quinta-feira, 2 de abril de 2009

Gaude mater Polonia

Matko Polsko, o ciesz się ciesz.
W łonie niosąca sławny ród.
W przybytki Króla Królów spiesz.
Niech chwałę da mu wszystek lud.
Ciesz się Matko, Polsko,
Bo syna masz szlachetnego.
Sław liczne niezwykłe czyny
Godnego sługi Bożego.
Bowiem dobroć i łaska
Biskupa Satnisława
Męczeństwem nazczona
W nieszwykłych jaśnieje blaskach.
Amen.

Goleada histórica: Dez a zero para a Polônia

Jelen, Lewandowski e Smolarek - Foto: Radosław Jóźwiak

Dez a zero, não só a maior goleada da rodadas das eliminatórias 2010, foi também a maior da história dos confrontos internacionais da Polônia.
Tá certo que foi com a quase amadora seleção do principado de San Marino, uma cidade encravada na Itália, que de tão pequena, tem sem grande prêmio de Fórmula 1 realizado na vizinha cidade italiana de Ímola. Mas tantos já jogaram contra San Marino e não fizeram 10 a zero. Nem mesmo a seleção canarinho de futebol fez um placar tão elástico em sua história. Em Copas do Mundo, a marca histórica era da Hungria, que em 1982, no Mundial da Espanha, venceu El Salvador por 10 a 1. Em fases eliminatórias da Copa do Mundo a maior goleada contínua em poder da Alemanha que fez 12 X 0 contra Chipre em 1969.
A verdade é que depois da derrota para a Irlanda do Norte por 3X2 e de muita discussão no país sobre a permanência do treinador holandês Leo Benhakker no comando da seleção, o que se viu em campo, no estádio da cidade de Kielce (duas horas de trem de Cracóvia) foi muita disposição. Jacek Krzynówek, o 8 polaco, apesar de deslocado para a lateral-esquerda, ou se preferírem os saudosos de Cláudio Coutinho: ala, parecia mais um ponta-esquerda ao estílo Dirceuzinho (o garoto dos pinheirais) do que um Roberto Carlos dos chutões.
Mas o que contou mesmo foi a estréia do jovem Rafał Boguski, do Wisła Kraków, que nem bem o juiz apitou o início da partida, já estava abrindo o placar aos 35 segundos. Com praticamente 5 atacantes, o treinador holandês deu sua resposta ao que queriam sua degola. Boguski, Robert Lewandowski, Jelen, Krzynówek e Euzebiusz Smolarek. Este, talvez o maior jogador polaco da atualidade ainda fez o décimo-primeiro gol de bicicleta invalidado pelo juiz, depois de já ter feito quatro gols. Além de um décimo-segundo, também invalidado pelo juiz. Na ordem, Boguski fez a 35 seg. e aos 27 min, depois Smolarek aos 17, 60, 72 e 81 min., Robert Lewandowski fez o seu ainda no primeiro tempo aos 43 min., Jeleń aos 5 min do segundo tempo, Mariusz Lewandowski fez aos 18 min. do segundo tempo e Saganowski fechou a goleada aos 43 minutos do final.
Em relação à derrota de Belfast, o técnico fez quatro alterações na equipe que mandou a campo com Fabiański no lugar do frangueiro Boruc, Smolarek no lugar de Wawrzyniaka, Boguski no de Bandrowski e Bosacki no lugar de Żewłakowa.
A última fez que a Polônia fez um placar tão largo foi há 46 anos (1963),quando venceu a Noruega por 9 X 0 e em 8 X 0 contra o Azerbaijão em 2005.
Uma hora depois da partida terminada, o presidente da Federação, o ex-ídolo Grzegorz Lato, artilheiro da Copa de 1974, ainda teve que se explicar aos jornalistas. A goleada parece não ter serenado os ânimos. Todos queriam saber da demissão do holandês Benhakker. Primeiro respondeu, que nos últimos dias nunca existiu uma reunião para tratar da demissão do técnico e finalmente admitiu que ainda em abril este assunto será tratado. Pois circularam rumores ainda durante a quase madrugada de que Leo Beenhakker pediu para quebrar o contrato.
Seja como for, as próximas partidas só acontecerão em junho. Tempo bastante curto para se trocar de técnico, mas ainda em tempo dos seis meses que faltam para o último jogo das eliminatórias. Com a Eslováquia vencendo por 2 X 1, ontem mesmo a forte seleção da República Tcheca, as possibilidades da Polônia estão na África do do Sul ano que vem, apesar da goleada, são bastante difíceis. E os jogos que faltam para a Polônia são exatamente contra os dois vizinhos, Eslováquia aqui e Tcheca em Praga. A situação no grupo é bastante complicada para a Polônia, portanto. O resultado permitiu à Polônia subir ao terceiro posto na classificação do grupo e reentrar na luta pelo primeiro lugar, embora com menos três pontos do que a Irlanda, mas também com menos um jogo. A Eslováquia está em segundo lugar e teoricamente leva vantagem, tem dois pontos a mais do que a Polônia e um jogo a menos.
Ah, sim! Roger Guerreiro deu muito chutões para a lateral do campo, não dando tempo para seus companheiros chegar a tempo na bola. A alegria de jogar dos polacos não parece ter contagiado o paulista de passaporte vermelho.
Polônia:
Fabiański - Wasilewski, Dudka, Bosacki, Krzynówek - Jeleń (71. Błaszczykowski), Mariusz Lewandowski, Roger, Smolarek - Boguski (80. Saganowski) - Robert Lewandowski (66. Sosin)
San Marino:
Valentini - Simoncini, Della Valle, Simone Bacciocchi, Matteo Andreini, Nicola Albani, Giovanni Bonini (53. Selva), Matteo Bugli, Michele Marani, Ezequiel Rinaldi, Matteo Vitaioli (64. Berretti)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A lágrima de Wałęsa


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta quarta-feira, primeiro de abril de 2009 é: ~Triunfo e lágrimas de Wałęsa~.

Universidade e IPN reagem ao livro de Zyzak

Foto: Renata Dabrowska / AG

Aparentemente pegos de surpresa pela publicação do livro do recém formado mestre em história Paweł Zyzak e da reação emocional e dura de Lech Wałęsa, a Universidade Iaguielônia, onde o autor do livro defendeu tese de mestrado e o IPN-Instituto da Memória Nacional, onde ele trabalha como arquivista, querem distância do polêmico Livro.
Ontem, o professor Andrzej Banach catedrático de história da Universidade falou que convocou o prof. Andrzej Nowak, orientador da tese de Zykak e publicada como o livro "Lech Wałęśa - Idea i historia" para uma reunião com o Conselho do Instituto de História da Faculdade. O problema é que nem o reitor da universidade e tampouco o diretor da faculdade têm qualquer influência numa dissertação de mestrado, segundo Banach.
"A dissertação de mestrado é avaliada pelo orientador e pela banca de examinadores. Se ambos concordam com ela, o estudante está apto a fazer sua defesa." Neste caso, um dos examinadores foi o Prof. Dr hab. Zdzisław Zblewski, também da Universidade Iaguielônia. "As acusações feitas ao livro, pelo uso de fontes anônimas foram observadas pelo examinador, mas não desqualificaram o trabalho. O examinador levantou as mesmas alegações, que aparecem em relação ao livro: ou seja de que ele é unilateral, quando se refere à fontes anônimas", acrescentou o diretor da Faculdade de História. O Prof. Banach reconhece que a publicação refletiu a opinião da universidade: "Com grande pesar tenho de admitir que o sofrimento da Universidade foi pela forma imerecida com que foi apontada neste caso. O melhor seria que o ex-presidente Wałęsa demandasse contra o autor".
O professor Piotr Franaszek, que na época da defesa de Zyzak, era o diretor do Instituto de História disse lembrar que no ano passado, a defesa do trabalho de Zyzak despertou consternação entre alguns de seus funcionários. Ele teria comentado, naquela oportunidade, que o trabalho baseado em fontes anônimas ofendia às normas. "Eu não deixaria passar uma tese assim". Após receber o diploma de mestre, "Zyzak quis prosseguir com o mesmo tema da biografia do ex-líder do Solidariedade no doutorado da Faculdade, mas a comissão de pós-graduação não lhe permitiu prosseguir em função dos métodos de investigação histórica sobre o assunto", disse o prof. Franaszek.
Já o colunista Mirosław Czech do jornal Gazeta Wyborcza escreveu em sua coluna de hoje, que Prof. Andrzej Nowak é um respeitado especialista nas relações polaco-russas e política oriental de Józef Pilsudski. Mas no patrocínio da dissertação de Zyzak, ele mostrou como a ideologia está deslocada da ciência.
O orientador do notório livro de Paweł Zyzak sobre Lech Wałęsa, prof. Andrzej Nowak, por fim falou. Em uma conversa com o deputado Andrzej Celiński, na televisão TVN 24, no dia 30 de março, ele defendeu seu orientado. Quanto à alegação de que Zyzak ao ter aspirações científicas para sua dissertação se utilizou de depoimentos anônimos, ele respondeu: "No caso da família camponesa de Wałęsa, as pessoas foram intimidadas por inúmeras visitas de agentes da ABW, e não nada estranha que não queiram falar e nem se identificar publicamente com seus nomes".
Ou seja, as histórias do filho do ex-presidente fora do casamento e na "urinada" contra o chamando "balaústre" e "caluniado" isto é resultado de "intimidação". O professor da Universidade Jagiellonski sublinhou as atividades de seu orientado como "fontes reveladoras". E admitiu que não é um especialista sobre este tema.
Nowak permitiu tudo a Zyzak, porque - como confessou -, ele estava envolvido politicamente. Como símbolo do "Solidariedade", Zyzak reconhece Anna Walentynowicz e não Lech Wałęsa. As razões pelas quais Zyzak se utilizou de anônimas "fontes reveladoras" são um completo embuste.
A universidade mais antiga da Polônia se tornou tribuna de detestável política. Este procedimento é mais desprezível que o utilizado pelo jovem, para quem o prêmio foi ter seu trabalho publicado em livro, ou trabalhar no Instituto da Memória Nacional -IPN e entrar para a banda intelectual da direita. Sua realização tem uma senha: "Esta será a República para enterrar seus jovens".

Judeus desde sempre na Polônia

A mais antiga referência sobre a presença de judeus na Polônia data do século nove. Falam sobre mercadores vindos da Espanha. No início, o assentamento permanente dos judeus na Polônia está ligado às atitudes hostis contra os judeus na Saxônia e na Bohemia. As cruzadas de 1096 e 1147 coincidem com a primeira grande onda de imigração judaica para a Polônia. Neste período o assentamento regular de judeus se concentrou na Silésia, onde em meados do século 14, eles viviam em 35 cidades. Dados sugerem que os judeus foram assentados em Płock em 1237, em Kalisz em 1287, em Cracóvia em 1304, em Lwów em 1356, em Sandomierz em 1367 e em meados do século 14 em Lublin. Os judeus no final do século 15 já eram 6% da população da Polônia, ou cerca de 24 mil habitantes vivendo em 85 cidades.

Kazimierz Dolny - Foto: Ulisses Iarochinski

Os judeus chamavam a Polônia de "Polin", que de acordo com uma etimologia específica era interpretada como "Onde eu passarei o resto de meus dias". Na coleção "Polin" editada pela "The Littman Library of Jewish Civilization", logo nas primeiras páginas se faz referência a Polônia como a "Polin" da Torah. "Nós não sabemos, mas nossos pais nos disseram, como desde o exílio de Israel chegar a terra de Polin. Quando Israel viu como o sofrimento era constantemente renovado, a opressão aumentava, as perseguições se multiplicavam e como autoridades diabólicas pilhavam e em seguida expulsavam, então quando já não havia mais como escapar dos inimigos de Israel, sairam para a estrada em busca de resposta para o caminho para algum lugar do mundo, qual seria a estrada correta para encontrar o que lhes restava de alma. Então um pedaço de papel caiu dos céus e nele estava escrito: Vá para a Polaniya (Polônia)."


Antiga sinagoga de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski

Em 1264, o príncipe Bolesław Pobożny (Boleslau - o Piedoso) editou o chamado Kalisian Statutes, onde os Judeus receberam leis próprias separadas e certos privilégios para viverem na Polônia. Depois da unificação da Polônia, pelo rei Casimiro - o Grande estas leis foram confirmadas para o total dos territórios da Polônia .

Antigo Rynek (praça central) de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski

A partir do século 16, o número de judeus vivendo na Polônia cresceu bastante. Em meados do século 17, eles já eram estimados em 500 mil habitantes, ou 5% da população. No período em que a Polônia foi dividida e ocupada pela Rússia, Prússia (depois Alemanha) e Áustria, a situação dos judeus passou a depender das autoridades invasoras. Quando o nazismo invadiu a Polônia em 1939, a população judia da Polônia era a maior entre todos os países do mundo, com mais de 3,5 milhões de habitantes.

Antigo Rynek (praça central) de Zamość - Foto: Ulisses Iarochinski

Em 1968, o governo comunista fez um espurgo dos judeus que sobreviveram aos horrores da segunda guerra mundial e restou bem pouco deles no território polaco. Depois da queda do comunismo, estimava-se que 15 mil pessoas de origem judaica estariam vivendo na Polônia. Atualmente não existe uma estatística, ou pelos menos não é divulgada, mas a verdade é que crescem os empreendimentos judaicos em várias cidades da Polônia.


Sandomierz - Foto: Ulisses Iarochinski

A região Leste, cuja principal cidade é Lublin congregou durante todos estes séculos uma maior presença judaica do que outras regiões da Polônia. Lublin e Chełm se destacam neste cenário pelo alto percentual de moradores de origem judaica. Antes da segunda guerra Chełm chegou a ter quase 19 mil habitantes de origem judaica entre seus 38 mil moradores. Alguns dos mais emitentes judeus da história contemporãnea nasceram nesta região, como os escritores Israel Joshua Singer e Itzkhak Baszevis Singer (Biłgoraj), Itskhak Leybush Perec (Zamość) o violinista e compositor Henryk Wieniawski (Lublin), a ativista política Roża Luksemburg (Zamość) e Hanka Sawicka (Lublin).

Sinagoga de Szczebrzeszyn - Foto: MaKa

As cidades da região que ainda guardam um passado judeu são: Lublin, Krasnystaw, Isbica, Zamość, Szczebrzeszyn, Zwierzyniec, Józefów Biłgorajski, Tarnogród, Biłgoraj, Frampol, Wojsławice, Tomaszów Lubelski, Łaszczów, Bełżec, Łęczna, Włodawa, Chełm, Biskupice, Piaski, Kock, Sobibór, Markuszów, Kazimierz Dolny, Annopol, Zaklików, Lipa (aqui nasceu o polaco-judeu Samuel Klein - dono das Casas Bahia - maior rede de lojas do Brasil), Modliborzyce, Kraśnik (aqui nasceu a atriz de telenovelas da Globo Ida Szczepanski Gomes), Bychawa, Byway, Bobowniki, Puławy, Lubartów, Wohyń, Parczew e Międzyrzec Podlaski.