quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Alemão reconhece pai nazista

Foto: Arquivo Museu Nacional Auschwitz-Birkenau

Chocante é a expressão que pode traduzir a visita de um turista alemão a Auschwitz neste fim de semana. Um morador de 65 anos de Düsseldorf, reconheceu numa das fotos seu pai no soldado nazista que controlava a entrada dos prisioneiros judeus recém-chegados ao campo de concentração de Auschwitz. "A princípio ele pensava que poderia encontrar em fotos alguém da família, mas nunca como um soldado nazista", disse ao jornal "Gazeta Wyborcza", o funcionário do Museu, Jacek Lech, a respeito do turista que ele atendeu. A fotografia foi feita no próprio campo, em 1944. Na fotografia se observa o transporte de judeus húngaros na plataforma de trens em Birkenau. O oficial da SS seleciona os que vão para a câmara de gás. "Este jovem de uniforme SS é meu pai", confirmou o turista alemão. A fotografia faz parte do álbum de sobrevivente Lili Jacob, húngara judia que tinha 18 anos e perdeu toda sua família em Auschwitz. O turista contou que nasceu em Berlim em 1942 e que sua mãe falava no seu pai como sanitarista que ajudava os doentes nos campos de concentração. Ao encerrar a guerra ele ficou preso durante dois anos pelas forças inglesas. Liberto, em seguida, tornou-se pastor protestante e acabou morrendo em 1988. Infelizmente o funcionário do museu não anotou o nome do turista nem seu endereço na Alemanha.

2 comentários:

Alysson Amorim disse...

Os assassinos eram pacatos pais de família. Parece que que a tese de Hanna Arendt, mais uma vez, se mostra verdadeira.

Descobri seu blog após a leitura de "Palmeiras Selvagens" obra do escritor americano William Faulkner, que traz um comovente relato sobre a situação degradante de imigrantes poloneses trabalhando em minas nos Estados Unidos na década de 30.

Um forte abraço.

Ulisses Iarochinski disse...

Alisson: pois então, entre os assassinados também haviam estes pacatos... mas nem sempre. Obrigado pela visita e pelo comentário. (Ulisses)