segunda-feira, 2 de março de 2009

Homenagem e protestos em Huta Pieniacka

Presidente Lech Kaczyński e Wiktor Juszczenko em Huta Pieniacka - Foto: Reuters

Os presidentes da Polônia e da Ucrânia, no sábado, participaram de homenagens ao aniversário dos 65 anos do massacre de polacos em Huta Pieniacka nos arredores de Lwów (Lviv em ucraniano - leões em português).
Muitos protestos de nacionalistas ucranianos foram feitos contra o presidente ucraniano Wiktor Juszczenko, para que ele não ficasse do lado dos "chauvinitas" polacos.  Este, contudo, afirmou que "foi um dos mais horríveis, mais cruéis acontecimentos na história da humanidade".  Ainda na quinta-feira passada, um grupo de protestantes fechou a estrada que leva ao local onde estão monumentos relembrando o massacre de 1944.
Juszczenko sublinhou que "desejaria que ficasse claro, que apesar da difícil história e da política, atualmente, os ucranianos deram as mãos aos polacos. A Ucrânia livre não pode existir sem uma Polônia livre e um polaco livre sem um ucraniano livre."
Já o presidente polaco Lech Kaczyński afirmou que "A verdade sobre este acontecimento nos liberta e permite construir um melhor futuro para a Polônia, a Ucrânia e toda a Europa. Temos coragem e misericórdia para orar - perdoar nossas ofensas como nós perdoamos os nossos devedores. Atualmente, aqui, damos o primeiro passo na estrada que iremos percorrer juntos os nossos nacionais".
A história conta que em 28 de fevereiro de 1944, como consequência da morte de alguns alemães nos arredores de Huta Pieniacka foram assassinados todos os moradores daquela vila rural, por soldados inimigos. Os números não são precisos, mas muitas pessoas foram mortas ali. O massacre de Huta Pieniacka foi na verdade uma punição militar contra os habitantes desta vila rural, que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Os historiadores polacos e ucranianos continuam em desacordo sobre de quem seria a responsabilidade pelas mortes. Para os historiadores ucranianos, a responsabilidade pelos atrozes assassinatos é exclusiva dos batalhões da polícia alemã SS.
Mas para o IPN - Instituto da Memória Nacional Polaco, a ação foi encetada pela 14ª subunidade galiciana da Divisão Waffen-SS. Os historiadores polacos possuem farta documentação para sustentar suas posições, que incluem depoimentos de 80 testemunhas. Para o Instituto polaco não há a menor dúvida de que o massacre foi cometido pelos ucranianos e não pelos alemães nazistas.
Huta Pieniacka era uma vila de pelo menos mil pessoas da etnia polaca, moradoras de 200 casas, localizadas na Voivodia de Tarnopol (hoje Ternopil Oblast na Ucrânia) durante a segunda República Polaca. Em 1939, após os ataques conjuntos de alemães e soviéticos, as voivodias polacas foram anexadas pela União Soviética, tornando as terras polacas em território da Ucrânia. Guerrilheiros ucranianos então perpetraram uma série de ataques e assassinatos contra a população polaca que vivia nestas terras há séculos. A população polaca da antiga Galicia ocupada pela Áustria e destas voivodias sofreram ataques de três linhas de frente: alemã, russa e ucraniana.
Em janeiro e fevereiro de 1944, as tropas soviéticas eram visitantes frequentes nestas áreas e isto foi relatado tanto por ucranianos como alemães. Huta Pieniacka já tinha sofrido vários ataques em 1943 e naquele início de 1944. Em 23 de fevereiro de 1944, uma patrulha formada por soldados da SS Galizien Divisão se aproximou da vila. Os polacos, muitos dos quais eram membros da Armia Krajowa, mataram duas pessoas e feriram outra da tropa invasora. Este incidente foi descrito no Diário da Divisão Halchyna e documentos encontrados nas fardas dos soldados mortos declararam que eles eram membros da Divisão SS Galizien, estacionados em Brody.
Funerais foram organizadas para os mortos. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1944, uma força mista de policiais e soldados ucranianos comandados pelos alemães sitiaram Pieniacka Huta. Apesar de terem sido alertados os polacos não tiveram tempo para preparar uma defesa ou para fugir. A localidade foi alvo de disparos da artilharia ucraniana comandada por um capitão alemão da SS. Depois dos disparos, lançaram granadas contra os civis, em sua maioria mulheres e crianças, que estavam reunidas na igreja. Ao tentarem escapar foram brutalmente assassinadas.
Segundo Bogusława Marcinkowska, historiadora de Cracóvia, os ucrainianos colocaram grávidas junto às paredes e abriram suas barrigas para retiram os fetos. Alguns moradores conseguiram fugir para Zloczów e outras cidades e nunca mais retornaram para suas casas. Depoimentos destes que fugiram, mas que presenciaram antes de escapar as atrocidades, contam que após cometerem os bárbaros crimes, os ucranianos se embebedaram, cantaram e dançaram a noite inteira. Para uma comissão, formada para investigar os crimes de guerra, estes sobreviventes contaram que os alemães não participaram da ação criminosa ucraniana.
Já o historiador ucraniano Vasyl Veryha afirma que baseado em documentos polacos alemães e soviéticos, Huta Pienacka foi um dos principais centros da "Armia Krajowa" e de guerilheiros soviéticos. O grupo de defensores da vila colaboravam com a Guarda do Povo Comunista. O 9º batalhão de guerrilheiros soviéticos denominado Chkalov e o grupo especial de Boris Krutikov estavam baseados na vila.  De acordo com Veryha, a população com mulheres e crianças incluídas era de aproximadamente 500 pessoas,  e o de guerrilheiros outros 500 moradores. 
Já o historiador russo Sergei Chuyev, diz que o polaco Kazimierz Wojciechowski trabalhou muito próximo a Armia Krajowa polaca e dos guerrilheiros soviéticos liderados por Boris Krutikov e Dmitri Medvedyev. Quando estes chegaram na vila, o assalto já tinha começado. A batalha teria continuado por algum tempo. Chuyev relatou que a ação dos policias ucranianos ao punir Wojciechowski desencadeadou uma luta feroz. 
Os ucranianos que atualmente protestam, alegam que os polacos erigiram este monumento aos mortos de Huta Pienacka sem a permissão do governo ucraniano e em total desrespeito a história e às leis do país. O parlamentar ucraniano Oleh Tyahnybok alega que o monumento é ilegal e que o cônsul polaco que foi considerado "persona non grata" desrespeitou a dignidade do povo ucraniano.
Em 28 de fevereiro de 2007, um novo monumento foi levantado em Huta Peniacka para homenagear os polacos massacrados em 1944. A delegação vinda da Polônia foi acompanhada pelo cônsul da Polônia, em Lwów, Marcin Zieniewicz, que naquela ocasião deixou bem claro que o monumento era para "marcar uma das páginas mais trágicas da história, mas não só do povo polaco, mas também dos ucranianos". Mas foi mal interpretado pelos políticos ucranianos.

 
A vila de Huta Pieniacka não existe mais. A maioria das casas foi queimada, tendo restado apenas uma escola e a igreja católica apostólica romana. Ambos edifícios foram demolidos após a guerra. Agora o local é apenas um campo de pastagem com este monumento da foto acima. 

Reiniciado o campeonato polaco

Polícia intervem no clássico silesiano entre
Ruch Chorzów X Górnik Zabrze
Foto: Dawid Chalimoniuk / AG


A melhor equipe da temporada, o Lech Poznań, que participa da Copa UEFA, mesmo após sua derrota contra a Udinese pelo torneio europeu, recomeçou o segundo do campeonato do campeonato polaco vencendo de forma emocionante o GKS Belchatów por 3X2.
O campeonato que reiniciou após intervalo de mais de dois meses, por causa do inverno, neste fim de semana, manteve nos primeiros postos as mesmas equipes do ano passado. O Lech, que depois de estar perdendo por 2X0 virou para 3X2, chegou aos 39 pontos. As duas equipes da capital continuam nos mesmos postos, segundo e terceiro lugares na tabela. Legia Warszawa (2º lugar) empatou com o Polonia Warszawa (3º lugar) em um gol e está com 37 pontos, enquanto o Polonia chegou a 36 pontos.
O campeão do ano passado, o Wisła Kraków, de Cracóvia, foi a Silésia e só conseguiu empatar em um gol com o Bytom. Com isso ocupa apenas a quarta posição na tabela com 35 pontos. O Belchatów que perdeu para o líder está em quinto lugar junto com o Śląsk Wrocław com 31 pontos.
Mas o ponto negativo do campeonato não está na tabela, mas nos estádios da Polônia. Com exceção de sete estádios todos os demais estão fechados para os torcedores visitantes. Simplesmente não são vendidos os bilhetes que seriam reservados para os torcedores da equipes visitantes. Os motivos e alegações variam de reformas nos estádios a evitar brigas entre os "kibiców" (quibitssuf- torcedores) dos times em confronto. Em comparação com a fase passada apenas um clube, o Belchatów, reformou as arquibacandas e pode receber 400 torcedores da equipe adversária nesta fase de primavera do campeonato.

O sorriso da vitória polaca

Foto: David e Cerny - Reuters

A esquiadora Justyna Kowalczyk é a nova musa da Polônia. Seus feitos nas pistas geladas da República Tcheca no fim de semana, além das duas medalhas de ouro, da uma de bronze, do título de bicampeã mundial deu-lhe também o amor patriótico de todos os polacos. A imprensa, a televisão, o rádio, as conversas de bar e até as igrejas só falam de Justyna.

domingo, 1 de março de 2009

Polaca bicampeã do mundo

Foto: Petr David Josek - AP

A polaca Justyna Kowalczyk é bicampeã mundial de esqui nórdico após sua medalha de ouro conquista neste sábado na prova de Liberec, na República Tcheca. Ela competia por três medalhas, na prova cross-country 10 km feminino, cross-country perseguição feminina 15 km feminino e cross-country largada em massa feminino 30 km. Venceu nos 30 e 15 km a medalha de ouro e a nos 10 km a medalha de bronze. Ela fez os 30 km em em 1:16:10,6.
"Estou muito feliz por esta vitória. Sonhei com as duas medalhas de ouro, mas pensei que isto não pudesse ser real. Mas conquistei isto!" declarou a polaca campeã mundial de esqui nórdico.
Em segundo lugar nos 30 km chegou a russa Jewgienia Miedwiediewa e em terceiro a ucraniana Walentyna Szewczenko.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sikorski em Washington

"A Situação econômica da Polônia não é assim de tão sombria, como muitas vezes apresentam", declarou o ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, no Senado dos Estados Unidos, ontem, sexta-feira, em Washington.
A declaração do ministro polaco foi em resposta ao comentário do senador John Kerry, chefe da comissão de assuntos exteriores do Senado e candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais de 2004, de que a há uma grande possibilidade de queda da economia na Europa Central. 
Agregou ainda que a Europa Central não é homogênea e se a Polônia representa quase a metade da economia da região, o banco central polaco tem tomado precauções para que a crise mundial não seja tão nefasta no país.
Antes havia se encontrado com a secretária Hillary Clinton, quando Sikorski conversou sobre a presença de tropas no Afeganistão e base antimísseis Norte-americana na Polônia. A base, apesar da pressão contrária da Rússia continua nos planos.
Mais tarde, um inglês superfluente foi entrevistado na televisão MSNBC junto com Mika Brzeziński.  Esta é a entrevista em inglês:


Caridade bate recorde histórico na Polônia


O maior movimento anual para angariação de fundos da Polônia, a Wielka Orkiestra Świątecznej Pomocy, ou Grande Orquestra da Caridade de Natal anunciou essa semana, que o montante arrecadado através de seus voluntários no mês de janeiro é recorde histórico. Pois superou o recorde anterior do ano passado em 9 milhões de złotych. 
Segundo o diretor da promoção Jurek Owsiak, (na foto durante a realização do programa na TV) entre as coletas, leilões e outras promoções, a Orquestra arrecadou 40,4 milhões de złotych.
Este ano, em sua 17ª. Edição, a Orquestra pediu dinheiro para a compra de equipamentos especializados para a detecção precoce do câncer em bebés e crianças. O dinheiro foi recolhido por cerca de 120 mil voluntários na Polônia e em todo o mundo.
A Grande Orchestra é semelhante ao "Criança Esperança" de Renato Aragão e Rede Globo, com a diferença de que o batalhão de 120 mil voluntários saem às ruas e não esperam que telespectadores depositem suas contribuições via telefone.
Todo aquele que é abordado na rua, por um voluntário, após colocar sua contribuição na caixinha é etiquetado no peito com o "coração" da Grande Orquestra

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Segunda Iarochinski na Polônia

Gislaine e Ulisses na ulica Floriańska, diante da porta Norte da cidade de Cracóvia

Recebi nesta quinta-feira, por exatas 3 horas e 45 minutos, minha prima Gislaine em Cracóvia. Bisneta de Józef, irmão de meu avô Bolesław, ela é, depois de mim, o segundo descendente de Piotr Jarosiński a conhecer a Polônia.
Gislaine (Iarochinski) Kuk, assim como meu pai Cassemiro é de Castro, no Estado do Paraná. Atualmente morando e trabalhando em São Paulo como modelo, ela se prepara para ainda este ano retornar a Polônia e cursar veterinária em alguma universidade do país.
Pena que tenha sido tão rápida sua passagem por Cracóvia, só tivemos tempo de passar pela Brama Florianska, Museu Czartoryski, Igreja de São Casimiro, Stare Teatr, Rynek, Sukiennice, Igreja Mariacka, restaurante Chopskie Jadło, ulica Bracka, Café Prowincja, Curia Metropolitana, Igreja de São Francisco de Assis e passar diante da catedral e castelo de Wawel. Não deu tempo nem para subir a colina. Ela tinha que voltar a estação e embarcar para Varsóvia.  De onde amanhã, sábado, volta para o Brasil.
Antes de vir a Polônia por uma semana ela participou da Campanha de Lançamento da vodka polaca "Sobielski", em São Paulo. 
Ah, sim! Nós nunca tinhamos nos encontrado pessoalmente, antes, mas foi como se sempre nos conhecêssemos. Deve ser o sangue, o mesmo que corria nas veias de Piotr.

100 mil ucranianos se preparam para invadir a Polônia

Palácio da família polaca Potocki na cidade de Lwów, na atual Ucrânia

A catástrofe econômica na Ucrânia está incentivando as pessoas a procurarem nos cartórios, arquivos e memórias familiares suas raízes polacas. Assim como muitos brasileiros descendentes de polacos querem um documento polaco, que os permitirá entrar e trabalhar livremente na Polônia. Para assediar o mercado de trabalho polaco se preparam cerca de 100 mil cidadãos ucranianos.
"O documento polaco representa uma chance de receber um salário duas vezes maior do que recebo aqui na Ucrânia. Eu sou mecânico de automóvel. Já acertei com uma oficina de Wrocław. Estão esperando por mim lá," declarou Jarosław Kalinowski da cidade de Drohobycz para o jornal Gazeta Wyborcza.
Os "polacos" da Ucrânia estão prontos para receber de 20 a 30% menos que os salários pagos atualmente na Polônia. E isto porque, o mercado de trabalho na Ucrânia pode pagar no máximo 200 dólares mensais. Muito pouco quando comparado aos 900 dólares em média pagos pelas empresas polacas.
O cônsul Grzegorz Opaliński do Consulado geral da Polônia em Lwów (Lviv em ucraniano) afirmou que já recebeu "10 mil" pedidos de carteria de residência e trabalho. "E a cada dia este número aumenta espantosamente. Não temos, inclusive, pessoal suficiente para despachar estes casos. Muitos destes estão passando a fronteira para pedir ajuda de polacos de pequenas vilas que preencham os formulários". Também o consulado de Łucki na região da Volínia não consegue atender as pessoas, tal a quantidade.
Segundo Artur Kozłowski, do Conselho de Assuntos Polacos no Oriente, somente em Lwów mais de 20.600 pessoas preencheram os formulários. destas 13 mil já receberam suas carteiras de identidade polaca.
Este movimento começou um anos atrás, quando o governo da Polônia, estendeu aos polacos e seus descendentes que permaneceram no território que passou para as mãos da Ucrânia após a Segunda Guerra Mundial. Por isto, para estes "cidadãos" ucranianos, na verdade polacos basta comprovar sua origem para receber a carteira de identidade polaca. É um processo bem mais simples que o da cidadania. Esta carteira permite que morem, trabalhem e estudem na Polônia com os mesmos direitos dos que nasceram no atual território da Polônia, ou simplesmente cidadãos polacos.
Mas o que permite um ministério não parece não encantar outro. O Ministério do Trabalho, já anunciou que em vista de tal situação não pretende liberar o mercado para estes estrangeiros. No momento a permissão para o trabalho legal é de apenas seis meses.

Comentando
Nesta notícia algumas coisas chamam a atenção. Não só pela crise econômica na Ucrânia e pela nvasão iminente de ucranianos no mercado de trabalho da Polônia. Mas principalmente pelos aspectos legais e discussão sobre a verdadeira identidade polaca destas pessoas e de outras que se acreditam também descendentes de polacos no resto do mundo.
A instituição desta "carteira" não só para ucranianos e mas também e principalmente para bielorrussos de origem polaca foi uma decisão do governo da Polônia há cerca de um ano. Foi uma proposta originada no Congresso Nacional e causada pelas perseguições aos cidadãos bielorussos de origem polaca pelo ditador do país vizinho. Naquela oportunidade, o ditador reclamou que a Polônia estava criando dois tipos de bielorussos: aqueles que podiam atravessar a fronteira e aqueles que não podiam. Era como se a Polônia estivesse criando duas classes de cidadãos na Bielorrússia, e isto ele não podia concordar.
Na prática estas pessoas são ucranianas e bielorussas, pois nasceram e foram registrados pelas instituições ucranianas e bielorussas como cidadãos de seus Estados Nacionais, após a segunda guerra mundial. Lembrar que este Estado Ucrânia foi instituído em 1922 como República Socialista Soviética da Ucrânia, em terras da Polônia e da Rússia e formada pelo povo ruteno. Ucrânia sempre foi a Rutênia e ucranianos sempre foram rutenos. Somente em 1990 passou a existir de forma independente e única a República da Ucrânia. Este povo ruteno tem mais de 2 mil anos e o denominado "ucraniano" apenas 87 anos de existência. Portanto, os atuais cidadãos ucranianos tanto podem ser rutenos, cossacos, bem como polacos. Pois o que define uma etnia, o pertencimento a uma nação, não é uma carteira de identidade, um passaporte ou um diploma de cidadão.
Portanto, fica difícil entender como é que meu avô, que nasceu em Wojcieszków, uma localidade próxima a Lublin, seja entendido como cidadão russo e não polaco. Wojcieszków hoje, antes de 1990, antes de 1945, antes de 1918 sempre esteve no território da Polônia. Nunca esteve no território da Ucrânia, nem no território da Rússia, em que pese na época estivesse ocupada pelos invasores russos. Pois meu avô e todos os seus ancestrais sempre assinaram Jarosiński, sempre viveram na Polônia e sempre foram da etnia polaca. Definitivamente os critérios de nação, território e estado não se completam, muito pelo contrário são desagregadores. Por isto que cada dia mais fica evidente a lucidez de John Lennon em sua canção "Imagine" quando diz "Imagine que não exista nenhum país, Não é difícil de fazer. Nada porque matar ou porque morrer, Nenhuma religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz..."

Imagine - John Lennon

Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...

Imagine there's no countries,
It isnt hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

Imagine no possessions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of men,
imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I'm a dreamer,
but Im not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one

"Você talvez diga que sou um sonhador, Mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você se junte a nós, E viverá como um mundo único."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mariola de Kazik

O novo "Teledysk" do roqueiro Kazik Staszewski, "Silny Kazik pod Wezwaniem" com direção de Sławek Pietrzak, fotografia e montagem de Jacek Kościuszko é um dos mais acessados na Internet na Polônia.
O cantor que já se apresentou em Curitiba, Campo Largo, Ponta Grossa e São José dos Pinhais no início da década de 90, com o grupo Kult é um dos artistas mais respeitados do país e com uma legião de fãs das maiores do país.

Cracóvia: promoção turística equivocada

Igreja Mariacka no Rynek de Cracóvia

A crise econômica Norte-americana e a queda dos turistas tem preocupado as autoridades de Cracóvia. E isto foi sentido antes do estouro da crise, mais precisamente um mês antes, quando terminava o verão europeu. Restaurantes, hotéis, hostels (albergues), aeroporto e museus da cidade viram que os ganhos não tinham sido os mesmos do verão anterior.
A prefeitura então contratou uma empresa, a "Agencja Eskadra" para buscar novas estratégias de atração turística. Pagou pelo trabalho 35 mil złotych. Entre outras sugestões apresentadas estava a de impedir as condições propicias de bares com cerveja barata para turistas ingleses de fim de semana. Excursões de bêbados ingleses através de empresas áereas de baixo custo. A explicação para isto é a de que estes turistas provocaram muitos incidentes e não deixaram os moradores do centro dormirem em paz. Em uma frase, a nova estratégia é impedir turista pobre de visitar Cracóvia. Aqui serão bem vindos apenas os ricos, interessados em Cultura.
Teoricamente tudo está nos conformes, pois o prefeito assinou memorando para se colocar em prática as estratégias formuladas pela Eskrada. Para para que elas sejam efetivamente colocadas em prática era preciso que o Conselho da Cidade (espécie de Câmara de Vereadores) aprovasse. Isto foi feito de forma tão rápida, que muitos conselheiros nem se lembram do memorando do prefeito, nem do trabalho técnico da Eskadra. E agora estão reclamando: "muitos nem sabem o que aprovaram", afirma Bolesław Kosior, um dos conselheiros da cidade.
Entre as ordens do prefeito ficou decidido que Filip Berkowicz é o diretor do departamento de cultura e Grażyna Leja diretora do departamento de turismo, encarregados de organizar o Festival "6 zmysłów" e o "Misteria Paschalia", entre outros para atrair turistas ricos e interessados em cultura.
Mas nesse meio tempo a moeda polaca está indo pro fundo do poço, da cotação de 1 euro 3,20 złotych em setembro, agora está 4,70 złotych. Assim ninguém mais, entre funcionários da prefeitura, conselheiros da cidade, consultores da Eskadra, sabe se as estratégias formuladas e pagas são atuais. Ainda no final do ano passado como parte das novas estratégias a prefeitura gastou milhares de złotych em anúncios e programetes das redes de TV Mundiais CNN e BBC. O resultado parece ter sido pífio, pois veio o inverno e naturalmente o fluxo de turistas estrangeiros parou.
Mas o que parece estar errado em tudo isso é análise que estes "entendidos" fazem de pessoas e fluxo.
Cracóvia, que segundo relatórios oficiais chegou a receber no verão de 2007, cerca de 7 milhões de turistas (estimativas não oficiais garantem que este número chegou próximo dos 10 milhões de turistas) viu estes números caírem drasticamente no último verão. A causa, ao contrário do que sugere esta elitização dos turistas, é que um copo de cerveja de 500ml que custava 4  złotych passou a custar 12 até 15  złotych. Nem mesmo os bêbados ingleses são estúpidos suficiente para não se sentirem lesados.
Enquanto isso algumas perguntas ficam sem resposta. O que fazer com restaurantes, hotéis, albergues, bares que foram abertos para atender 10 milhões de turistas de todos os bolsos e agora segundo as novas estratégias da prefeitura vão atender apenas 2 milhões? E o que fazer os com o mercado de trabalho? Mandar de volta os emigrantes retornados de Londres?
Parece claro que administrar turismo não é o forte das autoridades da turística Cracóvia. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sikorski pede ajuda para Auschwitz

O ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski fez um chamamento à ajuda internacional para manter o museu existente na cidade de Oswięcien, na Polônia. O museu é o conhecido maior cemitério sem tumbas de todo o mundo, o campo de concentração e exterminação alemão nazista de Auschwitz-Birkenau.
Falando após um encontro de ministros do exterior da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, Sikorski, disse que a Fundação para a conservação do nefasto campo, criada no mês passado, recebe 120 milhões de euros, dos quais só pode utilizar seis ou sete milhões de euros por ano para a conservação do local.
Sikorski afirmou que a manutenção do campo da morte é particularmente importante para as futuras gerações, justo num momento em que líderes em alguns países e alguns religiosos colocam em dúvida a existência do Holocausto.
O Museu de Auschwitz recebeu recentemente 4.2 milhões de euros da UE para projetos de manutenção. Ano passado Auschwitz, localizado a 65 km de Cracóvia, foi visitado por mais de 1.1 milhão de pessoas de todo o mundo.

Foto: Ulisses Iarochinski

Schumacher colobora na compra de Podolski

O alemão Michael Schumacher, o maior campeão da história da Fórmula 1 sempre foi um apaixonado por futebol. Não foram poucas vezes em que ele atuou como atacante em jogos amistosos de estrelas mundiais.
Sua paixão por futebol só não é maior que o amor que tem pelo Football Club Koeln da cidade de Colônia. O Clube anunciou em seu sitio oficial que o ex-piloto contribuiu com 875 euros, ou R$ 2,7 mil para que o FC Koeln possa fechar a contratação do atacante polaco Łukasz Podolski, que joga atualmente no milionáro Bayern de Munique. A contração do "menino" de Gliwice  (cidade polaca onde nasceu Podolski) teria sido fechado em 10 milhões de euros e foi fruto de uma campanha junto aos torcedores para arrecadar a quantia.
O clube de Colônia dividiu uma foto de Podolski, em sua página na Internet, em 37.500 pedaços. Cada pedacinho da foto de Podolski foi colocado a à venda por 25 euros. Foi aí que Schumacher comprou exatos 35 pedaços. A promoção uma vez encerrada dará 1 milhão de euros para os cofres da equipe. O astro dos autódromos deixou uma mensagem escrita no portal pedindo aos fãs que colaborem com a campanha. "Acompanhe seu coração e ajuda a nossa torcida a comemorar novamente". Schumacher não foi o único famoso a contribuir com a campanha, também o jogador da seleção alemã de handebol Heiner Brand e o boxeador Felix Sturm, campeão mundial meio-médio pela WBA foi outro.
Podolski que há tempos não está feliz com reserva no Bayern, disse que desejaria sair. Parece que seu desejo foi atendido.
 
Foto: Reuters

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Starowieyski morreu

Foto: Anna Bedyńska

Morreu ontem em Varsóvia aos 79 anos Franciszek Starowieyski, um dos mais importantes criadores de posters da mundo. Franciszek Andrzej Bobola Biberstein-Starowieyski nasceu em 8 de julho de 1930 em Bratkówka, localidade próxima a Krosno, na região Podkarpacki, no Sudeste da Polônia. O artista polaco era pintor, desenhista, criador de posters e cartazes de filme, teatro, dança e espetáculos, cenógrafo teatral e televisivo.
Entre 1949 e 1955 estudou na Academia de Belas Artes de Cracóvia e Varsóvia. Starowieyski foi premiado por seus cartazes de filmes em Cannes, tendo recebido em 1975, o Grande Prêmio do Festival Internacional de Paris. Starowieyski acreditava que o homem vive em uma "época de destruição", idéia que o inspirou para uma obra que retrata a catástrofe.

Segundo o diretor do Centro de Arte Contemporânea de Varsóvia, Wojciech Krukowski "é muito difícil entender esta morte, pois ele era uma pessoa de uma força vital enorme, cheio de saúde. Um ser humano inesquecível."
Autor de mais de 250 posters que correm o mundo em exposições sobre a arte da qual foi mestre e criador, a arte do cartaz, além de muitas outras obras em forma de quadros, ilustrações, cenografia e figurino.
Fez exposições em galerias e museus da Polônia, Áustria, Bélgica, França, Holanda, Canadá, Suíça, Estados Unidos, Itália e Brasil, onde conquistou o Grande Prêmio da Bienal de Arte de São Paulo em 1973.



Premiações
1973 - Grande Prêmio da Bienal Internacional de Artes, São Paulo (Brasil)
1974 - Grande Prêmio do Poster de Filme, no Cannes Film Festival, Cannes (França)
1974 - 2º lugar, International Biennial of Posters, Varsóvia (Polônia)
1978 - 2º lugar, International Biennial of Posters, Varsóvia (Polônia)
1979 - Gold Plaque, International Film Festival, Chicago (Estados Unidos)
1982 - Silver Hugo, Film poster competition
2000 - 3º lugar, International Biennial of Posters, Varsóvia (Polônia)

Wisła latinoamericano

Os brasileiros Cleber, Marcelo e Beto.

O Clube Wisła Kraków reinicia o campeonato polaco após a pausa de inverno com três jogadores brasileiros, um costariquenho e um argentino filho de brasileiro. Pela ordem, Cleber que cumpre seu terceiro ano de contrato, Marcelo que chegou em setembro passado e o mais recente Beto fazem companhia a Diaz, o lateral esquerdo que se casou no início do ano em sua terra natal e Cantoro que está há mais de cinco anos no clube e na cidade. 

O costariquenho Dias e o argentino (filho de brasileiro) Cantoro.

O centenário clube de Cracóvia é o campeão da temporada passada e talvez o mais rico do país. Está terminando seu estádio para 40 mil expectadores para colocar a cidade na Eurocopa 2012. Mas no campeonato que se reinicia está apenas na quarta colocação. À sua frente está o líder Lech Poznań (que no momento representa a Polônia na Copa UEFA), seu maior rival Legia Warszawa em segundo e o Polonia Warszawa, que veio da segunda divisão, em terceiro.
Beto, a mais recente contratação brasileira veio do Palmeiras e já esteve na Ponte Preta. Nasceu em 31 de maio de 1987. Beto andou fazendo gol nos treinos e em jogos amistosos na preparação da equipe na Espanha.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mata a mulher fora da detenção

Centro de Detenção para Investigação de Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski

Acusado de abuso na família e liberado da detenção pelo Tribunal de Justiça, Marek W, de 32 anos, morador de Chodla na Voivodia de Lublin, após três dias livre, assassinou a esposa. A mulher de 30 anos foi morta com facadas no pescoço depois de uma violenta briga doméstica. Os cortes provocaram bastante sangramento o que acabou por vitimar a mulher. Os dois filhos do casal no meio da briga fugiram do apartamento indo para casa dos avós. 
O homem foi preso perto de sua própria casa, por ato de homicídio. Ele estava bêbado, com mais de 3,0 ml de álcool no sangue. Marek W.  havia sido detido preventivamente por três meses, em janeiro, denunciado por abuso da mulher e dos filhos.
A denúncia foi retirada e coube ao Tribunal de Lublin, na última quinta-feira, levantar a ordem detenção.

P.S. Na Polônia, a lei prevê para qualquer denúncia a detenção preventiva. Assim uma pessoa falsamente denunciada pode ficar detida injustamente por um período de até três meses. Nesse tempo, a polícia e um promotor designado fazem as investigações para comprovar a veracidade da denúncia. Embora inocente, uma pessoa pode ter este período de detenção prorrogado, enquanto o promotor não encontra provas suficientes para que o caso seja enviado ao tribunal. Dois dos casos mais famosos de pessoas inocentes detidas que mais tempo ficaram reclusas é de o um senador da república que ficou três anos e meio na detenção e o recorde dado a outra pessoa que ficou sete anos e três meses detida. Ficou comprovado que eram inocentes, mas mesmo assim cumpriram pena. Para que sejam ressarcidos é necessário entrar com uma ação na justiça. Os que não têm como pagar as custas acabam pagando por crimes que não cometeram. Este procedimento penal da Polônia está em desacordo com as normas da União Europeia. Há promessas de se adequar a UE... Mas só rumores.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Lato convidou Smolarek

Smolarek pai - Foto: Kuba Atys / AG


Grzegorz Lato, presidente da Federacao Polaca de Futebol, convidou o ex-companheiro de selecao, Włodzimiez Smolarek (quando eram jogadores) para dirigir a selecao sub-17 da Polonia. O pai do Smolarek da atual selecao principal atualmente treina a equipe do Rotterdam da Holanda.
O Włodzimierz Smolarek, que Lato conhece desde que ainda eram juvenis, nao rechaca um convite. Mas a verdade, que ele nao confessa, era que desejaria mesmo substituir o holandes Leo Bennhaker na selecao principal e ser treinador do proprio filho, artilheiro da selecao.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O dia do guia turístico em Cracóvia

Guia e turistas no Hal de artesanato da Sukiennice

Com uma missa, às 9.00 na Igreja São Francisco de Assis, começaram as comemorações em Cracóvia do dia Internacional do Guia Turístico. A presidente do departamento turístico da prefeitura de Cracóvia, Grażyna Leja, é a responsável pelas comemorações que terá ainda palestras no Centro Cultural da cidade e passeios dos guias de outras cidades orientados por seus colegas cracovianos. Na noite de hoje para amanhã acontece uma vigília cultural e um festa de gala, organizada pela Voivodia da Małopolska, acontecerá no dia 28 de fevereiro.
Durante toda a semana deverão ocorrer excursões gratuitas para crianças que se inscreveram junto à prefeitura pelos locais turísticos da cidade.As crianças de outras localidades terão inclusive dormitórios grátis e receberão como lembrança o mascote da cidade e um mapa especial da cidade. A ação "guia dos moradores" promete levar gratuitamente os moradores da cidade em passeio até o Centro cultural do bairro de Nowa Huta e lá assistirem a um filme turístico sobre a cidade e o bairro.

Imagem do Portão de Entrada da cidade captada por câmera de vídeo

Entre os palestrantes no seminário no auditório do Conselho da Cidade (Câmara municipal) estarãm o prof. dr hab. Michał Rożek, com o tema Cracóvia Mágina e seus segredos e a guia do ano 2008, Aleksandra Mirska. À 11.30 desta sexta-feira é apresentado o novo Museu na Cidade na antiga Fábrica de Oskar Schindler.
Amanhã, sábado, às 10.30 A Associação de Guias Turísticos de Cracóvia convida os moradores para uma excursão ao bairro comunista de Nowa Huta seguido de encontro no Centro na rua Jan Paweł II, 232, onde será apresentado o "plano de urbanização de Nowa Huta - confrontos e realidade".

OTAN se reúne em Cracóvia


Prefeito de Cracóvia Jacek (à direita) na abertura da reunião da OTAN -Foto: Prefeitura

Começou ontem em Cracóvia, dois dias de reuniões da OTAN-Organização dos países do Atlântico Norte com a participação de 25 ministros de defesa de seus respectivos países. O dos Estados Unidos, Robert Gates pediu um aumento no contingente das tropas da organização para enviar ao Afeganistão. Vieram para o encontro delegações de 48 países e estão acreditados 400 jornalistas estrangeiros.
Os Estados Unidos estão com mais de 20 mil soldados estacionados naquele país asiático. Os restantes países da OTAN outros 40 mil. Alguns dias atrás o presidente Barack Obama assinou um decreto para enviar mais 17 mil.
A Polônia, por sua vez, já se manifestou que não deseja enviar mais nenhum soldado àquele país. Ha cerca de uma semana o país foi envolvido com a notícia da execução de um engenheiro de Cracóvia por integrantes do Taliban, que estava trabalhando na fronteira do Paquistão com o Afeganistão. Sua morte contudo teria acontecido vários meses atrás. Desde então muitas vozes se levantaram no país contra a presença de soldados polacos no exterior, seja em misão de paz ou não. A Polônia ainda é o terceiro país com mais soldados no Iraque. Segundo o ministro de defesa polaco, Bogdan Klich, estão no Afeganistão 1600 solados da Polônia.
Ao contrário das últimas reuniões da OTAN, em outros países, como em Gênova, na Itália quando pacifistas foram mortos pela polícia durante manifestações de protestos, em Cracóvia até o momento, a reunião da OTAN segue sem incidentes. Um acordo prévio entre a prefeitura e organizações pacifistas está evitando manifestações violentas. Na tarde de ontem, houve concentração de grupo pacifistas e anarquistas portanto faixas e cartazes no Rynek, praça central da cidade, cerca de 900 metros do Hotel Sheraton, onde acontece a reunião de dois dias. A manifestação durou apenas alguns minutos sem que tenha se verificado qualquer incidente.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Kamila Skolimowska morre de repente

Foto: Małgorzata Kujawka/AG

A medalhista olímpica no lançamento de martelo de 2000 Kamila Skolimowska "nie żyje" (nié jiie - não vive) morreu, ontem, à noite em Portugal.
Kamila, de 26 anos, sentiu-se mal durante os treinamentos e durante o trajeto até o hospital Vila Real de Santo Antonio (Sul país - fronteira com a Espanha) perdeu os sentidos. Após uma hora de tentativas de reanimá-la, ainda, na ambulância a caminho do hospital, terminou por morrer.
"Na quarta-feira, Kamila veio até nós na usina. Sentou-se no banco e passou mal. Andrzej Krawczyk tentou reanimá-la. Chamamos a ambulância. Entrou nela bem, forte. Ela pareceu desmaiar de novo e assim a levaram para o ambulatório de Vila Real de Santo Antonio. Ali a esperava uma especialista em reanimação. Mas Kamila não chegou lá viva", contou o campeão olímpico de lançamento de martelo em Sidnei 2000, Szymon Ziółkowski.

Foto: Damian Kramski/AG

A mais jovem recordista da história dos campeonatos de para-atletas, aos 13 anos, não tinha uma atividade regular como estudante em função dos vários campeonatos. "Na terça-feira, ela sentiu dor na barriga da perna, não se sentia bem de manhã depois de conversar com o treinador desistiu do primeiro treino. Estamos todos chocados e esperamos pelo resultado da autopsia. O corpo de Kamila foi transferido para a cidade do Faro, onde deverá ser assinado o atestado de óbito. O médico diagnosticou ataque do coração", acrescentou Ziółkowski. Mas segundo o médico da Federação Polaca de Atletismo - PZLA provavelmente foi embolia na artéria pulmonar.

Kamila Skolimowska nasceu em 4 de novembro de 1982, em Varsóvia. Era filha do famoso levantador de peso Robert Skolimowski, participante das Olímpiadas de Moscou em 1980. O maior êxito de Kamila foi a medalha de ouro das Olímpiadas de 2000. Foi a mais jovem medalhista dos jogos de de Sidney. Medalhista nos campeonatos europeus de adultos e campeã do mundo e europeia de juniores. Há cinco anos fazia parte do grupo de prevenção do Comando Social da Polícia em Varsóvia.

Os maiores êxitos de Kamila

Foto: Kai Pfaffenbach - Reuters

Skolimowska era uma das melhores para-atletas polacas dos últimos anos. Em 2000 conquistou a medalha de ouro no lançamento de martelo nos jogos de Sidney. Quarto lugar no campeonato mundial de Edmonton (2001) e Osaka (2007). Nos jogos de Atenas (2004) foi em quinto lugar, quatro anos depois em Pequim passando às finais não obteve nenhum resultado, queimando as três tentativas. No campeonato europeu daquele ano também não conseguiu nenhuma medalha. Campeonato onde já tinha conquistado anteriormente a medalha de prata em 2002 e em a de bronze em 2006.
Kamila foi 12 vezes campeã polaca, a última vez em 2008. Seu recorde pessoal foi 76,83 metros conseguido em 11 de maio de 2007 em Ad-Dausze durante o Super Grand Prix IAAF, o qual é também o recorde polaco.

- Olimpíadas de Sidney 2000 - 1º. lugar (71,16m), Atenas 2004 - 5º. lugar (72,57m)
- Campeonato Mundial: Edmonton 2001 - 4º. lugar (68,05m), Paris 2003 - 8º. lugar (68,39m), Helsinki 2005 - 7º. lugar (68,96m), Osaka 2007 - 4º. lugar (73,75m)
- Campeonato Europeu: Mônaco 2002 - 2º. lugar (72,46m), Gotemburgo 2006 - 3º. lugar (72,58m)
- Final do Grand Prix IAAF: Melbourne 2001 - 1º. lugar (71,71m)
- Final Mundial de Para-atletas: Szombathely 2005 - 2º. lugar (72,73m), Stuttgart 2006 - 2º. lugar (73,33m), Stuttgart 2007 - 4º. lugar (70,20m)
- Copa Mundial: Atenas 2006 - 1º. lugar (75,29m - atual recorde da modalidade)

P.S. Imperdoável! Nenhum dos quatro principais jornais de Portugal, Público, Diário de Notícias, A Bola e Jornal de Notícias, informou sobre a morte da campeão dos jogos de Sidney, no lançamento do martelo, a polaca Skolimowska. E isto porque o fato aconteceu no Algarve. Talvez seja, por isto, fica muito longe de Lisboa!!! A imprensa brasileira, que está do outro lado do oceano, noticiou a morte com apoio da agência de notícias France Press. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Terça-feira negra para o zloty

O câmbio teve seu pior momento na Polônia em mais de quatro anos no dia de ontem. A terça-feira negra levou a cotação do złoty a um record histórico negativo. O franco suíço chegou a 3,26 zł, o  Euro às alturas de 4,8 zł. (a maior cotação desde a entrada da Polônia da União europeia) e o dólar dos Estados Unidos a 3,77 zł.
Não bastasse isso, os preços do automóvel, viagem turística, passagem de avião, câmera fotográfica, computador, máquina de lavar roupa, geladeira e até roupa e sapato enloqueceram. O aumento é de mais ultrapassou todos os recordes percentuais. Os compradores não têm dinheiro e os vendedores não conseguem vender.
"No final de janeiro comprei para mim e para minha namorada duas passagens para São Paulo no Brasil.  Vamos embarcar em maio. Paguei 2.700 zł cada um. Isto parecia muito caro, umas semanas depois estou achando que tive sorte...foi barato, pois se fosse agora teríamos que desembolsar mais 400 zł", contou Paweł, um estudante de Varsóvia.
As agências de viagem que fizeram reserva mas não emitiram ainda os bilhetes estão chamando seus clientes para informar, por exemplo, que é preciso pagar mais 100 zł a mais por pessoa na excursão para o Egito, e que a passagem para a Tailândia ou Cuba ficou 700 zł  mais cara, informa Jacek Dąbrowski, diretor financeiro da agência de viagens Triada SA.
A situação no mercado ficou tão ruim nesta terça-feira, que o primeiro-ministro Donald Tusk só conseguiu com sua declaração 45 minutos de paz. "O governo polaco está fazendo tudo para tranquilizar o mercado. Após consultar o ministro das finanças e especialistas não tenho dúvidas que se o limite de 5 złotych por cada euro seja ultrapassada, já temos decisão formada de vender euro", afirmou o chefe de governo. O dinheiro, no valor de 7 milhões de euros já foi disponilizado pela União Europeia para a realizar esta operação. A pausa após as declarações do primeiro ministro não durou uma hora, 45 minutos depois a moeda polaca continuou a cair.