segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O significado da palavra Tatra

Foto: National Geographic
As montanhas mais belas da Polônia: Tatras

Os Tatras são um setor da cadeia de montanhas Cárpatos, nas fronteiras da Polônia com a República Tcheca e Eslováquia. Os Cárpatos da fronteira com a República Tcheca tem o nome de Beskide (em polaco Beskidy; em tcheco e eslovaco, Beskydy; em ucraniano, Бескиди)

Mas na fronteira com a Eslováquia os Cárpatos ganham o nome de Tatra. E também na fronteira entre a Ucrânia e a Hungria, já que até 1945 toda a região pertencia para a Polônia.

Ao longo dos séculos foi recebendo os nomes de "Tritri" (em 1086) "Tatry" (em 1255), no século XIV em húngaro foi chamado de "Thorholl" (1256), "Thorchal", "Tarczal" ou "tutur", "Thurthul" que com esta denominação poderia significar poderia Inferno.

O poeta polaco Adam Mickiewicz usou o nome Tatry e Krępak de forma intercambiável, exatamente como cem anos antes Spener fazia o mesmo.

Em 1790, Baltazar Hacquet escreveu que os eslavos chamavam aquelas montanhas de Tatari ou Tatri, querendo dizer que o nome tinha relação com as hordas de Tártaros (mongóis) que invadiram a região várias vezes.

De acordo com o professor de etimologia de Jan Michał Rozwadowski o nome Tatry (do antigo idioma polaco Tartry deve ser combinada com o celta "tertre", que significa Colina.

Assim, as Montanhas Tatra teriam originalmente significado colinas.

Os picos mais altos das montanhas Tatras e suas denominações no idioma polaco

Da justaposição das palavras "Tertre Tatras", o poeta Norwid a escreveu assim.

Alguns autores também sugerem que a origem da palavra poderia ser dácia ou trácia. No início dos Tatras do século XIX foram chamados Karpat (ou seja, montanha mais alta coberta de neve) com a versão Dacko-iliryski "Karpe" que significa rocha em língua polaca antiga, preservada na forma de, por exemplo "karp", que significa "afiada", ou "es - carpa", ou seja, encosta da montanha.

E que também dá o nome à espécie de peixe muito abundante da região que é a carpa, que ao contrário do que muitos pensam não é só húngara, mas também é eslocava, ucraniana e polaca.

No lado polaco, uma cidade se destaca por ser considerada a capital do inverno da Polônia: Zakopane (que em polaco antigo significa encoberta), além das localidades de Kościelisko, Poronin, Biały Dunajec, Bukowina Tatrzańska, Białka Tatrzańska, Murzasichle, Małe Ciche, Ząb, Jurgów e Brzegi.

No lado eslovaco se destaca a cidade de  Wysokie Tatry.

Nos Tatras estão localizados  25 Albergues (Hostel em inglês e Schronisko em polaco), sendo 9 na Polônia e 16 na Eslováquia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Origem da palavra Wawel


A famosa colina de Wawel, em Cracóvia, onde estão três lugares históricos dos mais importantes para a Polônia: o castelo real, a catedral metropolitana e a caverna do dragão, tem uma denominação muito conhecida em todo o mundo, não só na Polônia, mas também em Curitiba, que abriga um edifício com este nome.

Mas pouco se comenta, ou quase ninguém sabe explicar o que realmente significa esta palavra. Muitas explicações já foram tentadas, mas ninguém ainda chegou a um veredito final.

Para alguns Wawel tem origem no eslavo antigo, ou proto-eslaco "Wąwel". Cuja pronúncia em polaco seria "vonvél". Seu significado: Ravina. Esta ravina teria no passado distante dividido a colina cracoviana em duas, ou mais partes.

Outros argumentam que a palavra significa "protrusão dos pântanos" que circundava a colina. E protrusão por sua vez significa: movimentação, ou deslocamento. No caso movimentação do pântano que circundava a colina em tempos passados.

Pintura a óleo de 1847 ( x50 cm) do artista Jan Nepomucen Głowacki
Já a teoria mais recente é de que "Wawel" é uma continuação regular do palavra em grego Babel, a da torre que motivou a criação dos diferentes idiomas humanos.

E que nas línguas eslavas das antigas Igrejas, a consoante B teria se convertido em W.

O castelo, catedral e demais edificações da colina estão numa altitude de 228 metros acima do nível do mar e nas margens do rio Vístula que corta a Polônia de Sul a Norte.


O castelo foi construído pelo rei Casimiro III - o Grande.  No século XIV foi reconstruído por sua filha a Rei Edvirges (Santa Jadwiga) e seu esposo lituano Jogaila.

Também na colina de Wawel estão os edifícios que foram usados pelos empregados e artesãos reais, além do clérigos como os cardeais, bispos e padres. Também estão as muralhas e torres defensivas chamadas de Jordanka, Lubranka, Sandomierska, Tęczyńska, Szlachecka, Złodziejska e Panieńska.

Em Curitiba, no coração da cidade, na praça Ozório, o médico Edwino Donato Tempski construiu um enorme edifício e lhe deu o nome de Wawel e fez colocar um mosaico no hall de entrada, no térreo, retratando a colina e o dragão símbolo das lendas da cidade de Cracóvia.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Polônia vende carne estragada para 9 países

França e outros dez países da União Europeia busca carne estragada vendida pela Polônia e distribuída no país.

Foto: TVN24
O governo francês ainda não sabe se a carne chegou às prateleiras. A vigilância sanitária francesa encontrou 795 quilos de carne estragada polaca em nove empresas do setor agroalimentar do país.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (1) pelo ministro da Agricultura, Didier Guillaume. No total, 150 quilos do produto já foram recuperados nas empresas de transformação que foram ludibriadas pelo fornecedor polaco.

Segundo o ministro francês, a justiça polaca abriu um inquérito para investigar a comercialização de gado doente por um abatedouro local, que teria distribuído a carne estragada para vários países da União Europeia. “Durante o dia saberemos onde está o restante. A rastreabilidade na França funciona bem, disse Guillaume. “É uma fraude terrível, econômica e sanitária”, disse o ministro francês.

Ainda não se sabe se parte da carne chegou às prateleiras para consumo. A comissária europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andiukaitis, anunciou a realização de uma inspeção na Polônia na próxima semana e pediu às autoridades polacas que assegurassem o respeito às normas europeias.

A inspeção veterinária no país anunciou nesta quinta-feira (31) que 2,7 toneladas de carne de bois doentes, provenientes de abatedouros clandestinos, foram exportadas para dez países europeus além da França: Finlândia, Hungria, Estônia, Romênia, Suécia, Espanha, Lituânia, Portugal e Eslováquia.

Vídeos chocantes
Um repórter do canal de televisão polaco TVN24, que passou três semanas em um abatedouro em Kalinowo, no norte, traz imagens chocantes de animais doentes, puxados com uma corda pelo pescoço, dentro de um caminhão. Em seguida, os vídeos exibem carcaças e pedaços de carne visivelmente impróprios para consumo.

Segundo o Ministério da Agricultura polaco, trata-se de um incidente “isolado”. As autoridades eslovacas também descobriram pelo menos três carregamentos de carne de boi importados da Polônia, que estariam associados ao caso.

Foto: TVN24
As autoridades sanitárias portuguesa ja apreenderam, no país ibérico, a totalidade do lote de carne, com 99 quilos, vindas da Polônia que foi encaminhado para destruição, após ter sido divulgado que carne de gado bovino doente vindo daquele país tinha sido exportado para vários países europeus.

A operação das autoridades portuguesas seguiu-se a um comunicado da Rede de Alerta Rápido, que integra o sistema de Segurança Alimentar da União Europeia (RASFF - Food and Feed Safety Alerts | Food Safety).

O alerta dizia da detecção de um lote de carne de vaca sem condições para entrar na cadeia de consumo, com origem na Polônia, e tendo como destino um atacadista em Portugal.

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) apresentou já o relatório da situação às autoridades europeias, segundo informou ao final da manhã de ontem, o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Na Polônia
O chefe do departamento de veterinária, Paweł Niemczuk, informou que a carne das vacas doentes e mortas do matadouro perto da cidade de Ostrowia Mazowiecki além dos 10 países foi para outros 20 locais na Polônia. As carnes ainda sendo retiradas do mercado.

Niemczuk quer que os frigoríficos sejam obrigados a instalar monitoramento nos locais onde animais são mortos e também os lugares onde os animais são levados para serem abatidos.

Os matadouros deveriam manter registros das operações por um período de três meses. O acesso às gravações teria que ter: a inspeção veterinária e agências encarregadas da aplicação da lei.

O diretor veterinário também informou que, num futuro próximo, as inspeções sem aviso prévio serão realizadas nos matadouros. Niemczuk informou que o abate no matadouro, mostrado no relatório do "supervisor" era ilegal, sem a supervisão da Inspeção Veterinária.

Além disso, os animais para abate foram adquiridos ilegalmente. For vendidas 2,5 toneladas de carne para o mercado interno e 9,5 toneladas foram para o exterior.

Niemczuk enfatizou que após a divulgação, o frigorífico já foi fechado e perdeu o direito de abate dos animais.

Em conexão com as informações sobre a operação do matadouro ilegal em 4 de fevereiro, especialistas da Comissão Européia virão à Polônia para investigar o abate ilegal de gado.

Fontes: RFI- Rádio França Internacional, RPT - Rede de Rádio e Televisão Portuguesa e jornal Rzeczpospolita.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Prefeito de Gdańsk é assassinado

Foto: AFP
O prefeito da cidade de Gdańsk, na Polônia, Paweł Adamowicz morreu nesta segunda-feira, após ter sido esfaqueado no coração, durante um evento de caridade neste domingo à noite.

A confirmação da morte foi divulgada pelo cirurgião Tomasz Stefaniak em um comunicado à imprensa local.

O prefeito "sofreu uma lesão grave no coração e outras lesões no diafragma e órgãos da cavidade abdominal", explicou o médico. "Não vencemos a morte", disse o ministro da Saúde, Łukasz Szumowski.

Paweł Adamowicz, de 53 anos de idade, chegou a ser operado no hospital universitário de Gdańsk, mas não resistiu ao ferimento.

O prefeito foi atacado por volta das 20h (horário local) por um rapaz, que invadiu o palco onde Adamowicz estava e após atingi-lo exibiu a faca ao público.

Momentos antes do ataque ao prefeito - Foto: Michał Kolanko
Em seguida, o agressor pegou o microfone e disse que tomou aquela atitude porque foi preso injustamente pelo governo anterior, tendo sido, inclusive, torturado.

Após o ataque ao prefeito, Stefan ficou claramente satisfeito com sua ação. "Olá, olá, meu nome é Stefan Wilmont, eu era um inocente na cadeia, eu era inocente na cadeia, o Partido da Plataforma Cívica me torturou, é por isso que Adamowicz morreu", gritou antes de ser detido pelos seguranças.

Foto: Grzegorz Mehring
Adamowicz era o prefeito há mais tempo na Polônia. Vinha sendo reeleito desde 1998. Pertencia ao PO - Partido da Plataforma Cívica, principal opositor ao governo nacional de extrema-direita que governa a Polônia atualmente.

Adamowicz participava da campanha tradicional caritativa da Polônia - Wielkiej Orkiestry Świątecznej Pomocy (Grande Orquestra da Caridade de Natal) - de arrecadação de verba para a compra de novos equipamentos para hospitais da cidade.

O assassino tem 27 anos e foi identificado pelo nome e a primeira letra do sobrenome (como de costume na Polônia) como sendo Stefan W.

O procurador-Geral da República Krzysztof Sierak já anunciou que o procurador Distrital de Gdańsk iniciou uma investigação sobre o assassinato de Paweł Adamowicz.

Stefan W. deve ouvir a acusação de homicídio, na qual ele agiu com motivações que merecem condenação especial. "Há dúvidas quanto à sanidade do acusado, por isso ele será examinado por dois psiquiatras especialistas" - disse Sierak.

 O Ministro da Justiça Zbigniew Ziobro declarou que o assassino, em 2014, foi condenado por uma série de assaltos à SKOK - Caixa da Cooperativa de Crédito e da sucursal da Crédito Agrícola, a cinco anos e meio de prisão.

Stefan W. atacou - usando um revólver as agências da SKOK "Stefczyka" e SKOK "Piast" além do Credit Agricole. Seus roubos foram calculados em 15 mil złotych (próximo de 15 mil reais). Durante o julgamento, ele se declarou culpado.

Anteriormente, ele também tinha atacado um policial. "Ele acabou cumprindo outra sentença", - informou a tenente-coronel Elżbieta Krakowska, porta-voz da polícia.

A vice-prefeita Aleksandra Dulkiewicz afirmou que "todos nos perguntamos como poderia acontecer que este homem atacasse com uma faca um homem inocente. Devemos enfatizar que Adamowicz é uma pessoa aberta. Ele se encontrava com os habitantes de Gdańsk o tempo todo - este era o princípio de seu mandato. Paweł Adamowicz sempre ouviu a todos e intervinha pessoalmente se achava que alguém deveria ser ajudado." 

Seu amigo Aleksander Hall, ministro do governo do primeiro-ministro Tadeusz Mazowiecki, na presidência de Lech Wałęsa, diz que Adamowicz conseguiu vencer a eleição de prefeito da cidade tantas vezes, porque ele era completamente apaixonado por Gdańsk.

"É o resultado de seu verdadeiro fascínio para com esta cidade e seu conhecimento, combinado com seu senso visionário", argumenta.

Foto: Jan Rusek
No entanto, Paweł Adamowicz, como muitos moradores da cidade, não era um legítimo gdanskiano, pois seus pais, os economistas Ryszard e Teresa, eram de Vilno, quando em 1946, a Polônia perdeu a cidade para a Lituânia. Embora eles viessem da mesma cidade, eles se conheceram apenas em Gdańsk, onde se casaram e tiveram os filhos, Paweł e Piotr.

Paweł Adamowicz desde criança esteve interessado na vida pública e, como ele mesmo lembrava, foi despertado na introdução da Lei Marcial. "Como muitos de meus colegas, em 13 de dezembro de 1981, senti que fui chamado para servir e conspirar. Não poderia ter sido um observador por mais tempo. A Pátria exigiu ação", escreveu em seu livro.

"Quando em 2 de maio de 1982, a polícia me deteve pela primeira vez. Eu tinha menos de dezessete anos. Meus pais depois de muitas horas vagando de delegacia em delegacia, finalmente me encontraram na delgacia de Nowy Port ", ele relembra sua luta contra o governo soviético de Jaruzelski, em seu livro.

Adamowicz estudou direito na Uniwersytet Gdańsk. Durante a greve estudantil na universidade, em maio de 1988, ele foi eleito presidente do Comitê Estudantil Grevista.

Após a queda da URSS, provocada pelos operários dos estaleiros de sua cidade, ele também começou a trabalhar em meio período na Voivodia (Estado) da Pomerânia e no Clube Parlamentar Cívico. Seu chefe era Jacek Starościak, o primeiro prefeito da cidade pós-1990.

Neste mesmo ano, ele foi escolhido para ser vice-reitor no departamento estudantil da universidade Em 1998, após participar por alguns anos do Conselho Municipal (equivalente Câmara Municipal) foi eleito pela primeira vez, prefeito da cidade onde nasceu.

Quatro anos depois, em 2002, Adamowicz manteve sua posição em uma eleição totalmente democrática. Ele venceu no segundo turno, derrotando o candidato do Partido SLD, Marek Formela.
Em 2006 e em 2010, ele ganhou no primeiro turno. Em 2014 e 2018, ele precisou de mais tempo para vencer. Em 2014, ele derrotou Andrzej Jaworski, e na última eleição derrotou Kacper Płażyński (ambos candidatos do PiS - Partido Direito e Justiça dos irmãos Kaczyński, que atualmente tem o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e maioria absoluta no Congresso Nacional).

Jacek Borowski, jornalista de Varsóvia, em sua conta no Facebook escreveu, "Stefan W., que matou Paweł Adamowicz não é um caso isolado de um animal que merece a mais severa punição e condenação. Não é uma "exceção excepcional" do além. Stefan W. é um filho de todos nós e o filho de tudo isso que foi feito, e como foi feito, neste país após a chamada "recuperação da liberdade". Ele é filho de cuspir na esquerda, glorificar fascistas, permissão para espalhar a igreja ... Ele é uma criança de 27 anos, cuja vida se encaixou completamente no tempo que se passou desde 1989... Ele é o fruto das lições religiosas nas escolas, programas "engraçados" de televisão de algum viajante do caralho, bandas de rock subitamente convertidas à santidade, funcionários do Estado usando camisetas da grife "Red is Bad", bonecas monstruosas zombando de Jerzy Owsiak e sua Grande Orquestra da Caridade de Natal, um outro milhão de pequenas incontroláveis histórias... Então, não fodam agora, que vão dar uma porrada nele, porque foram vocês quem criaram esse Mário, seus Mágicos de merda."

E nesta mesma segunda-feira, às 17 horas, o rosário foi rezado na Basílica de Santa Maria. Às 18 horas, começou manifestação ao redor da fonte de Netuno, no centro da cidade.

O mesmo ocorreu em várias outras cidades da Polônia, como Varsóvia, Szczeciń, Lublin, Cracóvia, Katowice, Olsztyń, Białystok e Toruń, onde o povo foi às ruas e igrejas católicas para guardar o luto pelo prefeito assassinado.


O presidente do Conselho Europeu da União Europeia, o polaco Donald Tusk foi ao velório do companheiro de partido.


Foto: Bartosz Bańka

Tusk foi um dos que falaram: "Caro Paweł, estamos aqui com você, seus amigos. Nós viemos aqui como um Gdańskiano. Todos se lembram de você desde a juventude. Você sempre esteve lá onde teve que mostrar uma cara boa e corajosa, onde teve que enfrentar o mal. Toda a sua vida foi baseada nisso. Para si e para todos nós, defenderemos nossa Gdańsk, nossa Polônia, a nossa Europa contra o ódio, o desprezo e a violência. Nós prometemos a você, Paweł. Tchau." 


Foto: Michał Ryniak
Tusk, assim como Lech Wałęsa também é de Gdańsk (que os ocupantes alemães teimaram em chamar de Dantzig por 150 anos). Outros famosos da cidade são o filósofo alemão Emanuel Kant, e o escritor também alemão Günter Grass , prêmio Nobel de Literatura (porque na época a cidade estava ocupada pela Prússia-Alemanha).

Na missa rezada, no centro da cidade portuária do mar Bático pelo arcebispo da cidade, compareceram vários personalidades polacas, como o ex-presidente Wałęsa, que ficou ao lado de seu desafeto político Jarosław Kaczyński.

Milhares de polacos manifestaram seu luto pelo assassinato do prefeito e seu protesto contra o ódio e a violência.

Ouviu-se uma voz forte cantar Krzyk Cyszy o (Som do Silêncio - Sound of Silence, de Paul Simon). Triste, amargurado, raivoso, maravilhoso, tocante!



Żegnaj, Pawle!
Foto: Renata Dąbrowska

Texto: Ulisses Iarochinski
Fontes: jornais Rzeczpospolita, Gazeta Wyborcza, TVN 24, AFP, Reuters.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Artista mineira coloriza fotos de prisioneiros de Auschwitz

A artista mineira Marina Amaral realizou um trabalho de restauro e colorização de fotos preto e branco que a levou a ter acesso a quase 40 mil fotos cedidas pelo Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.

A ideia da mineira foi mostrar com cores o horror escondido nas faces dos prisioneiros do nazismo de Hitler.

Se alguém ainda crê, e pior...espalha que o Holocausto não existiu, deve ser internado num hospício ou condenado a prisão perpétua por divulgar mentiras.

O trabalho de Amaral é mais do que surpreendente é impressionante, por dar mais emoção a quem vê.

Por exemplo, a foto da menina polaca Józefa Glazowska, que aos 12 anos de idade, recebeu o número 26.886 no Campo de Concentração e Extermínio Alemão Nazista de Auschwitz, na Polônia ocupada pelos alemães durante a 2ª Guerra Mundial.


O local foi o maior campo de concentração nazista da Segunda Guerra Mundial. Lá, cortaram seu cabelo, a obrigaram a usar um uniforme listrado e a fotografaram. O preto e branco do retrato desapareceu pelas mãos da mineira Marina Amaral, que humanizou ainda mais o registro.

A artista é idealizadora do projeto Faces of Auschwitz que pretende dar cor a uma parte da história cinzenta do campo de concentração. “Eu tinha feito uma proposta ao Memorial de Auschwitz, que guarda as fotos dos prisioneiros, em 2016. Mas o pessoal ficou um pouco receoso. Só que quando eu postei a foto daquela menina de 14 anos na internet, eles viram que o trabalho era legal. Depois, até replicaram e aí consegui ter acesso ao material”, disse ela.

A menina a que Marina se refere é Czesława Kwoka, de 14 anos, prisioneira do campo de concentração, morta em 1943. O Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, liberou quase 40 mil fotos para Marina. Até agora ela já coloriu 25. Cada retrato demora quase duas horas para ficar pronto. O trabalho é feito no Photoshop.


12 de março de 1943 | A menina polaca de 14 anos, Czesława Kwoka, nº 26947) foi assassinada em Auschwitz com uma injeção de fenol no coração. Ela foi deportada por alemães da região de Zamość como parte de seu plano de criar "espaço vital" no leste.


“É preciso fazer uma pesquisa para tentar encontrar as cores mais parecidas com a realidade. No caso das fotos do campo de concentração há uma facilidade. O uniforme é padrão, né? Para saber a cor da pele, dos olhos, dos cabelos, há documentos que descrevem as características de cada prisioneiro. No certificado de óbito também é possível encontrar esses detalhes. A gente também buscar saber de que cor era o triângulo bordado no uniforme que identificava os prisioneiros”, disse Marina.


Czesława Kwoka nasceu em 15 de agosto de 1928 em Wólka Złojecka, uma vila rural na região de Zamość. Ela chegou a Auschwitz em 13 de dezembro de 1942 em um transporte de 318 mulheres. Sua mãe Katarzyna (foto acima) também foi deportada. A mãe recebeu o número 26949 e morreu no campo em 18 de fevereiro de 1943.

Além de judeus, o campo de concentração recebia ciganos, gays, deficientes físicos e mentais, além de prisioneiros políticos. Cada “perfil” era identificado com um triângulo diferente. Marina esteve em Auschwitz este ano para conhecer o trabalho do memorial e ainda gravar um documentário sobre os registros.

O estudante Seweryn Głuszecki morreu aos 16 anos em Auschwitz
Fotos: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
“A gente estuda, lê livros, vê filmes, mas não é nada comparado com o que a gente encontra e sente quando está lá. É horrível. É um incômodo físico mesmo. Ficamos quatro dias lá e pudemos ver a sala onde essas fotografias eram tiradas”, contou ela.

O documentário ainda não tem data de lançamento. Já o projeto Faces of Auschwitz já está na internet e vem aos poucos ganhando novas imagens.
O polaco August Kowalczyk era ator
Fotos: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
Uma delas é de August Kowalczyk. Nascido em 1921, o polaco era ator. Trabalhava no teatro, na televisão e no cinema. Ele se alistou no Exército durante a 2ª Guerra Mundial, foi preso na Eslováquia e levado para Auschwitz. Ele foi um dos poucos a conseguir escapar do campo de concentração.

O mesmo não aconteceu com a holandesa Deliana Rademakers. Presa por ser testemunha de Jeová, ela foi deportada para o campo nazista e morreu um mês depois, em 1942.

“A foto, quando ela é colorida, acaba tocando mais as pessoas. E este trabalho é mostrar como esse período foi forte e terrível. E como essas pessoas sofreram”, disse Marina.

Deliana Rademakers foi mandada para Auschwitz por ser testemunha de Jeová
Foto: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
Mais de um milhão de pessoas - que agora aparecem morenas, loiras, de olhos castanhos, azuis, com cicatrizes negras e feridas vermelhas - morreram no campo de concentração entre 1940 e 1945.

Fotos: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
JANINA NOWAK
Fotos: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
Fotos: Marina Amaral / Arquivo Pessoal
Janina foi uma das 50 mulheres que fugiram do campo de Auschwitz.

Janina Nowak era uma polaca nascida em 19 de agosto de 1917, em Będów, perto de Łódź. Ela foi deportada para o campo nazista alemão de Auschwitz em 12 de junho de 1942 e recebeu o número de prisioneiro 7615. Janina foi a primeira prisioneira do sexo feminino que escapou de Auschwitz.

Em 24 de junho de 1942, Janina escapou de um grupo de trabalho, conhecido como Kommando, que consistia de 200 mulheres polacas trabalhando perto do rio Soła, secando o feno. Depois que ela foi dada como desaparecida, os soldados da SS nazista tentaram, sem sucesso, persegui-la.

Exasperados pela perda de seus prisioneiros, as SS levaram as prisioneiras remanescentes do Kommando de Nowak de volta ao campo. Os oficiais políticos do campo interrogaram os outros membros do Kommando sobre os detalhes de sua fuga.

As mulheres, por sua vez, deixaram seus captores sem respostas. Como os oficiais do campo foram incapazes de punir Nowak por ganhar sua liberdade, a raiva deles foi imposta à suas companheiras.

Naquela noite, como punição, as mulheres do Kommando de Nowak foram forçadas a cortar o cabelo (antes eram apenas prisioneiras judias que tinham o cabelo cortado no campo).

No dia seguinte seguinte, todo o Kommando foi re-designado como uma companhia penal e enviado para um dos sub-campos de Auschwitz, chamado Budy, localizado a cerca de 6 km do acampamento principal.

As acomodações em Budy consistiam em um antigo prédio da escola, um barracão de madeira em ruínas, uma pequena cozinha e latrinas, todas cercadas por arame farpado.

As mulheres da companhia penal foram forçadas a trabalhar em condições extremamente adversas, limpando lagoas próximas, cortando juncos e cavando valas de drenagem - tudo isso foi empreendido como parte de um esquema alemão para transformar Auschwitz em um centro de pesquisa agrícola.

Poucos dias depois, o ex-Kommando de Nowak foi acompanhado em Budy por um grupo de 200 prisioneiras do sexo feminino, composto por judeus franceses e cidadãos eslovacos.

A companhia penal foi surpreendida por um grupo de kapos alemães, que brutalizaram suas acusações em nome do cumprimento das metas de produção estabelecidas por seus supervisores de campo alemães da SS.

Depois de escapar de Auschwitz, Janina Nowak conseguiu chegar a Łódz. Ela evitou as autoridades até março de 1943, quando foi presa.

Em 8 de maio de 1943, Nowak foi levada novamente a Auschwitz, onde recebeu um novo número de prisioneiro - 31529.

Em 1943, ela foi transferida para KL Ravensbrück, onde foi libertada no final de abril de 1945.

MARINA AMARAL
O trabalho repercutiu tanto que a mineira foi convidada a fazer parte do projeto “Faces of Auschwitz” que é uma colaboração entre o Museu Auschwitz-Birkenau, ela, Marina Amaral, e uma equipe de acadêmicos, jornalistas e voluntários.

O objetivo do projeto é homenagear a memória e a vida dos prisioneiros de Auschwitz-Birkenau, colorindo as fotos de registro retiradas do arquivo do museu e compartilhando histórias individuais daqueles cujos rostos foram fotografados.

Em outubro de 2018, a equipe do projeto Faces of Auschwitz viajou na companhia da mineira Marina Amaral para o Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, na cidade de Oświęcin, onde está localizado o campo de concentração nº 1, na Polônia.

Marina à esquerda acompanhando as filmagens



Parte da equipe com Marina ao centro
Fazem parte do Nick Owen, Chris Anthony, Michael Frank, Marina Amaral, Beatriz Oliveira, Dr. Waitman Beorn, Maria Zalweska e o especialista do Museu de Auschwitz Witold Łysek,

Texto: Thais Pimentel, G1 Minas e Ulisses Iarochinski (com adaptações e complementos)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Mazowsze canta Wśród nocnej ciszy

A canção polaca da Missa do Galo!
É difícil imaginar uma performance mais polaca desta canção do que do principal grupo folclórico da Polônia, o Mazowsze e suas belas cantoras.
"Entre o silêncio noturno" - esta canção polaca foi criada na virada dos séculos XVIII e XIX.

Foi publicada pela primeira vez em 1853 em um apêndice (II e III) para livro de cânticos da igreja pelo padre Michał Marcin Mioduszewski.
Nos dias de hoje é esta música que geralmente começa a missa da vigília da meia-noite (Missa do Galo).


Wśród nocnej ciszy głos się rozchodzi:
Wstańcie, pasterze, Bóg się wam rodzi!
Czym prędzej się wybierajcie,
Do Betlejem pospieszajcie
Przywitać Pana.
Poszli, znaleźli Dzieciątko w żłobie
Z wszystkimi znaki danymi sobie.
Jako Bogu cześć Mu dali,
A witając zawołali
Z wielkiej radości:
Ach, witaj Zbawco z dawna żądany,
Cztery tysiące lat wyglądany
Na Ciebie króle, prorocy
Czekali, a Tyś tej nocy
Nam się objawił.
I my czekamy na Ciebie, Pana,
A skoro przyjdziesz na głos kapłana,
Padniemy na twarz przed Tobą,
Wierząc, żeś jest pod osłoną
Chleba i wina.
tradução:
Em alta noite a voz se
estendeu:
Vinde pastores, Deus por
nós nasceu!
/: Pressurosos levantai-vos,
A Belém apressai-vos:
Saudar ao Senhor!:/
Do céu os anjos hinos
vêm cantar,
e nos convidam para
também clamar.
/: Glória a Deus lá
nas alturas,
e da terra às criaturas:
"a paz do Senhor"

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Cineasta polaco Kazimierz Kutz morreu



Kazimierz Kutz foi diretor de cinema, teatro e televisão, roteirista e político.

Morreu hoje aos 89 anos de idade. Dirigiu mais de 20 longas-metragens, incluindo “Sól ziemi czarnej”, “Śmierć jak kromka chleba” e “Pułkownik Kwiatkowski” ("Sal da terra preta", "Morte como fatia de pão" e "Coronel Kwiatkowski"). Um tema frequente de suas obras cinematográficas era a vida dos habitantes de sua nativa Alta Silésia.

Kutz nasceu em 1929 na cidade de Szopienice, que é hoje um dos distritos de Katowice. Ele era filho de Franciszek Kuc, ferroviário e insurgente da Silésia. Kazimierz passou a usar a grafia do sobrenome Kutz (germanizado), porque era assim que sua família usava obrigada pela ocupação alemã, no século XIX.

Ele se formou no segundo grau numa escola da cidade de Mysłowice e depois fez a faculdade de direção de cinema na Escola Superior de Cinema de Łódź.

Ele começou sua carreira como assistente de Andrzej Wajda, que ajudou com a finalização de “Pokolenia” ("Geração"). Ele fez sua estréia aos 30 anos com o filme de guerra “Krzyż Walecznych” "Cruz dos Bravos".

Seus outros filmes foram, entre outros, “Nikt nie woła” ("Não chame jamais"), "Ludzie z pociągu" (Povo do trem) ou a comédia “Upał” (Calor), que foi produzido em cooperação com o "Kabaret Starszych Panów" (Cabaré dos senhores).

Os chamados "anos 60 e 70" trouxeram grande fama e reconhecimento a ele. Tríptico da Silésia, que consistia em “Sól ziemi czarnej”, “Perła w koronie” e “Paciorki jednego różańca” ( "Sal da Terra Negra", "Pérola na Coroa" e "Miçangas (contas) de um Rosário").

Em dezembro de 1981, ele foi internado por "manter contato com ativistas anti-socialistas" e "atitude negativa em relação às autoridades partidárias e à realidade sócio-política do país". Pouco tempo depois, ele se demitiu do cargo de diretor-chefe do TV Katowice em protesto contra o massacre de mineiros na mina "Wujek".

Depois de 1989, ele se tornou diretor da TV Cracóvia. Na década de 90, fez um cinema comprometido: “Śmierć jak kromka chleba” (A morte como uma fatia de pão) sobre a pacificação do "Wujek" e “Pułkownika Kwiatkowskiego” (Coronel Kwiatkowski) - uma comédia que conta a história de um ginecologista mobilizado logo após a guerra em Varsóvia com o ator Marek Kondrat no papel-título .

Na década de 1990, Kutz se envolveu na política, iniciando com sucesso uma carreira Senado, em 1997, a partir da lista de candidatos do partido União da Liberdade. Ele ganhou o mandato quatro vezes: em 2001, 2005, 2007 e 2011 pelo partido Platforma Obywatelska (Plataforma Cívica) e como candidato independente. Em 2015, ele decidiu não se candidatar à reeleição.

O diretor foi casado três vezes e sua última esposa foi a atriz Iwona Świętochowska-Kutz. Ele teve quatro filhos - Gabriel, Timoteusz, Wiktor e Kamila.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Mostra de curtas polacos em Fortaleza


Fortaleza sedia o "Polish Wave", mostra que exibe uma seleção de curtas-metragens produzidos na Polônia.

O evento terá o Cinema do Dragão como espaço, em sessão única e gratuita, na sexta-feira, 14 dezembro, às 19h30min. Estarão presentes no evento a cônsul honorária da Polônia em Fortaleza, Hanna Zborowska Neves, e o Consul Geral da Polônia em Brasília, Piotr Grejcz.

Esta é a quinta vez em que a mostra itinerante chega a Fortaleza. Pelo mundo, o evento se espalha ainda por salas de cinemas de Polônia, Bélgica e Alemanha. Os selecionados para a para edição deste ano, são curtas lançados em 2017 e 2018, nos gêneros documentário, animação e ficção, revelando parte da produção polaca mais recente.

A programação tem 89 minutos, com exibição de 4 filmes. Confira as sinopses e os traillers:

"Volte"
(Wolta)
Direção: Monika Kotecka Karolina Poryzała / documentário / Polônia 2015 / 14 minutos

Zuzia tem doze anos e treina volteio artístico há vários anos. Ela é a pedra angular que coroa a pirâmide humana. Uma nova temporada começa e junto a ela, a graça e a leveza dos movimentos se perdem.
Click na palavra  Trailler para assistir

"O Maravilhoso Mágico de U.S"
(Czarnoksiężnik z krainy U.S. - The Wizard of U.S.)
Direção: Balbina Bruszewska / Polônia 2017 / animação / 23 minutos

Uma sátira social baseada na história de L. F. Baum. Um misterioso tornado pega Dorothy e a leva para um lugar incomum. Ela segue a estrada de tijolos amarelos para o Mágico que certamente fará seus sonhos se tornarem realidade.
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"Heimat"
Direção: Emi Buchwald / Polônia 2017 / filme / 24 minutos

Cinco membros de uma família peculiar se encontram na delegacia de polícia. Três crianças crescidas precisam testemunhar contra um homem que espancou o pai.
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"Borra de café"
(Fusy - Dregs)
Direção: Kordian Kądziela / Polônia 2017 / filme / 28 minutos

Beata é uma taróloga do telefone e está aconselhando muitas pessoas no seu trabalho. Sua vida muda drasticamente, quando uma de suas leituras quase leva a uma tragédia.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Sonhos de uma Polônia completa


Desde as últimas eleições parlamentares na Polônia houve muitas mudanças no país. E provavelmente haverá ainda mais delas - só que para a próxima mudança a Polônia ficará sem espaço entre os rios Odra e Bug ... Então, o que fazer? Elementar, meu caro Watson!

Em nossa opinião, chegou a hora de ampliar o tamanho da magnífica Polônia para as dimensões que acomodarão todas as ideias de amor de nós todos!

Admitimos: a implementação da proposta para mudar as fronteiras da Polônia significa o fim da existência de uma dúzia de Estados independentes, bem como uma importante redução de alguns outros.

Mas não queremos causar conflitos internacionais. Todas as áreas sobre as quais descrevemos a seguir, estão, conforme, os acordos bilaterais e o direito internacional e assim devem - em nossa opinião - pertencer à Polônia por um longo tempo, legalmente. Então ninguém deveria protestar, certo? É hora da história e da justiça serem finalmente feitas.

Evidência de que tudo isso era e deve voltar a ser nosso:

LITUÂNIA
É fácil. A união em Krew, em 1385, sem qualquer dúvida, afirma que todo o Grão-Ducado da Lituânia estará permanentemente ligado (Latin Applicare) à Polónia. Nós aderimos a esta versão até hoje.

LETÔNIA
Costumava ser a Curlândia. E o Pacto de Vilnius, de 1561, diz que metade da Curlândia (incluindo Riga) se juntou a Polônia diretamente, e do resto da Letônia de hoje favoreceu a Rzeczpospolita - que de fato é mesmo.

ESTÔNIA
A nossa gente a visitou antes, mais exatamente, em 1600, quando o Rei Zygmunt III Waza oficialmente, formal e legalmente incorporou (leia-se: uniu) a Estônia à Polônia.

KALININGRADO
A cidade (ainda sob o nome Królewiec) e seus arredores uniram-se às terras polacas, em 1525, como parte do famoso príncipado de Hołd. Em nossa opinião, esse ato não perdeu sua relevância até hoje.

BIELORRÚSSIA
É um pouco complicado, mas vamos tentar explicar. Bem, contra o nome que ostenta mos dias de hoje, a Bielorrússia desde o início foi o componente mais importante ... do Grão-Ducado da Lituânia. Assim, o que diz respeito à Lituânia (ver: União em Krev) também se aplica à Bielorrússia.

UCRÂNIA-RUTÊNIA
Quase todos os líderes rutenos, desde o rei Bolesław - o Bravo até Józef Piłsudski fizeram parte do  exército da Polônia. Mas para confirmar isso de uma vez por todas, aquelas terras foram juntadas pelo Sejm - Congresso Nacional Polaco e mais tarde confirmadas pela União de Lublin, em 1569.

MOLDÁVIA
Em 1387, o chefe local prestou homenagem ao rei polaco Władysław Jagiello. Além disso, os moldávios repetiram seu gesto de submissão à Polônia muitas vezes - e ainda nos lembramos disso.

RÚSSIA
Em 1610, os russos ofereceram a coroa do czar ao nosso rei Władysław Waza, e nós a aceitamos. Evidentemente, a situação ficou complicada, mas não vamos entrar em detalhes. Eles queriam ser russos com cara de Polak? Eles finalmente serão!

REPÚBLICA TCHECA
O rei Bolesław Chrobry juntou a República Tcheca a Polônia já em 1003. Após uma pequena secessão, em 1421, os tchecos voltaram a oferecer-nos a sua coroa (desta vez para  nosso rei Władysław Jagiello e finalmente admitindo quem realmente tem o direito de se sentar em Hradczany.

ESLOVÁQUIA
Foi unida com a Polônia por Bolesław Chrobry, já em 1001. Que não haja dúvidas, embora a paz contida em Poznań, em 1005, tenha temporariamente tirado muitas terras da Polônia, foi a Eslováquia que nos deixou para sempre.

HUNGRIA
A quem os húngaros deram a coroa em 1440? Quem? Isto é, ao rei polaco Władysław III! Nosso rei (futuro Varne), é claro, levou esta coroa, selando para sempre os direitos polacos àquelas terras. Não havia de ser nossos sobrinhos? A irmã do grande rei polaco Casimiro Piast foi rainha Ełżbieta da Hungria e nos deu a rainha e santa Jadwiga (Edvirges).

CROÁCIA
No início do século XII, a bela Croácia encontrou-se nas mãos da Hungria - assim, tornou-se parte da Polônia junto com a Hungria em 1440. Essa promoção "2 em 1" já era assim desde então.

TRANSILVÂNIA
Adquirimos os direitos à Transilvânia (outrora húngara, agora parte da Romênia) em 1440, num pacote junto com a Hungria e a Croácia. Mas que ninguém vá brigar, nossa autoridade foi finalmente confirmada pelo príncipe da Transilvânia, Stefan Batory, que foi a partir de 1576, o rei da Polônia.

VIENA
O Marechal e futuro rei da Polônia, Jan III Sobieski foi tão bom que, depois de derrotar os turcos na Áustria e expulsado os otomanos muçulmanos da Europa Católica Romana, em 1683, deu ordens ao seus hussardos e voltou para casa educadamente. Nós não somos tão legais. Nós ganhamos a batalha de Viena - Viena é nossa! E mais salvamos a Europa. O mínimo que os Habsburgos deviam fazer era nos presenteas com Viena.

SUÉCIA
Vamos ver a ordem dos acontecimentos. 1587: Zygmunt Waza, um príncipe sueco, torna-se o rei da Polônia. 1592: Sigismundo III Vasa, rei da Polônia, torna-se rei da Suécia. Então nós fomos os primeiros - então tudo o que aconteceu depois é nosso.

FINLÂNDIA
Como já estabelecemos os direitos polacos para a Suécia, a questão da polidez de cem por cento da Finlândia - entre os séculos XIV e XIX pertencentes à nossa Suécia - é apenas uma formalidade!

POMERÂNIA DO OESTE
Em 1121, o rei polaco Bolesław Krzywousty restituiu a Pomerânia inteira (quase depois de Rostock) aos territórios polacos. E nós temos recibos por eles assinados Warcisław I, o duque da Pomerânia.

ALEMANHA
Terras a leste de Dresden, o rei polaco Bolesław Chrobry libertou-as da ocupação alemã já em 1002. Sua integração a Polônia finalmente e para sempre confirmou a paz em Budziszyn em 1018. Alguma pergunta?

BERLIN
Não temos isso por escrito, mas as fotos tiradas em maio de 1945 não deixam dúvidas: a bandeira polaca é hasteada sobre o Portão de Brandenburgo, em Berlim! Conclusões óbvias surgem por conta própria.

GÂMBIA
Dzielna (e, lembre-se, Polônia) em 1651, Kurland comprou suas colônias - sucatas de terra - ao largo da costa da África Ocidental. Hoje neste lugar está a capital da Gâmbia. Você precisa de mais evidências de que Gâmbia é nossa?

MADAGASCAR
Em 1776, nosso homem, o nobre Maurycy Beniowski, foi proclamado por nativos o rei de Madagascar. O que é a "vontade da nação"  senão,  sagrada - e isto valeu tanto no século XVIII como vale agora, no século 21, para a Polônia.

FONTE: O artigo apareceu na revista CKM - nº 3 de março de 2016

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Hoje é meu aniversário 3 de dezembro


Meu aniversário de um ano de idade, há muitos 3 de dezembro atrás. Seguro pela mãos do meu pai Cassemiro (Kazio), minha mãe Eunice, minhas tias Ana Maria e Célia e o tio Paulo (o olho do lado esquerdo).

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Festas natalinas polacas em Curitiba

Programação
11h00 - Início das festividades
12h00 - Almoço típico
13h30 - Banda Lyra de Curitiba
14h00 - Apresentação de grupos folclóricos e étnicos
- da Polônia: Wisła, Junak, Wiosna, Szarotka
- de outras etnias: italiano, alemão, ucraniano, português, espanhol, etc.
17h00 - Encenação do Auto de Naral - JASEŁKA - com o grupo Wisła, coral João Paulo II (maestrina Maria Helena Kantor)

FEIRA DE PRODUTOS TÍPICOS
- Enfeites natalinos e comidas típicas polacas
- Exposições de presépios típicos da cidade da Cracóvia, da Polônia (cedidos pelo Consulado Geral da República da Polônia, em Curitiba e do acervo particular de Danuta Lisicki de Abreu. Além de miniaturas de presépios confeccionados por descendentes de imigrantes polacos.

Realização: Memorial Papa João Paulo II
Local: Bosque do Papa, Rua Mateus Leme (próximo ao portal polaco)
Data: 02 de dezembro de 2018
Horário: Das 11h00 às 18h00 
Informações: tel. (41) 3313 71 94


sábado, 17 de novembro de 2018

Tuwin: O poeta polaco das crianças

Julian Tuwin conhecido pelo pseudônimo de "Oldlen" tinha origem judaica. Tuwim realizou outros trabalhos além da poesia, como na literatura infantil e na música junto com seu primo Kazimierz Krukowski. Tuwim, cujo nome deriva da palavra hebraica "טובים" ( "Tovim", que traduzido seria "bom"), 

Tuwin é considerado um dos autores mais importantes da literatura polaca e co-fundador do movimento literário "Skamander". Em 1935, ele recebeu o Laurel de Ouro da Academia Polaca de Literatura.

Em 1919, ele foi co-fundador e líder, juntamente com outros grandes poetas, como Jarosław Iwaszkiewicz e Antoni Słonimski, de um grupo de poesia experimental denominado "Skamander".

O poema "O Baile da Ópera" ("Bal w Operze") é considerado um suas obras-primas, juntamente com outros dedicados ao público infantil como "Lokomotywa" e "Kwiaty Polskie".

Ele também escreveu ensaios como "Do prostego człowieka" (Para um homem simples) e "My, Żydzi Polscy" (Nós, judeus polacos).

Durante a Segunda Guerra Mundial foi obrigado a emigrar para a Romênia e depois acabou no Brasil com alguns outros poetas polacos, como Jan Lechoń.

Retornou a Polônia, em 1946, quando o país estava sendo ocupado pelo regime soviético através de eleições fraudulentas.

Julian Tuwim nasceu em 13 de setembro de 1894, na cidade de Łódź, e faleceu em 27 de dezembro de 1953 (aos 59 anos) em Zakopane, na Polônia. A causa da morte diagnosticada foi parada cardiorrespiratória.

Seu corpo foi transladado para o Cemitério Militar de Powązki, em Varsóvia, onde foi sepultado. Era casado com Stefania Tuwimowa. Estudou em sua cidade natal até ingressar na Universidade de Varsóvia, onde se formou em direito e filosofia.

Um dos seus poemas:

OKULARY

Biega, krzyczy pan Hilary:
"Gdzie są moje okulary?"

Szuka w spodniach i w surducie,
W prawym bucie, w lewym bucie.

Wszystko w szafach poprzewracał,
Maca szlafrok, palto maca.

"Skandal! - krzyczy - nie do wiary!
Ktoś mi ukradł okulary!"

Pod kanapą, na kanapie,
Wszędzie szuka, parska, sapie!

Szuka w piecu i w kominie,
W mysiej dziurze i w pianinie.

Już podłogę chce odrywać,
Już policję zaczął wzywać.

Nagle zerknął do lusterka...
Nie chce wierzyć... Znowu zerka.

Znalazł! Są! Okazało się,
Że je ma na własnym nosie.

ÓCULOS

Corre, o Sr. Hilário grita:
"Onde estão meus óculos?"

Procura na calça e no sobretudo
No sapato direito, no sapato esquerdo.

Revira tudo no guarda-roupa
Roupão amassado, casaco amassado.

"Escândalo!" - ele grita - inacreditável!
Alguém roubou meus óculos!

Olha debaixo do sofá, no sofá,
Ele olha em todos os lugares, bufando, ofegando!

Procura na lareira e na chaminé
No buraco do rato e no piano.

Quer arrombar o assoalho,
Começa a chamar a polícia.

De repente, olha para o espelho ...
Não querendo acreditar ... Ele olha novamente.

Acabou. Ele encontrou! Está com ele!
Ele os tem em seu próprio nariz.

Desenho animado

O poema cantado, faz parte do DVD "MUZALINKI podróże małe i duże", produzido pelos Muzalinków, com as melhores músicas polacas para crianças - letras sábias e intemporais, com interpretações de pequenos artistas.



terça-feira, 13 de novembro de 2018

Cultura polaca no Uruguai

Não! Não existiu apenas o famoso goleiro Mazurkiewicz de polaco no Uruguai. Embora Ladislao Mazurkiewicz Iglesias tenho sido, um dos polacos mais famosos do mundo, por sua atuação no Mundial 70 do México, a quantidade de imigrantes da Polônia que chegaram a antiga Província Cisplatina é imensa.


O Governo do Uruguai declarou há poucos dias no âmbito das comemorações centenário da restauração da independência da Polônia a grande contribuição de imigrantes polacos para a cultura do país sul-americano.

A ministra da cultura e educação do Uruguai, María Julia Muñoz, recordou ainda os principais marcos na história do país europeu. Durante um evento, organizado pela Sociedade Polaca Marechal Józef Pilsudski para festejar 100º aniversário da restauração da independência da Polônia, ocorrida em 1918, a ministra destacou a importância da contribuição que fizeram para sociedade uruguaia, os migrantes polacos.

Muñoz explicou que, embora não se saiba muito sobre as histórias de vida dos polacos que chegaram no Uruguai entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, as histórias de alguns são particularmente lembradas porque "os destinos foram fortemente unidos entre o polaco e o uruguaio".

A ministra Muñoz exemplificado especificamente com o caso das irmãs Paulina e Luisa Luisi Janicki, filhas de pai italiano e mãe polaca e cujos avós maternos foram exilados na França e na Argentina antes de se instalar em Montevidéu em 1887.

"Os Luisi Janicki eram uma família de trabalhadores e educadores de pensamento muito liberal para a época. As filhas cresceram em uma atmosfera de liberdade e rebeldia, todas estudaram magistério  e vários cursos universitários", disse Muñoz.

"Luisa era um jornalista, crítica literária e poeta (...) Paulina foi a primeira mulher uruguaia que obteve o título de doutor em medicina em 1908 e dedicou muita atenção ao estudo da influência das condições sociais e de trabalho sobre a saúde das pessoas uruguaias", acrescentou.

Nesse sentido, a ministra salientou que os uruguaios devem agradecer muito ao povo polaco por sua contribuição no ensino e na cultura uruguaia.

"Nós temos que dizer obrigado por terem vindo para nossas terras, graças por nos ensinar que os países antigos trouxeram para nós a sua cultura, sua arte, sua vocação científica e graças a eles por manter suas tradições, porque nos fazem ter uma visão mais ampla dos problemas mundiais", disse ela.

Por sua vez, o primeiro conselheiro e chefe do departamento de Política e Econômia da Embaixada da Polônia no Uruguai, Marceli Minc, em seu discurso fez um breve relato dos marcos históricos da Polônia.

Em particular, o diplomata destacou as realizações do primeiro governo depois de recuperar a independência em 1918, quando o primeiro chefe de Estado do país, Józef Pilsudski, introduziu reformas sociais importantes para a nação, como o voto das mulheres, sendo o primeiro país da Europa Central a permitir a participação das mulheres nos processos eleitorais.

"O primeiro governo socialista, foi muito curto, mas reformas muito importantes foram introduzidas como a jornada de trabalho de oito horas, a legalidade dos sindicatos e o direito à greve", disse Minc.

"O Marechal Pilsudski alguns dias após a tomada do poder por decreto estabeleceu a lei eleitoral, onde as mulheres passaram a ter os mesmos direitos que os homens, por isso, juntamente com a Segunda República, há cem anos as mulheres polacos receberam o direito de votar" reafirmou .

Resumindo, Minc avaliou que devido a estes avanços sociais, ainda no início dos anos 20 do século passado, a Polônia teve uma história turbulenta com inúmeras tentativas frustradas de recuperar seu status de nação independente após 123 anos de invasões e ocupações estrangeiras e os danos causados ​​pela Segunda Guerra Mundial, mas foi o povo que "unido" formou a nação que é hoje.

"Eu encontrei uma frase de Jorge Luis Borges, onde ele diz em uma ode que ninguém é a nação, mas todos juntos somos e acho que os polacos daquela época se comportaram dessa maneira", disse Minc.