terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Stachursky e Górniak cantam Noite Feliz

O cantor Jacek Łaszczok canta "Noite Feliz" em idioma polaco como "Cicha Noc" (tchirra nótz).

Jacek nasceu em 26 de janeiro de 1966, em Czechowice-Dziedzice. Cantor polaco de música pop e dance é conhecido pelo pseudônimo de Stachursky.

Ele é o filho de um percursionista de jazz  polaco. Na década de 1980, foi o vocalista da banda de rock Eve Boys. Foi DJ na rádio da cidade de Pszczyna, onde criou o nome Stachursky, em homenagem ao nome de um velho amigo. Em 1994, ele gravou a música "Taki Jestem", que, ao mesmo tempo, foi o primeiro single do vocalista do álbum lançado sob o mesmo título.


CICHA NOC - STACHURSKY


E também a cantora Edyta Górniak canta a "Noite Feliz" em polaco. Edyta nasceu Ziębice, em 14 de Novembro de 1972.

Uma das mais reconhecidas e surpreendentes cantoras polacas, Edyta Górniak ganhou notoriedade no final da década de 80, quando venceu um concurso televisivo de talentos na televisão polaca denominado Śpiewać każdy może” (Cada um pode cantar).

CHICHA NOC - EDYTA GÓRNIAK



LETRA DA MÚSICA

Cicha noc, święta noc,
Pokój niesie ludziom wszem,
A u żłóbka Matka Święta
Czuwa sama uśmiechnięta
Nad dzieciątka snem,
Nad dzieciątka snem.

Cicha noc, święta noc,
Pastuszkowie od swych trzód
Biegną wielce zadziwieni
Za anielskim głosem pieni
Gdzie się spełnił cud,
Gdzie się spełnił cud.


Cicha noc, święta noc,
Narodzony Boży Syn
Pan Wielkiego majestatu
Niesie dziś całemu światu
Odkupienie win,
Odkupienie win.

Cicha noc, święta noc,
Jakiż w tobie dzisiaj czas
W Betlejem dziecina święta
Wznosi w górę swe rączęta,
Błogosławi nam,
Błogosławi nam.

Os 12 pratos da ceia natalina da Polônia

Vigilia de natal em casa de camponeses, Kłosy 1878.

Na ceia do dia 24 de dezembro é a principal comemoração do Natal na Polônia. Tradicionalmente são preparados 12 pratos diferentes, um para cada apóstolo de Cristo. A lista de receitas é imensa, depende da região do país e da história de cada família. Mas sempre há que ter pierogi (repolho, cogumelos, ricota com batata) e carpa. Nesta ceia não se come carne vermelha, frango, peru ou porco. Apenas comida vegetariana e peixe.
Seja como for, são elegidas 12 delas para serem feitas e servidas aos familiares e a um convidado inesperado. Sempre uma cadeira à mesa fica vazia. A seguir 12 pratos escolhidos entre tantas receitas:

1 - Barszcz grzybowy ciemnobrązowy - Consomê de cogumelos escuros
2 - Barszcz czerwony z uszkami- Consomê de beterraba com "tortelini"
3 - Zupa z grzybami - sopa de cogumelos secos
4 - Gołąbki z podrobami z ryb - Charuto de peixe
5 - Gołąbki z suszonymi grzybami - Charuto com cogumelos secos
6 - Karp w galarecie - Carpa com gelatina
7 - Karp smażony - Carpa frita
8 - Pierogi z kapust i grzybami - Pierogi (pastéis cozidos) com recheio de repolho com cogumelos
9 - Pierogi ruskie - Pierogi com recheio de ricota e purê de batatas
10 - Rolada czosnkowo-ziołowa - recambole de alho e ervas
11 - Uszka wigilijne z pieczarkami - "tortelini" polaco com "campignons" de viligia natalina
12 - Kutia - bolo de leite, mel, castanhas e sementes

Mas, pode-se escolher entre estas outras receitas aquelas que vão compor a mesa antes do opłatek (cerimônia troca de óstias) e dos cantos de canções natalinas: Dorsz faszerowany
Galareta z ryby, galaretka, Karp gotowany na parze winnej, Karp gotowany w wywarze jarzynowym, Karp po żydowsku, Karp smażony, Karp w cebulowej galarecie, Karp w galarecie,
Karp w galarecie po żydowsku, Karp w maśle, Karp w piwie, Karp w Śmietanie, Karp w szarym sosie, Karp zapiekany w śmietanie, kotleciki rybne, Losoś w migdałach, Pstrąg w migdałach, Ryba po francusku, Ryba po grecku, Ryba po japońsku, Ryba po Tynecku, Ryba w sosie beszamelowym, Sandacz duszony w winie, Sandacz po polsku z jajami, Śledź po cygansku,
Śledź po żydowsku, sledz w czerwonych buraczkach, Śledziowa sałatka polska, Sum w sosie karmelkowym, Szczupak smażony, Tuńczyk w brzoskwiniach, Sałatki, Babie lato, Czerwona kapusta z rodzynkami, mleczna salatka, salatka ryzowa, sałatka cebulowa, Sałatka pieczarkowa,
Ciasteczka Karoliny, ciasteczka kruche, Drobne pierniki, Gwiazdki z maku, herbaniki z Shrewsbury, Makowiec, Makowiec z sernikiem, Mazurek kajmakowy, Piernik staropolski, Piernik z bakaliami, barszcz przecudowny, barszcz wigilijny mojej mamy, Zimna zupa śledziowa z gorącymi ziemniakami, Zupa fasolowa ze śliwkami suszonymi, Zupa grzybowa, zupa grzybowa czysta, Zupa krem z brokułów, Zupa migdałowa, Zupa rybna, Zupa rybna z pomidorami, Zupa Śledziowa (biała), zupa z suszonych śliwek.

Uma das mais cantadas músicas é:

Wśród nocnej ciszy...

Wśród nocnej ciszy, głos się roschodzi
Wstańcie pasterze, Bóg się wam rodzi.
Czym prędzej się wybierajcie,
do Betlejem pospieszajcie
przywitać Pana. (bis)
Poszli, znaleźli Dzieciątko w żłobie
z wszystkimi znaki danymi sobie.
Jako Bogu cześć Mu dali,
a witając zawołali z wielkiej radości
Ach, witaj, Zbawco, z dawna żądany,
cztery tysiące lat wyglądany.
Na Ciebie króle, prorocy czekali,
a Tyż tej nocy nam się objawił.
I my czekamy na Ciebie, Pana,
a skoro przyjdziesz na głos kapłana,
padniemy na twarz przed Tobą,
wierząc, żeś jest pod osobą chleba i wina.

Tradução:

Em meio a noite de paz...
Em alta noite a voz se estendeu:
Vinde pastores, deus por nós nasceu!
Pressurosos levantai-vos,
A Belém apressai-vos: Saudar o Senhor!
Do céu os anjos hinos vêm cantar,
e nos convidam para também clamar.
Glória a Deus lá nas alturas,
e da terra às criaturas: "a paz do Senhor!.

Pauta da música Wśród nocnej ciszy...


Letra da música "Noite Feliz", ou Cicha Noc (Tchirra nótz -Noite silenciosa) em polaco:

Cicha noc, święta noc,
Pokój niesie ludziom wszem
a u żłobka Matka Święta
Czuwa sama uśmiechnięta,
Mad Dzieciątka snem,
Cicha noc, święta noc,
Pastuszkowie od swych trzód
Biegną wielce zadziwieni,
Za anielskim głosem pieni,
Gdzie się spełnił cud.
Chicha noc, święta noc,
Narodzony Boży Syn,
Pan wielkiego majestatu,
Niesie dziś całemu światu
Odkupienie win.
Cicha noc, święta noc,
Jakiż w tobie dzisiaj cud,
W Betlejem Dziecina święta
Wznosi w górę swe rączęta
Błogosławi lud.

Brasileiros no natal de Zakopane

Encontra-se em Zakopane uma excursão de brasileiros descendentes de polacos, numa promoção da Wspólnota Polska (comunidade polaca) e a Braspol (representação central da comunidade polonesa no Brasil). Vieram passar o natal típico da Polônia, em meio as geladas montanhas de Zakopane. Entre as 20 pessoas, além do vice-presidente da Braspol, André Hamerski, de Nova Prata-RS, e Danuta Lisicki de Abreu do Bosque do Papa João Paulo II de Curitiba, estão a prof. Leokadia Rendak acompanhada de seu esposo, filho e nora, a repórter da RPC- Rede Paranaense de Televisão, Adriana Milczevsky.
A foto com as duas foi feita, ontem à tarde, em frente ao Dom Polonii (Casa da Polônia) da Wspólnota Polska de Cracóvia. Adriana, aproveita a excursão para produzir um programa especial para "Meu Paraná", programa da TV Globo do Paraná, que vai ao ar todos os sábados, ao meio-dia. Adriana além de acompanhar um casal de paranaenses descendentes de polacos que pela primeira vez visitam a Polônia, fez uma entrevista comigo sobre as relações culturais entre Brasil e Polônia.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A árvore de Hanuká

Recebi na escritora do livro "Jovens Polacas", Esther Regina Largman mensagem de natal, que creio, ser bastante interessante. A autoria do artigo é de: ©Jane Bichmacher de Glasman


"... Costumes fúteis do povo! Cortam com machado uma árvore do bosque; enfeitam-na com prata e ouro e fixam-na com pregos e martelos para que não se mova...".  De quem são essas palavras? De um pastor irritado? De um cristão, contra o materialismo do Natal moderno? De um ateu? Não! Eu as traduzi de Jeremias, 10: 3-4! Sim, do profeta bíblico...


Elas só vêm atestar a antigüidade do costume da hoje conhecida como árvore de Natal...Não se sabe dizer ao certo quando ela surgiu. Mas ao longo da história, foi incorporada aos hábitos de vários povos. Lendas tentam explicar o motivo porque ela é usada como símbolo do Natal - ligadas ao fato de que algum povo adorava árvores.


A mitologia fala de vários deuses que morriam e ressuscitavam para simbolizar as forças vitais que emergiam das entranhas da terra: Adad (Assíria), Adônis (Grécia), Apolo (Grécia), Átis (Frígia), Baal (Fenícia), Baco (Roma), Bali (Afeganistão), Balenho (Celtas), Crestus (Alexandria), Buda (Nepal), Deva Tat (Sião), Dionísio (Grécia), Fo (China), Hércules (Grécia), Hórus (Egito), Indra (Tibet), Joel (Germanos), Mitra (Pérsia), Odin (Escandinávia), Prometeu (Cáucaso), Quetzocoalt (Olmecas, Maias), Serapis/Osíris (Egito), Tamuz (Suméria), Thor (Gália). Uma árvore estilizada é o símbolo de muitos deuses ressuscitados.


Os egípcios consideravam a tamareira como árvore da vida e levavam-na para casa nos dias de festa, enfeitando-a com guloseimas para as crianças. Celebravam, no solstício de inverno (dia mais curto do ano; no hemisfério norte, em dezembro), o nascimento de Horus, filho da virgem Isis. Traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas, simbolizando o triunfo da vida sobre a morte. Na antiga Babilônia, em 25 de Tebet (correspondente a dezembro), comemorava-se o nascimento de Tamuz, o deus jovem filho de Nimrod e de sua esposa, Semiramis, que também era a sua própria mãe. Celebrava-se a reencarnação de Nimrod em seu filho. Moedas antigas foram encontradas mostrando um toco de árvore (representando a morte de Nimrod) e uma árvore crescendo próxima (Tamuz). O nome Semiramis é a forma helenizada do sumério Sammur-amat (=dádiva do mar). Também era conhecida por Ishtar que gerou a palavra Easter (Páscoa) e Este (onde nasce o Sol). Meu nome deve advir daí, ou de Astarté.

Os fenícios chamavam-na Ashtart ou Asterath. Cada cidade fenícia tinha seu deus, associado a uma entidade feminina. Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar; a grega Astartéia), deusa da fecundidade.

Os cananeus adoravam Asherah, em rituais frente a uma árvore que a representava.

Sacrifícios eram feitos na Escandinávia ao deus Thor, ao pé de uma árvore frondosa.

Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.

Em 25 de dezembro era comemorado também o dia do deus pagão Adônis. Amante de Vênus, ele morria tragicamente todos os anos no solstício de inverno e ressuscitava. Nessa data Constantino executava alguns prisioneiros e colocava suas cabeças penduradas em uma árvore. Teria alguma macabra relação com a árvore de Natal?

Na Roma Antiga, os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, pendurando em pinheiros máscaras de Baco, deus do vinho, para celebrar a Saturnália, festival celebrado entre 17 e 23 de dezembro.

25 de dezembro era a celebração do nascimento do sol invicto (Natalis Solis Invicti), do deus Mitra, cujo culto penetrou em Roma no século I AEC e a data, no calendário romano em 274, com o Imperador Aureliano. Romanos trocavam entre si ramos de árvores verdes para desejar boa sorte nas calendas (primeiro de janeiro).

Os ingleses tomaram o costume da árvore emprestado para usá-lo durante as comemorações do Natal. Os alemães provavelmente foram os primeiros a enfeitarem a árvore de Natal.

Para alguns, ela data do tempo de S. Bonifácio, que, no século VII, pregava na Turíngia (região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos como símbolo da Trindade. Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo abeto.


Lutero, autor da Reforma protestante do século XVI, montou um pinheiro enfeitado com velas em sua casa para mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite de nascimento de Jesus.

Para os místicos, a árvore de Natal representa esotericamente o Diagrama Cabalístico da Vida conhecido como Árvore Sefirótica. Nele vemos representadas as dez dimensões do Universo nos dez galhos, que vão de Keter (Coroa), a Malkut (o mundo físico). Entre as explicações para a escolha do dia 25 de dezembro como sendo o dia de Natal há o fato de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e célticas do Solstício de Inverno; sendo todas estas festividades pagãs, a Igreja viu uma oportunidade de cristianizar a data.


O elemento judaico que contribuiu para a confusão ou co-fusão foi Hanuká, comemorada na mesma época, só que em data fixa. Provavelmente a proximidade de datas e a fusão dos festejos pagãos de dezembro, com Hanuká, com início em 25 de kislev, tenha determinado o 25 de dezembro.

Não-judeus muitas vezes pensam que Hanuká seja uma espécie de "Natal judaico"... o que não é. Hanuká celebra a vitória dos Macabeus sobre os invasores gregos que haviam tomado o Segundo Templo, no ano 164 AEC; o maior símbolo é o candelabro de oito velas. Há costumes judaicos e cristãos semelhantes nesta época (decoração, luzes, comidas). Mas a motivação é diferente, para cada um dos grupos religiosos.

Se Jesus nasceu em dezembro, seria próximo de Hanuká, que ele, como judeu, comemorou durante sua vida, o que a Bíblia cristã confirma, em João 10:22, 23: "Nesse tempo ocorreu em Jerusalém a festividade da dedicação [em hebraico, Hanuká]. Era inverno, e Jesus estava andando no templo, na colunata de Salomão."


Na verdade, considero Natal e Reveillon as festas cristãs mais judaicas. Afinal, Natal comemora o nascimento de um menino judeu e Reveillon, seu brit-milá (circuncisão).

“Chrismukkah” é um neologismo norte-americano referindo-se à fusão das festas de Natal e Hanuká comemorada por famílias de casamentos mistos entre judeus e cristãos. Ficou popular entre jovens depois de um episódio do seriado televisivo O.C., quando a festa foi comemorada pelo grupo de Seth Cohen, filho de pai judeu e mãe cristã.


Anos antes do atual modismo, eu escrevi um artigo em que criei o neologismo em português “Hanukal” ou “Natuká”. Hoje são organizadas festas temáticas, em que a tônica é a mistura e a convivência de símbolos de ambas as festividades. Também surgiu um lucrativo comércio, na esteira da celebração. Até famílias só judaicas vêm aderindo, a partir principalmente da vontade de ter uma árvore de Natal em casa.

Ironicamente, as mais populares canções de Natal foram escritas justamente por judeus, do francês Adolphe Adam com o hino do Natal Cantique De Noël (em inglês O Holy Night) a Irving Berlin, judeu nova-iorquino nascido na Sibéria, que compôs White Christmas, a canção que moldou o imaginário natalino da América – interpretada mais tarde por Bing Crosby.
Musicais da Broadway e o cinema popularizaram inúmeras canções de Natal escritas por músicos judeus, entre elas Rudolph the Red Nosed Reindeer e Rockin’ Around The Christmas Tree de Johnny Marks; Let It Snow de Sammy Cahn e Jule Styne; The Christmas Song de Mel Tormé. Elas valorizam não o aspecto do nascimento de Jesus, mas a reunião das famílias, os presentes e o aconchego a que convida uma manhã nevada de Inverno.

Além de Natal e Hanuká, esta época de festas também conta com a Kwanzaa, celebração da cultura negra norte-americana e, dependendo do ano, o Ramadan muçulmano. E a árvore, para os judeus? Bom, esta vai ter sua própria festa, de Ano Novo, em Shvat (que em 2009, no dia 9 de fevereiro)!

*Jane Bichmacher de Glasman é Doutora em Hebraico, Literaturas e Cultura Judaica - USP, Professora Adjunta, fundadora e ex-diretora do Programa de Estudos Judaicos - UERJ

Roger mais longe da Polônia

Roger Guerreiro tem dois destinos: Rússia ou Grécia

Legia Warszawa parece ter encontrado um comprador para Roger Guerreiro. Este seria o Dynamo de Moscou. Segundo o jornal Przegląd Sportowy, os russos estariam dispostos a pagar de 2 a 3 milhões de Euros para contar com o brasileiro de passaporte polaco. O interesse já havia sido manifestado meses atrás, quando o passe estava valendo 4 milhões de Euros.  Mas segndo o jornal Gazeta Wyborcza afirma que Roger prefere jogar no Panathinaikos de Atenas. 
Com tanto interesse externo, a verdade é que a atual equipe do cidadão polaco Roger deseja ter o polaco de nascimento Łukasz Garguła, que atualmente joga na equipe do GKS-Bełchatów. E para tanto o dinheiro com a venda de Roger permitiria isto. Mas o Legia sofre concorrência do Wisła Kraków, que também deseja Gargula e estaria oferecendo bem mais do que a equipe de Varsóvia.

Sernik z ziemniakami


Torta de requeijão com batatas

Ingredientes

- 750 gr. a 1 kg. de requeijão
- 5 batatas cozidas e espremidas
- 5 ovos
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 1 xícara de açúcar
- baunilha
- raspas de limão
- 1 pitada de sal
- passas sem semente, e/ou nozes, ou ameixa preta

Preparo
Misture tudo e leve para assar em forma untada e enfarinhada

domingo, 21 de dezembro de 2008

Natal com pouca neve na Polônia

Foto: Ulisses Iarochinski

A neve faz das suas. Aqui a varanda do Castelo do Przegorzały, onde moro, em Cracóvia. Embaixo o rio Vístula... e ao fundo os Tatras, parte da cadeia de Montanha dos Cárpatos, na Polônia. Neste inverno o local mais visitado do Sul da Polônia, todos querem esquiar em Zakopane, até uma excursão de curitibanos, descendentes de polacos, que estão por aqui em excursão e querem passar o natal ali....na capital do inverno polaco...Eu vou para outras montanhas... as Beskide, também nos Cárpatos, mas em Bielsko Biała, a terra da Fiat na Polônia. O meu natal polaco poderá ser visto no SBT Brasil, telejornal com Carlos Nascimento, no dia 24, às 21:00 horas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Curitiba: Métodos de ensino do idioma polaco

Foto: CGRPC

No ínício de dezembro, de 01 a 07 , no CELIN-Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR- Universidade Federal do Paraná, aconteceu encontro de professores de língua polaca no Brasil. O minicurso foi organizado pelo Consulado Geral da República da Polônia, em Curitiba e apoio da “Wspólnota Polska”- seção de Cracóvia (Sociedade “Comunidade Polaca) e da Uniwersytet Jagielloński (Universidade Iaguelônia).  A iniciativa do curso partiu da cônsul Dorota Joanna Baryś e o secretário do consulado Paulo César Kochanny.

Foto: CGRPC

Cerca de 40 pessoas envolvidas com o ensino da língua polaca no Sul do Brasil participaram das aulas proferidas pelas professoras Dra. Ewa Lipińska e a Dra. Iwona Janowska da Universidade de Iaguelônia.  Com duração de 40 horas o curso foi desenvolvido em duas partes, uma Oficina de Línguas para Professores de Língua Polaca e, a segunda com Métodos de ensino de Língua Polaca para Estrangeiros como Segunda Língua.
Os participantes receberam livros de ensino de língua polaca e CD’s com áudio para o aprendizado e utilização com os seus alunos. A Zaświadczenie (certificado de conclusão do curso) foi assinado pelo Diretor da Wspólnota Polska de Cracóvia, Kazimierz Dobrzański.

Entre os participantes a prof. Leokadia Rendak (a primeira à direita)

Resultados do festival folclórico de Curitiba


O Consulado Geral da Polônia em Curitiba, comunicou o resultado 2º Festival Infanto-Juvenil de Folclore Polaco de Curitiba, que aconteceu no último dia 13 de dezembro, na capital do Paraná. O festival é promovido pelo Consulado, pelo empenho da Cônsul Geral Dorota Joanna Barys, que não mede esforços por integrar culturalmente os três Estados brasileiros, onde é forte a presença da etnia polaca.


Participaram 245 dançarinas e dançarinos de 10 grupos folclóricos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nas categorias Infantil (de 5 a 10 anos) e Juvenil (de 11 a 15 anos). Mais de 800 pessoas no público puderam sentir o aprimoramento dos grupos em relação a edição anterior do festival.  O resultado nas duas categorias ficou assim:

Classificação categoria INFANTIL:
1. Grupo Folclórico Polaco do Paraná Wisła (Curitiba - PR)
2. Grupo Folclórico Polaco Mazury (Mallet - PR)
3. Grupo Folclórico Polaco Wiosna (Campo Largo - PR)
4. Grupo Folclórico Polaco Auresóvia (Áurea - RS)
5. Grupo Folclórico Polaco Karolinka (São Mateus do Sul - PR)
6. Grupo Folclórico Polaco Kraków (Rio Claro do Sul / Mallet - PR)
7. Grupo Folclórico Polaco Więzy Polskie (Itaiópolis - SC)


Classificação categoria JUVENIL:
1. Grupo Folclórico Polaco Jupem (Erechim-RS)
2. Grupo Folclórico Polaco Wiosna (Campo Largo - PR)
3. Grupo Folclórico Polaco Mazury (Mallet - PR)
4. Grupo Folclórico Polaco Karolinka (São Mateus do Sul - PR)
5. Grupo Folclórico Polaco do Paraná Wisła (Curitiba - PR)
6. Grupo Folclórico Polaco Kraków (Rio Claro do Sul / Mallet - PR)
7. Grupo Folclórico Polaco Hercílio Malinowski (São Bento do Sul - SC)
8. Grupo Folclórico Polaco Wawel (Col. Murici / São José dos Pinhais - PR)



O Infantil do Wisła de Curitiba conquista o "bicampeonato" e a organização do evento foi de Paulo Cesar Kochanny, secretário do Consulado.

Podolski: sou polaco!

Foto: Bartosz Sadowski

Enviados do jornal Rzeczpospolita a Munique entrevistaram o astro do futebol alemão Łukasz Podolski. Algumas declarações dadas são bastante curiosas, já que no mundo do futebol, a cidadania, o passaporte estrangeiro, ao contrário do que pensam autoridades e políticos dos países que concedem os documentos não são nada mais do que isto: documentos. Porque o sentir e ser de algum lugar não se altera com a carteira de identidade que se leva no bolso. O polaco de Gliwice, embora tenha emigrado para a Alemanha quando ainda tinha 2 anos e portanto, há 21 anos vive no país vizinho, sente-se imensamente polaco. E suas respostas aos jornalistas refletem isto:

1 – "O antes do jogo contra a Polônia (na última Eurocopa 2008), era muito claro, falei para mim mesmo, se eu faço um gol - e eu via que estava em boa forma - não ficarei contente." 
2 - "Os dois gols que fiz para a equipe alemã foram ótimos, meus colegas tinham que me cumprimentar, mas para mim foi muito triste. Ainda mais que nas arquibancadas estava toda minha família. Papai veio de Colônia, o tio Wiesiek e dois primos, Damian e Marek, vieram da Polônia. Por um lado, senti-me como o melhor jogador, mas por outro lado, sonhava que a Polônia pudesse passar para a outra fase do torneio."
3 - "Não foi assim, que fiz dois gols contra a Polônia e pensasse: Até logo, nada aconteceu. Fiquei feliz com meu feito, mas também muito triste. Pois deixei meu primo Marek descontente, pois com meus gols sua querida seleção polaca perdia."
4 - "Meu primo Marek chorou, porque queria que o talentoso parente, que podia jogar pelo nosso país, estava na equipe alemã. Para mim foi uma decisão difícil. Nasci na Polônia, tenho minha família toda lá, meu coração bate em polaco".
5 - "Minha família emigrou, quando eu tinha dois anos de idade, isto porque as condições de vida no país estavam cada vez mais difíceis. Não foi fácil para eles se decidirem a ir para a Alemanha. Para nossa felicidade o local de moradia agora não é o maior problema. Pode-se ser polaco e morar na Alemanha. Na fronteira não há mais barreira. A pergunta, de onde a pessoa é e onde ela mora não tem mais sentido. Importante é o que a pessoa sente. E eu sempre afirmei que sou polaco."

Nos momentos mais espetaculares de sua carreira, nos jogos pelas seleção alemã, quando todos os jogadores cantam o hino alemão, Podolski não.

6 - "Assim é a minha decisão e todos devem aceitar. Não sei mentir, quem eu sou. e quero acrescentar que em relação ao hino não há nenhum problema. Isto já se encontra entendido."
7 - "Na Alemanha eu jogo, recebo, trabalho, ale pelo menos três vezes por ano vou com minha família para a Polônia. Sempre tenho saudades da Polônia. Tenho saudades das pessoas, sinceras, abertas. Adoro a praça central de Gliwice e a cozinha polaca. Visita minha querida avó, que cozinha delícias. Suas compotas são deliciosas. O jantar no meu tio é agradável, senta-se, come-se, conversa-se muito, contamos piadas. Fazemos churrasco, Tocamos música. Em Wrocław, tenho prima e madrinha. Mas quando estou na Polônia, por alguns momentos quero voltar para casa, que agora é em Munique."
8 - "Mostro aos filhos as histórias infantis polacas. Quando nasci, pouco assisti a filmes e noticiário, por isso prefiro brincar com eles. Mas sempre quero ver como está jogando meu querido time Górnik Zabrze. Tenho simpatia por este clube silesiano desde criança. Nasci muito próximo ao estádio e sempre que passeava com a família, queria ir até lá. Apesar do tempo isto não mudou. Estou no Bayern, jogo na seleção alemã, mas quando sou hóspede da minha avó em Gliwice, sempre encontro um tempinho, para ir a loja do Górnik, comprar eu mesmo uma camiseta, uma bandeira, ou chalê do time."

Algumas pessoas chegaram a telefonar para o jogador para demonstrar seu desdagrado pelos gols e principalmente pelo melhor jogador da Alemanha, não jogar na seleção da Polônia, que é seu lugar. Uma destas pessoas é a maior estrela da música polaca, a impressionante longeva Maryla Rodowicz, que "Podolski prova com isto, que temos melhores jogadores do que a Alemanha, mas treinam e são disciplinados profissionalmente. De verdade prefeririam jogar pelo país, mas aqui não houve para ele condições de se desenvolver. Quando ele fez os dois gols contra nós, atirei ele para o lixo. Mas isto foi só emoção. Senhor Łukasz, o senhor é muito bonito, gosto muito do senhor, porque é um excepcional jogador e não esquecer a língua polaca, apesar de ter ido embora do país ainda criança. Feliz natal e os maiores sucessos a você!"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Queda do złoty equipara-se a 2005

Foto: Jerzy Dudek

Ontem, por alguns momentos, o Euro custou quase 4,2 zł, ou o mesmo que em maio de 2005.A O valor mais fraco da moeda polaca, significa que a Polônia tem aumentada sua dívida com a União Européia em alguns milhões de złoty.
O quanto se pagará pelo Euro, dólar ou franco suíço em 2009? "Prognósticos sobre o câmbio é agora uma verdadeira roleta de cassino", segundo o economista Jarosław Janecki, da Societe Generale. Para Mateusz Szczurek, principal economista do ING Banku Śląskiego, concorda com esta opinião. "Até o final do ano tudo pode acontecer. O mercado não reage a um câmbio de alguns centavos apenas". Em outubro passado, o câmbio em relação ao Euro variava em 20 groch (centavos), agora em dezembro o câmbio já mudou 13 grosz (centavos) e ainda não terminou o mês. O mercado mantém-se estavável se a mudança não é maior do que 4 centavos. Mais do que isto as coisas começam a se sentir.
Em junho último, o Euro valia 3,2 zl. O estouro da crise Norte-americana, que contaminou todos os mercados internacionais fez que houvesse uma queda para 3,9 zl. 
Os prognósticos mais otimistas acreditam que me 31 de dezembro o euro deverá custar 4,01 zł, o mais pessimistas 4,20 zł.  O dólar deverá ficar em 2,81 zł e 2,91 zł, enquanto o franco suíço entre 2,61 zł i 2,75 zł.

Adoção do Euro depende de consulta

Primeiro-ministro Donald Tusk

O primeiro-ministro Donald Tusk assegurou que a adoção da moeda Euro na Polônia dependerá de consulta aos dos vários partidos políticos. Antes do encontro com chefes de partidos, Tusk sublinhou que é a favor de um consenso político que permitirá mudança na Constituição da Polônia, o que é imperativo para a introdução da moeda Euro no país em 2012.
Já estão de acordo o partido de Tusk, o PO- Partido da Plataforma Cívica, o SLD do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski e o Partido Camponês Polaco, mas é necessário o consentimento da oposição. O Partido PiS -Direito e Justiça do presidente Kaczyński tem opinião fechada de que a introdução do Euro não deveria ser feita e que só um referendo nacional poderia validá-la.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Kapuśniak - sopa de repolho azedo

Ingredientes:

- 200 gramas de carne de porco,
- 100 gramas de bacon, ou lingüiça calabresa,
- 1/2 litro de água,
- 250 gramas de verduras, ou legumes à gosto (pode-se acrescentar 2 batatas e umcogumelo seco),
- 400 gramas de repolho azedo,
- 1 Cebola
- 30 gramas de farinha de trigo,
- sal, salsão, cominho, pimenta e louro para temperar.

Preparo:
Cozinhe a carne aproximadamente 1 hora. Adicione os legumes cozidos e os temperos. À parte, cozinhe o repolho em água fervente com o bacon e o caldo de carne e acrescente-o ao cozido de carne e legumes. Numa frigideira, frite a cebola com um pouco de manteiga ou azeite. Adicione a farinha e vá mexendo até dourar. Então, acrescente ao cozido.

Então é só servir bem quente. Depois, abra uma garrafa de vodca Wyborowa (agora já se encontra à venda no Brasil, a Sobieski também) e vire goela abaixo num gole só. Finalize gritando em voz alta, em polaco, sem sotaque mesmo: "Na zdrowie"!

Lech Poznań ganha jogo histórico

Djurdjevic comemora seu gol histórico. Foto: Bas Czerwiński /AP

A equipe do Lech Poznań venceu nesta quarta-feira por 1 a 0 Feyenoord holandês, na casa do adversário, em jogo válido pela Copa UEFA. O gol foi marcado por Ivan Djurdjevic. O Lech é o primeiro time polaco na história a ultrapassar a primeira fase da copa européia de futebol.
O gol foi marcado aos 26 min. do primeiro tempo, após cobrança de escanteio. Com o resultado a equipe da cerveja mais vendida na Polônia - Lech - chegou aos 5 pontos, ocupando o terceiro lugar no grupo H, atrás do CSKA Moskwa com 12 pontos e do Deportivo La Coruña que tem 7 pontos. O Lech ficou à frente do francês Nancy e do Feyenoord.
O técnico Smuda, o mesmo grande meio-campista da seleção polaca de 1974, disse logo após o apito final que, "Todos estão contentes que ganhamos aqui. Quebramos um mito de que nenhuma equipa polaca nunca ganharia aqui, em Feyenoord. É o melhor presente de nossas estrelas, não posso explicar tudo o que estou sentindo".

A equipe de Poznań jogou com Turina - Wojtkowiak, Arboleda, Wilk, Djurdjević, Lewandowski (90min. Reiss), Stilić (70min. Bandrowski), Murawski, Peszko, Tanevski, Rengifo (90min. Kikut). Já o time holandês jogou com Timmer - Tiendalli, Bahia, Derijck, Lucius, El Ahmadi (56. Leerdam), Bruins, Wijnaldum (65. Janota), Fer (65. Erasmus), Wattamaleo, Makaay.

Como curiosidade da transmissão, o narrador da TVP2 (televisão polaca canal 2) que transmitiu o jogo ao vivo para toda Polônia, deu uma de Galvão Bueno e insistiu em chamar o zagueiro brasileiro Bahia... de Báquia.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Maryla...a grande cantora

Maryla... Maryla! A grande intérprete da música polaca não tem limites. Canta de bossa-nova, folclore, romântica, rock-in-roll até óperas e árias. Maryla Rodowicz domina a cena musical há décadas. Foi ela, por exemplo, que fez a abertura da Copa do Mundo de Futebol, na Alemanha em 1974, quando a Polônia foi terceira colocada e Lato o artilheiro do mundial. Ontem, a televisão polaca em seu canal TVPInfo apresentou um programa especial com ela. Contou do enorme sucesso que Maryla teve recentemente em New Jersey, nos Estados Unidos, enlouquecendo não só a comunidade polaca, mas até brasileiros que vivem por lá, especialmente quando ela cantou uma canção em ritmo de bossa-nova. Uma recente pesquisa de opinião da TNS OBOP para a revista "Fakt" apontou Maryla como a maior estrela da música polaca, aos 63 anos de idade.


Aqui neste vídeo, ela interpreta "Wszyscy chcą kochać" (todos querem amar)



P.S. Quem sabe não estaria na hora do Teatro Positivo, Teatro Guaíra, ou Fundação Cultural de Curitiba pensar num "concerto" grandioso de Maryla para os milhares de descendentes de  polacos de Curitiba e de todo o Sul do Brasil. O Positivo tão ousado ultimamente em apresentar grandes espetáculos internacionais, poderia pelo menos uma vez, reconhecer que Curitiba é a terceira maior cidade polaca no mundo. Passou em branco o "Mazowsze", que esteve tão pertinho na Santa Catarina inundada.

Polaco, Judeu - dois irmãos.

Foto: Andrzej Rybczyński/PAP

A convivência entre polacos de diferentes credos religiosos nunca foi fácil. Embora os judeus tenham vivido mil anos na Polônia e adotado a maioria dos costumes, língua e tradições desta nação sempre se excluíram e/ou foram excluídos. Atualmente existe um movimento, que cresce a cada dia, pela obtenção da cidadania polaca. Os mesmos que sempre repetiram e repetem serem judeus e não polacos, agora querem passaporte da Polônia para terem acesso a União Européia.
Muitos judeus acusam os polacos (católicos, ou aqueles que se identificam ateus e de outras religiões) de serem anti-semitas. Acusam os polacos de serem intolerantes. Esquecem-se da ajuda e apoio durante, principalmente, os ataques alemães. Esquecem-se dos matrimônios inter-religiosos e etc..
Três anos atrás, em plena praça central de Cracóvia fui testemunha e testemunho deste mito antipolaco e anti-semita. Sim, pois os mitos existem de parte à parte. Uma professora de Curitiba, brasileira portanto, mas descendente de polacos do credo judaico, acompanhando um grupo de estudantes adolescentes brasileiros (descendentes de judeus, não só da Polônia) e participantes da "Marcha pela Vida" (que ocorre sempre em abril, em Auschwitz e Birkenau, além de outros campos de concentração e exterminío alemães existentes na Polônia), mesmo tendo pisado o solo polaco há menos de 48 horas e ainda não tido contato com nenhum morador do país, respondeu à minha pergunta - O que está achando da Polônia? - com: "Como os polacos são anti-semitas, não? Como é possível?". Ou seja, ela já chegava aqui com um preconceito fundamentado erroneamente. Não falava polaco, não tinha conversado com ninguém e jurava que os polacos são anti-semitas. 
Tenho tido a oportunidade de ver desfilar pelas ruas centrais da cidade e pelo antigo bairro judeu do Kazimierz muitos grupos de jovens, estudantes e idosos judeus em excursão, bem como convivido com judeus que vivem, moram e travalham aqui em Cracóvia. A diferença é que os primeiros não se relacionam, passam como um aluvião. Parece não verem nada além de prédios, ignoram completamente os moradores da cidade, não se relacionam, não pedem informação, não conversam. Por outro lado, os que aqui vivem, nem parecem judeus de tão integrados que estão, mesmo aqueles que ainda só falam em inglês e hebreu. É verdade que são poucos. No bairro do Kazimierz, os dados são de que existem apenas 150 moradores, dos outrora 64 mil que viviam aqui antes de 1939.

PESQUISA
Uma empresa de pesquisa de opinião, recentemente fez um trabalho sobre este mito anti-judeu, que principalmente, os judeus, dizem existir na Polônia.  A ARC Rynek i Opinia teve seus dados publicados na revista semanal Wprost.

- 63% dos polacos entrevistados pelas pequisa, aceitariam que se seus superiores fossem judeus
- 53% dos polacos concordariam, que a pessoa de origem judáica fosse marido ou esposa de seus filhos.
- 56% dos polacos têm opinião de que o anti-semitismo dos polacos é um injusto estereótipo
- 50% dos polacos acham que dentro deste injusto estereótipo, o comunismo teria sido um produto judeu.
- 40% dos que responderam, acreditam que os atos anti-semitas, que ocorreram após a segunda guerra mundial na Polônia, foram incidentes pessoais apenas.
- 38% dos polacos alertam, que não é verdade que os judeus não são benvindos na Polônia, pelo contrário. 

P.S. O artesanato polaco incluiu estas estatuetas de judeus (ortodoxos em sua maioria) da foto acima. Dizem que ter uma delas, ou um quadro (pintura, ou foto) de um velho judeu em casa traz sorte.

P.S.2. A última piada sobre judeus que circulou na Polônia foi: "Pela primeira vez, Israel tem um primeiro-ministro que não nasceu na Polônia."

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Województwo não é província

Stary Rynek de Poznań (praça do velho mercado)

Não uma nem duas vezes encontram-se equívocos de tradução por desconhecimento das realidades de cada lugar e idiomas envolvidos. Assim acontece, por exemplo, com as divisões administrativas e políticas brasileiras e polacas. Uma interpretação bastante comum tem a ver com cargos. Tentando esclarecer dúvidas com algumas dessas palavras e suas correspondências comecemos por Wojewódstwo. Esta palavra não pode ser traduzido para província, pois não existem províncias no Brasil. O correto é Voivodia.... O termo pode parecer estranho, mas é esta a tradução correta para português... A palavra existe em nossos dicionários! Se for difícil usar Voivodia é preferível Estado, ou região... Nem o Brasil e tampouco a Polônia possui província.
Quanto ao nome do cargo do administrador da cidade de Poznań , por exemplo, é Presidente da Cidade... O qual pode ser traduzido para prefeito. Como não existe Câmara de Vereadores na Polônia como entendemos no Brasil, não é possível também fazer a correspondência de conselheiro com vereador, pois o que existe nas cidades polacas é Rada Miasto, ou Conselho da cidade, o qual reúne representantes de partidos (sem legislatura e/ou não eleitos) e representantes da população e instituições.
As cidades na Polônia, em relação às suas denominações administrativas estão dividas em Powiat, Gmina e Miasto.

Miasto é Cidade. O administrador é o Prezydent (isto nas grandes cidades), ou seja prefeito. Já Burmistrz é o administardor de cidades consideradas menores.
Powiat é Município, cujo administrador é o Starosta. Mas este munícipio polaco não é como entendemos no Brasil. Já que temos apenas zona urbana e zona rural. Nas zonas rurais brasileiras costumam estar os distritos. Como exemplo temos no Paraná, Araucária, que é ao mesmo tempo cidade e munícipio, enquanto Guajuvira está na zona rural do munícipio e é um distrito. Normalmente um distrito não possui um administrador. Mas na Polônia a um diferença que causa muitos equívocos de interpretação e tradução. O Powiat reúne uma série de distritos e estes são denominados Gmina e seu administrador é o Wójt (pronuncia-se vúit). Já uma reunião de cidades, munícipios distritos e zona rural (wieś - viéch) chama-se Województwo, que como mencionado tem como tradução a palavra Voivodia e seu administrador é o Voivoda, que no caso polaco chama-se Marszałek Województwa (uma tradução literal para esta palavra seria Marechal, mas aqui é sinônimo de Governador. Mas o correto é chama-lo de Voivoda, embora não tenha todas as funções que um governador de Estado no Brasil.
Os Norte-americanos traduzem, por exemplo, Powiat como sendo Condado.... mas no Brasil não existe condadol... E em Portugal ao que se saiba só existiu quando era monarquia.
Poznań é cidade, powiat e gmina ao mesmo tempo... Por isto seu administrador é chamado de Presidente... Enquanto Powiat (munícipio) tem outras Gmina ao seu redor.
Atualmente o voivoda da Voivodia da GrandePolônia (Wielkopolska) é o senhor Marek Woźniak, ou governador simplesmente.
Ainda sobre Poznań, ela é capital da Voivodia, e seu dirigente atualmente é o senhor Ryszard Grobelny, chamado de Prezydent Miasto, ou seja, Prefeito da Cidade. Por sua vez, a cidade de Poznań tem 5 dzielnica (bairros), que são a Stare Miasto (Cidade Velha), a Nowe Miasto (Nova Cidade), Grunwald, Jezyce e Wilda.
Já a Rada Miasta - ou Conselho da Cidade tem como adminitrador o Przewodniczący, ou diretor, presidente do conselho, condutor. Até 2010 este diretor de conselho é o senhor Grzegorz Ganowicz.
Quanto à palavra Starosta, traduzindo seria estaroeste (segundo dicionário Houais seria: fidalgo polonês que tinha a posse de uma estarostia, ou chefe de comunidade, na Rússia.) Mas também é usado como o administrador do Powiat (município). Não chega a ser uma região metropolitana como entendemos no Brasil, porque esta não tem administrador e é composta por outros munícipios e não distritos de um mesmo munícipio
O Powiat de Poznań tem 17 gmina (distritos) que são Buk, Czerwonak, Dopiewo, Kleszczewo, Komorniki, Kostrzyn, Kórnik, Luboń, Mosina, Murowana Goślina, Pobiedziska, Puszczykowo, Rokietnica, Stęszew, Suchy Las, Swarzędz, Tarnowo Podgórne. O Starosta atual de Poznań é o senhor Jan Grabowski... Assim esta pessoa não é o prefeito da cidade, como entendemos no Brasil, mas sim, o chefe do departamento de administração do município... e não da cidade (complicado, não? – Pois eu acho).

Vale a pena reforçar a explicação de distrito, para que realmente fique claro, para efeitos de comparação e não de tradução literal dos termos envolvidos, o que significa distrito no Brasil, em Portugal, ou Gmnia na Polônia:

Os Distritos são territórios em que se subdividem os municípios. Os distritos dispõem obrigatoriamente de cartórios de ofícios de registro civil e, nos municípios maiores, podem sediar subprefeituras ou administrações regionais. Os distritos, na legislação brasileira, sucedem as antigas freguesias do Brasil Colônia, ainda presentes na divisão territorial da Constituição Portuguesa.
Normalmente um município só se subdivide em mais de um distrito quando dentro dele existem povoamentos expressivos em termos populacionais, mas que estão afastados da área urbana principal. Em geral estes distritos, enquanto não forem integrados pelo crescimento natural da cidade, tendem a querer se transformar em novos municípios. Seja como for efetuada a administração municipal, o poder político executivo é exclusivamente do prefeito, sendo todos os outros auxiliares de sua indicação (cargos de confiança). Mas isto é no Brasil. Na Polônia, os Wójt (administradores das Gmina) não estão submetidos ao poder do Prefeito, ou no caso do Burmistrz, Prezidente, mas estão de alguma forma ligados ao Starosta do Powiat (munícipio).
No Brasil existe ainda o Distrito Federal, onde localiza-se a capital federal, Brasília. Este é uma exceção, pois apesar do nome, na verdade não é uma subdivisão municipal, mas uma Unidade da Federação (análogo aos Estados, porém não leva este nome). O Distrito Federal também é uma exceção no sentido de que enquanto UF, oficialmente não se subdivide em municípios, porém além de Brasília considera-se que existam várias cidades. Existe também o distrito estadual de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Este distrito, assim como o DF, também não corresponde à definição geral de distrito.
Já em Portugal um Distrito Administrativo ou, simplesmente, Distrito, é uma divisão administrativa que data de 1835.  Antes o país estava dividido em províncias, que se subdividiam em comarcas. Poucas mudanças ocorreram desde então.  Exceção para os quatro distritos existentes nas ilhas - três no arquipélago dos Açores (Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada) e um na Madeira (Funchal), que foram suprimidos com a entrada em vigor da Constituição de 1976. Esta concedeu ampla autonomia àquelas regiões além mar através dos respectivos Estatuto Político-Administrativo de Região Autônoma dos Açores e Estatuto Político Administrativo da Região Autônoma da Madeira. A Constituição da República Portuguesa prevê a criação de Regiões Administrativas e a manutenção dos distritos enquanto aquela não for concretizada.  Por analogia, o termo Distrito, em Portugal, poderia ser entendido como correspondendo aos Estados brasileiros. Portanto, não se aplica ao caso polaco, pois Estados brasileiros correspondem a Voivodias.

Polônia em gotas - 7

Com o quê os polacos estão contentes?

- 94,1% estão bastante contentes com as crianças
- 88,1% dos polacos declaram-se felizes com o matrimônio
- 86,2 dos polacos estão contentes com amigos e conhecidos
- 79% dos polacos estão contentes com suas residências
- 56,4% dos polacos estão contentes com seus resultados conseguidos
- 42,2% dos polacos estão contentes com o que vêem para seus futuros
- 27,7% declaram-se contentes com seus rendimentos

Fonte: CBOS

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Lista de mortos em 1941 em Lublin

Foto: LTG

Em Lublin, no cemitério da ulica (rua) Lipowej há um monumento com nomes de pessoas que foram assassinadas cruelmente pelos alemães entre 4 de fevereiro de 1942 e 22 de julho de 1944. Encontrei uma pessoa com meu sobrenome Maciej Jarosiński (grafado no Brasil Iarochinski) de 23 anos entre as vítimas do dia 4 de fevereiro de 1941.

Sobrenome                   Nome        Idade
Muciek                              Zenon              18
Kisielewicz                        Stanisław        30
Bońkowski                        Ignacy             40
Czarnota                           Stanisław         43
Herceliński                       Stanisław         42
Jarosiński                     Maciej             23
Kamieniobrodzki             Władysław       38
Kisielewicz                        Jan                    65
Kopeć    Władysław       32
Lenartowicz                      Jan                   36
Michałowska                     Zofia                47
Michałowski                      Włodzimierz   19
Michałowski                      Bogdan            16
Mudza                                Zenon              18
Myśliwiec                          Władysław       32
Niewiadomski                   Władysław       19
dr Paradowski                  Jan                    38
Pruski                                Czesław            43
Siczek                                 Wiktoria          49
Uliński                                Jan                   36
Woś                                     Stanisław        29
Woźniak                             Józef                41

e mais 6 pessoas sem registro de nomes e sobrenomes.
Fonte: LTG

Padres polacos caminhoneiros no Brasil

Padre Marian Litewka

A história de uns padres incomuns, um polaco e os demais brasileiros descendentes de polacos foi recentemente retratada em película por um diretor de cinema brasileiro também descendente de polaca. O filme já foi apresentado excepcionalmente algumas vezes este ano. Nesta sexta-feira, dia 19 de dezembro, haverá nova exibição especial, às 10:45'hs., no Unibanco Arteplex do Shopping Crystal, em Curitiba.


Elói Pires Ferreira (embora o nome português é descendente de polaco pelo lado materno) cineasta curitibano é o responsável pela saga de um padre que reza missas em cima da carroceria de caminhão pelas estradas do Brasil. Elói antes deste filme já havia produzido um curta-metragem "Polaco da Nhanhã", um homenagem a seu avô polaco.
Mas no seu mais recente longa metragem ele conta a história do padre Miguel e seu amigo caminhoneiro Romeu. Na verdade ele está se baseando na história verdadeira do cracoviano de nascimento Ksiądz Marian Litewka (Padre Mário) que desde 1976 percorre as estradas do Brasil com seu caminhão - misto de casa e igreja. A Pastoral Rodoviária (Serviço da Igreja Católica Apostólica Romana), está ligada à Congregação da Missão Província do Sul, de Curitiba-PR. E neste nesse estilo é única no mundo. Fazem parte da pastoral além do padre polaco Marian, outros dois da Congregação da Missão (Lazaristas), congregação fundada por São Vicente de Paulo, na França, em 1625. O Padre Mário (ou Marian Litewka), nasceu em 07/08/1937 em Cracóvia, na Polônia. É sacerdote desde 1961. Um ano depois, 1962, chegava ao Brasil, onde desde 1976 vive nas estradas rezando com os caminhoneiros. O Padre Germano (Germano Nalepa), descendente de polacos nasceu em 05/07/1956 em Campo Magro, então munícpio de Campo Largo, no Paraná. É sacerdote desde 1979. É integrante da Pastoral Rodoviária há doze anos. Padre Miguel (Miguel Staron), descendente de polacos nasceu em 13/07/1955 em Contenda, no Paraná. É sacerdote desde 1980 e está na Pastoral Rodoviária desde 1993.

Padre Germano, Padre Miguel e Padre Mário (da esquerda para direita)

Os padres da Pastoral Rodoviária viajam pelas rodovias de todos os Estados do Brasi. Nos trajetos visitam, ao menos uma vez por ano, aproximadamente 7.000 postos de combustíveis. Equipe dispõe de três caminhões-capela (as capelas estão montadas dentro de furgões). Abrindo a porta traseira do furgão, surge o altar, as caixas de som, o microfone, os folhetos da celebração, as folhas de cânticos e os demais assessórios preparados para fins religiosos. O roteiro com a programação das Missas dos Motoristas é organizada a partir de pedidos dos proprietários ou gerentes dos estabelecimentos rodoviários. Os pedidos devem ser encaminhados para a Pastoral Rodoviária, Avenida Jaime Reis, CEP 80510-010, Curitiba-PR, telefone: (41) 3223-0561, fax: (41) 3223-0561 Ramal 229, e-mail do Pe. Germano, germanonalepa@uol.com.br ou Pe. Mário, m-litewka@uol.com.br. Aqueles que desejam saber onde se encontram os padres-caminhoneiros, as emissoras de rádio informam os locais diariamente. São estas as rádios: Rádio GLOBO de São Paulo-SP, Rádio APARECIDA de Aparecida do Norte-SP, Rádio CANÇÃO NOVA de Cachoeira Paulista-SP, Rádio LONDRINA de Londrina-PR, Rádio SANT’ANA de Ponta Grossa-PR.
O FILME
Já o filme de Pires Ferreira, o "SAL DA TERRA" é tem como cenário as estradas brasileiras e focaliza o contexto gerado pelo gigantismo do Brasil rodoviário. Ao longo do caminho, na boléia de seu caminhão-capela, o padre-personagem Miguel (na vida real Marian Litewka) vai conhecendo personagens e descobrindo a diversidade humana que a estrada apresenta. Entre a solidão dos quilômetros rodados e a surpresa dos encontros, pelas estradas ou em postos de gasolina, o padre traça um itinerário ilustrado pela aventura de viver de cada personagem e pontuado pela celebração da Missa. Tendo por base narrativa, a estrutura desse ritual milenar - alvo artístico consagrado universalmente por criadores das mais diversas vertentes - o filme percorre uma vasta simbologia e suas identificações com o cotidiano popular. A população itinerante retratada pelo filme revela-se, na verdade, um espelho da nossa condição de viventes à procura de um rumo. Sempre em constante movimento, como costumam ser a vida e o cinema. Aqui um triller do filme pelo youtube:



O SAL DA TERRA
longa-metragem 35mm
Ano de Produção: 2008
Duração: 90 minutos COR

Recomendado para maiores de 10 anos
Direção: ELOI PIRES FERREIRA
Produção: ELOI P. FERREIRA e J. OLÍMPIO
Roteiro: ALTENIR SILVA, J. OLÍMPIO, ELOI PIRES FERREIRA
Direção de Fotografia: CELSO KAVA FILHO
Direção de Arte: ZENOR RIBAS JR.
Produção Executiva: JOSIANE ORVATICH
Montagem: FERNANDO SEVERO
Coordenação de Produção: GERALDO PIOLI
Música Original: J. OLÍMPIO
-
ELENCO: ÉDSON ROCHA, ENÉAS LOUR, LUTHERO ALMEIDA, CHRISTIANE MACEDO
Part. Especiais: CRISTINA PEREIRA, EMÍLIO DE MELLO, LALA SCHNEIDER, ENIO CARVALHO, DIEGO KOZIEVITCH

Os três padres possuem até um hino e ele já foi gravado em CD e está sendo vendido em restaurantes, lojas e postos de gasolina ao longo das estradas brasileiras. Esta é a letra:

Hino da Pastoral Rodoviária
Letra e Música: Gilvan Manuel
1. Foi lá no Sul do Brasil nas estradas do Paraná
Surgiu uma missão pioneira de levar e anunciar.
A presença da Igreja nas estradas do país
São os Padres Vicentinos fazendo a missão feliz.
2. Hoje o Brasil inteiro é um campo de missão
Cada posto é uma igreja mesmo em cada caminhão.
Cruzam estradas e cidades pra levar a boa nova:
"Motorista companheiro, faça uma prece nesta hora!"
3. Tanto peso e tanta carga, o pedágio e outros mais,
O cansaço é companheiro, solidão que nos desfaz.
Tão distantes da família leva o pensamento a Deus
Nossa Senhora da Estrada nos ajude a cada vez.
Ritmo: Vaneirão gaúcho
Nota: sol +