sábado, 22 de dezembro de 2007

Fronteiras serradas

Cancelas de fronteiras serradas em Zittau por Angela Merkel da Alemanha, Mirka Topolanka da República Tcheca e Donald Tusk da Polônia sob os olhares dos portugueses José Manuel Baroso e José Sócrates.Foto: Maciej Swierczynski / AG

A abertura das fronteiras terrestres em mais nove países da União Européia, ocorrida a zero hora desta sexta-feira continua a ser comemorado na Europa. Os jornais dos 24 países integrantes trazem em suas primeiras páginas o principal evento organizado para comemorar a Europa sem portas. A cerimônia foi presidida pelos dois principais dirigentes da União Européia, neste momento, que coincidentemente são portugueses. Como presidente de turno da União Européia, o atual primeiro-ministro português José Sócrates, junto ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro de Portugal José Durão Barroso, ambos de Portugal, estiveram ontem em Zittau, pequena cidade entre as três fronteiras entre Alemanha, Polônia e República Tcheca.
José Sócrates sublinhou que viver num continente como a Europa significa ter "uma liberdade livre". Já a anfitriã, chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "esta é uma liberdade de intercâmbio com os outros e, para os mais velhos, é uma alegria ver que os novos conhecem uma realidade europeia que eles não conheceram". A líder alemã, oriunda da antiga Alemanha comunista, estava também com suas palavras fazendo referência aos anos em que a Europa esteve dividida pelo Muro de Berlim. Já o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, assinalou que a Europa não deve ser vista "como uma construção apenas para os diplomatas mas também para os cidadãos".
Interessante é acompanhar a cobertura de jornais portugueses nestes eventos que vem se repetindo na Europa. Sempre há um comentário, ou uma expressão a lembrar que Portugal fica na Europa e que o idioma de Portugal parece ser propriedade apenas dos portugueses. Como neste parágrafo adiante, onde o enviado especial do jornal Diário de Notícias de Lisboa, faz questão de frizar que o tcheco fala português com sotaque brasileiro:
"É bom ter fronteiras abertas, mas tenho medo", confessa Magdalena Dzialoszynski, tradutora de 27 anos que, apesar de polaca, vive na localidade alemã de Zittau. Zdenek Grmela, estudante checo de 25 anos, que fala português com sotaque do Brasil, diz, porém, que estes receios são maiores entre os alemães. "Este dia é mais um símbolo, mas passar a fronteira será mais fácil, o turismo vai melhorar".
São frases como estas que permitem entender o porquê Portugal insiste em postergar o acordo ortográfico dos países integrantes da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ao que tudo indica os portugueses não aceitam o modo de falar dos brasileiros, angolanos, moçambicanos, caboverdianos e os outros 3 países lusófonos.
Receio do sotaque brasileiro
As universidades polacas parecem atentas a esta questão. Algo mudou desde que a Polônia entrou para a União Européia. Uma delas é o ensino do português. Não é de hoje que as universidades da Polônia oferecem cursos de idioma português. A proximidade com o Brasil, em função da forte imigração polaca ocorrida nos séculos 19 e 20 para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das telenovelas brasileiras, transpareceu sempre na escolha dos professores para ensinar o idioma falado no Brasil. Desde primeiro de maio de 2004, data da entrada da Polônia na União Européia, os professores que falavam com sotaque brasileiro foram sendo progressivamente substituidos por jovens universitários portugueses. As universidades polacas estão trocando professores brasileiros por estudantes portugueses nas aulas de idioma português. E foi assim que o prof. Evandro Ouriques da UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro se deparou com o sotaque do Alentejo na platéia da Universidade Jagiellonski de Cracóvia, nesta semana, quando esteve fazendo palestra para estudantes polacos de idioma português. Além da importância do tema, o que se percebeu foi uma dissintonia no ar, com muitos não entendendo palavras ditas pelo professor brasileiro. O "ruído" na comunicação foi em parte causado pelo sotaque brasileiro. Sotaque que era comum 4 anos atrás, mas que hoje é apenas uma lembrança. As polacas agora falam "cantadinho" e "chiando" Brasile com L e E no final. Ouriques, um doutor em comunicação e linguagem, não entrou na questão, mas sintomaticamente começou sua palestra dizendo que era muito bom ser entendido num idioma que é falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo 183 milhões apenas no Brasil.
Não passa despercebida esta idiossincrasia portuguesa na Polônia, país que oferece bolsas para estudantes e professores brasileiros descendentes de polacos aprenderem polaco e por outro lado contrata estudantes portugueses para ensinar os polacos a falar português com sotaque do Alentejo, como a agradar os habitantes das magens do Tejo.
Portas semi-abertas
A Polônia, ao mesmo tempo que se integra a Europa, fecha suas fronteiras a Leste. O trecho mais longo de fronteira da União Européia fica justamente na Polônia. São 1.176 quilômetros de fronteira terrestre. Uma linha divisória que será vigiada por 10.000 funcionários, com ajuda de 1.300 veículos destinados a patrulhar imigrantes vindos da Bielorrússia e da Ucrânia. Desde o fim do sistema comunista, a fronteira oriental de Polônia é o passagem para imigrantes da ex-URSS e de países asiáticos, como China, Bangladesh e Paquistão.

Desejo - życzenie


Święta, Święta i po Świętach,
nikt już o nich nie pamięta,
bo Sylwester już za pasem,
bawmy ostro się w tym czasie.


tradução livre: festa, festa e depois das festas, jamais se lembre delas, porque o reveillon já bate à porta, briquemos muito nesta época.

Bicicleta em Bielsku

Foto: Ulisses Iarochinski

Bar da Bicicleta em Bielsko Biała. Depois de uma caminhada em direção ao Parque ao pé das montanhas, faz-se uma paradinha para um "herbata góralski" (rerbata guraksqui - chá montanhês). Chá preto com açucar e vodca. É para ajudar no aquecimento dos pés. Bielsko Biała é um dos mais antigos centros automobilístcos no Sul da Polônia. Cidade próxima a fronteira com a Eslováquia e a Tcheca, na voivodia da Silésia, é a sede da FIAT italiana na Polônia.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Diminuem as fronteiras

Foto: Tomasz Lam
A TVP3 - Televisão polaca canal 3 - acompanhou, ao vivo, com vários repórteres, nesta noite a queda das fronteiras da Polônia com 4 países vizinhos e com quase todos os demais integrantes da União Européia. A meia-noite houve queima de fogos de artifícios em Cieczyn, na fronteira com a República Tcheca, bem como em várias outros postos de fronteira com a Alemanha, Lituânia, Eslováquia e República Tcheca. Acabam-se assim as longas filas nas estradas e pontes que levam mercadorias e pessoas de um canto a outro do velho continente. Por outro lado, a Polônia se converte no último bastião da Europa Unida no Leste. Os controles de fronteira que deixam de existir no Oeste, Norte e Sul são, ao contrário, a partir de agora muito mais reforçados no Leste, nas fronteiras com a Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. É a entrada em vigor, do Tratado de Schengen, desde a zero hora deste 21 de dezembro de 2007. As comemorações são significativas pois a partir de agora qualquer cidadão polaco pode cruzar a fronteira com seus vizinhos e demais membros da UE sem levar consigo passaporte, ou carteira de identidade. O mesmo vale para o estrangeiro em circulação pela Europa dos 24. Os novos membros Romênia, Chipre e Bulgária ainda não aderiram ao tratado europeu que foi assinado em 1985 na pequena cidade de Luxemburgo, Schengen. Pelo tratado é livre a circulação de cidadãos no território da União Européia. Nos aeroportos, contudo, o controle de passaporte ainda será realizado até 29 de maio de 2008, bem como no portos do Báltico, onde contudo, deverá continuar para a Rússia. Ouvido pelo jornal Gazeta Wyborcza (vibortcha), Lech Wałęsa (lerrrhh vauensa) disse que "Schengen é esperada concretização do sonho, pelo qual lutamos durante o comunismo, é a verdadeira liberdade. Mas temos ainda coisas importantes a fazer. O governo precisa fazer tudo para que antes da Eurocopa 2012 possamos entrar também na zona da moeda única - o Euro. Só assim, nossa luta por uma Europa unida estará concluída." Para os cidadãos bielorrussos o visto para a zona schengen custará 60 euros, enquanto que para russos e ucranianos apenas 35 euro. Paradoxalmente, os bielorrussos são os mais pobres da região e os que mais emigram para a Europa, fugindo da ditadura pró-russa em seu país. Uma lei polaca, permite, entretanto, que aqueles cidadãos destes três países que comprovem origem polaca estão livres do pagamento do visto.
Com os novos sócios, a zona Schengen terá uma população de 404 milhões. As fronteiras exteriores da União Européia terá agora 4.278 quilômetros, as mais extensas são com Bielorrússia 1.264 km, Rússia 1.058 km, Croacia 1.014km.
O Tratado Schengen tem dois objetivos: eliminar os controles nas fronteiras interiores e definição das fronteiras exteriores comuns e o segundo, "medidas compensatórias" para reforçar e aumentar as fronteiras exteriores com a cooperação judicial e policial, instauração de direitos de observação para as policias dos Estados pertencentes a zona. Para controlar as fronteiras que restaram serão investidos mais de 1 bilhão euros.
Em ato simbólico as fronteiras são "serradas" entre a Eslováquia e a Áustria. Foto Sewerin Sołtys.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A condecoração Polonia Restituta

Foto: Ordem da Cruz de Comandante com estrela
A condecoração Polonia Restituta (em polaco: Order Odrodzenia Polski), ou Ordem da Polônia Renascida é uma das mais altas condecorações da Polônia. A condecoração pode ser conferida nos vários campos da educação, ciência, esporte, cultura, artes, economia, defesa do país, trabalho social, serviço civil, ou em razão das boas relações entre as nações. Pode ser concedida, portanto, a civis e militares, bem como a estrangeiros. Esta condecoração é sucessora da Ordem dos Cavaleiros de São Estanislau, Bispo e Mártir, estabelecida pelo último Rei da Comunidade polaco-lituana, para honrar os partidários da Coroa da Polônia. Foi criada em 7 de maio de 1765 e com um númeo fixo de apenas 100 a serem concedidas. Depois das partilhas da Polônia, a condecoração foi recuperada no Ducado de Varsóvia, como meio de obter recursos para o hospital da cidade. Quem fazia as doações recebia um título de nobreza hereditária. Mais tarde, quando a Polônia recuperou sua independência, em 1918, o governo aboliu esta condecoração devido aos abusos cometidos pelos russos, que freqüentemente a usavam para premiar aqueles que contribuiam para a destruição total da Polônia. Assim, a Ordem foi reentroduzida em 4 de fevereiro de 1921 com novas regras e novos propósitos. A Ordem ja teve cinco classes: 1. Grande Cruz - Krzyż Wielki 2. Cruz de Comandante com estrela - Krzyż Komandorski z Gwiazdą 3. Cruz de Comandante -Krzyż Komandorski 4. Cruz de Oficial - Krzyż Oficerski 5. Cruz de Cavalheiros -Krzyż Kawalerski .

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Doda canta "Noite Feliz"

Doda - Dorota Rabczewska canta Cicha Noc (Tchirra nots - noite silenciosa) e até Papai Noel se surpreeende.

Exposição judaico-católica em Cracóvia

Rua de Bożego Ciało no bairro judeu de Cracóvia
Nestes últimos dias de 2007 é possível acompanhar a exposição "Nas sombras das igrejas e sinagogas" com imagens e ícones do bairro Kazimierz, em Cracóvia ao longo de séculos. São mostrados mapas, planos, pinturas e gráficos de museu e de coleções de arquivos públicos e privados que contam muito do planejamento urbano, da arquitetura e dos monumentos históricos de um dos mais bem conservados bairros judeus em toda a Europa. Apesar da evacuação durante a segunda guerra mundial e dos anos dificeis do comunismo, o Kazimierz resiste. A exposição permite entender como a antiga cidade medieval dos judeus nas imediações do Castelo Real de Wawel conviveu com 7 igrejas e 7 sinagogas. Parte da exposição contém fotografias que não só registram uma imagem estática da cidade, mas também sua vida cotidiana, os habitantes e suas ocupações. A interpenetração de dois mundos, de um lado uma procissão São Stanislau em Skalka e celebrações do aniversário de morte de Remu junto com crianças judias que vão para um cheder ao longo da Rua Bożego Ciało (Corpus Christi).

Um dos mais belos castelos

Foto: Ulisses Iarochinski
A água do lago formado para a represa de Czorsztyn, congelou com tanto frio. O lindo castelo medieval esta localizado ainda na voivodia da Małopolska, no munícipio de Nowy Targ. Mas já é praticamente fronteira com a Eslováquia. O rio Dunajca divide a Polônia da Eslováquia e ao percorrer a cadeia de montanhas desenha uma das mais belas paisagens do país.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Torta polaca de queijo - Sernik

Sernik - Talvez o doce, torta, ou sobremesa mais tradicional da Polônia, transplantada para o Sul do Brasil pelos imigrantes, logo ganhou o país inteiro com nome de torta de requeijão. É mais um influência polaca nos costumes do Brasil, que muitos brasileiros nem sabem a origem. Aqui uma receita bastante comum:
Ingredientes













1 kg de requeijão
1 ovo
50 gr de passas
3 colheres de açúcar de baunilha
200-250 gr de açúcar
200 gr de manteiga
2 colheres de sopa de farinha de trigo
essência de baunilha

Modo de fazer

Moer bem a ricota no liqüidificador. Bater as gemas de ovos com o açúcar, adicionar a manteiga, a ricota moída, a essência, farinha de trigo, passas e claras batidas em neve. Colocar em forma pirex untada com manteiga. Assar por uma hora. Colocar açúcar de confeiteiro sobre a massa.

Variedade de danças tipicas polacas

As danças típicas da Polônia estão relacionadas com as regiões de origem. As mais conhecidas são aquelas de Cracóvia, em função de que ali quase sempre foram as cortes e a sede do reino polaco. A seguir apresentamos alguns destes bailados tipicos:
CHODZONY - da região da Silésia, é uma das danças mais antigas da Polônia. Era usada nos palácios e cortes para saldar os nobres da época. CIESZYN - duas danças típicas da Polônia, Polka Spacer, da região de Cieszyn que faz divisa com a República Checa e Masztolka, da região montanhosa de Beskid, dançadas por pastores. WIELKOPOLSKIE - da região de Varsóvia e Poznañ é das mais executadas pelos grupos folclóricos de todo mundo. RZESZÓW - retrata o espírito alegre, próprio do povo do sudeste da Polônia, nas vizinhanças da Ucrânia. É uma dança dinâmica, vigorosa em que os jovens exibem suas habilidades para impressionar seus pares. KOLOMAJKI - dançada somente pelas mulheres, é uma dança das montanhas. SUITA LUBELSKA - composta por: Polka Lubelska - dança de Lublin, com influência da dança russa, principalmente na posição dos braços - Cygan e Mach. KURPIE - dança tradicional desta cidade que é caracterizada por variedades de polcas. KRAKOWIAK - de Cracóvia. Caracterizada pelo passo lateral. É uma dança vibrante e mostra a alegria e orgulho do povo. KRAKOWIACZEK - é uma versão infantil do “Krakowiak”. Rítmica, dançada espontaneamente se constitui em um dos primeiros acessos das crianças polacas à sua rica herança cultural. GÓRAL - agilidade e a resistência dos pastores da região de Podlasie, numa dança ao redor do fogo. POLKA SMIESZKA - dois rapazes que tentam conquistar uma moça, que fica em dúvida entre os dois. Finalmente para não magoá-los, decide-se: fica com os dois.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Papai Noel ladrão


A polícia polaca está procurando um Papai Noel suspeito de assaltar uma loja de doces e balas em Płoty. O suspeito vestindo a indumentária vermelha do velhinho, barba postiça, gorro, entrou na loja com uma máscara do personagem natalino. Segundo uma vendedora, o assaltante Noel foi bastante simpático, mas não deixava dúvidas, já que empunhava um revólver de verdade e depois de levar milhares de złotych, Euro e Dollar fugiu num automóvel. O assalto foi realizado no dia de São Nicolau - dia de entrega de presentes de natal - 6 de dezembro.
P.S. Pelo visto desta vez o Papai Noel preferiu roubar a dar presentes.

Concorrentes ao título de mais festeira

Reveillon 2007 em Cracóvia. Foto: Ulisses Iarochinski
As maiores cidades da Polônia estão concorrendo para o título de melhor organizadora do reveillon. Segundo as emissoras de televisão que co-participam das festas, o volume a ser investido será de 3 a 5 bilhões de złotych. (quase 2 bilhões de dólares).
Ano passado cerca de 100 mil pessoas foram a praça central de Wrocław (vrotssuaf) e mais de 140 mil ao Rynek de Cracóvia para fazerem a contagem regressica para o ano novo. Varsóvia este ano quer tirar a primazia de Cracóvia de ser a mais festeira cidade da Polônia, título conquistado na virada de 2006 para 2007. Varsovianos vão investir sozinhos outros 5 bilhões de złotych para sua festa ao redor do Palácio da Cultura. No palco armado estarão: tatiana Okupnik, Kasia Kowalska, Lady Pank, T. Love, Bracia, Feel, Jet Set e Zygmunt Kukla Orchestra.
Por sua vez, Cracóvia já tem programado um mega-show de mais de 6 horas com artistas, cores e fogos que contará com a presença dos mais populares cantores do país. Já estão convocados: Shakina Stevensa, Lou Bega, Boney M. Bajm, Budka Suflera, Czerwone Gitary, Glecu Orkiestra, Kaszmir, Vox, Urszula e Szymon Wydra. E para depois da meia-noite, um espetáculo especial com Andrzej Lampert e Alicja Wegorzewska-Whiskerd.

4,5 bilhões de Euros para Varsóvia

O Palácio da Cultura ainda é o mais alto edifício, mas por pouco tempo.
A cidade de Varsóvia vai investir 4.5 bilhões de Euros para a Copa Futebol Européia de Seleções - a Euro-2012. De acordo com o jornal "Gazeta Prawda", o metrô vai ganhar uma segunda linha. O custo estimado desta expansão é de 3 bilhões de złotys (mais de 1 bilhão de dólares). O prefeito da cidade Jacek Wojciechowski anunciou que o capital maior a ser investido somente será conhecido em 2008. Mas antecipou que 7 projetos, entre eles a nova linha do metrô e a construção do estádio nacional, atenderão a infraestrutura da cidade, em termos de transportes e comunicação. Mesmo para quem faz uma rápida visita por Varsóvia, não deixa de se surpreender com a quantidade de novos arranha-céus que estão sendo construídos. Nunca a imaginação dos arquitetos polacos teve tanta liberdade. Ao contrário de Cracóvia, que é patrimônio mundial da humanidade pela Unesco (onde não pode ser tocado), Varsóvia, com a sua destruição durante a segunda guerra mundial, permite construir uma cidade do século 21, sem muitas amarras e impecilhos.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A terra dos Iarochinski

Foto: Ulisses Iarochinski
Finalmente encontrei a terra de origem do meu sobrenome. Atualmente se chama Góra Puławska. Mas este nome é recente, desde a segunda guerra mundial, pois sempre se chamou Góra Jarosińska (Montanha iarochinska). Esta localizada no distrito de Jaroszyn, a 2 km do centro da cidade de Puławy, na regiao Centro-Leste da Polônia. A Paróquia Góra Jarosińska, no alto desta colina, existe desde a idade média.

Jaselka em Curitiba

Foto: Alina Prałat Rocha
Neste domingo, no Bosque do Papa, em Curitiba, acontece a Jaselka, em que os "polskiego pochodzenia" da terceira maior cidade polaca do mundo, comemoram o Natal. estará em festa durante todo o dia de hoje. No local, descendentes de poloneses estarão Haverá a encenação de um auto de Natal e shows de música e dança.
No calendário polaco, o Natal é um ciclo de festas que começa no dia de São Nicolau - 6 de dezembro - e termina no dia de Santo Reis - 6 de janeiro. O ponto alto são os dias 24,25 e 26 de dezembro. Na noite de 24 de dezembro a Vigília, começa cedo, logo quando escure e a primeira estrela aparece no céu (nessa época do ano lá pelas 16 horas). Primeiro é feita a confraternização do "Opłatek", onde cada qual reparte a óstia entre si, desejando-se amor e prosperidade. Em seguida se canta as "kolędy”(canções tradicionais de natal) aos pés da "Choinka" (árvore de natal). Em seguinda é servida a ceia com 12 pratos diferentes e sem carne vermelha. No dia 25 é feita um grande café da manhã com carne e embutidos que foram já benzidos por um padre e no dia 26 é comemorado o dia de Santo Estevão - padroeiro dos pedreiros. No Bosque do Papa a festa promete durar o dia todo. Uma quermesse com produtos típicos da culinária polaca, uma apresentação da Banda Lyra, um concerto do Quarteto Krul, apresentação do Grupo Folclórico Wisła e do coral Papa João Paulo II. A promoção dos festejos é da Fundação Cultural, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Missão Católica Polonesa no Brasil, Consulado Geral da Polônia, Braspol e Associação das Entidades Étnicas do Paraná. Jaselka, no Bosque do Papa, Rua Mateus Leme, em Curitiba, das 10 às 19 horas. Entrada franca.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Artistas condecorados com Gloria Artis

foto: Paweł Kula
Irena Santor, Wojciech Młynarski, Jan Ptaszyn Wróblewski, Karol Śliwka e Zbigniew Kurtycz receberam do ministro da cultura Bogdan Zdrojewski a medalha de ouro da cultura Gloria Artis.
As medalhas de prata foram para os atrizes: Grażyna Barszczewska, Ewa Wiśniewska, Barbara Horowianka, Anna Nehrebecka e Witolda Lubiniecki. Os artistas plásticos: Mieczysława Mazuratysta, Jan Piotra Pruszyńsk. Além do músico: Jacek Urbaniaka - oboista e flautista.
As medalhas de bronze para: Zygmunt Brachmański (escultor), Antoni Dąbrowski (poeta), Henryk Komorowska (dançarina), Tadeusz Siaran (artista gráfico), Ferdynand Szypuła (artista gráfico), Władysław Tomczyk (animador cultural), e Adam Zwierz (cantor solista).

Faltam 10 dias pro Natal

Ainda faltam 10 dias para a comemoração do Natal de Jesus Cristo, ou seja, para a data fixada pelo Vaticano como aniversário do filho de José e Maria. No Brasil, há mais de cem anos, a comemoração de natal incorporou o Papai Noel e a entrega de presentes. Na Polônia, o 25 de dezembro é somente o aniversário de Jesus, pois a entrega de presentes e o Papai Noel são comemorados no dia 06 de dezembro, dia de São Nicolau - o santo amigo das crianças e dos pobres - também conhecido como o Papai do Natal, ou o Papai Noel. O Natal em 25 de Dezembro foi convencionado como forma afrontar a celebração pagã do mês de Dezembro, chamada na Roma Antiga de Saturnalia. Para que o aniversário de Cristo pudesse ser aceito por todos, a igreja absorveu alguns dos rituais pagãos, como as velas e trocas de presentes. E, como nunca se conseguiu determinar com exatidão a data do nascimento de Cristo, foi aproveitado o mês de celebração dos pagãos, dezembro. Isto aconteceu em no ano de 350 DC, quando o Bispo de Roma, Julius I, determinou que o Natal passasse a ser celebrado a 25 de Dezembro.
Assim a comemoração do aniversário de Jesus começa com a ceia de Natal no dia 24 de Dezembro quando surge no céu a primeira estrela. A família se reúne à mesa enfeitada. O momento culminante da reunião é o “Opłatek’’. É o momento da aproximação dos afastados física- e espiritualmente, e, portanto, é o momento de perdoar e perdoar todos os pecados, pois não se pode ficar próximo de alguém, perante a história, com desavenças no coração. O "Opłatek" consiste na troca da óstia não consagrada entre os participantes da ceia. Cada um quebra um pedaço da óstia do outro, faz um desejo e come. Em seguida oferece a sua óstia para que o outro faça o mesmo. Em seguida todos cantam as tradicionais músicas de Natal como "o menino Jeus", "Cicha Noc - Noite Feliz", entre outras. Só depois se sentam. Na ceia não se come carne vermelha. Mas apenas peixes, acompanhados de vinho branco, sopa de cogumelos, pão, doces de mel e torta de sementes de papola. São servidos 12 pratos diferentes, em referência aos 12 apóstolos da Santa Ceia. Quando chega a meia noite, todos saem para ir assistir à missa do galo. Voltam para a casa para dormir. Ao se levantarem na manhã de 25 de Dezembro, não há distribuição de presentes, pois estes já foram dados no dia de São Nicolau, em 6 de dezembro. Assim o café da manhã é marcado, principalmente, pela permissão de se voltar a comer carne vermelha, linguiças, salames e presuntos. Esta é a refeição mais festiva do dia. Na Polônia, o presépio e árvore enfeitada trazem a memória a verdadeira conciliação com Deus. Em Portugal, Espanha e países hispano-americanos, a entrega dos presentes é feita apenas no dia 6 de janeiro, dia de Santo Reis, ou dia dos Reis Magos, efetivamente quem deu os presentes ao menino Jesus.
A estrela, conta o evangelho, os precedia e parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mt 2, 10). "Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: Ouro, Incenso e Mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representa a realeza (além providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobre ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19: 39 e 40), sendo que estudos no Sudário de Turim encontraram estes produtos."Entrando na casa, viram o menino (Jesus), com Maria sua mãe. Prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra." (Mt 2, 11).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Não violência em Cracóvia

Nesta segunda-feira, dia 17 de dezembro, estará dando uma aula, na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Jaguielônia de Cracóvia o professor brasileiro Dr. Evandro Vieira Ouriques, da UFRJ do Rio de Janeiro. O tema de sua aula será "O Desafio do Resgate do Substrato Indo da Cultura Lusófona e a perspectiva do vigor da não-violência. A aula é aberta não só aos estudantes polacos de línguas latinas, mas à toda comunidade, na sala 202, na ulica Krupnicza, nr. 2, às 13. 15 horas. A promoção do evento é de responsabilidade do Prof.dr hab Jerzy Brzozowski, chefe de departamento no Instytut Filologii Romańskiej UJ. Brzozowski foi cônsul da República da Polônia, em Curitiba, nos anos 90. Naquele período chegou a editar um livro raro "Quatro poetas poloneses" com Czeslaw Milosz, Tadeusz Rózewicz, Wislawa Szymborska e Zbigniew Herbert, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. O livro foi organizado por Henryk Siewierski e José Santiago Naud.

Evandro Vieira Ouriques
Segundo o portal Consciência.net são 40 anos de ação e pesquisa na área da Comunicação e da não-violência. Ouriques é Doutor em Comunicação e Cultura pelo NETCCON.ECO.UFRJ, cientista político, jornalista, terapeuta e escritor, dedica-se à relação entre Comunicação, Poder e Paz, através de método próprio, pelo qual liberdade e vinculação social se tornam possíveis.
Dirige o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência/Escola de Comunicação/UFRJ, que criou em 1981. É especialista nas relações entre Ética e Estética, Utopia e Economia Psíquica Pós-moderna e na Construção de Estados Mentais Não-violentos. Atua na área como professor, pesquisador e consultor, tanto da ONU quanto de comunidades carentes. Tem 18 livros e catálogos publicados, além de muitos artigos no Brasil e no Exterior.
Transdisciplinar, trabalhou em muitas comunidades diferentes: jornalistas, intelectuais, artistas, fotógrafos, acadêmicos, políticos, servidores públicos, ongueiros, yogues, líderes religiosos e indígenas. Trabalhou em jornais de esquerda e populares durante a década de 70 e 80; atuou como ponte entre a Academia (UFRJ) e o Executivo Cultural (Ministério da Cultura), de 1980 a 1998: coordenou o Projeto Visualidade Brasileira (a dimensão estética brasileira) e o Programa Integrado Clarival do Prado Valadares (formação e dinamização de acervos documentais de arte no Brasil), do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte;
Foi curador e designer de exposições do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, onde montou, por exemplo, a primeira exposição de Sebastião Salgado no Brasil, em 82; e coordenador do Belas Artes Memória (Núcleo de Documentação e Pesquisa) e do Projeto Origens da Cultura Brasileira, do Museu Nacional de Belas Artes, no qual também atuou como curador. Foi o presidente da Mesa Criadora do Sindicato dos Profissionais de Yoga do Estado do Rio de Janeiro e o consultor de articulação e conteúdo da Assembléia Global da United Religions Initiative-2002. É membro do Conselho Consultivo do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC/SP e Professor Adjunto da UFRJ, desde 1978. O professor mantém um blog, que pode ser acessado em:

Birkenau em dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski
Birkenau foi o maior campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Distante 3 km de Auschwitz, está localizado no munícipio de Brzezinka, cidade a 65 km de Cracóvia. Birkenau é a tradução alemã para Brzezinka... os alemães em todas as invasões que fizeram no território da Polônia sempre tiveram o mau costume de traduzir tudo, nome de cidade, de rua, de rio, de montanha, de pessoas. Von Bismarck bem antes de Hitler já queria aniquilar o povo polaco. Ou seja, isto não foi apenas uma característica dos nazistas, mas dos alemães e prussos de uma maneira geral. Negar, ou reinterpretar o passado é uma forma de eximir-se de culpa. A geração atual é fruto das gerações anteriores e isso não existe lei que prove o contrário. Apenas o perdão permite. Na foto, o portão principal e o terminal ferroviário onde prisioneiros de todos os países da Europa chegavam. A poucos metros dos trilhos estavam duas câmaras de gás e dois crematórios. Era feita, então uma seleção aleatória: trabalho forçado ou morte.
O nome Brzezinka foi dado em 1385 e deriva da árvore do vidoeiro bastante abudante na região. De 1440 a 1483 Brzezinka foi propriedade de Jan Brzeziński.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Alemão reconhece pai nazista

Foto: Arquivo Museu Nacional Auschwitz-Birkenau

Chocante é a expressão que pode traduzir a visita de um turista alemão a Auschwitz neste fim de semana. Um morador de 65 anos de Düsseldorf, reconheceu numa das fotos seu pai no soldado nazista que controlava a entrada dos prisioneiros judeus recém-chegados ao campo de concentração de Auschwitz. "A princípio ele pensava que poderia encontrar em fotos alguém da família, mas nunca como um soldado nazista", disse ao jornal "Gazeta Wyborcza", o funcionário do Museu, Jacek Lech, a respeito do turista que ele atendeu. A fotografia foi feita no próprio campo, em 1944. Na fotografia se observa o transporte de judeus húngaros na plataforma de trens em Birkenau. O oficial da SS seleciona os que vão para a câmara de gás. "Este jovem de uniforme SS é meu pai", confirmou o turista alemão. A fotografia faz parte do álbum de sobrevivente Lili Jacob, húngara judia que tinha 18 anos e perdeu toda sua família em Auschwitz. O turista contou que nasceu em Berlim em 1942 e que sua mãe falava no seu pai como sanitarista que ajudava os doentes nos campos de concentração. Ao encerrar a guerra ele ficou preso durante dois anos pelas forças inglesas. Liberto, em seguida, tornou-se pastor protestante e acabou morrendo em 1988. Infelizmente o funcionário do museu não anotou o nome do turista nem seu endereço na Alemanha.

Tusk visita Berlim

Foto: Wojciech Surdziel / AG
A visita oficial a Alemanha do primeiro-ministro polaco Donald Tusk, nesta terça-feira, marcou um novo relacionamento entre os dois chefes de governo e os dois países. Tusk e Merkel estavam mais sorridentes do que nos encontros anteriores de Angela Merkel com o ex-primeiro ministro Jarosław Kaczyński (iarossuaf catchinhsqui). Mas os assuntos tratados não foram menos espinhosos que antes, aliás continuam os mesmos... o gasoduto russo alemão no mar Báltico e o polêmico Museu da Segunda Guerra Mundial, que os alemães estão decididos a criar em Berlim.
Sempre sorrindo Tusk disse a Merkel que a cidade de Gdańsk (cidade natal do premier) é o local mais indicado para tal museu. Como se sabe, a cidade polaca de Gdańsk, durante dezenas de ocupassão prussa-alemã teve seu nome mudado para Dantzig e foi uma das que mais sofreu os horrores das guerras entre as duas nações. "É fácil resolver os assuntos de mãos dadas. Apenas precisamos de um pouco mais de tempo" definiu Tusk sua conversa de pouco mais de duas horas com a chanceler Angela Merkel. Inclusive, disse ele, sobre assuntos difíceis. Por isso ele protestou contra o gasoduto russo, dizendo que se trata de uma chantagem energética por parte de Moscou. Por isso ele acredita que uma conversa entre a Polônia e a Alemanha pode chegar a bom termo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Domínio público polaco

Tal qual o governo do presidente Luis Ignacio Lula da Silva disponibilizou uma biblioteca virtual na Internet brasileira, a Fundação Moderna Polônia em colaboração com a Biblioteca Nacional da Polônia e a Academia Polaca de Ciências criou a leitura livre. Qualquer um pode acessar no site www.wolnelektury.pl algumas das obras mais importantes em idioma polaco de todos os tempos. A maioria delas são de domínio público e foram compiladas digitalmente com o suporte financeiro destas entidades. Adam Mickiewicz, Jan Kochanowski, Henryk Sienkiewicz e Stefan Zeromski podem ser lidos na íntegra. Mas não só autores polacos poderão ser acessados, também Hans Christian Andersen, William Shakespeare, ou ainda obras de autores desconhecidos, como esta poesia sobre Nossa Senhora:

Bogurodzica

Transkrypcja Bogurodzica dziewica, Bogiem sławiena Maryja,
U twego syna Gospodzina matko zwolena, Maryja!
Zyszczy nam, spuści nam.
Kyrieleison.

Twego dziela Krzciciela, bożycze,
Usłysz głosy, napełni myśli człowiecze.
Słysz modlitwe, jąż nosimy,
Oddać raczy, jegoż prosimy:
A na świecie zbożny pobyt,
Po żywocie rajski przebyt.
Kyrieleison.

Nas dla wstał z martwych syn boży.
Wierzyż w to, człowiecze zbożny,
Iż przez trud Bog swoj lud
Odjął diablej strożej.

Przydał nam zdrowia wiecznego,
Starostę skował pkielnego,
Śmierć podjął, wspomionął
Człowieka pirwego.

Jenże trudy cirpiał zawiernie,
Jeszcze był nie prześpiał zaśmiernie,
Aliż sam Bog zmartwychwstał.

Adamie, ty boży kmieciu,
Ty siedzisz u Boga [w] wiecu.
Domieściż twe dzieci,
Gdzież krolują anjeli.

Tegoż nas domieściż, Jezu Kryste miły,
Bychom z tobą byli,
Gdzie sie nam radują szwe niebieskie siły.

Była radość, była miłość, było widzenie tworca
Anjelskie bez końca,
Tuć sie nam zwidziało diable potępienie.

Ni śrebrem, ni złotem nas diabłu odkupił,
Swą mocą zastąpił.
Ciebie dla, człowiecze, dał Bog przekłoć sobie
Ręce, nodze obie,
Kry święta szła z boka na zbawienie tobie.

Wierzyż w to, człowiecze, iż Jezu Kryst prawy
Cirpiał za nas rany,
Swą świętą krew przelał za nas krześcijany.

O duszy o grzeszne sam Bog pieczą ima,
Diabłu ją otyma,
Gdzie to sam króluje, k sob[ie] ją przyma.

Maryja dziewice, prośmy synka twego,
Krola niebieskiego,
Haza nas huchowa ote wszego złego.

Amen tako Bog daj,
Bychom szli szwyćcy w raj.

Polônia - terra de poligêmeos

Na maternidade do Hospital Universitário de Cracóvia nasceram ontem 4 gêmeos. São 3 meninas - Martyna, Joanna e Maria - e um menino Patryk. A mãe Alicja Drabczyk se encontra bem, assim como as crianças, que entretanto deverão passar um período nas incubadeiras. A preocupação maior da mãe, após passada a alegria do nascimento, é como sustentar tantos filhos, já que ela já possui outros dois filhos de partos anteriores. Alicja conta que foi uma surpresa, pois nos exames que tinha realizado se viam apenas duas crianças. Pelo jeito as polacas são "boas parideiras", pois em 15 fevereiro último, na cidade de Poznań, nasceram de um mesmo parto, Maja, Kamila, Wiktoria, Emilka i Karol. As quatro meninas e o "bendito fruto" nasceram muito pequenos e fracos, mas sobreviveram e agora estão para completar um ano de vida. Os pais, tal qual, os Drabczyk de Cracóvia passam por dificuldades para sustentar tantos filhos. Só de fraldas descartáveis os cinco de Poznań utilizam 100 por dia.

TVs polacas exageram na publicidade

Foto: Jarosław Kubalski / AG

Para a Comissão Européia (órgão executivo da UE sediado em Bruxelas), a televisão polaca anda exagerando no tempo da publicidade e propaganda. As televisões não podem ultrapassar o tempo de 12 minutos de publicidade em cada hora emitida de programação. Segundo a Comissão, entretanto, os canais de televisão TVP 1, Polsat, TVN e TV 4 descumprem de forma exagerada este limite. Para Witold Kołodziejski, chefe da KRRiT, esta é uma questão muito importante, pois ao que tudo indica a Polônia terá que mudar os regulamentos nacionais que regem a televisão e o rádio polaco. "Até meados de janeiro, o governo polaco terá que responder a Bruxelas o que de fato está fazendo para conter o abuso da publicidade. " Por sua vez, Jakub Benke, chefe da firma Starcom, diz que se realmente o governo polaco e a Comissão Européia continuarem com esta absurda exigência de controle, o preço do minuto de publicidade na televisão vai aumentar muito, para compensar a queda de emissão. "A imposição do limite vai forçar mudanças. Quem anuncia em TV terá que procurar outros meios mais baratos e talvez isso favoreça o rádio, internet e jornal que certamente terão aumento de receita, por praticarem preços mais atrativos". As televisões têm tudo para reclamar, pois com o excesso praticado, somente no terceiro trimestre do ano, elas faturaram 2,25 milhões de złotych (cerca de 1,5 milhão de reais). Porém, não é só na Polônia, que as televisões estão estrapolando o tempo da publicidade, também a espanha e a Itália já foram notificadas pela Comissão Européia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Negócios Polônia-Paraná

O volume de exportação do Paraná para a Polônia cresceu 80% em 2007. Em contrapartida a Polônia também quer ampliar este comércio bilateral com o Estado mais polaco do Brasil. Segundo Piotr Maj, conselheiro econômico da embaixada polaca no Brasil, o isolamento provocado pelo regime comunista está entre as causas que prejudicaram a relação entre a Polônia e os milhares de descendentes espalhados pelo mundo. E talvez isso explique o incremento no comércio entre os polacos de lá com os polacos daqui. Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram o incremento das trocas comerciais. Entre janeiro e outubro deste ano, o volume exportado pelo Paraná passou de 2,3 mil toneladas para 11,1 mil toneladas, aumento de 80%.
Segundo dados do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Embaixada da República da Polônia, as exportações do país para o Paraná também aumentaram 50% neste ano. Se depender dos polacos, o volume crescerá em ritmo ainda mais acelerado nos próximos meses. Três anos depois de ingressar na União Européia, a Polônia agora visa parceiros comerciais em outros continentes. De acordo com o Maj, a Polônia possui atualmente 14 zonas especiais de investimento, que contam com isenção fiscal, que pode corresponder a 50% do valor dos investimentos. Além disso, o baixo custo da mão-de-obra polaca em relação aos demais países da União Européia tem favorecido a chegada de novas empresas estrangeiras na Polônia. O que sem dúvida é um atrativo a mais para empresas brasileiras que desejam se estabelecer na Europa Central. Além de importante produtor de televisores e geladeiras, a Polônia é um importante produtor de fertilizantes e tenta conquistar uma fatia maior do mercado brasileiro. A indústria química CIECH, a maior da Europa Central, está abrindo um escritório em São Paulo e o Porto de Paranaguá, principal canal de entrada de fertilizantes no Brasil, em breve deverá sentir o aumento das importações desta empresa. A CIECH também fornece outros insumos importantes para lavoura de cana-de-açúcar e por isso a empresa deverá ter grandes parceiros no Paraná. Por outro lado, o Paraná pode se beneficiar com as exportações do setor agroindustrial para a Polônia, pois o país tem um potencial agrícola bastante forte.
Foto: Sede da Ciech em Varsóvia

Tréplica ao xenófobo brasileiro de Londres

Há mais de um mês publiquei aqui neste blog minhas reações a um comentário "infeliz" enviado para mim pelo amigo Solda, cartunista dos mais expressivos do Brasil, que mantém o blog mais lido do Estado do Paraná. Provocador por excelência, Solda havia recolhido o comentário de um xenófobo brasileiro publicado na Revista Playboy de outubro e quis saber minha reação. Confesso que, quando li o comentário daquele brasileiro de Londres, achei que estivesse assinado com um pseudônimo. Assim foi que andei ironizando o sobrenome do dito cujo.

Mas não é que finalmente o autor daquele infeliz comentário da Revista Playboy encontrou meu blog. E claro, começou por agredir uma de minhas leitoras.

Finalmente me enviou um e-mail com suas últimas considerações sobre os polacos, que concorrem com ele no mercado de trabalho inglês e mais uma vez, reafirmando sua posição equivocada, xenófoba, preconceituosa.

E pior é o ignorante que não têm ciência de sua própria ignorância.

O texto que segue é parte da resposta que enviei a aquele cidadão brasileiro ilegal - segundo as normas britânicas - que vive e trabalha naquele país. Para não causar uma série de intermináveis comentários e e-mails preferi apagar o nome deste preconceituoso das publicações anteriores e também desta. Primeiro para não causar constrangimento a centenas de brasileiros e italianos que possuem o mesmo sobrenome e segundo a ele próprio, porque é apenas mais um que na santa ignorância dos ingênuos agridem culturas, etnias e raças. E por isto mesmo não são importantes enquanto indivíduos. Mas que fazem parte de um grupo muito grande de pessoas que se acreditam melhores que os outros seres humanos. Por este modo de pensar e agir cometem os crimes da discriminação, do racismo e da exterminação de seus iguais.

Caro senhor

Pensei que seu nome fosse pseudônimo. Mas vejo que não! O senhor existe. O que é bom, pois significa que assume o que diz. Mas longe de prosseguir com uma discussão que tende a se pautar pela agressão gratuita, prefiro esclarecer fatos da história que talvez lhe sejam desconhecidos e que mesmo após três “post” onde busquei apontar a injustiça de seu infeliz comentário naquela revista de entretenimento masculino, parecem não ter sido compreendidos pelo senhor. Ou, o senhor não leu atentamente cada um deles, ou realmente além de suas posições equivocadas é também um analfabeto funcional. Mesmo desmentido pelo governo britânico, o senhor insiste em manter sua agressão gratuita aos polacos. As informações que busquei estão publicadas em revistas inglesas, que por sua vez refletem a posição do governo britânico a respeito da imigração polaca. Fiz isto justamente para contrapor seu “achômetro cientifíco”.

Devo dizer que só me decidi a contestar suas frases, por justamente, ofenderem grande parcela da população brasileira do Sul do Brasil, que descende da etnia polaca. As besteiras que o senhor diz eu ter escrito a seu respeito, partiram justamente de sua parte. Quero crer que por sua ignorância congênita.

Sinto pelo tom de seu e-mail, que não deves ser uma pessoa má, ao contrário, parece ser simpática. E é justamente por ter identificado esta simpatia é que estou “ganhando” o meu tempo em lhe replicar.

Sim, o senhor ofendeu não só os polacos nascidos na Polônia e que estão trabalhando na Inglaterra, mas a mim e a muitos dos brasileiros do Sul do Brasil que trazem no sangue esta marca étnica.

Conhecesse o senhor, um pouco da história da Polônia e da imigração polaca no Brasil, jamais teria dito: "e certifico que os poloneses são a raça mais preguiçosa que já vi! Muitas agências de empre­go te perguntam por telefone se você é polonês - se for, "no chance".Eles são arruaceiros, urinam em qualquer lugar, fumam e bebem feito loucos e vivem brigando com a polícia!”.

Isto porque, com um espaço de pelo menos 136 anos, o senhor repetiu as mesmas palavras que imigrantes alemães já assentados em Curitiba, na Colônia Pilarzinho, de 1871, gritavam contra as recém chegadas 32 famílias de polacos.

Sabe do que estavam fugindo estas famílias de polacos que chegaram a Curitiba?
De outros alemães que estavam assentados em Brusque, Santa Catarina. Imigrantes saxões, que com comentários preconceituosos indispuseram os recém-chegados com a população local. Por sua vez estes polacos chegaram a Brusque, em 1869, fugidos de uma opressão secular causada por outros alemães nas próprias terras da Polônia.

Vou lhe contar um pouco de história para o senhor entender que quando se fala de uma outra etnia é preciso ter cuidado.
Em 1795, russos, austríacos e prussos (os atuais alemães) invadiram ao mesmo tempo o Reino da Polônia. Ali permaneceram 127 anos tentando de todas as formas destruir a etnia polaca. O mais agressivo dos invasores foi o fundador do Estado alemão, o prusso Otto Von Bismarck com sua "Kulturkamp. Para o protestante Bismarck, o catolicismo era um elemento estranho que ameaçava a unidade do novo Imperio alemão (criado em 18 de janeiro de 1871). Os polacos católicos deveriam ser germanizados e obrigatoriamente convertidos ao protestantismo alemão. Os pangermanistas falavam com indignação dos «Daicz katolicki», polacos convertidos em cidadãos alemães, que ocupavam as terras a leste do rio Odra. Até o final do século 19, Tannenberg, representava o pangermanismo populista. Seus comentários racistas (para não dizer idiotas) eram de que "as moças polacas que chegavam a Alemanha para trabalhar arrumam logo um namorado alemão. Em seguida as núpcias são abençoadas por um padre católico e os filhos vão ser educados pela polaca. Assim o avô alemão é Schroeter, o neto se chama Szreda e é um agitador polaco de primera!"

Sabe o porquê desta discriminação?
Porque a monarquia polaca era a única há mais de 200 anos que possuía um Congresso Democrático (a primeira democracia do mundo após o renascimento). Os reis não eram absolutistas e tampouco coroados por hereditariedade. Não! Eles eram eleitos pelo Congresso, formado naqueles tempos por senhores feudais. Sim, porque era feudalismo o sistema existente na época. Os absolutistas russos, prussos (alemães) e austríacos durante 127 anos tentaram de todas as formas aniquilar a etnia polaca. Este sentimento alemão era compartilhado pelos russos e austríacos. Assim, os motivos principais da emigração de milhares de polacos foram causadas numa ação conjunta pelas três potências invasoras. Entre estas causas estavam:
De parte dos ALEMÃES
- Proibição da língua polaca nas escolas primárias, normais e secundárias. (Repetindo o que tinham feito no passado)
- Campanha sistemática para a “despolonização” dos nomes de acidentes geográficos, ruas, praças e até nomes e sobrenomes de pessoas. (Gdańsk virou Dantzig).
- Proibição para padres católicos proferirem sermões na língua polaca.
- Forte censura da imprensa polaca.
- Venda obrigatória das terras agrícolas dos polacos aos ocupantes.
De parte dos RUSSOS
- Proibição do idioma polaco nos atos oficiais.
- Perseguição da igreja católica e imposição da igreja ortodoxa.
- Proibição do idioma polaco nas escolas.
- Proibição aos polacos de ocuparem cargos na administração.
De parte dos AUSTRÍACOS
O Império austro-húngaro foi obrigado a fazer concessões para as nacionalidades que viviam em terras polacas. Viena renomeou a região dando-lhe o nome de Galícia e a transformou numas das regiões mais pobres e de maior atraso e estagnação do Império. Por volta de 1888, cerca de 50 mil galicianos morriam de inanição. A Galícia austríaca estava dividida em duas, uma na parte Ocidental com Cracóvia como centro e na parte Oriental, o centro com Lwów (hoje na Ucrânia).
Essa política de repressão comandada em conjunto pelos invasores causou enorme sentimento de revolta. Os polacos não ficaram de braços cruzados. Tentaram de todas as formas vencer os inimigos. Violentas revoluções em solo polaco contra o domínio invasor ocorreram nos anos de 1830, 1863, 1905 e 1920. Como resultado, milhares de polacos emigraram para as Américas (Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai). Bismarck criou uma Comissão Colonizadora para afastar os polacos de suas terras. A proletarização agrária do aldeão, nas regiões de domínio alemão se tornou assustadora, 41% da população rural, por volta de 1880, ficou sem terras. Com tamanhas atrocidades nada mais natural que os polacos tentassem escapar do flagelo, e a saída para milhões de polacos foi emigrar para as Américas, França e Austrália. Não lhes restava outra alternativa!

E o que aconteceu?
Ao chegarem a Santa Catarina e Paraná foram recebidos com pedras e comentários como aquele que senhor repetiu para a revista brasileira. Comentários mentirosos tanto antes como agora.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a derrota de alemães e austríacos, finalmente a Polônia pode voltar ao mapa da Europa como Estado independente. Mas infelizmente, mais uma vez, por pouco tempo. Os comunistas que haviam derrubado a monarquia na Rússia voltaram a atacar a Polônia. Desta vez sem sucesso. A Polônia com seu presidente e marechal Józef Pilsudski derrotou os russos. Aliás, na história da humanidade apenas uma nação ao entrar em guerra contra os russos passou pelos portões de Moscou vitoriosa, ou seja, a polaca. Nem mesmo Hitler, nem mesmo Ghengis Khan, nem o imnperador japonês, nem mesmo os americanos conseguiram algum dia tal feito. O Japão foi outra nação a vencer os russos em 1905, mas não entrou em Moscou. Os polacos venceram os russos e em 1612 e 1920 adentraram os muros da capital russa.

Mas quem disse que a vitória sobre Moscou daria tranqüilidade aos polacos?
Bastaram menos de 20 anos e lá vieram novamente alemães e russos para destruir a Polônia por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez quase conseguiram. No final de tudo, a Polônia perdeu mais que qualquer outro país envolvido na Guerra. Mais de 25% de sua população foi completamente dizimada, sua capital foi transformada em ruínas, sua população anteriormente multirracial tornou-se 100% polaca e seu futuro político foi determinado por potências estrangeiras sem a sua participação. Ao terminar mais uma guerra mundial, a hipocrisia dos aliados vencedores entregou a Polônia para o domínio comunista russo por mais de 40 anos. Cabe lembrar que os italianos de Mussolini estavam do lado de Hitler na tentativa de dizimar o povo polaco.

De um contingente inicial de cerca de um milhão de soldados, as perdas alcançaram 240 mil soldados mortos, 220 mil feridos (sendo que 75 mil morreram devido aos graves ferimentos) e foram feitos 620 mil prisioneiros polacos. Entre a população civil, as perdas, no período das ações bélicas, somaram 100 mil assassinados e outros tantos milhares de feridos. Os alemães ocuparam uma superfície de 188.000 km², habitada por 22 milhões de pessoas (18,5 milhões de polacos, 2,5 milhões de polacos de credo judaico e menos de um milhão de alemães. Cerca de 1,8 milhões de crianças foram mortas). Em toda a Europa viviam 8.861.800 judeus. Destes, os nazistas mataram 5.933.900, ou 67%. Na Polônia, que tinha decididamente o maior número, quase 4 milhões, mais de 90% foram mortos. O total de vítimas na Polônia chegou a 6 milhões de seus habitantes. Some-se a isto, mais de meio milhão de polacos católicos mortos na União Soviética. Da população que sobreviveu, cerca de 530 mil pessoas ficaram inválidas, 40.179 resultantes de experimentos médicos nos campos de concentração, 60 mil com debilidade mental e mais de um milhão de mortos após a guerra, de enfermidades contraídas no período. As perdas econômicas alcançaram 38% dos bens nacionais; 35% dos recursos da agricultura, 32% da indústria, mineração e energia; 30% das moradias e edifícios administrativos; 43% dos bens culturais e 60% dos bens de ensino. Os alemães obedeciam a um plano de exterminação biológica, econômica e devastação cultural que visava criar garantias para que essas forças não renascessem no futuro. Documento de 25/11/1939, de “estudiosos” alemães, registra a decisão de exterminação cultural: A intelectualidade tem que ser completa e urgentemente desalojada; como membros devem ser considerados: religiosos, professores, dentistas, veterinários, funcionários públicos superiores, escritores, jornalistas e todas as pessoas possuidoras de educação superior e média. As camadas inferiores, como trabalhadores urbanos e rurais devem permanecer no nível mais inferior possível. As crianças devem ser educadas no máximo até o décimo ano de vida. As universidades, escolas profissionais e médias foram fechadas. Foram destruídas 14 escolas superiores, 46 instituições científicas e 61 sociedades populares de ciência. Em 6/11/1939, 183 professores da Universidade de Cracóvia e da Academia Mineira de Katowice foram levados para os campos de concentração. No outono de 1940, foram assassinados 3.500 diretores. Em julho de 1941, foram fuzilados 25 professores da Universidade de Lwów junto a 26 familiares e 100 estudantes e mais 400 músicos, 343 atores, 413 escritores, além de 162 que acabaram morrendo por problemas mentais. Foram destruídos 15.000.000 livros, 27.000 bibliotecas, 75.000 manuscritos, 20.000 impressos antigos, 25.000 mapas, 300.000 itens gráficos, 30.000 fotografias de patrimônios históricos, obras de arte, retratos e 5.000 manuscritos musicais."

Contudo, apesar de todo o poderio germânico, os polacos destruíram mil tanques e veículos brindados, 350 canhões e morteiros, 350 aviões, 11.600 diferentes veículos mecanizados e 50 mil soldados nazistas.

Evidentemente não estou querendo dar lição de história ao senhor, estou apenas recordando o que foi a maior das tragédias da história da humanidade e que justamente foram os polacos as maiores vítimas dela. E em relação às suas palavras do porquê eu estaria me preocupando com os polacos: "Outra coisa que acho estranho,e o fato de vc ter nascido no Brasil,mas comprar briga que nao e sua!!!!!!Horas,meus avos paternos sao todos italianos,e eu nao dou a minima qdo alguem diz a respeito de italiano,pois sou brasileiro!!."

Quero lembrar aqui algumas palavras de um dos pais da psicologia moderna, Carl Jung: "Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo."
E mais uma frase que está na bíblia: "...recordai-vos dos feitos que vossos antepassados realizaram em seu tempo e merecereis uma grande glória e um nome eterno" (1 Mac.2:51).

Com estas duas citações quero dizer o porquê me considero polaqueiro, antes que brasileiro. Nas minhas origens eu sou polaco por parte de pai e mineiro (descendente de portugueses) por parte de mãe. Não! Polaqueiro não é uma etnia nova não! Pois creio que, nem mesmo o Brasil e os brasileiros ainda são uma etnia. Como também, os brasileiros não são uma raça, palavra que equivocadamente o senhor usou para se referir aos polacos, na verdade apenas, seus concorrentes no mercado de trabalho britânico. Sim, porque pelo que entendi seu descontentamento com os polacos tem mais a ver com o mercado de trabalho (escasso para os ilegais desde a chegada dos legalizados polacos) do que realmente com o fato deles serem segundo o senhor "preguiçosos e desordeiros". Palavras suas e não dos governos inglês e irlandês.
Os dados que coloquei no meu blog, para contestar sua desavença em relação ao valor das horas trabalhadas pelo senhor, são procedentes de fonte oficial e não baseadas em “chutômetria brasileira”. Sim, sua questão é puramente salarial, senão vejamos suas frase: “Falar o que se pensa ai do outro lado do mundo e facil,dificil e estar aqui,e saber que um profissonal cobra em torno de £12 por hora de trabalho,mas os nossos amigos polacos podem cobrar ate £5,pelo mesmo trabalho!!Sentiu a diferenca!!!.

Para finalizar, gostaria de sugerir que o senhor voltasse a ler meus "posts” dos dias 25 e 27 de outubro... Lendo, compreendendo e aceitando as informações do governo inglês, o senhor verá como foi injusto com um povo, com uma etnia, que sofreu horrores na história e que transformou o Sul do Brasil numa das regiões mais ricas e trabalhadoras do mundo. Conhecesse um pouco da história dos três estados do Sul e a contribuição que a etnia polaca deu para o desenvolvimento do Brasil, creio que jamais o senhor teria feito comentário tão desairoso aos polacos de Londres. Saberia por exemplo, que alguns dos municípios do Sul do Brasil possuem em média 95% de suas populações como sendo de origem polaca. Saberia que Curitiba - a cidade modelo, a capital européia do Brasil - é considerada a terceira cidade polaca em todo o mundo. Perdendo apenas para Chicago e Varsóvia. Saberia que dois terços dos curitibanos têm sangue polaco correndo em suas veias. Saberia que por causa dos polacos do Sul do Paraná, dois governadores cravaram uma chancela para o "Estado do Paraná: Aqui se Trabalha."

Para que esta comunicação não suscite mais polêmicas entre nós e tampouco ofensas, seu nome não está sendo publicado aqui. Creio que os dados que acrescentei nesta tréplica vão ser úteis também aos meus leitores.

P.S. Passe muito bem no seu retorno ao Brasil. Espero que possas encontrar um trabalho onde lhe paguem o que o senhor merece.

Varsóvia estaria mais conservadora?

Estátua em homenagem a Varsóvia, próximo ao Rynek da cidade velha
Pela primeira vez Varsóvia registra diminuição no nascimento de crianças nascidas fora do casamento. Segundo um estudo publicado pela publicação "Życie Warszawy" (jitchie varchavi - vida em Varsóvia) nasceram 18,5% de crianças filhas de pais solteiros, enquanto a média nacional é de 18,9%. Comparando com outras cidades, os varsovianos estão tendo filhos dentro do casamento. A cidade onde nascem mais crianças fora do casamento é Gorzów Wielkopolski (gojuf vielcopolsqui) com 36% em relação a todos os nascimentos da cidade. Em seguida estão: Szczecin (chtchetchin) com 33,2%; Łódź (uudji) com 27,6%; Gdańsk (gdanhsk) com 25,1%; e Katowice (catovitsse) com 25%. Há quase 100 anos, os varsovianos sempre estiveram entre aqueles que romperam tabus e regras morais na Polônia. Ter filhos fora do casamento, num país fervorosamente católico, sempre foi visto com sinal de desajuste social. Desde 1970, os índices de nascimentos fora do casamento foram aumentando ano a ano. Naquele ano, de todos os nascimentos ocorridos na Polônia, 5% tinham ocorrido fora do casamento. Trinta anos após o índice chegou a 12%. Seis anos depois o índice já beira os 19%. Para a Prof. Hanna Świda-Ziemba, socióloga e pedagoga da Universidade Varsóvia, sublinha que o concubinato é cada vez mais normal na Polônia. Os jovens por sua vez, dizem que ter filhos sem casar, depende do parceiro e do grau de confiança e não de papéis e documentos sociais.

domingo, 9 de dezembro de 2007

"Rafting" no Dunajec

Foto: Ulisses Iarochinski
As fotos são uma recordação do verão nestes dias de frio e neve. Quando o tempo está bonito e as árvores cheias de folhas verdes, um belo passeio a fazer nestas bandas é descer o rio Dunajec nestas canoas de montanheses na fronteira com a Eslováquia. De tão bom que é, já fiz este "rafting" cinco vezes. Apesar de que rafting é entendido como a prática de descida em corredeiras de rios, sempre em equipe e utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança, aqui no Parque Pieniński é feito em canoas de madeira. Nesta foto acima, do lado esquerdo é Polônia, do lado direito, a poucos metros, o país vizinho. A descida em águas muito calmas e rasas dura duas horas em média. No fim da linha está Krościenko nad Dunajcem - cidade onde se pode saborear as melhores trutas da Polônia.
As canoas (na verdade são cinco delas juntas) são conduzidas pelos canoeiros montanheses em trajes típicos da região dos Tatras. O preço do passeio varia conforme a duração e atracadouro final. O ponto de embarque fica no Parque Pieniński, em Sromowce Wyżne, que por sua vez fica a duas horas de ônibus de Cracóvia.
Preços para a temporada 2008 -
Atracando em Szczawnica - percurso de 18 km e 2:15 horas de duração: 39 zl (27,30 reais)
Atracando em Krościenko - percurso de 23 km e 2:45 horas: 48 zl (33,60 reais).

Foto: Associação dos Canoeiros

Nome de carro da Fiat

Por esta eu não esperava... não é que a fábrica de Turim tem um carro com meu nome? Pois estava circulando pela ulica Szpitalna (rua hospital) quando de repente um furgão azul com Ulysse.

Karambol perto de Lublin

Foto: PAP
Karambol pod Lublinem - colisão violenta próximo a Lublin - a causa? Pista fria, ou melhor uma escorregadinha devido aos graus negativos na estrada. Felizmente nenhuma vítima.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A feirinha de natal de Cracóvia

Foto: Ulisses Iarochinski
As barracas da quermesse de Natal no Rynek Główny (Praça do Mercado Central) em Cracóvia vende de tudo, desde presentes até enfeites para presépios, árvores de natal e decoração para a vígilia de 24 de dezembro.

Foto: Ulisses Iarochinski

A feirinha de Natal este ano abriu dia 28 de novembro e vai até 26 de dezembro. Nela se pode encontrar o delicioso Grzaniec Galicyjski (gjaniétss galitssisqui))- o vinho galiciano - ou popular quentăo brasileiro.Năo é igual, mas é parecido. Também com o frio que faz nesta época só mesmo um grzaniec para ajudar nas compras. Para acompanhar lingüiças de todos os tipos e o famoso queijo Oscypek - queijo defumado de leite de ovelha dos montanheses da região dos Tatras.
Entre as barraquinhas é possível encontrar todo o tipo de pantuflas - chinelo típico de Wadowice (cidade natal de Karol Wojtyła) e jóias com o ambar do mar Báltico. Outra tradição cracoviana encontrada aqui é o famoso Szopki, ou presépios de Natal. São feitos com cartolina colorida e lembram castelos de contos de fada eslavos.

Polaco de Contenda lança CD

Celso Dranka Taborda está lançando seu quarto CD com músicas tradicionais da Polônia. Neste seu "Tradição polonesa", ele aprofunda seu amor pelas músicas da época das emigrações, iniciado no CD anterior, "Na trilha dos Imigrantes".
Celso Taborda é paranaense de Contenda. Descendente de polaco buscou sempre continuar a arte musical, herdada de seu pai que durante a infância de Celso passava quase todos os fins de semana animando festas, bailes e casamentos típicos polacos. Como músico, Celso fez parte de vários conjuntos musicais. Em 1985, resolveu junto com seus irmãos fundar o conjunto “Irmãos Taborda”, (sobrenome da mãe), já que sua paixão eram as músicas gaúchas. Mas ao incluir duas canções típicas polacas descobriu um filão inexplorado: músicas polacas tradicionais. Em 1989, Celso decidiu fazer carreira solo, até pensou em adotar o sobrenome do pai Dranka, mas já era conhecido por Taborda. Depois de pesquisar as raízes culturais da etnia polaca em solo brasileiro e amparado nas duas músicas polacas que se destacaram no CD com seus irmãos, gravou o primeiro disco solo: “Polskie Wesele”, ou “Casamento Polaco”. O trabalho reuniu as músicas tocadas e cantadas durante a semana que dura o ritual de um casamento polaco. Dois anos depois lançou o “Polskie Wesele Vol II”, já que suas excursões pelo Sul do Brasil comprovaram o acerto na escolha da temática. O sucesso continuou e acabou fazendo shows até na Argentina, onde a colônia polaca está presente principalmente na província de Missiones. Veio em seguida o terceiro CD “Na Trilha dos Imigrantes”, onde contou com a participação de Bruno Neher do grupo "Os Três Xirus”, de Porto Alegre.O novo CD "Tradição Polonesa" promete músicas inéditas, inclusive para a comunidade polaca do interior do Sul do Brasil, já acostumada aos sucessos do paranaense. Os CDs de Celso podem ser pedidos através do seu sítio: http://www.musicapolonesa.com.br .P.S. Celso! uma vez te sugeri: -"Adote o sobrenome polaco... é mais forte e mais identificado com tuas raízes, pois Taborda, pode ser muito bom para músicas gaúchas, mas polacas...Dranka é mais forte e sonoro... um verdadeiro nome de artista...."

Sopas polacas II

Kapuśniaki, ou Sopa de repolho azedo

2 kg
de repolho azedo (chucrute)
2 joelhos de porco
2 kg de batatas
250 gr de margarina
4 colheres de sopa de farinha de trigo
500 gr de tomates
louro, sal, pimenta do reino e da Jamaica

Modo de fazer

Cozinhar o joelho de porco aproximadamente uma hora. Após, colocar o chucrute, tomate cortado (sem pele), sal, pimenta, louro e cozinhar até ficar mole. Neste meio tempo, cozinhar as batatas com sal em panela separada. Misturar tudo. Adicionar a farinha de trigo com a margarina e colocar na sopa, dando uma fervida. (porção para 10 pessoas)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

E lá se foi minha tia para "Allures do Sul"

Peço licença aos leitores e amigos para comunicar o falecimento de minha tia Azélia Iarochinski Valentin, ocorrida ontem, quinta-feira, 6 de dezembro, às 21:00 horas, em hospital de Curitiba, onde estava internada desde a última segunda-feira, com problemas de diabetes e coração. Tia Azélia era única de meus tios paternos que ainda estava viva. Era viúva e deixa minhas primas Magda, Eunice e Leocádio, e netas. Tia Azélia tinha nascido em Matos Costa, Estado de Santa Catarina e passou a maior parte de sua vida entre Harmonia, Castro, Guarapuava, Telêmaco Borba e Curitiba. Aqui na distante Polônia tinha apenas esta imagem dela ainda menina ao lado de meu pai e irmão dela Cassemiro. Sinto um vazio, neste momento, e gostaria muito que um Continente e um Oceano não estivessem me separando de Curitiba para lhe dar o último adeus. Como vou contar agora todas as coisas e sensações que tenho vivido aqui na terra do pai dela? A sua benção Tia Azélia, que seus país e irmãos estejam agora lhe recebendo aonde vão todos aqueles que são bons entre os bons e maus aqui na terra. Beijos infinitos....

As crianças Cassemiro e Azélia Iarochinski

Kaczyński visita Ucrânia


O Presidente Lech Kaczyński está em visita oficial de dois dias na Ucrânia. Em Kiev, ele se encontra com o Presidente Victor Yushchenko e também com o primeiro-ministro Viktor Janukovych. Em seguida, ele se encontrará com Arsenij Jaceniuk, eleito o novo porta-voz do Parlamento ucraniano. Ao chegar ontem a Kiev, o Presidente Kaczyński disse que a Polônia está muito interessada em ver como se sairá o novo governo da Ucrânia. Hoje, o presidente polaco também tem encontro com Julia Tymoshenko, a candidata oficial ao cargo de Primeiro-Ministro do país vizinho. O retorno a Varsóvia está previsto para o fim da tarde.