Igreja Mariacka no Rynek de Cracóvia
A crise econômica Norte-americana e a queda dos turistas tem preocupado as autoridades de Cracóvia. E isto foi sentido antes do estouro da crise, mais precisamente um mês antes, quando terminava o verão europeu. Restaurantes, hotéis, hostels (albergues), aeroporto e museus da cidade viram que os ganhos não tinham sido os mesmos do verão anterior.
A prefeitura então contratou uma empresa, a "Agencja Eskadra" para buscar novas estratégias de atração turística. Pagou pelo trabalho 35 mil złotych. Entre outras sugestões apresentadas estava a de impedir as condições propicias de bares com cerveja barata para turistas ingleses de fim de semana. Excursões de bêbados ingleses através de empresas áereas de baixo custo. A explicação para isto é a de que estes turistas provocaram muitos incidentes e não deixaram os moradores do centro dormirem em paz. Em uma frase, a nova estratégia é impedir turista pobre de visitar Cracóvia. Aqui serão bem vindos apenas os ricos, interessados em Cultura.
Teoricamente tudo está nos conformes, pois o prefeito assinou memorando para se colocar em prática as estratégias formuladas pela Eskrada. Para para que elas sejam efetivamente colocadas em prática era preciso que o Conselho da Cidade (espécie de Câmara de Vereadores) aprovasse. Isto foi feito de forma tão rápida, que muitos conselheiros nem se lembram do memorando do prefeito, nem do trabalho técnico da Eskadra. E agora estão reclamando: "muitos nem sabem o que aprovaram", afirma Bolesław Kosior, um dos conselheiros da cidade.
Entre as ordens do prefeito ficou decidido que Filip Berkowicz é o diretor do departamento de cultura e Grażyna Leja diretora do departamento de turismo, encarregados de organizar o Festival "6 zmysłów" e o "Misteria Paschalia", entre outros para atrair turistas ricos e interessados em cultura.
Mas nesse meio tempo a moeda polaca está indo pro fundo do poço, da cotação de 1 euro 3,20 złotych em setembro, agora está 4,70 złotych. Assim ninguém mais, entre funcionários da prefeitura, conselheiros da cidade, consultores da Eskadra, sabe se as estratégias formuladas e pagas são atuais. Ainda no final do ano passado como parte das novas estratégias a prefeitura gastou milhares de złotych em anúncios e programetes das redes de TV Mundiais CNN e BBC. O resultado parece ter sido pífio, pois veio o inverno e naturalmente o fluxo de turistas estrangeiros parou.
Mas o que parece estar errado em tudo isso é análise que estes "entendidos" fazem de pessoas e fluxo.
Cracóvia, que segundo relatórios oficiais chegou a receber no verão de 2007, cerca de 7 milhões de turistas (estimativas não oficiais garantem que este número chegou próximo dos 10 milhões de turistas) viu estes números caírem drasticamente no último verão. A causa, ao contrário do que sugere esta elitização dos turistas, é que um copo de cerveja de 500ml que custava 4 złotych passou a custar 12 até 15 złotych. Nem mesmo os bêbados ingleses são estúpidos suficiente para não se sentirem lesados.
Enquanto isso algumas perguntas ficam sem resposta. O que fazer com restaurantes, hotéis, albergues, bares que foram abertos para atender 10 milhões de turistas de todos os bolsos e agora segundo as novas estratégias da prefeitura vão atender apenas 2 milhões? E o que fazer os com o mercado de trabalho? Mandar de volta os emigrantes retornados de Londres?
Parece claro que administrar turismo não é o forte das autoridades da turística Cracóvia.
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