sexta-feira, 20 de março de 2009

"Semo polaco non semo fraco" na TV Record

O Gláucio Karas, ou seu personagem teatral Isidório Duppa, de Araucária-PR continua repercutindo. A reportagem abaixo foi emitida pela Rede Record de Televisão para todo o Paraná.

Primavera chega com neve

Foto: Ulisses Iarochinski

Alguém esqueceu de avisar alguém... a primavera ainda não chegou aqui, pelo contrário tem nevado e chovido a semana inteira... esta foto foi feita às 19:00 no Rynek de Cracóvia, com um grupo de jovens turistas italianos, que posaram para foto, justo pelo efeito causado pelas lâmpadas existentes do chão da praça. Primavera .... prima...vera... esverdeia estes campos brancos da Polônia, antes que seja tarde!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Jovens polacos xenófobos

O detido de 18 anos, Rafał Sochoń
 - Foto: Arquivo da Polîcia

Na Univedidade de Medicina de Białymstok estudam mais de 180 estrangeiros. E quase todos afirmam que andar pelas ruas da cidade, frequentar os shopping centers, bares e discotecas esta bastante inseguro para eles. Vidar, estudante da Noruega de origem vietnamita desistiu dos estudos e da cidade por causa disso. Ele se encantou com a Polônia, durante o jogo pela Copa do Mundo de 2006, entre Polônia e Alemanha. Resolveu então estudar e morar na Polônia. E foi o que fez. Mas as atitudes xenófobas de grande parte da juventude polaca da cidade o fez desistir de continuar morando na Polônia.
O caso de Vidar não é isolado, esta semana Sosia, uma sueca de origem cubana foi atacada por jovens carecas polacos, dentro do banheiro do Shopping Galeria Biały. A moça tinha ido comprar brinquedo para seu filho. Sentiu-se perseguida pelos corredores e quando entrou no banheiro, imediatamente foi cercada por carecas. Deram-lhe um soco no rosto e roubaram uma sacola de compras. Quando seu marido, cubano, chegou em seu socorro, já não eram dois., bandidos, mas sim três e logo mais deles apareceram. A chegada de um vendedor de loja assustou os "holligans", que fugiram.
O Tribunal Regional emitiu ordem de detencao e conseguiu deter um dos bandidos. É Rafał Sochoń de 18 anos, que ficará a disposição da promotoria, detido por três meses para investigação. Comprovado o ataque, ele será condenado a três anos de prisão.
"Sabemos que os estudantes estrangeiros se sentem inseguros nas ruas", afirmou Adam Kiełpiński, do departamento de assistência aos estudantes de língua inglesa da universidade.
Segundo o porta voz da Universidade, Lech Chyczeski, "cerca de 30 estudantes já registraram queixas contra jovens da cidade por demonstrações de racismo".
O vice-prefeito da cidade Tadeusz Arłukowicz se defende dizendo que sua cidade é tolerante, no que é contestado pelo porta-voz do Comando de Polícia Jacek Dobrzyński, que confirma que excessos têm ocorrido.
O marido cubano de Sosia, diz que "não conheço outra cidade na Polônia, tenho esperança que as outras sejam outra coisa. Mas em Białymstok ficaremos apenas mais alguns meses, depois voltamos para a Suécia. Por agora tenho medo de ficar aqui com minha esposa e meu filho".

quarta-feira, 18 de março de 2009

"Boa noite" de Mickiewicz

Foto da capa: Ulisses Iarochinski

Já está circulando nos aeroportos e aviões que cruzam os céus do Paraná, o jornal Aeroporto, com matéria e fotos sobre "Cracóvia não é só para um dia", assinada por mim.

Na capa, a foto da estátua de Adam Mickiewicz considerado o maior poeta da língua polaca, também é minha.

Mickiewicz está para a Polônia assim como Camões está para Portugal, Cervantes para a Espanha, Dante Alighiere para a Itália.

A estátua está na praça central de Cracóvia, o famoso Rynek Główny (pronuncia-senék guufni - mercado central), considerada a maior praça medieval da Europa em área territorial.

Já o Jornal Aeroporto é editado pelos jornalistas Jean Feder e Sônia Bittencourt, em Curitiba.

Em 1998, o prof. Henryk Siewierski, publicou pela Oficina Editorial da UnB com patrocínio da Associação Cultural da Etnia Polonesa de Santo Ângelo - RS, o livro "Adam Mickiewicz - um poeta peregrino".

Este é um dos sonetos do grande poeta polaco, nascido na então cidade polaca de Vilno (atualmente em território lituano), e traduzida por Marcelo Paiva de Souza, doutor pela Universidade Jagielloński de Cracóvia e recentemente vencedor do concurso para novos professores do curso de graduação recém-implantado de Letras-Polaco, na Universidade Federal do Paraná.


DOBRANOC

ż więcej nie będziem bawili,

Niech anioł snu modrymi skrzydły cię otoczy,

Dobranoc! niech odpoczną po łzach twoje oczy,

Dobranoc! niech się serce pokojem zasili.



Dobranoc! z każdej ze mną przemówionej chwili

Niech zostanie dżwięk jakiś cichy i uroczy,

Niechaj gra w twoim uchu; a gdy myśl zamroczy,

Niech się mój obraz sennym źrenicom przymili.



Dobranoc! obróć jeszcze raz na mnie oczęta,

Pozwól lica. - Dobranoc! - Czhesz na zługi klasnąć?

Daj mi pierś ucałować. - Dobranoc! zapięta.



- Dobranoc! już uciekłaś i drzwi chcesz zatrzasnąć.

Dobranoc ci przez klamkę - niestety! zamknięta!

Powtarzając: dobranoc! nie dałbym ci zanąć.



BOA NOITE

Boa noite! hoje não vamos brincar mais,

Que a asa azul do anjo do sono logo te abrace,

Boa noite! findo o choro descanse a face,

Boa noite! repouse o coração na paz.


Boa noite! de cada momento loquaz

Ao meu lado fique um som suave e fugaz,

Que ele ressoe em teu ouvido, e quando passe,

No afago à pupila meu vulto se desfaz.


Boa noite! volta-me ainda o olhar cansado,

O rosto. - Boa noite! - Criadas aqui?

Um beijo no seio. - Boa noite! fechado.


- Boa noite! bates a porta e vais fugir.

Boa noite pelo trinco - ah não! trancado.

Mais um: boa noite! e não te deixo dormir.

terça-feira, 17 de março de 2009

A diva Maryla

Foto: divulgação da cantora

A grande Diva da música polaca em todos os tempos e idades continua agitando com novas músicas. Mas este seu sucesso nunca morre e é sua marca registrada, "Remedium", do LP "Wsiąść do Pociągu" de 1978.
Maryla Rodowicz, ou Maria Antonina Rodowicz, foi apontada pela "Polska Akademia Muzyczna" de Londres através de plebiscito para o "PAM Awards 2008" em três categorias: Solista de 2008, Cantora do Ano (com a música "Jest cudnie") e com o Album do ano POP/DANCE 2008 (Jest cudnie). Agora em fevereiro foi lançado pela PRO-FANACJA (Swa-Wola 6), o disco especialmente para fãs com uma edição de 120.000 exemplares com músicas de Maryla dos anos 70 e 80. "Jest cudnie", este disco do ano passado tem uma variedade de baladas influenciadas por ritmos sulamericanos. Uma das canções foi composta pela cantora e compostora Kayah e outras por Czesław Niemen. Maryla tem um fã-clube polaco muito ativo chamado "Marylomania".
No disco "Entre no Trem", esta a música com o nome de "Remedium".




Remedium (ou, Entrar no trem)

Letra: Magda Czapińska
Melodia: Seweryn Krajewski
(LP: Wsiąść do pociągu ; CD: Full, Antologia III, Niebieska Maryla)

Światem zaczęła rządzić jesień,
Topi go w żółci i czerwieni,
A ja tak pragnę czemu nie wiem,
Uciec pociągiem od jesieni.

Uciec pociągiem od przyjaciół,
Wrogów, rachunków, telefonów.
Nie trzeba długo się namyślać,
Wystarczy tylko wybiec z domu.

Wsiąść do pociągu byle jakiego,
Nie dbać o bagaż, nie dbać o bilet,
Ściskając w ręku kamyk zielony,
Patrzeć jak wszystko zostaje w tyle

W taką podróż chcę wyruszyć,
Gdy podły nastrój i pogoda
Zostawić łóżko, ciebie, szafę,
Niczego mi nie będzie szkoda.

Zegary staną niepotrzebne,
Pogubię wszystkie kalendarze.
W taką podróż chcę wyruszyć,
Nie wiem czy kiedyś się odważę


Remédio
Tradução livre de Ulisses Iarochinski:
No mundo começou a governar o outono,
Ele se derrete em amarelo e vermelho,
E eu assim desejo o que não sei
Escapar no trem do Outono.

Fugir no trem dos amigos,
Inimigos, contas, telefones.
Não é preciso refletir muito,
Suficiente é só sair de casa.

Entrar no trem foi algo como,
Não cuidar da bagagem, não se preocupar com bilhete,
Apertando nas mãos a pedrinha verde,
Olhar como tudo fica assim

Nesta viagem eu quero partir,
Quando um infame humor e clima
Deixar a cama, você, armário,
Nada vai me prejudicar.

Relógios não são necessários,
Perco todos os Calendários.
e em tal viagem eu quero partir,
Não sei se alguma vez me atrevo

Kubica: favoritos são Massa e Barrichelo

Foto: Bartosz Bobkowski

Com o encerramento dos testes em Barcelona, o piloto cracoviano Robert Kubica (Cubítsa) está cada vez mais rápido. Mas inigmático afirma que as equipes favoritas este são, a eterna Ferrari e a sensação dos testes, a nova Brawn GP, do brasileiro Rubens Barrichello.
Kubica da BMW não foi claro de que aposta no brasileiro, mas que a equipe que subsituiu a Honda vai dar muito trabalho este ano. Ao ser entrevistado Kubica disse que, "não sou favorito. Kimi Räikkönen e Felipe Massa têm apenas dois fortes concorrentes ao título este ano Jason Button e Rubens Barrichelo."

Vem mais neve por aí


Nos últimos dias o Castelo do Przegorzały tem conseguido ficar por momentos acima das nuvens que teimam em encobrir Cracóvia. O sol no entanto não dura mais do que uma hora no alvorecer, depois some como se nunca tivesse existido.
Muita gente se prepara para o início da primavera, mas que nada os metereologistas prevêm que durante o resto da semana volta a nevar diariamente.

Cracovia, campeão de hóquei no gelo

Foto: Mateusz Skwarczek

"Campeão, Campeão, Cracóvia", foi o grito de quase duas mil pessoas a cada gol marcado, ou seja sete vezes.
Os cracovianos venceram na final do "play-off" ao GKS Tychy e pela oitava vez sagraram-se campeões da Copa de hóquei no gelo da Polônia.
O clube da cidade que tem o nome escrito em latim e portanto da forma que se escreve e pronúncia em português, ou seja, Cracovia (apenas sem o acento agudo no O) completou cem anos de existência em 2006. Neste mais de um século, rivaliza-se no futebol com a outra equipe da cidade, o Wisła Kraków (este com o nome escrito em idioma polaco), mas no hóquei não tem nem a sombra do rival. É soberano com uma das torcidas mais fanáticas do país.
Tanto que no final da partida correram para levantar nos braços e fazer a volta olímpica o presidente do clube, Janusz Filipiaki. Pois reconhecem nele a importância das três conquistas deste ano, a "medalha de ouro da Federação de Hóquei no Gelo", da "medalha prefeito de Cracóvia" e a "medalha Presidente da Voivodia Małpolska".
Outro carregado em delírio pela massa foi o treinador Rudolf Rohaczek, que vence pela décima vez a copa polaca.
Para Rafał Radziszewski, goleiro do Cracovia e um dos mais ovacionados, "No ano passado, a final foi mais acirrada, a maioria dos jogos terminou com pouca diferença de gols. Mas desde a primeira partida desta Copa a sorte nos sorriu e somos campeões!"


Foto: Mateusz Skwarczek

Comarch Cracovia 7 X 0 GKS Tychy
Tempos: 2 x0, 4 x 0, 1 x 0
Gols: Kowalówka (2), Pasiut, L. Laszkiewicz, Rutkowski, D. Laszkiewicz e Słaboń.

Cracovia: Radziszewski - Csorich, Bondarevs, L. Laszkiewicz, Słaboń, D. Laszkiewicz - Szkorvanek, Dudasz, Verczik, Mihalik, Witowski - Noworyta, Dulęba, Piotrowski, Kowalówka, Drzewiecki - Kłys, Wajda, Radwański, Pasiut, Rutkowski.

GKS: Sobecki (31. Witek, 41. Sobecki) - Gonera, Prochazka, Bacul, Parzyszek, Paciga - Mejka, Majkowski, Proszkiewicz, Garbocz, Jakesz - Kotlorz, Śmiełowski, Bakrlik, Bagiński, Woźnica - Banachiewicz, Maćkowiak, Jakubik, Krzak, Wołkowicz.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Campeonato perde seu artilheiro

Paweł Brożek - Foto: Kuba Atys

O fim de semana futebolístico na Polônia sofreu abalo com a contusão do principal atacante do país, Paweł Brożek, artilheiro da equipe do Wisła Kraków (pronuncia-se vissuáf cracuf - vístula cracóvia) e do campeonato com 14 gols.
A equipe de Cracóvia, campeão do ano passado, está na terceira colocação na tabela de classificação e com a contusão de seu principal jogador vê suas chances de conquistar o bicampeonato ficar muito mais distante, em que pese estar cinco pontos atrás do líder Lech Poznań.
Mas não são apenas o torcedores do Wisła Kraków que estão preocupados, mas o país todo. A pergunta que todos fazem é: que substituirá o artilheiro na seleção no jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2010, contra a Irlanda do Norte?
O candidato natural, nesta altura do campeonato, para a vaga na seleção é Robert Lewandowski do Lech. Mas ainda há Marek Saganowski e Łukasz Sosin. Um deles deve se juntar na seleção a Jelen e Smolarek
A equipe de Cracóvia jogava com o PGE GKS Belchatów quando aos 45 minutos Paweł Brożek numa disputa com o goleiro adversário caiu sentindo a perna. Previsões mais otimistas é de que só possa retornar aos treinamentos daqui um mês, ou seja, faltando poucas rodas para o encerramento do campeonato. O jogo terminou empatado em zero a zero.

Classificação:


Equipe jogos
pontos gols favor-contra
1 Lech Poznań 20 43 37-14
2 Legia Warszawa 20 40 36-12
3 Wisła Kraków 20 38 31-15
4 Polonia Warszawa 20 36 27-14
5 Śląsk Wrocław 20 35 30-21
6 GKS Bełchatów 20 32 24-22
7 Ruch Chorzów 20 25 15-20
8 ŁKS Łódź 20 25 19-28
9 Jagiellonia Białystok 20 24 18-21
10 Arka Gdynia 20 24 18-23
11 Polonia Bytom 20 22 22-33
12 Lechia Gdańsk 20 22 19-30
13 Piast Gliwice 20 21 10-18
14 Cracovia Kraków 20 20 17-26
15 Odra Wodzisław 20 18 14-27
16 Górnik Zabrze 20 17 12-25



Cleber vendido


Cleber ainda com a camisa do Wisła Kraków corre atrás de Thierry Henry do Barcelona.
Foto: Kacper Pempel

Por outro lado, o lateral esquerdo brasileiro Cleber vendido pelo Wisła Kraków para o Terek Grozni fez sua estréia no campeonato russo marcando o gol da vitória de sua equipe contra o Spartak Nalczik. Cleber chegou a Cracóvia, em 2005, vindo de Portugal para fazer companhia ao também brasileiro Jean Paulista. Cleber fez 78 partidas e 10 gols. Era uma forte referência na defesa da equipe de Cracóvia, tendo sido eleito o melhor da rodada várias vezes. Foi vendido por 200 mil euros. Cleber assinou o contrato com a equipe russa semana passada por dois anos.

Marcha pela liquidação do gueto

Foto: Mateusz Skwarczek

Centenas de pessoas participaram, neste domingo, da Marcha da Recordação pelos 66 anos de liquidação do gueto judeu de Cracóvia. Os participantes fizeram um percurso de 4 km pelo bairro do Podgórze, na outra margem do rio Vístula. Entre os participantes muitos moradores, jovens, autoridades municipais e pessoas vindas de Israel especialmente para esta marcha.
Houve um rápida cerimônia na praça Bohaterów Getta (heróis do gueto), durante a qual o coro israelense Hadrey-Ron fez um pequena apresentação. Depois a já tradicional marcha fez o percurso entre "Apteki pod Orłem" e o que restou do muro que circundava o gueto na ulica (rua) Lwowskiej, onde depositaram flores. Em seguida foram até o campo de concentração de Płaszów, não distante dali.

A marcha da evacuação sobre a ponte do rio Vístula

"Assim cada ano vamos por este caminho, no qual lembramos nossos pais, mães e itmãos. Esta marcha será sempre ocasião, para que nos lembremos deles a cada ano, e não só em datas de aniversário", disse o presidente da Comunidade Judaica de Cracóvia, Tadeusz Jakubowicz, que na liquidação do gueto há 66 anos atrás tinha 5 anos de idade e a tudo assistiu como um dos poucos sobreviventes.
"Lembro-me perfeitamente desta marcha conduzido pelas mãos de minha mãe. As pernas me doiam e eu queria sentar-me, mas minhas mãe me puxava pelas mãos." acrescentou Jakubowicz.
Ainda neste domingo, como parte das comemorações houve, exposição no bairro judeu do Kazimierz (de onde foram evacuados os judeus para o outro lado do Vístula no gueto do Podgórze). Na sinagoga Tempel houve um concerto com o coro israelense Hadrey-Ron sob direção de Aviego Faintocha.

Os portões do então gueto do Podgórze

Gueto
Os alemães abriram o gueto em 1941, onde colocaram cerca de 17 mil pessoas. Durante a liquidação do gueto na noite de 13 para 14 de março de 1943 foram assassinadas mais de mil pessoas e todos aqueles que estavam aptos para o trabalho foram transferidos para o campo de concentração de Płaszów (outro bairro de Cracóvia). O campo funcionou de 1943 a 1945. No início era apenas local de trabalhos forçados e só depois funcionou como campo de concentração. Foi um local de exterminação de judeus e de ciganos, além de católicos e outras nacionalidades.

O campo de Płaszów

O martírio da evacuação do bairro do Kazimierz, a marcha através da ponte de ferro sobre o rio Vístula, a formação do gueto e do campo de concentração foram o tema do filme de Steven Spielberg "Lista de Schindler". Muito próximo do gueto, quase nas margens do rio funcionou a fábrica de Artur Schindler. Prédios que existem até hoje e que estão para se tornar um centro cultural.

domingo, 15 de março de 2009

"Semo polaco non semo fraco" no Festival de Curitiba


Está para começar, nesta terça-feira, o maior evento teatral da América Latina e um dos maiores do mundo: O Festival de Teatro de Curitiba. Realizado há 18 anos, o festival atinge sua maioridade e promete novamente surpreender os curitibanos e todo o público que for à capital do Paraná, a terceira maior concentração da etnia polaca em todo o mundo, só perdendo mesmo para Chicago nos Estados Unidos e a própria capital da Polônia, Varsóvia. O festival acontece entre os próximos dias 17 e 29.
Para Leandro Knopfholz, diretor geral e um dos criadores do Festival de Curitiba, "Nesses 18 anos tudo o que envolve o festival cresceu. Os nossos objetivos, as qualidades das peças, o número de atrações apresentadas ao público. Desde quando começamos tudo evoluiu, estamos muito orgulhosos por isso. Verificamos 18 anos de resultados positivos". Nas 17 edições realizadas, 1,3 milhão de espectadores assistiram 1890 espetáculos.
Knopholz, descendente de imigrantes polacos que chegaram a Curitiba no fim do século 18, talvez pela primeira vez agendou entre as centenas de espetáculos que serão apresentados, um que sob todos os pontos de vista, mais representa a comunidade polaca no Paraná e por extensão do Sul do Brasil.
Knopfholz programou na edição 2009 do Festival, o espetáculo "Semo polaco non semo fraco". A peça de teatro que "Izidório Duppa" e grande elenco apresentarão nos dias 26, 27, 28 e 29 de março, no Centro Cultural Uninter (Alameda Dr. Muricy, 1088). Interessados em assistir esta peça teatral e qualquer outra das representadas por artistas como Thiago Lacerda, Marisa Orth, Marília Gabriela, José Wilker, Barbara Paz e Julia Lemmertz podem fazer pela Internet através do sítio www.ingressorapido.com.br , ou pelo número: 4003-1212 (ligação local em todo o Brasil). Os ingressos para a Mostra 2009, Mish Mash e Risorama custam R$40. As peças do "Fringe" variam desde entrada franca até R$ 50. A programação do festival com todos seus espetáculos e resenhas está no portal do Festival em http://www.festivaldecuritiba.com.br/.


Foto: Gláucio Karas
Aguçando o interesse da peça polaca de Isidório Duppa (dupa em polaco é bunda) republico crônica do empresário da cidade de Araucária, Gláucio Karas, que com o pseudônimo de Isidório Duppa é atualmente a mais genuína representação do humor dos brasileiros descendentes de polacos. Artista eclético e dos mais produtivos, ele é músico, compositor, escritor e agora também ator e dramaturgo.
Já colocamos aqui neste blog alguma coisa a respeito da produção musical de Isidório, mas nunca um texto produzido por ele. É um texto em legítimo "portugowski", como diz o colunista Dante Mendonça, do jornal "O Estado do Paraná" e autor do livro "Banda Polaca - Humor do imigrante no Brasil Meridional".

Causos do Isidório

"Pregado na parede do armazéi tinha um cartais anunciando um grandiozo baile de carnavá na cidade com uma déssas banda famósa, os "Pára-choque do Fracaço". Dizia no cartais qui quéi formasse uns blóco de carnavá só pagava metade da entrada.

Déu o maió ribuliço na region, éra só gente comentando qui iam no tal baile e tavam tudo preparando as fantasia pra formá os blóco pra pulá no salon. Inté cunvidaro iéu pra i junto no blóco dos marinhero, iéu non achô boa idéia inté proque aqui na roça num téi mar e néi naviu. Veio tambéi o pessoal dos prisidiário cumas ropa listradinha cunvidando iéu, mais cumo quiá iéu vai de preso siá inté hoje nunca posô nenhuma noite na cadeia, nun era dessa véis qui ia mi visti de zebra.

Pro fim o pessoal dos fantasiado de jogador de futeból co corintcha, até achei qui pudia aceitá, inton oferecero a camisa dum tál de Ronardo Gordo, quiriam mi pintá de iscurinho e ponhá uns dente postiço qui néi coeio e inton pulei fora, vai que apareçam uns camarada vistido de muié e queram me atacá.

Sendo ansim, já tava quase qui disistindo da idéia de i no tal do baile quando veio idéia de mi fantasiá de espantaio, era só ponhá umas paia nas manga, nas calça e abri os braço. Funcionô direito, me preguntaro na entrada onde tava o resto do blóco e iéu falô qui espantaio só téi um na roça e os passarinho iam chegá mais tarde.

Me dexaro entrá e era um baile diferente, tudo mundo fazendo treizinho, pulando abraçadinho dando vórta no salon, cantando aquela marchinha cunhessida do tipo "oia cabeléra do Polaco, será qui iele é fraco, será qui iele é fraco" ou inton, "mai iéu quero, mamai iéu quero, mamai iéu quero pastá"; tinha os otro qui cantava "dotô iéu non mi ingano, méu coraçon é ucraniano".

Iéu ali parado cos braço aberto sin si mexê até qui o cantor da banda convidô iéu pra cantá uma musca já qui iéuásô meio metido a cantor. Disse qui non só pra fazê cena mais o povo intero pidiu qui iéu cantasse umazinha só e lá foi iéu pra cima do palco. Mi déro o micronfone e inton tasquei umas polaquera do tipo "pidolido sonsoronzo sonsoronzo pidolido" e mintusiamei e fiquei ali cantando qui néi passarinho
e vistido de espantaio.

Quando abri os zóio vi qui o pessoal pararo de dançá e mi oiavam cumas cara isquisita, os vistido de índio começaro a me atirá fléxa, as de baiana tiraro as banana da cabeça e jogaro ni iéu, os ca cara do Lula pararo de tomá cachaça e diziam bobage inté qui mi ispantaro do palco.

Desgracera mésmo, priméra féis qui ispantam o espantaio. Agora iéu vai ter qui agüentá 40 dia de quaresma pra voltá a cantá nos pálco, inda béi que carnavá é só uma véis no ano."

Duppa, ou Gláucio, mantém um sítio onde é possível piratear os CDs já lançados pelo artista em www.duppa.com.br

Andżelika Borys eleita na Bielorrússia

Andżelika Boris -Foto: Marcin Śmiałowski - PAP

O Congresso da União dos Polacos na Bielorrússia, que se realizou na cidade de Grodno, neste fim de semana, apesar dos obstáculos colocados pelas autoridades bielorrussas escolheu pela segunda vez, para a presidência da entidade Andżelika Borys. A ativista polaca que recebeu 148 votos a favor e 15 contra cumprirá um mandato de mais quatro anos.Era necessário que houvesse 150 votos para o quórum mínimo e o governo do país vizinho está impedindo os eleitores da organização de viajarem até Grodno para votar. Uma vez superada a dificuldade, Andżelika Borys foi reeleita.

Alexandr Milinkevich, candidato derrotado nas eleições para a presidência da Bielorússia manifestou a convicção de que o povo polaco, ao decidir, apesar da repressão, se reunir para votar em sua organização, demonstrou preocupação com o respeito pelos direitos constitucionais e à liberdade de associação. Milinkevich chamou o Congresso da União dos Polacos de "santa liberdade". Ele disse que esta é uma demonstração do espírito patriótico daqueles que contam não só com o renascimento polaco, mas também da própria Bielorrússia.

Por sua vez, o jornalista Andrzej Poczobut, porta-voz da organização, afirma que o ditador da Bielorrússia vê o grupo étnico polaco em seu país como agentes hostis do Ocidente. Segundo Poczobut vivem na zona de fronteira da Bielorrússia com a Polônia mais de meio milhão de polacos, e a União dos Polacos é a única entidade a representar estas pessoas. Entidade que foi proibida de existir há quatro anos, quando seus militantes foram presos, multados, mantida sob vigilância e difamados na imprensa oficial da Bielorrússia

Os ativistas polacos, depois de terem conseguido realizar sua eleição e reeleger Boris passaram a acreditar, que o presidente Alexandr Lukashenko está de alguma forma respondendo ao compromisso que se impôs de melhorar as relações com a União Europeia e os Estados Unidos. Mas também reconhecem que isto só está sendo possível após as sanções económicas impostas por Norte-americanos e Europeus contra a Bielorrússia.Também acreditam que a ida de Poczobot e da líder Borys a Varsóvia, na sexta-feira, para se reunir com o presidente polaco Lech Kaczyński, na véspera da eleição ajudou bastante a que o Congresso da União não fosse impedido de se realizar.Os polacos estão entre os mais fortes defensores da reforma democrática e do estreitamento de relaçãos com o Ocidente por parte da Bielorrússia. O contingente étnico polaco representa 5% da população bielorussa, que atualmente é de 10 milhões de habitantes. Esta população já morava neste território antes da Segunda Guerra Mundial, pois aquelas terras sempre foram da Polônia.

Para Sergei Kostyan, membro do parlamento bielorrusso, e afinado com o ditador Lukaszenko, "não há dúvida de que o Ocidente gostaria de utilizar os polacos como força motriz para a repetição da Revolução Laranja ucraniana na Bielorrússia". Mas a União dos Polacos nega qualquer intenção de derrubar o governo de Lukashenko, que governa o país com mão de ferro desde 1994. "Nós não somos um gueto polaco, não somos separatistas ou terroristas", disse Borys, neste fim de semana. Pois segundo ela, "nós somos cidadãos da Bielorrússia, que desejam ter sua própria organização e que ela possa funcionar normalmente."

sábado, 14 de março de 2009

Palácios da Polônia - 1

Foto: Prefeitura de Gliwice

A primeira menção ao Palácio Ballestremów data de 1364. Aquelas terras eram de propriedade de Marcus de Plawniowitz, que as trocou com a família alemã de origem italiana Ballestremów. Mas teria ficado residindo ali até 1748 só saindo quando Giovanni Battista Angelo Ballestrero di Castellengo se casou com Elżbieta Maria Augusta, filha de Franciszk Wolfgang von Stechow e finalmente a família tomou posse como proprietária das terras e do antigo castelo.
O conde Franciszek II Ballestrem encarregou Konstantyn Heidenreich de Kopic de reformar o antigo palácio, que havia sido construído no local em 1737, por Zygmunt Mikołaj von Goerz. O castelo, portanto, tal como se encontra atualmente foi remodelado entre 1882 e 1885.

Foto: Wojciech Gogolewski

A família Ballestrewów permaneceu no Palácio até 1945, quando o conde Mikołaj Ballestremów foi retirado dali pelo exército soviético. o marechal Iwan Koniew encontrou o palácio em boas condições, mas com seu interior todo destruído e pilhado. Desapareceram as ricas coleções de porcelanas, pratos e talheres. Desde a segunda guerra mundial o Palácio é ocupado pelas freiras do Sacramento da Diocese de Gliwice.
O palácio fica na localidade de Pławniowice, na gmina (distrito) de Rudziniec, powiat (munícipio) de Gliwice, na Silésia.

Foto: Wojciech Gogolewski

Embaixador visita São Mateus do Sul

Foto: Sandro Zimny

No ultimo dia 1º de março o embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski e sua esposa Grazyna Kisielewski, acompanhados da Cônsul-geral para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Dorota Barys, estiveram visitando a comunidade polaca de São Mateus do Sul, no Paraná.
Os representantes do governo polaco estiveram na Casa da Memória, no Centro Polônico Marcelo Janowski, na Colônia Iguaçu, na Paróquia N. S. Aparecida e Częstochowa na Vila Nepomuceno, onde plantaram um carvalho e decerraram uma placa em comemoração dos 140 anos da imigração polaca ao Paraná.
O embaixador visitou também a Associação Comercial Industrial e Agricola de São Mateus do Sul, onde a Braspol promovia encontro com a Câmara de Dirigentes Logistas e empresários locais, visando intercâmbio ecônomico, sócio-tecnológio e o comprometimento de estudo da implanção de uma Câmara de Comércio Polônia - São Mateus do Sul.


Foto: Sandro Zimny

Finalizando a visita houve tempo para ver mais de perto a comunidade de descendentes polacos da Colônia Água Branca (orinialmente Águia Branca, mas mudada após a lei de nacionalizalção de Getúlio Vargas, em 1938), onde ainda existe a centenária Igreja de madeira construida sem o emprego de grampos e pregos de metal. O embaixador foi recepcionado pelos descendentes dos primeiros imigrantes com música folclórica polaca, pão e sal, além de produtos tipicos da comunidade.

Foto: Sandro Zimny

Congresso Mundial Polaco em Varsóvia

Varsóvia - Foto: Ulisses Iarochinski

A Fundacja Polonia informa que estará realizando entre os dias 6 e 8 de junho próximo em Varsóvia, o 13º Congresso Mundial Econômico das Comunidades Polacas. O evento, único no gênreo, pretende reunir empresários de origem polacas de mais de 30 países.
Nos seminários que constam da programação deverão participar O Ministro da Economia e vice-primeiro ministro Waldemar Pawlak, além de autoridades e empresários da Polônia. Pessoas e empresas brasileiras (de origem polaca) interessadas devem entrar em contato:

com o Consulado Geral da Polônia em São Paulo:


ou diretamente com a Fundacja Polonia:


sexta-feira, 13 de março de 2009

A Polônia realmente ama suas crianças???

Foto: Sebastian Rzepiel

O jornal Metro, distribuído gratuitamente nas estações metrô, pontos de ônibus e esquidas das grandes cidades da Polônia publica reportagem de saúde pública com o título: A Polônia ama suas crianças?
A reportagem das jornalistas Anita Karwowska e Joanna Rozmiarek mostra um panorama preocupante nestes tempos de crise do mercado de trabalho e mais do que isto da falta de orientação profissional das universidades para com seus estudantes na escolha de suas especialidades médicas. E por outro lado, do Estado e mesmo das instituições privadas em reconhecer a importância de bons salários aos profissionais de medicina.
Na Europa Central, a Polônia sempre foi reconhecida pela excelência de suas escolas de medicina. Agora com a entrada na União Europeia, então, este reconhecimento vem de países como Alemanha e Espanha que oferecem emprego aos médicos polacos.
A reportagem do Metro, no entanto, não vai por este caminho, ou seja, da valorização dos médicos polacos no panorama europeu. Mas ao responder a pergunta da manchete, afirma que "Temos um boom de bebês e faltam 4 mil médicos especialistas em doenças infantis."
No Hospital "Dziecięcym im. B. Krysiewicza" em Poznań dão entrada diariamente 150 crianças doentes. As quais esperam em média três horas para serem atendidas. A situação é parecida no "Wojewódzkim Szpitalu Dziecięcym" de Varsóvia, onde uma criança com a perna machucada por uma torção de criança tem que esperar quatro horas para minimizar a dor.
Nos últimos anos o número de pediatras na Polônia caiu de 10 mil para 6 mil médicos e estes todos com idade média de 58 anos de idade. Na porta do hospital de Varsóvia, já há um ano um cartaz anuncia emprego: "Procuramos médicos pediatras. Salário bruto de 3 mil złotych." Apesar do cartaz, chamado pelos funcionários de "Anúncio do Desespero", o hospital não conseguiu contratar ninguém para as vagas. O coordenador da pediatria do hospital dr. Krzysztof Gajowniczek explica que o porque de não conseguir encontrar nenhum médico, "no momento só um milagre permitira encontrar alguém para estes postos de trabalho oferecidos, pois a grande maioria dos médicos polacos estão trabalhando no exterior e os formandos estão escolhendo outras especialidades médicas".
A prof. Alicja Chybicka, presidente da Associação Médica Pediatra da Polônia, diz que "alguns anos atrás, quando nasciam menos crianças, os leitos para crianças foram liquidados, hoje com a explosão de nascimentos no país, não existem camas para atendem a pediatria". Ela cita como exemplo, Wrocław, onde sumiram nos últimos anos 120 leitos para crianças.
Na Polônia, o risco de morte de crianças, que não completaram 15 anos de vida é 40% maior de que em outros países da UE. E isto, segundo a Associação Pediátrica se deve ao tardio atendimento médico às crianças doentes.
Tentanto buscar soluções para esta crise, começa hoje em Varsóvia o congresso "Czy Polska kocha swoje dzieci? (A Polônia ama suas crianças)". Segundo a professora Chybicka, a prioridade é buscar financiamento para aumentar o número de leitos nos hospitais pediátricos e incentivar os jovens médicos a optarem pela especialidade.
"A Pediatria é difícil: nesta especialização os recém formados precisam aprender desde zero. Através dos anos a especialização pediátrica foi oferecendo cada vez menos vagas, assim os jovens médicos foram sendo quase que obrigados a buscar outras áreas. Esperamos que com algumas medidas que estão sendo tomadas as vagas aumentem na especialização, mas infelizmente teremos que esperar ainda alguns anos mais para ter uma nova geração de médicos pediatras na Polônia e o que menos temos é tempo para esperar, pois as crianças estão nascendo de forma explosiva neste país." afirma Marcin Kuniewicz, presidente da Associação Hipócrates que reúne jovens médicos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Polacos orgulhosos de sua capital

Praça Zbawiciela no centro da cidade, panorama desde a ulica (rua) Marszałkowskiej
Foto: Jerzy Gumowski

A Polônia inteira é orgulhosa de sua capital segundo uma pesquisa do jornal Gazeta Wyborcza. Até mesmo os cracovianos admitem, embora em menor percentual que os polacos de outras cidades onde a pesquisa foi realizada
Em relação aos próprios varsovianos, sempre tão críticos em relação à cidade, a pesquisa apontou que 84% dos moradores sentem Varsóvia como "o mel de seus corações".
Já os moradores de outras oito cidades do país apontaram aquilo que mais representa Varsóvia para eles. Para 79% ela é europeia, 82% que é dinâmica, 72% que é amigável.
Para o Dr. Krzysztof Herbst, sociólogo que trabalha para o Departamento de Estratégia Social de Varsóvia, o resultado da pesquisa, muito deste orgulho tem a ver com a transformação da cidade nos últimos 20 anos, pois deixou de ser a velha capital comunista para se transformar numa metrópole do trabalho, da vida cultural e das oportunidades. Apesar destes resultados favoráveis, as mesmas pessoas responderam que a cidade é insegura com 52% dos pesquisados e para 39% que ela é suja. E que os cracovianos embora tenham orgulho de sua capital, não a amam.
Na tabela abaixo estão os percentuais conseguidos por Varsóvia em cada uma das cidades pesquisadas. As perguntas foram:
Você é orgulhoso da capital da Polônia?
Varsóvia - 86% responderam que sim.
Białystok - 84% responderam que sim.
Lublin - 82% responderam que sim.
Łódź - 79% responderam que sim.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 75% responderam que sim.
Katowice (area metropolitana) - 73% responderam que sim.
Wrocław - 73% responderam que sim.
Kraków - 72% responderam que sim.
Poznań - 69% responderam que sim.

O que os moradores de tua cidade invejam dos varsovianos?

Frequentar cinema, teatro, bares
Białystok - 34%.
Lublin - 48%.
Łódź - 26%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 24%.
Katowice (area metropolitana) - 46%.
Wrocław - 11%.
Kraków - 8%.
Poznań - 19%.

Maiores salários
Białystok - 86%.
Lublin - 40%.
Łódź - 85%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 63%.
Katowice (area metropolitana) - 73%.
Wrocław - 60%.
Kraków - 63%.
Poznań - 64%.

Boas escolas
Białystok - 62%.
Lublin - 88%.
Łódź - 38%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 39%.
Katowice (area metropolitana) - 55%.
Wrocław - 17%.
Kraków - 8%.
Poznań - 18%.

Lugares para encontrar estrelas da TV
Białystok - 62%.
Lublin - 68%.
Łódź - 55%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 46%.
Katowice (area metropolitana) - 67%.
Wrocław - 42%.
Kraków - 34%.
Poznań - 47%.
Pelos percentuais, percebe-se que Cracóvia é a que menos sente inveja nos quesitos boas escolas e vida cultural. Mas sente inveja dos melhores salários de Varsóvia e dos encontros fortuitos com estrelas da TV.

Miss mundo agita Varsóvia

Foto: Divulgação G. Mokotów

Os grandes shopping center chegaram de vez a Polônia. Em Cracóvia um investimento alemão construiu o maior centro de compras da Europa, justamente ao lado da estação ferroviária central da cidade, a Galeria Krakowska. E isto poucos meses depois da cidade ter ganho o sofisticado Shopping Center Galeria Kazimierz. Cracóvia que já possui cerca de 8 shopping centers se prepara para inaugurar outros até 2012.
Mas a febre destes centros comerciais não é só na capital cultural do país, pois na capital de fato, Varsóvia, a quantidade de shopping centers já começa a saturar.
E a verdade é que os polacos que antes não tinham esta opção começaram a frequentar estes estabelecimentos como alternativa de passeios de fim de semana. As grandes marcas mundiais estão quase todas nestas "galerias" como são chamados aqui os Shopping Centers.
Mas como o poder de compra dos polacos ainda é baixo estes estabelecimentos estão fazendo de tudo para atrair a clientela. A Galeria Mokotów de Varsóvia começou esta semana uma campanha publicitária com ninguém menos que a Miss Mundo 2006. A tcheca Tatana Kucharova, foi contratada para a promoção. Ela não terá que fazer nada muito diferente do que tem feito na vida: ser maquiada.
Os clientes poderão ver todo o processo sendo realizado num estúdio montado no shopping varsoviano com Szymon Brodziak – fotógrafo, Jolanta Czaja – estilista, Gonia Wielocha - maquiadora e Robert Kupisz – cabelereiro.
A idéia de trazer a missa da vizinha República Tcheca foi da agência de propaganda Communication Unlimited. O resultado desta aparição de Tatana será transformada em painéis e "bilboard" por toda a cidade com o título da campanha "Quando a moda floresce".

quarta-feira, 11 de março de 2009

Bartoszewski responde a alemão fascista

Foto: Piotr Kowalczyk

O ex-prisioneiro nr. 4447 do Campo de Concentração e Exterminação Alemão de Auschwitz, Władysław Bartoszewski, não se conteve e respondeu a altura os comentários feitos em um programa da TV alemã ARD, transmitido no último dia primeiro de março, pelo político alemão Rudi Pawelka, de que a Polônia teria atacado a Rússia em 1920. "Pawelka relincha idiotice. Ele não é idiota. Ele é perfeitamente consciente de que a Polônia não atacou a Rússia. Somente a Rússia atacou a Polônia e isto ela faz há séculos." afirmou Bartoszewski para o canal de notícias da televisão polaca TVPInfo.
Pawelka, chefe da Associação de Patriotas Silesianos estava participando do debate sobre candidaturas para chefe da "Associação de Exilados" e para o Conselho de administração da Fundação "Fuga, Expulsão, e Reconciliação", na televisão alemã junto com jornalistas, políticos, historiadores, e ao responder a uma pergunta da política Erika Steinbach disse que, "Devemos recordar que a Polônia atacou a Rússia em 1920 e apoderou-se destes territórios. Posteriormente teve que devolvê-las a Stalin". Pawelka nasceu em 1940, em Wrocław, quando esta cidade estava ocupada pela Alemanha e se chamava Breslau.
A Associação de Patriotas Silesianos faz parte da Associação dos Exilados, que visam cultivar a cultura da Silésia. Mas da Silésia alemã. Atualmente a associação conta com mais de 200 mil membros, em sua maioria alemães e seus descendentes que foram deslocados após a Segunda Guerra Mundial para a Alemanha, uma vez que a Polônia após quase 150 anos de horrenda ocupação alemã finalmente recebia de volta as terras silesianas que sempre foram polacas para o seio do seu milenar território.
Os políticos alemãos não conseguem suportar Bartoszewski e muito menos Erika Steinbach, a qual o presidente da Bundstag - o Parlamento alemão - pediu moderação quando ela falar do polaco Bartoszewski. Ironicamente a política que desistiu à candidatura do conselho da Fundação dos Exilados, fez a seguinte pergunta: "Por acaso não é livre identificar algo diferente dele no pensamento dos palhaços, como este senhor fez?"
Para Bartoszweski esta senhora alemã, não faz mais do que revanchismo histórico contra os polacos. "Ela é uma anti-Polônia". Ele inclusive já fez reclamações pessoais a chanceler Angela Merker contra Steinbach, pelas posições dela, "esclerosadas e antissemitas".
Bartoszewski, além de ter sofrido os horrores das ações monstruosas dos alemães na segunda guerra mundial, é professor, jornalista e político. Já foi ministro das Relações Exteriores da República da Polônia, entre 2000 e 2001, embaixador da Polônia na Áustria e Senador da República e é certamente uma das pessoas mais célebres da Polônia na atualidade.
Talvez seja menos conhecido que Lech Wałęsa, ou o Papa João Paulo II, em todo mundo, mas sua posições em defesa da Polônia e suas duras palavras não admitem contestações. Não só por seu passado de prisioneiro, mas por tudo que realizou em vida depois da segunda guerra mundial. Não há no mundo nenhum fascista que possa se sobrepor a sua figura nem mesmo insultá-lo, como costumeiramente políticos de extrema-direita alemãos fazem contra ele.
Se o mundo da concórdia pede que não se confunda os alemães atuais com seus ascendentes da segunda guerra mundial, também não se pode admitir que estes mesmos descendentes de nazistas ousem levantar a voz contra um ex-prisioneiro dos campos de concentração de Hitler. Pois a estatura moral de Bartoszewski não é ultrapassada por nenhum alemão de alma boa na Alemanha de hoje.
P.S. Na verdade foi a Polônia que sofreu ataque do exército Bolchevique em 1920. Mas o marechal Józef Piłsudski conseguiu conter o ataque russo. E mais, com suas tropas polacas entrou em Moscou. A Polônia junto com o Japão (Guerra Japão-Rússia de 1905) são as duas únicas nações na história a vencerem a Rússia. E os polacos fizeram isto duas vezes, a primeira em 1612 e depois em 1920. Nas duas vezes entraram vitoriosamente em Moscou. Em meu documentário, "Auschwitz-Birkenau", talvez um dos únicos em idioma português sobre a história destes dois campos de concentração alemães em terras da Polônia, mostro Bartoszewski discursando nos 60 anos de libertação do campo, em 2005, quando ele afirma em tom de brado, levantando a mão, as palavras: "Terra não cobrirás meu sangue, porque meu grito não cessará!"

Cracóvia por um Tibet livre

Foto: Stanisław Rozpędzik

Comemorando os 50 anos de ocupação do Tibet, o Rynek Główny - Praça do Mercado Central de Cracóvia foi palco, nesta terça-feira de uma manifestação intitulada "Kraków solidarny z Tybetem" (Cracóvia solidária com o Tibet). A mesma ação foi realizada em outras cidades da Polônia e já ocorre há um ano. Os manifestantes pedem a independência da pátria tibetana das mãos chinesas. Na sua maioria são jovens, mas também se pode ver muitos idosos que se solidarizam com um Tibet Livre. Uma página na Internet dá suporte às manifestações: www.ratujtybet.org.
O Símbolo da manifestação foi a colocação de uma mulher dentro de uma jaula com o rosto pintado nas cores da bandeira do Tibet. Os manifestantes fizeram um apelo ao Presidente da República da Polônia Lech Kaczyński, para que assine um pedido de conversações para uma resolução pacífica do conflito.
Os manifestantes desfilaram com cartazes dizaendo: "Tibet zona ocupada", "Tibet Livre","Pare a ocupação chinesa do Tibet".
"Esta manifestação está sendo feita no sentido de afetar sensibilidade dos polacos e consciêtizar da necessidade de continuar a luta pela liberdade de outros povos. A Consciência dita isso a mim e eu faço. Cada pequena ação é importante", explicava Izabella "Degardo" Pajonk, uma das organizadoras do protesto.



Foto: Stanisław Rozpędzik