Foto: Bartosz Sadowski
Enviados do jornal Rzeczpospolita a Munique entrevistaram o astro do futebol alemão Łukasz Podolski. Algumas declarações dadas são bastante curiosas, já que no mundo do futebol, a cidadania, o passaporte estrangeiro, ao contrário do que pensam autoridades e políticos dos países que concedem os documentos não são nada mais do que isto: documentos. Porque o sentir e ser de algum lugar não se altera com a carteira de identidade que se leva no bolso. O polaco de Gliwice, embora tenha emigrado para a Alemanha quando ainda tinha 2 anos e portanto, há 21 anos vive no país vizinho, sente-se imensamente polaco. E suas respostas aos jornalistas refletem isto:
1 – "O antes do jogo contra a Polônia (na última Eurocopa 2008), era muito claro, falei para mim mesmo, se eu faço um gol - e eu via que estava em boa forma - não ficarei contente."
2 - "Os dois gols que fiz para a equipe alemã foram ótimos, meus colegas tinham que me cumprimentar, mas para mim foi muito triste. Ainda mais que nas arquibancadas estava toda minha família. Papai veio de Colônia, o tio Wiesiek e dois primos, Damian e Marek, vieram da Polônia. Por um lado, senti-me como o melhor jogador, mas por outro lado, sonhava que a Polônia pudesse passar para a outra fase do torneio."
3 - "Não foi assim, que fiz dois gols contra a Polônia e pensasse: Até logo, nada aconteceu. Fiquei feliz com meu feito, mas também muito triste. Pois deixei meu primo Marek descontente, pois com meus gols sua querida seleção polaca perdia."
4 - "Meu primo Marek chorou, porque queria que o talentoso parente, que podia jogar pelo nosso país, estava na equipe alemã. Para mim foi uma decisão difícil. Nasci na Polônia, tenho minha família toda lá, meu coração bate em polaco".
5 - "Minha família emigrou, quando eu tinha dois anos de idade, isto porque as condições de vida no país estavam cada vez mais difíceis. Não foi fácil para eles se decidirem a ir para a Alemanha. Para nossa felicidade o local de moradia agora não é o maior problema. Pode-se ser polaco e morar na Alemanha. Na fronteira não há mais barreira. A pergunta, de onde a pessoa é e onde ela mora não tem mais sentido. Importante é o que a pessoa sente. E eu sempre afirmei que sou polaco."
Nos momentos mais espetaculares de sua carreira, nos jogos pelas seleção alemã, quando todos os jogadores cantam o hino alemão, Podolski não.
6 - "Assim é a minha decisão e todos devem aceitar. Não sei mentir, quem eu sou. e quero acrescentar que em relação ao hino não há nenhum problema. Isto já se encontra entendido."
7 - "Na Alemanha eu jogo, recebo, trabalho, ale pelo menos três vezes por ano vou com minha família para a Polônia. Sempre tenho saudades da Polônia. Tenho saudades das pessoas, sinceras, abertas. Adoro a praça central de Gliwice e a cozinha polaca. Visita minha querida avó, que cozinha delícias. Suas compotas são deliciosas. O jantar no meu tio é agradável, senta-se, come-se, conversa-se muito, contamos piadas. Fazemos churrasco, Tocamos música. Em Wrocław, tenho prima e madrinha. Mas quando estou na Polônia, por alguns momentos quero voltar para casa, que agora é em Munique."
8 - "Mostro aos filhos as histórias infantis polacas. Quando nasci, pouco assisti a filmes e noticiário, por isso prefiro brincar com eles. Mas sempre quero ver como está jogando meu querido time Górnik Zabrze. Tenho simpatia por este clube silesiano desde criança. Nasci muito próximo ao estádio e sempre que passeava com a família, queria ir até lá. Apesar do tempo isto não mudou. Estou no Bayern, jogo na seleção alemã, mas quando sou hóspede da minha avó em Gliwice, sempre encontro um tempinho, para ir a loja do Górnik, comprar eu mesmo uma camiseta, uma bandeira, ou chalê do time."
Algumas pessoas chegaram a telefonar para o jogador para demonstrar seu desdagrado pelos gols e principalmente pelo melhor jogador da Alemanha, não jogar na seleção da Polônia, que é seu lugar. Uma destas pessoas é a maior estrela da música polaca, a impressionante longeva Maryla Rodowicz, que "Podolski prova com isto, que temos melhores jogadores do que a Alemanha, mas treinam e são disciplinados profissionalmente. De verdade prefeririam jogar pelo país, mas aqui não houve para ele condições de se desenvolver. Quando ele fez os dois gols contra nós, atirei ele para o lixo. Mas isto foi só emoção. Senhor Łukasz, o senhor é muito bonito, gosto muito do senhor, porque é um excepcional jogador e não esquecer a língua polaca, apesar de ter ido embora do país ainda criança. Feliz natal e os maiores sucessos a você!"
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