terça-feira, 23 de junho de 2009

As origens do preconceito contra a etnia

Casas do Bosque do Papa de Curitiba, recuperadas, estarão sendo entregues nas comemorações desta semana.

Em breve, o autor deste blog estará publicando seu mais recente livro. Tradução de sua dissertação de mestrado em cultura internacional pela Universidade Iaguilônia de Cracóvia terá o título de "POLACO - A identidade cultural do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia". O texto abaixo é trecho desta dissertação e revela alguns dos componentes do preconceito criado contra os primeiros imigrantes polacos em solo brasileiro e que foram preponderantes para os descendentes abandonassem o termo polaco e o trocassem para o galicista termo polonês. E o transcrevo aqui, a propósito dos 140 anos da chegada do grupo de imigrantes silesianos em Brusque, Santa Catarina, em 1869, que se comemora esta semana em Brusque e Curitiba.

Apesar de existirem discordâncias importantes de quando realmente teria chegado o primeiro grupo imigrante da Polônia no Brasil, já que para estudiosos, como Padre Jan Piton, os polacos já estavam assentados no Espírito Santo, em 1847, quando ali chegaram 120 famílias polacas vindas da Prússia Oriental e da Silésia (regiões ocupadas pelos prussos), para este estudo específico deste mestrado em cultura internacional, focou-se justamente este grupo de imigrantes de Brusque, por ser ele o primeiro a suscitar preconceitos. Embora seja festejado por muitos como o pioneiro, não o é, pois são muitas as evidências sobre os grupos que o prescederam. Não só o de 1847, mas também os de 1851, 1853, 1856. Mas fica evidente que uma das principais causas da transmigração daquelas 32 famílias de Brusque para o planalto curitibano foi a confusão causada pelo império brasileiro quando colocou polacos juntos com os já instalados imigrantes prussos.
Mas os esforços daqueles imigrantes da Silésia para se afastarem dos saxônios foram inúteis. Em Curitiba, eles acabaram assentados na colônia do Pilarzinho, onde já se encontravam estabelecidas algumas famílias de origem saxônias, ou prussas (os atuais alemães), que décadas antes haviam chegado ao Paraná. A convivência no início foi bastante difícil entre os dois grupos imigrantes da capital do Paraná.
Muito dos preconceitos cultuados contra o imigrante polaco tiveram início justamente na concorrência “involuntária” ocorrida na comercialização dos produtos agrícolas dos novos assentados. As famílias de imigrantes saxônios, entre eles os Schaeffer e os Weber, que abasteciam a cidade com verduras e hortaliças começaram a espalhar boatos de que os polacos eram beberrões, vagabundos e perturbadores da ordem pública. Estas famílias saxônias do Pilarzinho tinham origem no primeiro grupo de imigrantes estrangeiros que chegou ao Paraná, em 1829. Eles tinham sido assentados na localidade de Rio Negro, quando o Paraná ainda pertencia à quinta comarca da província de São Paulo.
Na afirmação de Neda Mohtadi Doustdar: “A ação de despolonização, fazendo do extermínio da nacionalidade polonesa a condição de existência da Prússia [...] impulsionando-os à emigração.” Esta uma das causas primeiras da continuidade do conflito que continua a ocorrer em Brusque e no Pilarzinho entre polacos e saxônios. Em sua tese, Doustdar busca explicar as condições em que se encontravam os polacos na Polônia ocupada como determinantes do processo de segregação, discriminação e preconceito que os imigrantes desta nação acabaram encontrando no Sul do Brasil. Suas justificativas vêm acompanhadas de teorias sócio-econômicas.
"Vindo se instalar no Brasil como agricultor, compartilha de situações semelhantes com os alemães já estabelecidos, gerando conflitos na luta pela terra, na concorrência do mercado e, mais uma vez, o medo da despolonização. [...]A unidade de produção nessas colônias era a família ocupada com trabalhos manuais, valorados negativamente pela ideologia escravista do meio. Nessa atividade era confrontado com o caboclo, que tradicionalmente desenvolvia a agricultura de subsistência. [...] Ela só atua associada com aquelas características históricas, tendo como reforço as práticas de auto-segregação fundadas num tipo específico de nacionalismo, mesclado de religiosidade. Não é este ou aquele fator isoladamente que seria o responsável por esse tipo particular de preconceito, mas a conjunção dos três numa realidade sócio-econômica particular.”
Doustdar é categórica em suas conclusões, quando afirma que os estereótipos condicionados a ideologias étnico-raciais construídas a partir de imagens feitas acerca de outros e superpostas no particular de cada um acabou transformando o polaco em um indivíduo que “não conseguiu ser reconhecido nem como brasileiro, nem como imigrante polonês. A expressão que no longo processo o transfigurou no consenso da sociedade local foi a sua aceitação como –polaco-.”
Antes, porém, de apresentar uma série de referências onde ficam patentes as discriminações cometidas contra os imigrantes da Polônia, convém, verificar o que se discute sobre preconceito. Pois para Bernardo Kucinski, o preconceito não é algo simples. E porque não é assim tão simples, o uso do termo por essa retórica é, também, um uso preconceituoso. Isto porque preconceito é a noção, ou teoria formulada antes de se possuir dados suficientes para que essa noção, ou teoria se torne provável. É o pré-juízo elaborado antes de qualquer exame e que exclui a possibilidade de que possa ser destruído por provas em contrário. “É nesse mar, por exemplo, que brotam e navegam os preconceitos sociais”.
Justamente este pré-juízo, ou o preconceito étnico e a discriminação foram, entre as dificuldades encontradas pelos imigrantes polacos no Brasil, os maiores obstáculos à integração e assimilação na nova pátria. Dificuldades tiveram todas as etnias, a começar pelos escravos africanos e mesmo pelos índios que ali já viviam, mas as difamações iniciadas por aquelas famílias de origem alemã da colônia Pilarzinho desembocariam em perseguições culturais, discriminações e estudos científicos equivocados sobre a etnia polaca no Brasil. O preconceito contra os polacos ao longo das décadas permeou vários dos elementos de identificação étnica destes imigrantes e seus descendentes. Expressões como “polaco sem bandeira”, “polaco burro”, “preto do avesso” e simplesmente “polaca”, como designação de prostituta, forçaram a mudança do termo da língua portuguesa falada no Brasil que designa a nacionalidade da etnia. Polaco deixou de ser polaco para virar polonês.
Para compreender melhor estas ações contra a etnia polaca lembramos Halbwachs, quando diz que todo movimento migratório apresenta características de um fenômeno coletivo. Nesse sentido, os homens que se deslocam fazem parte de uma corrente social. O que os liga é o fato de se sentirem membros de um mesmo grupo, ou em outras palavras, “de participarem dos pensamentos e sentimentos próprios do agregado em que estão compreendidos, desde que entram efetivamente na categoria dos migrantes”. Mas também se pode dizer que os conceitos de sociedade de origem e sociedade de adoção são muito vagos e que excluem “de um lado, as possíveis diferenças ou semelhanças históricas entre as duas sociedades e, de outro, as diferenças em cada uma delas”. Dessa forma, a discriminação contra o polaco se fundamenta na herança social e cultural e sua ligação com a estrutura encontrada no Paraná. Esta situação associada aos padrões impostos pela sociedade de adoção desembocou nas expressões já mencionadas. Para Lara Bueno, o preconceito contra a etnia polaca para ser entendido não pode prescindir das “condições sociais do passado, em que aqueles fenômenos assumiram uma configuração definida e operante no meio social em que se inscreviam”. A historiadora paranaense afirma que o estereótipo criado em relação ao imigrante polaco se baseava em algumas premissas que o apontavam como alguém que “seria dado a bebidas alcoólicas; que teria inclinação especial pelas atividades agrícolas; cujas filhas teriam predileção pelas atividades domésticas, etc.”. Conclusões essas, que foram disseminadas pelas citadas famílias alemãs do Pilarzinho. Sociologicamente, com menor, ou maior propriedade se pode dizer que eram idéias preconcebidas, “de estereótipos que foram elaborados em determinadas circunstâncias histórico-sociais da comunidade e que, dada a significação social que possuem para os diversos grupos raciais em interação prevalecem até a atualidade.”
Em seu trabalho, Lara Bueno, destaca algumas entrevistas que fez como demonstrações de preconceito incorporadas pelos próprios integrantes da etnia. É o caso, por exemplo, de Maria L. Kowalski que entendia que o termo polaco era empregado para ofender: “Ah! Aqueles polacos aí {!}”. Mas que quando as outras pessoas a chamavam de polonesa, ela se sentia mais respeitada em seus valores e cultura. Lara Bueno esclarece, contudo que isso somente ocorria “num confronto de sociedades diversas, porque entre os pares utilizava-se simultaneamente polaco, polano ou polonês”.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A "irmã" do Papa João Paulo II

A manchete do jornal Gazeta Wyborcza, desta segunda-feira, 22 de junho de 2009 é:
Irmão Karol
Irmã Wanda
O jornal informa que o Stanislaw Dziwisz, cardeal metropolitano de Cracóvia, e ex-secretário particular João Paulo II, confirma que a médica cracoviana Wanda Póltawska, foi mais do que uma amiga do sumo pontífice, foi quase uma irmã. Muitas das decisões de Karol Wojtyla tiveram conselho da irmã Wanda.


domingo, 21 de junho de 2009

Comemoração dos polacos de Brusque

Típico navio a vapor que transportava os imigrantes para o Brasil

O Consulado Geral da Polônia convida para Sessão Solene alusiva às comemorações dos 140 Anos da Imigração Polaca no Brasil, que acontece dia 26 de junho/09 (sexta-feira), às 20h00, na Câmara Municipal de Curitiba, na Rua Barão do Rio Branco, 720. As comemorações são uma proposição do vereador Tito Zeglin.
Permito-me discordar da afirmação de 140 anos no Brasil. Evidentemente, esta quantidade de anos é referente, apenas, ao grupo que chegou em Brusque, Santa Catarina, em 1869, e não pode ser mais considerado o primeiro grupo a chegar ao Brasil.
Zeglin, com certeza, em sua proposição faz menção aos imigrantes que chegaram no "navio Victoria, com escala em Antuérpia, na Bélgica, e no Rio de Janeiro, no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, em 1869. Do porto catarinense, as primeiras 16 famílias de silesianos foram encaminhadas para Brusque. Os chefes destas famílias eram: Franciszek Polak, Mikolaj Wós, Bonawentura Polak, Tomasz Szymanski, Szymon Purkot, Filip Kokot, Michał Prudlo, Szymon Otto, Dominik Stempki, Kasper Gbur, Balcer Gbur, Walenty Weber, Antoni Kania, Franciszek Kania, Andrzej Pampuch e Stefan Kachel.
Os 78 polacos, sendo 32 adultos e 46 crianças, foram instalados em Sixteen Lots, nas colônias Príncipe Dom Pedro e Itajahy. No ano seguinte chegaram outras 16 famílias, com 32 adultos e 54 crianças. Os chefes destas novas famílias eram: Fabian Barcik, Grzegorz Chyły, Leonard Fila, Baltazar Gebrza, Leopold Jelen, Andrzej Kawicki, Marcin Kempka, Błazej Macioszek, Walenty Otto, Wincenty Pampuch, Paweł Polak Marcin Prudlik, Jozéf Purkot, Jozéf Skroch, Tomasz Szajnowski e August Walder. No total dos dois grupos eram 164 pessoas".
Contudo, estudos do Padre Jan Pitoń, reunidos em minha tese de doutoramento pela Universidade Iaguielônia de Cracóvia, confirma que não são 140 anos de imigração polaca, o que se comemora neste ano - 2009 - no Brasil.
O primeiro grupo não é este de Brusque, que mais tarde foi transladado para a colônia Pilarzinho em Curitiba, mas sim o grupo do Espírito Santo de 1847. Estamos, portanto, comemorando 162 anos da chegada do primeiro grupo de imigrantes polacos no Brasil. Esta sim, deveria ser a comemoração, a de Zeglin é 140 anos do chegada do grupo de Brusque. Para reforçar o equívoco, basta dizer que antes destas 32 famílias chegarem a Santa Catarina, "Hieronim Durski, já havia chegado em 1851, em Joinvile, com um grupo 13 poznanianos. Além de outros 11 polacos Durski estava acompanhado de sua esposa Wincencja e de seu filho Julian".
"Segundo Pitoń, outro grupo de imigrantes polacos teria precedido Durski. Na opinião dele, o primeiro grupo significativo de polacos em terras brasileiras chegou à província do Espírito Santo em 1847. O grupo era formado por 120 famílias polacas vindas da Prússia Oriental e da Silésia (regiões ocupadas pelos prussos). A posição de Pitoń contraria as afirmações de que a presença polaca no território do Espírito Santo iniciou em 1870 e se consolidou em 1929, com a fundação da colônia Águia Branca. Corroborando sua afirmação, Pitoń recupera informação de Teodor Matejczyk:
- W publikacji z okazji 50-lecia pobytu Zgromadzenia Werbistów w Brazylii, 1895-1945, „Matejczyk i Gorzik”, kapłani pracujący w Espírito Santo naliczyli „Pomeranos” już 770 dusz. 1847/59 Vitória 2.142 osób. Reasumując ruch migracyjny od 1851 – 1869 r. należy wyciągnąć następujące wnioski: Masowa emigracja do Brazylii rozpoczęła się dużo wcześniej, bo w 1851 r., pojawienie się ośmiu rodzin z Poznańskiego. Emigracja ta pochodziła z zaboru pruskiego, Pomorza Zachodniego, Śląska i Poznańskiego. W zestawieniu statystycznym przedstawia się następująco: „Polacos Pomeranos”, rodzin 211 z 914 osób; „Polacos Silesianos”, rodzin 36 z 151 osób; Poznańskie, rodzin 8 z 13 osób; Razem: rodzin 442 z 2.400 osób. Emigracja powyższa nie była dotychczas brana pod uwagę, była nieznana i zapomniana przez polskich badaczy.
Uma década mais tarde, outro grupo chegou a Santa Cruz, na então província do Rio Grande do Sul. Em 1857, 320 famílias procedentes das mesmas regiões do grupo mencionado anteriormente receberiam a companhia de um terceiro grupo na mesma Santa Cruz. Pitoń afirma que aqueles pomeranos chegados nas duas províncias eram católicos e com sobrenomes polacos. Portanto, não poderiam ser alemães, pois estes eram em sua maioria protestantes.
Stan Espírito Santo przyjął polskich osadników „Pomeranos” wraz z narodowością szwajcarską i niemiecką w latach 1856-1873, w liczbie 348 osób, sprowadzonych przez Towarzystwo kolonialne – „Associação Colonial” pod kierunkiem Caetano Dias da Silva. Kontyngent wynosił 3.600 osób, który został ulokowany w terenie górskim nad rzeką Itapemirim w osadach Santa Isabel, Santa Leopoldina. Oddajmy głos autorowi dzieła Tschudi J.J. Reisen durch Sudamerica, Leipzig, str.82: ´Upór i siła oraz liczba 384 rodzin pomorskich „Pomeranos” przybyłych w latach 1856-1873, katolików, obok setek rodzin protestanckich, przyczyniły się do rozwoju i postępu ekonomicznego. Prawda, że „Pomeranos”, grupa etnicznie i społecznie zróżnicowana, nie była przyzwyczajona do terenów górskich, warunków klimatycznych podzwrotnikowych, lecz w pionierskiej pracy kolonizacyjnej i osadniczej, okazała się wytrzymała i zdolną w codziennym trudzie”[...] „Pomorzanie dzisiaj wśród osadników niemieckich w Santa Leopoldina, stanowią główną podstawę kolonii, która z latami jednak się rozproszyła w kierunku północnym, nad rzekę Rio Doce Dyrektorem kolonizacji Alberto Jahn, urodzony w Królewcu, kpt. artylerii pruskiej, zakontraktowany przez rząd cesarski w 1851 r. Później na prośbę Friederica Eichmana, poszła pruskiego w Rio de Janeiro, został przerzucony do São Leopoldo w Rio Grande do Sul w charakterze tłumacza. Również w Espírito Santo i stanie Rio Grande do Sul bawił Guilherme Mtschitzki, botanik z Gdańska. W 1857 r. istniały już cztery osiedla, najliczniejsza Santa Leopoldina, Santa Isabel 1847, Santa Teresa, Tirol, łącznie 7.297 Osób. [...] Jeden z pierwszych osadników Pomorzanin Feliks Rembiński, redaktorowi Świata Parańskiego, potwierdził obecność z przed 50 laty w Santa Leopoldina około 100 – 120 rodzin. Oto kilka nazwisk: Trzosek, Frąckowiak, Rafalski, Grałek, Jaździewski, Włodkowski, Kapicki, Gołąbek, Ponczek, Adamek, Rudzki, Śąryber, itd. Istnienie elementu polskiego „Pomeranos” pochodzących z Kwidrzynia, Starogardu, katolików w odróżnieniu od Niemców protestantów potwierdzają pastorzy: Urban Fischer i Wellman w swoich sprawozdaniach do Konsystorza Ewangelickiego i „Obra Missionária Luterana”, obecnie Marthin Luther Bund. W relacjach pastorzy uskarżają się na trudności przy sprawowaniu kultu oraz współżyciu.´Byliśmy często wyśmiewani i „vivamente hostilizados”.[...] Był to rodzaj idiosynkretyzmu, wstręt i antypatia do podopiecznych. Polacy starali się oswobodzić z kurateli niemieckiej i gdy tylko nadarzyła się sposobność opuszczali gościnne progi osad, Również to samo stało się w Espírito Santo. Sposobnością taka była budowa drogi kolejowej Vitória – Belo Horizonte nad rzeką Rio Doce. Pomorzanie przenieśli się w rejon prac kolejowych i z rolników przeszli na robotników, proletariat. O pobycie przy budowie drogi kolejowej świadczą nazwy stacji: „Baunilha dos Polacos”, „Patrimônio dos Polacos” oraz liczne kaplice MB Bolesnej, św. Antoniego, itp. Z braku opieki religijnej Pomorzanie korzystali z posługi oo. kapucynów z odległego miasteczka „Figueira”.

"Naquele grupo considerado alemão existiam pessoas que estavam em permanente conflito, mais por razões éticas e religiosas, do que por um pedaço de terra. E as causas destas desavenças seriam compreensíveis se de fato se reconhecesse que parte daquele grupo era polaco, segundo Pitoń. A presença destes imigrantes naquele ano, no Rio Grande do Sul, por sua vez, comprova que o grupo de Brusque (que chegou ao Porto de Itajaí, Santa Catarina, em agosto de 1869 e que era composto de 164 polacos procedentes de Biała Góra, em Sialkowice, na Silésia Meridional.), comemorado como o marco inicial da imigração polaca no Brasil seria na verdade o quarto e não o primeiro."

Padre Jan Pitoń, originário de Zakopane, na Polônia, chegou ao Brasil como pároco, procedente de Cracóvia, em 1933. Mais tarde, na condição de Reitor da Missão Católica Polaca percorreu milhares de quilômetros evangelizando, construindo igrejas, capelas, orfanatos e escolas. Além das atividades religiosas, tinha como missão pessoal registrar tudo e todos que possuíssem ascendência polaca. Ele anotava quantos eram os integrantes da família, quem chegou primeiro, quando, quantos morreram, quantos reimigraram. Depois disso, confrontava suas pesquisas com dados de cartórios, igrejas, cemitérios, arquivos públicos, bibliotecas e periódicos, no Brasil e/ou na Polônia. Procurou sempre discutir com outros pesquisadores e na maior parte das vezes, cedia seu trabalho, que geralmente era publicado como de autoria de quem se servia de seus estudos. Pitoń com sua meticulosidade, com seu empenho de mais de 50 anos, reuniu números, informações e análises como nenhum outro o fez sobre a emigração polaca para o Brasil. O resultado de seu trabalho, infelizmente não está publicado. Mas está sob guarda da Universidade Jagielloński, nos arquivos da Biblioteca do Przegorzały, em Cracóvia.
Aos 95 anos de idade, ele se confessava triste para Ulisses Iarochinski:Um professor de Curitiba várias vezes enviou carta para mim. Ele pedia por minhas tabelas estatísticas. Eu então fotocopiava todo o material pedido. Depois os colocava no correio em pesados envelopes. Gastava meu dinheiro de aposentado para fazer isso. Nunca recebi uma carta de agradecimento. E o pior é que agora lendo seu livro “Saga dos Polacos” verifico que minhas tabelas estão publicadas nele, mas com crédito, fonte, para aquele professor ".
Em 23 de janeiro de 2006, o padre Jan Pitoń morreu em Cracóvia, aos 97 anos de idade e foi enterrado em sua Kościelisko, gmina ao lado da cidade de Zakopane, nos Tatras polacos, mesma localidade onde ele nasceu em 3 de fevereiro de 1909.
De 1933 em diante passou a viver como missionário da Congregação São Vicente de Paula no Brasil. De 1933 a 1938 foi o vigário paroquial em Alto Paraguaçu - Itaiópolis, Santa Catarina, pároco da paróquia de Guarani Missoes de 1938-1942, na freguesia do Ivaí, Paraná de 1942-1948, na freguesia Irati de 1948-1950, professor do Seminário, em 1949, em Curitiba, pároco na freguesia do Bairro do Abranches, em Curitiba, de 1950-1955, pároco de Porto Alegre 1955-1962, reitor da Missão Polaca Católica no Brasil de 1962-1972. Em 1974, ele retornou à Polônia, passando a viver em Cracóvia, onde começou a escrever suas memórias e estudos estatísticos da imigração polaca no Brasil. Infelizmente seus trabalhos não foram ainda publicados, mas encontram-se sob a guarda da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Foram estes estudos base de um dos capítulos de minha tese de doutorado nesta universidade.

P.S. Os parágrafos entre aspas e em itálico são trechos traduzidos de minha tese de doutoramento, escrita originalmente em idioma polaco.

sábado, 20 de junho de 2009

O lamentável Presidente do Tribunal

O juiz marotamente sorri

8 contra 80 mil. 8 contra 180 milhões. Este é o título do artigo da Federação Nacional dos Jornalistas após a lamentável decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil de acabar com a obrigatoriedade do diploma de ensino superior para o exercício da profissão. O presidente de nossa maior instituição de justiça que passa por cima das determinações de um juiz de primeira instância colocando na rua a ave de rapina Daniel Dantas, que não se cansa de desfilar diante das câmeras da TV Globo com seu sorriso maroto e irônico, que compara o exercício da profissão do quarto poder de uma nação , a imprensa, com culinária, não pode julgar nada. Esta mais do que na hora de um "empeachment" desta triste figura do judiciário brasileiro. Até quando os 180 milhões de brasileiros ainda terão que aguentar seus equívocos e seu desvio de inteligência.
Como relator do processo e presidente do STF, o senhor Gilmar Mendes abre possibilidade para que a própria profissão dele, advogado, não necessite também da obrigatoriedade do diploma de ensino superior para se exercer a "defesa de outrem" ou decidir a "vida de outrem". Na Inglaterra, os cidadãos que desejarem não precisam contratar advogados. Se lá na terra da Rainha Elizabeth é possível, por que aqui não é? Gilmar Mendes, segundo outro ministro do Supremo, há muito envergonha a justiça brasileira. Quem não se lembra das imagens semanas atrás veiculadas em todas as TVs do Brasil? Será que não está na hora dos juízes dos Tribunais Superiores serem eleitos pelo povo em eleição direta, assim como é para Presidente, Senador, Deputados, Governadores, Prefeitos e vereadores? Por que somente um Poder da República é isento de voto?

O ministro era Joaquim Barbosa, que atacou duramente o presidente da Corte, Gilmar Mendes, e disse que seu colega de tribunal "destrói a credibilidade do Judiciário brasileiro". Mendes coordenava o julgamento de um processo sobre a Previdência pública no Paraná, quando indagou sobre o fato de Barbosa ter questionado uma suposta "sonegação de informações" sobre o caso.
Joaquim Barbosa atacou dizendo que o presidente do STF não tinha conhecimento da realidade brasileira, pois só se preocupava em aparecer em jornais e revistas e televisões. "Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua! Faça o que eu faço. Vossa Excelência não está na rua não. Vossa Excelência está na mídia destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso", atacou o magistrado.
Constrangido, Gilmar Mendes sorria e pediu respeito ao companheiro de toga. "Vossa Excelência não tem condição de dar lição a ninguém", disparou Mendes. "E nem Vossa Excelência. Vossa Excelência me respeite. Vossa Excelência não tem condição alguma. Vossa Excelência está destruindo a Justiça desse País e vem agora dar lição de moral em mim? Vossa Excelência não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite!", rebateu Barbosa.

Golpe 118/06/2009 19:13
Oito contra oitenta mil
Oito contra 180 milhões

Perplexos e indignados os jornalistas brasileiros enfrentam neste momento uma das piores situações da história da profissão no Brasil. Contrariando todas as expectativas da categoria e a opinião de grande parte da sociedade, o Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, acatou, nesta quarta-feira (17/6), o voto do ministro Gilmar Mendes considerando inconstitucional o inciso V do art. 4º do Decreto-Lei 972 de 1969 que fixava a exigência do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista. Outros sete ministros acompanharam o voto do relator. Perde a categoria dos jornalistas e perdem também os 180 milhões de brasileiros, que não podem prescindir da informação de qualidade para o exercício de sua cidadania.

A decisão é um retrocesso institucional e acentua um vergonhoso atrelamento das recentes posições do STF aos interesses da elite brasileira e, neste caso em especial, ao baronato que controla os meios de comunicação do país. A sanha desregulamentadora que tem pontuado as manifestações dos ministros da mais alta corte do país consolida o cenário dos sonhos das empresas de mídia e ameaça as bases da própria democracia brasileira. Ao contrário do que querem fazer crer, a desregulamentação total das atividades de imprensa no Brasil não atende aos princípios da liberdade de expressão e de imprensa consignados na Constituição brasileira nem aos interesses da sociedade. A desregulamentação da profissão de jornalista é, na verdade, uma ameaça a esses princípios e, inequivocamente, uma ameaça a outras profissões regulamentadas que poderão passar pelo mesmo ataque, agora perpetrado contra os jornalistas.

O voto do STF humilha a memória de gerações de jornalistas profissionais e, irresponsavelmente, revoga uma conquista social de mais de 40 anos. Em sua lamentável manifestação, Gilmar Mendes defende transferir exclusivamente aos patrões a condição de definir critérios de acesso à profissão. Desrespeitosamente, joga por terra a tradição ocidental que consolidou a formação de profissionais que prestam relevantes serviços sociais por meio de um curso superior.

O presidente-relator e os demais magistrados, de modo geral, demonstraram não ter conhecimento suficiente para tomar decisão de tamanha repercussão social. Sem saber o que é o jornalismo, mais uma vez – como fizeram no julgamento da Lei de Imprensa – confundiram liberdade de expressão e de imprensa e direito de opinião com o exercício de uma atividade profissional especializada, que exige sólidos conhecimentos teóricos e técnicos, além de formação humana e ética.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), como entidade de representação máxima dos jornalistas brasileiros, esclarece que a decisão do STF eliminou a exigência do diploma para o acesso à profissão, mas que permanecem inalterados os demais dispositivos da regulamentação da profissão. Dessa forma, o registro profissional continua sendo condição de acesso à profissão e o Ministério do Trabalho e Emprego deve seguir registrando os jornalistas, diplomados ou não.

Igualmente, a FENAJ esclarece que a profissão de jornalista está consolidada não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. No caso brasileiro, a categoria mantém suas conquistas históricas, como os pisos salariais, a jornada diferenciada de cinco horas e a criação dos cursos superiores de jornalismo. Em que pese o duro golpe na educação superior, os cursos de jornalismo vão seguir capacitando os futuros profissionais e, certamente, continuarão a ser a porta de entrada na profissão para a grande maioria dos jovens brasileiros que sonham em se tornar jornalistas.

A FENAJ assume o compromisso público de seguir lutando em defesa da regulamentação da profissão e da qualificação do jornalismo. Assegura a todos os jornalistas em atuação no Brasil que tomará todas as medidas possíveis para rechaçar os ataques e iniciativas de desqualificar a profissão, impor a precarização das relações de trabalho e ampliar o arrocho salarial existente.

Neste momento crítico, a FENAJ conclama toda a categoria a mobilizar-se em torno dos Sindicatos. Somente a nossa organização coletiva, dentro das entidades sindicais, pode fazer frente a ofensiva do patronato e seus aliados contra o jornalismo e os jornalistas. Também conclama os demais segmentos profissionais e toda a sociedade, em especial os estudantes de jornalismo, que intensifiquem o apoio e a participação na luta pela valorização da profissão de jornalista.

Somos 80 mil jornalistas brasileiros. Milhares de profissionais que, somente através da formação, da regulamentação, da valorização do seu trabalho, conseguirão garantir dignidade para sua profissão e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o jornalismo.

Para o bem do jornalismo e da democracia, vamos reagir a mais este golpe!

Brasília, 18 de junho de 2009.

Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ

Descendentes para defender a Polônia

Luiz Felipe de camisa listrada e cabelos longos - Foto: AFP

O leitor Rajmund Wilczek, de Telêmaco Borba, no Paraná, envia sugestão de notícia sobre a autorização da Federação Polaca de Futebol para se buscar brasileiros descendentes de polacos no Brasil.
A notícia publicada originalmente no jornal Przegląd Sportowy e reproduzida pelo portal Wirtualna Polska se pergunta: "Brasileiros para fortalecer a seleção da Polonia?"
E o próprio jornal responde: "Isto é bastante possível".
Segundo o jornal seria necessário apenas alterar as regras da FIFA, permitindo assim que jogadores que não tenham servido a seleção de seus países de nascimento em jogos oficiais, possam integrar as seleções dos países de seus ancestrais.
"A Federação Polaca de Futebol decidiu explorar esta possibilidade e por isso já está em contato com um empresário brasileiro, que ajudaria a pesquisar na Terra do Café futebolistas com raízes polacas."
E o jornal vai mais longe em seu artigo, publicando que o Brasil pode oferecer uma imensa variedade de jogadores para a Polónia. Existiriam, no Brasil, segundo o jornal, "entre 800.000 a 3.000.000 de pessoas com ascendência polaca".
o primeirO reforço em potencial seria o brasileiro Luis Filipe Kasmirski. O jogador tem 24 anos e joga atualmente no Deportivo La Coruña da Espanha. Segundo o jornal os ancestrais de Luis Felipe emigram do Sul da Polónia para a América no final do século 19 e a grafia correta do sobrenome seria então Kaźmierski.
"Luís Filipe é um grande lateral esquerdo. Equipes como o Barcelona e a Juventus de Turim estão interessados em contratá-lo. Ele além da cidadania brasileira, tem passaportes italiano e polaco. A luta para tê-lo será muito difícil. Kasmirski pode ser convocado para a seleção canarinho do Brasil, onde a lateral esquerda ainda não foi preenchida por um titular estável. Seria uma oportunidade excelente se o presidente da PZPN, Grzegorz Lato tivesse acesso a esta reportagem. Sabemos que uma ação nesse sentido está prevista. Kasmirski têm para oferecer o status de estrela para a seleção da Polônia. Podemos correr atrás dele então."
A segunda busca de exploração de potenciais defesonsores da seleção polaca será a Alemanha. Ali, o empresário a ser contatado é Maciej Chorążyk. Na Alemanha, o treinador Leo Beenhakker poderá escolher entre:

Goleiros: Christoffer Mattisiewew (nascido em 1992, Clube: Djurgården de Estocolmo), Martin Kompalla (nascido em 1992, Clube: Borussia Moenchengladbach), Damian Onyszko (nascido em 1992, Clube: FC Fyn).
Zagueiros: Damien Perquis (1984, Sochaux), Sebastian Boenisch (1987, Werder Bremen), Nick MEAC (1990, Wigan Athletic), Sven Madziarski (1991, SC Langenhagen), Sebastian Kedzierski (1992, Treviso), Amadeus Piontek (1992, Borussia Dortmund), Kamil Wałdoch (1992, Schalke 04 Gelsenkirchen), Mateus Protasiewicz (1993, Twente Enschede), Adrian Fox (1993, Roda Kerkrade), Meike Karwot (1993, Alemania Aachen).
Armadores: Ludovic Obraniak (1984, OSC Lille), Christoph Dabrowski (1978, VfL Bochum), Matuschyk Adam (1989, FC Colonia), Alan Stulin (1990, FC Kaiserslautern), David Blacha (1990, Borussia Dortmund), Andre roupa ( 1991, Karlsruher SC), Sebastian Czajkowski (1992, VfL Bochum), Andre Dej (1992, MSV Duisburg), Jacob Przybyłko (1993, Arminia Bielefeld), Kacper Przybyłko (1993, Arminia Bielefeld).
Atacantes: Podrygała Patrício (1991, Hertha Berlim), Dominik Kruczek (1991, Borussia Moenchengladbach), Patrick Schikowski (1992, Bayer Leverkusen), Michael Szymków (1992, FSV Mainz).

E no Brasil, quem está habilitado? Seria o caso de se verificar nos registros da CBF quantos possuem sobrenome polaco. Está aí, uma tarefa difícil, pois nem todos possuem a grafia correta em polaco de seus sobrenomes e muitos ainda "pensam" que são descendentes de austríacos, russos, prussos, alemães.

Os polacos vão à "la playa"

Foto: Ulisses Iarochinski

Com o verão chegando na Polônia, neste domingo, as praias do mar Báltico são o destino de milhares de turistas polacos. Se no inverno eles acampam nas montanhas do Sul, em Zakopane e Szczyrk.
No verão, Gdynia, Sopot, Hel, Uska, Kołobrzeg e Świnoujście ficam lotadas de "peles rosadas" sobre areias mais grossas que as da Ilha do Mel, no Paraná, e tão desertas quanto as paranaenses.
Aqui, a poucos metros da fronteira com a Alemanha, no ponto mais Noroeste da Polônia, uma das extensas praias de Świnoujście.

Jarosław e seus campos da morte

Foto: Ulisses Iarochinski

Em Jarosław, cidade no Sudeste da atual Polônia, este imenso painel, numa parede lateral de um edifício do século 17, mostra os diversos campos de concentração, extermínio, crematórios e trabalhos forçados de judeus, instalados pela ocupação alemã-nazista.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fórmula 1 na Polônia?

Proposta de traçado do Grande Prêmio de Varsóvia

Cracóvia já havia manifestado sua vontade, ano passado, de contar com uma prova do campeonato mundial de Fórmula1. Planos foram apresentados para o autódromo ser construído no bairro do Krowodzia, nas proximidades do aeroporto internacional de Balice.
Embora o desempenho do cracoviano Robert Kubica (pronuncia-se cuBÍtsa) não seja dos melhores na atual temporada, agora é Varsóvia que deseja ter uma prova do polêmico campeonato dos astros Button, Nelsinho Piquet, Massa e Hamilton.
O Grande Prêmio de Varsóvia, segundo seus idealizadores, seria uma prova de rua. Com suas grandes avenidas, no melhor estilo eixões de Brasília, a capital polaca acredita que tem tudo o que a FIA-Federação Internacional de Automobilismo exige. A proposta de percurso já foi desenhada pelo arquiteto Robert Młodzińskiego, contemplando traçado exigido para uma prova de Fórmula 1. Ele alerta, contudo, será necessária uma minuciosa modernização da superfície, pois as ruas teriam de ser perfeitamente iguais. O traçado de 4,6 km seria nas proximidades do Estádio Nacional de Futebol, que está sendo construído para a Euro2012. Seriam utilizadas as avenidas Zielenieckiej, Poniatowskiego, Wybrzeża Szczecińskiego, a rua Zamoyskiego, parte da linha férrea e Sokolej
Jakub Szałamach, da LG Electronics Polska, diz que o assunto é sério. A empresa está organizando um plebiscito para que os polacos possam eleger qual a cidade da Polônia que poderia receber os bólidos da Fórmula1 em prova válida pelo campeonato. Os polacos podem votar no portal www.torformuly1.pl até o dia 31 de Julho. O internauta poderá escolher entre Gdynia, Cracóvia, Varsóvia e Wrocław.
A idéia de um grande prêmio na Polônia foi incentivada por Bernie Ecclestone, chefão da F1, que disse, ano passado, que "Gostaria que a Polônia tivesse uma corrida de F1".

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Alemães agradecem Solidariedade e Polônia

Foto: Tobias Schwarz- Reuters

O presidente do Parlamento Alemão Norbert Lammert conversa com o presidente do Sejm (Câmara dos Deputados) da Polônia, Bronisław Komorowski e a chanceler alemã Angela Merkel, diante do monumento ao "Solidariedade", em Berlim. A inauguração do monumento aconteceu ontem na capital alemã. Nunca as palavras "Solidariedade" e Polônia foram tão pronunciadas na Alemanha como nos últimos dias. Os alemães com mais este gesto reforçam a exposição que percorre a Polônia sobre o fim dos 20 anos de comunismo. Autoridades alemãs têm repetido que sem a Polônia, sem o "Solidariedade", sem Lech Walesa, o comunismo não teria acabado tão cedo e as duas antigas Alemanha não teriam se reunificado. O monumento inaugurado, ontem, ficará para sempre no que restou do muro de Berlim.

Novos canais na Mazúria

Lago Marmry em Węgorzewo- Foto: Wojciech Surdziel

Não! Não, a Polônia não é só Cracóvia. Tem muito mais... E olha, muito mesmo. Com o sol quente, o céu azul, o verde enebriante, aumentam as opções de turismo. Uma das regiões mais belas da Polônia é a Mazúria com seus lagos, ilhas fluviais, florestas e etc.

O governo da Voivodia da Mazúria quer construir algumas dezenas de km de canais para ligar os Grandes Lagos da Mazúria e com isso traçar uma nova rota fluvial de 50 km.
Isto porque, segundo o Instituto de Turismo, em 2008, Warmia e Mazúria foram visitadas por 2,1 milhões de polacos, ou seja, um quarto de um milhão menos que no ano anterior. Uma das causas para o refluxo de turistas, segundo a prefeitura de Giżycko, a capital do verão polaco, a maioria dos velejadores começaram a procurar por um grande porto no Lago Niegocin e não encontraram.
Mas para que um novo ancoradouro exista e possa abrigar mais de 136 veleiros e embarcações seriam necessários 20 milhões de euros. A União Europeia acena com esse investimento, mas o porto só ficaria pronto no Outono de 2010.
Existe um outro plano, embora de dimensões menores, para atrair investidores privados. Um deles, nas imediações de Pisz, os marinheiros já adotaram neste verão. E não foi preciso muito, com baixo investimento, conseguiram instalar sanitários, restaurante e locais para dejetos dos barcos. E isto já é muito bom. Mas seriam necessários vários deles e não apenas um.
Segundo a prefeita de Giżycko, Jolanta Piotrowska, os marinheiros "estão mais exigentes. Eles precisam de banheiros em terra, querem tomar uma ducha e infelizmente os locais que existem são insuficientes nos dias de hoje."
Assim como Piotrowska, os demais prefeitos da região, querem retomar planos dos nazistas durante a segunda guerra mundial, que previam a construção de canais ligando os diversos lagos, o que criaria uma Trilha Fluvial, na Mazúria, de 50 km. Para começar, seriam abertos dois quilômetros de canal entre o lago Śniardwy, de Giżycko, com o lago do leste, o que aliviaria o congestionamento do lago Mikołajki. Um idéia mais ousada seria ligar o lago Śniardwy com os lagos de Elk.
O senador Marek Konopka, do PO, é um dos maiores defensores da idéia dos canais. Mas os ambientalistas já estão de prontidão. Eles acreditam que os canais possam causar danos ao Parque Nacional da Mazúria. O senador rebate os protestos dizendo que, "a Alemanha fez isso e nada aconteceu. Agora é a nossa vez de fazer algo igual. Os canais não irão prejudicar a natureza. Isso será algo novo para os velejadores. Nem todos eles têm coragem de navegar em Śniardwy. Existem muitas pedras e muito vento, o que causa grandes ondas. Os novos canais vão permitir navegar pelos lagos, aumentar a oferta turística e descongestionar a rota. O investimento é possível e com equilíbrio não afetará o meio ambiente. Se não fizermos nada nos lagos, as consequências serão ... um desastre, em todos os sentidos".

terça-feira, 16 de junho de 2009

350 verbos polacos

Czasownik Polski - Verbos Português BR

1. Abdykować -Abdicar
2. Adoptować -Adotar
3. Akredytować- Credenciar
4. Analizować- Analisar
5. Aplikować- Estagiar
6. Bać się- Ter medo
7. Badać- Investigar
8. Bawić- Entreter
9. Bawić się- Entreter-se
10. Bić- Bater
11. Bić się- Bater-se
12. Biec- Correr
13. Boleć- Doer
14. Brać- Pegar
15. Brać się- Colocar-se
16. Brakować- Faltar
17. Broczyć- Sangrar
18. Broić- Fazer barulho, brincar.
19. Bronić- Defender
20. Brudzić- Sujar
21. Budować- Construir
22. Budzić- Acordar
23. Burzyć- Destruir
24. Być- Ser, estar
25. Całować- Beijar
26. Cechować- Designar, caracterizar
27. Celebrować- Celebrar
28. Cenić- Respeitar, estimar.
29. Chcieć- Querer
30. Chodzić- (Ir a pé várias vezes) Ir, andar, caminhar.
31. Chorować- Adoentar
32. Chować- Esconder
33. Chłodzić- Resfriar
34. Ciąć- Cortar
35. Chuchać- Soprar
36. Ciągnąć- Puxar
37. Cieszyć- Alegrar
38. Czekać- Esperar
39. Czesać- Pentear
40. Czuć- Sentir
41. Czyścić- Limpar
42. Czytać- Ler
43. Dawać- Dar
44. Dochodzić- Chegar a, atingir.
45. Dodawać- Adicionar
46. Dojeżdżać- Vir, chegar
47. Domyślać- Refletir
48. Dopływać- Afluir
49. Doprowadzać- Conduzir
50. Dostawać- Ganhar, receber
51. Dotykać- Tocar
52. Dowiadywać-Ficar sabendo
53. Dowodzić- Demonstrar
54. Drzeć- Rasgar
55. Dziękować- Agradecer
56. Dzwonić- Telefonar
57. Gniewać -Irritar
58. Gotować- Cozinhar
59. Głodować- Passar fome
60. Gnębić- Oprimir
61. Grać- Jogar
62. Gubić- Perder
63. Hamować- Frear
64. Hartować- Temperar, endurecer.
65. Hodować- Cultivar, criar animais.
66. Huśtać- Balançar
67. Interesować- Interessar
68. Iść- (a pé uma vez) Ir, andar, caminhar.
69. Jechać- (de carro uma vez) Ir, andar, caminhar.
70. Jeść- Comer
71. Jeździć- (de carro várias vezes) Ir, andar, caminhar.
72. Karać- Punir
73. Kąpać- Banhar (dar banho)
74. Kapać- Pingar
75. Kierować- Dirigir
76. Kłamać- Mentir
77. Kłaść- Colocar, por
78. Kłócić- Perturbar
79. Kochać- Amar
80. Kończyć- Terminar
81. Korzystać- Aproveitar
82. Kosztować- Custar
83. Kraść- Roubar
84. Krzyczeć- Gritar
85. Kupować, kupić- Comprar
86. Latać- Voar
87. Leczyć- Curar
88. Lekceważyć- Menosprezar
89. Leżeć- Estar deitado
90. Liczyć- Calcular, somar
91. Lubić- Gostar
92. Łapać- Agarrar
93. Malować- Pintar
94. Martwić- Magoar
95. Martwić się- Preocupar-se
96. Marznąć- Sentir frio
97. Mieć- Ter
98. Mieszkać- Residir, morar
99. Mieścić- Caber, conter
100. Milczeć- Silenciar
101. Móc- Poder
102. Mówić- Falar
103. Musieć- Dever
104. Myć- Lavar
105. Mylić- Enganar
106. Myśleć- Pensar
107. Nabierać- Pegar
108. Nadawać- Conferir
109. Nadchodzić- (a pé várias vezes) Aproximar
110. Nadjeżdżać- (carro várias vezes) Vir
111. Nadrabiać- Fingir
112. Nakrywać- Cobrir
113. Nalewać- Encher
114. Należeć- Pertencer
115. Namawiać- Persuadir
116. Narzekać- Queixar
117. Nastawiać- Dispor de
118. Nazywać- Nominar
119. Nienawidzić- Odiar
120. Nosić- Carregar, usar, vestir.
121. Nudzić- Aborrecer
122. Obchodzić- Rodear
123. Obcinać- Cortar, podar
124. Obiecywać- Prometer
125. Objeżdżać- Contornar
126. Odbierać- Levar, recuperar
127. Odchodzić- Sair, partir
128. Oddawać- Devolver
129. Odjeżdżać- Ir embora, partir.
130. Odlatywać- Levantar vôo
131. Odmawiać- Recusar, negar
132. Odnosić- Restituir
133. Odpisywać- Responder carta
134. Odpoczywać- Responder
135. Odprowadzać- Acompanhar
136. Odróżniać- Distinguir
137. Odwiedzać- Visitar
138. Odwoływać- Anular
139. Oglądać- Assistir filme, TV.
140. Opisywać- Descrever
141. Opowiadać- Contar, narrar
142. Opuszczać- Abandonar
143. Ośmielać- Animar, encorajar
144. Otwierać- Abrir
145. Padać- Cair
146. Pakować- Empacotar
147. Palić- Queimar, fumar
148. Pamiętać- Lembrar
149. Panować- Dominar, reinar
150. Patrzeć- Olhar, observar
151. Pić- Beber
152. Pilnować- Cuidar
153. Pisać- Escrever
154. Płacić- Pagar
155. Płakać- Chorar
156. Płoszyć- Assustar, espantar.
157. Płukać- Gargarejar
158. Pływać- Nadar
159. Pobierać się- Ter-se, receber-se.
160. Podawać- Servir
161. Podchodzić- Subir, aproximar
162. Podkreślać- Sublinhar, acentuar
163. Podnosić- Elogiar, louvar
164. Podobać się- Agradar-se
165. Podpisywać- Assinar
166. Pokazywać- Exibir, mostrar
167. Polewać, polać- Regar, molhar
168. Pomagać, pomóc- Ajudar
169. Poprawiać- Corrigir, melhorar
170. Posiadać- Possuir
171. Postanawiać- Decidir
172. Potrzebować- Precisar, necessitar
173. Powodować- Causar, motivar
174. Powstrzymywać się- Abster
175. Powtarzać- Repetir
176. Poznawać- Reconhecer
177. Pozostawać- Restar
178. Pozwalać- Permitir
179. Pożyczać- Emprestar
180. Pracować- Trabalhar
181. Prosić- Pedir, solicitar
182. Prowadzić- Guiar, administrar
183. Próbować- Provar, testar
184. Przebiegać- Correr
185. Przechodzić- Atravessar, passar
186. Przeczyć- Contestar, contrariar
187. Przedstawiać- Apresentar
188. Przejeżdżać- Atravessar com veículo
189. Przekonywać- Convencer
190. Przemawiać- Discursar
191. Przenosić-Transferir, mudar
192. Przepisywać- Transcrever
193. Przepływać- Atravessar a nado
194. Przerwać- Interromper, pausar
195. Przesadzać- Exagerar, transplantar
196. Przestawać- Conviver com alguém
197. Przeszkadzać- Incomodar
198. Przewidywać- Prever
199. Przeznaczać- Destinar, consignar
200. Przybywać- Juntar-se, chegar.
201. Przychodzić- Chegar a pé
202. Przyglądać- Examinar
203. Przygotowywać- Preparar
204. Przyjeżdżać- Chegar de veículo
205. Przyjmować- Aceitar
206. Przynosić- Trazer
207. Przypominać- Relembrar
208. Przywozić- Importar, trazer
209. Przyznawać- Admitir
210. Pukać- Palpitar, bater na porta.
211. Pytać- Perguntar
212. Radzić- Aconselhar
213. Ratować- Socorrer, salvar
214. Robić- Fazer
215. Rodzić- Parir
216. Rosnąć- Aumentar, crescer
217. Rozbierać się- Despir-se
218. Rozbijać- Fazer confusão, viajar.
219. Rozdawać- Repartir, distribuir
220. Rozmawiać- Conversar
221. Rozrywać- Rasgar, romper
222. Rozumieć- Entender
223. Rozwiązywać- Desamarrar, resolver
224. Ruszać- Mover, mexer
225. Rwać- Extrair
226. Rzucać- Arremessar, lançar
227. Schodzić- Descer
228. Siadać- Sentar
229. Skakać- Saltar, pular
230. Skupiać- Concentrar, acumular
231. Słuchać- Ouvir
232. Służyć- Servir a pátria
233. Słyszeć- Escutar
234. Spać- Dormir
235. Spędzać- Passar, gastar o tempo.
236. Spoglądać- Dar uma olhadela
237. Spostrzegać- Notar, reparar
238. Spotykać się- Encontrar-se
239. Spóźniać- Atrasar
240. Sprawdzać- Verificar, controlar
241. Sprawować- Exercer, cumprir.
242. Sprzątać- Arrumar, limpar
243. Sprzedawać- Vender
244. Stać- Estar em pé parado
245. Starać się- Esforçar-se
246. Stawać- Levantar-se
247. Stawiać- Colocar
248. Szkodzić- Prejudicar
249. Szukać- Procurar, buscar.
250. Szyć- Costurar
251. Śmiać się- Rir-se
252. Śnić- Sonhar
253. Śpieszyć- Apressar
254. Śpiewać- Cantar
255. Tańczyć- Dançar
256. Tłumaczyć- Traduzir
257. Trwać- Durar, demorar
258. Trzymać- Segurar, deter.
259. Trzymać się- Conservar-se, cuidar-se.
260. Ubierać- Vestir, decorar.
261. Uciekać- Fugir, escapar.
262. Uczyć- Ensinar
263. Uczyć się- Aprender
264. Udawać- Fingir, dirigir-se a.
265. Umieć- Saber
266. Umierać- Morrer
267. Uprawiać- Cultivar, lavrar a terra.
268. Urządzać- Organizar, administrar.
269. Urodzić- Nascer
270. Ustępować- Ceder
271. Uspokajać- Acalmar
272. Używać- Usar, utilizar.
273. Wchodzić- Entrar, subir
274. Widzieć- Enxergar, avistar.
275. Wiedzieć- Saber
276. Wierzyć- Acreditar, confiar.
277. Wieszać- Pendurar, suspender.
278. Witać- Cumprimentar, saudar.
279. Wjeżdżać- Entrar na garagem
280. Włączać- Incluir
281. Wodzić- Guiar
282. Woleć- Preferir
283. Wołać- Clamar, chamar.
284. Wozić- Conduzir
285. Wnosić- Concluir
286. Wpadać- Desembocar
287. Wprowadzać- Introduzir, fazer mudança.
288. Wracać- Retornar, voltar
289. Wsiadać- Embarcar, montar a cavalo.
290. Wskazywać- Apontar, indicar.
291. Wstawać- Erguer-se
292. Wstępować- Ingressar
293. Wybaczać- Perdoar, desculpar.
294. Wybierać- Escolher, selecionar.
295. Wychodzić- Sair
296. Wyciągać- Tirar, esticar.
297. Wycierać- Enxugar, esfregar.
298. Wydawać- Inflar
299. Wygrywać- Aquecer
300. Wyjeżdżać- Viajar
301. Wyjmować- Retirar
302. Wykluczać- Eliminar
303. Wyłączać- Desligar
304. Wymieniać- Permutar, trocar.
305. Wynajmować- Alugar
306. Wynajdywać- Descobrir, achar.
307. Wypadać- Convier
308. Wypełniać- Encher, completar.
309. Wyprowadzać- Fazer sair, tirar.
310. Wyrażać- Exprimir
311. Wyruszać- Partir de viagem
312. Wysiadać- Desembarcar, descer
313. Wystarczać- Bastar
314. Wysyłać- Enviar, despachar
315. Zabierać- Pegar, tomar.
316. Zabijać- Matar
317. Zaczynać- Começar, principiar.
318. Zadawać- Ter amizade com
319. Zajmować- Ocupar, invadir.
320. Zależeć- Depender
321. Zamawiać-Marcar, mandar vir, reservar.
322. Zamierzać- Pretender, projetar.
323. Zamykać- Fechar, silenciar.
324. Zapisywać się- Inscrever-se
325. Zapominać- Esquecer
326. Zapraszać- Convidar
327. Zapytywać- Perguntar por
328. Zarabiać- Ganhar dinheiro
329. Zasługiwać- Merecer
330. Zastanawiać- Intrigar
331. Zasypiać- Adormecer
332. Zawdzięczać- Dever algo
333. Zawierać- Contrair, concluir.
334. Zbierać- Ajuntar, reunir.
335. Zdawać- Parecer
336. Zdążać- Aspirar a
337. Zdejmować- Remover
338. Zjeżdżać- Fugir
339. Zmieniać- Alterar, trocar.
340. Znajdować- Encontrar, achar.
341. Znosić- Neutralizar
342. Zostawać- Ficar, permanecer.
343. Zostawiać- Deixar, abandonar.
344. Zwiedzać- Visitar
345. Zwracać- Devolver
346. Żałować- Lamentar
347. Żartować- Brincar, gracejar, fazer piada.
348. Żegnać- Despedir
349. Żenić- Casar
350. Żyć- Viver

Seleção e tradução: Ulisses Iarochinski

Pronúncia dos fonemas polacos

O idioma polaco, no entendimento de alguns dos mais eminentes linguistas internacionais, seria o segundo mais difícil em complexidade gramatical. Com sete casos de declinação só é mais fácil que o idioma húngaro, com seus 15 casos de declinação. Mas pronunciar o idioma polaco também não é tarefa das mais fáceis. Abaixo algumas dicas para os iniciantes nesta língua mais que milenar.

PRONÚNCIA DAS VOGAIS –

a, e, i, o, u: Todas abertas. Tentar pronunciar todas como se pronuncia É
y: Tem uma pronúncia entre I e E (fechado), quase como Ê.
ą: como ON
ę: como EN
ó: Tem pronúncia de U
Não existe o ã. De Capitão... Nenhuma vogal é anasalada.

PRONÚNCIA DAS CONSOANTES –

b, d, f, g, k, l, n, p: Tem pronúncia como em brasileiro (português).
c: Tem pronúncia de TS como em tsar russo.
ch: Tem pronúncia de RR como em carro
cz: Tem pronúncia de TCH, como e, Tchau, Tcheco.
ć: Tem pronúncia de TCH
dz: Tem pronúncia de DS
dż Tem pronúncia de J inglês como em John
dź: Tem pronúncia de DJ, como curitibano e carioca pronunciam dia, diva.
h: Tem pronúncia de RR
j: Tem pronúncia de I, como em pai, filho.
ł: Tem pronúncia de U
m: Tem que se pronunciar abrindo e fechando a boca fortemente.
ń: Tem pronúncia de NH, como em vinho.
r: tem pronúncia branda como todos os R em meio de palavra brasileira, como carinho.
rz: Tem pronúncia de J como em janela.
s: Tem sempre pronúncia de SS
ś: Tem pronúncia de CH
si: Tem pronúncia de CHI
sz: Tem pronúncia de CH
t: Tem a mesma pronúncia do T do paulistano da Mooca, bem brando.
w: Tem pronúncia de V, não invente! Não é inglês, é eslavo, portanto, nada de UA.
z: Tem a mesma pronúncia do Z brasileiro.
ż: Tem pronúncia de J, como já, gênero.
ź: Tem pronúncia de DJ, como curitibano e carioca pronunciam dia, diva.
Não existem no alfabeto polaco as letras X e V

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Castro: cidade de polacos

Foto: Divulgação Prefeitura

Os meus Jarosiński chegaram ao Brasil em 1911, para ser mais preciso em 14 de junho, no porto do Rio de Janeiro. Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das províncias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes. Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba. Era 24 de junho. Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro. A viagem de Piotr, Ana e os filhos Wiktoria, Bolesław (meu avô), Józef e Maria, desde a vila Helenów, distrito de Wojcieszków, município de Łuków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança.
Passaram a viver em Castro, cidade das mais antigas do Paraná. Embora nascido em Monte Alegre do Tibagi (anteriormente município de Tibagi e atualmente de Telêmaco Borba) minhas raízes paranaenses também estão na rainha do rio Iapó. O nome “Castro” foi dado em homenagem ao português, Martinho de Melo e Castro que foi Secretário de Estado dos Negócios Ultramarinos da Coroa Portuguesa (cargo equivalente ao de Ministro da Marinha). Castro foi elevada a categoria de cidade em 21 de janeiro de 1857, sendo considerada a Primeira Cidade instituída na Província do Paraná, por isso é tão conhecida como a “Cidade Mãe do Paraná”.

Muito pouco ficou registrado até hoje sobre a colonização polaca nos Campos Gerais, ou seja, em terras de Palmeira, Irati, Guarapuava, Ponta Grossa e Piraí do Sul, Tibagi e Castro em que pese terem sido criadas 15 colônias com mais de 200 famílias nos 13 primeiros anos do século 20. Do pouco que se sabe é que em 1855, chegaram ao município imigrantes alemães e tempos depois os polacos, assentando-se nas colônias de Terra Nova e Santa Leopoldina. No final do século 19 Castro recebeu alemães protestantes, que se instalaram na região de Maracanã, Rio Abaixo e Bulcão. No início do século, em meados de 1911, chegaram mais polacos e os primeiros holandeses, estes fundaram a Colônia de Carambeí, e entre 1951 e 1954, com a vinda de mais 50 famílias, fundaram a Castrolanda que foi batizada assim em homenagem à cidade. Os japoneses chegaram em 1958 e impulsionaram a agricultura através de novas técnicas de plantio e produção. Mas sem dúvida nenhuma do contigente populacional a etnia mais expressiva é a polaca, pouco louvada é verdade, mas ainda assim a mais importante.
O jornal curitibano Gazeta Polska, de 9 de julho de 1893, é uma das poucas fontes a relatar que “essas também foram mal conduzidas, não por falta do governo, mas pela inconsciência dos líderes da colonização, que se locupletavam com os recursos destinados à implantação e estabelecimento dos imigrantes, enquanto esses passavam fome e necessidades. (...) em vista de informações falsas de que os poloneses serem vagabundos, o governo decidiu sustar qualquer auxílio. Os colonos, para não morreram de fome, lançaram mão do gado dos grandes fazendeiros, matando os animais que pastavam nos pastos selvagens, conseguindo dessa forma sobreviver até que viesse a primeira colheita.(...) Em vista da matança de cabeças de gado, surgiram divergências entre os poloneses, que lutavam pela vida, e os fazendeiros, que defendiam suas propriedades. O mais afamado, pela fúria contra os imigrantes, era um tal Domingos Ribas. Embora atualmente os colonos já possuam seu pão cotidiano, êle não deixa de persegui-los com seus negros, batendo e maltratando, não só os homens, mas as mulheres e até crianças. Há anos êle vendeu as terras ao governo, para que ali fossem instaladas colônias. Não se retirou das mesmas, embora já estivessem morando ali os imigrantes, utilizando os campos como outrora e procurando despejar os colonos polacos.”

Aquele que procura por informações sobre os polacos em Castro se depara com a incredulidade da população local. É comum ouvir: “Não! aqui não tem colônia de polacos , não! As colônias daqui são de alemães e holandeses.” Impressionante como a população local desconhece suas origens. O Museu do Tropeiro existente na cidade fala apenas dos tropeiros e dos portugueses e cabolcos que precederam o movimento imigratório. Nem mesmo os holandeses força econômica do município tem tanta coisa assim. Apesar disto, basta abrir a lista telefônica e encontrar centenas de nomes de origem polaca. Não bastasse isso as colônias Iapó, Santa Leopoldina, Tronco, Passo dos Bois e Maracanã ainda conservam lotes dos primeiros imigrantes polacos.
Um recenseamento realizado no mês de maio de 1943 na área urbana e suburbana de Castro apontava uma população de 5.350 habitantes. A estatística era bem detalhada, apresentando não só a origem étnica dos moradores como os endereços e quantidade de pessoas por residência. Estão assinaladas 119 residências de polacos com 558 pessoas, ou seja, 10.42% da população da cidade. O contingente étnico polaco só é inferior ao dos brasileiros. As demais etnias estão assim representadas: alemã ( 38 residências e 125 pessoas), italianos (16 residências e 73 pessoas), russos (6 residências e 36 pessoas), sírios (6 residências e 36 pessoas), lituanos ( 2 residências e 6 pessoas), holandeses ( 2 residências e 3 pessoas), estoniano (1 residência e 4 pessoas), iugoslavos (1 residência e 7 pessoas), austríacos ( 1 residência e 4 pessoas), franceses (1 residência e 3 pessoas), suíços (1 residência e 2 pessoas) e mais 3 residências cada uma com um integrante das nacionalidades japonesa, ucraniana e portuguesa. Resumindo, em 14 de julho de 1943, a população de Castro era composta por:

Brasileiros em geral: 4490
Polacos: 558
Alemães: 125
Outros: 177
Imigrantes: 860
Total: 5350

Ou seja, os polacos em 10,42%, constituindo-se no maior contigente imigratório da cidade. De onde se pode concluir que a maioria dos imigrantes era de origem polaca. O fato dos alemães da cidade, nos dias de hoje, terem maior destaque se deve a organização social. Estes, desde o início procuraram se unir em grupos e associações, enquanto os polacos ficaram isolados nas colônias e desunidos entre si. Ainda hoje é forte na cidade a presença do Clube dos Alemães.
Aliás, muitos descendentes de polacos em Castro se acreditam filhos de alemães, o que não é verdade. Wróbel, por exemplo, é sobrenome polaco e não alemão como podem supor algumas pessoas com este sobrenome. Isto se explica, porque quando da vinda dos primeiros Wróbel para o Brasil, eles portavam passaporte alemão, em função a ocupação Prussa-Alemã de 123 anos em boa parte das terras da Polônia. Um grupo expressivo de imigrantes polacos chegou em Castro no ano de 1911 procedentes das províncias de Chełm, Siedlce e Lublin e foram assentados principalmente nas Colônias Iapó, Santa Leopoldina e no bairro de Bonsucesso. Neste grupo chegou também Piotr (Pedro) Jarosiński (grafado pelo despreparado tabelião da cidade como Iarochinski) com a esposa Anna Filip-Jarosiński e os filhos Wictoria, Jozéf, Bolesław e Maria. O casal Piotr e Anna teve mais 5 filhos entre Castro e Ponta Grossa, como Angelina, João, Ladislau, Anastácia e Francisco. Descendem de Piotr e Anna 244 pessoas, sendo que apenas 40 assinam o sobrenome Iarochinski, Jarochinski ou Jarosiński.

domingo, 14 de junho de 2009

Estudantes cada vez mais analfabetos

Muita festa e pouca leitura -Foto: PAP

A elite intelectual polaca já há algum tempo vêm alertando para a situação cada vez mais preocupante. A progressiva degeneração intelectual da juventude polaca foi tema de uma entrevista ao jornal Gazeta Wyborcza com o Professor Nicholas Rudolf, do Departamento de Química, da Universidade de Wrocław. O intelectual diz que faz tempo começou a falar mais pausado em suas aulas. Segundo ele, a maioria dos estudantes tem problemas com a aquisição de informação de base. Isto sem contar os erros ortográficos que aumentaram bastante. "Encontrar nas provas frases correta e compreensíveis têm se tornado raridade. Mais e mais frequentemente são utilizadas formas fonéticas para representação das palavras, denunciado a falta de leitura dos alunos. Estes já não lêem muito. Não se pode, recorrer sempre ao Google e a Wikipedia para efetivamente acompanhar as explicações em sala de aula".
Para Jan Hartman, professor de Filosofia na Universidade Jagielloński, de Cracóvia, uma percentagem de estudantes na Polônia são inacreditavelmente analfabetos. "Alguns perderam (ou não adquiriram) ainda a capacidade de ler. Embora o nível intelectual dos estudantes na Polônia, torne-se cada vez pior, não se produziu ainda uma resposta da comunidade acadêmica. Segundo Hartman, isto está acontecendo muito em função do sistema de ensino superior, que desde que acatou as decisões da Convenção de Bolonha (que busca a unificação do ensino universitário em todos os países membros da União Europeia) só fez piorar e ninguém ousa falar nada contra.
As Universidades passam por um periodo em que é imperioso buscar o dinheiro para a formação de cada aluno. A qualidade já não é mais tão importante, para a maioria das instituições de ensino superior é importante apenas quantidade.
O que pode ser feito para salvar a situação, que a cada ano está ficando mais dramática? O Prof. Rudolf sugere uma mudança no ensino e na formação dos alunos. Mas será que isso realmente poderá ajudar? A maioria dos professores ainda não voltou seus olhos para a grave situação, pois a pequenas modificações sugeridas por Rudolf teriam que começar pelo ensino médio. "Lá sim começam os problemas e lá devem ser atacados. Quando chegam a universidade já não há mais nada a fazer".

P.S. Mas parece que o problema não se resume apenas a Polônia. Com a unificação do sistema de ensino na União Europeia, onde um universitário francês pode cursar o primeiro ano na Sorbone, o segundo ano em Osford, depois o terceiro e o quarto em Berlim e Cracóvia para regressar no quinto a sua universidade de origem, os estudantes chegam em número cada vez maior para cursarem o ano acadêmico nas universidades polacas. Eles vêem indistintamente da Espanha, França, Alemanha, Itália, Portugal, Suécia, Inglaterra e até do México, Cazaquistão e Geórgia. Os últimos chegam aqui graças a extensão do Programa Erasmus, que agora também tem alcance mundial, oferecendo bolsas de estudo para estudantes do mundo todo em instituições de ensino superior europeias. E o nível dos estrangeiros, inclusive de alguns brasileiros do "Erasmus" é tão baixo quanto o verificado entre os polacos.

Cafetões búlgaros em Varsóvia

Foto: flickr/chadawg24

Búlgaros obrigaram mulheres a se prostituírem em Varsóvia. Esta é a manchete do portal de Internet Wirtualna Polska reproduzindo reportagem publicada na edição de Varsóvia do jornal Gazeta Wyborcza, deste domingo.
Os policiais de Varsóvia finalmente conseguiram prender 4 búlgaros que viviam obrigando mulheres de seu país a se prostituírem nas ruas da capital polaca. Os cafetões têm entre 27 e 35 anos. Detidos por três meses para investigações, eles são acusados de entre outros delitos de prostituição forçada para colher benefícios financeiros, extorsão e de obrigarem as mulheres a usar drogas.
Segundo informações da polícia social eles fariam parte da máfia conhecida como "Markowski", também conhecida por "Salaputa". Isto em função de Andrew P. ps. Salaput, de 44 anos, chefe da gangue "Markowski", que foi detido pela polícia há dois meses atrás num restaurante de Varsóvia. Uma semana antes da detenção do "capo", a polícia já havia prendido 15 membros da gangue. Para a prisão destes quatro búlgaros, a polícia social de Varsóvia contou com informãções da Polícia Alemã.
Mas não é só em Varsóvia, que estas senhoras podem ser encontradas. Também na Voivodia Lubulska, região Oeste na Polônia, quase fronteira com a Alemanha, elas estão presentes. Na maioria das vezes seus cafetões são os próprios maridos, que as acompanham até os pontos de exposição. Em Gorszów, eles ficam rondando, enquanto as esposas fazem o "programa". Se algo dá errado, se o cliente se nega a pagar, ou regateia, ali estão os silentes maridos para cobrar o serviço amoroso. Alguns anos atrás, as búlgaras seriam deportadas, mas hoje, a Bulgária faz parte da União Europeia. Se antes se podia entender que a situação delas eram em função da crise econômica em seu país de origem, atualmente isto não mais se justifica. Seriam estas mulheres realmente esposas destes cafetões? A Polícia polaca ainda investiga.

sábado, 13 de junho de 2009

Teatro gratuito em Cracóvia

Foto: Divulgação da Prefeitura

A Noite Teatral de Cracóvia ocorrida nesta sexta-feira foi longa e rica. Os espetáculos começaram à tarde e passaram da meia-noite. Apesar da chuva e de um pouco de frio a noite primaveril não impediu que os cracovianos pudessem assistir e aplaudir espetáculos de excelente qualidade.
No Mały Rynek (maúe rinek - praça do Pequeno Mercado) a peça teatral Koziołku Matołku de Tarnowski foi assistida por poucos, mas atentos espectadores com guarda-chuvas. O mesmo não aconteceu com "Apresentação de Hamlet na vila Głucha Dolna" no Teatro Ludowe, pois este ficou com a platéia completamente cheia.
"As entradas gratuitas para apresentação de Starost kaniowskiego e de Macbeth desapareceram em exatamente nove minutos", informou Barbara Kwiatkowska.
O Teatro Groteska foi ocupado por workshops e espectáculos de marionetes chineses e o Teatro Julisz Słowacki por exposições de cartazes e fotos de antigos espetáculos. Já o Centro Cultural Japonês apresentou um show de danças Manggha.

A promoção Noite Teatral já é uma tradição em Cracóvia. Nos mesmos moldes da Noite do Museu, que ocorre em várias cidades da Europa, a Noite Teatral é interiramente gratuita, ninguém paga ingresso nesta noite, independente da qualidade do espetáculo e dos astros que sobem ao palco.

Bieżanko: Introdutor da soja no Brasil

Um recorte de jornal antigo comprova outra das contribuições e influências da imigração polaca para o Brasil. Embora haja nos meios acadêmicos, culturais e mediáticos do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife uma força tarefa encarregada de mostrar o Brasil mulato, o Sul com seus imigrantes de olhos azuis e pele clara, também exerceu e exerce um peso considerável neste Brasil de muitos Brasis. Pois como diria os versos consagrados pela voz da inigualável Elis Regina, "O Brazil não conhece o Brasil". O texto abaixo é a integra de uma coluna publicada num jornal do Rio Grande do Sul, na década de 60.
O Ministério da Agricultura vem de consagrar oficialmente o ilustre e desde longa data colaborador de C&Q, Czesław Bieżanko, como introdutor da soja no Estado do Rio Grande do Sul. Tal fato vem tendo grande repercussão nos meios agronômicos gaúchos, não só através da divulgação da imprensa sulina, como das referências fornecidas pelo “Anuário Brasileiro de Imigração e Colonização”, editado pelo referido ministério. Entre outras considerações, notícia autorizadamente aquela publicação:

“Vemos, aí, o Eng. Polaco Prof. Czesław Marian Bieżanko catedrático da Escola de Agronomia Eliseu Maciel, do Instituto Agronômico do Sul, da Universidade Rural do Sul (Pelotas), que foi o introdutor e orientador da cultura da soja, cujas primeiras sementes, trouxe da milenar Polônia civilizadora. O Prof. Czesław Marian Bieżanko em colaboração com um grupo de imigrantes polacos (alguns membros do Exército Imperial da Rússia), fizeram as primeiras plantações de soja em Santa Rosa das Missões, Guarani das Missões e diversos outros municípios do fabuloso Vale do Rio Uruguai, a Califórnia do Rio Grande, cuja cultura, uma vez tornando-se vitoriosa, está ganhando celeremente milhares de adeptos, transformando-se hoje numa das mais seguras e promissoras riquezas do Estado e do Sul do Brasil. Em verdade a soja marcha para se tornar a principal cultura agrícola do Rio Grande do Sul, dadas as suas fabulosas possibilidades.
Diz o Prof. Bieżanko: “A soja é conhecida no Extremo Oriente desde os tempos mui remotos. As pesquisas históricas demonstraram que, já há mais de 5.000 anos a soja encontrou enorme aplicação e consumo, por motivo do extraordinário valor nutritivo de suas sementes. Sem exagero algum, devemos dizer, que desde fins do século XVII, a soja é alimento básico na China, Coréia, Manchúria e Japão. Na parte Oriental da Rússia Asiática, o chamado leite de soja substitui, em muitíssimas localidades o leite de vaca. No comércio universal, a semente de soja cada vez mais ganha maior importância. Na Polônia, a soja foi conhecida no século XIX, mas somente depois da guerra russo-japonesa, os problemas (principalmente os oficiais serviram no Exército Russo e que voltaram), trouxeram consigo muitas sementes de diversas plantas do Oriente, entre elas várias dezenas de variedades de soja. Trabalhos sobre seleção da soja, observações e estudos sobre esta planta, executaram-se na Polônia, sob a direção dos professores J. Muszyński e Z. Strazewicz, no Jardim das Plantas Medicinais da Universidade de Stefan Batory, em Vilno. Dessa seleção provêm as sementes que trouxemos da Polônia, onde desde o ano de 1906, vários agricultores adiantados cultivam a soja, cognominada pelos orientais de Vaca vegetal. As sementes oriundas da Polônia, por nós distribuídas na zona missioneira do Rio Grande do Sul, já se alastram por Santa Catarina e Paraná, nas zonas coloniais destes Estados, principalmente entre os colonos polacos, alemães e italianos, entre os quais se pode encontrar maiores culturas dessa maravilhosa leguminosa. A soja é uma planta que, sob diversos pontos de vista, merece ser cultivada em maior escala possível. Possui utilidade fabulosa: este é um dos maiores fatores. O outro é ser uma planta de fácil cultivo. Acrescentaremos que é uma planta resistente aos insetos e também às doenças.”
Esta é uma das tantas e expressivas contribuições positivas e marcantes dos imigrantes polacos para o aceleramento do progresso do Rio Grande do Sul e almejada emancipação econômica e industrial do Brasil.
O Prof. Czesław Marian Bieżanko, pela sua projeção internacional, pela sua notabilidade e pelos seus relevados serviços prestados ao progresso do Brasil, de há muito tempo é merecedor do reconhecimento do governo da República, e a tal respeito bem andariam nossas autoridades diplomáticas se diligenciassem, sem mais tardança, a outorga da Ordem do Cruzeiro do Sul, a tão singular e ilustre amigo do Brasil.
(Transcrito do artigo de Inglez de Souza J. SEABRA, publicado na revista “Chácaras e Quintais, XVII (1) 39/40. São Paulo, 1963).

Cabe ressaltar ainda que Prof. Czesław Marian Bieżanko (nasceu em 22 de novembro de 1895, em Kielce, Polônia e e faleceu em 1986), é conhecido mais como pesquisador e entomólogo do que pela introdução da soja no Brasil. Seus trabalhos, bem como seus inúmeros periódicos publicados, são referência obrigatória para os entomólogos atuais.
Duas famílias de borboletas foram nominadas com seu nome. Em 1964, ele publicou uma lista de suas publicações (Biezanko C. M., 1964: Lista das publicacoes de C. M. Biezanko).
O acervo de Bieżanko se encontra tombado como um dos pontos mais importantes da coleção de invertebrados do Museu Carlos Ritter. Com a morte de Ritter em 1985, a coleção foi doada por sua esposa ao Museu Carlos Ritter. Antes de 1988, o Museu posuía seu acervo depositado no local onde atualmente se encontra a Biblioteca da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM). Em setembro de 1988, suas atuais instalações foram inauguradas no centro da cidade de Pelotas, à Rua Marechal Deodoro da Fonseca.
Atualmente, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter encontra-se inserido dentro do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas, com status de departamento.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Podlaska, rota de ilegais vietnamitas

Bosques de Szumów - Foto: Luna

Uma caminhonete Ford, modelo Transit, com uma longa antena de rádio CB chamou a atenção dos guardas de fronteira próximo a um posto de gasolina na localidade de Szumów, no município de Zambrowski.
Quando os guardas fizeram revista no veículo descobriram que dentro estavam 19 vietnamitas ilegais. Os estrangeiros tinham sido introduzidos no país por três cidadãos polacos. O motorista do Transit esperava pelos outros dois polacos que chegaram no posto conduzindo um automóvel Mercedes. 
Os dezenove estrangeiros estavam sentados em colchões. Alguns deles estavam descalços, outros tinham as pernas das calças molhadas. A promotoria regional de Hajnówce deteve os vietnamitas, que entraram na Polônia a partir da Bielorrússia.  O promotor Jan Andrzejczuk informou que os polacos que promoveram o transporte e a entrada dos ilegais serão indiciados e uma vez julgados e condenados podem pegar 8 anos de prisão.
Os vietnamitas são um dos principais grupos de estrangeiros ilegais na Polônia e segundo a Guarda de Froteira parece que encontraram uma rota de passagem através da região Podlaska, pois não distante dali existem duas fronteiras polacas, uma com a Bielorrússia e outra com a Ucrânia. As três fronteiras da Polônia nas regiões Norte e Leste, Rússia, Bielorrússia e Ucrânia são patrulhadas 24 horas por 10 mil guardas europeus. 
A região Podlaska como o próprio nome diz é conhecida pela quantidade de bosques naturais, o que facilita a imigração ilegal, principalmente de asiáticos. Diariamente são detidos dezenas de ucrânianos, que se valem da noite e dos campos de cultivo desprovidos de cercas entre os dois países. Na região é comum confundir a propriedade do cultivo, já que é uma área de planície e a fronteira está no meio da plantação de polacos e ucranianos.

Contrastando com outros países no mundo, os restaurantes asiáticos na Polônia, não são chineses, mas vietnamitas. Uma das explicações para a expressiva comunidade vietnamita na Polônia, é a de que tão logo, encerrou-se a Guerra do Vietnam, nos anos 70, as universidade polacas abriram suas portas para os estudantes daquele país asiático. Uma vez formados, aqueles estudantes preferiram permanecer no país e começaram a chamar seus familiares. O fluxo nunca mais parou. Só que já há alguns anos, o movimento que antes era legal se transformou em ilegal. São tantos os vietnamitas, em Varsóvia, que um imenso mercado de bugigangas, semelhante ao comércio de Ciudad del Leste, no Paraguai, floresce ao lado do estádio nacional. O local é um amontoado de barracas, semelhante aos mercados asiáticos e lembrando em muito as favelas brasileiras. Os comerciantes vietnamitas não moram nos barracos-lojas, mas a polícia varsoviana por várias vezes já encontrou ilegais, escondidos em meio a aparelhos eletrônicos, sapatos e outras quinquilharias. Na foto, a comunidade de vietnamitas legalizados, em um de seus festivais de verão, em Varsóvia.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Polaco na presidência do Parlamento Europeu?

Jerzy Buzek em campanha - Foto Sławomir Kamiński

Jerzy Buzek tem grandes chances de se tornar presidente do Parlamento Europeu. Pelo menos é o que pensa seu companheiro de partido, o primeiro-ministro Donald Tusk, após a expressiva votação de quase 400 mil votos obtidos nas eleições do último fim de semana para o Parlamento Europeu. Tusk já anunciou sua intenção de lutar pela nomeação do ex-Primeiro-Ministro polaco Jerzy Karol Buzek para o cargo de Presidente do Parlamento Europeu.
Na última terça-feira, o jornal italiano "La Repubblica" publicou que os resultados das eleições para o Parlamento Europeu aumentaram a vantagem do principal concorrente italiano ao posto, Mario Mauro. Mas chama atenção para o fato de que mais e mais sobem as cotações do polaco Jerzy Buzek, especialmente depois do excelente desempenho nas urnas do candidato do PO - Partido da Plataforma da Cidadania da Polônia. Buzek, segundo o "La Repubblica" contaria com o apoio da bancada alemã, que tem a maioria dos assentos em Bruxelas. 
Na Polônia, o gêmeo Jarosław Kaczyński anunciou logo na segunda-feira que seu partido PIS, embora opositor na Polônia do PO vai apoiar a candidatura do ex-Primeiro-Ministro Buzek. Kaczynski disse também que "Nós estamos convencidos de que votar no Professor Buzek é o melhor para a Polônia e nossos deputados votarão nele".
Para Wojciech Olejniczak, do SLD, "o professor Buzek tem todo nosso apoio". Ele explica que o forte concorrente italiano Mario Mauro ficou enfraquecido após os recentes escândalos aduaneiros do deputado envolvido com o Primeiro-Ministro Silvio Berlusconi.

Jerzy Karol Buzek é engenheiro e professor doutor habilitado em engenharia química (o mais alto grau, no sistema de ensino da Polônia). Tem 68 anos, tendo nascido em 3 de julho de 1940, em Śmiłowice, cidade polaca, então sob ocupação da Alemanha Nazista. Atualmente a cidade está em território da República Tcheca, fazendo parte da minoria polaca da região de Zaolzie. Filho do também engenheiro Paweł Buzek (1909–1953)  e de Bronisława Szczuka-Buzek (1913–2003). Esta, por sua vez, filha de Jan Szczuki, diretor da escola pública polaca de Śmiłowice. Depois do fim da segunda guerra mundial a família Buzek, com os dois filhos, Helena e Jerzy se transferiram para a cidade de Chorzów, na Silésia.
Buzek fez o curso primário da Szkole Podstawowej nr 24 e o Liceu Ogólnokształcącym im. Juliusza Słowackiego de Chorzów. Concluiu Engenharia Mecânica-Energética na Universidade Politécnica da Silésia, em Katowice, com especialização em engenharia química, em 1963. Desde 1997 é professor de ciências da tecnologia. Foi agraciado com os títulos de Doctor Honoris Causa da Universidade de Seul, na Coréia, da Universidade Dortmund, na Alemanha e da Universidade Politécnica da Silésia, na própria universidade onde se graduou na Polônia. Em 1998, ganhou o prêmio Grzegorz Palki e no mesmo ano, o título de "Europeu do Ano" concedido pelo Forum Econômico da União Europeia, além de "Homem do ano" pelo semanário "Wprost". Desde 1980, era um ativo membro do NSZZ "Solidarność", onde organizou a estrutura do sindicato na Silésia e em Zagłębia.
Deputado pelo PO, foi primeiro-ministro da Polônia, no período de 1997 a 2001. Em 2004 foi eleito pela primeira vez para o Parlamento Europeu pelo PO com 173.389 votos, ou 22,14% dos votos dados na Silésia e o melhor resultado do país, feito que repetiu agora, só que com mais do dobro da última conquista.
Preparado para a função ele é. No cenário europeu, poucos eurodeputados podem apresentar um currículo como o dele.