perfeição, foi um verdadeiro virtuoso, fato evidenciado pelo seu nome ser encontrado no "Dicionário de músicos polocos" de Albert Sowiński. Franciszek teve dois filhos, Edmund e Eligius. No final, os Suchodolski não foram capazes de manter a condição de cidade e em 16 de Outubro de 1821, por uma decisão do governador ela foi rebaixada a categoria de vila.
Após os Suchodolski, Wojcieszków foi adquirida, em 1876, por Tadeusz Plater e e Sophia Alexandrovich. Era então pároco da igreja o padre Tadeusz Leszczyński, que assinou o batistério de minha bisavó Anna, em 1880. 
Minha bisavó era filha de Antony Filip e Katarzina Ognik e chegou ao Brasil, junto com meu bisavô Piotr Jarosiński, em 20 de maio de 1911. Em 14 de junho, do mesmo ano, eles já estavam assentados na Colônia do Tronco, em Castro, no Paraná, com seus dois casais de filhos, nascidos em Wojcieszków, Wiktoria (nasceu em 1901), Bolesław - meu avô (nasceu em 1905), Józef (nasceu em 1908) e Maria (nasceu em fevereiro de 1911). 
Mas voltando a história de Wojcieszków, com os esforços e a ajuda significativa do Palácio Plater foi construído na virada de 1898-1899 uma nova igreja. Através dos esforços do Padre Tadeusz, em 1909, foi fundada a escola da igreja paroquial para 80 crianças e dirigida por freiras.
O conde Tadeusz Plater foi um fazendeiro e criador de destaque. Em 1885, levou para uma exposição agrícola em Varsóvia, sua criação de ovinos e lá foi condecorado com a medalha de ouro. Tadeusz Plater morreu em Wojcieszków em 06 de junho de 1918. Sua filha e herdeira, Maria, casou com o Conde Victor Zyberk. O casal Plater-Zyberk, aumentou a criação de ovelhas e de cavalos. Em 22 de março de 1937, na propriedade da Condessa Maria Plater-Zyberk (Victor morreu em Vilno, em 7 de novembro de 1918 e foi sepultado na Rússia) nasceu o cavalo Ramsés.

Ramsés foi reprodutor em Janów Podlaskie, que durante a Segunda Guerra Mundial, estava sob o controle das forças armadas alemãs. No fim da guerra, o cavalo foi levado junto com os outros cavalos polacos por para Cleverhof perto de Lübeck, para ser reprodutor no haras militar de Grabau. Ali montava Ramsés, o tenente Bielecki, que quando imigrou para o Canadá deu o cavalo para o Barão Clemens von Nagel, que estava começando a criar uma cultura de cavalos de esporte, próximo a Vornholz Oelde na Vestefália. Se não fosse por Clemens von Nagel Ramsés, Ramsés não poderia ter feito uma carreira tão longa. O novo proprietário do cavalo chegou a aprender o idioma polaco. O Barão sabia o valor genético de Ramsés e de sua própria experiência em trabalhar num conselho militar de prisioneiros em Racot. Ramsés demonstra um predomínio de características árabes: de tamanho médio, compacto, grande, olhos expressivos, elegante e poder que irradia do garanhão racial, e com a natureza dócil e tranquila. Uma fratura durante um treino na arena de adestramento, em 1948, terminou com a carreira esportiva de Ramsés. O cavalo polaco de Maria Plater permaneceu férteis até idade avançada. Em 1966, ele morreu. Até hoje, netos e bisnetos de Ramsés estão espalhados pelo mundo, conquistando medalhas olímpicas e desempenhando papel importante na criação de cavalos de esportes.

Bolesław Jarosiński (foto)

Mas nem só do garanhão vive a memória da cidade do meu avô Boleslau. Wojcieszków possui uma igreja bela e histórica e um cemitério, onde jaz a esposa de Henryk Sienkiewicz (Prêmio Nobel de Literatura em 1905), Maria Babskich. Atualmente além de muitos Ognik, Filip e Mazur, a cidade possui escolas primárias e secundárias, a Sociedade dos Amigos de Wojcieszków, a Associação da Juventude Católica e um clube de Futebol, o Orkan

Vilas Rurais
Muito provavelmente brasileiros do Paraná, descendentes de polacos, têm suas origens nas vilas de Wojcieszków, como meus parentes de Castro, Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Curitiba e amigos de Cruz Machado, São João do Triunfo, Palmeira, Irati, Marechal Mallet, União da Vitória e São Mateus do Sul. Pois destas vilas rurais seus ancestrais imigraram em 1910, 1911 e 1912.
São elas: Burzec, Bystrzyca, Ciężkie, Ciężkie I, Glinne, Helenów, Hermanów, Kolonia Bystrzycka, Marianów, Nowinki, Oszczepalin Drugi, Oszczepalin Pierwszy, Otylin, Siedliska, Świderki, Wojcieszków, Wola Bobrowa, Wola Burzecka, Wola Bystrzycka, Wólka Domaszewska, Zofijówka, Zafibór.

LKP „ORKAN” WOJCIESZKÓW
Fundação: 1999
Uniforme: verde-branco
Endereço: 21-411 Wojcieszków, Okopowa 11
Telefone: (0-25)755-41-96
e-mail: lkporkan@o2.pl
Estádio: Park de Wojcieszków
campo 91mx54m, 200 lugares sentados

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Transmissão ao vivo do XVI Concurso Chopin



Para quem gosta e para quem detesta...música é sempre necessário... assista ao vivo a transmissão do Concurso Internacional Chopin de Piano direto de Varsóvia....clique aqui e assista agora 18:30 horário de Varsóvia e 14:30 horário de Brasília... pelo site do Concurso

http://chopin2010.pl/en/competitions/xvith-chopins-competition.html

 ou acesse pelo

http://chopin2010.pl/en.html

outros sites que estão transmitindo

TVP Kultura
National Audiovisual Institute
The Fryderyk Chopin Institute
Polskie Radio II

As transmissões ocorrem duas vezes ao dia  das 10 às 14 horas (horário de Varsóvia) das 17 às 21 horas (horário de Varsóvia) a diferença de fuso nestes dias de outubro é de 4 horas a menos no  Brasil, portanto até dia 23 sempre das 06 às 10 horas  e 13 às 17 horas de  Brasília.

Faworki, a cueca virada polaca

E não é que uma outra gostosura bastante comum, no Brasil, é de origem polaca. Vão anotando aí... estudiosos da diversidade cultural brasileira! Vocês que desconhecem a forte influência polaca na cultura brasileira.
Não bastasse os pączki serem polacos, ou seja, o sonho - aquele doce recheado com marmelada e cremes no Brasil e com creme de broto de rosas na Polônia - também a famosa "Cueca Virada", que muitos catarinenses pensam ser coisa de alemães e açoreanos, é o mais que tradicional Faworki polaco.
Pois, não é que me deliciei com eles, este fim de semana, numa casa de hospitaleiros polacos? ... Hummm! E com uma herbata góralska (rerbata guralsca - chá montanhês / chá preto com açúcar e vodca bem quente) então... Foi de lamber os dedos e beiços! Olha aí como estava meu prato:
Outros nomes polacos,  além de faworki, para esta gostosura são: chruścik, chruściki, chrust, chrusty, faworki, ou jaworki.  Chruściki, chrusty e faworki são as formas no plural das palavras chruścik Chrust, e faworek, respectivamente. A palavra polaca "faworki" originalmente se refere às fitas coloridas presas ao vestuário feminino ou masculino, especialmente fitas dadas à Cavaleiros medievais pelas suas damas. Etimologicamente a palavra "faworki" veio para a Polônia a partir do Faveur, palavra francesa, que significa "graça" ou "favor".
A palavra polaca "Chrust", por sua vez, significa "galhos secos de árvores quebrados" ou "mato". "Chruścik" é um diminutivo de "Chrust".
Os italianos fazem algo parecido e dão o nome de chiacchiere, enquanto franceses chamam de bugnes e os norte-americanos de Angel Wings.
A receita polaca? Sim! ...aí está:

Ingredientes
250 gramas de farinha de trigo
1 colher de chá de açúcar de confeiteiro
25 gramas de manteiga
1 ovo inteiro
2 gemas de ovo
1 colher de chá de nata ou creme de leite
1 colher de chá de vinagre de vinho

Preparo
Misture todos os ingredientes e amasse bem com as mãos até dar o ponto de estender a massa. Sobre a mesa enfarinhada, estenda a massa com rolo, o mais fininho possível. Corte em tiras e mais ou menos 10 cm de comprimento por 2 cm de largura. Faça um corte no meio (uma fenda de mais ou menos 4 a 5 cm). Puxe um das pontas da tira para dentro da fenda, até ficar retorcida. Faça o mesmo em todas as tiras. Leve para fritar em bastante óleo bem quente até que fique dourado em ambos os lados. Depois de frito, coloque sobre papel absorvente e salpique açúcar de confeiteiro.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Pelé é único” e está fazendo 70 anos

Peço licença aos meus leitores, a Polônia, à revista Dinheiro, mas tenho que reproduzir a reportagem sobre os 70 anos do meu ídolo e de milhões de pessoas neste planeta Terra. Tive a oportunidade nesta vida de fazer duas entrevistas com o Rei. Foi no Encontro Mundial da Juventude, na cidade de Colônia, na Alemanha. O Papa Bento XVI estava lá para sua primeira visita oficial a sua terra natal como Papa da Igreja Apostólica Romana. Pelé estava lá na condição de convidado de honra da prefeitura alemã e de ídolo mundial dos jovens. Entrevistei-o para a TV Bandeirantes e para o jornal O Estado de SPaulo numa entrevista exclusiva.
Numa de suas respostas, o rei disse: "Parece que a gente está mais perto de Cristo. Quando o Papa pegou nas minhas mãos e falou: - o esporte é muito importante para o ser humano e eu quero parabenizá-lo pelo que você tem feito e continue trabalhando".
As reportagens foram ao ar e publicada. São as mais importantes do meu arquivo pessoal. Pois ali, longe das telas do Canal 100 das salas de cinema, das telas das TVs.. naqueles momentos que foram só meus... pude sentir a grandeza desse homem, desse brasileiro, que honra não só Três Corações, mas dignifica a raça humana neste Planeta chamado Bola. Pelé - ou Edson Arantes do Nascimento faz aniversário neste 23 de outubro. 




Por favor acompanhem a reportagem da "Dinheiro"... e meu obrigado a Eliane Sobral - jornalista - que assina o texto abaixo.

O rei do marketing

Prestes a completar 70 anos, Edson Arantes do Nascimento não pisa nos gramados há mais de três décadas. Mas a grife Pelé ainda se mantém em plena forma no campo do marketing e fatura R$ 30 milhões por ano.

Por Eliane Sobral


Com a voz suave e pausada, dona Neli vem se desdobrando nos últimos dias para agradecer – e declinar – quem lhe telefona em busca de uma entrevista com o chefe. Na mesa do escritório, estão anotados mais de 238 telefonemas – entre eles o do presidente de Israel, Shimon Peres, e do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que gostariam de homenagear o chefe de dona Neli no sábado 23, quando ele completa 70 anos.
"Tem pedido de entrevista do Japão, da França, de Hong Kong e até dos Estados Unidos, onde o futebol masculino nem é tão forte assim”, diz Neli Cruz, que, há dez anos, é a secretária particular de Edson Arantes do Nascimento.
Já faz mais de 30 anos que Pelé pendurou as chuteiras e neste período o mundo viu surgir novos craques do futebol – dos franceses Michel Platini e Zinedine Zidane ao argentino Diego Armando Maradona, passando por Ronaldo Fenômeno –, mas nenhum deles alcançou o patamar do eterno camisa 10 do Santos.
Pelé não foi apenas uma máquina de fazer gols. Foram 1.284 no total, sendo 95 só com a camisa da Seleção Brasileira. Ao longo da vida, o Rei do Futebol associou sua imagem a uma centena de produtos e fez de si próprio uma das marcas mais valiosas do mundo.
O mercado publicitário e os especialistas nesse tipo de avaliação dizem que quem quiser explorar a marca Pelé por 20 anos terá de desembolsar nada menos que R$ 600 milhões. Detalhe: isso depois de 30 anos de aposentadoria do craque.

Ao longo da vida, o ex-jogador já emprestou sua imagem para mais de uma centena de marcas e produtos. Vendeu de tapetes a refrigerantes. De aparelhos de tevê a remédio para disfunção erétil. E até hoje Pelé ilustra campanhas publicitárias, participa de eventos e dá palestras. Só com esse tipo de atividade, o empresário Edson Arantes do Nascimento fatura R$ 30 milhões por ano. Segundo DINHEIRO apurou, Pelé não faz propaganda por menos de R$ 2 milhões.
Neste cachê estão incluídos dois dias de filmagens e fotografias para seis meses de veiculação. Se a empresa quiser tê-lo em algum evento ou que ele participe de palestra, há um adicional de 10% sobre o valor total da campanha publicitária. O que explica tamanho apelo publicitário tanto tempo depois de o craque ter deixado os gramados?


“Ele está num patamar em que nenhum outro esportista está. Talvez Mohamed Ali. São marcas acima do bem e do mal e o que explica é o fato de ele ter construído mais coisas boas do que ruins na carreira”, diz o publicitário Washington Olivetto, que também já escalou o jogador para ilustrar as campanhas da lã de aço Bombril.
O publicitário tem razão. Se Pelé foi uma unanimidade dentro de campo, não se pode dizer o mesmo de Edson Arantes do Nascimento. Ele se envolveu em algumas confusões que, fosse outra sua trajetória, poderiam ter minado sua imagem. Quando seu filho Edinho foi preso sob acusação de envolvimento com tráfico de drogas, o próprio Pelé disse que foi um pai ausente.
Nas ruas, porém, o que se ouvia eram frases de solidariedade ao sofrimento do pai que descobre o filho viciado. Pelé também se recusou a reconhecer a paternidade de Sandra Regina Machado – fruto de um romance na década de 60. O caso ganhou as manchetes dos jornais e, por anos, Pelé se negou a dar o sobrenome a Sandra.
A moça morreu em 2006 e Pelé nem sequer foi ao funeral. “Ele sabe usar todos os recursos da mídia para se manter em evidência e o fato de referir-se a si mesmo na terceira pessoa, cria uma barreira natural entre o homem e o mito”, diz o consultor Jaime Troiano.
Num país com carência de ídolos, Pelé vai se safando das confusões de Edson Arantes do Nascimento como se não fosse com ele. “É como teflon, nada cola”, diz Troiano. Não é só no Brasil.

Contratado pela Mastercard desde 2004 para participar de eventos, Pelé nunca tinha estrelado uma campanha publicitária para a marca. No início deste ano, porém, foi a principal estrela da propaganda criada pela empresa para a Copa do Mundo.
No filme, um rapaz tira foto do ídolo e leva para o pai completar um álbum de figurinhas. A Mastercard passou meses pensando em quem poderia fazer o papel de ídolo. Foi o então chefe do marketing global da marca, Laurence Flanagan, quem sugeriu: por que não Pelé? “Precisou um americano, que não entende nada de futebol, falar o óbvio”, lembra Cristina Paslar, diretora de marketing da Mastercard no Brasil.
Poucas empresas que utilizam o craque como garoto-propaganda o fazem na intenção de aumentar as vendas, segundo elas mesmas explicam. “Estamos em busca dos atributos que ele tem como personalidade mundialmente reconhecida”, afirma Hugo Janeba, vice-presidente de marketing da Vivo.
E ele não vê nenhuma contradição entre usar um senhor de 70 anos em campanhas de um segmento tecnologicamente avançado como o de telefonia celular. “Pelé tem 70 anos, mas não pode dizer que não seja moderno”, completa Janeba.
No início do ano, a Vivo produziu um vídeo no qual o último gol do craque é marcado com a camisa da Seleção Brasileira. Resultado: o filme teve mais de dois milhões de page views na internet.
“Agora vamos fazer uma versão de três minutos dando parabéns pelos 70 anos”, diz Janeba. E prossegue. “Pelé é um exemplo de vida, é um cara muito simples e sincero. O índice de rejeição a ele é um dos menores do mundo entre as celebridades e os esportistas.”
É o que mostra o levantamento exclusivo feito pela agência de publicidade Y&R para DINHEIRO sobre a percepção dos consumidores sobre a marca Pelé (confira no quadro). “Ele hoje não é um esportista.
É avaliado na categoria das celebridades e, por conta disso, pode-se associá-lo a qualquer produto, de qualquer marca, de qualquer setor”, explica Marcos Quintela, presidente da agência.
Dos 48 atributos avaliados no trabalho da Y&R, Pelé está acima da média das demais celebridades em 39, como inteligência, originalidade, gentileza, simplicidade, entre outros.
Para profissionais de marketing, Pelé reúne as qualidades que toda marca quer ter. “Pelé é único”, dizem os consumidores. E é isso que a Vivo vai buscar para se diferenciar em um mercado em que tem concorrentes ferozes do calibre de uma Oi ou de uma TIM.
Dona Neli diz que Pelé vai comemorar os 70 anos só com a família, em Santos, onde construiu sua sólida carreira. Uma solidez que vem de longa data. Em 1969, Pelé excursionava com o Santos pela África e parou uma guerra civil que acontecia no Congo. As duas forças rivais anunciaram o cessar fogo enquanto o rei do futebol estivesse por lá. Não é para qualquer um, entende?


P.S  E não é que o jornal Gazeta Wyborcza em sua edição Wiborcza bizeness publica sobre a reportagem da IstoÉ Dinheiro também... CLARO, NADA MAIS NATURAL EM SE TRATANDO DO MAIOR ATLETA DO SÉCULO XX e ainda não apareceu ninguém no horizonte do XXI para substituí-lo.



Palikot em defesa da cultura polaca

Fot. Michał Łepecki
O polêmico deputado polaco Janusz Palikot, visitou ontem, o túmulo de Czesław Miłosz (Tchessuaf miuóch), Prêmio Nobel de Literatura, em Cracóvia, e leu o poema do poeta, "A política". Palikot ao fim da recitação pediu financiamento da cultura polaca, e não para as igrejas e o exército.
"Espero que Miłosz seja ainda enterrado no castelo". Em sua opinião, Lech Kaczyńki, foi enterrado no Wawel precipitadamente. "Em um futuro próximo, ninguém aqui vai se lembrar dele." disse o deputado.
Palikot também pediu que, assim como as igrejas são renovadas, renovadas sejam as casas de cultura. Propôs transferência de um por cento do orçamento do Estado para a cultura, às expensas do Exército. "A Polônia é famosa por seu teatro e cultura, e não pelo Exército."
Após a reunião sobre o túmulo, Palikot foi para o Hotel Europejski, em frente a estação ferroviária central de Cracóvia, onde realizou uma convenção regional do seu movimento sob o lema "Menos dinheiro para o exército, mais cultura".
Lá disse que a Polônia recebe dinheiro da OTAN e os Estados Unidos. "Estamos empenhados na guerra, mas não há nenhum benefício a partir desta". E levantou a questão dos vistos. Ele sugeriu a introdução de cobrança aos Norte-americanos poderem visitar a Polônia. "Não pode estar certo que nossos soldados estejam morrendo nas frentes no Afeganistão e no Iraque, e em troca ouvir apenas promessas de se abolir vistos para os polacos entrarem nos Estados Unidos." afirmou Palikot.
O deputado também sugeriu mudanças no orçamento. "Basta inserir o registro de que a cultura tenha menos de um por cento do orçamento. O postulado a a se aplicado deverá ser o de proibir os fundos concedidos ao exército, em detrimento da cultura. Não se muda a mentalidade dos polaco assim, chutando a bola, precisamos também comungar com cultura", argumentou.
O movimento de apoio a Janusz Palikot atraiu uma multidão nas ruas de Cracóvia. Os defensores da política não conseguiram entrar no quarto salão do hotel. O principal convidado foi Robert Leszczyński, que apresentou o projeto de alterações na lei dos direitos autorais.

Polacos de União da Vitória

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O lenço do Boczon

Ele é leitor assíduo deste blog. Confesso que eu nem tanto do dele. Mas a Internet tem esse "dom" de aproximar polacos de várias tribos...e aqui está uma das criações de Cláudio Boczon (pronúncia do sobrenome do artista: Bótchón). Ele é Artista plástico, designer e poeta bissexto, estudou na UFPR e na EMBAP. Desde 1998 participa de salões de arte e exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior, além de festivais de poesia, sendo premiado algumas vezes. Trabalha com pintura, gravura e fotografia, e também tem feito pesquisas genealógicas e iconográficas sobre sua origem eslava.


Neste poema OS LENÇOS ÀS POLACAS ele revela seu amor à ávó e com fina ironia localiza os "poloneses".


há horas em que me faltas
e peço que, ainda ao pé da cama,
à gravura de Jesus-Maria-José
desfies teu terço,
e que, a vela das almas que acendes,
a sombra da tua fé
desenhe nos sarrafos das paredes


sentado no caixote de lenha
olhando as cinzas que brasas
também foram madeira,
sozinho e calado sorvo
o café que há tão pouco
passastes do pano ao bule
à caneca de folha esmaltada com flores
e, em azul, "saudade"

na folhinha com dias dos santos
é sábado, 20 de julho
há sete anosprocuro teu lenço,
mas faltam lenços às polacas
que, com as saias sobre as calças,
reclamavam: "zimno, mésmo"!
e iam a pé, na estrada-velha,
rezar na Capela da Matka Boska Bolesna,
na Colônia Thomaz Coelho

broa, banha e sal já tenho,
pierogui na feira, dança no teatro,
casa de tronco, artesanato
- essas coisas de polonês -
mas do pouco polaco que penso,
falta sempre nas cabeças polacas
um lenço

VI. 2003 – para minha babcia Apollonia Kocholi, nascida Mazur

A primeira sopa da volta

Neste retorno a Cracóvia, fazia falta mais que tudo o paladar. Busquei no bairro judeu do Kazimierz (cajimiéjem-casimiro) aquela zupa (sopa) que não me sai da cabeça nestes tempos de exílio brasileiro. E tinha que ser naquele meu "velho" conhecido restaurante camponês: o CHŁOPSKIE JADŁO (ruópsquie iáduo - comida camponesa). O que fica na ulica (ulitssa-rua) św. Agnieszki 1, 31-071 Kraków, tel. (12) 421 85 20.
Reparem na sequência de fotos para sentir o ambiente e a atmosfera do campo polaco...


Agora sim! Feitos os pedidos, o Kelner (garçon) traz numa taça de novo design a insubstituível cerveja OKOCIM (ocótchimm) junto com uma tábua de bater carne com uma imensa faca, dois potes de cremes e duas fatias de pão camponês. Num pote está servido requeijão temperado com cebolinha, pimenta e sal. Ah! E o outro pote? Nada menos do que a famosa "bãnha" de polaco... Sim! Gordura de porco com torresminhos... é de morrer só nesta entrada... Eita! "pãum con bãnhá" dos polacos da Barreirinha. Não é mesmo Tadeu Poeta?




Epa! Espera um pouco que ainda não foi nada. O melhor está chegando nesta cumbuca de broa. Olhem bem... e vejam se é possível encontrar sobre uma mesa algo tão especial. Com o requeijão, o pão e o piwo (cerveja) do lado, só resta abrir a tampa e saborear a melhor e mais gostosa sopa do mundo. Zupa Grzybowa (zupa gjibóva - sopa de cogumelos) do CHŁOPSKIE JADŁO.


Sei...querem saber a receita? Está bem...aí vai:

Ingredientes
Meio aipo pequeno
1 maço de salsinha
3 cenouras
5 batatas médias
Meia porção da parte branca do alho-poró
25 gramas de cogumelos frescos mistos
1 cebola grande
150 ml de nata
1 colher de sopa de farinha de trigo
2 litros de água
3 colheres de óleo
sal e pimenta
1 tubinho de caldo de vegetais

Preparo
Lavar e descascar os legumes. O aipo e a cenoura devem ser cortados em cubinho e em seguida cobertos com água. Acrescente toda a salsinha picada. Tempere com sal, tape e deixe cozinhar cerca de 20 minutos.
Durante este tempo, corte em cubinhos as cebolas e frite brandamente no óleo. Adicione os cogumelos limpos e cortados e deixe por um tempo na fritura.
Despeje o conteúdo dos legumes e da fritura numa outra panela com a mesma água. Cozinhe por mais um tempo acrescentando sal, pimenta, a batata, alho-poró e o caldo. A farinha deve ser bem misturada com creme azedo e, em seguida, endurecer com algumas colheradas do caldo. A sopa pode ser servida dentro da broa sem o miolo.
Esta sopa do restaurante do Kazimierz tem ainda um cubinhos de macarrão, que devem ser cozidos à parte e ao dente. Não cozinhar o macarrão junto com a sopa, porque este absorve muito líquido e sopa pode perder todo o sabor. Assim, adicionar o macarrão cozido somente depois da sopa pronta e antes de ser servida dentro da cumbuca de pão.
Smaczenego!


P.S. Todas as fotos são de minha autoria...tiradas nos intervalos do sonho realizado...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Não nos transformem em artistas"...

Mário Sepulveda - o animador dos mineiros e segundo a ser resgatado


Acompañado de su esposa y dos hijos, Sepúlveda fue el primero en contar su experiencia, luego de estar casi tres meses sin estar con sus seres queridos y viviendo bajo una incertidumbre.
Sepúlveda comenzó relatando que "siempre tuve fe en los profesionales que hay en Chile. Esto fue una prueba de amor que Dios nos puso acá".
Agregó que "estoy súper contento que me haya tocado este momento. Pero este país debe entender que podemos hacer cambios en el mundo laboral. El empresario tiene que dar las armas para que los mandos medios hagan cambios a nivel laboral".
Pero no se quedó ahí el "Perry", como es conocido por su amigos, y entregó un ferviente llamado: "Lo único que les pido es que nos no traten como artistas o periodistas, sino que sigan tratando como el Mario, el trabajador, el minero..."
Fue más allá y recordó que "abajo estuve con Dios y con el diablo. Pero me agarré de la mejor mano, de la mano de Dios y en ningún momento titubeé que Dios me iba a sacar".


Perdoem-me por reproduzir em língua espanhola o relato sobre o resgate do segundo mineiro chileno... mas assistindo pelo Canal 3 da Telivisão polaca não pude conter as lágrimas....

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A volta ao Przegorzaly e a realidade polaca

Foto: Ulisses Iarochinski
Esta foi a última imagem do Przegorzaly, que tive meses atrás. Fazia muito frio, mas muito frio: 25 graus negativos. A lata de cerveja não deu para tomar...pois o conteúdo era pura pedra.
Mas agora de volta ao Przegorzaly, encontro um Sol "malemolente" e o verde amarelado das àrvores como se estivessem a minha espera. Foram alguns meses distante deste paraíso de Cracóvia. Situado no Park Wolski e bem próximo do zoológico tudo aqui é tranquilidade e paz. Como podem ver na foto abaixo... não há como comparar a beleza daqui com nenhum outro lugar.

Foto: Ulisses Iarochinski
Estava 11 graus quando desci do avião no aeroporto de Balice, a dez minutos daqui. Mas quando eram 18 horas e o sol se pondo já tinha descido a 2 graus. Um frio denso, seco, mas muito melhor do que o frio úmido de Curitiba. Como novidade... finalmente estão asfaltando a subida da colina. A estradinha de paralepídos estava pedindo socorro... e olha que isso, desde que cheguei aqui em 30 de setembro de 2002.

 Foto: Anna Jarecka
Mas foi ligar a televisão... a TVP, para recordar o som e a fala dos jornalistas polacos para ter conhecimento de um grave acidente na estrada. Uma colisão brutal, causada pelo nevoeiro da manhã. As informações são de que 18 pessoas morreram. Não que o trânsito polaco seja uma maravilha. Mas, embora seja muito melhor do que o brasileiro, ainda falta muito para o trânsito da Polônia se equiparar aos países escandinavos. Aliás, ninguém supera Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia quanto ao baixíssimo número de acidentes, mortes e feridos no trânsito.
Mas o acidente de hoje foi muito grave para os padrões polacos. Há pelo menos três décadas não ocorria algo semelhante. Um ônibus bateu contra um caminhão nos arredores da Nova Cidade de Pilica. Nas Voivodias da Mazóvia e de Łódź foi decretado luto de três dias.
O acidente ocorreu a cerca de 6:18 horas da manhã na estrada 707, em Pilica Grójec (Voivodia da Mazóvia), no trevo de Rawa Mazowiecka.
De acordo com Magdalena Zalewska Siczek, dois feridos foram transportados para o hospital, mas os médicos, infelizmente, não puderam salvá-los. As perícias preliminares mostram que as vítimas são trabalhadores sazonais que iriam ao pomar para colher maçãs. O motorista do caminhão Volvo que colidiu de frente com o ônibus Wolkswagen ficou levemente ferido e passa bem no hospital. A polícia informou que ele estava sóbrio.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Turismo abortivo


Marek Raczkowski publicado na revista polaca "Przekroj", número 40/2010.


Floresce o turismo do Aborto... na dobra do jornal Kraj (País)