domingo, 15 de março de 2009

Andżelika Borys eleita na Bielorrússia

Andżelika Boris -Foto: Marcin Śmiałowski - PAP

O Congresso da União dos Polacos na Bielorrússia, que se realizou na cidade de Grodno, neste fim de semana, apesar dos obstáculos colocados pelas autoridades bielorrussas escolheu pela segunda vez, para a presidência da entidade Andżelika Borys. A ativista polaca que recebeu 148 votos a favor e 15 contra cumprirá um mandato de mais quatro anos.Era necessário que houvesse 150 votos para o quórum mínimo e o governo do país vizinho está impedindo os eleitores da organização de viajarem até Grodno para votar. Uma vez superada a dificuldade, Andżelika Borys foi reeleita.

Alexandr Milinkevich, candidato derrotado nas eleições para a presidência da Bielorússia manifestou a convicção de que o povo polaco, ao decidir, apesar da repressão, se reunir para votar em sua organização, demonstrou preocupação com o respeito pelos direitos constitucionais e à liberdade de associação. Milinkevich chamou o Congresso da União dos Polacos de "santa liberdade". Ele disse que esta é uma demonstração do espírito patriótico daqueles que contam não só com o renascimento polaco, mas também da própria Bielorrússia.

Por sua vez, o jornalista Andrzej Poczobut, porta-voz da organização, afirma que o ditador da Bielorrússia vê o grupo étnico polaco em seu país como agentes hostis do Ocidente. Segundo Poczobut vivem na zona de fronteira da Bielorrússia com a Polônia mais de meio milhão de polacos, e a União dos Polacos é a única entidade a representar estas pessoas. Entidade que foi proibida de existir há quatro anos, quando seus militantes foram presos, multados, mantida sob vigilância e difamados na imprensa oficial da Bielorrússia

Os ativistas polacos, depois de terem conseguido realizar sua eleição e reeleger Boris passaram a acreditar, que o presidente Alexandr Lukashenko está de alguma forma respondendo ao compromisso que se impôs de melhorar as relações com a União Europeia e os Estados Unidos. Mas também reconhecem que isto só está sendo possível após as sanções económicas impostas por Norte-americanos e Europeus contra a Bielorrússia.Também acreditam que a ida de Poczobot e da líder Borys a Varsóvia, na sexta-feira, para se reunir com o presidente polaco Lech Kaczyński, na véspera da eleição ajudou bastante a que o Congresso da União não fosse impedido de se realizar.Os polacos estão entre os mais fortes defensores da reforma democrática e do estreitamento de relaçãos com o Ocidente por parte da Bielorrússia. O contingente étnico polaco representa 5% da população bielorussa, que atualmente é de 10 milhões de habitantes. Esta população já morava neste território antes da Segunda Guerra Mundial, pois aquelas terras sempre foram da Polônia.

Para Sergei Kostyan, membro do parlamento bielorrusso, e afinado com o ditador Lukaszenko, "não há dúvida de que o Ocidente gostaria de utilizar os polacos como força motriz para a repetição da Revolução Laranja ucraniana na Bielorrússia". Mas a União dos Polacos nega qualquer intenção de derrubar o governo de Lukashenko, que governa o país com mão de ferro desde 1994. "Nós não somos um gueto polaco, não somos separatistas ou terroristas", disse Borys, neste fim de semana. Pois segundo ela, "nós somos cidadãos da Bielorrússia, que desejam ter sua própria organização e que ela possa funcionar normalmente."

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