terça-feira, 10 de março de 2009

Os melhores do cinema polaco 2009

Troféu Orły 2009
A Academia de Cinema da Polônia fez entrega, ontem, do troféu "Águia" 2009 aos melhores do cinema polaco. Os grandes vencedores da edição deste ano foram Małgorzata Szumowska com 4 troféus e Waldemar Krzystek com 5 estatuetas.

Małgorzata Szumowska
que embora não tenha recebido a estatueta de melhor diretora da Academia, ganhou o prêmio de mellhor diretora da crítica e levou outras três Águias para casa pelo seu filme "33 sceny z życia”, que recebeu os prêmios de melhor filme do ano, melhor montagem e melhor música.

Waldemar Krzystek
com seu "Mała Moskwa" ganhou nas categorias de melhor roteiro, melhor figurino, melhor cenografia e som, além do prêmio de revelação do ano para a atriz Elena Leszczyńska. 

O vencedor do troféu de melhor diretor foi Jerzy Skolimowski pelo filme "Cztery noce z Anną”, que deu também o prêmio de melhor atriz para Jadwiga Jankowska-Cieślak. O prêmio de melhor ator foi para Krzysztof Stroiński pelo filme "Rysa" de Michał Rosy (filme que já foi apresentado em São Paulo, no final do ano passado).
A Noite de Gala foi transmitida ao vivo pela TVP Canal 2. Concorreram ao "Águia" 30 filmes polacos produzidos entre primeiro de janeiro e 31 de dezembro de 2008.  Os membros da Academia de Cinema da Polônia foram os votantes desta oitava edição do troféu.  Este ano os membros da academia votaram pela primeira vez no melhor filme europeu exibido em 2008 nos cinemas da Polônia. 

Foram estes os laureados:

Melhor Film
• "33 Sceny z życia"

Melhor diretor
Jerzy Skolimowski, pelo filme "Cztery noce z Anną"

Jerzy Skolimowski,
nasceu em 5 de maio de 1938. Além de diretor é roteirista, dramaturgo e ator. Graduou-se na melhor escola de cinema do planeta, a prestigiosa Escola Superior de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji).  Skolimowski já dirigiu mais 20 filmes desde seu "début" em 1960, com  "Oko wykol". 

Melhor atriz
Jadwiga Jankowska-Cieślak, pelo fime "Rysa"

Jadwiga Jankowska-Cieślak
nasceu em 15 de fevereiro de 1951 em Gdańsk. Graduada pela Escola Superior Nacional de Teatro de Varsóvia é atriz de cinema, televisão e teatro. Em 1982, ganhou a "Palma de Ouro" de Cannes pelo filme húngaro "Inne spojrzenie".  Em 2004, ganhou o prêmio Aleksandr Zelwerowicz de teatro pela interpretação dos papéis de Paulina e Aurelia na peça „Niedokończonym utworze na aktora” segundo Anton Czechow e Yasminy Rezy além de "Matki" na peça „Opowieściach o zwyczajnym szaleństwie” de Petra Zelenki, ambos espetáculos foram produzidos no Teatrz Dramatyczny de Varsóvia. Em  10 de dezembro de 2007  foi ordenada pelo presidente da república "Cavaleira da Cruz" da "Order Odrodzenia Polska". 

Melhor ator
Krzysztof Stroiński, pelo filme "Rysa"

Krzystof Stroiński
nasceu em Pszczyna em 09 de outubro de 1950.  Em 1972, graduou-se na Escola Superior de Cinema de Łódź. Fez bastante sucesso na série de televisão como Leszek Górecki em "Daleko od szosy" e como Michał Lindner em "Matki".

Melhor atriz coadjuvante
• Danuta Szaflarska, pelo filme "Ile waży koń trojański?"

Melhor ator coadjuvante
• Robert Więckiewicz , pelo filme "Ile waży koń trojański?"

Revelação do ano
• Elena Leszczyńska, atriz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor Filme Europeu exibido nos cinemas da Polônia
• „Motyl i skafander" („Le Scaphandre et le Papillon"), direção de Julian Schnabel - França/Estados Unidos

Melhor roteiro
• Waldemar Krzystek, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor fotografia
• Adam Sikora, pelo filme "Cztery noce z Anną”

Melhor som
• Wacław Pilkowski, Piotr Knop, Michał Kosterkiewicz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor montagem
• Jacek Drosio, pelo filme "33 Sceny z życia”

Melhor figurino
• Małgorzata Zacharska, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor cenografia
• Tadeusz Kosarewicz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor música
• Paweł Mykietyn, pelo filme "33 Sceny z życia”.

O Troféu Polaco de Cinema "Orły" já premiou mais de 500 membros da "Polska Akademia Filmowa", conhecida como Academia de Cinema, e assim como o francês Cezar, o Tcheco Lwy ou o espanhol Goya, faz parte da Academia Europeia de Cinema. Desde 2008, a presidente da academia polaca é Agnieszka Holland.

Nos anos anteriores ganharam o "Águia" de melhor filme do ano: "Historia kina w Popielawach" (1999), "Dług" (2000), "Życie jako śmiertelna choroba przenoszona drogą płciową" (2001), "Cześć Tereska" (2002), "Pianista" (2003) , "Zmruż oczy" (2004), "Wesele" (2005) i "Komornik" (2006), "Plac Zbawiciela" (2007), "Katyń" (2008).

O "Orły" é organizado com a colaboração do Ministério da Cultura, Instituto Polaco de Arte Cinematográfica e Voivodia da Mazóvia. Patrocinaram este ano: Lexus Warszawa - Wola, kancelaria Salans, REVLON, The Chimney Pot, Empresa Catering, The Eve, Blikle e Four Colors, Multikino e Silver Screen, TVP Canal 2, FILM, VIVA,  PR canal 3, stopklatka.pl, gazeta.pl e www.tvp.pl.

Poznań em São José dos Pinhais


Uma comitiva da cidade de Poznań visitou São José dos Pinhais, dentro da parceria de cidades irmãs.
Desta vez, um dos objetivos principais desta Comitiva foi contatar uma universidade paranaense e fazer a entrega de uma carta da Universidade Adam Mickiewicz de Poznań que deseja criar na Cátedra de Filologia o curso de Língua Portuguesa. A universidade polaca quer fazer uma parceria com alguma universidade paranaense.
Os senhores Tomasz Morawski, Diretor de Assuntos de Promoção e Integração da União Europeia, Piotr Burdajewicz, presidente do Conselho Municipal de Poznań, encontraram-se com os Professores Antonio Carlos Gondin, Assesor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Paraná e Roberto Machniewcz da Comissão de São José dos Pinhais para fazer a entrega da carta.
Estiveram presentes no encontro as professoras Norma Zandoná, vice-diretora do Setor de Ciências Humanas; Lúcia Zasnette, Chefe do depto. de Letras Estrangeiras Modernas; Caetano Galindo, Chefe do Depto. de linguística, Letras Clássicas e Vernáculas; Eva Dalmolin, Coordenadora do curso de Letras e Eduardo Nadalin, coordenador do curso de Letras-Polonês.
Os primeiros alunos deste curso pioneiro na América Latina começaram suas aulas agora em março. Um acordo já existente foi firmado no ano passado com a Universidade Jagiellonski de Cracóvia, a mais antiga daquele País, permitirá a ida e vinda de estudantes. Negociações também estão sendo feitas para estabelecer convênio com a Universidade de Varsóvia, explicou o professor Antonio Carlos Gondin.
A Cônsul geral da Polônia em Curitiba, Dorota Barys, que em janeiro último, fez uma visita de cortesia ao novo reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, afirmou que o ensino de Português é mais valorizado e procurado nas universidades polacas do que no Brasil. A esperança em Curitiba são os estudantes que agora começam a graduação do idioma na UFPR, porque em cinco anos serão eles os professores.
Ainda dentro da missão de estreitar relações com São José dos Pinhais, a comitiva polaca foi solicitar apoio para pesquisas na área de músicas folclóricas que doutorandos estão realizando na universidade de Poznań. Os estudantes desejam fazer levantamento junto às comunidades polacas no Paraná.

P.S. Antes da entrada da Polônia na União Europeia em 2004, era comum a presença de professores brasileiros, no curso de português da Faculdade de Filologia Romana da Universidade de Cracóvia e os poucos professores polacos da universidade falavam com sotaque brasileiro. Mas as coisas mudaram e os alunos polacos da Faculdade agora tem sotaque do Alentejo e não mais brasileiro.
A profa. dr.
Regina Przybycien da UFPR retornou a Cracóvia mês passado para ministrar aulas este semestre na Faculdade na disciplina de Literatura Brasileira. É uma tentativa do Prof. dr hab. Jerzy Brzozowski de equilibrar um pouco a língua portuguesa do Brasil com a de Portugal entre seus alunos. Brzozowski foi cônsul da Polônia, em Curitiba, nos anos 90 e é o principal responsável pela vinda da Prof. Regina pela segunda vez a Cracóvia. No passado, o dr. Almir Gonçalves, do setor cultural da Embaixada do Brasil, em Varsóvia, ministrou as aulas desta disciplina por dois anos.

Morreu Zbigniew Religa

Os canais de televisão e vários jornais repercutiram ontem a morte do médico Zbigniew Religa, silesiano, que fez o primeiro transplante de coração na Polônia no ano de 1985. Quatro anos depois foi também o primeiro cirugião a implantar um coração artificial. Nasceu em 16 de dezembro de 1938 em Miedniewice.
Religa terminou seus estudos na Universidade de Varsóvia em 1963. De 1966 a 1980, ele trabalhou no Hospital Wolski de Varsóvia. Em 1973, ele visitou Nova Iorque para se especializar em cirurgia vascular e 1975 fez o mesmo em Detroit. Ainda 1973, ele obteve o título de doutor em medicina e em 1981 ele terminou o grau mais alto dos estudos na Polônia com seu título de "Habilitacja". Religa foi agraciado ainda com o título de "doctor honoris causa" da Universidade de Lwów da Ucrânia, Universidade Médica Silesiana de Katowice, e Universidade Médica de Białystok.
O prof. Religa morreu aos 70, na noite de domingo. Religa teve sucesso também como político, primeiro como senador e depois como ministro da saúde. Era respeitado até pelos adversários políticos em sua luta para reformar o sistema de saúde da Polônia, muitos chegaram a chamá-lo de "John Wayne da medicina e política".
Religa era um torcedor fervoroso do Górnik Zabrze, equipe de futebol da Silésia, que já teve seus dias de glória nos campeonatos polacos de futebol.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulheres se manifestam em Varsóvia

Fot. Bartosz Bobkowski

"Cada equipe - a mesma droga!" - este foi o lema da X Manify, que neste domingo desfilou pelas ruas de Varsóvia. Segundos os organizadores entre 5 a 6 mil pessoas estiveram na passeata.
Manifa - manifestação organizada desde 2000 no Dia Internacional da Mulher pelas entidades feministas - a cada ano que passa cresce e expressa novos problemas sociais da mulher. Os postulados este ano antes de tudo: fazer cessar a violência contra as mulheres, a fecundação in vitro, paridade nas eleições, separar a igreja do Estado, respeito para com o trabalho das mães.
A manifestação iniciou-se ao meio-dia na Praça Defilad e terminou diante do Sejm (Câmara dos Deputados), onde os participantes eram aguardados por algumas dezenas de juvens da entidade "Juventude Polônia Una". A Manife 2009 foi organizada por várias entidades, incluindo "Acordo da Mulher 8 de março", Associação SOS Same o Sobie, Fundação MaMa, Fundação "Anka Zet Studio", "Federação para Assuntos da Mulheres e Planejamento Familiar", "Acordo das Lésbicas (LBT)", Portal Kobiety Kobietom (Mulher Mulheres", "Fundação Feminoteka", "UFA", União de Livre Comércio Agosto 80","Crítica Política".
Durante a manifestação as mulheres gritavam palavras de ordem como: "Donald, você não nos ama, você nos respeite!", "Queremos saúde ao invés de paliativo" e portavam cartazes com frases como, "Políticos para casa, mulheres na política", "Lugar de mulheres pugilistas é na cadeia","Exigimos o direito de voto sobre a questão do nosso destino", "Você é crente? Acredite em você mesmo!", "Educação sexual é uma necessidade natural".
Entre as manifestantes estão pessoas de diferentes idades, muitas jovens, pessoas idosas e famílias inteiras com suas crianças. Havia uma plataforma especial para a segurança do divertimento das crianças.
Opositores da Manify distribuiam folhetos com dizeres como "Hitler, introduziu pela primeira vez na Polônia o aborto. Aborto é assassinato". Os contramanifestantes eram membros "Juventude Polônia Una" que esperaram a manifestação diante do Sejm, e empunhavam cartazes com inscrições como: "Pare o aborto". Haviam cartazes e fotografias de fetos com dizeres: "feministas nos tratores!" e "Toda a diferente, são todas feias!"

domingo, 8 de março de 2009

Mulher sempre mulher


Ilustração: Mirosław Owczarek


Segundo o poeta Vinicius de Moraes... MULHER é:

A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!


Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.

Vinicius, não contente, ainda fez sua

RECEITA DE MULHER:

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce
relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.

Finalmente, ou inicialmente, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa... MULHER é:

Datação: 1269.

Acepções:
n substantivo feminino
1 indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc.
Ex.: m negra="", m de="" seios="", pequenos="", m carioca="", m das="" cavernas=""
1.1 aquela que tem sua fisiologia e sua vida genital percebidas como essência do ser humano feminino em sua evolução
1.1.1 na puberdade, com a chegada dos ciclos menstruais, quando ovula e pode conceber; entre menina e moça
Ex.: somente em seu primeiro mênstruo sentiu-se m., sua vital e íntima diferença
1.1.1.1 na fase núbil, pronta para casar-se; moça, mocinha
Ex.: típico patriarca nordestino, observa as m. de sua prole: proveitosos contratos adviriam!
1.1.2 quando deixa de ser virgem
Ex.: tornou-se m. bem cedinho com seu primeiro namorado
2 o ser humano feminino, considerado
2.1 em conjunto, ideal ou concretamente
Ex.: e Deus criou a m.
2.2 por sua experiência inerente e cultural
Ex.: disse-lhe, como m., que dificilmente ela ascenderia à gerência
3 descendente do sexo feminino; filha
Ex.: - Já nasceu? - Homem ou m.?
4 m.q. mulher-feita
Ex.: tem uma filha que já é m., vive fora do país há anos
5 (sXIV)
companheira conjugal; esposa
Ex.: sua m. não poderá acompanhá-lo devido a compromissos profissionais
5.1 companheira, ger. constante; a outra; amante, concubina
Ex.: diz a lenda que marinheiros têm uma m. em cada porto
6 Derivação: por extensão de sentido.
a fêmea humana como parceira sexual (ger. us. no pl.)
Ex.: disse o="" se="" sentir="" do="" por="" ou="", mudou de="" deixou="" as="" noitadas="" e="" as=""
6.1 namorada
Ex.: apresentou-lhes, envaidecido, sua m. atual
7 m.q. mulher-objeto
Ex.: não se="" mas="" o="" fica="" sem="" uma="", do portfolio="" daquele="" grafo="" constam="" que="" vendem="" qualquer="" produto=""
7.1 Derivação: por extensão de sentido.
aquela cuja imagem propaga o sucesso
Ex.: o homem de negócios atual apresenta-se acompanhado de uma m. cuja beleza simboliza seu poder
8 Derivação: sentido figurado.
na tradição, como indivíduo e/ou coletivamente, representação de um ser
8.1 Derivação: sentido figurado.
cuja principal função é cuidar da família, dos afazeres domésticos etc.
Ex.: existe a m. que sonha tornar-se 'rainha do lar'
8.2 Derivação: sentido figurado.
fraco fisicamente, sem defesa; apelidado de 'o sexo frágil'
Ex.: o que pode a m. contra um homem em sua fúria?
8.2.1 Derivação: sentido figurado.
idealmente belo; o chamado 'belo sexo'
Ex.: vive a m. sem espelho?
8.2.2 Derivação: sentido figurado.
sensível, delicado, afetivo, intuitivo
Ex.: como m., chora em todo filme romântico
8.2.3 Derivação: sentido figurado. Uso: pejorativo.
insensato, superficial, volúvel
Ex.: aquela m. troca tanto de marido quanto da cor do cabelo
8.2.4 Derivação: sentido figurado. Uso: pejorativo.
intrigante e/ou sedutor
Ex.: há m. que, vaidosas, fazem das dissenções entre os pares quase que um esporte
8.3 Uso: informal.
cuja presença censura a linguagem masculina (esp. quanto ao uso de expressões de baixo calão)
Ex.: moderou-se quando percebeu que o caixa era uma m.
9 Uso: informal.
pessoa indeterminada
Obs.: por opos. a senhora, dama
Ex.: uma m. deu-lhe a informação
9.1 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: obsoleto.
serviçal ou empregada que trabalha para alguém ou em determinada tarefa
Ex.: trabalhava com o conselheiro uma m. muito dedicada
10 us. como interlocutório pessoal
Ex.: - Então, m., qual é a solução?
11 Uso: pejorativo.
homem efeminado, que lembra uma mulher, esp. quanto aos hábitos, gostos, trejeitos considerados tipicamente femininos
12 homem homossexual, ou que é o parceiro passivo numa relação sexual com outro homem

Locuções:
m. a dias
Regionalismo: Portugal.
empregada 2diarista
m. à-toa
Uso: pejorativo.
meretriz
m. autoritária
Rubrica: psicologia. Uso: informal.
m.q.mulher fálica
m. da comédia
Uso: pejorativo.
meretriz
m. da rótula
Uso: pejorativo.
meretriz
m. da rua
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. da vida
Regionalismo: Brasil. Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. da zona
Regionalismo: Brasil. Uso: tabuísmo, pejorativo.
meretriz
m. de amor
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. de casa
m.q. mulher do lar
m. de má nota
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. de negócios
mulher que agencia transações comerciais e de investimento, contratos, acordos entre pessoas, empresas ou países, ou que possui e dirige empresa própria, ou que administra a empresa ou os negócios de outrem; empresária
m. de ponta de rua
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. de programa
1 mulher que, mediante pagamento, acompanha um homem de negócios e deve comportar-se de modo previamente planejado
2 aquela que, tb. mediante pagamento, participa de encontros com fins sexuais e/ou de lazer
m. de sociedade
mulher que pertence ou freqüenta a alta sociedade
m. de verdade
Uso: informal.
1 obsol. m.q. mulher do lar ('mãe de família')
2 mulher que assume o que é de sua responsabilidade em qualquer atividade que exerça
m. do fado
Uso: pejorativo.
meretriz
m. do fandango
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. do lar
mulher que dirige as atividades domésticas; mãe de família; mulher da casa, mulher de verdade
Obs.: cf. lar ('do lar')
m. do mundo
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. do pala aberto
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. do piolho
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
aquela que teima, insiste obstinadamente
m. do povo
mulher que pertence às classes populares
Obs.: cf. homem do povo
m. errada
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. fálica
Rubrica: psicologia. Uso: informal.
mulher com traços de personalidade pretendidamente masculinos; mulher autoritária
m. fatal
mulher irresistivelmente atraente, esp. a que induz homens a situações difíceis, perigosas ou catastróficas; sereia, vampe
m. honesta
mulher casada, fiel a seu marido, de reputação ilibada; mulher séria
m. parideira
mulher muito fecunda, que parteja com facilidade
m. perdida
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. pública
Uso: pejorativo.
prostituta, meretriz
m. séria
m.q. mulher honesta
m. vadia
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
de m. para m.
1 como aliada; com a franqueza que liga pessoas de interesse comum
Ex.: advertiu-a de m. para m. que aquela não seria uma boa estratégia
2 em que há sinceridade; franco, verdadeiro
Ex.: conversa de m. para m.
ser m. de (para)
ter capacidade, ânimo, força, condições para
Ex.: não de="" se="", atingir="" por="" boatos="", a deputada="" bastante="" para="" afrontar="" aquele="" reduto="" masculino=""

Gramática: aum.irreg.: mulherão, mulheraça.

Gramática e uso:  empr. tb. apositivamente (determinante específico que significa 'relativo à feminilidade, às qualidades ou aos atributos femininos, ou o aspecto ou os elementos femininos da personalidade') em: a) locuções: menina mulher; filha mulher b) composições eventuais, ligando-se por hífen à primeira palavra: gerente-mulher, tenente-mulher, anestesista-mulher etc.

Coletivos: feminino, mulherame, mulherio

Etimologia: lat. mulìer,èris 'mulher'; note-se que a acp. latina de 'fêmea do homem' só se conservou em port., esp. e romn.; nas outras línguas român., a acp. preservada foi a de 'mulher casada, esposa'; ver mulher-

Noção: noção de 'mulher', usar antepos. gineco-, gin(o)- e mulher-; pospos. -gino

sábado, 7 de março de 2009

Ewa Farna ganha concurso da Disney

A bela cantora adolescente, Ewa Farna da minoria polaca da República Tcheca, apesar de ser cidadã Tcheca não nega suas origens polacas. Ewa venceu o concurso norte-americano do Disney Channel com uma música gravada no idioma polaco. O videoclip da música intitulada "Camp Rock" tem como parceiro o vocalista polaco Kuba Molęda. Ambos foram convidados para a Festa „Czerwonym chodniku“ em Londres para a apresentação do videoclip ganhador do concurso da Disney.
Ewa nasceu em 12/8/1993, em Třinec, ou Trzyniec (em polaco), na República Tcheca, pertencente a região Zaolzie, disputada pela Polônia e Tchecos há séculos. Ainda hoje cerca de 18% da população da região é polaca. E Ewa é uma delas.  A tcheca que canta em polaco, ou a polaquinha que canta em tcheco. Ewa viveu grande parte de seus poucos anos de idade, contudo, em Vendryni. Ali, até os noves anos, frequentava a escola primária, no sistema de ensino de língua polaca.
O produtor de seus discos é Leszek Wronki, o mesmo de Doda, pela gravadora Virgins com quem lançou três álbuns, "Měls mě vůbec rád" (Você não gosta de mim) de 2006, "Cicho" (Silêncio) de 2007 e "Sam na Sam" (Sozinha) também de 2007 cantando em polaco. Aqui ela canta "Tam Gdzie Nie Ma Dróg" (Lá onde não tem estrada) do CD em polaco "Sam na Sam".


sexta-feira, 6 de março de 2009

A história de onde vivo

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
O Edifício Villa Rotunda do Przegorzaly, sob a forma de um meio-circulo com cúpula é um projeto do arquiteto Adolf Szyszko-Bohusz que o construiu entre os anos 1928-1929. Está localizado no alto do morro de calcário do Bosque (Las) Wolski, no bairro de Cracóvia, chamado Przegorzały.
Todo o bosque havia sido adquirido pelos Camaldulenses em 1604, quando eles edificaram na Colina da Prata, no então bairro de Bielany, um monastério e uma igreja, até hoje denominada Kamedłów. Estas terras foram doadas pelo magnata Mikołaj Wolski ao monge capelão Sebastian Lubomirski. Desde então os eremitas camaldulenses vivem na Polônia com a denominação em latim de "Congregatio Eremitarum Camaldulensium Montis Coronae", ou em idioma polaco, "Kongregacja Pustelników Kamedułów Góry Koronnej". No mosteiro de Bielany vivem 58 monges (censo de 2003) sendo 21 monges polacos (censo de 2006). O Mosteiro fica muito próximo da Baszta.

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim em 1916, Szyszko-Bohusz acabou comprando da Congregação Camaldulense da Ordem de São Bento cerca de 9 hectares desta colina. Ali construiu uma mansão denominada "Baszta" (torre de vigia).
No teto do salão principal colocou restos do teto da salão do Senado, do Castelo de Wawel. Szyszko-Bohusz foi o chefe-responsável pela restauração e reforma do Castelo de Wawel no início dos anos 20. No livro de memórias da família de 1934 são encontradas variedades de nomes para a mansão Baszta, como Mościcki e Raczkiewiczów.
Em 1939, com a invasão alemã, a mansão e todo o seu entorno, caiu nas mãos do chefe do distrito de Cracóvia, o nazista Dr. Otto von Wächter. Durante a ocupação nazista, os antigos proprietários foram forçados a deixar o lar.
Castelo do Przegorzały - Foto: ISPE UJ

Algum tempo mais tarde 1942-1943, foi construído ao lado da Baszta, um novo edifício que acabou por ser chamado de Castelo ou Belveder, ao qual os alemães deram o nome de Schloss Wartenberg. O edifício, cuja construção não foi concluída, era para ser um luxuoso "spa" para os pilotos da Luftwaffe. Mas já no final da segunda guerra servia como hospital. Os alemães não conseguiram ter tempo de executar o plano de instalar um elevador desde a base do morro, ao lado do rio Vístula até o alto do morro onde foi construído o hotel dos pilotos nazistas.
Panorama do rio Vístula desde o terraço do Castelo do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski

No final de 1945, a família Bohusz fez todos os esforços para recuperar sua propriedade, mas infelizmente sem resultado. Em 1952, já no período comunista, todo o complexo, Baszta, Castelo e Bosque foi entregue para o Instituto de Pesquisa Florestais do Ministério de Florestas.
Em 1973, com a decisão da Universidade Iaguielônia de Cracóvia de criar um Instituto de pesquisa sobre a etnia e a emigração polaca, no mês de julho, durante o Congresso sobre Origens Polaca, os participantes colocaram a pedra fundamental de criação do centro. Assim toda a área do Przegorzały foi cedida ao Instituto criado oficialmente em 1976, dentro da Faculdade de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade. Para os propósitos do Instituto, o castelo e a mansão eram insuficientes, assim que foi entregue aos arquitetos Tomasz Mankowski e Darius Kozlowski o trabalho de projetar um novo hotel ao lado das edificações existentes.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim, o Instituto de Estudos Polônicos e Étnicos ganhou o Edíficio Kazimierz Pułaski. O investimento, que contou com a ajuda da Kościuszko Foundation de Nova Iorque, finalmente foi concluído em 1991 para abrigar entre outros uma casa de estudantes, uma biblioteca, dois auditórios e salas de aula para o curso de idioma e cultura polaca.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Atualmente, o castelo sedia o Instituto de Estudos Europeus, e a "Baszta" e o hotel servem de moradia para estudantes estrangeiros,em sua maioria, e também como hospedaria para qualquer turista que se atreva a subir o morro do Bosque Wolski. Nos meses de verão costuma acontecer aqui vários congressos internacionais.
Bosque Wolski do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Abaixo dos edifícios, na encosta Leste, há uma reserva natural denominada Skałki Przegorzalskie. Estas pedras brancas são calcárias da era quaternária.
Colina de Calcário do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
P.S. Vivo aqui, neste lugar,  meus últimos dias dos quase sete anos de Cracóvia, um verdadeiro paraíso para estudar tranquilo e sereno.
E para relembrar a música tema do filme "Góra Przegorzały" que produzi em 2004, aqui estão a letra e a tradução da canção "Czy Pamiętasz jak to było", cantada por minha ídola, Edytta Geppert.
Czy pamiętasz jak to było
Piosenkarka: Edyta Geppert
autor słów utworu: Bogdan Olewicz 
kompozytor: Andrzej Rybiński 


Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy jeszcze bez wahania ludziom się wierzyło. 
Gdy świat bywał taki prosty, jak elementarze 
Gdy się w złoto obracało każde z naszych marzeń. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Gdy nas świt do snu prowadził w pościel bladosiwą. 
Gdy do szczęścia brakowało przyjaciół i wina 
Gdy świat się za oknem kończył tam, gdzie się zaczynał. 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy dzień był ja stulecie, a kalendarz chwila. 
Kiedy drzwi się wyważało otwarte na oścież 
Piękne słowa były chlebem, a dłoń każda mostem 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Gdyby można po cichutku, kiedy człowiek zaśnie 
Cofnąć życie tak jak zegar o lat kilkanaście... 

Tradução livre:
Você se lembra de como ele foi 
Canta: Edyta Geppert 
Letra: Bogdan Olewicz 
Melodia: Andrew Rybiński


Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando as pessoas ainda acreditavam sem hesitação. 
Quando o mundo, muitas vezes, era tão simples como a cartilha 
Quando o ouro se transformava em cada um dos nossos sonhos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando para nós a madrugada levava ao sonho em lençóis embraquiçados. 
Quando para a felicidade faltava amigos e vinho 
Quando o mundo após a janela se acabava ali onde começava. 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando o dia era um século, e o calendário era um momento. 
Quando as portas abertas se arrombavam de par em par 
Belas palavras foram o pão e cada mão uma ponte 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Caso se pudesse depois quietinho quando o homem sonha 
Atrasar a vida, como o relógio, algumas décadas ... 

Bonde rápido circula em Cracóvia

Nona estação subterrânea do Tramwaj rápido - Foto: Michal Lepecki

A cidade de Cracóvia dá sua resposta aos problemas de locomoção viária e trannsporte coletivo com a sua opção pelo Tramwaj - bonde elétrico rápido. Os planos de construção do trecho "Osiedle (Condomínio) Golikówka" (Condomínio) até a ulica (rua) Wielicka, no Leste da cidade prevê a entrega em novembro de 2010. O Departamento de Infrastrutura Comunitária e Transporte sinalizou que a leitura dos documentos da empresas concorrentes na licitação está em marcha. 
Ainda este ano, deve estar sendo entregue a linha do bonde elétrico rápido desde o Rondo Grzegórzecki até a ulica Lipskiej. Assim até o final do ano que vem a cidade estará servida por um moderno e rápido sistema de bondes elétricos rápidos lingando os bairros do Sul aos do Norte da cidade.
A previsão é de que uma vez em funcionamento o sistema, um passageiro levará apenas 30 minutos para ir de Kurdwanów no Sul até Krowodrza Górka no Norte da cidade. Muitos tuneis edevrão ser feitos na cidade para a passagem do tramwaj rápido. O que convenhamos não difere em nada dos subterrâneos de metrô.

Fascista alemão reclama terras polacas

A maior batalha da idade média, Grunwald 1410, não foi suficiente para expulsar os saxônicos, pois em 1795, eles voltariam a ocupar as milenares terras polacas, ficando na Polônia até 1945.

Um político do partido de direita alemão NPD questionou a atual fronteira polaca-alemã. A escandalosa posição do deputado Tino Mueller, segundo a imprensa polaca, foi dada a conhecer no parlamento da região de Meklemburgo-Pomerânia Oriental.
Durante um debate parlamentar, Mueller disse, que a atual fronteira da Polônia é muito grande com a sua pátria alemã. Acrescentou que tal situação se deve ao redesenho do mapa da Europa após a segunda guerra mundial, quando a comunidade internacional desrespeitou a Lei. 
"Locais reconhecidos como sendo a pátria de 15 milhões de alemães foram desanexados da Alemanha numa autêntica mentira histórica", disse Mueller, antes de ser interrompido por um membro do Partido CDU. O deputado que conduzia os trabalhos já havia tentado em diversas ocasiões pôr fim ao pronunciamento do político de extrema direita. 
Esta não é a primeira vez que Mueller faz este tipo de provocação. Em Dezembro de 2006, num Fórum Parlamentar de Meklemburgo, Mueller tinha afirmado que dois terços da Pomerânia alemã estava agora sob a administração da Polônia. O NPD tem seis deputados no parlamento de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental composto de 71 lugares.

P.S. O que estes fascistas alemães não entendem, ou não querem se dar por vencidos, é que todas estas terras que volta e meia a Alemanha reclama como suas, passaram às mãos dos saxônicos (teutônicos, prussos, renanos, bávaros, alemães, através de invasões, de dizimações da população polaca, de ocupações violentas e injustas das milenares terras eslavo-polacas. O que não entendem estes "obtusos de inteligência" é que nada legitima a violência e a ocupação, tenham elas durado um dia, ou 200 anos. O próprio nome da região em latim já identifica sua origem - Pomerânia, do polaco Podmorze, ou seja próximo ao mar.
O tal Tino Mueller deve ser descendente do unificador da Alemanha 1870,  Otto Von Bismarck. Extremamente conservador, aristocrata, e monarquista, Bismarck lutou contra o crescente movimento social democrata na década de 1880, tornando ilegais várias organizações progressitas.
Infelizmente os brasileiros de Pomerode (Estado de Santa Catarina) são descendentes de invasores saxônicos que tiveram de devolver as terras polacas que seus ancestrais, por sua vez, tinham retirado dos polacos à força dos sabres e barbarie.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Duppa e Mayer na Educativa do Paraná

Isidorio Duppa e Vadequinho

"Causos" divertidos de polacos serão contados no programa "Nossa História " deste sábado, às seis da tarde, na Rádio Paraná Educativa AM 630, de Curitiba.
O plantador de batatas, escritor, músico e ator Isidorio Duppa e a escritora Vera Lúcia de Oliveira Mayer, que escreveu conjuntamente com Helena Orchaneski  o livro "Os Imigrantes Poloneses E Seus Descendentes" contarão histórias bem humoradas.
Chegados ao Paraná em busca de terras para plantar, inicialmente em meados do século dezenove e depois em vários grupos até o século vinte, esses imigrantes tiveram uma série de dificuldades em se adaptarem à nova pátria, o que acabou criando situações que hoje são lembradas com bom humor.
A escritora de Palmeira , onde existe até hoje a Colônia Santa Bárbara e o artista Isidorio, que teve suas composições musicais adaptadas para uma peça de teatro intitulada "Semo Poláco, Não Semo Fraco" que integrará o Festival de Teatro de Curitiba a partir do próximo dia 21 de março, contarão esses "causos".
A produção e apresentação do programa são de Zélia Sell e Guilherme Nascimento, e também poderá ser ouvido pela internet em:
www.pr.gov.br/rtve, clicando em "ao vivo - rádio am 630".

Avião polaco na luta contra imigração

O líder na campanha do BNP, Nick Griffin em frente ao cartaz.

Campanha antiimigração de nacionalistas britãnicos usa um cartaz com um avião polaco da divisão 303. O Partido Nacional Britânico (BNP) lançou uma campanha no Parlamento Europeu com o intuito de parar o fluxo de imigrantes, que - segundo sua crença - ameaça a economia britânica. Isto deve incluir os polacos, que desde 2004 foram chegando em centenas de milhares nas Ilhas, ano em que as autoridades britânicas abriram o mercado de trabalho para os novos estados membros da UE.
"Pergunto-me se os polacos ficariam felizes se o seu governo de repente aceitasse milhões de vietnamitas no país prontos para trabalhar por xícaras de arroz", afirmou o porta-voz do BNP, Simon Darby ao jornal "Daily Telegraph".
A campanha, que tem o apoio dos britânicos nacionalistas, ostenta um cartaz com a inscrição: "A Batalha da Grã-Bretanha". E sublinha que a horda de estrangeiros pode ser combatida eficazmente. A foto colocada no cartaz é de um avião "Spitfire" que provou ser extremamente eficaz na contraofensiva aos ataques alemães durante a Segunda Guerra Mundial. A aeronave, no cartaz, pertencia à "Dywizjonu 303 im. Tadeusz Kościuszko" polaca. Os pilotos polacos desempenharam um papel importantíssimo na vitória sobre a Alemanha, derrubando 203 aviões da Luftwaffe, ou seja, 12% das máquinas alemãs destruídas na Batalha da Grã-Bretanha.
Foi o melhor resultado de todas 66 divisões aliadas que defendiam as Ilhas Britânicas. Comentando sobre a atitude heróica dos polacos, Winston Churchill disse a famosa frase "nunca tantos deveram tanto a tão poucos."
O BNP parece perfeitamente consciente do que as aeronaves incluídas no cartaz são polacas, pois "Não interessa se foi uma divisão polaca. A intenção de colocar este avião foi apenas para servir de símbolo da nossa luta", enfatiza Simon Darby. Se o que os nacionalistas queriam era provocar, conseguiram apenas tornar seu partido no escárnio das Ilhas.
"O símbolo utilizado indica um avião pertencente a um esquadrão polaco. Não creio, porém, que o BNP seja capaz de o descodificar. Assim como a maioria dos ingleses que pensa que eles se autodefenderam da Alemanha, sem ajuda de ninguém", afirmou que Ian Dickie, especialista militar da organização Battelfields Trust.
A "Dywizjon" era formada por apenas 303 pilotos polacos, que foram convidados em 1946, para assistir o desfile da vitória em Londres. Recusaram, no entanto, num gesto de solidariedade para com os outros polacos, que as autoridades britânicas "esqueceram", de modo a não enfurecer Stalin.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Doda: tenho só você


Doda - Dorota Rabczewska - continua aprontando das suas. Depois de um pouco sumida das telinhas de TV ela apareceu em grande estilo no programa „Pytanie na śniadanie” (pergunta no café da manhã) da TVP2,  às 8:30 da manhã e fez caras e bocas. Um de seus clipes mostrados foi justamente este: "Mam Tylko Ciebie".

Kiedy noc odchodzi
Kiedy noc odchodzi
Budzę się
By z Tobą być
Kiedy noc nadchodzi
Kiedy noc nadchodzi
Modlę się
By z Tobą być

W snach Ciebie nie ma
Już nie myślisz o mnie tak
W snach Ciebie nie ma
To znak

Ref.
Mam tylko Ciebie
Powiedz , że słyszysz
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma
Mam tylko Ciebie
Powiedz , że słyszysz
Nie ma Cię

2. Kiedy noc odchodzi
Kiedy noc odchodzi
Budzę się
By z Tobą być
Kiedy noc nadchodzi
Kiedy noc nadchodzi
Modlę się
By z Tobą być

W snach Ciebie nie ma
Już nie myślisz o mnie tak
W snach Ciebie nie ma
To znak

Ref.
Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz mnie
Powiedz, że słyszysz mnie
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma w śnie

Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma
Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz
Że to nie koniec.

Tradução livre:

"Tenho só você." 
Quando a noite vai 
Quando a noite vai 
Acordo-me 
Para ficar com você 
Quando a noite vem 
Quando a noite vem 
Rezo 
Para ficar com você 

Nos sonhos você não está 
Você já não pensa em mim, sim 
Nos sonhos você não está 
Este é um sinal 

Ref 
Tenho só você 
Diga que escutas 
que isto não é o fim 
Você já não está 
Tenho só você 
Diga que escutas 
Você já não está 

2. Quando a noite vai 
Quando a noite vai 
Acordo-me 
Para ficar com você 
Quando a noite vem 
Quando a noite vem 
Rezo 
Para ficar com você 

Nos sonhos você não está 
Você já não pensa em mim, sim 
Nos sonhos você não está 
Isto é um sinal 

Ref 
Tenho só você 
Diga que você me ouve 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim 
Você já não está no sonho 

Só tenho você 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim 
Você já não está 
Só tenho você 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim.

Aeroporto sem visibilidade em Varsóvia


Foto:Dariusz Kulesza

Por causa do intenso nevoeiro (a popular cerração) voos internacionais não têm conseguido aterrisar no Aeroporto Internacional Frederyk Chopin, em Okęcie, arredores de Varsóvia. Por causa da visibilidade zero, os aviões procedentes do exterior têm sido desviados para os aeroportos de Katowice, Poznań, Gdańsk e Łódź (pronuncia-se úudji).
O aeroporto de Gdańsk recebeu voos de Paris, Roma e Nice. Em Poznań os voos procedentes de Barcelona, Istambul e Madryt; enquanto em Katowice, os voos de Bergamo, Szarm el-Szejk e Düsseldorfu. 
No aeroporto Władysław Reymont de Łódź desceram quatro Boeing, vindos do Egito. Entretanto este aeroporto apresenta o mesmo problema como se pode observar na foto acima. Assim nesta manhã, os voos que destinados a Łódź foram desviados para Varsóvia, o que acabou por desorientar os pilotos, pois são necessários 300 metros para poder aterrissar com segurança.

P.S. Parece que não é só Curitiba que padece do problema. Mas na capital paranaense a situação melhorou bastante desde que instalaram equipamentos sofisticados para orientar os pilotos. Equipamento que não existe no principal aeroporto da Polônia.

Policia alerta contra "hoolingas"

A faixa diz: torcemos com "fair play" - Foto: Dawid Chalimoniuk 

A polícia está em alerta com o reinício do campeonato de futebol após a parada de inverno. Os campos de futebol da Polônia (pois não se pode chamar de estádio um local para cinco mil pessoas, com apenas duas arquibancadas, às vezes apenas uma) não oferecem segurança para ninguém. Nem para os jogadores nem para os torcedores. E são sempre estes que começam a confusão. A mais recente ocorreu na primeira rodada na fase da primavera, no último fim de semana, na Silésia, entre as equipes da região, Ruch Chorzów X Górnik. Onze pessoas, denominadas pela polícia de pseudo-torcedores foram detidas durante o andamento da partida.
Nos últimos dois anos pelo menos cinco incidentes entre torcedores e polícia ocorreram nos campos de futebol da Polônia. Num deles, em 14 de outubro de 2006, quinhentos "pseudokibiców" (pseudoquibitssuf - pseudo-torcedores) da equipe do GKS-Belchatów iniciaram uma pequena guerra entre si, no Estádio de Katowice (álias, até o momento, é único estádio da Polônia, local onde a seleção nacional costuma fazer seus jogos pelas eliminatórias europeias e mundiais), após o encerramento do jogo. A polícia conseguiu prender apenas 7 dos torcedores.
A Polônia e seus torcedores não ficam nada a dever aos "hooligans" ingleses, embora, segundo as autoridades do país, sejam menos violentos do que aqueles.  Seja como for muitas câmeras já foram instaladas nos campos e algumas vezes a polícia se valeu delas para detenções posteriores ao jogo e mesmo ao dia da partida.

terça-feira, 3 de março de 2009

O caos do transporte público de Cracóvia

Os novos edíficios do campus UJ - Foto: Adam Golec

Neste segunda-feira, com o início do segundo semestre acadêmico, cinco mil estudantes passaram a assistir aulas nos novos edifícios do campus da Universidade Iaguielônia, do outro lado do rio Vístula, no bairro de Ruczaj.
As novas instalações substituem os edifícios de mais de 500 anos do centro histórico da cidade.
Porém, em que pese o grande investimento da universidade, os estudantes não têm ônibus para chegar até o local. A municipalidade que organiza o transporte público junto com a empresa MKP-Kraków simplesmente não consegue "pensar e executar" o sistema.
O campus, que vem sendo construído há vários anos, já recebe dois mil estudantes servidos apenas por três linhas de ônibus, a 114, 178 e a 194. A maioria destes estão na Faculdade de Administração e Comunicação Social. 
"Queremos que a Uniwersytet Jagielloński esteja sempre no mais alto nível de ensino e por isto devemos dispor de uma base local, didática e científica com padrão europeu. A construção do Campus III é nesse sentido necessário para dar aos estudantes da universidade as melhores condições de aprendizado." explica a porta-voz da universidade Katarzyna Pilitowska.
Depois de algum tempo de construção ficou pronto o Parque da Vida Científica e a Incubadora Empresarial em parceria com as firmas Motorola e Onet. Estão em andamento as construções de outross edifícios, que quando prontos deverão receber mais 15 mil estudantes.
A Prefeitura se defende do problema da falta de ônibus. Jacek Bartlewicz, porta-voz de impresa do Departamento de Administração, Infraestrutura Comunitária e Transportes - ZIKiT da prefeitura da cidade afirma que "Uniwersytet Jagielloński não fez nenhum contato com nosso departamento para avisar que o número de estudantes iria mais que dobrar nesta segunda feira." Mas Katarzyna Pilitowski nega, "Estamos em contato permanente com o Departamento da Prefeitura. Já tinhamos conversado sobre o assunto do transporte e alertado para a chegada de mais 5 mil estudantes no campus".
Piotr Dera, técnico do ZIKiT, afirma não existir problema algum com os novos cinco mil usuários do transporte naquele região. Segundo ele, a empresa MKP contabiliza 50 mil usuários naquelas linhas e a capacidade oferecida é de 129 mil. Portanto, não estão faltando ônibus. 
Talvez o técnico da prefeitura até esteja dizendo a verdade, pois em determinados horários as avenidas principais que fazem a ligação do campus com o centro da cidade, como a Grota-Roweckiego e a Kobierzyńska estão completamente engarrafadas com verdadeiros comboios de ônibus sendo formados nos dois sentidos.
Grzegorz Stawowy do Partido do primeiro-ministro Donald Tusk, o PO (Partido da Cidadania) e portanto adversário do prefeito (sem partido) discorda dos especialistas da prefeitura e também parece estar com a razão. Ele diz que, "as pesquisas realizadas pela prefeitura estão completamente fora da realidade. Basta ser usuário para sofrer as consequências da má administração do transporte público da cidade". Para o político o problema começou quando a prefeitura decidiu construir linhas mais rápidas do Tramwaj (Bondes elétricos) nas vias que dão acesso àquela região da cidade, onde está sendo construído o campus da universidade. O projeto sofreu protesto de quase todos os habitantes da cidade, que preferiam que o dinheiro fosse empregado para reconstruir e alargar a rua Nowoobozowa.
Para o ex-reitor da universidade prof. Franciszek Ziejka (e o maior incentivador da construção do campus), entretanto, "a rua Nowoobozowa não resolve o problema do engarrafamento na rua Ruchaj. Há alguns anos a prefeitura se comprometeu a construir um bonde elétrico rápido, mas este ainda não está operando."


Foto: Tomasz Wiech

Mas o grande problema é que o transporte público de Cracóvia, que se utiliza de bondes elétricos e ônibus de todos os tamanhos, é muito mal administrado.
Além desta questão com o campus da universidade, um trajeto que expressa a completa desorientação dos técnicos da prefeitura é a rua Księdza Józefa, que liga os bairros do Salwator e Bielany. A rua é a saída natural da cidade para municípios da região leste, como por exemplo, os munícípios de Balice, onde está o aeroporto internacional de Cracóvia, e Oswięcin, onde está o campo de concentração e exterminação alemão de Auschwitz-Birkenau. Transitam pela rua 12 linhas de ônibus da MKP, além de uma dezena de outros de empresas particulares.
Mas em determinados horários, como entre 11:50 e 13:10 não passa nenhum. è como se fosse intervalo de almoço para os motoristas. Em outros horários, no entanto, formam-se filas nos pontos de ônibus porque 5 transitam no mesmo horário e vazios. Ou seja, este deve ser o mesmo problema dos comboios de ônibus para os lados do Campus da Universidade, não há regularidade nos horários. Uma hora tem muitos, outras hora não tem nenhum.
E é tão simples resolver o problema. Bastaria organizar as partidas e chegadas dos ônibus, por exemplo, um a cada 5 minutos. Mas parece que os técnicos da prefeitura de Cracóvia, que em 2003 não se interessaram em ouvir o que técnicos do IPPUC- Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba estiveram apresentando ao prefeito (que era o mesmo, pois foi reeleito) naquela oportunidade, não entendem nada de planilha de horários. Pior para os moradores e estudantes da cidade.
O IPPUC é autoridade mundial em sistemas de transporte público. Cidades como Bogotá (Colômbia), Brisbane (Austrália), Dubai (Dubai) saíram completamente do caos em que se encontravam quando assinaram contratos com a prefeitura de Curitiba e hoje, tal qual a cidade brasileira são consideradas modelos em transporte público.
Mas Cracóvia, cidade-gêmea de honra de Curitiba, ao que parece, pensa que nesta "irmandade" não tem nada a aprender com a cidade brasileira, já que a capital dos pinheirais foi formada em grande parte por descendente de imigrantes polacos analfabetos do século 19. Deve ser pura presunção elitista cracoviana.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Homenagem e protestos em Huta Pieniacka

Presidente Lech Kaczyński e Wiktor Juszczenko em Huta Pieniacka - Foto: Reuters

Os presidentes da Polônia e da Ucrânia, no sábado, participaram de homenagens ao aniversário dos 65 anos do massacre de polacos em Huta Pieniacka nos arredores de Lwów (Lviv em ucraniano - leões em português).
Muitos protestos de nacionalistas ucranianos foram feitos contra o presidente ucraniano Wiktor Juszczenko, para que ele não ficasse do lado dos "chauvinitas" polacos.  Este, contudo, afirmou que "foi um dos mais horríveis, mais cruéis acontecimentos na história da humanidade".  Ainda na quinta-feira passada, um grupo de protestantes fechou a estrada que leva ao local onde estão monumentos relembrando o massacre de 1944.
Juszczenko sublinhou que "desejaria que ficasse claro, que apesar da difícil história e da política, atualmente, os ucranianos deram as mãos aos polacos. A Ucrânia livre não pode existir sem uma Polônia livre e um polaco livre sem um ucraniano livre."
Já o presidente polaco Lech Kaczyński afirmou que "A verdade sobre este acontecimento nos liberta e permite construir um melhor futuro para a Polônia, a Ucrânia e toda a Europa. Temos coragem e misericórdia para orar - perdoar nossas ofensas como nós perdoamos os nossos devedores. Atualmente, aqui, damos o primeiro passo na estrada que iremos percorrer juntos os nossos nacionais".
A história conta que em 28 de fevereiro de 1944, como consequência da morte de alguns alemães nos arredores de Huta Pieniacka foram assassinados todos os moradores daquela vila rural, por soldados inimigos. Os números não são precisos, mas muitas pessoas foram mortas ali. O massacre de Huta Pieniacka foi na verdade uma punição militar contra os habitantes desta vila rural, que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Os historiadores polacos e ucranianos continuam em desacordo sobre de quem seria a responsabilidade pelas mortes. Para os historiadores ucranianos, a responsabilidade pelos atrozes assassinatos é exclusiva dos batalhões da polícia alemã SS.
Mas para o IPN - Instituto da Memória Nacional Polaco, a ação foi encetada pela 14ª subunidade galiciana da Divisão Waffen-SS. Os historiadores polacos possuem farta documentação para sustentar suas posições, que incluem depoimentos de 80 testemunhas. Para o Instituto polaco não há a menor dúvida de que o massacre foi cometido pelos ucranianos e não pelos alemães nazistas.
Huta Pieniacka era uma vila de pelo menos mil pessoas da etnia polaca, moradoras de 200 casas, localizadas na Voivodia de Tarnopol (hoje Ternopil Oblast na Ucrânia) durante a segunda República Polaca. Em 1939, após os ataques conjuntos de alemães e soviéticos, as voivodias polacas foram anexadas pela União Soviética, tornando as terras polacas em território da Ucrânia. Guerrilheiros ucranianos então perpetraram uma série de ataques e assassinatos contra a população polaca que vivia nestas terras há séculos. A população polaca da antiga Galicia ocupada pela Áustria e destas voivodias sofreram ataques de três linhas de frente: alemã, russa e ucraniana.
Em janeiro e fevereiro de 1944, as tropas soviéticas eram visitantes frequentes nestas áreas e isto foi relatado tanto por ucranianos como alemães. Huta Pieniacka já tinha sofrido vários ataques em 1943 e naquele início de 1944. Em 23 de fevereiro de 1944, uma patrulha formada por soldados da SS Galizien Divisão se aproximou da vila. Os polacos, muitos dos quais eram membros da Armia Krajowa, mataram duas pessoas e feriram outra da tropa invasora. Este incidente foi descrito no Diário da Divisão Halchyna e documentos encontrados nas fardas dos soldados mortos declararam que eles eram membros da Divisão SS Galizien, estacionados em Brody.
Funerais foram organizadas para os mortos. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1944, uma força mista de policiais e soldados ucranianos comandados pelos alemães sitiaram Pieniacka Huta. Apesar de terem sido alertados os polacos não tiveram tempo para preparar uma defesa ou para fugir. A localidade foi alvo de disparos da artilharia ucraniana comandada por um capitão alemão da SS. Depois dos disparos, lançaram granadas contra os civis, em sua maioria mulheres e crianças, que estavam reunidas na igreja. Ao tentarem escapar foram brutalmente assassinadas.
Segundo Bogusława Marcinkowska, historiadora de Cracóvia, os ucrainianos colocaram grávidas junto às paredes e abriram suas barrigas para retiram os fetos. Alguns moradores conseguiram fugir para Zloczów e outras cidades e nunca mais retornaram para suas casas. Depoimentos destes que fugiram, mas que presenciaram antes de escapar as atrocidades, contam que após cometerem os bárbaros crimes, os ucranianos se embebedaram, cantaram e dançaram a noite inteira. Para uma comissão, formada para investigar os crimes de guerra, estes sobreviventes contaram que os alemães não participaram da ação criminosa ucraniana.
Já o historiador ucraniano Vasyl Veryha afirma que baseado em documentos polacos alemães e soviéticos, Huta Pienacka foi um dos principais centros da "Armia Krajowa" e de guerilheiros soviéticos. O grupo de defensores da vila colaboravam com a Guarda do Povo Comunista. O 9º batalhão de guerrilheiros soviéticos denominado Chkalov e o grupo especial de Boris Krutikov estavam baseados na vila.  De acordo com Veryha, a população com mulheres e crianças incluídas era de aproximadamente 500 pessoas,  e o de guerrilheiros outros 500 moradores. 
Já o historiador russo Sergei Chuyev, diz que o polaco Kazimierz Wojciechowski trabalhou muito próximo a Armia Krajowa polaca e dos guerrilheiros soviéticos liderados por Boris Krutikov e Dmitri Medvedyev. Quando estes chegaram na vila, o assalto já tinha começado. A batalha teria continuado por algum tempo. Chuyev relatou que a ação dos policias ucranianos ao punir Wojciechowski desencadeadou uma luta feroz. 
Os ucranianos que atualmente protestam, alegam que os polacos erigiram este monumento aos mortos de Huta Pienacka sem a permissão do governo ucraniano e em total desrespeito a história e às leis do país. O parlamentar ucraniano Oleh Tyahnybok alega que o monumento é ilegal e que o cônsul polaco que foi considerado "persona non grata" desrespeitou a dignidade do povo ucraniano.
Em 28 de fevereiro de 2007, um novo monumento foi levantado em Huta Peniacka para homenagear os polacos massacrados em 1944. A delegação vinda da Polônia foi acompanhada pelo cônsul da Polônia, em Lwów, Marcin Zieniewicz, que naquela ocasião deixou bem claro que o monumento era para "marcar uma das páginas mais trágicas da história, mas não só do povo polaco, mas também dos ucranianos". Mas foi mal interpretado pelos políticos ucranianos.

 
A vila de Huta Pieniacka não existe mais. A maioria das casas foi queimada, tendo restado apenas uma escola e a igreja católica apostólica romana. Ambos edifícios foram demolidos após a guerra. Agora o local é apenas um campo de pastagem com este monumento da foto acima.