sexta-feira, 6 de março de 2009

A história de onde vivo

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
O Edifício Villa Rotunda do Przegorzaly, sob a forma de um meio-circulo com cúpula é um projeto do arquiteto Adolf Szyszko-Bohusz que o construiu entre os anos 1928-1929. Está localizado no alto do morro de calcário do Bosque (Las) Wolski, no bairro de Cracóvia, chamado Przegorzały.
Todo o bosque havia sido adquirido pelos Camaldulenses em 1604, quando eles edificaram na Colina da Prata, no então bairro de Bielany, um monastério e uma igreja, até hoje denominada Kamedłów. Estas terras foram doadas pelo magnata Mikołaj Wolski ao monge capelão Sebastian Lubomirski. Desde então os eremitas camaldulenses vivem na Polônia com a denominação em latim de "Congregatio Eremitarum Camaldulensium Montis Coronae", ou em idioma polaco, "Kongregacja Pustelników Kamedułów Góry Koronnej". No mosteiro de Bielany vivem 58 monges (censo de 2003) sendo 21 monges polacos (censo de 2006). O Mosteiro fica muito próximo da Baszta.

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim em 1916, Szyszko-Bohusz acabou comprando da Congregação Camaldulense da Ordem de São Bento cerca de 9 hectares desta colina. Ali construiu uma mansão denominada "Baszta" (torre de vigia).
No teto do salão principal colocou restos do teto da salão do Senado, do Castelo de Wawel. Szyszko-Bohusz foi o chefe-responsável pela restauração e reforma do Castelo de Wawel no início dos anos 20. No livro de memórias da família de 1934 são encontradas variedades de nomes para a mansão Baszta, como Mościcki e Raczkiewiczów.
Em 1939, com a invasão alemã, a mansão e todo o seu entorno, caiu nas mãos do chefe do distrito de Cracóvia, o nazista Dr. Otto von Wächter. Durante a ocupação nazista, os antigos proprietários foram forçados a deixar o lar.
Castelo do Przegorzały - Foto: ISPE UJ

Algum tempo mais tarde 1942-1943, foi construído ao lado da Baszta, um novo edifício que acabou por ser chamado de Castelo ou Belveder, ao qual os alemães deram o nome de Schloss Wartenberg. O edifício, cuja construção não foi concluída, era para ser um luxuoso "spa" para os pilotos da Luftwaffe. Mas já no final da segunda guerra servia como hospital. Os alemães não conseguiram ter tempo de executar o plano de instalar um elevador desde a base do morro, ao lado do rio Vístula até o alto do morro onde foi construído o hotel dos pilotos nazistas.
Panorama do rio Vístula desde o terraço do Castelo do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski

No final de 1945, a família Bohusz fez todos os esforços para recuperar sua propriedade, mas infelizmente sem resultado. Em 1952, já no período comunista, todo o complexo, Baszta, Castelo e Bosque foi entregue para o Instituto de Pesquisa Florestais do Ministério de Florestas.
Em 1973, com a decisão da Universidade Iaguielônia de Cracóvia de criar um Instituto de pesquisa sobre a etnia e a emigração polaca, no mês de julho, durante o Congresso sobre Origens Polaca, os participantes colocaram a pedra fundamental de criação do centro. Assim toda a área do Przegorzały foi cedida ao Instituto criado oficialmente em 1976, dentro da Faculdade de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade. Para os propósitos do Instituto, o castelo e a mansão eram insuficientes, assim que foi entregue aos arquitetos Tomasz Mankowski e Darius Kozlowski o trabalho de projetar um novo hotel ao lado das edificações existentes.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim, o Instituto de Estudos Polônicos e Étnicos ganhou o Edíficio Kazimierz Pułaski. O investimento, que contou com a ajuda da Kościuszko Foundation de Nova Iorque, finalmente foi concluído em 1991 para abrigar entre outros uma casa de estudantes, uma biblioteca, dois auditórios e salas de aula para o curso de idioma e cultura polaca.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Atualmente, o castelo sedia o Instituto de Estudos Europeus, e a "Baszta" e o hotel servem de moradia para estudantes estrangeiros,em sua maioria, e também como hospedaria para qualquer turista que se atreva a subir o morro do Bosque Wolski. Nos meses de verão costuma acontecer aqui vários congressos internacionais.
Bosque Wolski do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Abaixo dos edifícios, na encosta Leste, há uma reserva natural denominada Skałki Przegorzalskie. Estas pedras brancas são calcárias da era quaternária.
Colina de Calcário do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
P.S. Vivo aqui, neste lugar,  meus últimos dias dos quase sete anos de Cracóvia, um verdadeiro paraíso para estudar tranquilo e sereno.
E para relembrar a música tema do filme "Góra Przegorzały" que produzi em 2004, aqui estão a letra e a tradução da canção "Czy Pamiętasz jak to było", cantada por minha ídola, Edytta Geppert.
Czy pamiętasz jak to było
Piosenkarka: Edyta Geppert
autor słów utworu: Bogdan Olewicz 
kompozytor: Andrzej Rybiński 


Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy jeszcze bez wahania ludziom się wierzyło. 
Gdy świat bywał taki prosty, jak elementarze 
Gdy się w złoto obracało każde z naszych marzeń. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Gdy nas świt do snu prowadził w pościel bladosiwą. 
Gdy do szczęścia brakowało przyjaciół i wina 
Gdy świat się za oknem kończył tam, gdzie się zaczynał. 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy dzień był ja stulecie, a kalendarz chwila. 
Kiedy drzwi się wyważało otwarte na oścież 
Piękne słowa były chlebem, a dłoń każda mostem 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Gdyby można po cichutku, kiedy człowiek zaśnie 
Cofnąć życie tak jak zegar o lat kilkanaście... 

Tradução livre:
Você se lembra de como ele foi 
Canta: Edyta Geppert 
Letra: Bogdan Olewicz 
Melodia: Andrew Rybiński


Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando as pessoas ainda acreditavam sem hesitação. 
Quando o mundo, muitas vezes, era tão simples como a cartilha 
Quando o ouro se transformava em cada um dos nossos sonhos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando para nós a madrugada levava ao sonho em lençóis embraquiçados. 
Quando para a felicidade faltava amigos e vinho 
Quando o mundo após a janela se acabava ali onde começava. 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando o dia era um século, e o calendário era um momento. 
Quando as portas abertas se arrombavam de par em par 
Belas palavras foram o pão e cada mão uma ponte 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Caso se pudesse depois quietinho quando o homem sonha 
Atrasar a vida, como o relógio, algumas décadas ... 

Um comentário:

Anônimo disse...

Não poderia morar melhor, é um lugar muito bonito.