sábado, 10 de janeiro de 2009

Sobieski: viemos, vimos e Deus venceu

Quadro de Jan Matejko, onde o rei Sobieski envia mensagem de vitória ao Papa

O grande imperador romano Julio Cesar quando, em 47 a.C., chegou a Ásia e conquistou rápida vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, disse uma de suas frases célebres, "Veni, vidi, vinci"  (Vim, vi, venci).
Já, o grande rei polaco Jan III Sobieski, quando em 12 de setembro de 1683, salvou a Europa de invasão pelo Império turco Otomado, na famosa batalha de Viena, enviou mensagem ao Papa Inocêncio XI, repetindo a frase de Cesar, mas conferindo a vitória, não a ele, mas a Deus: "Venimus, Vidimus et Deus vicit" - "Viemos, vimos, e Deus venceu".
Sensibilizado, o Papa desejando homenagear Maria, estendeu a festa do Santíssimo Nome de Maria que já era comemorado em 12 de setembro no calendário litúrgico da Igreja Católica,  para toda a igreja. Assim o Dia do Santíssimo Nome de Maria é em comemoração à vitória polaca nesta batalha da Europa cristã sobre as forças muçulmanas do Império Otomano.
Antes da batalha o rei Jan III Sobieski já havia colocado seus hussardos alados (legião de soldados polacos mais poderosa da história mundial) sob a proteção da Virgem Maria, quando antes de partir para a Áustria foi ao santuário de Częstochowa com este sentido de humildade perante a mãe de Cristo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Meu Paraná" na Polônia

Nas duas últimas semanas de 2008, esteve na Polônia, uma excursão organizada por André Hamerski, de Nova Prata -RS, com paranaenses, catarinenses e gaúchos descendentes de polacos para ver de perto como ainda é comemorado o natal na Polônia.
Acompanhando o grupo, a também descendente de polacos, repórter Adriana Milczevsky-Rendak, da Rede Paranaense de Televisão, coligada da Rede Globo, no Paraná.
O grupo antes de seguir para a fria Zakopane, passou por Cracóvia algumas horas. Adriana aproveitou então para fazer uma entrevista comigo. O resultado da entrevista e da excursão dos brasileiros pela Polônia está no programa especial "Meu Paraná", que vai ao ar, neste sábado, às 11:40 da manhã. 
Mas hoje, no telejornal "Bom dia Paraná", transmitido para as repetidoras da TV Globo no Estado, foi apresentada uma "reportagem-chamada". E nela já tem minha participação. Acompanhe no video:

Niewolnica Izaura na Tv Silésia

Atendendo sugestão de um dos leitores do Blog em Portugal, Sérgio Luiz, corrigimos a informação de que estaria sendo apresentado em televisões da Polônia apenas a novela da Band,  "Dance, dance,dance", pela TVPuls.
A histórica "Escrava Isaura" de 1976, apresentada na Polônia pela primeira vez em 1984 e muitas vezes repetida, está mais uma vez sendo apresentada aqui, só que desta vez na televisão regional TV Silésia, (http://www.tvs.pl/) e com uma novidade para os padrões polacos. Ao invés do locutor único (Lektor) para todos os personagens, esta versão de "Niewolnica Izaura" é dublada por várias vozes em idioma śląski, ou silesiano (uma vertente do idioma polaco). Aqui um trecho da novela com Lúcelia Santos e o falecido Ruben de Falco.
É comum, em encontros com polacos, ao me apresentar como brasileiro, a pessoa imediatamente dzer: niewolnica Izaura. O sucesso da novela foi tanto durante o período comunista, apesar das críticas desfavoráveis dos jornais, que diziam ser um "produto classe B", em poucas semanas de exibição Isaura atingiu 84% de audiência, um recorde nunca superado. Naqueles meses de exibição (a versão exportada tinha apenas 40 capítulos dos 100 originais) 38 pessoas ganharam o nome Izaura e nenhum Leôncio, ou Leonciusz. O sucesso foi tanto, que em 1985, a atriz Lucélia Santos, obteve permissão do governo comunista e foi ovacionada como grande estrela internacional nas cidades de Varsóvia, Łódź, Skierniewice, Katowice, Sosnowiec e Cracpovia.  

Prefeitos: emigrantes voltem para a Polônia.

Missões de cidades buscam atrair as polacas emigradas na Inglaterra.

Uma missão da cidade de Szczecin viaja, nesta sexta-feira, para a Grã-Bretanha com o objetivo de conquistar emigrantes polacos que vivem lá. O prefeito Piotr Krzystek quer aproveitar o fim-de-semana para conversar com polacos que se encontram trabalhando na terra da rainha Elizabeth II. O prefeito quer atrair estes trabalhadores para sua cidade.  Segundo o prefeito "está mais do que na hora dos polacos voltarem para casa" e está oferecendo emprego em algumas empresas como a TietoEnator, que está precisando de 300 pessoas e o banco UniCredit que vai contratar 450 pessoas. Além disso, a própria prefeitura desburocratizou a abertura de novas firmas. Assim é possível registrar a própria empresa em poucas horas e com uma série de incentivos da prefeitura, desde que seja polaco e emigrante.
Calcula-se que desde 2004, quando a Polônia entrou na União Européia, mais de 2,5 milhões de polacos, em sua maioria jovens formados com o diploma de mestres na mão, emigraram para as Ilhas Britânicas. Mas o que era bom começou a ficar ruim. A libra esterlina que valia mais de 6 zł. agora está pouco mais de 4 zł. O trabalho que era bastante e atraente,  já não existe mais. A crise mundial desencadeada pelos inconsequentes agentes imobiliários Norte-americanos está afetando a economia da Casa de Windsor.
A Polônia, ao contrário, com investimentos privados em ascensão e muito crédito da União Europeia para financiar a infraestrutura do país está precisando de mão-de-obra.  A grande questão dos emigrandos é para onde voltar na Polônia, pois algumas regiões estão recebendo mais crédito e investimentos que outras. Por exemplo: Varsóvia, Cracóvia, Poznań e principalmente Wrocław estão concentrando a abertura de fábricas, empresas de "out-sourcing" e grandes "shopping centers".  A região Leste, por sua vez, com Lublin, Białystok, Suwalki, Rzeszów e Przemisł continuam batendo a porta de todo mundo pedindo investimento e infraestrutura. 
Em função disso, até o fim de 2009, uma vez por mês, missões de 12 cidades polacas, estarão na Inglaterra, Irlanda e Escócia oferecendo empregos, aluguéis mais baixos, facilidades de compras em imóveis e outros benefícios. São elas: Szczecin, Poznań, Katowice, Bydgoszcz, Varsóvia, Lublin, Gdańsk, Białystok, Łódź, Cracóvia, Rzeszów e Wrocław.
É preciso que fique bem claro, a oferta de trabalho é para os polacos que emigraram e não para estrangeiros que desejam imigrar para a Polônia. 
Tanto isso é verdade, que a Dell, segunda maior fabricante mundial de computadores, anunciou nesta sexta-feira, está transferindo a base de sua produção européia da Irlanda para a Polônia e cortando entre 1,9 mil e 3 mil postos de trabalho na unidade de Limerick.
Mas ela só está vindo para a cidade de Łódź, por causa dos custos mais baixos de mão-de-obra na Polônia. Muitos destes que estão perdendo o emprego na Dell irlandesa são polacos, que entretanto, dizem não voltarão para Polônia, pois os salários ainda são muito baixos, comparados com o que estavam ganhando na Irlanda. Economistas irlandeses projetam que o desemprego supere os 10% até o final deste ano, o maior índice em mais de uma década, na Irlanda.

Conflito do gás ainda sem acordo

A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza desta sexta-feira, dia 9 de janeiro de 2009 é:
Gás não, porque não! (A palavra Niet está grafada em alfabeto latino mas é russa).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Noite gelada no Przegorzały

Com a neve caindo continuamente e a temperatura caindo cada vez mais na madrugada, dar um passeio à noite é condenar-se a congelar. Nos últimos dias morreram quase uma dezena de pessoas na Polônia, em sua maioria pessoas "sem-teto", que dormem em abrigos de associações de caridade, ou nas estações de trem. A sequência de fotos é do Przegorzały, às 23:30 da quarta-feira, local onde moro em Cracóvia.

Subida da montanha a pé. Foto: Ulisses Iarochinski

Uma árvore iluminada pela luz do poste. Foto: Ulisses Iarochinski

Tronco vestido de branco. Foto: Ulisses Iarochinski

Castelo do Przegorzały por trás da neve que cai. Foto: Ulisses Iarochinski

Reunião informal em Praga

Foto: Ulisses Iarochinski

O Presidente Lech Kaczyński viajou até Praga, na Tcheca, nesta quinta-feira, para reunião informal com os chefes da diplomacia da União Europeia. O presidente polaco foi convidado pelo presidente tcheco Vaclav Klaus. Entre as reuniões Kaczyński se encontra com o primeiro-ministro Mirek Topolanek. O motivo das reuniões é a crise do gás russo. O presidente polaco está convencido de que a União Europeia deve exigir da Rússia uma rápida solução. Os estoques subterrâneos de gás na Polônia estão diminuindo bastante, apesar de importar apenas 6% da Rússia.
Sobre o conflito na Faixa de Gaza, o presidente da Polônia, afirmou que não é "nosso interesse se envolver nisso". Apesar de um encontro informal, o Tratado de Lisboa, rejeitado em referendum na Irlanda e não assinado ainda pela Alemanha e a República Tcheca, é outro tema abordado. Desde o dia primeiro de janeiro, o presidente rotativo da União Europeia é o tcheco Klaus, em substituição a Nicolas Sarkozy da França. Lech Kaczynski, no entanto, não deseja se pronunciar a respeito, já que para ele com o "não" irlandês, o Tratado de Lisboa é questão encerrada.

Novela brasileira na TV da Polônia

Sofia e Rafael, personagens de Juliana e Ricardo.

A TV Puls, ligada a igreja católica polaca, está apresentando a telenovela brasileira, "Dance, Dance, Dance", estrelada pela atriz Juliana Baroni e Ricardo Martins, no horário das 9:30 da manhã. Nos créditos finais, surge a logomarca da Telemundo International de Miami, Estados Unidos.
Mas como se sabe, a novela dirigida por Del Rangel  foi gravada nos Estúdios Quanta, na Vila Leopoldina, em São Paulo. Escrita pela colombiana Juana Uribe, ela foi a primeira no Brasil a ser produzida no sistema HD, ou de altadefinição. O que significa que do antigo sistema militar PAL-M de 512 linhas, o novo sistema alcança 1024 linhas de definição, o que garante melhor imagem e som. A novela foi apresentada, no Brasil, pela TV Bandeirantes, em 2007. 
A última novela brasileira apresentada na Polônia, foi da TV Globo há mais de dois anos.  Foi na TVN. 
O tempo todo, os sete canais de TV aberta na Polônia apresentam  novelas do México, Colômbia, Argentina e minisséries da Alemanha, França, Rússia, Áustria, em vários horários. Normamente pela manhã, com repetição do capítulo à tarde, nunca à noite, pois no horário nobre só filmes e programas de entrevistas políticas. Todas as novelas são apresentadas com o som original, sem dublagem e sem créditos. Um único locutor diz as "falas" de todos os atores, sejam crianças, mulheres e homens. Assim tá dando para ouvir o idioma "brasileiro" (já que os portugueses resistem ao novo acordo ortográfico) misturado a voz do locutor polaco. Ao que tudo indica, uma das alegações para as telenovelas brasileiras serem tão esporádicas na Polônia é devido ao custo. As hispânicas são muito mais baratas. 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Doda no Reveillon de Wrocław

A revista semanal Angora saiu esta semana com Doda na capa. Na reportagem diz que ela recebeu 80 mil złotych para cantar uma música. Esta: Nie daj się.

Impossível acertar a temperatura

Foto: Ulisses Iarochinski

O saudoso prof. Iwamato da UFPR, de Curitiba, parece que tem seguidores aqui na Polônia. Mesmo contando com poderosos satélites e computadores, os técnicos em prognósticos do tempo, invariavelmente acertam muito, mas também erram feio.... No sábado a previsão deles era de que a temperatura nesta quarta-feira deveria estar em quase 30 negativos. Na manhã de hoje, a TVP, mostrou no mapa metereológico que em Zielona Góra, no extremo Oeste do país faria 28 negativos. Fez na verdade 6 negativos... Em compensação ,em Varsóvia, onde estive hoje, em busca de certidão de nascimento, estava muito frio, nevando muito, temperatura de 6 negativos, mas a sensação era terrível. Andando naquelas extensas e largas avenidas (Lúcio Costa para projetar o eixão de Brasília deve ter se inspirado na Aleia Jerozolime de Varsóvia e outras) o queixo congelou.
Os especialistas da "pogoda" na Polônia, agora à noite, já reviam suas previsões e diziam que vai esquentar no fim de semana....a temperatura vai variar entre 8 negativos a 3 negativos, mas que vai continuar a nevar. Semana que vem volta a esfriar...aí sim... é perigoso chegar a 30 negativos. Enquanto isto, polacos e estrangeiros dos trópicos (está aumentando) estão com o nariz escorrendo e o peito chiando. Em Cracóvia disseram que ficaria nos 16 negativos, fez 23 negativos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A verdadeira história de Bielski

Daniel Craig como Tewje Bielski no filme "Defiance" (Opór). Foto: Karen Ballard

O ator britânico, Daniel Graig deixa a pele do agente 007 para viver um guerrilheiro polaco-judeu.  A mega-produção hollywoodiana dirigida por Edward Zwick estréia nos Estados Unidos no próximo dia 16 de janeiro e uma semana depois na Polônia e resto da Europa.  O jornal "New Iork Times" publicou reportagem, após um de seus jornalistas ter assistido a pré-estréia logo após o reveillon.  Para o jornal, o personagem do ator Daniel Craig é "nobre, corajoso,atirador certeiro e beija muito bem." Seu Tewje Bielski é representado com autenticidade, segundo o jornalista.
O herói judeu, assim como Oskar Schindler, é para a direita polaca, um assassino. Para o jornal polaco "Nasz Dziennik", Bielski é um jagunço e um açougueiro de polacos. O filme é baseado no livro de Jan Tomasz Gross e já levantou polêmica quando de sua publicação.
 
Quem foi Tewje Bielski?
Nasceu em 1906, em uma pequena vila rural próximo a Mickiewiczowski Nowogródki, numa família judia proprietária de um moinho.  Tinha cidadania e passaporte polaco, e serviu por curto período as Forças Armadas da Polônia. Dominava os idiomas polaco e iddysh. Provavelmente se ocupou de contrabando na fronteira soviética, quando chegava a caminhar 50 km desde sua família Stankiewicz. Independente do juízo que se possa fazer dele nesse mister era reconhecido como um bom negociante na cidadezinha de Sobotniki. Após a invasão soviética em 17 de setembro de 1939, começou uma nova atividade, agora como funcionário público. Dois anos após, quando Hitler atacou Stalin, Tewje escapou do gueto através do Bosque. Depois de se casar se tornou o guerrilheiro de Bielski, que sobreviveu a guerra junto com outros mil judeus.
Tewje e seus irmãos Zus, Asael e o adolescente Aaron, entre o inverno de 1942 e 1943  lutaram lado a lado com a Armia Krajowa (Legião Nacional Polaca). Depois de Katyn, em 1943, explodiu em Nowogródki a guerra polaco-soviética. Neste período, os judeus de Bielski lutaram ao lado dos russos, mas sozinho Tewje ficou com a Legião Polaca, lutando contra os alemães e os soviéticos. O pior momento de suas ações aconteceu em Nowogródki, quando foram assassinados 128 moradores nos campos de Naliboki.
Alguns protestos da direita já aconteceram na Polônia, contra a figura de herói que se pretende dar a Tewje. Para o historiador polaco Jerzy Robert Nowak, "Nós polacos estamos furiosos. Isto é um escândalo, que ninguém poderia pensar. Transformar num filme, um assassino que massacrou polacos em um vilarejo distante, num herói. Os irmãos de Bielski não foram heróis, eles foram assassinos e bandidos." Nowak é mais um destes pesquisadores a serviço do Instituto da Memória Nacional, que desde a ascensão de Lech Kaczyński, não tem feito outra coisa a não ser uma caça as bruxas do período comunista... Todos os que são ou foram de esquerda, para eles são apenas bandidos.
P.S. Todos tem o direito de pensar como querem, mas que parece equívoco condenar todos a fogueira isto parece... Querem fugir do diabo para se abraçarem a outro diabo muito pior... Se é que existem diabos piores ou melhores.  Quanto a resposta se Tewje era herói ou bandido... só o filme ou o livro, quie não vi e não li podem dizer algumas coisa... Mas o Instituto da Memória Nacional, mesmo ainda fazendo investigações sobre o assunto... já tem seu veredito: bandido!!! Sendo assim...Tewje Bielski deve ter sido mesmo herói... um dos tantos desconhecidos na luta desigual da segunda guerra mundial. A Polônia ainda tem muitos heróis, que ela propria desconhece e que o mundo dividido entre israelenses e palestinos, iraquianos e Norte-americanos desconhece.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mais neve e mais frio na Polônia

Às 16 horas desta segunda-feira, 5 de janeiro de 2009, são estas as condições do tempo. A temperatura mais mais é em Białystok, onde faz 15 graus negativos. Durante esta madrugada, em Olsztyn chegou a fazer 27 graus negativos, como acaba de infomar a TVPInfo, e não 23 negativos como informado pela manhã. Em Szczecin, no Noroeste do país a canalização de fornecimento de gaz para aquecimento das casas estourou.. e as pessoas vão ter problemas para enfrentar o frio que promete baixar nas próximas horas para 10 negativos, naquela cidade. 

Menos saudade do comunismo


O gráfico mostra a evolução da preferência dos polacos sobre os melhores períodos do país durante o século 20.  Mostra o que pensavam os polacos em 2001 e na mais recente pesquisa da empresa IMAS International para o jornal Rzeczpospolita, em 2008. A década de 1990 é considerada a melhor época da Polônia. O comunismo, que na pesquisa de 2001, tinha a preferência de 42% dos entrevistados, diminui e agora tem 27%. Em compensação, os criticados anos de Lech Wałęsa e Aleksander Kwaśniewski como presidentes, ultrapassam a saudade do comunismo e chega a 56%.
Está claro, que os polacos cada vez mais se dão conta de que a liberdade é algo insuperável. Para o sociólogo Andrzej Rychard, "as transformações radicais precisam de tempo para serem absorvidas e entendidas." O resultado das duas pesquisas, segundo ele, podem ser entendidas também de que, no período da redemocratização a economia e o emprego eram situações muito difíceis para a população, quando comparado com a tranquilidade do período comunista. "Mas distanciados daqueles períodos, as pessoas passam a entender melhor".
A pesquisa ainda apontou que aqueles que mais sentem saudades do período comunista são os mais idodos (pessoas com mais de 50 anos). O que também é compreensível, pois os jovens não viveram naquele período e não poderiam fazer comparações. Assim o que eles podem é ter uma ideia do que foram os anos 90 e os primeiros 8 anos do século 21. 

Palavras e expressões do gráfico:
- sondaż = sondagem /pesquisa
- przed I wojną Światową = antes da primeira guerra mundial
- w okresie międzi-wojennym = no periodo entreguerras
- w latach = nos anos
- po roku = depois dos anos
- brak odpowiedzi = falta resposta

Hoje: Noite mais fria do inverno

A Baszta no Przegorzały. Foto: Ulisses Iarochinski

Foi a noite mais fria, na Polônia, neste inverno. Na região Norte, em Olsztyń, chegou a 23 negativos. Nas demais regiões variou entre 4 a 9 negativos. Em Cracóvia durante a noite fez 5 negativos, em compensação agora de manhã desceu a 8 negativos, enquanto em Suwałki subiu de 17 negativos para 5 negativos.
Os alertas à população aumentam nestes dias. A polícia pede para redobrar os cuidados ao dirigir e não só nas estradas, mas também nas cidades. O perigo de colisões por engavetamento (um carro bater no da frente e na sequência ser atingido por outros) e deslizes para fora da pista são os maiores. Os bezdomny (os sem teto) também existem por aqui. Instituições abrem suas portas para os receber e nas estações de trens e ônibus, a polícia recolhe aqueles que não conseguem encontrar abrigo. O número de mortes entre estas pessoas aumenta em noites muito frias. Na Polônia, nem tanto, mas na Rússia, em Moscou, são dezenas os mortos por queda da temperatura.
Sim... é bonito levantar, abrir as cortinas do quarto e ver tudo lá fora branco... mas é frio... muito frio. Só mesmo no aquecimento das casas é possível sobreviver.

As previsões são de que as temperaturas vão cair ainda mais.... Nesta semana deve chegar a 28 negativos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Polônia não tem problema com gás

Waldemar Pawlak. Foto: AG

O vice-primeiro ministro e ministro da econômia da Polônia, Waldemar Pawlak, deu entrevista coletiva, neste sábado, para acalmar a população sobre a crise do gás envolvendo Rússia, Ucrânia e União Europeia. Segundo Pawlak, o anúncio de Bohdan Sokołowski, conselheiro energético do presidente ucraniano Viktor Juszczenko, de que se a Rússia não chegar a um acordo sobre o preço do gás e se não aumentar a vazão pelos gasodutos, em dez dias, países como Alemanha e França que importam o gás russo vão ter sérios problemas técnicos. O sistema de transmissão de gás estará comprometido. As consequências disso serão custos não previstos para readequar o sistema para que volte a funcionar perfeitamente.
Contundo, a Polônia está livre deste problema, quem garante é justamente o homem forte do governo do primeiro-ministro Donald Tusk. Na opinião dele, o problema não existe, pois os 6 por cento que vinham da Ucrânia foram trocados pelo gás que vem da Bielorrússia. "O trânsito do gás trocado da seção ucraniana para a bielorrussa compensa o sistema polaco". afirma Pawlak.
Reforçando as palavras de Pawlak, o diretor da companhia polaca Gaz-Systemu, Tadeusz Abramowski, que passaram a ser transitados pelo sistema 5 milhões de metros cúbicos por dia, vindos da Bielorrússia. 
Ainda no sábado, em Praga, na República Tcheca, o porta-voz russo Aleksander Miedwiediew afirmou que a Ucrânia rouba diariamente 35 milhões de metros cúbicos do gás russo que passa pelo território daquele país em direção aos demais países da União Europeia.  E o porta-voz da empresa russa Gaz-promo disse que também Hungria, Eslovaquia, Romênia e Polônia roubam o gás russo nos gasodutos. 
O engraçado é que pela Polônia não trafega o gasoduto... Os russos constroém com a parceria da Alemanha um gasoduto atravessando o mar báltico justamente para excluir a Polônia.  O gás que vem da Ucrânia e Bielorrúsia podem até ser russo, mas é comprado destes dois países que certamente o revendem.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Trabalho duro em dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski

Com a neve caindo ininterruptamente, as entradas, ou ruas particulares, que não contam com o serviço da prefeitura ou do departamento de estradas, tem que fazer a limpeza da neve no "muque". É o caso da subida da montanha do Przegorzały. O simpático funcionário, munido de pá, carrinho de mão e sal, levanta muito cedo para jogar sal na rua. Sem o trabalho dele, carro, ônibus, e entregador de pizzas consegue chegar até em cima. Ele está jogando sal para deixar a rua transitável....e com uma temperatura de 8 negativos.

Os mais simpáticos para os polacos


Simpatias e antipatias são determinadas por lozalização geográfica. Pelo menos é o que se deduz do estudo apresentado pela empresa CBOS sobre a preferência dos polacos. Eslovacos e britânicos estão entre oss nacionais mais simpatizados pelos polacos. Cada um destes contam com mais de 50% da preferência dos entrevistados.
Na sequência estão os norte-americanos, franceses, irlandeses e escandinavos (suecos, noruegueses e finlandeses).
Não contam com a simpatia dos polacos, pessoas da Rússia, ciganos, árabes e alemães. Os pesquisadores da CBOS acreditam que os gostares são ditados por razões geográficas. Fica claro  para eles, que as simpatias estão dirigidas mais para o Ocidente, enquanto as antipatias para o Leste e Sudeste.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A reforma ortográfica em Portugal

Três dos maiores jornais de Portugal ignoram a entrada em vigor do acordo sobre regras ortográficas na língua portuguesa. 
O jornal Público, de Lisboa,  presta um deserviço a unificação da língua portuguesa ao publicar notícia sobre a adoção das novas regras ortográficas na língua portuguesa, mas na grafia de sempre. Como não adotou ainda as novas regras, o Público, continua a ignorar o acordo em discussão há 19 anos e aprovado e sancionado entre outros pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Anibal Cavaco Silva... e grafa as palavras como "dantes na terra de Abrantes".
Abaixo trecho da reportagem do jornal Público, que reproduz material da Agência de Notícias Lusa. Logo mais abaixo repercussões tímidas nos jornais Diário de Notícias e Correio da Manhã. Nota-se que vai ser difícil o orgulho português entender que não se trata de render-se ao brasileiro, ou aos demais falares de 6 países, mas de ser coerente com os tempos, ser progressita e não um rancoroso conservador:

Jornais brasileiros adoptam a partir de hoje novas regras ortográficas 
01.01.2009 - 15h30 Lusa
Os jornais "Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo", dois dos principais diários brasileiros, adoptam a partir de hoje as novas regras da reforma ortográfica da língua portuguesa.

"Acordo ortográfico entra em vigor hoje" é um dos destaques da primeira página da "Folha de São Paulo", ao salientar que as novas regras serão adoptadas de forma gradual até 2012, no Brasil. 

O diário destaca que "ainda há dúvidas sobre a grafia de algumas palavras" e dedica três páginas da sua edição para explicar as principais mudanças na versão brasileira da língua portuguesa. 

No editorial "A fôrma e suas ideias", o diário afirma que as mudanças "por ora são ignoradas pela maioria da população brasileira e terão impacto reduzido no cotidiano: a cada mil palavras utilizadas, cinco serão alteradas". 
Por sua vez o Diário de Notícias, aproveitou o editorial onde fala sobre o presidente Cavaco Silva, em seu pronunciamento de primeiro de ano, para criticar a reforma e o Brasil, nos três parágrafos finais:

entrada em vigor do Acordo Ortográfico pode estar condenada à partida pelo País que mais o deseja, o Brasil, pela sua própria atitude perante a nossa língua comum. Quando, dentro de seis anos, Portugal assumir na prática as regras com que agora se comprometeu, irá confrontar-se com uma realidade evolutiva do português falado no Brasil muito diferente da que existe hoje. Como todos os que vêem novelas sabem, por cá cultiva-se as palavras existentes. Lá criam-se novas formas de as escrever e adoptam-se vocábulos novos. 

Nessa altura, já o Acordo Ortográfico estará a necessitar de uma nova reforma. Do que Portugal precisa, por isso, é menos de um Acordo Ortográfico e mais de uma verdadeira política diplomática baseada na sua língua - como faz, por exemplo, Espanha. O português cresceu 800% na Internet, e isso não aconteceu por causa destes dez milhões de falantes do rectângulo onde nasceu. 

Para o Brasil, o desejo de afirmação da Língua Portuguesa no mundo justifica-se principalmente por uma necessidade geopolítica de poder por parte de uma nação que pretende afirmar-se como potência emergente e não como uma pátria de poetas. Para Portugal, esse pode e deve ser o ponto de partida para outras relações bem mais produtivas e interessantes tanto económica como diplomaticamente. |



Bruno Colaço Isabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do AcordoIsabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do Acordo
26 Setembro 2008 - 00h30

Língua - mais de 95 mil assinaturas contra o acordo ortográfico

Parlamentares ignoram petição

Dos 38 deputados convidados apenas uma deputada compareceu na audição parlamentar da petição contra o Acordo Ortográfico, ontem realizada na Assembleia da República. Além de Teresa Portugal, deputada do PS, a colega de bancada Isabel Pires de Lima – que não pertence à Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura – também marcou presença, tendo a ex-ministra da Cultura dito que o fez "por razões de interesse pessoal ".

'Acredito que, por razões de agenda, os deputados foram impedidos de comparecer. Mas a documentação foi distribuída aos membros da Comissão e estamos convencidos de que a ausência pode ser suprida pelo facto de todos os elementos estarem à disposição', comentou Vasco Graça Moura, primeiro subscritor da petição, relativamente à ausência dos convidados. O manifesto, que conta já com cerca de 96 mil subscritores, pretende que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 seja suspenso e revisto, uma vez que, 'além de apresentar uma série de vícios e erros, foi feito à socapa, sem ninguém dar por isso e sem um único parecer científico e académico', acrescentou o escritor e eurodeputado durante a audição.

A delegação de peticionários, liderada por Vasco Graça Moura, aguarda agora, nos termos da lei, pelo agendamento para apreciação do manifesto em plenário na Assembleia da República.

VASCO GRAÇA MOURA, SUBSCRITOR DO MANIFESTO: 'O ACORDO ESTÁ CHEIO DE ERROS'

Correio da Manhã – Os portugueses entendem o Acordo?

Vasco Graça Moura – Eu espero que tomem consciência das implicações de aceitar este acordo, mas, com quase cem mil assinaturas, parece que muitos estão esclarecidos do que está em causa.

– Levarão a cabo outras formas de protesto?

– Para já esperamos que haja uma possibilidade de reanálise desta questão. Depois, logo veremos.

– Não concorda, de todo, com um acordo ortográfico?

– Concordo. Aliás, há pormenores que se pode aplicar. Mas este acordo, especificamente, está cheio de erros e apenas pretendo que seja revisto. Só isso.

P.S. retirado da página do jornal Correio da Manhã, de Lisboa.




Realmente Portugal, onde um homem comum do povo historicamente diz, "vou trabalhar na Europa" - como se o país não ficasse no velho continente - (embora tenha melhorado bastante esta arcaica visão com a entrada na União Européia), com esta rejeição ao acordo ortográfico tende a se manter isolado do mundo. Os séculos passam, as décadas passam, mas os portugueses continuam a acreditar que são um grande império presente nos cinco continentes e que a língua que espalharam pelo mundo pertence só a eles, ledo engano. E que editorial, hein meu caro jornalista português?

Ainda sobre a reforma

A língua portuguesa está presente oficialmente nos cinco continentes.

O jornal O Estado de São Paulo disponibiliza em seu site um manual de redação que passa a ser adotado em função das novas regras de ortografia entradas em vigor, neste primeiro de janeiro de 2009, nos oito países de língua portuguesa. Evidentemente que em função da diferença de mudanças entre o Brasil, o,5% e demais países de 1,6%, o manual do Estadão vale mais para o Brasil.  Nele há um pequeno trecho escrito de várias formas ao longo do tempo. Vale a pena conferir:


Museu do carro em Bielsko Biała

Bielsko Biała, cidade a cerca de 100 km, ao Sul de Cracóvia é a sede da Fiat Automóveis. na Polônia. Ali desde a década de 70 foram produzidos os "Maluch" - Fiat 126 de 500 celindradas. Ali também existe um museu de carros antigos polacos bastante interessante. Assista ao vídeo e conheça algumas preciosidades do período comunista e anterior.