quarta-feira, 11 de maio de 2016

Família polaca hospedará 300 jovens da JMJ

Karolina, Małgorzata, Robert, o padre Kania e Jakub.
Neste terreno que serão montadas as tendas para os peregrinos - Foto: DR

Para a última missa da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, são esperados dois a três milhões de pessoas.

A casa da família Wolski, com dois andares, mais um daqueles sótãos enormes dos países onde os telhados têm de suportar a neve, não destoa das outras de Bolechowice. Sem ser luxuosa, vê-se que pertence a gente desafogada, como muitos dos vizinhos que fugiram da confusão de Cracóvia, com o seu quase um milhão de habitantes, para se instalar aqui no meio do campo, a meia hora de carro da cidade.

Bolechowice está próximo do canto superior esquerdo e a Nordeste de Cracóvia
Muitos são professores, médicos, quadros, "todos bons católicos", explica o padre Michał Kania, de 30 anos, enquanto bate à porta dos Wolski, famosos estes dias por se terem oferecido para acolher 300 jovens que em final de julho virão participar na Jornada Mundial da Juventude e ver o Papa Francisco.

É Robert, o pai, que aparece. Dá as boas-vindas e chama a mulher e a filha para serem apresentadas ao grupo de jornalistas que querem saber como se tem coragem para acolher tanta gente de fora durante uma semana. Entretanto, o padre já tinha explicado que a casa da família não era um palácio com centenas de quartos e que seria no quintal que os peregrinos seriam instalados "com muito carinho".

Robert Wolski, que tem 41 anos e é dono de uma empresa de construção, aponta para o meio hectare de grama onde serão instaladas as 30 tendas para dez pessoas cada. "São emprestadas pelos militares, sem qualquer custo, que também virão cá montá-las e desmontá-las", diz Robert.

Fundos da Paróquia

Fala só em idioma polaco, e é preciso tradução, o que torna ainda mais surpreendente este desejo de ser anfitrião de um grupo que virá da Alemanha e da Áustria. "Com boa vontade, muito esforço e a ajuda de Deus conseguimos tudo", afirma este homem que, como o próprio contou, chegou a ser bombeiro, teve um problema de alcoolismo e estava a deixar a vida afundar-se quando em 2005, sabendo do sofrimento dos últimos dias de João Paulo II, tomou a decisão de nunca mais tocar em álcool. "Até hoje", garante, tendo ao lado Małgorzata (pronuncia-se maugójata, de 40 anos, com quem está casado há 20 mas que conhece desde sempre. "Íamos à escola juntos", explica.

Área que vai abrigar as barracas
A filha Karolina tem 14 anos e fala razoavelmente inglês. Também sabe um pouco de alemão, o que será útil quando chegarem os convidados da família. "Estou a esforçar-me por melhorar o meu alemão", diz Karolina.
O irmão Jakub, de 19 anos, chega, vem de terno e gravata porque, explica o pai, "é o motorista não oficial da paróquia" e acabou de conduzir dois noivos da igreja até casa. "É também o nosso fotógrafo", acrescenta a rir-se o padre Kania. Quanto à paciência da vizinhança? "Não há problema", asseguram os Wolski: de um lado "são primos", do outro lado "muito boas pessoas".

A Jornada Mundial da Juventude decorrerá entre 26 e 31 de julho. O Papa chegará a Cracóvia na quarta-feira, dia 27, e terá um programa intenso, com encontro com as autoridades no Castelo de Wawel, várias missas até à última, domingo, onde se prevê dois a três milhões de pessoas.
Francisco irá ainda a Auschwitz, campo de concentração e extermínio alemão nazista que foi também visitado pelos antecessores imediatos, o polaco João Paulo II e o alemão Bento XVI.
E, claro, como sublinhou o cardeal Stanisław Dziwisz, que foi secretário pessoal de João Paulo II, o Papa "irá a Częstochowa" (pronuncia-se Tchentorróva), onde desde a Idade Média se venera a Madona Negra.
Com cinco milhões de visitantes anuais, é uma espécie de Fátima da Polônia, país de forte tradição católica, com um presidente assíduo na missa e uma primeira-ministra com um filho quase padre.

Portão "Brama" do Vale de Bolechowice
Até este momento, há 300 mil inscrições para a Jornada Mundial da Juventude, com os maiores grupos estrangeiros a virem de Itália e de França. "Venham. A Polônia é um país seguro, hospitaleiro e amigável", desafia o cardeal de Cracóvia.

SEGURANÇA GARANTIDA
E sobre as questões de segurança, que vão obrigar a um controlo das fronteiras de 2 de julho a 2 de agosto, o governador da região de Małopolska tem um discurso tranquilizador. "Sobre segurança, falamos o menos possível e fazemos o máximo possível. Queremos dizer aos jovens que se devem sentir bem aqui, que são bem-vindos, que podem vir estar com o Papa. À nossa maneira, discreta, vamos garantir que nada de mal acontece", disse Józef Pilch, num encontro em Cracóvia.
Além da visita do Papa, julho será o mês em que a capital polaca, Varsóvia, acolhe a Reunião de Cúpula da OTAN, com a vinda de muitos estadistas, incluindo o americano Barack Obama.

O logotipo desta Jornada já está por todo lado em Cracóvia. Será a segunda vez para o Papa argentino, depois do Rio de Janeiro, em 2013.
Robert Wolski está ansioso por ver o Papa. Terá várias oportunidades. O altar a ser montado num parque de Cracóvia para a última missa tem 11 metros de altura e o Papa será visível a dois quilômetros.

"Francisco é latino e João Paulo II era eslavo, mas não acho que sejam assim tão diferentes. Ambos insistem na misericórdia", comenta o antigo bombeiro, insistindo para os jornalistas ficarem para jantar. Ao entrar em casa, sublinha que alguns dos jovens vão ficar lá, pelo que na verdade até serão um pouco mais de 300, os convidados da família.

Graças à experiência de empresário, Robert arranjou quem fornecesse as refeições, com Małgorzata a supervisionar. Também estão garantidas as casas de banho móveis e uma zona de duchas para banho. Mas se os Wolski dão nas vistas por receberem tanta gente, há uma outra habitante de Bolechowice que também se destaca por receber um bispo. "É o francês Olivier de Germay, bispo de Ajaccio", revela o padre Kania.

Texto: Leonídio Paulo Ferreira 
Jornal "Diário de Notícias", Lisboa

sexta-feira, 6 de maio de 2016

As valas comuns de Adampol, na Polônia

Foto: Natalie Keyssar/The New York Times - o jovem Jan Pomeranc
Durante a infância de Michael Pomeranc em meados dos anos 60 no bairro de Rego Park, no distrito de Queens, seus pais e os amigos deles passavam incontáveis noites discutindo suas terríveis experiências na Segunda Guerra Mundial. Todos eram sobreviventes do Holocausto e Pomeranc os via com frequência fumando sem parar e chorando até tarde da noite. A ausência de qualquer coisa tangível em suas histórias era o que mais o atormentava.

Michael Pomeranc
"Não conseguir entender para onde todos foram foi muito, muito traumatizante", disse recentemente Pomeranc, 58 anos, um hoteleiro proeminente de Nova York, sentado no lobby de seu hotel, o Sixty SoHo. "O que aconteceu com os cemitérios dos meus bisavós? Onde estão meus avós e minhas tinhas? É possível ir lá? É possível ver algo? Era como se estivessem conversando em um abismo."

Sixty Soho Hotel
A família Pomeranc é conhecida nos círculos imobiliários de Nova York. Jan Pomeranc chegou aos Estados Unidos depois da guerra e fez fortuna construindo imóveis residenciais e hotéis próximos do aeroporto, principalmente em Nova Jersey. Atualmente com 88 anos, ele ainda segue com frequência de seu apartamento na Quinta Avenida até seu escritório em Fort Lee. Seus filhos, Larry, Michael e Jason, o mais jovem e uma presença frequente nas páginas de moda, construíram uma rede nacional de hotéis-butique que atraem celebridades.

Mas o passado sempre esteve com eles, particularmente com Michael, que passou quase três décadas trabalhando para descobrir o destino de seus parentes assassinados, vistos pela última vez em Adampol, uma cidade rural polaca próxima de Bielorrússia. Nos anos 90, ele começou a analisar registros históricos e a rastrear pistas pela Europa. Mas foi apenas neste ano, quando Caroline Sturdy Colls, uma arqueóloga forense contratada por ele, concluiu três anos de pesquisa, que seus esforços o levaram de volta a Adampol.

Caroline Sturdy Colls
Em janeiro, Sturdy Colls, uma professora associada de arqueologia forense e investigação de genocídio da Universidade de Staffordshire, na Inglaterra, publicou a primeira investigação plena de Adampol. Segundo as descobertas dela, até 1.000 polacos de origem judeus vítimas do Holocausto estão enterrados ali em valas comuns, sob terras agrícolas, bosques, lixão e um campo de tiro. Graças a Pomeranc, agora esforços estão em andamento para o erguimento de um monumento e tombamento do local.

"Adampol é significativa", disse Paul Shapiro, diretor do Centro Jack, Joseph e Morton Mandel para Estudos Avançados do Holocausto, no Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington. "Realmente saber, e não imaginar, onde se encontram esses lugares é importante. E é claro que isso gera a pergunta: assim que sabemos, o que o mundo fará a respeito?"

Nos últimos anos, pesquisadores descobriram uma vasta rede de mais de 42 mil campos e guetos nazistas relativamente desconhecidos, muitos dos quais ficavam atrás da Cortina de Ferro ou tiveram poucas testemunhas sobreviventes que pudessem contar suas histórias. A maioria dos locais permanece não marcada, abandonada e mal documentada. As tentativas de marcar essas áreas estão aumentando e são com frequência controversas.

"A verdade é que hoje, em alguma cidade pequena, alguém decide construir um supermercado e quando começa a cavar, encontra restos mortais", disse Shapiro. "A menos que algo seja feito, existe a perspectiva de restos mortais de vítimas do Holocausto ficarem simplesmente espalhados pelo continente europeu com, no final, alguma construção sobre eles."

A preservação de uma área como memorial pode ser um processo complexo que exige a cooperação das autoridades locais e do governo polaco. O rabino chefe da Polônia, Michael Schudrich, que também precisa aprovar, está no momento analisando as descobertas em Adampol.
Adampol não tem importância apenas para a família Pomeranc. Sobreviventes se estabeleceram em vários países, incluindo o Reino Unido, Canadá e Israel, e muitos desde então voltaram a ter contato via Facebook e outros canais online.

"Adampol foi uma catástrofe horrível, mas da qual ninguém ouviu falar", disse Helen Maryles Shankman, que vive em Teaneck, Nova Jersey.

Adampol possuía uma propriedade rural de um magnata polaco, que foi convertida durante a guerra em um campo de trabalho escravo. Os polacos de origem judaica trabalhavam os campos da propriedade e dormiam nos celeiros e estábulos.

No início, os polacos-judeus das áreas ao redor seguiram para Adampol, movidos pela noção equivocada de que era mais segura do que permanecer nas cidades e guetos, onde as execuções e deportação para o campo de extermínio de Sóbibor eram cada vez mais comuns. Como muitos outras, a família Pomeranc, incluindo Jan (Jack nos EUA), seus pais e cinco de seus irmãos, buscaram refúgio lá (uma irmã mais velha, Chaja, tinha fugido antes para Bielorrússia).

Palácio Myśliwski do magnata Konstant Zamoyski nos arredores de Adampol
Adampol revelou não ser o refúgio que a família Pomeranc esperava. As condições no campo eram inegavelmente duras, com horas intermináveis de trabalho braçal e rações magras. A ameaça constante de fuzilamentos em massa era o mais assustador. "Tínhamos medo a cada minuto de cada dia", disse Jan Pomeranc. "Em intervalos de poucos meses ocorriam fuzilamentos. Nunca sabíamos quando. Eles apareciam de repente e todos tentavam fugir e se esconder. Tínhamos sorte da floresta ficar próxima."

Para fornecer um pouco de conforto ao seu pai e algum encerramento para si mesmo, Pomeranc decidiu descobrir o máximo que podia sobre a família. Ele pesquisou certidões de nascimento, documentos escolares e outros documentos pessoais. Ele contratou pesquisadores para entrevistar os moradores de Adampol e vilarejos onde sua família viveu antes da guerra. Ele ofereceu recompensas (sem que se fizesse perguntas) caso itens que antes pertencentes a polacos-judeus fossem devolvidos. Ele conseguiu encontrar algumas poucas fotografias, mas nada mais.

Então Pomeranc contratou Sturdy Colls, que realizou uma pesquisa semelhante em Treblinka, outro campo de extermínio nazista na Polônia. Como a lei judaica proíbe que os mortos sejam perturbados, escavações arqueológicas em sítios do Holocausto não são possíveis. Em vez disso, ela analisou milhares de páginas de julgamentos pós-guerra, depoimentos de testemunhas e documentos do governo, revelando histórias da vida no campo e os assassinatos que ocorreram lá.

Ela visitou Adampol, na esperança que encontrar evidência a olho nu e foi bem-sucedida. "Ao lado de um dos prédios alguém abriu um buraco para um cano de escoamento e havia ali no solo fragmentos de ossos queimados que eram fáceis de ver, assim como era possível ver que havia ossos adicionais, de forma que provavelmente foram espalhados", ela disse.

Sturdy Colls também empregou tecnologias avançadas como detecção e medição de distância por luz, ou Lidar, que dispara pulsos de raio laser de sensores montados em uma aeronave ou satélite para medir a altura da superfície, produzindo mapas tridimensionais detalhados. Ela descobriu várias grandes depressões indicando valas comuns e uma área onde as sepulturas estavam perfeitamente alinhadas em fileiras. "Acho que pode haver na região entre 800 e 1.000 valas comuns, talvez mais", ela disse.

Apesar de Sturdy Colls ter concluído seu relatório, Pomeranc gostaria que ela voltasse a Adampol para descobrir provas mais definitivas das valas comuns. Mas primeiro precisam obter aprovação de Schudrich.

"As pessoas perguntam, porque revolver tanto esse passado?" disse Pomeranc. "A verdade é que nunca deixamos o passado. Nunca conseguimos deixar totalmente para trás os campos de extermínio, os partidários e as florestas."


The New York Times
Julie Satow
Nova York (EUA)
tradução:George El Khouri Andolfato

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Palavras polacas 1


Pronúncia das palavras:

Koszulka = cóchulca
Sukienka = çuquienca
Spódnica = spudtssa
Buty = bu
Adidasy = adissê
Krawat = crávat
Szorty = chórtê
Spodnie = sdnié
Dżinsy = djinsê
Płaszcz = puáchtch
Szalik = chálik
Koszula = cóchúla
Kapelusz = cáluch
Skarpety = scár
Rękawiczki = rencávitchqui
Czapka = tchápca
Żakiet = jaquiét
Marinarka = márinár
Skafander kosmiczny = scáfander cósmitchnê
Sweter = stér

Sílaba tônica
As sílabas sublinhadas acima, na pronúncia, são as fortes, tônicas e os acentos é para indicar que são vogais abertas (agudo) e fechadas (circunflexo). A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto, a sílaba forte é a penúltima. Excessão feita às palavras de origem latina, ou estrangeirismos.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Vida de Karol Wojtyła vira musical de teatro


A Polônia renderá uma nova homenagem a seu compatriota, o Santo Papa João Paulo II, com o musical "Karol", em que narra a vida do pontífice convertido em santo contada ao ritmo do pop, rock e jazz.

Michał Kaczmarczyk
"Foi assistindo, em Paris, '1789: Les Amants de la Bastille' (1789: Os Amantes da Bastilha), que tive a ideia de criar uma comédia musical sobre a vida de Karol Wojtyła", explicou o autor do roteiro e das canções, Michał Kaczmarczyk.

O espetáculo, que deverá ser leve e bem-humorado, relembrará momentos da vida de Wojtyła. (pronuncia-se voiteúa) Durante a apresentação, os espectadores poderão ver um Karol adolescente com camisa e roupas de banho depois de sair de seu caiaque.

O musical também recordará anedotas, como quando, já sendo papa, um prelado italiano que não dominava a língua polaca lhe perguntou "como vai o cachorrinho?" no lugar de "como vai o papa?", e foi respondido com um "au au".

Jacek Kawalec
Mas também há momentos solenes. Uma canção inspirada em um poema de João Paulo II conta suas dúvidas sobre a difícil missão que sente ter sido designada por Deus; "Pedi uma gota, recebi o Atlântico", canta o ator polaco Jacek Kawalec, que interpreta o pontífice.

Kawalec nasceu em Varsóvia, tem 54 anos de idade e é casado com Joanna. Seus filhos são Kajetan e Kalina.
Formou-se ator na Universidade do Cinema de Łódź (pronuncia-se úudji), a mesma onde graduaram os cineastas Roman Polański, Andrzej Wajda, Krzysztof Kieślowski, Krzysztof Zanussi, Agnieszka Holland e o diretor de fotografia Piotr Sobociński. Kawalec já atuou em 11 longas-metragem como ator principal, 4 peças teatrais e participações em outros 50 filmes de cinema e vídeo.

Krzysztof Korwin-Piotrowski

A preparação vocal será de Katarzyna Piasecka e direção musical de Krzysztof Korwin-Piotrowski, que nasceu em 24 de novembro de 1968 em Dębica.
Ele é também diretor de cinema e roteirista, além de jornalista e diretor nos Estúdios da TVP em Katowice, desde 1992.
Durante nove anos, teve seu próprio programa, o Teatromania.


Já estão escalados para o musical Anna Wyszkoni, Wojciech Cugowski, Piotr Cugowski, Agata Nizińska (no papel da mãe de Karol) Konrad Bilski e Filip Siejka. 

Até o momento, 500 entradas já estão reservadas para o espetáculo que estreará em 25 de fevereiro de 2017, segundo seus promotores, no espaço da Tauron Arena, na Cracóvia.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

3 ex-presidentes clamam por democracia na Polônia

Wałęsa, Komorowski e Kwaśniewski
Três ex-presidentes polacos lançaram um ataque frontal contra o partido de extrema-direita no poder e fizeram um apelo a todos os polacos para que defendam a democracia, em um documento publicado nesta segunda-feira.

Lech Wałęsa, Aleksander Kwaśniewski, Bronisław Komorowski e outras sete personalidades, entre elas antigos líderes do sindicato Solidariedade, acusam o partido Direito e Justiça (PiS) de Jarosław Kaczynski de "destruir a ordem constitucional e paralisar o trabalho do Tribunal Constitucional".

Além disso, afirmam que "os responsáveis pelas violações da Constituição pagarão as consequências", segundo um texto publicado na primeira página do jornal Gazeta Wyborcza.

"As declarações e as ações antieuropeias e xenofóbicas dos dirigentes atuais minam a coesão da União e servem aos interesses da Rússia imperialista", segundo os signatários do apelo.

Declaram que apreciam a atitude da comunidade euro-atlântica e da União Europeia, cujas "discussões, resoluções, opiniões e recomendações não são uma "ingerência nos assuntos internos da Polônia", mas traduzem um problema justificado em relação à situação de nosso Estado e os direitos dos cidadãos".

Apoiam "a posição digna e responsável dos juízes do Tribunal Constitucional" e do Comitê de Defesa da Democracia (KOD), um movimento criado como oposição às controversas reformas iniciadas pelo PiS.

Os signatários deste apelo diferem na avaliação de muitos problemas polacos, mas nós compartilhamos uma crença comum de que um pré-requisito para qualquer mudança razoável é manter a democracia na Polônia:

Lech Wałęsa, presidente da Polônia em 1990-1995
Aleksander Kwaśniewski, presidente da Polônia em 1995-2000 e 2000-2005
Bronisław Komorowski, presidente da Polônia em 2010-2015
Włodzimierz Cimoszewicz, primeiro-ministro polaco, em 1996-1997, ministro das Relações Exteriores, 2001-2005
Andrzej Olechowski, ministro das Relações Exteriores em 1993-1995
Radosław Sikorski, ministro das Relações Exteriores nos anos 2007-2014
Ryszard Bugaj, ativista e especialista do "Solidariedade",
Władysław Frasyniuk, líder do "Solidariedade" preso político,
Bogdan Lis, líder do "Solidariedade" preso político
Jerzy Stępień, líder do "Solidariedade", presidente do Tribunal Constitucional, em 2006-2008.

primeira página de 25 de abril de 2016