terça-feira, 5 de agosto de 2008

Tempestades atormentam a Polônia

Foto: Alerta24
O verão deste ano tem sido difícil na Polônia. Inundações no Sul e Sudeste, furacões e fortes ventos no Norte.
Hoje fortes ventos atingem pelo menos cinco voivodias no Norte, Noroeste e Centro do país: zachodnie-pomorski, kujawsko-pomorski, mazowia, lubuska, opolska. No Báltico tormentas marítimas causam vítimas com ventos de 11 pontos na escala Beaufort com mais de 100 km/h. Os bombeiros na Mazuria não conseguem socorrer a todos os barcos nos lagos daquela região, que são levados pelos fortes ventos. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas e uma morreu. Na Silésia, cerca de 1500 fazendas tiveram prejuízos na agricultura e 6 mil casas estão sem energia elétrica. Em Legionowo, na Mazóvia a queda das árvores destruiu 3 veículos e matou uma adolescente de 15 anos.

Idioma polaco: difícil e belo

O "sibilante" (com muito chiado) idioma polaco, difícil de aprender para os estrangeiros, é um idioma eslavo ocidental do grupo de línguas indo-européias. Na Alta Idade Média, os eslavos abandonaram seus territórios entre os rios Odra e Dnieper e povoaram quase todo o Centro, Oriente e Sul da Europa. Para o Oeste chegaram até o rio Elba e deste até os rios Volga e Dzwina, no Sul, até os Bálcãs.
A criação de três grupos lingüísticos eslavos, ocidental, oriental e meridional, é o resultado desta expansão. Ao grupo ocidental, além do polaco, pertencem os idiomas tcheco e eslovaco, que apesar de se diferenciarem do polaco, possuem semelhanças tão grandes que um polaco, um tcheco e um eslovaco se entendem sem necessidade de um intérprete. Do ramo Oriental fazem parte o ucraniano, o russo e o bielo-russo. Do sulista fazem parte o búlgaro, o esloveno, o macedônio, o servo e o croata. Pode-se afirmar que o eslavo é língua mãe de quase 300 milhões de habitantes da terra e o polaco de quase 50 milhões de pessoas em vários países.
A língua polaca começou a se formar no século X. O fator decisivo foi o surgimento do Estado polaco. Em 966 Mieszko I (Miexco primeiro), príncipe da tribo dos polanos que habitava na região da Wielkopolska (Grande Polônia), foi batizado pela Igreja Católica Apostólica Romana depois de haver reunido várias tribos de cultura e idiomas parecidos que habitavam as bacias dos rios Vístula e Odra. O cristianismo trouxe consigo o alfabeto latino e o polaco, que até então havia sido um idioma apenas falado (os eslavos não conheciam a escrita), passou a ser uma língua tanto falada como escrita. A escrita, a princípio era exclusivamente latina já que provinha dos círculos eclesiásticos, de vez em quando enriquecida com nomes eslavos.
Foram conservados três documentos escritos do primeiro período de existência do idioma polaco em que foram incluídos nomes pessoais e geográficos polacos. O mais antigo deles, ”Dagome iudex”, é uma ata da entrega do ducado de Mieszko I, sob a proteção do Papa, que foi escrito entre os anos 990 e 992. Esta escritura continha, entre outras coisas, uma descrição das propriedades de Mieszko e informações sobre as localidades mais importantes: Gniezno e Cracóvia. Na bula Papal de Inocente IV, de 1136, mencionam-se 410 nomes topográficos e pessoais que parecem polacos, embora a bula de Adriano IV, de 1155, enumere 50 nomes deste tipo. A infiltração do polaco e do latim fez com que no século XIII os eclesiásticos polacos com formação latina formulassem as primeiras regras do polaco escrito.
Os primeiros textos polacos escritos são traduções de orações e sermões latinos, "polonizados" para que os fiéis soubessem a quem rezar e porque. Um testemunho daqueles tempos e das dificuldades que causava o idioma polaco e a pouca fé da população são os “Sermões Swiętokrzyskie” da segunda metade do século XIII. Outra evidência da vitalidade da língua polaca é “Salmos de David”, tradução do livro canônico do Antigo Testamento procedente da mesma época realizada a pedido da Rainha Kinga. Um dos monumentos mais antigos do idioma polaco é a “Bogurodzica” (Mãe de Deus), uma canção religiosa cuja composição está envolta em mistério. Apesar de ter sido escrito pela primeira vez no século XV, seu vocabulário arcaico, já era considerado existente "desde sempre", pois indícios apontam que teria sido inventado em algum século atrás. Possivelmente, não muitos anos depois do batizado de Mieszko I.
A partir do século XIII, os extensos textos religiosos tiveram a tímida companhia dos primeiros textos profanos. Este início histórico do idioma polaco conservado graças à escrita, consiste de duas frases: uma dita por um camponês e a outra por um rei. Ao redor do ano 1200, o abade Pedro, autor do Livro de Henrique decidiu escrever a frase de um senhor chamado Boguchwal, que ao ver sua mulher trabalhar duramente num moinho manual, teria dito: "Day ut ia pobrusa, a ti poziwai", que se poderia traduzir como: "Deixa, que eu trabalho e tu comes algo". Não se sabe se a mulher lhe contestou, pois o abade Pedro não mencionou. Em 9 de abril de 1241, durante a primeira invasão mongol, no fim da batalha de Legnica, perdida pelos polacos, Henrique - o Probo disse em desespero: "Gorze sie nam stalo" (Nos há sucedido uma desgraça).
Em 1440, Jakub Parkoszowic de Zurawica, em seu tratado sobre a ortografia polaca, escrito em latim, tentou codificar as regras do idioma polaco. Na mesma época se começou a usar o polaco para atas jurídicas e livros judiciais. Um pouco antes, em 1400, já havia sido escrito, em polaco, o primeiro poema de tema profano dedicado aos prazeres da mesa. Contudo, o primeiro verdadeiro dicionário polaco foi composto quatro séculos mais tarde. Entre os anos 1807 e 1814, em Varsóvia, foi editada uma obra de seis volumes (1200 exemplares cada) de Samuel Bogumil Linde. Em seiscentas páginas de 23 x 30 cm, o autor descreveu 60.000 palavras polacas.
O idioma polaco é uma língua reflexiva com sete casos, dois números e três gêneros. Aos verbos se aplicam categorias de pessoas, tempo, modo, voz e aspecto. A diferença em relação aos demais idiomas eslavos se dá nas vogais nasais. Também a acentuação tônica é diferente: sempre a sílaba mais forte é a penúltima sílaba (paroxítona). Nas demais línguas eslavas a tonicidade é móvel, como em russo que se acentua a primeira sílaba, bem como em tcheco e em eslovaco. A apofonia polaca consiste na transição da vogal e, precedente a uma consoante dura labiodental, em a, ou o. É muito típico da língua polaca que o radical de uma palavra tenha variantes. 
Aprender a ortografia polaca é um problema tanto para estrangeiros como para polacos, sobretudo, em relação às palavras que contêm z (com ponto em cima) e rz, u e ó, h e ch, que, apesar de se pronunciarem quase igual, escrevem-se diferentemente.
A gramática e a pontuação polaca têm muitas regras e o dobro de exceções; será essa talvez a razão porque se considera o polaco um dos dois idiomas mais difíceis do mundo.
O polaco tem cinco dialetos populares básicos: chlonski (de Silésia), mauopolski (de Polônia Menor), mazowietzki (de Mazóvia), vielkopolski (de Grande Polônia) e kachubski (de Kaszuby). São ecos de antigos dialetos tribais que durante o desenvolvimento da língua polaca sofreram grandes modificações e metamorfoses. Formaram-se sobretudo longe dos grandes centros urbanos, entre habitantes de pequenas cidades e entre nobres e camponeses das vilas. Dentro de cada dialeto se distingue um grupo de “palavras básicas” e o fator que decide sua inclusão em um, ou outro dialeto são fenômenos lingüísticos típicos e repetitivos. As “básicas” diferem do idioma polaco no vocabulário, sintaxe, fonética e morfologia. Nas regiões da Mazuria, ou da Mazóvia é típico o fenômeno denominado como "mazurzenie" análogo ao sibilar (chiar) português, carioca e espanhol já que consiste em substituir as consoantes sz (sh) e cz (ch) por s (s) e c (ts). Em algumas regiões, as consoantes nasais se pronunciam sem ressonância nasal, em outras se pronuncia um y nasal no lugar de um e. As diferenças flexivas são formas abreviadas, por exemplo zrobim (faremos) e ao invés de zrobimy. Nas palavras básicas há vestígios do polaco arcaico. O melhor exemplo é o uso da terminação e no genitivo de alguns substantivos ao invés do y. Outro ponto típico deste grupo de palavras é a redução do número de terminações nas declinações. O que também diferencia este grupo do idioma polaco comum é a saturação do vocabulário com diminutivos locais, nomes relacionados com a agricultura, palavras que caíram de uso, ou palavras que nunca chegaram a ser de uso comum. Um dos dialetos, o kaszubski, é considerado, por alguns lingüistas, uma língua independente.
Um fenômeno interessante, posterior ao ano 1945, é o processo de formação de novos dialetos mistos, no Norte e Oeste do país, onde depois de terminada a II Guerra Mundial se estabeleceu gente de todas as regiões do país, transmigradas que foram. Os estrangeirismos constituem uma parte expressiva do idioma polaco. São empréstimos de outras línguas que se incrustaram na estrutura do polaco. Os mais numerosos são anglicismos (do inglês), galicismos (do francês), germanismos (do alemão), latinismos (do latim) e russicismos (do russo). A influência dos diversos idiomas depende de vários fatores. Às vezes foi a fascinação pela cultura (galicismos), às vezes os processos históricos, como a invasão e divisão da Polônia (germanismos, russicismos), ou o batismo
da Polônia (latinismos). O latim é a mais antiga influência, pois se imiscuiu no idioma polaco desde a Idade Média. Nos tempos de formação do Estado polaco e da pressão cristã, o polaco se viu afetado pelo vocabulário relacionado com religião e com os ritos, muitas vezes através do alemão, ou do tcheco (por exemplo: aniol [anjo], msza [missa]). Hoje a influência do latim se vê principalmente na nomenclatura científica. Os germanismos saturaram a língua polaca no século XIX como resultado da política germanizadora do ocupante. É difícil imaginar o polaco sem óbvios decalques lingüísticos como: czasopismo [revista] (Zeitschrift), dworzec kolejowy [estação de trem] (Bahnhof) o swiatopoglad [concepção] (Weltanschauung).
Do mesmo modo e da mesma época procede abundante russicismo. A segunda grande onda de empréstimos deste idioma ocorreu depois da II Guerra Mundial, quando a Polônia acabou ficando sob a influência da União Soviética. Dessa época datam
empréstimos como: kolektyw (Kolektyw), kolhoz (koljós), ou gulag.
O idioma francês influiu bastante na língua polaca durante o século XVIII, quando era de uso comum entre as pessoas que aspiravam ser alguém importante. O francês era então o que hoje é o inglês. Os empréstimos do francês funcionam no vocabulário referente a todas as atividades humanas: (makijaz [maquiagem], mansarda [desvio], koniak [conhaque], apaszka [cachecol]).
Nos anos de pós-guerra predomina o inglês. A partir dos anos setenta a saturação no polaco do vocabulário inglês é cada vez maior e a partir dos anos noventa, os lingüistas já não falam de “influência do inglês”, mas de uma verdadeira invasão de anglicismos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Curitiba, sonho de polacos

Casa de troncos no Memorial da imigração polaca em Curitiba

Curitiba, a capital do Paraná, é considerada por muitos, em função de sua população como o terceiro maior centro da etnia polaca em todo mundo. A maior concentração da etnia em uma mesma cidade ocorre em Chicago, nos Estados Unidos. Depois da cidade Norte-americana, a capital da Polônia, Varsóvia, por abrigar uma população que ultrapassa os 2 milhões de habitantes é a segunda colocada neste ranking. Curitia, que até 1947, tinha metade do território de seu munícipio denominado de distrito de Nova Polônia, sempre foi mais que um sonho para os imigrantes polacos do final do século 19 e início do 20. Curitiba, durante muito tempo, foi a cidade mais conhecida na Polônia.
Totem das cidades parceiras de Cracóvia, com Curitiba a 11.500 km de distância
e o título de cidade gêmea de honra. Curitiba é a única cidade do Brasil com grafia no idioma polaco.
Ainda hoje, taxistas de Cracóvia, Varsóvia e Lublin, quando encontram um passageiro brasileiro, perguntam primeiramente se o brasileiro é de Curitiba. Ao contrário de muitos europeus que quando ouvem o nome Brasil, imediatamente associam com Rio de Janeiro, Buenos Aires, Pelé, Café, Ronaldinho, na Polônia, a palavra Curitiba, tem mais que significado de Brasil, tem uma aura de "Eldorado", o paraiso buscado pelos europeus da idade média.
que Por ordem cronológica os polacos foram assentados nas seguintes colônias de imigrantes no município de Curitiba e arredores:
Novembro de 1871 - Pilarzinho
1873 -Abranches
1875 - Santa Cândida
1876 - Nova Polônia, que compreendia as colônias Lamenha, Santo Inácio, Órleãns, D.Pedro II, Dona Augusta
1877 - Rivière (hoje Ferraria)
1878 - Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly
Também foram criadas as Colônias de Serrinha no Município de Contenda, Tomas Coelho e Guajuvira em Araucária e outras em outros municípios vizinhos, quase que numa progressão aritimética.

Primeiras terras

Um documento que atesta oficialmente a chegada da imigração polaca no Paraná, e conseqüentemente em Curitiba é um atestado da Câmara Municipal, que diz:
" Câmara Municipal da Cidade de Curitiba, attesta, a requerimento de Sebastião Edmundo Saporski, o seguinte:
1.º que existem estabelecidas no rocio desta Capital as trinta e duas famílias polacas, constantes da relação apresentada, ocupando alguns lotes de terrenos da colônia Pilarzinho e outros terrenos que requereram a esta Câmara e obtiveram por carta e foro;
2.º que as mesmas famílias polacas são dedicadas ao trabalho, excellentes lavradores e muito morigerados;
3.º que não consta a esta Câmara tivessem estas famílias recebido quaisquer favôres ou adiantamentos pecuniários do Gôverno para estabelecimento.
Paço da Câmara, 15 de outubro de 1873.
Eu Ignacio Alves Corrêa, secretário o subscrevi. O presidente da Câmara municipal, ass. Antonio Augusto Ferreira dos Santos"


Primeiro nascimento

Com efeito, sob o número 414, nos registros de nascimento da velha Igreja Matriz de Curitiba, está assinalado:

"Aos vinte e oito dias do mês de Outubro de mil oitocentos e setenta e um, nésta Matriz de Curitiba, batizei e puz os santos oleos no inocente João, nascido a seis d'este mês, filho legítimo de Gregório Hylla e de Maria..., Polacos. Foram padrinhos Fabiano Barcik e Rosalia Pampuch, também Polacos e fregueses desta Paróquia. do que fiz este assento. O Vigário Agostinho M. de Lima" .

No mesmo livro, mais adiante o registro 415.

" Nascimento de Ursula, a 27 de Outubro de mil oitocentos e setenta e um, filha legítima de Fabiano Barcik e Edvirges Purkot, polacos..."
João e Ursula são os primeiros paranaenses eticamente polacos, os primeiros polono-brasileiros da história da imigração polaca no Brasil.

Polônia perderá créditos da UE


Manchete principal do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, dia 4 de agosto de 2008 diz que: Cinco Voivodas perderão ajuda de Bruxelas. Destaque também para a morte do escritor russo Aleksander Sołżenicyn, premio nobel de literatura e dissidente do regime comunista.

domingo, 3 de agosto de 2008

Festival de folclore em Passo Fundo


Grupo "Bielsko" Da Polônia Em Passo Fundo


É de Bielsko-Biała (biélsco biaúa), cidade no sul da Polônia o grupo que se apresentará, em Passo Fundo, durante o X Festival Internacional de Folclore. De 15 a 23 de agosto Passo Fundo terá espetáculos diários no Circo da Cultura no Parque da Gare (manhã, tarde e noite), desfiles de ruas, missa folclórica, oficinas de arte no shopping, conversação no Teatro Municipal todas as tardes e espetáculos etnográficos nos locias dos patrocinadores. 

O grupo polaco tem patrocínio do Centro de Cultura Bielskie e como diretor Wladysław Szczotka e como coreógrafa é Bożena Bieńczyk. O grupo tem 34 anos de história e um repertório de músicas e danças tradicionais da Polônia, como "polonaise", "mazurka", cracovienne e outras. O "Bielsko" é formado por 80 pessoas e é dividido em 3 grupos menores, em função da faixa etária, crianças (5 a 9 anos), (10 a 15 anos) e um grupo juvenil-adulto (16 a 25).
"Bielsko" com suas danças e cantos locais se apresenta em qualquer tipo de palco. O grupo "Bielsko" faz tournèes internacionais pela Alemanha, Hungria, Áustria, Portugal, Estados Unidos, Grécia, Sérvia, Turquia e Polônia. 
Bielsko Biała fica próxima das fronteiras da República Tcheca e Eslováquia e é importante centro automobílistico. É lá que está instalada a fábrica da Fiat italiana e e terra do Maluch - o menor carro da Fiat, um 126, de 500 cilindradas e considerado o carro mais popular da Polônia.
P.S. Lá também está a família Jarosiński, dos meus primos Jerzy, Krzysztof, Grazyna, Anna, Agnieszka, Grzegorz, e outros 60 primos e primas.

Murici: colônia de polacos


A colônia Murici surgiu na terceira etapa da colonização polaca no Paraná. Após a bem sucedida experiência com a colonização polaca em Curitiba, o governo da Província decidiu estender o processo ao município vizinho de São José dos Pinhais. Foram adquiridos 2.891 hectares, pois houve dificuldades de desapropriação, já que quase todos os terrenos ao redor de Curitiba eram propriedades particulares. Os problemas na hora da compra eram enormes, pois os títulos de propriedades eram muitos confusos e quase sempre aparecia mais de um proprietário reivindicando a posse. Esta área adquirida foi dividida em 4 colônias: Zacarias, Murici, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly. A Colônia Murici foi criada, em abril de 1878, e compreendia os lotes entre os rios Miringuava e Pequeno e nela foram assentadas 20 famílias.

No dia 6 de junho de 1878, segundo registros da Paróquia de Murici, chegaram 60 colonos procedentes da Galícia (região de Gorlice na Małopolska e da região Podkarpacki ) e da Prússia Ocidental (região de Starogard, atual município de Gdańsk). Os novos imigrantes chegaram com o navio inglês Paschoal, em Paranaguá. Foram transladados para outro barco, no qual atracaram no Porto de Antonina, de onde vieram em carroças até o planalto curitibano. A data de fundação da nova colônia foi fixada em 21 de setembro de 1878.

O primeiro batizado de um filho de polacos, ocorreu no dia 3 de janeiro, com Francisco, filho de Wojciech Gottfried e Maria Muszyńska. Foram padrinhos Wojciech Mikos e Anna Ciulis. O documento paroquial assinala que todos, exceto o pequeno Francisco, procediam da região da Silésia polaca ( na época sob o jugo invasor dos alemães).

A colônia Murici de 876 hectares foi dividida em 72 lotes. Segundo levantamento de Sebastian Saporski, em 1893, a população da Colônia era de 240 imigrantes polacos, 82 filhos nascidos no Brasil e outras 57 pessoas de outras nacionalidades (brasileiros, italianos, ucranianos).

Soldados judeus na I Guerra Mundial


Foto: Arquivo ŻIH
Em 28 de julho de 1914 estourou a Primeira Guerra Mundial. Os judeus, eram cidadaõs de diferentes países envolvidos no conflito e acabaram lutando entre si na defesa de seus diferentes estandartes de guerra. Nas forças armadas alemães combateram 100 mil soldados judeus, sendo 2 mil oficiais jun junto aos 320 mil soldados e 8 generais judeus dos Exército do Império Austro-húngaro. Nos exércitos inimigos lutaram pelas forças armadas britânicas 10 mil soldados e 1300 oficiais judeus, enquanto no exército da França eram 55 mil soldados e 14 generais. Além dos mais de 350 mil soldados judeus no exército russo e 250 mil soldados, sendo 10 mil oficiais judeus no exército dos Estados Unidos. Nos "fronts" de batalha da primeira guerra  mundial morreram aproximadamente 120 mil soldados judeus.
P.S. Na segunda guerra mundial morreriam mais de 2 milhões e 700 mil civis judeus, na sua maioria cidadaões polacos.

sábado, 2 de agosto de 2008

A destruição da segunda guerra na Polônia

Em linha preta, o que era o território da Polônia em 1939 e como ficou após a divisão imposta por Stalin, em vermelho.

Em 12 de março de 1938, os exércitos alemães invadiram a Áustria e a tornaram parte do Reich alemão. Hitler na seqüência pressionou para tomar parte dos Sudetos na Tchecolováquia. Os líderes da Itália, França, Grã-Bretanha assinaram um acordo com a Alemanha, em Munique, entregando a região dos Sudetos aos alemães. Em março, a Alemanha ocupou a Tchecoslováquia, incluindo Praga e criando o Protetorado Tcheco-Morávio. Logo em seguida ocupou também Klaipede. Os polacos esperavam pela ajuda dos franceses e ingleses, que haviam declarado apoio através de acordos. O inglês Charberlain parecia ter se esquecido de sua declaração: “de nós, evidentemente, dependerá que ação consideraremos como ameaçadora da independência da Polônia. Isso preservar-nos-á ante o envolvimento numa guerra causado por um problema fronteiriço”.
No final de outubro de 1938, Hitler exigiu que a Polônia concordasse na anexação de Gdańsk à Alemanha, ao mesmo tempo em que permitisse a construção de uma ferrovia e de uma rodovia extraterritorial que passasse pela Pomerânia polaca. Em 22 de agosto de 1939, Hitler deu a ordem para atacar a Polônia quatro dias depois: “Em primeiro lugar encontra-se a destruição da Polônia. Que a piedade não tenha acesso aos vossos corações. Atuem brutalmente.” A data foi prorrogada para o dia 1º de setembro, em função do pacto Ribbentrop-Molotov, firmado no dia seguinte e que demarcava a futura fronteira russa-alemã, após a extinção da Polônia.O criminoso pacto dos totalitarismos nazista e comunista iria por fim à soberania e integridade da Polônia. As repressões soviéticas tomaram a forma de revanche de classe. A sovietização das áreas ocupadas foi antecipada por uma limpeza ética.
A dificuldade polaca no caso, estava em que, para os aliados era imperioso destruir Hitler, não se importando de se unir a Stalin. A verdade sobre os crimes soviéticos, não só frente aos polacos, era então incômoda para os aliados, como também mais tarde, o mundo não quis saber deles. Entre o armistício de novembro de 1918, até a agressão da Alemanha hitlerista foram exatos 20 anos, 9 meses, 2 semanas e 5 dias. Atacada, a Polônia resistiu, mas não pôde repelir a dupla invasão promovida pela Alemanha e a União Soviética. Dezessete dias após os nazistas, os comunistas também invadiram a Polônia. Acuados em dois "fronts" de batalha, os polacos resistiram bravamente durante um mês, sem nunca terem capitulado. Destino que a França, superior em contingente militar à Polônia, não conseguiu suportar, caiu em menos de duas semanas. Tempo bastante inferior a resistência solitária e heróica dos polacos do início da guerra. Uma vez mais a Polônia, caiu presa ante as ambições de seus vizinhos poderosos e a um custo muito mais alto do que qualquer nação havia pagado anteriormente.

Resistência heróica

Eram 4 horas da madrugada de 1° de setembro de 1939, quando um milhão e oitocentos mil soldados da elite do exército nazista apoiados por 9000 peças de artilharia, 2500 tanques, 1500 aviões bombardeiros invadiram a Polônia, dando início a maior guerra da história da humanidade. Para se defender, a Polônia dispunha de apenas 900 mil soldados, 3000 peças de artilharia, 475 tanques e 400 aviões de combate. Hitler ordenou que seus soldados fossem tão cruéis quanto fosse possível. Que não se importassem em desrespeitar e violar as normas do direito internacional. Pois era necessário matar também a população civil.
Os polacos suportaram três dias na primeira linha de defesa. As inúmeras baixas, obrigou-os a recuar até a principal linha defensiva dos Cárpatos à Pomerânia, que passava por Bydgoszcz, Poznań, Łódż e Silésia. A defesa da Pomerânia, Mława, Łódż e Cracóvia durou até 6 de setembro. Em Gdańsk, 200 soldados rechaçaram durante uma semana forças inimigas muito maiores em contingente, aviação e artilharia. Em 9 de setembro, começou a grande ofensiva polaca no vale do Rio Bzura sob o comando do general Tadeusz Kutrzeba. O êxito foi total, mas não influiu no desenrolar dos acontecimentos.
Em 20 de setembro, o exército de Kutrzeba foi desbaratado numa das batalhas mais sangrentas da guerra. Os poucos que sobreviveram foram reforçar as trincheiras da Varsóvia sitiada. Três dias antes, os comunistas tinham cruzado a fronteira polaca. Os combates na cidade de Gdynia duraram até o dia 18. Os alemães sitiaram Lwów até o dia 22 sem conseguir tomá-la. Em Lublin duas grandes batalhas ocorreram antes do dia 26, nos arredores de Tomaszów. Varsóvia conseguiu resistir até 28 de setembro quando caiu e o exército Polasie sob o comando do general Franciszek Kleeberg resistiu de 2 a 5 de outubro, na cidade de Kock, quando capitulou sem munições. Esta foi a última batalha da campanha de 39 e a que acabou por estimular as demais nações européias a enfrentar o terror nazista.
O significado militar e político da defesa polaca foi enorme. A meta hitleriana de uma campanha curta e rápida não teve êxito. A invasão à Polônia custou 40 mil soldados, mil tanques e 700 aviões em apenas um mês. Estas perdas equivaleram às baixas sofridas pelos alemães até começar os ataques terrestres a União Soviética 4 anos mais tarde.Desconsiderando o óbvio, alguns fatos menos conhecidos sobre o papel de Polônia durante a Segunda Guerra Mundial provam o quanto, os polacos foram preponderantes para a derrota nazista.
Primeiro, a Polônia realizou o maior movimento de resistência entre todos os países da Europa. Sensibilizados pelas sucessivas partilhas de seu território, os polacos tinham consciência que estavam lutando em prol de seu país. Segundo, o pior dos campos de concentração e o maior número de vítimas ocorreu em terras polacas. Esta distinção horrorosa foi devida principalmente à longa história de tolerância religiosa e cultural da Polônia, que resultou na maior população judaica da Europa. Em oposição ao pensamento de seus vizinhos, os polacos auxiliaram muito os judeus antes, durante e depois da ocupação nazista. Esta atitude auxiliadora foi algo sem precedentes na história da humanidade. Os polacos católicos por isso acabaram castigados da mesma forma como os polacos judeus pelos nazistas. Terceiro, a União Soviética jogou sua cartada expansionista habilmente ao longo de toda a guerra. Para mover suas fronteiras para Oeste, os russos se uniram aos polacos apenas com o objetivo de os colocar para fora das fronteiras do Leste europeu, ou simplesmente acabar com os mais promissores oficiais polacos.
Inicialmente os dados alemães eram de que foram massacrados 40.231 oficiais em Katyń, em 1940, pelo exército vermelho. Entretanto, informações recentes, indicam, após escavações na região, que oficiais foram massacrados, não só em Katyń, como também em Charków, Starobielsk, Ostaszków e outros campos de prisioneiros militares. Na área política, Stalin impôs um Partido Comunista pseudo-polaco que depois veio a servir como coluna vertebral do Partido Operário Polaco.
As maiores artimanhas de Stalin aconteceram perto do fim da guerra. Em 1944, soldados soviéticos se pararam para contemplar o exército polaco enfrentar os nazistas durante três meses na insurreição de Varsóvia. Derrotados, os poucos polacos assistiram impotentes, o exército alemão destruir 85% de Varsóvia nos dois meses seguintes. Enquanto isto, o exército soviético esperou seis meses do outro lado do rio para cruzá-lo apenas em janeiro de 1945 e entrar em Varsóvia vitorioso sem ter tido nenhuma participação e conseqüentemente perdas. O egoísmo brutal desta ação ainda hoje é algo difícil de ser aceito. A nova realidade dos polacos foi expressa na dependência a Moscou, sancionada em Ialta e na submissão da sociedade ao experimento da transformação comunista preconizada por Jozéf Stalin.

MAIORES PERDAS

No final de tudo, a Polônia perdeu mais que qualquer outro país envolvido na Guerra. Mais de 25% de sua população foi completamente dizimada, sua capital foi transformada em ruínas, sua população anteriormente multirracial tornou-se 100% polaca e seu futuro político foi determinado por potências estrangeiras sem a sua participação.
Os polacos com sua atitude exerceram forte influência sobre outras nações que apenas começavam a perceber o perigo que as ameaçava. Ao contrário das expectativas de Hitler, a guerra contra a Polônia transformou-se em guerra mundial. Segundo o coronel Eugeniusz Kozłowski, “a Polônia foi a primeira vítima da guerra produzida pela Alemanha de Hitler e ao mesmo tempo o primeiro país da Europa que não capitulou sem luta e interrompeu a série de anexações do III Reich”. De um contingente inicial de cerca de um milhão de soldados, as perdas alcançaram 200 mil soldados, sendo que 75 mil pereceram devido aos graves ferimentos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Base polaca atacada no Iraque

Soldados polacos continuam no Iraque
A Polônia ainda continua no Iraque apoiando os planos de George W. Bush. Nestes anos de ocupação Norte-americana naquele país, o contingente polaco tem desempenhado um papel estratégico importante. Contudo, os 900 soldados polacos que permanecem em solo iraquiano foram surpreendidos por um ataque terrorista, ontem, no Campo Echo wm Diwanija.
Foram disparados alguns foguetes com a base polaca.  Felizmente para os polacos, os foguetes não atingiram os alvos pretendidos. Apenas um civil Norte-americano, de uma empresa de logística foi morto.  Nenhum soldado polaco foi atingido.  Mas vários conteiners foram destruídos. A presença polaca em solo iraquiano ainda não tem planos de retirada. Mas está prevista a retirada de muitos destes soldados polacos em outubro próximo. Ainda ficariam lá algumas dezenas de soldados.

Polacos no Brasil: estatística polêmica

O governo imperial do Brasil, em 32 anos de imigração, gastou 10 milhões de libras esterlinas para o transporte e colonização de imigrantes europeus. A corrente imigratória para o Brasil trouxe até 1947, cerca de 4 milhões e 930 mil europeus e orientais. O polaco seria o quarto agrupamento de imigrantes no país, considerando-se a tabela abaixo:

Chegada ao Brasil

Em sua grande maioria, os polacos, chegaram ao Brasil entre 1847 e 1914 e pelo menos em suas primeiras décadas permaneceram bastante afastados da convivência com os brasileiros e as demais etnias de colonizadores. No mesmo período, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirma, baseado em seus registros, que chegaram ao Brasil nestes 67 anos: 3.379.991 imigrantes. Contudo, em seu grande estudo “Brasil: 500 anos de povoamento” , o órgão oficial do governo não menciona em suas tabelas os polacos. Talvez, não por que lhe faltem dados, mas principalmente porque esta é ainda hoje uma questão polêmica.

Quando se comemorou em 1971, o centenário da Imigração Polaca no Paraná, um grupo de estudiosos afirmava que os primeiros imigrantes polacos teriam chegado ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869.  Estes polacos foram colocados nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy, na região de Brusque. No período que permaneceram em Santa Catarina não teriam sido registrados nascimentos de nenhum filho destes polacos. Isto só vem ocorrer mais tarde, já na província do Paraná, para onde se encaminharam estas famílias em, 30 de setembro de 1871. 
Após a proclamação da República, o governo brasileiro praticamente abriu as portas do país à imigração. Os primeiros anos da República foi o período em que mais entraram imigrantes no Brasil. Os polacos apareceram nas estatísticas em bom número. 
Dados compilados pelo padre Jan Pitón mostram números comparativos entre "recenceadores" da etnia polaca no Brasil. Os números cobrem um período que vai de 1847 a 1970. Como podemos ver na tabela abaixo os números são bastante divergentes:


P.S. Estes números fazem parte de um dos capítulos de minha tese de doutoramento em história, na Universidade Jaguielônica de Cracóvia, ainda não defendida.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Séculos de reinado na Polônia

Os reis e governantes da história da Polônia foram hereditários, eleitos e impostos. Desde a formação do Reino no século 10, pelo então principe pagão Mieszko I até o século 18 com August Poniatowski, a Polônia teve dirigentes de várias nacionalidades. Mieszko que se converteu ao catolicismo apostólico romano ao se casar com a princesa da Bohemia, Dąbrowa, em 966, não foi coroado rei, embora tenha reinado até 992. A primazia da coroa coube a seu filho Bolesław, em 1025. Esta é a lista de soberanos polacos: 

DINASTIA PIAST 

MIESZKO I (ok. 960-992)
BOLESŁAW CHROBRY (Boleslau o bravo) - 992-1025 
MIESZKO II LAMBERT - 1025-1031 
KAZIMIERZ ODNOWICIEL (Casimiro renovador) - 1034-1058 
BOLESŁAW II ŚMIAŁY (Boleslau venturoso) - 1076-1079 
WŁADYSŁAW HERMAN - 1079-1102
1102-1106 Desmembramento do Reino em principados e ducados:

ZBIGNIEW da Wielkopolska, Kujawy, Mazowsze e terras de łęczycko-sieradzka

BOLESŁAW III KRZYWOUSTY da Silésia e Małopolska -  1107-1138

Principes de Cracóvia no período de 1138-1295

Władysław Wyganiec - 1138-1146 
Bolesław Kędzierzawy - 1146-1173 
Mieszko III Stary - 1173-1177 
Kazimierz Sprawiedliwy (Casimiro o Justo) -1177-1194 

Conselho regencial - Leszek Biały - 1194-1198

Mieszko III Stary - 1198-1202
Władysław Laskonogi - 1202
Leszek Biały - 1202-1211 
Mieszko Plątonogi - 1211 
Leszek Biały - 1211-1227 
Władysław Laskonogi -1228 
Konrad Mazowiecki - 1229-1232 
Henryk Brodaty - 1232-1238
Henryk Pobożny - 1238-1241 
Konrad Mazowiecki - 1241-1243 
Bolesław Wstydliwy - 1243-1279 
Leszek Czarny - 1279-1289 
Henryk IV Probus - 1289-1290 
Przemysł II - 1290-1291
Wacław II Czeski - 1291-1305
Wacław III Czeski - 1305-1306

PRZEMYSŁ II (príncipe da Wielkopolska 1179-1296) e rei de 1295-1296
  

DINASTIA PRZEMYŚLIDZI 
WACŁAW II (príncipe de Cracóvia 1290-1305) rei 1300-1305 
WACŁAW III (1305-1306) 
  

DINASTIA PIAST
WŁADYSŁAW ŁOKIETEK (príncipe da Pomerânia e da Polônia 1296-1299, 1306-1308) e (príncipe de Cracóvua desde 1306) rei da Polônia de 1320-1333
KAZIMIERZ WIELKI (Casimiro o grande) - 1333-1370
  

DINASTIA ANDEGAWENOWIE 
LUDWIK WĘGIERSKI (Louis Anjou) -1370-1382 
JADWIGA (Hedwig Anjou) -1384-1399
  

DINASTIA JAGIELLONOWIE
WŁADYSŁAW II JAGIEŁŁO (o príncipe Jogaila era lituano) - 1386-1434 
WŁADYSŁAW III WARNEŃCZYK -1434-1444
KAZIMIERZ JAGIELLOŃCZYK - 1444-1492 
JAN OLBRACHT - 1492-1501
ALEKSANDER JAGIELLOŃCZYK - 1501-1506 
ZYGMUNT STARY - 1506-1548
ZYGMUNT AUGUST - 1529/1548-1572 

REIS ELEITOS

HENRYK WALEZY (Henri de Valois-Angouleme) - 1573-1574 
STEFAN BATORY (Istvan Bathory era húngaro) - 1576-1586
ZYGMUNT III WAZA (Sigismundus Vasa era sueco) - 1587-1632 
WŁADYSŁAW IV WAZA (Vasa) - 1632-1648 
JAN KAZIMIERZ WAZA (Vasa) - 1648-1668 
MICHAŁ KORYBUT WIŚNIOWIECKI - 1669-1673 
JAN III SOBIESKI (primeiro polaco eleito rei) 1674-1696 
AUGUST II MOCNY (Friedrich August I Wettin) - 1697-1704 
STANISŁAW LESZCZYŃSKI - 1704-1709 
AUGUST II MOCNY (Friedrich August I Wettin) - 1709-1733 
STANISŁAW LESZCZYŃSKI - 1733-1736
AUGUST III SAS (Friedrich August II Wettin) - 1733-1763 
STANISŁAW AUGUST PONIATOWSKI 1763-1795

SOBERANOS INVASORES
RÚSSIA -  Holstein-Gottorp-Romanow  
Katarzyna II Wielka -1796
Paweł I - 1796-1801
Aleksander I - 1801
ÁUSTRIA - Habsburg
Franciszek - 1792
PRÚSSIA -  Hohenzollern
Fryderyk Wilhelm II -1797
Fryderyk Wilhelm III -1797

PRINCIPADO DE VARSÓVIA
Fryderyk August (Wettin) - 1807-1813 

Em 1815, o Tzar russo usou o título de "rei polaco". Entretanto, este título era usado apenas pelos polacos (Apesar de não ser um título oficial).

RÚSSIA - Holstein-Gottorp-Romanow

Aleksander I -1825
Mikołaj I - 1825-1830/1855
Aleksander II - 1855-1881
Aleksander III - 1881-1894
Mikołaj II - 1894-1917

ÁUSTRIA - Habsburg

Franciszek -1835
Ferdynand I - 1835-1848
Franciszek Józef I - 1848-1916
Karol I - 1916-1918  

PRÚSSIA - Hohenzollern
Fryderyk Wilhelm III -1840
Fryderyk Wilhelm IV - 1840-1861
Wilhelm I -1861-1888
Fryderyk III 1888
Wilhelm II - 1888-1918

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Doda é um fenômeno


Provocada em entrevista se estaria querendo imitar a loira Doda, por seu nome novo visual de cabelos curtos e loiros, a atriz e cantora polaca Monika Jarosińska não se intimidou, disse que a loiraça pop-star Doda é um fenômeno.
Monika deve ser minha prima distante pelo sobrenome em comum. Seu rosto comprido e anguloso lembra o de meu bisavô Piotr, que imigrou de Wojcieszków para Castro, no Brasil, em maio de 1911.
Monika já participou de 15 filmes produções entre longa-metragens, curta-metragens e telenovelas. Nasceu em Będzin, em 1974. Estreou na carreira artística, em 2000, e apareceu pela primeira vez na telona, em 1999, no filme "Jak narkotyk". Participou da gravação de pelo menos 4 CDs, o último em parceria com a banda MathPlanete com 3 canções. 
Na entrevista, ela diz que Doda é muito bonita, legal, colorida e que que não iria avaliar a forma de cantar nem a escolha das músicas, pois pode-se gostar ou não de Doda. Que cada um escolhe o caminho que deseja trilhar em sua carreira, mas não se pode negar que ela é realmente um fenômeno.
A entrevista foi dada para a TV Gazeta, veículo na Internet, do jornal Gazeta Wyborcza.



Filha de ex-presidente na FM Planeta

Filha e esposa do ex-presidente Kwaśniewski.  Foto: Kapif

A filha do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski, Ola há quase dois meses apresenta um programa na rádio Planeta FM. O nome do programa de três horas é "Niedziela Słodko- Kwaśniewska" (niedjiela ssúódco - domingo doce) e nele ela fala sobre moda, cultura, esportes, cinema e novas tecnologias além de festivais de música e filme. Para promover seu programa, Ola Kwaśniewska junto com Weronika Książkiewicz saiu em poses bastante provocantes numa foto sobre "sexo aerobico".  O programa vai ao ar todo domingo às 11.00 horas.

Pioneiros polacos no Rio Grande do Sul


Dormitório na Hospedaria da Ilha das Flores,
local de quarentena dos imigrantes, no Rio de Janeiro.

A imigração polaca no Rio Grande do Sul, geralmente, é comemorada, como tendo início, em 1875. Mas é uma comemoração que ignora, que os polacos chegaram vários anos antes.

Os primeiros polacos, comprovadamente, chegaram, em 1824, e 105 deles foram assentados junto com imigrantes saxões (atuais alemães) na Colônia São Leopoldo. Foram durante muitos anos identificados como sendo alemães.

O padre polaco, Augustyn Lipiński TJ e seu irmão Sontag TJ eram conhecidos em 1849, em Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Junto com eles estava o também polaco Padre Sedlak TJ, em São José Hortêncio.

O polaco Maksymilian Borowski, silesiano de cidadania prussiana, era professor em Santa Cruz do Sul, em 1851.

Imigrantes polacos, em número cada vez maior, começaram a chegar em 1857, para serem assentados em Santa Cruz do Sul e em Santo Ângelo, na região das Missões. O coronel polaco Florian Żurowski, chegou em Santo Ângelo, nesse mesmo ano, nomeado que fora como diretor de colonização. Ainda neste ano, chegou um terceiro grupo, em Santa Cruz.

Em 1869, deu entrada no Brasil o padre Marian Giżyński para ser pároco em Boa Vista – Pelotas, Alegrete e Passo do Rosário.


O grupo de 1875 foi assentado na Colônia Conde d’EU, onde hoje é a cidade de Garibaldi, e é considerado por aqueles historiadores erroneamento como o marco inicial da imigração polaca no Rio Grande do Sul. Eles entraram com passaportes prussianos (atual alemão).

Teodor Kraszewski e Jan Danielski com suas esposas estão registrados como proprietários dos Lotes 105 e 25 respectivamente e são considerados os primeiros polacos das terras gaúchas. Junto com eles estavam os Cichoscki, Kolosa, Czarnowski, Remus, Lewinski, Kurek, Bruski, Miszewski, Bilski, Szotrymowski, Sikorski e Ozowski, Merczel, Mokwa, Babinski, Zyglinski, Krewta, Szczpanski, Jaworski, Wisniewski, Grzeczka, Kufel, Dolnic, Kolc, Müller, Hamerski, Kuszkowski, Polon e Wós.

Relatório da Assembleia gaúcha, de 27 de dezembro de 1878, apresentado no Rio de Janeiro, em sua página 114, registra a presença de 49 polacos, na colônia Caxias. Informa ainda que em 10 de junho daquele ano, 17 signatários polacos encaminharam um abaixo-assinado ao diretor da colônia de Caxias onde pediam um sacerdote.

Dois anos mais tarde, em 1877, outro grupo de 400 pessoas, identificadas como russos chegou a Porto Alegre, procedentes de Santa Maria da Boca do Monte.
Eram na verdade polacos com passaportes russos.

A partir de 1890, o número de imigrantes polacos passou a ser expressivo, no Rio Grande do Sul, com grupos chegando mês a mês.

O ativista social Antoni Hempel em viagem ao Brasil identificou em seu livro "Polacy w Brazylii" de 1893, cerca de 12.500 imigrantes polacos, chegados em Porto Alegre, entre 1890 e 1891.

No Rio Grande do Sul, cerca de 40 localidades abrigaram os imigrantes polacos no desenrolar do processo de colonização: Rio Grande, Porto Alegre, Pelotas, Camaquã, Encruzilhada, Santo Antônio, Baixa Grande, Caxias do Sul, São Marcos, Veranópolis, Bento Gonçalves, Guaporé, Casca, Passo Fundo, Getúlio Vargas, Lagoa Vermelha, Erechim, Áurea, Sananduva, Gaurama, Barão de Gotegipe, Quatro Irmãos, Ijuí, Perau, Seberi, Tucunduva, Santa Maria, General Vargas, São Luís Gonzaga, Silveira Martins, Cruz Alta, Catuípe, Três de Maio, Santo Ângelo, Santa Rosa, Alecrim, Guarani das Missões, Guaíba e Garibaldi.

Exemplo de equívoco histórico e esta foto do primeiro moinho de Ijuí. Os historiadores da cidade identificam esta família como sendo de origem austríaca, quando na verdade eram polacos, de regiões ocupadas pelo Império da Áustria, que para imigrarem tiveram como único documento de saída, o fornecido pelas autoridades austríacas.

Fonte: MARQUES, Mário Osório; GRZYBOWSKI, Lourdes Carvalho. História Visual da Formação de Ijuí, MADP/UNIJUÍ Editora, p. 20.
No final do século passado, os imigrantes polacos descontentes e sentindo-se ludibriados pelo governo queriam voltar a Polônia.

O governo russo sabedor da situação, designou o embaixador Pierre Bogdanoff para recrutar soldados para o exército russo entre os jovens imigrantes polacos do Rio Grande do Sul.

Em suas viagens pelas colônias gaúchas, Bogdanoff fazia propaganda das intenções de sua majestade em perdoá-los pela saída ilegal do Reino e de pagamento de transporte para o Cáucaso e interior da Ásia.

Em muitas colônias entretanto, o emissário teve que fugir sob ameaças de violência e morte. Os boatos se espalharam e muitos descontentes voltaram para Porto Alegre em busca do sonhado repatriamento. A situação precária de alimentação e saúde causava surtos epidêmicos de tifo e varíola.

Os polacos irritados com a penúria em que viviam acabavam provocando distúrbios. Num deles foram presos 8 deles. As autoridades gaúchas ordenaram que qualquer caso de doença fosse imediatamente comunicado.

A família Zieliński de Dom Feliciano teve algumas crianças infectadas. Alguém denunciou o fato e a polícia, em nome da saúde pública, fuzilou todos os membros da família.

Aproveitando-se da extinção da hospedaria do imigrante em Porto Alegre, os policiais espalharam muitos dos descontentes pelos portos brasileiros, a fim de que eles procurassem voltar para a Polônia.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Cidadania polaca: exigências e buscas

Volto ao tema devido às dezenas de mensagens que recebo sobre o assunto. E como sempre restam dúvidas aí estão mais alguns esclarecimentos, respondendo a um dos emails:

E-mail recebido:

"Sobre o site Saga dos Polacos, já tinham me indicado, muito bom o site. A respeito de processo com datas e tudo que exigem o consulado, pelo que vi e sei de minha família as datas e exigências estão dando o direito, mas o problema o registro que era obrigatório fazer, pelo que procurei no consulado dizem que esse registro não foi feito, então não tenho direito? E a respeito da cidade onde meus bisavôs nasceram no documento de meu avô, só consta Polônia-russa, não consta mais nenhuma cidade. Daí não sei qual seria exatamente a cidade. Teria como conseguir encontrar algo? Preço: seria 300 a 500 euro por documento? E como pago? Mais uma dúvida se diz que e por lei de sangue, que a cidade não comprova cidadania, então porque tenho que saber a cidade que meus bisavôs nasceram . Então o que vale pois nem o consulado sabe explicar. Se puder me responder ficaria agradecida."

Resposta enviada:

De 1795 a 1918, a Polônia foi invadida e ocupada ao mesmo tempo por três Estados Vizinhos: Prússia (depois Alemanha), Áustria-Hungria e Rússia. Neste longo período, os polacos possuíam apenas sua nacionalidade, mas não a cidadania. Pois esta é dada pelo Estado. E a Polônia neste período não tinha Estado. Foi neste período que muitos polacos acabaram emigrando. Foi o caso de teus ancestrais. Eles saíram provavelmente da parte que era ocupada pela Rússia, daí porque, Polônia-Rússia, escrito nos registros dos Portos.
Uma das principais exigências para o processo de cidadania é apresentar um documento emitido por uma autoridade polaca. No caso, teus ancestrais, quando emigraram, o fizeram com documento emitido por autoridade russa, pois era o Estado ocupante das terras da Polônia, onde eles viviam.

Assim, o que é possível fazer, é buscar na cidade onde este ancestral nasceu, a certidão de nascimento. Esta, ou está em uma igreja, um cartório, ou um arquivo na Polônia. O que me proponho a fazer é ir lá nesta cidade, ou onde estiver nos dias de hoje estes livros (arquivo) e tentar obter do padre, do cartorário ou do diretor do arquivo uma segunda via carimbada e autenticada. Assim você terá um documento emitido por uma autoridade polaca como exige o processo de cidadania.
Desde a entrada na União Européia, em maio de 2004, as direções dos Departamentos de Imigração, das Voivodas (províncias-estados) da Polônia, que analisam e decidem pelos pedidos de cidadania, estão interpretando a Lei de Concessão da Cidadania Polaca. Alegam estes funcionários, que se o ancestral polaco, nasceu e emigrou antes de 1918, ele não tinha cidadania polaca, pois a nação polaca estava invadida pela Rússia, Áustria e Alemanha. Assim para provar que eram polacos e não russos, austríacos ou alemães, todo o emigrante deveria ter comparecido num representação consular da Polônia no exterior e pedir o reconhecimento de sua cidadania, afinal ele era polaco, apesar do passaporte estrangeiro com que emigrou.
Assim o que o Consulado de Curitiba está dizendo, é que teu ancestral não compareceu, ou que eles não possuem nenhum registro de que teu ancestral, após 1922, quando foi criado o Consulado polaco de Curitiba, foi lá para fazer esta solicitação de reconhecimento. Nem ele, nem outros milhares de emigrantes polacos que tinham chegado aos três estados do Sul Brasileiro. Como tudo tem exceção, há um pequeno grupo de pessoas de Erechim e Guarapuava que o fizeram. Disso estão se valendo os funcionários das voivodas para exigir tais registros.
O que posso dizer é que a lei polaca permanece a mesma, basta apresentar um documento emitido por uma autoridade polaca (segunda via da certidão de nascimento) e que esta interpretação que está exigindo este registro do consulado após 1920 pode mudar, ou acabar. E então, tudo volta a ser como era antes da entrada na União Européia e o Departamento de Emigração das Voivodas polacas terão que decidir positivamente aos pedidos que apresentem estas segundas-vias de certidões de nascimento. Já existe alguma movimentação de deputados no Congresso Nacional da Polônia neste sentido, ou seja, que acabe esta exigência de  registro de comprovação de cidadania do imigrante dos consulados.  Com isso a certidão de nascimento volta a ser o tal "documento emitido por uma autoridade polaca".
O valor que cobro, é um função da distância, da localidade onde nasceu o ancestral e Cracóvia, onde moro (despesas de trem, ônibus, táxi) duração da busca (hotel, alimentação) e taxas (tradução dos registros para idioma polaco. Podem estar em russo, latim, alemão) da segunda-via. Além do meu serviço de busca. Para pagar você teria que fazer uma transferência de depósito via banco (bando do Brasil, por exemplo) para minha conta corrente na Polônia.
Cidade não comprova cidadania, apenas é onde se poderia encontrar o registro de nascimento do ancestral. Se você não sabe onde fica, o único modo seria tentar descobrir, no Arquivo Público do Paraná, em Curitiba, ou no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. São os dois únicos lugares que podem manter ainda hoje estas informações. Assim de posse das informações constando o nome do ancestral, nome de seus pais, localidade e ano de nascimento eu poderia me deslocar até esta cidade para tentar encontrar o livro de assentamento de registros de nascimento, onde estará o nome de teu ancestral.

Bernardinho na Polônia?

Foto: FIVB
Raul Lozano, o técnico da seleção polaca de voleibol, com certeza não renovará seu contrato com a Federação de Vôlei da Polônia.  Pelo menos é o que afirma o jornal esportivo Przegląd Sportowy (pjeglond sportovi) em sua edição de hoje. Assim quem poderá assumir o selecionado banco-vermelho no próximo mês de setembro é a pergunta que o periódico se faz: Quem substituirá o argentino?
As especulações recaem em três terinadores, também estrangeiros. Em primeiro lugar está o brasileiro Bernardinho.
Ao relacionar Bernardo Rezende, Przegląd Sportowy o chama de treinador dos sonhos. "Se depois das Olimpiadas de Pequin ele deixa a representação do Brasil, é preciso fazer de tudo para que venha a trabalhar na Polônia. A decisão ainda não está tomada, mas isto é um sonho de muitas federações nacionais. Mas poucas podem oferecer a ele condições e dinheiro como a nossa federação", argumenta a reportagem.
Os outros dois "candidatos" seriam, o provavelmente Daniel Castellani, argentino que é mais popular e muito mais conceituado que Lozano em seu próprio país. Segundo o jornal, Castellani já estaria aprendendo o idioma polaco. A equipe do Skra Bełchatów tem ele nas mãos e não colocaria nenhum impecílho para sua tranferência. E  Marco Bonitta, o italiano, tido como uma abstração, pois se ele consegue alguma medalha olímpica com a seleção feminina polaca na China, dificilmente haveria chance. Mas o próprio Bonitta já manifestou interesse em treinar equipes masculinas.

Tradicional moradia polaca

Os usos e costumes de um povo são facilmente identificáveis pela tradição com que se repetem, nem sempre são muito claros, em função de que outros povos possuem modos semelhantes de realizar as mesmas coisas. No caso polaco algumas destas são tão propriamente polacas que não há como confundir, como por exemplo:
MORADIA
O modo de ser, os costumes, o idioma são traduzidos no viver, na música, na comida, na cultura enfim. O povo polaco denomina sua residência com diversos nomes: Dom, Chalupa, Chycza, Strzecha, Buda e Budynek. O mais comum é chamar a residência de Dom e o antigo destes, de acordo com suas divisões e subdivisões são agrupados em dois tipos: 
a) o mais freqüente, de duas izba (quarto), dispostas simetricamente, separadas pelo sien (vestíbulo).

b) o menos freqüente, de uma só izba. No primeiro, a izba do lado direito é também denominada izba biala (quarto branco) e a do lado esquerdo, izba czarna (quarto negro). Posteriormente, o sien separando as duas izbas persistiria.


Variações da amarração do madeirame de uma habitação do meio rural polaco.



CRENDICES
A crendice popular rezava que uma nova residência devia ter sua construção iniciada num sábado, nunca na segunda-feira. Deveriam também derramar um pouco de água e centeio sob os alicerces. Se ao passar dos dias o cereal se mantivesse inalterado, o local era bom para a construção. Para durabilidade da casa costumava-se enterrar um velho evangelho e plantas bentas no local da edificação. Para confundir os maus espíritos devia-se deixar pelo menos uma parede sem pintar, para dar a impressão de que a casa não estava pronta para ser habitada.
Uma vez concluída a construção, a ocupação deveria se dar num dia de lua cheia, ou dia feliz e seguir as recomendações de: antes que qualquer humano entrasse, devia-se deixar um animal de estimação entrar primeiro, depois deveriam se introduzidos a broa, o sal, a vassoura, o livro de cânticos e um crucifixo e finalmente derramar sobre o assoalho diversas variedades de cereais. Só depois disto, a casa estava pronta para receber o mobiliário e seus moradores. Muito freqüente era o costume de colocar a inscrição de das letras K,M e B, abreviaturas dos nomes dos reis magos (em idioma polaco), na porta principal.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Olímpiadas muito caras

Manchete principal do jornal Rzeczpospolita, desta segunda-feira, 28 de julho de 2008: "Medalhas cada vez mais caras".  A reportagem fala que nunca a Polônia gastou tanto com o envio de uma delegação as Olímpiadas como agora. São mais de 72 milhões de złotych.

Tormenta foi trágica na Ucrânia

O Presidente da Ucrânia veio até a região inundada. Foto AFP

As fortes chuvas que atingiram as regiões Sul e Sudeste da Polônia no fim de semana, foi muito mais trágica além fronteira, na vizinha Ucrânia. Pelo menos 22 pessoas morreram e tentando salvar-se da tempestade que atingiu o Sudoestes da Ucrânia. O próprio presidente Viktor Juszczenko arregaçou as barras da calça para prestar solidariedade e ajuda governamental. A borrasca inundou 41 mil casas e 680 km de estradas, tendo caido centenas de pontes. "A Ucrânia não via algo acontecer nada parecido há pelo menos 100 anos", disse o primeiro-ministro ucraniano Ołeksandr Turczynow. Já o presidente Juszczenko procurou ser mais prático, quando de sua visita a região de Iwano-Frankowski, dizendo que estava liberando 1,6 milhões de hrywien (aproximadamente 706 milhões de złotych, ou 494,2 milhões de reais).
P.S. O Turczynow exagerou um pouco nos anos, afinal a Ucrânia só tem 18 anos de existência, ou quando muito 88 anos se for considerada a fundação da república socialista soviética da Ucrânia em 1922. Nesta época, a região inundada ainda era Polônia.

Paraná: Nova Polônia


Mapa da Província do Paraná em 1886. Note-se que a fronteira Sul era o Rio Grande do Sul.
Em nosso planalto frio, de pinheiro, campo e erva-mate, está integrada, como uma realidade iniciada em 1871, a colonização polonesa. A colônia polonesa faz parte da paisagem com sua apresentação típica. Com a igreja, o cemitério ao lado e casa do vigário. O colono polonês adaptou-se. Teve problemas como sempre existem e seria impossível que não existissem na migração de um meio muito diferente do de origem. Por ser o Paraná, dos três Estados do Sul do Brasil, a região que atraiu, em maior número, o imigrante polonês, quando este Estado amanhecia e se expandia, esboçando e fazendo adivinhar a realidade futura, ainda longínqua, a colônia polonesa plantou um marco na evolução desta terra. Não se pode pensar o Paraná sem a figura do imigrante polonês e as contribuições que ele trouxe. Houve, assim, uma identificação do polonês com o Paraná. Este Estado pensou ter o monopólio dessa imigração. De fato, o Paraná ficou dono do polaco. Podemos dizer aqui: o polaco é nosso. Confirmando a tese de Gilberto Freyre, da assimilação regional, como caminho para a assimilação nacional, criou o tipo específico do polono-paranaense, como integrante do continente cultural brasileiro. Ao contrário do resto do país, aqui o sobrenome polonês não soa estrangeiro. Apesar de sua freqüente dificuldade de grafia, o sobrenome de origem polonesa é uma versão que se compreende e da qual os paranaenses luso-brasileiros se habituaram e avaliam como sendo coisa genuinamente paranaense. (Bento Munhoz da Rocha Netto - ex-governador do Paraná).

As Colônias

Os governos de São Paulo e da nova Província do Paraná tiveram no século passado algumas experiências mal sucedidas na colonização do Paraná com algumas levas de imigrantes.

Estas foram as primeiras colônias implantadas na área do Paraná:
1847 - Colônia Teresa Cristina, no vale do Rio Ivaí (atual município de Cândido de Abreu) com imigrantes franceses
1852 - Colônia Superagui ( hoje Guaraqueçaba)
1860 - Colônia Assunguy (hoje Cerro Azul)
1869 - Colônia Argelina (hoje bairro do Portão, em Curitiba)
1874 - arredores de Paranaguá.

Para estas colônias foram trazidos imigrantes argelinos, franceses, suíços, alemães, ingleses e irlandeses. Os atraídos imigrantes logo se dispersavam e muitos voltavam para suas nações de origem. Somente a partir de 1871, com a chegada dos polacos a Curitiba, o processo de colonização com imigrantes começou a dar resultado.

O primeiro, a conscientemente apostar nos polacos foi o presidente de Província, Adolfo Lamenha Lins (1875-1877) que oferecia as seguintes condições aos imigrantes:
O governo fazia-os vir por sua conta, custeando a viagem da Europa ao Brasil e sustentava-os até que pudessem manter-se com os frutos da terra.
Medidos e demarcados os lotes de terras de cultura nos arredores da cidade, traçadas as estradas, entrega-se um lote a cada família, com uma casa provisória, regularmente construída.
Ao colono maior de dez anos, dá-se como auxílio de estabelecimento vinte mil réis. Cada família recebe mais 20 mil réis para a compra de utensílios e sementes.
Logo que o colono se estabelece é empregado na construção de estradas do núcleo, recebendo ferramenta necessária e cessa então a alimentação por conta do governo.
Em cada núcleo, funda-se uma escola e edifica-se uma capela, com exceção daqueles que por muito próximo da cidade dispensam esta construção. Além do trabalho nas estradas do núcleo, encontra o colono, serviço nas obras públicas gerais.
Estabelecidos por esta forma, ficam os colonos entregues à sua própria iniciativa e somente obrigados a pagar do regulamento de 1867, a sua dívida ao governo.
Esta dívida, pelo que respeita aos gastos feitos desde a chegada do colono a esta província, ainda não excedeu a 500 mil réis para cada família de 5 pessoas, termo médio, incluído o preço das terras.

Porém, esta dívida nunca foi cobrada aos imigrantes.