quinta-feira, 8 de julho de 2010

Komorowski renunciou ao mandato de deputado

Foto: Sławomir Kamiński
O Presidente eleito, Bronisław Komorowski, nesta quinta-feira, renunciou oficialmente ao cargo de presidente do Sejm (Câmara dos Deputados) e ao mandato de deputado. Pouco antes das eleições já tinha renunciado também ao cargo de presidente em exercício da República, que vinha exercendo desde a morte do falecido presidente Lech Kaczyński, em abril último.
Em seu lugar, no Sejm, assumiu o deputado mais idoso, Stefan Niesiołowski, também do PO - Partido da Plataforma Cívica. Este por sua vez convocará formalmente as eleições para um novo presidente da Câmara. Ainda hoje deve ser feita a eleição e ao que tudo indica o escolhido será o deputado e chefe do PO, Grzegorz Schetyna.
Ao mesmo tempo, o presidente do Senado, Bogdan Borusewicz, exerce a Presidência interina da República e deve ser ele a transmitir o cargo a Komorowski, como o quarto presidente da Terceira República da Polônia (A primeira república polaca é de 1453 a 1795, a segunda de 1918 a 1948 e a terceira teve início em 1990).

terça-feira, 6 de julho de 2010

Viagens internacionais do presidente eleito

Foto: Wojciech Olkusnik

O Presidente eleito Bronisław Komorowski esteve esta terça-feira, no Ministério de Assuntos Exteriores. Com o ministro Radosław Sikorski acertou entre outras coisas um calendário de visitas presidenciais no exterior.
Sikorski, após o encontro, anunciou que Komorowski, conforme o próprio prometeu na campanha, deverá primeiro visitar Bruxelas, Paris e Berlim. Perguntado sobre a viagem aos Estados Unidos, Sikorski respondeu que "com certeza esta demorará um pouco mais para acontecer".
Sobre uma ida a Moscou, Sikorski afirmou que primeiro o presidente russo Dmitrij Miedwiediew virá a Polônia.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Resultado final: Komorowski venceu

Foto: Wojciech Olkuśnik

A PKW- Comissão Nacional Eleitoral acaba de divulgar o resultado final do segundo turno das eleições presidenciais na Polônia.


Bronisław Komorowski - 53,01%
Jarosław Kaczyński - 46,99%

O índice de comparecimento nas urnas foi de 55,31%.

Bronisław Komorowski recebeu 8 milhões 933 mil e 887 votos.
Jarosław Kaczyński recebeu 7 milhões 919 mil e 134 votos.
Diferença pró Komorowski foi de mais 1 mihão 14 mil e 753 votos.

Segundo a Agência de Notícias Estatal - PAP, Komorowski venceu nas urnas espalhadas pela Alemanha, República Tcheca, Bulgária, Escócia, Irlanda do Norte, Lituânia, e parte da Itália, em Milão e Nápolis. Kaczyński venceu em Roma, Estados Unidos e Canadá.

Polônia: Leste conservador


Lublin é a única capital de voivodia (correspondente a Estado), que no segundo turno das eleições presidenciais, deu a vitória ao candidato do PiS - Partido Lei e Justiça, Jarosław Kaczyński, que recebeu 50,25% dos votos. Em todas as demais capitais de voivodias polacas venceu o candidato do PO- Partido da Plataforma Cívica, Bronisław Komorowski.
O maior apoio nacional, em termos pecentuais, à Komorowski foi dado por Opole, capital da voivodia opolska, com 73,76% dos votos dos eleitores.
Outra alta votação de Komorowski foram os 67,80% dados a ele em Gdansk.
Outras duas importantes capitais de voivodia a darem vitória ao candidato do PO foram Wrocław e Poznan, respectivamente 64,62% e 72,31%.
Quanto as duas principais cidades do país, Bronisław Komorowski venceu em Varsóvia (terra natal do adversário), com 63,52%. Já em Cracóvia, embora com percentual menor, Komorowski conseguiu 60,08% dos eleitores.
Fonte: Gazeta Wyborcza

Razões da votação
O fato das regiões Leste e Sudeste da Polônia, fronteiras com a Ucrânia, terem se revelado mais conservadoras, no voto ao candidato de extrema-direita, Jarosław Kaczyński, talvez seja sintomático.
Não só por sua posição geográfica, mais próxima da influência russa, e portanto, do passado comunista - que muitos querem esquecer - mas principalmente, pela situação econômica e de desenvolvimento.
Não só os políticos dessa região - essencialmente agrícola - mas o povo, reclama constantemente do esquecimento de Varsóvia.
Segundo os moradores das voivodias Lubelska e Podkarpacka, os investimentos determinados pela capital são sempre destinados a Varsóvia, Poznan, Wrocław e Cracóvia, (cidades e regiões que coincidentemente deram vitória ao candidato do atual chefe de governo, o primeiro-ministro Donald Tusk, do PO de Komorowski).

O "Demônio" Komorowski
Uma outra explicação para esta excelente votação de Kaczyński na região de Lublin, é a influência da Rádio Maria. Emissora que foi fundamental na eleição do irmão presidente falecido, no acidente de Smolenski.
Comandada pelo ultraconservador, fascista retrógrado e antissemita Padre Tadeusz Rydzyk, a Rádio Maria, que de clandestina se tornou a maior rede de rádio católica da Polônia.
Neste domingo, dia de eleição do segundo turno, o Padre Jerzy Garda, pároco na igreja de Kraśnik, durante a missa da manhã, em sua homilia, disse com todas as letras: "Somente a Radio Maria sabe em quem devemos votar." Para logo após uma pausa premeditada acrescentar: "Este candidato é Jarosław Kaczyński!" Os fiéis olharam-se entre si. Alguns sorriram ironicamente, outros - poucos - sairam da igreja.
Uma dessas pessoas, descontente com o discurso do padre, telefonou para a PKW- Comissão Nacional Eleitoral comunicando a propaganda proibida. Fez mais, telefonou para o jornal Gazeta Wyborcza, já que não sentiu empenho e atenção no funcionário da PKW. "Conheço este padre, porque ele me ensinou religião. Fiquei chocada. O Padre Garda comparou Bronisław Komorowski ao diabo. Fiquei nervosa com aquilo. Por isto sai da igreja.", acrescentou.
Jerzy Garda foi ordenado sacerdote em 1975. Desde 1989, viveu em missão na África do Sul ajudando órfãos da AIDS. Em Kraśnik é bastante conhecido, pois há anos ele orienta uma pastoral dedicada à juventude. Como mentor dos jovens da pequena cidade, a cerca de 30 km de Lublin, ele organizou uma peregrinação de bicicleta até Roma. Infelizmente reza pela cartilha do Padre fascista Tadeusz Rydzyk.

A cidade de brasileiros
Em
Kraśnik nasceu a atriz polaca naturalizada brasileira Ida Szafran, conhecida como Ida Gomes e que fez muito sucesso na TV Globo, principalmente na novela "O Bem Amado", como uma das três irmãs Cajazeiras, a Dorotéia. Também não muito longe dali está a localidade de Lipa, onde nasceu Samuel Klein, dono da rede de Lojas Bahia, também polaco naturalizado brasileiro. Klein passou parte de sua vida em
Kraśnik.

Charges da ligação de Rydzyk com os gêmeos Kaczyński


Komorowski é o quarto presidente da III República da Polônia


VENCEU KOMOROWSKI

Embora o resultado oficial das eleições ainda não tenha sido divulgado, o mais importante jornal da Polônia, Gazeta Wyborcza (ou, Jornal das Eleições, diário criado antes das primeiras eleições diretas pós-comunismo) já traz na sua primeira página, desta segunda-feira, a vitória do candidato do PO-Partido da Plataforma Cívica, Bronisław Komorowski (bronissúaf).
O candidato derrotado Jarosław Kaczyński (iarossúaf catchinhqui) venceu apenas nas regiões Sul (Cracóvia - Małopolska) e Sudeste (Rzeszów - Podkarpacie) e na zona rural. No restante do país, os polacos deram vitória absoluta ao candidato do partido do atual primeiro-ministro, Donald Tusk.
Faltando pouco mais de 4% dos votos para serem apurados, a diferença pró Komorowski é de mais de 5%, portanto, quase impossível que o irmão gêmeo do presidente falecido no desastre áereo de Smolenski vença.

domingo, 4 de julho de 2010

3ª. Parcial: Komorowski aumenta vantagem

A PKW- Comissão Nacional Eleitoral anunciou às 2:10 horas, a 3ª. parcial da madrugada desta segunda-feira, 5 de julho de 2010. Komorowski aumenta sua vantagem para 52,63% dos votos,, em 95,01% das urnas apuradas. Kaczyński baixou para 47,37% dos votos. O comparecimento dos polacos às urnas chegou a 55,29%.

2ª. parcial: Komorowski passa à frente

A PKW-Comissão Nacional Eleitoral anunciou a 2ª parcial do resultado das eleições à 1:10 hora da madrugada da segunda-feira. O Candidato do Partido da Plataforma Cívica, Bronisław Komorowski confirma a pesquisa de boca de urna e assuma a liderança nas apurações com 51,32%. Jarosław Kaczyński do Partido Lei e Justiça está com 48,68% dos votos apurados em 80,39% das urnas computadas.

1ª. Parcial: Kaczyński na frente

A PKW- Comissão Nacional Eleitoral, aos 10 minutos da segunda-feira (fuso horário de + 5 horas na Polônia) anunciou a primeira parcial do resultado das eleições. Foram computados até aqui 51,5% dos votos.
Ao contrário das diversas pesquisas de boca de urna, Kaczyński está na frente com 50,41% dos votos. Komorowski está 0,82% atrás com 49,59%.

Especialistas acreditam que às 3 horas da madrugada já se saberá a totalidade dos votos.
Em Sosnowiec, (74 km a leste de Cracóvia) terra de Komorowski, ele venceu com 68% dos votos, Kaczyński fez apenas 32%.

Boca de urna: vence Komorowski

Foto: Peter Andrews

Encerradas as votações. As televisões da Polônia divulgaram pesquisas encomendadas de boca de urna, realizadas neste domingo. Todas apontam a vitória de Bronisław Komorowski do PO- Partido da Plataforma Cívica.
Segundo a empresa OBOP para TVP - Telewizja Polska: com 53,1%, vence Komorowski. Kaczyński 46,9%.
Já a agência SMG - KRC para TVN: Komorowski vence com 51,09%, Kaczyński 48,91%.
Por sua vez a Homo homini para Polsat: Komorowski faz 51,2% e Kaczyński 48,8%.
Os resultados oficiais devem começar a serem divulgados ainda esta noite.

Os polacos estão votando

Foto: Artur Kubasik

Começou as 8 horas da manhã a votação do segundo turno das eleições presidenciais na Polônia. As pesquisas de boca de urna são contraditórias. Na sexta-feira o instituto de pesquisas GFK, dava ao extrema-direitista Jarosław Kaczyński, 49% das preferências de voto e apenas 47% para o liberal Bronisław Komorowski. Foi a primeira vez que uma pesquisa colocou Kaczyński na frente.
Contudo, uma segunda pesquisa encomendada pela imprensa deu 53,9% das preferências de voto para Komorowski e apenas 42% para Kaczyński e um alto índice de indecisos.
Cerca de 30,5 milhões de polacos estão habilitados para votar. Mas a preocupação do partido do atual primeiro-ministro, Donald Tusk é que seu candidato Komorowski não consiga ganhar devido a abstenção e o não comparecimento de parte de seus eleitores e os da esquerda.
Os locais de votação fecham às 20 horas (hora local, 15 horas no Brasil) e os resultados parciais começam a ser divulgados as 23 horas.
Segundo, as últimas informações divulgadas pela Comissão Nacional Eleitoral, o comparecimento dos eleitores se apresenta como um dos maiores da história democrática da Polônia. O recorde de 65% deve ser o maior de todos os tempos. O que segundo os analistas favorece o candidato Komorowski.

sábado, 3 de julho de 2010

Os três polacos da Alemanha

A seleção multinacional da Alemanha têm um turco, um tunisiano, um ganês, um brasileiro e três polacos.

Łukasz Podolski

Dos três o mais técnico é o príncipe de Colônia (cidade alemã) e rei de Gliwice (cidade polaca) Łukasz (pronuncia-se uúcach)Podolski. Seu sobrenome significa "natural da Podólia", região que já pertenceu à Polônia e atualmente faz parte da Ucrânia. o craque da camisa 10 alemã nasceu na Silésia polaca em 4 de Junho de 1985. Tem dupla cidadania, a polaca e a alemã.

Mirosław Marian Kloze

O segundo é Mirosław Kloze, que pode se tornar o maior artilheiro da história das Copas do Mundo de Futebol. Tem 14 gols e basta mais dois para destronar o brasileiro Ronaldo 9 Fenômeno que com os três feitos na Copa da Alemanha tem 15 gols marcados. Klose, filho de pais polacos, também tem dupla cidadania polaca-alemã. O dono da camisa alemã há 3 copas do mundo, Mirosław Marian Kloze, nasceu em 9 de junho de 1978,na cidade polaca de Opole, muito próxima de Gliwice, de Podolski. Quando ainda era muito pequeno, seu pai, também jogador de futebol, foi contratado pela equipe francesa do Auxerre. Klose começou a jogar futebol aos nove anos no Blaubach-Diedelkopf, localidade próxima de Kaiserslautern, na Alemanha, para onde fazia pouco tempo que toda a sua família tinha se mudado.

Piotr Trochowski

E o terceiro polaco da Alemanha é Piotr Trochowski, nascido em 22 de Março de 1984, na cidade polaca de Tczew. Atua como meio-campista avançado. Trochowski (pronuncia-se trorróvsqui) é conhecido e temido pelos seus chutes de longa distância. Já jogou no Bayern Munique por seis temporadas e desde 2005 atua no Hamburgo. O treinador alemão Joachin Löw tem colocado o polaco sempre no segundo tempo para reforçar o resultado.

Grunwald, 600 anos

Foto: Przemyslaw Skrzydlo

A maior batalha da idade média, para desconhecimento dos livros didáticos escolares de história brasileiros, ocorreu na Polônia. Mais precisamente em 1410, há 600 anos, portanto, ocorreu a Batalha de Grunwald!
Uma encenação daquela brilhante vitória polaca-lituana foi realizada em Cracóvia. Outras manifestações acontecem em Osztyń e localidades da região de Warmia, nestas primeiras duas semanas de julho.
Para a literatura alemã a Batalha se denomina Tannenberg e é registrada também como uma das maiores batalhas da história da Europa medieval (em termos de número de participantes). Nos campos de Grunwald, em 15 de julho de 1410, as forças dos Cruzados Teutônicos, com a ajuda de outros cavaleiros ocidentais, sob a comando do Grão-Mestre Ulrich von Jungingen, foram derrotadas inapelavelmente pela Polônia e Lituânia, além de soldados rutenos (os atuais ucranianos), Tchecos, Moldávios e Tártaros, sob o comando do rei polaco Władysław II Jagiełło.
Apesar da vitória dos polacos a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos não foi completamente destruída.
Os Teutônicos, como se recorda, foram os cruzados saxônicos, que após a perda da cidade de Acre, na Palestina, em 1293, voltaram para suas terras na Saxônia. Acostumados que estavam com as guerras foram convidados pelo príncipe polaco Konrad da Mazóvia para cristianizar os prussos pagãos que viviam em território polaco. Os teotônicos não só ajudaram, como usurparam as terras polacas e ali ficaram por mais de 200 anos.

Władysław II Jagiełło, foi o primeiro a conseguir reunir forças suficientes para expulsar os saxônicos (atuais alemães) das terras polacas. A paz de Torun, firmada em fevereiro de 1411, estabeleceu que a Ordem Teotônica tinha que devolver a Dobrzyn para o Reino da Polônia e renunciar a Samogitia para o Ducado da Lituânia. Apesar da vitória este tratado de paz impunha fracasso de objetivos aos polacos, pois muito do território polaco permaneceu nas mãos dos saxônicos.
Em função disso, nas décadas seguintes muitos outros conflitos acabaram em novas batalhas. Até que em 1525, os territórios ocupados pelos teutônicos, que haviam se transformado no Ducado da Prússia, acabou vassalo do rei da Polônia. Antes disso, em 1453, a Polônia e a Lituânia se tornaram a República da Duas Nações. Sendo precursoras da democracia no mundo moderno.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Polônia: Propaganda dos dois candidatos


Komorowski diz que sabe que na política externa deve "trabalhar" de forma inteligente, porque assim todos podem desfrutar. Ele promete que, se for eleito presidente, consultará os aliados e encerrará a missão militar polaca no Afeganistão.
Recorda que a Polônia vai logo assumir a Presidência da União Europeia e irá sediar a Copa Europeia de Seleções de Futebol. "Fazemos isso para que todos nós possamos estar orgulhosos de nós mesmos e de nosso país", acredita Komorowski.

A propaganda de Jarosław Kaczyński



Kaczyński lembra das gerações que deram a vida por uma Polônia Livre. Fala sobre os símbolos de sua história. Enquanto é mostrado o carvalho "Bartek", ele diz que, "Bartek é uma testemunha de nossa história. Ele esteve conosco nos momentos de glória. Destaca que "a força do Estado e da prosperidade da sociedade não são dadas de uma vez para sempre." Jarosław diz que se precisa cercá-lo de atenção, cuidado e ação conjuntas.
Quando ele fala sobre a ação conjunta aparece em uma cena de plantação de carvalhos jovens. Salienta que "a decisão de assumir desde, hoje, a responsabilidade pelo destino das futuras gerações.'" A propaganda termina com um reconhecimento candidato sorrindo e uma voz em "off" dizendo: "Jarosław Kaczyński- A Polônia é o mais importante."

Guerra nas palavras

A primeira página do jornal Gazeta Wyborcza, desta quinta-feira, traz como manchete o "Último debate presidencial - Guerra nas palavras". O debate foi transmitido ao vivo pela televisão TVP - Telewizja Polska e teve a participação de debatedores de outras redes de televisão da Polônia como Katarzyna Kolenda-Zaleska (TVN), Jarosław Gugała (Polsat) e Joanna Lichocka (TVP).
No começo apertaram-se as mãos, depois não estiveram tão simpáticos assim. Kaczyński chamou Bronisław Komorowski de liberal, e Komorowski denominou o adversário de especialista em planos não realizáveis.
Na avaliação do debate a socióloga Jadwiga Staniszkis, o cientista político Rafał Chwedoruk e colunista Robert Mazurek deram vitória para Komorowski, mas elogiaram Jarosław Kaczyński, especialmente pela votação deste contra o orçamento chamado por ele de "anti-social" proposto pelo adversário do PO - Partido da Plataforma Cívica, quando aquele era presidente do Congresso. Em seguida, a TVP mostrou o comício de apoio ao presidente do PiS - Partido da Lei e Justiça, desde sua sede.

Gazeta Wyborcza formou um grupo de avaliadores do debate formado pelo prof. Rafał Ohme - especialista em psichologia, persuação e emoção, pelo dr. Tomasz Olczyk - politólogo e sociólogo da Universidade de Varsóvia, pelo dr. Jarosław Flis - politólogo da Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia e pelo dr. Jacek Kucharczyk - sociólogo do Instytut Spraw Publicznych. Abaixo as notas conferidas por eles para cada candidato:

Bronisław Komorowski / Jarosław Kaczyński
Jarosław Flis: 33 - 54
Rafał Ohme: 16 - 33
Tomasz Olczyk: 41 - 43
Jacek Kucharczyk: 83 - 44

Também deram notas pelo comportamento dos candidatos durante o debate um grupo de jornalistas formado por Ewa Milewicz do jornal Gazeta Wyborcza, Maciej Gdula da revista Krytyka Polityczna e Piotr Śmiłowicz da Revista Newsweek Polska. A soma das notas dos 3 jornalistas apresentou o seguinte resultado:

Piotr Śmiłowicz - Ewa Milewicz - Maciej Gdula - Total dos três

Jarosław Kaczyński: 54 - 63 - 58 - 175
Bronisław Komorowski: 56 - 66 - 49 - 171

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Kaczyński responderá na mesma moeda

Foto: Sławomir Kamiński

Nesta quarta-feira, a televisão promove o segundo debate entre os dois candidatos à Presidência da República. O presidente do PiS - Partido da Lei e Justiça e candidato da extrema-direita polaca, Jarosław Kaczyński já alertou a todos, se Bronisław Komorowski do PO - Partido da Plataforma Cívica não se contiver em seus ataques, ele também não o fará.
"O formato do debate foi estabelecido, e não foi por nossa iniciativa, mas talvez, durante o debate, um pouco possa ser mudado. o Sr. Komorowski durante o primeiro (domingo) debate nem sempre respeitou as premissas acordadas entre nossas equipes. Tenho uma natureza tal, que eu tento me segurar, mas como o parceiro do debate não se segura, não sou eu que vou", disse Kaczyński, nesta quarta-feira, pela manhå.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Kwaśniewski está com Komorowski


O ex-presidente da República, Aleksander Kwaśniewski, do SLD (Social Democracia polaca) já declarou seu voto a favor do candidato Bronisław Komorowski do PO (Partido da Plataforma da Cívica). Enquanto isso, o presidente de seu partido e candidato derrotado no primeiro turno Grzegorz Napieralski ainda não manifestou sua intenção de voto.
Napieralski (13,68% dos votos no primeiro turno), se reunirá hoje com o Partia Kobiet (Partido das Mulheres) para perguntar, a quem deve prestar os seus mais de 2 milhões de eleitores. A chefe do PK Iwona Piątek não quer dizer qual é a decisão do seu partido. "Bronisław Komorowski é a partir de nossa perspectiva o melhor candidato para as mulheres, embora não seja perfeita", diz a profa. Magdalena Środa do conselho do Congresso das Mulheres Polacas. E acrescenta que Jarosław Kaczyński não tem nenhum significado para as mulheres e por isto não tem o apoio do Congresso das Mulheres.
Outros líderes da esquerda polaca, além de Kwaśniewski como Olejniczak, Kalisz, Nałęcz e Borowski estão comprometidos com Komorowski.

domingo, 27 de junho de 2010

Um polaco do kontra




O jornal Gazeta do Povo traz em seu primeiro caderno, pág. 9, deste domingo, 27 de junho, uma entrevista feita pelo jornalista José Carlos Fernandes (descendente de portugueses dos Açores e também de descendentes de imigrantes polacos). A entrevista destaca meu trabalho de pesquisa sobre a etnia polaca.


Foto:Priscila Forone/Gazeta do Povo

Entrevista
Iarochinski, o polaco do contra
Publicado em 27/06/2010 José Carlos Fernandes

Ulisses Iarochinski, pesquisador da cultura polonesa.

O jornalista e historiador, Ulisses Iarochinski, era um homem feito quando se deu conta do peso de seu sobrenome. Foi na década de 1980, durante uma série de reportagens para o Jornal do Estado sobre o polonês Lech Wałęsa, o líder do sindicato Solidariedade.

A tarefa provocou o encontro de UIisses com o médico Edvino Tempski, um estudioso da cultura polônica ligado ao Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. O repórter e editor achava que seria um encontro protocolar, um entrevistado como tantos, mas se enganou. A seu modo, Tempski mostrou que havia mais da Polônia em Curitiba do que se podia imaginar.

Natural de Monte Alegre, Ulisses sempre se sentiu filho de uma casa mineira, por parte de mãe, apesar do nome europeu, por parte de pai. O encontro com Tempski mexeu com essas crenças. E como. Tempos depois, em 2000, o jornalista escreveria o polêmico Saga dos Polacos – que lhe renderia solenes dores de cabeça.

“Um descendente chegou a me esmurrar num lançamento”, conta, aos risos. O motivo: ter usado “polaco” em vez de “polonês”. “É o correto, defende. Polaco significa “do contra, aquele que não se entrega”, informa. O próprio Ulisses se tornou um deles. Disposto a saber mais sobre sua gente, mandou-se para Cracóvia, onde passou oito anos de estudos.

Não deu outra. Do jornalista fã de Lech Walesa se tornou uma referência em imigração polonesa no Paraná. Nem sempre é recebido com pratadas de pierogi. É do contra. Tem convicção que o espírito turrão atribuído aos filhos de Polska é merecedor de elogios, pois sinal de uma gente que tem o que dizer.

Ulisses Iarochinski está à frente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura (Icac), órgão da Fundação Cultural. Em paralelo à programação cultural da Capela Santa Maria, ocupa-se de desvendar o país que está na sua cara e no seu nome. E provoca a fazer o mesmo. “Você sabia que o sonho – aquele, de nata – é polonês? Pois é...” Confira trechos da entrevista.

O polaco tinha uma imagem bem particular em Curitiba. Por que isso se dava?

Certa vez, no início do século, ninguém menos do que Hugo Simas assinou um artigo num jornal criticando duas moças polacas que queriam entrar na faculdade. Na opinião dele, elas mal falavam português. O pai daquelas que seriam das primeiras médicas e dentistas de Curitiba vai em busca do articulista, tirar satisfação. O diretor do jornal atende o homem e leva um murro do cara. Como isso repercute na sociedade local? “Ah, o polaco é um grosso, um ignorante, um vira-casacas”.

Como explicar a fama de haver baixa escolaridade na comunidade?

Os poloneses eram camponeses, mas nunca sem instrução. Ao chegar, a primeira coisa que faziam era criar uma escola. Foi assim em Tomás Coelho e no Pilarzinho... Pense na Colônia de Santa Cândida. No período da manhã havia aulas de todas as disciplinas em idioma polaco. Na parte da tarde, as mesmas disciplinas, em português. De 1900 a 1910, há mais publicações em Curitiba em língua polaca do que em português. Para quem era vendido tudo isso? Para analfabetos? Por que o jornal se chama Gazeta do Povo? Porque havia antes a Gazeta Polska. Como as outras etnias não falavam polonês, era muito mais fácil dizer que se tratava de um povo sem instrução. Mas há muitos argumentos que indicam ao contrário.

Por exemplo?

Havia pensamento na comunidade. Intelectuais poloneses faziam expedições ao Paraná para ver em que condições estavam os seus agricultores. Desciam na Praça Eufrásio Correia e eram recebidos com banda de música. Muitos voltavam para a Polônia e publicavam trabalhos científicos. Em 1907, um polaco de Varsóvia vem aqui e anda em lombo de cavalo pelo Paraná inteiro e leva mais espécies empalhadas do que registra hoje o nosso Atlas de Ornitologia. O que faz o resto da população de Curitiba? Continuou reforçando a animosidade trazida da Europa, dizendo que os polacos eram sem bandeira, uns beberrões.

Por que a história das escolas polacas caiu no esquecimento?

Temos de levar em conta que em 1938 o presidente Getúlio Vargas baixa a lei da naturalização. Não se podia falar em idioma estrangeiro. As pessoas passam a ter medo de se identificar por sua etnia. As escolas polacas, ucranianas, italianas e alemãs são fechadas. O resto se deduz.

Mas a anulação dessa história foi maior para os poloneses...

Os primeiros polacos chegaram aqui em 1871. Mas anos antes, dois grupos de 16 famílias se instalaram em Brusque (SC). Ficaram em um meio de imigração alemã. Ou seja, os conflitos de Europa se estenderam ao Brasil. A sociedade paranaense hoje não fala desses horrores.

Curitiba não era pequena demais para refletir um conflito que acontecia lá na Europa?

Quando os poloneses chegam aqui, em 1871, a cidade é uma vilazinha perdida, mas os alemães já eram senhores por aqui. Desde 1834, havia algumas famílias saxônicas morando onde hoje é o Jardim Schaffer. Estavam ali os Wolf, os Müller. Os primeiros caboclos polacos são colocados no Pilarzinho e se veem confinados num território alemão e português. Não é difícil imaginar que as 21 famílias de polacos que chegaram aqui ouviram que “não tinham bandeira”. Me perguntam: “Ulisses, onde é que você leu isso?” Digo: “Em lugar nenhum. É dedução.”

Uma das estratégias de seu trabalho é destacar os grandes feitos da Polônia como forma de explicar a discriminação pela qual seu povo passou – inclusive em Curitiba. Qual o capítulo que estamos sempre pulando?

Fala-se que o império austro-húngaro invadiu a Polônia por 127 anos. A frase “país sem bandeira” nasce daí. Mas não se diz, com a mesma intensidade, que a democracia que nós vivemos no Ocidente não é originária na Revolução Francesa e que não vem na Convenção da Filadélfia em 1787. Já existia república entre os polacos antes disso. De 1453 a 1795, a Polônia foi a maior nação da Europa. Ia do Mar Báltico ao Mar Negro. Seus vizinhos eram reinos ditatoriais, o da Rússia, da Áustria, da Prússia. A Polônia era um mau exemplo. Friso esse fato, pois é por aí que a se começa a desmontar o preconceito contra os polacos.

Difícil acreditar que houvesse só virtudes?

Claro. A Polônia foi uma nação sanguinária. Havia a famosa “legião polaca”, que despertou grande ódio na região, o que é bem mostrado no filme 1612, de Vladmir Khotinenko, com produção de Nikita Mikhalkov, apontado, inclusive, como um filme antipolaco. Os 127 anos de dominação, a Primeira e a Se­­gunda Guerra, 40 anos de comunismo..., bem, são respostas históricas dos vizinhos que sofreram os 400 anos da carnificina polaca. Os polacos, contudo, fazem de si um povo de martírio. Os defensores da etnia não querem citar como agia a Polônia no seu apogeu. Mas sem passar por esses episódios não há como explicar o preconceito – um preconceito que se deu aqui, em Curitiba.
P.S. O qualificativo do contra utilizado pelo jornalista José Carlos vem da passagem que lhe contei sobre uma das aulas de idioma polaco da Universidade Iaguielônia de Cracóvia, no Castelo do Przegorzały. A profa. Kinga Kozak perguntou aos alunos da minha turma: Vocês sabem o significado da palavra "Polak"?
Meus colegas (dos Estados Unidos, Suécia, Ucrânia, Holanda, França, Alemanha, Espanha, Inglaterra) que como eu ainda estávamos verdes no idioma e que, portanto, pouco entendíamos o que a professora falava em polaco, buscavam responder uma pergunta tão óbvia, ou seja, Polak é quem nasce na Polônia (Polaco para a língua portuguesa, espanhola e italiana, Pole para holandesa, Polish para inglesa, etc.).
Como ninguém conseguia responder corretamente, então a professora, toda irônica e sorridente respondeu: - Do Kontra. ... Epa! espera aí, isso eu entendi.
Do kontra, com exceção do K tinha a mesma pronúncia e o mesmo significado em polaco quanto em português. Meses mais tarde quando todos já dominavam melhor o idioma, foi prossível para nós entender, através dos professores de história, literatura, cinema, folclore, o que aquela ironia da Profa. Kinga significava, ou seja, o Polak é um ser que nunca se entrega, que sempre está Kontra aqueles que quiseram e querem destruí-lo. Polaco do contra é um resistente, não esmorece.. e não um teimoso, turrão no sentido negativo, muito pelo contrário.
P.S.2: Embora em toda a entrevista, em momento algum, eu não tenha pronunciado a palavra "polonês", a edição da entrevista trocou todas as minhas palavras originais, polaco e polaca, para este galicismo discriminatório imposto aos polacos de Curitiba e do Brasil, em 1927. Portanto, que fique bem claro que sou polaco e não polonês... do contra.

Leia mais na Gazeta do Povo

Polacos sulamericanos na II Guerra

Museu do Expedicionário em Curitiba

Lista compilada pelo Adido Militar da Embaixada Polaca no Rio de Janeiro, durante a II Guerra Mundial com brasileiros, argentinos e uruguaios com ascendência polaca e que estiveram nos campos de batalha da Europa.

Os 33 soldados abaixo faleceram lutando
1. Edward Ołdawkoski, da Argentina
2. Stanisław Wyrwas, da Argentina
3. Paweł Gryniewicz, da Argentina
4. Franciszek Bachleda, da Argentina
5. Stanisław Dmyterko, do Brasil
6. Józef Hniłka, da Argentina
7. Lejb Iglewicz, da Argentina
8. Mikołaj Krasniej, do Brasil
9. Marian Krasulak, da Argentina
10. Jan Krajewski, do Uruguai
11. Józef Nowosad, do Brasil
12. Józef Sudoł, da Argentina
13. Józef Siwczuk, da Argentina
14. Antoni Samosiuk, do Paraguai
15. Bazyli Strapko, da Argentina
16. Antoni Ostrowski, do Brasil
17. Edmund Ostrowski, do Brasil
18. Antoni Perlak, da Argentina
19. Feliks Antoni Bluj, do Uruguai
20. Marian Fabian, da Argentina
21. Franciszek Połom, do Brasil
22. Franciszek Kosciewicz, da Argentina
23. Prokop Tarasiuk, não informado
24. Michał Ciunkiewicz, do Brasil
25. Antoni Grzeluk, do Brasil
26. Paweł Kamiński, do Brasil
27. Kazimierz Stelmach, da Argentina
28. Jakub Sliz, da Argentina
29. Józef Lipa, do Brasil
30. Czerniakowski, da Argentina
31. Michał Cytryn, da Argentina
32. Władysław Kosnicki, da Argentina
33. Antoni Stolar, da Argentina

Os 4 próximos soldados desapareceram sem deixar vestígios.
1. Władysław Jaworowski, da Argentina
2. Eugeniusz Kułakowski, do Paraguai
3. Emil Szarlej, da Argentina
4. Piotr Szumejko, da Argentina

Os 9 próximos soldados foram condecorados por ações heróicas
1. Rudolf Dworzak, do Brasil
2. Edward Kobylański, do Brasil
3. Ludwik Korbiński, da Argentina
4. Józef Marciniak, do Brasil
5. Józef Oleksy, da Argentina
6. Wojciech Szostak, da Argentina
7. Michał Skryzński, da Argentina
8. Stefan Ujma, da Argentina
9. Zenon Zimmermann, do Uruguai

sábado, 26 de junho de 2010

Varsóvia: Manhattan europeia

Foto: Rafał Rusinek

A capital polaca aos poucos vai ganhando contornos e silueta das grandes cidades Norte-americanas, como Nova Iorque, Chicago e Boston. O solitário Palácio da Cultura, presente de Józef Stalin, a cada dia que passa vai sendo encoberto por novos edifícios de arquitetura avançadíssima.
Após os bombardeios da II Guerra Mundial, quando Varsóvia foi inteiramente destruída, os polacos reconstruíram sua capital em oito anos, já com uma arquitetura moderna bastante comunista (Brasília, construída posteriormente guarda muito das feições de Varsóvia). Apenas uma pequena área, em torno do Castelo Real, foi reconstruída tal qual era sempre. Conhecida hoje, como Stare Miasto (Cidade Velha), a área restaurada é pequena em relação ao território municipal de Varsóvia.
Justamente nestas áreas "comunistas" é que a cidade se renova a cada dia. Os investimentos pós entrada da União Europeia tem transformado o panorama da cidade. Estes são, até o momento, os dez arranha-céus mais altos de Varsóvia:
1.Palácio da Cultura e Ciências - 237 m
2. Warsaw Trade Tower -208 m
3. Rondo 1 -192 m
4. Hotel Marriott -170 m
5. Warsaw Financial Center - 165 m
6. InterContinental Warszawa - 164 m
7. Oxford Tower - 150 m
8. Intraco I - 138 m
9. TP S.A. Tower - 128 m
10. Łucka City - 120 m

Retorno de Nero a Cracóvia

Foto: Michał Łepecki / Quadro de Jan Matejko: Bitwa pod Racławicami

Com a aproximação do término das obras de restauração do Sukiennice (Casa dos tecidos) - o monumental edifício no centro do Rynek (Praça do Mercado Central de Cracóvia) - as obras do grande pintor Jan Matejko começam a retornar dos museus, onde ficaram expostas durante a restauração da Galeria do edifício cracoviano.
Na foto, funcionários do Museu Nacional desenrolam a grande tela da "Batalha de Racławicki" do pintor dos magnifícos (em tamanho e expressão artística) quadros do pai da pintura polaca. Este quadro estava desde 2007 exposto no Museu Nacional em Poznań. O quadro de Matejko retrata a batalha do general Tadeusz Kościuszko liderando camponeses polacos contra um grande exército de soldados russos em 1792.
Outro quadro que estava em Poznań e retornou a Galeria Nacional Sukiennice é o "Pochodnie Nerona" (As tochas de Nero) de Henryk Siemiradzki.
Os demais quadros permanecem em exposição nos Castelos de Wawel e Niepołomice, até que a Galeria reabra em setembro próximo.