sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Não violência em Cracóvia

Nesta segunda-feira, dia 17 de dezembro, estará dando uma aula, na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Jaguielônia de Cracóvia o professor brasileiro Dr. Evandro Vieira Ouriques, da UFRJ do Rio de Janeiro. O tema de sua aula será "O Desafio do Resgate do Substrato Indo da Cultura Lusófona e a perspectiva do vigor da não-violência. A aula é aberta não só aos estudantes polacos de línguas latinas, mas à toda comunidade, na sala 202, na ulica Krupnicza, nr. 2, às 13. 15 horas. A promoção do evento é de responsabilidade do Prof.dr hab Jerzy Brzozowski, chefe de departamento no Instytut Filologii Romańskiej UJ. Brzozowski foi cônsul da República da Polônia, em Curitiba, nos anos 90. Naquele período chegou a editar um livro raro "Quatro poetas poloneses" com Czeslaw Milosz, Tadeusz Rózewicz, Wislawa Szymborska e Zbigniew Herbert, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. O livro foi organizado por Henryk Siewierski e José Santiago Naud.

Evandro Vieira Ouriques
Segundo o portal Consciência.net são 40 anos de ação e pesquisa na área da Comunicação e da não-violência. Ouriques é Doutor em Comunicação e Cultura pelo NETCCON.ECO.UFRJ, cientista político, jornalista, terapeuta e escritor, dedica-se à relação entre Comunicação, Poder e Paz, através de método próprio, pelo qual liberdade e vinculação social se tornam possíveis.
Dirige o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência/Escola de Comunicação/UFRJ, que criou em 1981. É especialista nas relações entre Ética e Estética, Utopia e Economia Psíquica Pós-moderna e na Construção de Estados Mentais Não-violentos. Atua na área como professor, pesquisador e consultor, tanto da ONU quanto de comunidades carentes. Tem 18 livros e catálogos publicados, além de muitos artigos no Brasil e no Exterior.
Transdisciplinar, trabalhou em muitas comunidades diferentes: jornalistas, intelectuais, artistas, fotógrafos, acadêmicos, políticos, servidores públicos, ongueiros, yogues, líderes religiosos e indígenas. Trabalhou em jornais de esquerda e populares durante a década de 70 e 80; atuou como ponte entre a Academia (UFRJ) e o Executivo Cultural (Ministério da Cultura), de 1980 a 1998: coordenou o Projeto Visualidade Brasileira (a dimensão estética brasileira) e o Programa Integrado Clarival do Prado Valadares (formação e dinamização de acervos documentais de arte no Brasil), do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte;
Foi curador e designer de exposições do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, onde montou, por exemplo, a primeira exposição de Sebastião Salgado no Brasil, em 82; e coordenador do Belas Artes Memória (Núcleo de Documentação e Pesquisa) e do Projeto Origens da Cultura Brasileira, do Museu Nacional de Belas Artes, no qual também atuou como curador. Foi o presidente da Mesa Criadora do Sindicato dos Profissionais de Yoga do Estado do Rio de Janeiro e o consultor de articulação e conteúdo da Assembléia Global da United Religions Initiative-2002. É membro do Conselho Consultivo do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC/SP e Professor Adjunto da UFRJ, desde 1978. O professor mantém um blog, que pode ser acessado em:

Birkenau em dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski
Birkenau foi o maior campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Distante 3 km de Auschwitz, está localizado no munícipio de Brzezinka, cidade a 65 km de Cracóvia. Birkenau é a tradução alemã para Brzezinka... os alemães em todas as invasões que fizeram no território da Polônia sempre tiveram o mau costume de traduzir tudo, nome de cidade, de rua, de rio, de montanha, de pessoas. Von Bismarck bem antes de Hitler já queria aniquilar o povo polaco. Ou seja, isto não foi apenas uma característica dos nazistas, mas dos alemães e prussos de uma maneira geral. Negar, ou reinterpretar o passado é uma forma de eximir-se de culpa. A geração atual é fruto das gerações anteriores e isso não existe lei que prove o contrário. Apenas o perdão permite. Na foto, o portão principal e o terminal ferroviário onde prisioneiros de todos os países da Europa chegavam. A poucos metros dos trilhos estavam duas câmaras de gás e dois crematórios. Era feita, então uma seleção aleatória: trabalho forçado ou morte.
O nome Brzezinka foi dado em 1385 e deriva da árvore do vidoeiro bastante abudante na região. De 1440 a 1483 Brzezinka foi propriedade de Jan Brzeziński.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Alemão reconhece pai nazista

Foto: Arquivo Museu Nacional Auschwitz-Birkenau

Chocante é a expressão que pode traduzir a visita de um turista alemão a Auschwitz neste fim de semana. Um morador de 65 anos de Düsseldorf, reconheceu numa das fotos seu pai no soldado nazista que controlava a entrada dos prisioneiros judeus recém-chegados ao campo de concentração de Auschwitz. "A princípio ele pensava que poderia encontrar em fotos alguém da família, mas nunca como um soldado nazista", disse ao jornal "Gazeta Wyborcza", o funcionário do Museu, Jacek Lech, a respeito do turista que ele atendeu. A fotografia foi feita no próprio campo, em 1944. Na fotografia se observa o transporte de judeus húngaros na plataforma de trens em Birkenau. O oficial da SS seleciona os que vão para a câmara de gás. "Este jovem de uniforme SS é meu pai", confirmou o turista alemão. A fotografia faz parte do álbum de sobrevivente Lili Jacob, húngara judia que tinha 18 anos e perdeu toda sua família em Auschwitz. O turista contou que nasceu em Berlim em 1942 e que sua mãe falava no seu pai como sanitarista que ajudava os doentes nos campos de concentração. Ao encerrar a guerra ele ficou preso durante dois anos pelas forças inglesas. Liberto, em seguida, tornou-se pastor protestante e acabou morrendo em 1988. Infelizmente o funcionário do museu não anotou o nome do turista nem seu endereço na Alemanha.

Tusk visita Berlim

Foto: Wojciech Surdziel / AG
A visita oficial a Alemanha do primeiro-ministro polaco Donald Tusk, nesta terça-feira, marcou um novo relacionamento entre os dois chefes de governo e os dois países. Tusk e Merkel estavam mais sorridentes do que nos encontros anteriores de Angela Merkel com o ex-primeiro ministro Jarosław Kaczyński (iarossuaf catchinhsqui). Mas os assuntos tratados não foram menos espinhosos que antes, aliás continuam os mesmos... o gasoduto russo alemão no mar Báltico e o polêmico Museu da Segunda Guerra Mundial, que os alemães estão decididos a criar em Berlim.
Sempre sorrindo Tusk disse a Merkel que a cidade de Gdańsk (cidade natal do premier) é o local mais indicado para tal museu. Como se sabe, a cidade polaca de Gdańsk, durante dezenas de ocupassão prussa-alemã teve seu nome mudado para Dantzig e foi uma das que mais sofreu os horrores das guerras entre as duas nações. "É fácil resolver os assuntos de mãos dadas. Apenas precisamos de um pouco mais de tempo" definiu Tusk sua conversa de pouco mais de duas horas com a chanceler Angela Merkel. Inclusive, disse ele, sobre assuntos difíceis. Por isso ele protestou contra o gasoduto russo, dizendo que se trata de uma chantagem energética por parte de Moscou. Por isso ele acredita que uma conversa entre a Polônia e a Alemanha pode chegar a bom termo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Domínio público polaco

Tal qual o governo do presidente Luis Ignacio Lula da Silva disponibilizou uma biblioteca virtual na Internet brasileira, a Fundação Moderna Polônia em colaboração com a Biblioteca Nacional da Polônia e a Academia Polaca de Ciências criou a leitura livre. Qualquer um pode acessar no site www.wolnelektury.pl algumas das obras mais importantes em idioma polaco de todos os tempos. A maioria delas são de domínio público e foram compiladas digitalmente com o suporte financeiro destas entidades. Adam Mickiewicz, Jan Kochanowski, Henryk Sienkiewicz e Stefan Zeromski podem ser lidos na íntegra. Mas não só autores polacos poderão ser acessados, também Hans Christian Andersen, William Shakespeare, ou ainda obras de autores desconhecidos, como esta poesia sobre Nossa Senhora:

Bogurodzica

Transkrypcja Bogurodzica dziewica, Bogiem sławiena Maryja,
U twego syna Gospodzina matko zwolena, Maryja!
Zyszczy nam, spuści nam.
Kyrieleison.

Twego dziela Krzciciela, bożycze,
Usłysz głosy, napełni myśli człowiecze.
Słysz modlitwe, jąż nosimy,
Oddać raczy, jegoż prosimy:
A na świecie zbożny pobyt,
Po żywocie rajski przebyt.
Kyrieleison.

Nas dla wstał z martwych syn boży.
Wierzyż w to, człowiecze zbożny,
Iż przez trud Bog swoj lud
Odjął diablej strożej.

Przydał nam zdrowia wiecznego,
Starostę skował pkielnego,
Śmierć podjął, wspomionął
Człowieka pirwego.

Jenże trudy cirpiał zawiernie,
Jeszcze był nie prześpiał zaśmiernie,
Aliż sam Bog zmartwychwstał.

Adamie, ty boży kmieciu,
Ty siedzisz u Boga [w] wiecu.
Domieściż twe dzieci,
Gdzież krolują anjeli.

Tegoż nas domieściż, Jezu Kryste miły,
Bychom z tobą byli,
Gdzie sie nam radują szwe niebieskie siły.

Była radość, była miłość, było widzenie tworca
Anjelskie bez końca,
Tuć sie nam zwidziało diable potępienie.

Ni śrebrem, ni złotem nas diabłu odkupił,
Swą mocą zastąpił.
Ciebie dla, człowiecze, dał Bog przekłoć sobie
Ręce, nodze obie,
Kry święta szła z boka na zbawienie tobie.

Wierzyż w to, człowiecze, iż Jezu Kryst prawy
Cirpiał za nas rany,
Swą świętą krew przelał za nas krześcijany.

O duszy o grzeszne sam Bog pieczą ima,
Diabłu ją otyma,
Gdzie to sam króluje, k sob[ie] ją przyma.

Maryja dziewice, prośmy synka twego,
Krola niebieskiego,
Haza nas huchowa ote wszego złego.

Amen tako Bog daj,
Bychom szli szwyćcy w raj.

Polônia - terra de poligêmeos

Na maternidade do Hospital Universitário de Cracóvia nasceram ontem 4 gêmeos. São 3 meninas - Martyna, Joanna e Maria - e um menino Patryk. A mãe Alicja Drabczyk se encontra bem, assim como as crianças, que entretanto deverão passar um período nas incubadeiras. A preocupação maior da mãe, após passada a alegria do nascimento, é como sustentar tantos filhos, já que ela já possui outros dois filhos de partos anteriores. Alicja conta que foi uma surpresa, pois nos exames que tinha realizado se viam apenas duas crianças. Pelo jeito as polacas são "boas parideiras", pois em 15 fevereiro último, na cidade de Poznań, nasceram de um mesmo parto, Maja, Kamila, Wiktoria, Emilka i Karol. As quatro meninas e o "bendito fruto" nasceram muito pequenos e fracos, mas sobreviveram e agora estão para completar um ano de vida. Os pais, tal qual, os Drabczyk de Cracóvia passam por dificuldades para sustentar tantos filhos. Só de fraldas descartáveis os cinco de Poznań utilizam 100 por dia.

TVs polacas exageram na publicidade

Foto: Jarosław Kubalski / AG

Para a Comissão Européia (órgão executivo da UE sediado em Bruxelas), a televisão polaca anda exagerando no tempo da publicidade e propaganda. As televisões não podem ultrapassar o tempo de 12 minutos de publicidade em cada hora emitida de programação. Segundo a Comissão, entretanto, os canais de televisão TVP 1, Polsat, TVN e TV 4 descumprem de forma exagerada este limite. Para Witold Kołodziejski, chefe da KRRiT, esta é uma questão muito importante, pois ao que tudo indica a Polônia terá que mudar os regulamentos nacionais que regem a televisão e o rádio polaco. "Até meados de janeiro, o governo polaco terá que responder a Bruxelas o que de fato está fazendo para conter o abuso da publicidade. " Por sua vez, Jakub Benke, chefe da firma Starcom, diz que se realmente o governo polaco e a Comissão Européia continuarem com esta absurda exigência de controle, o preço do minuto de publicidade na televisão vai aumentar muito, para compensar a queda de emissão. "A imposição do limite vai forçar mudanças. Quem anuncia em TV terá que procurar outros meios mais baratos e talvez isso favoreça o rádio, internet e jornal que certamente terão aumento de receita, por praticarem preços mais atrativos". As televisões têm tudo para reclamar, pois com o excesso praticado, somente no terceiro trimestre do ano, elas faturaram 2,25 milhões de złotych (cerca de 1,5 milhão de reais). Porém, não é só na Polônia, que as televisões estão estrapolando o tempo da publicidade, também a espanha e a Itália já foram notificadas pela Comissão Européia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Negócios Polônia-Paraná

O volume de exportação do Paraná para a Polônia cresceu 80% em 2007. Em contrapartida a Polônia também quer ampliar este comércio bilateral com o Estado mais polaco do Brasil. Segundo Piotr Maj, conselheiro econômico da embaixada polaca no Brasil, o isolamento provocado pelo regime comunista está entre as causas que prejudicaram a relação entre a Polônia e os milhares de descendentes espalhados pelo mundo. E talvez isso explique o incremento no comércio entre os polacos de lá com os polacos daqui. Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram o incremento das trocas comerciais. Entre janeiro e outubro deste ano, o volume exportado pelo Paraná passou de 2,3 mil toneladas para 11,1 mil toneladas, aumento de 80%.
Segundo dados do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Embaixada da República da Polônia, as exportações do país para o Paraná também aumentaram 50% neste ano. Se depender dos polacos, o volume crescerá em ritmo ainda mais acelerado nos próximos meses. Três anos depois de ingressar na União Européia, a Polônia agora visa parceiros comerciais em outros continentes. De acordo com o Maj, a Polônia possui atualmente 14 zonas especiais de investimento, que contam com isenção fiscal, que pode corresponder a 50% do valor dos investimentos. Além disso, o baixo custo da mão-de-obra polaca em relação aos demais países da União Européia tem favorecido a chegada de novas empresas estrangeiras na Polônia. O que sem dúvida é um atrativo a mais para empresas brasileiras que desejam se estabelecer na Europa Central. Além de importante produtor de televisores e geladeiras, a Polônia é um importante produtor de fertilizantes e tenta conquistar uma fatia maior do mercado brasileiro. A indústria química CIECH, a maior da Europa Central, está abrindo um escritório em São Paulo e o Porto de Paranaguá, principal canal de entrada de fertilizantes no Brasil, em breve deverá sentir o aumento das importações desta empresa. A CIECH também fornece outros insumos importantes para lavoura de cana-de-açúcar e por isso a empresa deverá ter grandes parceiros no Paraná. Por outro lado, o Paraná pode se beneficiar com as exportações do setor agroindustrial para a Polônia, pois o país tem um potencial agrícola bastante forte.
Foto: Sede da Ciech em Varsóvia

Tréplica ao xenófobo brasileiro de Londres

Há mais de um mês publiquei aqui neste blog minhas reações a um comentário "infeliz" enviado para mim pelo amigo Solda, cartunista dos mais expressivos do Brasil, que mantém o blog mais lido do Estado do Paraná. Provocador por excelência, Solda havia recolhido o comentário de um xenófobo brasileiro publicado na Revista Playboy de outubro e quis saber minha reação. Confesso que, quando li o comentário daquele brasileiro de Londres, achei que estivesse assinado com um pseudônimo. Assim foi que andei ironizando o sobrenome do dito cujo.

Mas não é que finalmente o autor daquele infeliz comentário da Revista Playboy encontrou meu blog. E claro, começou por agredir uma de minhas leitoras.

Finalmente me enviou um e-mail com suas últimas considerações sobre os polacos, que concorrem com ele no mercado de trabalho inglês e mais uma vez, reafirmando sua posição equivocada, xenófoba, preconceituosa.

E pior é o ignorante que não têm ciência de sua própria ignorância.

O texto que segue é parte da resposta que enviei a aquele cidadão brasileiro ilegal - segundo as normas britânicas - que vive e trabalha naquele país. Para não causar uma série de intermináveis comentários e e-mails preferi apagar o nome deste preconceituoso das publicações anteriores e também desta. Primeiro para não causar constrangimento a centenas de brasileiros e italianos que possuem o mesmo sobrenome e segundo a ele próprio, porque é apenas mais um que na santa ignorância dos ingênuos agridem culturas, etnias e raças. E por isto mesmo não são importantes enquanto indivíduos. Mas que fazem parte de um grupo muito grande de pessoas que se acreditam melhores que os outros seres humanos. Por este modo de pensar e agir cometem os crimes da discriminação, do racismo e da exterminação de seus iguais.

Caro senhor

Pensei que seu nome fosse pseudônimo. Mas vejo que não! O senhor existe. O que é bom, pois significa que assume o que diz. Mas longe de prosseguir com uma discussão que tende a se pautar pela agressão gratuita, prefiro esclarecer fatos da história que talvez lhe sejam desconhecidos e que mesmo após três “post” onde busquei apontar a injustiça de seu infeliz comentário naquela revista de entretenimento masculino, parecem não ter sido compreendidos pelo senhor. Ou, o senhor não leu atentamente cada um deles, ou realmente além de suas posições equivocadas é também um analfabeto funcional. Mesmo desmentido pelo governo britânico, o senhor insiste em manter sua agressão gratuita aos polacos. As informações que busquei estão publicadas em revistas inglesas, que por sua vez refletem a posição do governo britânico a respeito da imigração polaca. Fiz isto justamente para contrapor seu “achômetro cientifíco”.

Devo dizer que só me decidi a contestar suas frases, por justamente, ofenderem grande parcela da população brasileira do Sul do Brasil, que descende da etnia polaca. As besteiras que o senhor diz eu ter escrito a seu respeito, partiram justamente de sua parte. Quero crer que por sua ignorância congênita.

Sinto pelo tom de seu e-mail, que não deves ser uma pessoa má, ao contrário, parece ser simpática. E é justamente por ter identificado esta simpatia é que estou “ganhando” o meu tempo em lhe replicar.

Sim, o senhor ofendeu não só os polacos nascidos na Polônia e que estão trabalhando na Inglaterra, mas a mim e a muitos dos brasileiros do Sul do Brasil que trazem no sangue esta marca étnica.

Conhecesse o senhor, um pouco da história da Polônia e da imigração polaca no Brasil, jamais teria dito: "e certifico que os poloneses são a raça mais preguiçosa que já vi! Muitas agências de empre­go te perguntam por telefone se você é polonês - se for, "no chance".Eles são arruaceiros, urinam em qualquer lugar, fumam e bebem feito loucos e vivem brigando com a polícia!”.

Isto porque, com um espaço de pelo menos 136 anos, o senhor repetiu as mesmas palavras que imigrantes alemães já assentados em Curitiba, na Colônia Pilarzinho, de 1871, gritavam contra as recém chegadas 32 famílias de polacos.

Sabe do que estavam fugindo estas famílias de polacos que chegaram a Curitiba?
De outros alemães que estavam assentados em Brusque, Santa Catarina. Imigrantes saxões, que com comentários preconceituosos indispuseram os recém-chegados com a população local. Por sua vez estes polacos chegaram a Brusque, em 1869, fugidos de uma opressão secular causada por outros alemães nas próprias terras da Polônia.

Vou lhe contar um pouco de história para o senhor entender que quando se fala de uma outra etnia é preciso ter cuidado.
Em 1795, russos, austríacos e prussos (os atuais alemães) invadiram ao mesmo tempo o Reino da Polônia. Ali permaneceram 127 anos tentando de todas as formas destruir a etnia polaca. O mais agressivo dos invasores foi o fundador do Estado alemão, o prusso Otto Von Bismarck com sua "Kulturkamp. Para o protestante Bismarck, o catolicismo era um elemento estranho que ameaçava a unidade do novo Imperio alemão (criado em 18 de janeiro de 1871). Os polacos católicos deveriam ser germanizados e obrigatoriamente convertidos ao protestantismo alemão. Os pangermanistas falavam com indignação dos «Daicz katolicki», polacos convertidos em cidadãos alemães, que ocupavam as terras a leste do rio Odra. Até o final do século 19, Tannenberg, representava o pangermanismo populista. Seus comentários racistas (para não dizer idiotas) eram de que "as moças polacas que chegavam a Alemanha para trabalhar arrumam logo um namorado alemão. Em seguida as núpcias são abençoadas por um padre católico e os filhos vão ser educados pela polaca. Assim o avô alemão é Schroeter, o neto se chama Szreda e é um agitador polaco de primera!"

Sabe o porquê desta discriminação?
Porque a monarquia polaca era a única há mais de 200 anos que possuía um Congresso Democrático (a primeira democracia do mundo após o renascimento). Os reis não eram absolutistas e tampouco coroados por hereditariedade. Não! Eles eram eleitos pelo Congresso, formado naqueles tempos por senhores feudais. Sim, porque era feudalismo o sistema existente na época. Os absolutistas russos, prussos (alemães) e austríacos durante 127 anos tentaram de todas as formas aniquilar a etnia polaca. Este sentimento alemão era compartilhado pelos russos e austríacos. Assim, os motivos principais da emigração de milhares de polacos foram causadas numa ação conjunta pelas três potências invasoras. Entre estas causas estavam:
De parte dos ALEMÃES
- Proibição da língua polaca nas escolas primárias, normais e secundárias. (Repetindo o que tinham feito no passado)
- Campanha sistemática para a “despolonização” dos nomes de acidentes geográficos, ruas, praças e até nomes e sobrenomes de pessoas. (Gdańsk virou Dantzig).
- Proibição para padres católicos proferirem sermões na língua polaca.
- Forte censura da imprensa polaca.
- Venda obrigatória das terras agrícolas dos polacos aos ocupantes.
De parte dos RUSSOS
- Proibição do idioma polaco nos atos oficiais.
- Perseguição da igreja católica e imposição da igreja ortodoxa.
- Proibição do idioma polaco nas escolas.
- Proibição aos polacos de ocuparem cargos na administração.
De parte dos AUSTRÍACOS
O Império austro-húngaro foi obrigado a fazer concessões para as nacionalidades que viviam em terras polacas. Viena renomeou a região dando-lhe o nome de Galícia e a transformou numas das regiões mais pobres e de maior atraso e estagnação do Império. Por volta de 1888, cerca de 50 mil galicianos morriam de inanição. A Galícia austríaca estava dividida em duas, uma na parte Ocidental com Cracóvia como centro e na parte Oriental, o centro com Lwów (hoje na Ucrânia).
Essa política de repressão comandada em conjunto pelos invasores causou enorme sentimento de revolta. Os polacos não ficaram de braços cruzados. Tentaram de todas as formas vencer os inimigos. Violentas revoluções em solo polaco contra o domínio invasor ocorreram nos anos de 1830, 1863, 1905 e 1920. Como resultado, milhares de polacos emigraram para as Américas (Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai). Bismarck criou uma Comissão Colonizadora para afastar os polacos de suas terras. A proletarização agrária do aldeão, nas regiões de domínio alemão se tornou assustadora, 41% da população rural, por volta de 1880, ficou sem terras. Com tamanhas atrocidades nada mais natural que os polacos tentassem escapar do flagelo, e a saída para milhões de polacos foi emigrar para as Américas, França e Austrália. Não lhes restava outra alternativa!

E o que aconteceu?
Ao chegarem a Santa Catarina e Paraná foram recebidos com pedras e comentários como aquele que senhor repetiu para a revista brasileira. Comentários mentirosos tanto antes como agora.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a derrota de alemães e austríacos, finalmente a Polônia pode voltar ao mapa da Europa como Estado independente. Mas infelizmente, mais uma vez, por pouco tempo. Os comunistas que haviam derrubado a monarquia na Rússia voltaram a atacar a Polônia. Desta vez sem sucesso. A Polônia com seu presidente e marechal Józef Pilsudski derrotou os russos. Aliás, na história da humanidade apenas uma nação ao entrar em guerra contra os russos passou pelos portões de Moscou vitoriosa, ou seja, a polaca. Nem mesmo Hitler, nem mesmo Ghengis Khan, nem o imnperador japonês, nem mesmo os americanos conseguiram algum dia tal feito. O Japão foi outra nação a vencer os russos em 1905, mas não entrou em Moscou. Os polacos venceram os russos e em 1612 e 1920 adentraram os muros da capital russa.

Mas quem disse que a vitória sobre Moscou daria tranqüilidade aos polacos?
Bastaram menos de 20 anos e lá vieram novamente alemães e russos para destruir a Polônia por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez quase conseguiram. No final de tudo, a Polônia perdeu mais que qualquer outro país envolvido na Guerra. Mais de 25% de sua população foi completamente dizimada, sua capital foi transformada em ruínas, sua população anteriormente multirracial tornou-se 100% polaca e seu futuro político foi determinado por potências estrangeiras sem a sua participação. Ao terminar mais uma guerra mundial, a hipocrisia dos aliados vencedores entregou a Polônia para o domínio comunista russo por mais de 40 anos. Cabe lembrar que os italianos de Mussolini estavam do lado de Hitler na tentativa de dizimar o povo polaco.

De um contingente inicial de cerca de um milhão de soldados, as perdas alcançaram 240 mil soldados mortos, 220 mil feridos (sendo que 75 mil morreram devido aos graves ferimentos) e foram feitos 620 mil prisioneiros polacos. Entre a população civil, as perdas, no período das ações bélicas, somaram 100 mil assassinados e outros tantos milhares de feridos. Os alemães ocuparam uma superfície de 188.000 km², habitada por 22 milhões de pessoas (18,5 milhões de polacos, 2,5 milhões de polacos de credo judaico e menos de um milhão de alemães. Cerca de 1,8 milhões de crianças foram mortas). Em toda a Europa viviam 8.861.800 judeus. Destes, os nazistas mataram 5.933.900, ou 67%. Na Polônia, que tinha decididamente o maior número, quase 4 milhões, mais de 90% foram mortos. O total de vítimas na Polônia chegou a 6 milhões de seus habitantes. Some-se a isto, mais de meio milhão de polacos católicos mortos na União Soviética. Da população que sobreviveu, cerca de 530 mil pessoas ficaram inválidas, 40.179 resultantes de experimentos médicos nos campos de concentração, 60 mil com debilidade mental e mais de um milhão de mortos após a guerra, de enfermidades contraídas no período. As perdas econômicas alcançaram 38% dos bens nacionais; 35% dos recursos da agricultura, 32% da indústria, mineração e energia; 30% das moradias e edifícios administrativos; 43% dos bens culturais e 60% dos bens de ensino. Os alemães obedeciam a um plano de exterminação biológica, econômica e devastação cultural que visava criar garantias para que essas forças não renascessem no futuro. Documento de 25/11/1939, de “estudiosos” alemães, registra a decisão de exterminação cultural: A intelectualidade tem que ser completa e urgentemente desalojada; como membros devem ser considerados: religiosos, professores, dentistas, veterinários, funcionários públicos superiores, escritores, jornalistas e todas as pessoas possuidoras de educação superior e média. As camadas inferiores, como trabalhadores urbanos e rurais devem permanecer no nível mais inferior possível. As crianças devem ser educadas no máximo até o décimo ano de vida. As universidades, escolas profissionais e médias foram fechadas. Foram destruídas 14 escolas superiores, 46 instituições científicas e 61 sociedades populares de ciência. Em 6/11/1939, 183 professores da Universidade de Cracóvia e da Academia Mineira de Katowice foram levados para os campos de concentração. No outono de 1940, foram assassinados 3.500 diretores. Em julho de 1941, foram fuzilados 25 professores da Universidade de Lwów junto a 26 familiares e 100 estudantes e mais 400 músicos, 343 atores, 413 escritores, além de 162 que acabaram morrendo por problemas mentais. Foram destruídos 15.000.000 livros, 27.000 bibliotecas, 75.000 manuscritos, 20.000 impressos antigos, 25.000 mapas, 300.000 itens gráficos, 30.000 fotografias de patrimônios históricos, obras de arte, retratos e 5.000 manuscritos musicais."

Contudo, apesar de todo o poderio germânico, os polacos destruíram mil tanques e veículos brindados, 350 canhões e morteiros, 350 aviões, 11.600 diferentes veículos mecanizados e 50 mil soldados nazistas.

Evidentemente não estou querendo dar lição de história ao senhor, estou apenas recordando o que foi a maior das tragédias da história da humanidade e que justamente foram os polacos as maiores vítimas dela. E em relação às suas palavras do porquê eu estaria me preocupando com os polacos: "Outra coisa que acho estranho,e o fato de vc ter nascido no Brasil,mas comprar briga que nao e sua!!!!!!Horas,meus avos paternos sao todos italianos,e eu nao dou a minima qdo alguem diz a respeito de italiano,pois sou brasileiro!!."

Quero lembrar aqui algumas palavras de um dos pais da psicologia moderna, Carl Jung: "Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo."
E mais uma frase que está na bíblia: "...recordai-vos dos feitos que vossos antepassados realizaram em seu tempo e merecereis uma grande glória e um nome eterno" (1 Mac.2:51).

Com estas duas citações quero dizer o porquê me considero polaqueiro, antes que brasileiro. Nas minhas origens eu sou polaco por parte de pai e mineiro (descendente de portugueses) por parte de mãe. Não! Polaqueiro não é uma etnia nova não! Pois creio que, nem mesmo o Brasil e os brasileiros ainda são uma etnia. Como também, os brasileiros não são uma raça, palavra que equivocadamente o senhor usou para se referir aos polacos, na verdade apenas, seus concorrentes no mercado de trabalho britânico. Sim, porque pelo que entendi seu descontentamento com os polacos tem mais a ver com o mercado de trabalho (escasso para os ilegais desde a chegada dos legalizados polacos) do que realmente com o fato deles serem segundo o senhor "preguiçosos e desordeiros". Palavras suas e não dos governos inglês e irlandês.
Os dados que coloquei no meu blog, para contestar sua desavença em relação ao valor das horas trabalhadas pelo senhor, são procedentes de fonte oficial e não baseadas em “chutômetria brasileira”. Sim, sua questão é puramente salarial, senão vejamos suas frase: “Falar o que se pensa ai do outro lado do mundo e facil,dificil e estar aqui,e saber que um profissonal cobra em torno de £12 por hora de trabalho,mas os nossos amigos polacos podem cobrar ate £5,pelo mesmo trabalho!!Sentiu a diferenca!!!.

Para finalizar, gostaria de sugerir que o senhor voltasse a ler meus "posts” dos dias 25 e 27 de outubro... Lendo, compreendendo e aceitando as informações do governo inglês, o senhor verá como foi injusto com um povo, com uma etnia, que sofreu horrores na história e que transformou o Sul do Brasil numa das regiões mais ricas e trabalhadoras do mundo. Conhecesse um pouco da história dos três estados do Sul e a contribuição que a etnia polaca deu para o desenvolvimento do Brasil, creio que jamais o senhor teria feito comentário tão desairoso aos polacos de Londres. Saberia por exemplo, que alguns dos municípios do Sul do Brasil possuem em média 95% de suas populações como sendo de origem polaca. Saberia que Curitiba - a cidade modelo, a capital européia do Brasil - é considerada a terceira cidade polaca em todo o mundo. Perdendo apenas para Chicago e Varsóvia. Saberia que dois terços dos curitibanos têm sangue polaco correndo em suas veias. Saberia que por causa dos polacos do Sul do Paraná, dois governadores cravaram uma chancela para o "Estado do Paraná: Aqui se Trabalha."

Para que esta comunicação não suscite mais polêmicas entre nós e tampouco ofensas, seu nome não está sendo publicado aqui. Creio que os dados que acrescentei nesta tréplica vão ser úteis também aos meus leitores.

P.S. Passe muito bem no seu retorno ao Brasil. Espero que possas encontrar um trabalho onde lhe paguem o que o senhor merece.

Varsóvia estaria mais conservadora?

Estátua em homenagem a Varsóvia, próximo ao Rynek da cidade velha
Pela primeira vez Varsóvia registra diminuição no nascimento de crianças nascidas fora do casamento. Segundo um estudo publicado pela publicação "Życie Warszawy" (jitchie varchavi - vida em Varsóvia) nasceram 18,5% de crianças filhas de pais solteiros, enquanto a média nacional é de 18,9%. Comparando com outras cidades, os varsovianos estão tendo filhos dentro do casamento. A cidade onde nascem mais crianças fora do casamento é Gorzów Wielkopolski (gojuf vielcopolsqui) com 36% em relação a todos os nascimentos da cidade. Em seguida estão: Szczecin (chtchetchin) com 33,2%; Łódź (uudji) com 27,6%; Gdańsk (gdanhsk) com 25,1%; e Katowice (catovitsse) com 25%. Há quase 100 anos, os varsovianos sempre estiveram entre aqueles que romperam tabus e regras morais na Polônia. Ter filhos fora do casamento, num país fervorosamente católico, sempre foi visto com sinal de desajuste social. Desde 1970, os índices de nascimentos fora do casamento foram aumentando ano a ano. Naquele ano, de todos os nascimentos ocorridos na Polônia, 5% tinham ocorrido fora do casamento. Trinta anos após o índice chegou a 12%. Seis anos depois o índice já beira os 19%. Para a Prof. Hanna Świda-Ziemba, socióloga e pedagoga da Universidade Varsóvia, sublinha que o concubinato é cada vez mais normal na Polônia. Os jovens por sua vez, dizem que ter filhos sem casar, depende do parceiro e do grau de confiança e não de papéis e documentos sociais.

domingo, 9 de dezembro de 2007

"Rafting" no Dunajec

Foto: Ulisses Iarochinski
As fotos são uma recordação do verão nestes dias de frio e neve. Quando o tempo está bonito e as árvores cheias de folhas verdes, um belo passeio a fazer nestas bandas é descer o rio Dunajec nestas canoas de montanheses na fronteira com a Eslováquia. De tão bom que é, já fiz este "rafting" cinco vezes. Apesar de que rafting é entendido como a prática de descida em corredeiras de rios, sempre em equipe e utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança, aqui no Parque Pieniński é feito em canoas de madeira. Nesta foto acima, do lado esquerdo é Polônia, do lado direito, a poucos metros, o país vizinho. A descida em águas muito calmas e rasas dura duas horas em média. No fim da linha está Krościenko nad Dunajcem - cidade onde se pode saborear as melhores trutas da Polônia.
As canoas (na verdade são cinco delas juntas) são conduzidas pelos canoeiros montanheses em trajes típicos da região dos Tatras. O preço do passeio varia conforme a duração e atracadouro final. O ponto de embarque fica no Parque Pieniński, em Sromowce Wyżne, que por sua vez fica a duas horas de ônibus de Cracóvia.
Preços para a temporada 2008 -
Atracando em Szczawnica - percurso de 18 km e 2:15 horas de duração: 39 zl (27,30 reais)
Atracando em Krościenko - percurso de 23 km e 2:45 horas: 48 zl (33,60 reais).

Foto: Associação dos Canoeiros

Nome de carro da Fiat

Por esta eu não esperava... não é que a fábrica de Turim tem um carro com meu nome? Pois estava circulando pela ulica Szpitalna (rua hospital) quando de repente um furgão azul com Ulysse.

Karambol perto de Lublin

Foto: PAP
Karambol pod Lublinem - colisão violenta próximo a Lublin - a causa? Pista fria, ou melhor uma escorregadinha devido aos graus negativos na estrada. Felizmente nenhuma vítima.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A feirinha de natal de Cracóvia

Foto: Ulisses Iarochinski
As barracas da quermesse de Natal no Rynek Główny (Praça do Mercado Central) em Cracóvia vende de tudo, desde presentes até enfeites para presépios, árvores de natal e decoração para a vígilia de 24 de dezembro.

Foto: Ulisses Iarochinski

A feirinha de Natal este ano abriu dia 28 de novembro e vai até 26 de dezembro. Nela se pode encontrar o delicioso Grzaniec Galicyjski (gjaniétss galitssisqui))- o vinho galiciano - ou popular quentăo brasileiro.Năo é igual, mas é parecido. Também com o frio que faz nesta época só mesmo um grzaniec para ajudar nas compras. Para acompanhar lingüiças de todos os tipos e o famoso queijo Oscypek - queijo defumado de leite de ovelha dos montanheses da região dos Tatras.
Entre as barraquinhas é possível encontrar todo o tipo de pantuflas - chinelo típico de Wadowice (cidade natal de Karol Wojtyła) e jóias com o ambar do mar Báltico. Outra tradição cracoviana encontrada aqui é o famoso Szopki, ou presépios de Natal. São feitos com cartolina colorida e lembram castelos de contos de fada eslavos.

Polaco de Contenda lança CD

Celso Dranka Taborda está lançando seu quarto CD com músicas tradicionais da Polônia. Neste seu "Tradição polonesa", ele aprofunda seu amor pelas músicas da época das emigrações, iniciado no CD anterior, "Na trilha dos Imigrantes".
Celso Taborda é paranaense de Contenda. Descendente de polaco buscou sempre continuar a arte musical, herdada de seu pai que durante a infância de Celso passava quase todos os fins de semana animando festas, bailes e casamentos típicos polacos. Como músico, Celso fez parte de vários conjuntos musicais. Em 1985, resolveu junto com seus irmãos fundar o conjunto “Irmãos Taborda”, (sobrenome da mãe), já que sua paixão eram as músicas gaúchas. Mas ao incluir duas canções típicas polacas descobriu um filão inexplorado: músicas polacas tradicionais. Em 1989, Celso decidiu fazer carreira solo, até pensou em adotar o sobrenome do pai Dranka, mas já era conhecido por Taborda. Depois de pesquisar as raízes culturais da etnia polaca em solo brasileiro e amparado nas duas músicas polacas que se destacaram no CD com seus irmãos, gravou o primeiro disco solo: “Polskie Wesele”, ou “Casamento Polaco”. O trabalho reuniu as músicas tocadas e cantadas durante a semana que dura o ritual de um casamento polaco. Dois anos depois lançou o “Polskie Wesele Vol II”, já que suas excursões pelo Sul do Brasil comprovaram o acerto na escolha da temática. O sucesso continuou e acabou fazendo shows até na Argentina, onde a colônia polaca está presente principalmente na província de Missiones. Veio em seguida o terceiro CD “Na Trilha dos Imigrantes”, onde contou com a participação de Bruno Neher do grupo "Os Três Xirus”, de Porto Alegre.O novo CD "Tradição Polonesa" promete músicas inéditas, inclusive para a comunidade polaca do interior do Sul do Brasil, já acostumada aos sucessos do paranaense. Os CDs de Celso podem ser pedidos através do seu sítio: http://www.musicapolonesa.com.br .P.S. Celso! uma vez te sugeri: -"Adote o sobrenome polaco... é mais forte e mais identificado com tuas raízes, pois Taborda, pode ser muito bom para músicas gaúchas, mas polacas...Dranka é mais forte e sonoro... um verdadeiro nome de artista...."

Sopas polacas II

Kapuśniaki, ou Sopa de repolho azedo

2 kg
de repolho azedo (chucrute)
2 joelhos de porco
2 kg de batatas
250 gr de margarina
4 colheres de sopa de farinha de trigo
500 gr de tomates
louro, sal, pimenta do reino e da Jamaica

Modo de fazer

Cozinhar o joelho de porco aproximadamente uma hora. Após, colocar o chucrute, tomate cortado (sem pele), sal, pimenta, louro e cozinhar até ficar mole. Neste meio tempo, cozinhar as batatas com sal em panela separada. Misturar tudo. Adicionar a farinha de trigo com a margarina e colocar na sopa, dando uma fervida. (porção para 10 pessoas)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

E lá se foi minha tia para "Allures do Sul"

Peço licença aos leitores e amigos para comunicar o falecimento de minha tia Azélia Iarochinski Valentin, ocorrida ontem, quinta-feira, 6 de dezembro, às 21:00 horas, em hospital de Curitiba, onde estava internada desde a última segunda-feira, com problemas de diabetes e coração. Tia Azélia era única de meus tios paternos que ainda estava viva. Era viúva e deixa minhas primas Magda, Eunice e Leocádio, e netas. Tia Azélia tinha nascido em Matos Costa, Estado de Santa Catarina e passou a maior parte de sua vida entre Harmonia, Castro, Guarapuava, Telêmaco Borba e Curitiba. Aqui na distante Polônia tinha apenas esta imagem dela ainda menina ao lado de meu pai e irmão dela Cassemiro. Sinto um vazio, neste momento, e gostaria muito que um Continente e um Oceano não estivessem me separando de Curitiba para lhe dar o último adeus. Como vou contar agora todas as coisas e sensações que tenho vivido aqui na terra do pai dela? A sua benção Tia Azélia, que seus país e irmãos estejam agora lhe recebendo aonde vão todos aqueles que são bons entre os bons e maus aqui na terra. Beijos infinitos....

As crianças Cassemiro e Azélia Iarochinski

Kaczyński visita Ucrânia


O Presidente Lech Kaczyński está em visita oficial de dois dias na Ucrânia. Em Kiev, ele se encontra com o Presidente Victor Yushchenko e também com o primeiro-ministro Viktor Janukovych. Em seguida, ele se encontrará com Arsenij Jaceniuk, eleito o novo porta-voz do Parlamento ucraniano. Ao chegar ontem a Kiev, o Presidente Kaczyński disse que a Polônia está muito interessada em ver como se sairá o novo governo da Ucrânia. Hoje, o presidente polaco também tem encontro com Julia Tymoshenko, a candidata oficial ao cargo de Primeiro-Ministro do país vizinho. O retorno a Varsóvia está previsto para o fim da tarde.

Posters polacos II


Mais um cartaz de Rafał Olbiński. Desta vez para o filme o poster do filme "Człowiek z żelaza", criado em 1981. O filme ganhou o título no Brasil de "Homem de Ferro". Tinha direção de Andrzej Wajda e com os atores Jerzy Radziwilowicz, Krystyna Janda, Marian Opania. Já escrevemos sobre Olbiński aqui neste blog... Favor consultar nosso arquivo na coluna ao lado.

Polônia vai liberar vistos


A imprensa polaca informou, que um milhão ou mais polacos que vivem na Bielorrúsia, Lituânia, Ucrânia, Rússia, e outras repúblicas da antiga União soviética, estão esperando impacientemente pela Certidão Polaca.
De acordo com a lei aprovada pelo Parlamento polaco, durante o governo do ex primeiro-ministro Jarosław Kaczyński, a certidão entrará em vigor em 28 de março de 2008. Mas desde já milhares de pessoas tem buscado informações nos consulados da Polônia nestes países, sobrecarregando o trabalho dos poucos funcionários existentes. Com a certidão que ateste sua ascendência polaca, estas pessoas, não necessitaram pagar visto de entrada em suas viagens ao país de seus ancestrais, bem como terão permissão para trabalhar, morar e inclusive estabelecer empresas em território polaco, ganhando inclusive os mesmos direitos quanto ao serviço social e médico.
Ao mesmo tempo, a partir de primeiro de janeiro de 2008 passa a vigorar o Tratado de Schengen na União Européia. Se por um lado acabam os controles de passaporte internos, nas fronterias dos países membros da UE, aumentam drasticamente os controles nas fronterias da Polônia com os países do Leste, notadamente entre Bielorrússia e Ucrânia. Como o controle será apenas para aqueles que não possuem nenhum vínculo de origem com a Polônia, (estes estrangeiros terão que pagar bem caro pelos vistos de entrada e não terão as regalias oferecidas aos descendentes polacos), os governos daqueles países já começar a ver com desconfiança esta nova lei, pois criará uma situação de desigualdade entre seus cidadãos. Já se está esperando protestos dos governos de Minsk, Moscou, e principalmente de Kiev. O caso da Ucrânia é particularmente sensível. Por várias razões políticas a Polônia e Ucrânia tentam manter as relações tão amigáveis quanto possível. A história comum das duas nações, é marcada por acontecimentos trágicos e uma não confia na outra.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

É hoje o dia dos presentes

Święt Mikołaj, ou São Nicolau é cultuado como o Papai Noel nos países da Europa. E como dia 6 de dezembro é seu dia, é hoje que é feita a entrega dos presentes de Natal na Holanda, Noruega, Rússia e Polônia. Especialmente aqui, onde as cores nacionais combinam com a das vestes do Papai Noel, todos se vestem de vermelho e branco e presenteiam familiares e amigos. Na Holanda, por exemplo, são presentes barras de chocolate quadradas com letras dos nomes dos presenteados. É o dia também de fazer a tradicional festa do "amigo secreto". São Nicolau de Mira é o santo padroeiro da Rússia, Grécia e Noruega. É também o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas da cidade de Bari, na Itália, onde o santo foi sepultado. Nicolau foi bispo de Mira e é de Petara (atualmente Demre, na Túrquia), onde nasceu no século III. Nicolau faleceu justamente no dia 6 de dezembro de 342. Daí o porque de seu dia ser comemorado hoje. Na Europa inteira, ele, depois de vários milagres foi considerado o amigo das crianças. O fato de ter se tornado popular e ícone do Natal se deve às suas constantes ajudas aos pobres e principalmente às crianças carentes. Foi o primeiro santo da igreja a se preocupar realmente com a educação e a moral das crianças e suas mães. A mais famosa das lendas envolvendo o nome de São Nicolau é aquela em que uma família muito pobre não tendo como custear o "dote" de casamento de suas filhas, ganhou de repente um saco cheio de moedas de ouro e prata. O saco foi presente do bispo Nicolau, que à noite sorrateiramente jogou o saco cheio de ouro e prata para ajudar no "dote". Outras lendas, dizem que ele ressussitou uma criança em Mira e que no Natal de 1583, na Espanha, ele apareceu para atender as orações de senhoras, que pediam para que nenhum pobre ficasse sem o pão bento. Os pobres, ao serem perguntados sobre quem as teria dado o alimento, respondiam que tinham sido socorridos por "um senhor de feições muito serenas, mãos firmes, barba e cabelos brancos bastante longos ".

A volta do grande ator

Foto: Kapif
Andrzej Łapicki ficou com muita saudade dos palcos e por isso está voltando. Quem garante é o diretor Jan Englert que tem um papel para Andrzej, que está atualmente com 83 anos de idade, na peça que estréia no próximo dia 5 de abril no Teatro Nacional, a „Iwanowie” de Tchecov.
Respondendo ao jornal "Rzeczpospolita", Englert disse que o grande ator dos palcos polacos volta após uma ausência de 13 anos, porque há pelo menos 4 razões para isso: "Decidi, primeiro, porque trabalhamos muitos anos juntos; segundo, porque acredito nele; terceiro, pelo texto da peça; e em quarto, mudei a crença e igualmente o lugar. Penso que o sr. Andrzej tinha saudade da cena e eu intuitivamente descobri isso."
A última atuação de Łapicki foi na auto-direção de „Ślubach panieńskich” de Aleksandr Fredra, em 6 de fevereiro de 1995, no Teatro Powszech em Varsóvia. Sua estréia tinha se dado meio século antes, na peça „Wesele” de Stanisław Wyspiański, no Teatro Juliusz Słowacki em Cracóvia.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Posters polacos 1

Autor do poster: Jerzy Czerniawski nasceu em 1947. Fez seus estudos na Escola de Artes Plásticas de Wrocław (vrotssuaf). Sua estréia artística ocorreu durante a onda de contracultura polaca dos anos 70. Czerniawski já trabalhopu com ilustração, artes gráficas, desingn e pintura. Já conquistou vários prêmios por seus trabalhos como: Bienal Internacional do Poster de 1974, em Varsóvia, Bienal do Poster em Lahti 1977; International Film Festiwal, Chicago 1981.

O melhor está de fora

No último mundial da Alemanha ele foi um dos destaques da seleção. Pelo menos foi o que mais mostrou disposição, luta e vontade de vencer. Mas desde que o holandês assumiu o comando da seleção polaca, o atacante Ireneusz Jeleń praticamente não foi mais convocado. Está certo que Smolarek desencantou nos últimos jogos, mas o sempre presente Żurawski não fez para justificar tanto cartaz.
Não por outra razão, o atacante da equipe do Auxerre da França está muito triste. "Estou mal, quando ouço, que a representação polaca não tem atacante. Isto frustra minha ambição, isto porque eu nasci atacante e quero jogar nesta equipe", declarou Jeleń ao jornal "Przegląd Sportowy".
Nesta temporada jogando na divisão principal da França, Jeleń fez 15 partidas e 4 gols. Mas, apesar disto não há lugar para ele na seleção polaca. O treinador Leo Beenhakker abertamente diz que Jeleń não se enquadra em sua concepção de jogo para a seleção polaca. Ou seja, não importa que o único polaco a fazer gols em primeiras divisões européias faça gol.

Bancos do Planty

Foto: Ulisses Iarochinski
Estes bancos do Planty - parque ao redor do centro de Cracóvia - têm muita história para contar, mas nestes dias de inverno é praticamente impossível sentar-se neles. Nem bêbados sentam aqui agora, o que dirá dos eternos namorados....Quem um dia já não sentou aqui e ficou contando suas histórias? Se não sentou, não é Cracoviano, ou está aqui só de passagem.

Quermesse no Rynek

Foto: Ulisses Iarochinski
O Rynek Główny - praça central - de Cracóvia recebe neste mês de dezembro a tradicional quermesse. São presentes e obejtos para enfeite e decorações das festas de São Nicolau (O papai noel) Natal e Festa de Reis. Aliás, neste 6 de dezembro é dia de dar presentes por aqui - nesta quinta-feira é comemorado o dia de São Nicolau - verdadeiro Papai Noel - por isto é neste dia que acontece a troca de presentes - e não no dia 25 de dezembro. Natal é só dia de Jesus Cristo e não de dar e receber presentes materiais.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Incendiado carro de ministra

Foto: K. Zelazowski

O automóvel da secretária de Estado Julia Pitera, chefe do gabinete do primeiro-ministro, Donald Tusk, incendiou-se na noite do último domingo. Peritos da polícia, depois de analisarem o veículo, apontaram duas causas para o sinistro: tanque de gasolina, ou parte elétrica. O comandante da polícia Marcin Szyndler já ouviu várias testemunhas tentando saber se foi atentado, ou simples acidente. Já a ministra Pitera, apesar de não querer afirmar de que se trata de um atentado, não descartou a possibilidade de que o incidente possa ter sido causado por "Hoolligans" (grupo de neonazistas). Disse que deixa nas mãos da polícia desvendar o que possa ter causado o incêndio de seu carro de 2,5 anos de uso e que passou recentemente por uma revisão. Seja como for, Julia Pitera é a encarregada pela administração do gabinete do primeiro ministro e do Escritório Central Anticorrupção do Governo.

Euro 2012 sem Ucrânia

O treinador da seleção da Ucrânia Oleg Błochin alerta que seu país pode não organizar a Euro Copa 2012. O temor é causado pela situação em que se encontra o Estádio Olímpico em Kiew, que está programado para a final da Copa Européia de Seleções naquele ano, declarou Błochin, nesta segunda-feira, em Iwano-Frankowsku, no Lesta da Ucrânia. As chances de seus país realmente conseguir organizar, neste momento são de apenas 80%. "Se não for interrompida a construção do Centro Comercial Trojickyj, que se instala diante do estádio, é muito possível que a Euro 2012 não ocorra na Ucrânia". Błochin criticou o governo que até o momento, apesar dos alertas da UEFA sobre segurança no público, não tomou nenhuma medida para impedir a construção do centro comercial que coloca em risco a realização da Copa na Ucrânia. "Se o presidente Wiktor Juszczenko e o prefeito de Kiew, Leonid Czernowecki, não fizerem alguma coisa rápido, adeus Euro". A UEFA já comunicou ao governo ucraniano que interrompa a construção do Trojickyj, que respondeu apenas que a questão depende do proprietário do empreendimento. Mas segundo o técnico da seleção, Oleg o problema permanece sem atenção.
As declarações do técnico ucraniano preocupa a Polônia, pois sem a Ucrânia, os polacos também poderão ficar sem a Euro 2012, já que o campeonato deve ser realizado em conjunto entre os dois países, como será a Euro 2008 entre Áustria e Suíça. O novo ministro dos esportes da Polônia dias atrás apresentou a firma vencedora para construir o Estádio Nacional da Polônia, em Varsóvia, que será palco da abertura da Euro 2012. Apesar disto, os polacos já começam a correr contra o tempo, pois não é apenas o estádio de Varsóvia, que precisa ser construído, mas os outros previstos em Gdańsk, Pożnan, Wrocław e Cracóvia.

Aspecto atual do Estádio de Kiew

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Colombo era Salvador


Um pesquisador australiano, depois de anos de estudos, baseados em mapas dos séculos passados, causou profunda reviravolta nos meios históricos ao sustentar que a descoberta da Austrália não foi realizada pelo inglês James Cook, mas sim por portugueses. Além das provas constantes nos mapas da época, ele argumenta também que muitos dos acidentes geográficos da Austrália ainda hoje são de portugueses.
Ele é o historiador e jornalista australiano Peter Trickett, autor do livro “Beyong Capricon”. Sua tese atribui a paternidade da descoberta da Austrália e Nova Zelândia a descobridores portugueses. Em particular, a uma frota portuguesa, liderada pelo comandante Cristóvão Mendonça, em busca da mitológica Ilha do Ouro, referida por Marco Pólo, que na realidade existe duzentas léguas a sul de Samatra, e que descobriu a Austrália e a Nova Zelândia, 250 anos antes do inglês James Cook. A frota portuguesa teria partido de Malaca numa missão secreta, em 1522, em direção à costa Leste da Austrália, tocando em vários pontos do continente e regressando através da ilha Norte da Nova Zelândia.
No livro, Trickett sustenta que os portugueses mantiveram em segredo esta descoberta devido à rivalidade com os espanhóis. Se a teoria de Trickett estiver correta, isto significa que os europeus mapearam a Grande Terra do Sul e a Nova Zelândia, um século antes do que até era dado como certo. Há oito anos, o historiador australiano se deparou com um conjunto de mapas reproduzidos a partir do chamado Atlas de Vallard, do navegador Nicholas Vallard. Na verdade, uma coleção de mapas que representam o mundo como era conhecido na Europa no século XVI. O atlas que se encontra na Biblioteca Huntington, na Califórnia, foi desenhado por cartógrafos franceses em 1547, a partir de mapas portugueses roubados.
Estudiosos modernos repararam que um desses mapas continha traçados que faziam recordar a linha de costa de Queensland, ao lado de um ponto que assinala um ângulo com uma distância de 1500 km. Foi nesse momento que Trickett avançou com uma teoria – os franceses tinham separado, por erro, dois mapas portugueses que estavam copiando. Com a ajuda de um especialista em informática, o Trickett dividiu o mapa em dois e girou a parte inferior em cerca de noventa graus. Foi aí que verificou que carta coincidia quase na totalidade com a linha da costa Leste da Austrália e do Sul do continente até à localização das ilhas Kangaroo, onde hoje é o Sul da Austrália. Visível era também o norte da Nova Zelândia. Trickett se baseia também na descoberta de artefatos marítimos portugueses nas costas da Austrália, incluindo uma bala de canhão e um capacete “de origens portuguesas”, encontrado no porto de Wellington no início do século XX.
O historiador aponta ainda a descoberta, na década de setenta, de "chumbo" de linha de pescar, de origem portuguesa, na Ilha de Fraser, ao largo Queensland. Análises na "chumbada" indicaram que tinha sido forjada em Portugal, ao redor de 1500.


Agora, aparece um outro pesquisador, desta vez português mesmo, para causar um choque maior nos livros de história de todo o mundo e lançar cinzas sobre os historiadores italianos. O prof. Mascarenhas Barreto sustenta que Cristóvão Colombo não era genovês e tampouco se chamava assim. Na verdade, segundo Barreto, o descobridor da América era português do ducado de Beja e se chamava Salvador Fernandes Zarco. Transcrevo o artigo de Carlos Calado sobre o tema revolucionário.

QUEM DESCOBRIU AS AMÉRICAS?

Os acontecimentos históricos, tal como chegam ao nosso conhecimento, são o resultado das teses apresentadas pelos historiadores após pesquisas aturadas e investigação sobre vestígios ou documentos antigos a que possam ter acesso. Muitas vezes, é bastante escassa a documentação original sobre determinada época, tema ou personagem e algumas outras vezes os historiadores, inconsciente ou conscientemente deturpam ou adaptam os factos que investigam, de acordo com os seus preconceitos ou interesses.
Sobre o navegador e descobridor das Américas, perante a escassez de documentação original e fidedigna suficiente para determinar inequivocamente a sua nacionalidade, desenvolveram-se teorias diversas, tendo-se firmado a aceitação quase geral de que o descobridor das Américas, ao serviço dos Reis de Espanha foi um italiano – o genovês Cristóforo Colombo. As investigações e publicações de alguns historiadores portugueses, onde se destacam os contemporâneos Prof. Mascarenhas Barreto (“Colombo” Português – Provas Documentais, 2 volumes, ed. Nova Arrancada) e Prof. Manuel Luciano da Silva (Histórias da história, a odisseia dos judeus portugueses), vieram desmistificar a tese do Colombo genovês e contribuem para se poder afirmar, peremptoriamente, quem foi o verdadeiro descobridor das Américas. NASCIDO NA CUBA. O navegador Cristóvão “Colombo” será português, alentejano, nascido na Cuba? A tese, algo surpreendente para quem se habituou à versão oficial, tem alguns defensores, entre os quais se destaca o investigador Mascarenhas Barreto. A polémica promete alastrar, já que oficialmente aquele descobridor nasceu em Génova, Itália, de origem humilde. Estranho é que um homem do povo possa ter embarcado numa cruzada de magnitude inquestionável e que tivesse sido recebido pelos Reis Católicos de Espanha e pelo nosso Rei D. João II, como poucos nobres o eram. Mistérios que começam no próprio nome do descobridor das Américas: Cristóforo Colombo, Cristobal Colón ou Cristóvão Colom? A tese de Mascarenhas Barreto é o resultado de 15 anos de uma verdadeira epopeia em busca do verdadeiro “Colombo” – que nem italiano sabia falar ou escrever... O navegador, para ocultar a sua verdadeira origem, pelos motivos que adiante se compreenderão, utilizava nos seus documentos uma sigla cabalística cuja decifração em latim é:“Fernandus, ensifer copiae Pacis Juliae, illaqueatus cum Isabella Sciarra Camarae, mea soboles Cubae sunt”que significa:“Fernando, que detém a espada do poder em Pax Julia, ligado com Isabel Sciarra da Câmara, são a minha geração de Cuba”ou seja:“Fernando, duque de Beja e Isabel Sciarra da Câmara são os meus pais de Cuba”.

CRISTÓVÃO COLOM, ORIUNDO DA NOBREZA
A sigla cabalística fala das origens reais de Colom, cujo verdadeiro nome era Salvador Fernandes Zarco, e designa Cuba como sua terra natal, sendo de sublinhar que na altura do seu nascimento, não existia, nem em Itália nem em Espanha, nenhum outro lugar com esta denominação. Mascarenhas Barreto refere que basta ler, com cuidado, os documentos verdadeiros escritos por Colom para vermos que a história não pode ser como a conhecemos, já que ele nos dá as pistas todas para percebermos que as suas origens eram portuguesas. Uma das confusões instaladas nos livros de História prende-se com o falso nome do navegador que, no entender de Mascarenhas Barreto jamais se poderia chamar Colombo, mas sim Colom, pseudónimo utilizado pelo navegador, que por vezes também aparece referido como Guiarra ou Guerra. A palavra Colon resultou de uma castelhanização do apelido Colom, e após a morte do navegador o segundo “o” foi acentuado, dando “Colón” que persistiu até aos nossos dias, estando oculta a artificialidade daquele nome que foi “fabricado”.Olhando os antepassados de Salvador Fernandes Zarco também encontramos algumas pistas para o pseudónimo de Cristóvão Colom: sua avó materna era Constança Roiz de Sá (Almeida), filha de Rodrigo Anes de Sá e Cecília Colonna, a qual era filha de Giacomo Sciarra. Certamente o apelido Colom, por vezes referido como Guiarra, não foi inventado ao acaso.Mascarenhas Barreto atribui ao Infante D. Fernando, duque de Beja, segundo duque de Viseu e mestre da ordem de Cristo, irmão do Rei D. Afonso V e filho do rei D. Duarte, a paternidade de Colom. Provavelmente antes do seu casamento já agendado com D. Beatriz, D. Fernando teve uma ligação com Isabel Sciarra da Câmara, filha do navegador João Gonçalves Zarco – descobridor do arquipélago da Madeira. Fruto desta relação não oficial, o filho de ambos nasceu em Cuba, para onde Isabel da Câmara se tinha afastado de forma a ficar longe de murmúrios indesejáveis. O seu nome de baptismo foi Salvador Fernandes Zarco, explicitando claramente os seus ascendentes: Zarco por parte da família da mãe, como último apelido tal como se usava então e Fernandes a designar “filho de Fernando” como era habitual. Aos seis anos o jovem Salvador viajou com a mãe para o arquipélago da Madeira, a quem fora, convenientemente, arranjado casamento. Crescendo numa família de navegadores não é estranho que Salvador se tivesse interessado pelas coisas do mar e revelado natural conhecimento, tendo iniciado, aos 14 anos, a vida marítima nas caravelas portuguesas em viagens para a costa de África. Este facto junta-se a tantos outros que justificam a origem portuguesa do navegador, pois por decreto real, os estrangeiros estavam proibidos de navegar nas caravelas e naus portuguesas dos descobrimentos.

CÓPIAS E FALSIFICAÇÕES
Como data para o nascimento do navegador, Mascarenhas Barreto aponta o ano de 1448 e não 1451 como falsamente documentado pelos italianos para o seu Colombo, sendo essa data sustentada por escritos do próprio Colom, constantes do seu Diário de bordo, com data de 21 de Dezembro de 1492: “tenho andado 23 anos no mar sem sair tempo que tenha de contar”. Sabendo que começou a navegar aos 14 anos e que esteve 7 anos em Castela até conseguir uma resposta positiva dos Reis Católicos, tal perfaz 44 anos à data do escrito (1492). Outro facto intrigante prende-se com as origens humildes do Colombo italiano pois nem um genovês consegue convencer que alguém nasce duas vezes, pelo que se conclui irrefutavelmente que o cardador de lãs, tecelão ou taberneiro de Génova (tal como apresentado pelos italianos) jamais poderia encontrar-se na pele de explorador dos mares. Alega Mascarenhas Barreto que toda a documentação apresentada pelos supostos historiadores italianos, e não só, padece de uma enfermidade de origem, já que, não raras vezes, eram verificadas alterações ou deturpações nas sucessivas edições copiadas desses documentos, que pareciam tentar ampliar cada vez mais a justificação do Colombo italiano. Os italianos conseguiram o prodígio de arranjar documentos para Cristóforo Colombo, para o seu pai e sua mãe, mas esta família parece que está completamente isolada e suspensa na geneologia: não há ascendentes, nem descendentes, nem parentes. Absolutamente nada. Naquele tempo nem a nobreza tinha atestados de nascimento, e mesmo dos próprios reis, só sabemos quando nasceram porque se registava a data da sua morte e a idade que tinham. Como é então possível que um simples cardador de lãs tivesse registos civis, e que, pior do que isso, estes só tenham “aparecido” em meados do século XIX? E, mais grave ainda, apareceram documentos contraditórios entre si e outros com factos impossíveis. Além dessas incoerências existe um outro aspecto inconcebível, que é o facto de os italianos não apresentarem quaisquer documentos originais, mas apenas cópias para confirmação de factos históricos credíveis. Tal só se justifica porque nunca existiram documentos originais que demonstrem a nacionalidade italiana do navegador.

ESPIÃO AO SERVIÇO DO REI PORTUGUÊS
Mascarenhas Barreto defende que, apesar do aparente servilismo aos Reis Católicos com o fito de encontrar uma nova rota para chegar à Índia navegando para Ocidente em volta da Terra, Colom estaria verdadeiramente ao serviço de D. João II, Rei de Portugal desde 1481, e primo do navegador. (D. João II era filho do Rei D. Afonso V, de quem D. Fernando, duque de Beja, era irmão) O Rei português pretendia forçar a alteração do tratado de Toledo (1480) com os espanhóis, que concedia a Espanha o domínio sobre as terras e águas atlânticas para além de 100 léguas de Cabo Verde acima de um paralelo localizado a sul das Canárias e a Portugal o domínio abaixo desse paralelo.Para conseguir concretizar os seus intentos, D. João II, enviou a Espanha o navegador Salvador Fernandes Zarco, que se apresentou sob o pseudónimo de Cristóvão Colom, com a missão de convencer os Reis Católicos a financiar e investir na procura da rota das Índias pelo Ocidente, devendo manter sempre oculta a sua origem.Os Reis Católicos sabiam certamente que era português, mas julgaram tratar-se de um navegador a quem D. João II tinha recusado financiar essa mesma expedição, e que, como tal, se virava para Espanha. Só após 7 anos de infrutíferas tentativas Colom conseguiu convencer os Reis, apesar dos seus vastos conhecimentos e experiência de navegação atlântica. Como poderia um cardador de lãs genovês, sem qualquer experiência de navegação, ter sido recebido e convencido os Reis de Espanha a financiar tal aventura? Como se explica, com as limitações impostas pelo tratado de Toledo vigente, que Colom navegasse até às Canárias e depois virasse para sul, sabendo que tudo o que descobrisse não seria para Espanha mas sim para Portugal? O objectivo de D. João II era que Colom, ao serviço dos Reis de Espanha, descobrisse terras na zona atribuída a Portugal, para justificar um protesto legítimo e fazer alterar o Tratado por um mais favorável. No regresso da sua viagem, Colom não se dirigiu directamente a Espanha, mas “inventou” uma tempestade que o obrigou a permanecer em solo português durante vários dias, tendo aproveitado para visitar a família na Madeira e ter falado com D. João II, dando-lhe conta das suas descobertas. Só depois foi para Espanha ter com os Reis que lhe financiaram a viagem.


BULAS E TRATADOS
Usufruindo da grande vantagem do Papa Alexandre VI ser ítalo-castelhano, os Reis Católicos conseguiram obter uma série de Bulas que lhes asseguravam o direito de propriedade sobre as terras recém descobertas e numa delas atribuía a Espanha o domínio exclusivo de todas as ilhas e terras firmes, já descobertas ou que viessem a sê-lo, situadas a ocidente de uma linha imaginária traçada de pólo a pólo que passasse 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde e dos Açores. Naturalmente que os portugueses, não satisfeitos com a decisão, já que sabiam da existência de terras para lá dos limites que lhes eram atribuídos, assumiram uma atitude belicista, colocando a península Ibérica na eminência de um conflito armado. Em Junho de 1494 foi assinado o tratado de Tordesilhas, definindo-se uma linha meridiana, de pólo a pólo, 370 léguas a ocidente de Cabo Verde e estabelecendo-se que as terras que ficassem a oeste do referido meridiano pertenceriam à coroa espanhola e as que ficassem a leste pertenceriam à coroa portuguesa. Dessa forma evitou-se o conflito, deixando os espanhóis acreditar que tinham deixado a Portugal somente a posse de 270 léguas a mais no Oceano e a Espanha garantia a posse das ilhas antilhanas descobertas por Colom. Na realidade, este novo Tratado imposto por Portugal contra Espanha foi previamente aceite pelo Papa sem perceber a insistência portuguesa, mas os portugueses já tinham descoberto o Brasil e a Terra Nova, só que não tinham divulgado essas descobertas por ficarem na zona que estava então atribuída a Espanha.Cristóvão Colom conseguiu dessa forma assegurar para Portugal tanto o controlo do Atlântico Sul como a parte de terra firme que fica a leste da linha imaginária – o Brasil. Significativamente, na sua primeira Bula “Inter caetera” de 3 de Maio de 1493, o Papa, legitimando o acordo para o tratado de Tordesilhas e mencionando o navegador, aceitou a ortografia de CHRISTOFOM COLON. CUBA, DESCOBERTA POR COLOM Muitos foram os lugares descobertos por Colom ao serviço dos Reis de Espanha que lhe concederam o título de Almirante: a primeira ilha que descobriu foi Guananahi, a que deu o nome de S. Salvador (no actual arquipélago das Bahamas). Ora, apesar de usar o pseudónimo de Cristóvão, e de assinar XpoFERENS (aquele que leva Cristo) na sigla cabalística, o verdadeiro nome do navegador era Salvador.À segunda ilha deu o nome de Santa Maria da Conceição. Procurando a origem de Santa Maria da Conceição, que Frei Fernando Colom, filho do navegador, indica estar relacionada com a devoção do Almirante, verificou-se que nem em Córdova, nem em Sevilha por onde Colom andou em Espanha, nem em Génova existia qualquer igreja devotada a Nª Sra. da Conceição, mas sim em Beja, o convento mandado edificar pelo Infante D. Fernando (pai de Colom) em 1467.À terceira ilha deu o nome de Fernandina, tendo Frei Fernando Colom referido que o foi em honra de D. Fernando, o Rei Católico de Espanha. Mas o topónimo Fernandina não deriva de Fernando, e sim de Fernandes (filho de Fernando) e Colom tinha Fernandes no seu nome verdadeiro, Salvador Fernandes Zarco. À quarta ilha chamou Isabela, que poderia ser em homenagem à Rainha Isabel a Católica mas também em homenagem a sua mãe, Isabel da Câmara. Mas se fosse em homenagem à Rainha Católica, que mais apoiou Colom enquanto o Rei não o aceitava, ter-lhe-ia dado primazia e atribuído o nome à terceira ilha. E à quinta ilha o nome de Juana, admite-se que em honra do Rei D. João II, mas depois, para manter o sigilo da sua missão, trocou-o por Cuba, nome da sua terra natal no Alentejo.Os nomes que Colom foi atribuindo aos lugares das Antilhas que descobriu correspondem, na sua maioria, a topónimos portugueses, quase sempre do Alentejo, nomeadamente S. Bartolomeu, S. Vicente, S. Luís, Sta. Luzia, Guadiana, Porto Santo, Mourão, Isabel, Sta. Clara, S. Nicolau, Vera Cruz, Espírito Santo, Guadalupe, Conceição, Cabo de S. João, Cabo Roxo, S. Miguel, Sto. António, Sto. Domingo, Sta. Catarina, S. Jorge, Trindade, Ponta Galera, S. Bernardo, Margarida, Ponta de Faro, Boca de Touro, Cabo Isabel, ilha dos Guinchos, Salvador, Santarém, Cuba, Curaçao e Belém, entre outras. Sendo certo que alguns destes nomes são comuns em português e castelhano, outros só existiam na língua portuguesa, como Brasil, Santarém, Curaçao, Faro, Belém, Touro, e Ponta. Ora, se o navegador Cristóvão Colom tivesse nascido em Génova, porque motivo nunca atribuiu a nenhuma das suas descobertas um nome em honra das cidades famosas de Itália. Cuba, em português antigo “coba” significava “torre” e não tinha qualquer significado noutro país. Cristóvão Colom deu, à maior ilha que encontrou o nome de Cuba, sua terra natal, tendo explorado toda a ilha excepto o limite oeste pois temia que tivesse ligação com o Oceano Pacífico e que a partir daí fosse possível alcançar a Índia, que ele não desejava entregar aos espanhóis.

UM EMBUSTE CHAMADO COLOMBO
Como justificação para o embuste chamado Colombo, Mascarenhas Barreto tem uma explicação que assenta fundamentalmente na necessidade sentida pelos italianos, após a reunificação das várias repúblicas em meados do séc. XIX, de encontrarem um símbolo nacional. Cristóforo Colombo vestia bem a pele de herói, já que de simples cardador de lãs se teria tornado no “descobridor da América” (com a ajuda da Banca italiana). Os italianos precisavam de um ídolo que os revalorizasse perante o resto da Europa após séculos de constantes derrotas militares, cedências políticas e dependências de coroas estrangeiras.


DESFAZER AS DÚVIDAS
A teoria do Colombo genovês conseguiu implantar-se nos livros de história, mas cada vez mais se levantam as dúvidas, e é bem possível que o que é tomado como verdade hoje, já não seja a verdade de amanhã quando se publicarem os estudos do ADN às ossadas que estão na catedral de Sevilha, atribuídas ao navegador (ou em Santo Domingo ou em Havana, pois nem isso é certeza) e se comparem com as de seus descendentes conhecidos, para confirmar se são ou não de Cristóvão Colom, e que depois disso se vá mais além, fazendo a exumação das ossadas de D. Fernando, Duque de Beja para verificar se este era ou não o pai de Colom. Pelo monograma que incluiu em alguns dos seus escritos, acima das suas siglas, e que foi decifrado como correspondendo às iniciais S F Z, e por aquilo que o navegador, de verdadeiro nome Salvador Fernandes Zarco escreveu, não há dúvidas: “Fernandus, ensifer copiae Pacis Juliae, illaqueatus cum Isabella Sciarra Camarae, mea soboles Cubae sunt”ou seja“Fernando, duque de Beja e Isabel Sciarra da Câmara são os meus pais de Cuba”
* Texto baseado nas obras do Prof. Mascarenhas Barreto e Dr. Luciano da Silva (retirado do sitio "Amigos de Cuba".