sexta-feira, 9 de abril de 2010

Putin reconhece Katyń

Memorial na floresta de Katyń

O todo poderoso primeiro-ministro russo Vladimir Putin inclinará a cabeça sobre os túmulos dos polacos assassinados em 1940 pelo NKVD. Pela primeira vez, o líder russo decidiu dar, no que classificou de primeiro passo, no reconhecimento da atrocidade. "É um gesto bonito, mas nós queremos que os russos revelem a verdade sobre o monstruoso crime contra a Polônia", dizem as famílias que tiveram seus filhos assassinados covardemente nas florestas da pequena Katyń.
Cerimônias comemorativas do brutal assassinato coletivo perpetrado pela NKVD, na primavera de 1940, dos oficiais polacos, policiais e funcionários estão sendo realizadas no Cemitério de Katyń. E pela primeira vez na história destas comemorações anuais, participará o chefe do governo russo: Putin, o ex-presidente, e ainda considerado o político mais poderoso da Rússia.
A iniciativa partiu dele, em fevereiro, quando telefonou para o primeiro-ministro polaco Donald Tusk e se ofereceu para uma participação conjunta na comemoração. Consta que ordenou pessoalmente a chamada dos arquivistas russos para se fazer uma pesquisa sobre aquela ação militar da II Guerra mundial.
Mais de 21 mil famílias de polacos tiveram seus entes mortos por ordem de Joseph Stalin, entre 3 de Abril a 12 de maio de 1940. oficialmente se fazem as comemorações da mortande em 13 de abril.

O cineasta Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida) teve seu pai, um oficial do exército polaco, assassinado em Katyń. Seu filme com este mesmo nome concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e apesar de uma obra prima, perdeu para um obscuro filme austríaco. Ano passado, o filme esteve em cartaz, nos cinemas brasileiros, mas teve poucos expectadores e pouca compreensão da imprensa, que não conseguiu identificar nem as qualidades do filme nem a importância histórica e política da obra para as relações geo-políticas internacionais. Claro, nem poderia, pois os olhos de boa parte desta imprensa está voltada para as cores das gravatas de Barak Obama do que Cannes, Berlim, Veneza, os maiores festivais de cinema do mundo. Para estes mesmos, Cannes é sinônimo apenas de gramour na Côte d'Azur. Ah! sim... Hollywood tem transmissão ao vivo pelas TVs abertas e pagas do Brasil. Como entender então a importância do que se passa na Europa?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Breslau nunca mais


A cidade polaca de Wrocław (pronuncia-se vrotssuaf) durante muito tempo esteve ocupada por potências estrangeiras (Boêmia, Prússia, Alemanha). Mas sempre foi território polaco. Finalmente com a sua quase destruíção em 1945, ela voltou a fazer parte da Polônia. Os saxônicos durante o período de invasão trocaram a grafia do nome da cidade para Breslau. Algum tempo atrás, a prefeitura da cidade encomendou ao historiador inglês, Norman Davies, um livro sobre a história da cidade. O Resultado é uma obra maravilhosa e esclarecedora. Davies é autor de outros livros sobre a Polônia e a segunda guerra mundial, como o Levante de 44 em Varsóvia.
Mas alguns historiadores, mais especificamente Lucy Dawidowicz e Abraham Brumberg, argumentam que o tratamento histórico de Davies sobre o Holocausto na Polônia ocupada pelos nazistas é no mínimo passível de controvérsia. Eles acusam Davies de minimizar o antissemitismo e de promover uma visão de que as contas do Holocausto na historiografia internacional ignora o sofrimento dos polacos não-judeus. Por sua vez, os apoiadores de Davies alegam que ele dá a devida atenção ao genocídio e aos crimes de guerra cometidos tanto por Hitler e Stalin contra os judeus polacos e aos polacos não-judeus. Davies argumenta que "os estudiosos do Holocausto não precisam ter receios de que a comparação racional possa ameaçar a exclusividade da tragédia como algo somente judeu. Muito pelo contrário. "... é preciso re-construir mentalmente a imagem mais completa, a fim de compreender a enormidade do verdadeiro cataclismo ocorrido na Polônia durante a II Guerra, e depois poder dizer com absoluta convicção: Never Again".
E pode-se completar: Breslau nunca mais... o nome é polaco e se escreve, Wrocław!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cracóvia, amante ciumenta

Foto: Pawel Ulatowski

Dia a dia aumenta o número de estrangeiros que escolhem viver em Cracóvia. O tempo dos estudantes estrangeiros descendentes de imigrantes polacos vai ficando no passado. A cidade de agora tem recebido uma quantidade enorme de estrangeiros trabalhadores, sem nenhum vínculo com a Polônia. Vieram para cá, como poderiam ter ido para Berlim, Praga ou Budapeste. Muitos ainda nem sabem onde fica no mapa do mundo, a Polônia. Sabem se comunicar num inglês "macarrônico" e olhe lá. Do idioma polaco não sabem pronunciar nem escrever: "dzień dobry". Outros escolheram Cracóvia, porque ouviram falar, que aqui estão as moças mais belas e delicadas da Europa.
Mas também é claro, que estão se instalando estrangeiros, que optaram viver em Cracóvia pelo o que ela é… um centro histórico e cultural inigualável. Como é o caso do ator, escritor, jornalista e professor de Inglês, John Marshall. O inglês teve um artigo publicado no jornal Gazeta Wyborcza, onde expressa seu sentimento em relação a cidade, aos moradores e como veio parar aqui.

"Minha história sobre Cracóvia começou há cinco anos na Inglaterra, quando dois estudantes de Poznan convidaram-me a conhecer a Polônia. Embarquei no avião e ... logo me fixei aqui. Antes de tudo fiquei, porque sou professor de Inglês e escritor. Além disso, estou entre as três categorias comuns de estrangeiros: professor de Inglês, escritor/artista/músico e empresário (e homem, isto porque a falta de mulher estrangeira fazendo negócios em Cracóvia é incrível!)."

E Marshall segue em seu relato contando suas experiências e impressões:

"Embora os dois países tenham religiões diferentes e estejam separados por milhares de quilômetros, polacos e ingleses são muito semelhantes entre si: são bravos, fortes e independentes, além de manterem uma saudável desconfiança das autoridades. Ao longo dos últimos anos, na Grã-Bretanha, os polacos encontraram seu lugar entre centenas de milhares de estrangeiros e imediatamente passaram a ser reconhecidos como pessoas que prezam a família, trabalhadores, dedicados a religião. Na verdade, quando os polacos começaram a frequentar Missas e se confessarem, muitas igrejas católicas no Reino Unido verificaram um inédito crescimento de fiéis, algo que não acontecia nessas igrejas, desde os dias, em que Charles Dickens ainda era um menino."

O jornalista inglês fala agora do exotismo encontrado em Cracôvia pelo turista desavisado:

"Para ingênuos recém-chegados de outro país, a Polônia parece ser um país exótico, lindo e cheio de pessoas também exóticas, mas interessantes. Mas com o tempo começa a notar que os nativos, por vezes, têm costumes diferentes dos deles. Por exemplo, os britânicos discretamente fazem filas nos pontos de ônibus, nos caixas, etc. Estão sempre em silêncio, humildemente, nas lojas ou nos pontos de ônibus. Consideram este costume uma forma eficiente, sem stress e equitativa para sobreviver. Em Cracóvia, ao contrário, um estrangeiro ingênuo tem que aprender a perdoar, ceder seu lugar, especialmente quando passar um determinado grupo de senhoras idosas. Esta falta de ordem nas filas, embora frustrante para um estrangeiro, provavelmente é compreensível: antigamente, na época do comunismo, o estado das filas nas lojas, por horas, ou dias, eram desesperadores. Esperavam tanto, para eventualmente ver as prateleiras vazias. Essa ojeriza a filas deve ter passado, ao longo das gerações, pelos genes dos polacos."

Agora, o inglês fala da hospitalidade polaca:

"Os moradores de Cracóvia, por vezes, parecem frios aos recém-chegados, não sorriem na rua, reservando-se ao calor e a abertura das portas das casas de suas família apenas para os amigos. Sim, é verdade, que os polacos, são conhecidos pela sua grande hospitalidade com aqueles a quem chamam de amigos. Mas oito em dez estrangeiros concordam que a promoção de "conhecido" comum para o status de "amigo" leva um tempo maior do que em muitos outros países." (Aqui, discordo quando Marshall diz que os polacos não sorriem nas ruas. Foi o sorriso das polaquinhas na praça central de Cracóvia - Rynek - que me fez trocar o bom emprego na Holanda, pela vida de estudante bolsista na Polônia. Mas tenho que concordar com a promoção do conhecido para amigo. Aliás, a mesma mal interpretada característica dos Curitibanos, de serem gente difícil de fazer amizade. Creio que os curitibanos herdaram esta característica dos imigrantes polacos. Na verdade, ambos, não são de poucos amigos, mas sim desconfiados. E os polacos, com tantas invasões que sofreram através dos séculos têm incorporado em seus genes esta característica).

Para finalizar, o inglês John Marshall fala do "buraco negro" que Cracóvia aparenta ser para aqueles que chegaram aqui sem ligações amorosas com um nativo, ou nativa:

"Embora às vezes possa parecer claustrofóbica, Cracóvia, lentamente inspira o amor dos estrangeiros e sua fidelidade. Eu sou um dos que me incluem nessa categoria. Naturalmente, muitos de nós estrangeiros chegamos aqui por causa do amor. Casamentos multiculturais são cada vez mais comuns e assim começa uma nova era para as próximas gerações de polacos. E evidentemente, os polacos não fazem piada sobre a "teoria do buraco negro de Cracóvia": alguns daqueles que vêm para esta cidade, viajaram para aqui sem pensar e pesar muito. Na Europa, existem belas cidades, como Praga, Viena ou Paris. Mas Cracóvia, tem algo que nenhuma outra tem. Cracóvia envolve e se envolve em torno de você todos os dias, anos, mais e mais como uma amante pequena, mas sensível e certamente uma ciumenta amante."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Festival de Mazurca em Varsóvia

Michał Urbaniak - Foto: Mikołaj Kuras

Em Varsóvia, começa hoje, o festival "Todas as Mazurkas do Mundo". O festival prossegue até o sábado, 10 de Abril, com uma dúzia de artistas mundialmente famosos. Entre astros de vários gêneros musicais, estarão se apresentando virtuosos como o jazzman - Michał Urbaniak, o excelente pianista Janusz Olejniczak e as bandas tocando música folclóricas tradicionais, tanto da Polônia, como da Suécia, França e Portugal. Além de shows - no Museu Etnográfico Nacional, estarão acontecendo oficinas de dança, onde se poderá aprender a dançar mazurkas e a tocar mazurcas no violino e em tambores de percussão.
A festa musical se inicia ao meio-dia de hoje com o concerto ao ar livre de no Bosque de Bielanski, e nas áreas ao redor da Igreja de Pokamedulskiego. Seguir[a com Janusz Trio Prusinowskiego, Magdalena Wojciechowska e Michał Zak, além das performances de mazurcas. Os concertos acontecem todos os dias na Praça Skwerze (filial da Fabryki Trzciny, na rua Krakowski Przedmieściu, 60 e na Centralnej Bibliotece Rolniczej na rua Krakowski Przedmieściu 66).

Detalhes da festa: www.festivalmazurki.pl

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Desejos de Feliz Páscoa


"Wesołych świąt
Życzenia wielkanocne
Z okazji zbliżających się Świąt Wielkanocnych
życzymy Państwu
wiosny w sercu i pogody ducha!
Niech czas świąteczny przyniesie radość, pokój oraz wzajemną życzliwość."

życzy

Ulisses (Jarosiński) Iarochinski

quarta-feira, 31 de março de 2010

Onde anda Alicja Janosz?


Será que o público alinda se lembra de Alicja Janosz? Ela apareceu no programa "Idol", transmitido na Polônia pela TV Polsat. Vencedora do programa de novos talentos da música, logo gravou um álbum e depois desapareceu do show business.
Dia desses Ala foi convidada do programa "Pytanie na śniadanie", na Polsat. Contou que o desaparecimento não é de todo verdade, afinal acabou de gravar um CD com a banda deWroclaw Hoodoo Band. Sua música é uma mistura de R'n'B, funk e jazz. Segundo as fofocas Aicja está envolvida amorosamente com o baterista da banda, Bartosz Niebielecki.


Assista a Banda Hoodoo com Alicja:

terça-feira, 30 de março de 2010

Hitler, uma gracinha de criança

A professora doutora Regina Przybycien, da Universidade Federal do Paraná, vem há cerca de 4 anos ministrando aulas de literatura brasileira na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Iaguielônia de Cracóvia. A professora passa seis meses na Polônia e os demais em Curitiba orientando mestrandos e doutorandos.
Apesar da intensa atividade ainda encontra tempo para traduções de obras importantes polacas para o português. Já participou de algumas publicações fazendo o que mais gosta: poesia.
É de Przybycien a tradução do poema abaixo da poeta cracoviana e Prêmio Nobel de Literatura, Wisława Szymborska. A poeta polaca estava lá quando as tropas nazistas invadiram seu país.


Primeira foto de Hitler

E quem é essa gracinha de tip-top?
É o Adolfinho, filho do casal Hitler!
Será que vai se tornar um doutor em direito?
Ou um tenor da ópera de Viena?
De quem é essa mãozinha, essa orelhinha, esse olhinho, esse narizinho?
De quem essa barriguinha cheia de leite, ainda não sabemos:
de um tipógrafo, padre, médico, mercador?
Quais caminhos percorrerão estas pernocas, quais?
Irão para o jardinzinho, a escola, o escritório, o casório
com a filha do burgomestre?

Anjinho, pimpolho, docinho de coco, raiozinho de sol,
quando chegou ao mundo um ano atrás,
não faltaram sinais na terra nem no céu:
gerânios na janela, um sol primaveril,
a música de um realejo no portão,
votos de bom augúrio envoltos em papel crepom rosa.
Pouco antes do parto, o sonho profético da mãe:
sonhar com uma pomba - sinal de boas novas,
se for pega - vem uma visita muito esperada.
Toc, toc, quem é, é o coraçãozinho do Adolfinho que bate.

Fralda, babador, chupeta, chocalho,
O menino, com a graça de Deus e bate na madeira, é sadio.
parecido com os pais, com um gatinho na cestinha,
com os bebês de todos os outros álbuns de família.
Não, não vai chorar agora,
o fotógrafo atrás do pano preto vai fazer um clique.

Ateliê Klinger, Grabenstrasse Braunau.
E Braunau é uma cidade pequena, mas respeitada,
firmas sólidas, vizinhos honestos,
cheiro de massa de pão e de sabão cinzento.
Não se ouve o ladrar dos cães nem os passos do destino.
Um professor de história afrouxa o colarinho
e boceja sobre os cadernos.



Pierwsza fotografia Hitlera

A któż to jest ten dzidziuś w kaftaniku?
Toż to mały Adolfek, syn państwa Hitlerów!
Może wyrośnie na doktora praw?
Albo będzie tenorem w operze wiedeńskiej?
Czyja ta rączka, czyja, uszko, oczko, nosek?
Czyj brzuszek pełen mleka, nie wiadomo jeszcze:
drukarza, konsyliarza, kupca, księdza?
Dokąd te śmieszne nóżki zawędrują, dokąd?
Do ogródka, do szkoły, do biura, na ślub
może z córką burmistrza?

Bobo, aniołek, kruszyna, promyczek,
kiedy rok temu przychodził na świat,
nie brakło znaków na niebie i ziemi:
wiosenne słońce, w oknach pelargonie,
muzyka katarynki na podwórku,
pomyślna wróżba w bibułce różowej,
tuż przed porodem proroczy sen matki:
gołąbka we śnie widzieć - radosna nowina,
tegoż schwytać - przybędzie gość długo czekany.
Puk, puk, kto tam, to stuka serduszko Adolfka.

Smoczek, pieluszka, śliniaczek, grzechotka,
chłopczyna, chwalić Boga i odpukać, zdrów,
podobny do rodziców, do kotka w koszyku,
do dzieci z wszystkich innych rodzinnych albumów.
No, nie będziemy chyba teraz płakać,
pan fotograf pod czarną płachtą zrobi pstryk.

Atelier Klinger, Grabenstrasse Braunau,
a Braunau to niewielkie, ale godne miasto,
solidne firmy, poczciwi sąsiedzi,
woń ciasta drożdżowego i szarego mydła.
Nie słychać wycia psów i kroków przeznaczenia.
Nauczyciel historii rozluźnia kołnierzyk
i ziewa nad zeszytami.


Wisława Szymborska
Tradução de Regina Przybycien

segunda-feira, 29 de março de 2010

Kubica, a surpresa de Melbourne

Foto: Mark Baker

A imprensa, TV, rádio e Internet começaram a segunda-feira, na Polônia só falando com magnífico, santo e milagroso Robert Kubica (pronuncia-se Cutssa - atenção Seo Galvão Bueno, a sílaba forte é a BI e não a CU... a maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto....).
Não é para menos, com tantos campeões mundiais, pose-positions e até Schumacher (não se pronuncia chumaquer, schumarrer) na pista, quem iria apostar no polaco com uma desacreditada Renault?
Pois é, o cracoviano Kubica na mais espetacular prova de Fórmula 1, desde a morte de Airton Senna da Silva e as aposentadorias de Alain Prost, Nigel Mansel e do também tricampeão Nelson Piquet de Souto Maior (pai), foi a maior surpresa e até para Leme.

Já a imprensa francesa escreveu: "Magnifique, Fantastique, Kubica"

sábado, 27 de março de 2010

A maior paixão de Cristo é na Polônia

Quadro de Kalwaria Zebrzydowska de séculos atrás, do artista Rydolf Alt

Dias atrás, uma televisão brasileira mostrou uma reportagem sobre representação da Paixão de Cristo. A repórter afirmou que a gradiosidade da representação teatral dos últimos dias de Jesus Cristo, mais antiga e monumental acontece numa pequena cidade da Alemanha. Depois mostrou Nova Jerusalém, no agreste pernambucano, como a maior representação da Paixão em todo o mundo.
Erraram duas vezes, a TV e a repórter. E tudo por ignorância, ou para atender algum apelo promocional, seja alemão (O papa atual nasceu na Alemanha), ou pelos atores globais que participam da representação em Pernambuco.
Na verdade, a mais antiga, longa e ocupando a maior área de representação, acontece na Polônia, mais precisamente em Kalwaria Zebrzydowska (pronuncia-se calvária jebjidóvsca), distante 20 km de Cracóvia.
Foi ali, que o menino Karol Wojtyła foi despertado para sua vocação sacerdotal, por exemplo. Junto com os pais, o "futuro" papa de "uno paese lontano" acompanhava todos os anos a representação da Paixão, na cidade, distante 40 km, da sua terra natal, Wadowice.
Este ano, como em todos os anteriores, por quase meio milênio, a pequena Kalwaria vai ser pequena para abrigar tantos peregrinos, fiéis e turistas, em mais de uma semana de representação da Paixão.
Nesta sexta-feira, cerca de 300, destas milhares de pessoas, sairam da igreja de São José, em Cracóvia, em direção a Kalwaria Zebrzydowska.
Os andarilhos peregrinos, equipados com uma lanterna, luzes de refletor e bastões para caminhadas em montanhas, marcharam durante toda a noit,e em grupos de dez pessoas, pelas pequenas colinas do trajeto entre as duas cidades. Mas não só de Cracóvia estão partindo andarilhos. Também partiram outros fiéis, das localidades de Tyniec, Skawina, Radziszów, Chożyny, Podolany e Leńcze, nos arredores de Cracóvia.
O primeiro grupo de peregrinos a chegar a Kalwaria, na manhã deste sábado, foi o organizado pela Associação de Peregrinos Andarilhos "Primavera".
Outros grupos de localidades mais distantes, como Częstochowa, Varsóvia e Gdańsk estarão chegando durante o dia. Muitos saíram de suas casas há mais de uma semana, já que fizeram também o percurso à pé, e Suwalki, por exemplo, está distante de Kalwaria mais de 700 km.
A representação da Paixão acontece nesta cidade de pouco mais de 4 mil habitantes em volta da Basílica Matky Boskiej Anielskiej e outras 42 capelas e igrejas utilizadas para o percurso de Jesus Cristo, desde o local da sua condenação, até o Monte Calvário. Os percursos da Paixão são divididos em 28 estações de Cristo e 24 estações de Maria.
O chefe da voivodia (Estado) de Cracóvia, Mikołaj Zebrzydowski depois de ter fundado a pequena cidade, em 1602, começou a representação da Paixão de Cristo, em 1617. Como Papa, João Paulo II visitou duas vezes Kalwaria, nestas ocasiões pronunciou as seguintes frases sobre o local. Disse ele em 7 de junho de 1979:

"Kalwaria ma w sobie coś takiego, że człowieka wciąga. Co się do tego przyczynia?
Może i to naturalne piękno krajobrazu, który się stąd roztacza u progu polskich Beskidów..."
(Calvária tem algo sobre ela que atrai o homem. O que contribui para isso? Talvez seja a beleza natural da paisagem, que está se oferecendo aqui no começo das montanhas polacas Beskydy...)

Em 19 de agosto de 2002:
„Przybywam dziś do tego Sanktuarium jako pielgrzym, tak jak przychodziłem tu jako dziecko i w wieku młodzieńczym. Staję przed obliczem kalwaryjskiej Madonny, jak wówczas, gdy przyjeżdżałem tu jako biskup z Krakowa, aby zawierzać Jej sprawy archidiecezji i tych, których Bóg powierzył mojej pasterskiej pieczy. Przychodzę tu i jak wtedy mówię: Witaj! Witaj, Królowo, Matko Miłosierdzia!" (Hoje, venho a este santuário como um peregrino, como vim aqui quando era uma criança e adolescente. Estou diante da face da Madona de Calvária, como quando vim aqui como bispo de Cracóvia, quando confiei os assuntos da Arquidiocese e agora isto, como aqueles assuntos que Deus confiou aos meus cuidados pastorais. Eu venho aqui e assim eu digo: Bem-vindo! Salve Rainha, Mãe de Misericórdia!)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Recordar é Saga

Ulisses Iarochinski, na praça do Rosário, para a Telewizja Polska, 2001

Logo após o lançamento de meu livro "Saga dos Polacos - a Polônia e seus emigrantes no Brasil", uma equipe da TVP-Telewizja Polska foi a Curitiba gravar um programa especial comigo. Deram título do meu livro para o nome do programa. Meses depois, o programa foi ao ar pela TVP canal 2. Ano mais tarde foi repetido na TVP canal 1. Passaram-se alguns anos e aquele programa mostrando além do meu livro, a diversidade étnica cultural de Curitiba foi ao ar mais duas vezes, uma na TV Polonia Internacional e na TV Kultura (mais recentemente).
Dias atrás um dos integrantes daquela equipe, o jornalista Krzysztof Kępa, reencontrou-me através da Internet. Restabelecemos o contato perdido há nove anos. Krzysiu enviou-me uma série de fotos. Algumas delas coloco abaixo para apreciação dos leitores deste blog.

Com o cinegrafista Artur da TVP, no lago do Parque Tanguá, em Curitiba

Sendo gravado por duas TVs, a TVP da Polônia e a TV Bandeirantes de Curitiba.
Pode-se ver ao fundo o Krzysztof e o Artur.

Entrevistando o diretor do programa Stanisław Wolny para a TV Bandeirantes, sob os olhares da estátua do Semeador, na Praça Eufrazio Correia, em Curitiba

Sendo entrevistado por Wolny para a Telewizja Polska, na Praça Osório

Concerto maravilhoso em Curitiba


Adam Makowicz


Krzysztof Jablonski

Cudowny, wspanialy... palavras polacas para expressar o que de miraculoso e maravilhoso foi o concerto em dose dupla, na noite desta quinta-feira, no Teatro Guairão, em Curitiba.
Adam e Krzysztof foram além da emoção, da técnica e da perfeição. Poucas vezes, ou nunca... Curitiba ouviu Chopin...ou mesmo dois "alquebrados" pianos tanta maravilha. Muita gente, com sangue polaco correndo nas veias, saiu do "espatáculo" com tanto orgulho de suas origens vistulanas, odranianas, wartanianas.
Bardzo dziekuje Adasiu i Krzysiu!!!

Mais de duas mil pessoas tiveram o previlégio de assistirem gratuitamente o concerto. Aqueles que se atrasaram, ou deixam tudo para última hora perderam talvez a maior emoção de 2010 em suas vidas.


Como a TV curitibana não tomou conhecimento do concerto vai aí uma amostra da genealidade de um dos polacos presente no youtube:

quinta-feira, 25 de março de 2010

Chopin Dose dupla no Guairão

Com lotação esgotada desde semana passada, apresentam-se nesta quinta-feira, no Guairão, em Curitiba, dois dos maiores pianistas polacos da atualidade.
Adam Makowicz é considerado um dos 5 mais importantes pianistas de jazz do mundo e Krzysztof Jablonski (pronuncia-se kjichtóf iabuonhsqui) tem levantado platéias na Europa pelo seu virtuosismo. Ganhador de vários prêmios internacionais, Krzysztof se uniu a Adam para juntos dividirem o mesmo palco e interpretarem composições de Fryderyk Chopin.
Mesmo com a concorrência do mais importante festival de teatro da América Latina, os mais de 2 mil lugares do Teatro Guaíra, assistiram um concerto raro: dois pianistas tocando juntos, um no estilo clássico e outro no estilo jazzístico.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Atriz polaca bate record no teatro

Foto de Jacek Łagowski

40 papéis num único espetáculo é provavelmente um recorde mundial. A responsável pelo feito é atriz polaca Katarzyna Kwiatkowska. O resultado de seus esforços pode ser visto em "Wielki apetyt" (Grande apetite) no teatro Studio Buffo, de Varsóvia, a partir de amanhã.
Está na moda em Varsóvia recrutar pessoas para trabalhar no teatro, rostos conhecidos da televisão. O polêmico apresentado de "talk show", Kuba Wojewódzki, por exemplo, pode ser visto em "Zagraj to jeszcze raz, Sam", no Teatr 6.
A qualidade teatral com isto não é o que se pode chamar de excelência, mas tem atraído multidões.
A recordista Katarzyna Kwiatkowska, embora tenha se formado na Academia de Teatro de Varsóvia, é mais conhecida pelo quadro "mulheres famosas" do programa "Szymon Majewski Show", onde participa ao lado de nomes como Doda, Krystyna Janda e Katrazyna Cichopek.
A apresentação de "Grande apetite", é um marco teatral sem dúvida. Entre os tantos personagens, ela interpretará Ásia, atriz desempregada que foi abordada no restaurante e faz reservas por telefone. O restaurante está na moda e ela é cercada por pessoas que tentam conseguir uma mesa e para isso usam até de ameaças. Mas ela fará o papel tambpem do colérico patrão, do chefe, de um francês, da esposa de um colega de trabalho, do pai do personagem principal, de uma assistente da cantora Edyta Gorniak, do secretário de sheik árabe, um japonês e até de Jolanta Kwaśniewska (esposa do ex-presidente da República, Aleksander Kwaśniewski).

segunda-feira, 22 de março de 2010

Exposição sobre Polański


O Museu de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji) reuniu uma impressionante coleção de cartazes de filmes de Roman Polański, entre eles muitos, desenhados por famosos artistas de vários países.
Os cartazes, fotos, e filmes do cineasta polaco, que continua em prisão domiciliar na Suíça, estão numa exposição itinerante que foi aberta ano passado e chegou na Alemanha este mês. Começou em Gdynia de 14 a 27 de Setembro, depois esteve em Łódź de 8 de Outubro de 2009 a 5 de fevereiro de 2010; em Leipzig de 14 a 28 de outubro; em Halle de 29 de Outubro a 18 Novembro; em Leipzig e Halle, a exposição aconteceu durante o festival de cinema polaco "filmPOLSKA", realizado naquelas cidades alemãs; e desde 27 de maio, está no Museu de Cinema de Düsseldorf. Nesta cidade a exposição permanece até 20 de maio de 2010).
Na exposição é possível ver o jovem Romam em fotos e filme do diretor Andrzej Wajda de 1954. No filme do mestre ele é ator e faz o papel de Mundek.


Romam como Mundek, ao centro
Pokolenia - (1954)

Diretor: Andrzej Wajda
Roteiro: Bohdan Czeszko
Fotografia: Jerzy Lipman
Cenários: Roman Mann
Música: Andrzej Markowski
Elenco: Tadeusz Łomnicki, Urszula Modrzyńska, Tadeusz Janczar, Roman Polański (Mundek), Ludwik Benoit, Zofia Czerwińska , Zbigniew Cybulski, Tadeusz Fijewski, Hanna Skarżanka, Kazimierz Wichniarz, Wiesław Gołas, Kazimierz Kutz, Jan Machulski, Franciszek Pieczka.

Nasce o diretor
Seu primeiro filme ainda em 1957 já revelava o gênio do cinema polaco e um dos maiores da história do cinema mundial.

Rozbijemy zabawę - (1957)

Diretor: Roman Polański
Roteiro: Roman Polański
Fotografia: Marek Nowicki, Andrzej Galiński
Música: Krzysztof Komeda
Montagem: Halina Prugar, Janina Niedźwiecka
Diretor de produção: Maciej Żuralski
Produção: PWSF

P.S. Quem sabe a exposição não possa vir ao Brasil. Os quatro Estados do Sul a receberiam muito bem, nas comemorações dos 90 anos de estabelecimento de relações diplomáticas Brasil- Polônia.

sábado, 20 de março de 2010

Batalha pelo Hotel Forum de Cracóvia

Foto: Michał Łepecki


Os arquitetos estão procurando uma maneira de proteger o edifício do Hotel Forum de Cracóvia da demolição. Embora tenha sido um erro construí-lo do outro lado do rio Vístula e praticamente de frente para a colina de Wawel, onde estão o Castelo Real e a Catedral Metropolitana da cidade, o prédio do hotel é representante da arquitetura moderna da cidade. Membros da Comissão Municipal de Arquitetura Urbana estão decididos a respeitar a opinião dos arquitetos que não desejam a demolição do prédio condenado.
O Hotel Forum permanece como um resto modernista do comunismo russo no setor histórico de Cracóvia. Concluído em 1998, o hotel tem 280 quartos distribuídos por seis andares. As formas angulares parecem derivar da curva do rio Vístula, com janelas em ângulo para o sol. Cada andar possui um ângulo de inclinação que os afasta do rio, permitindo assim um sombreamento em relação ao Sul. O prédio passa por um processo de deterioração desde que foi fechado por problemas estruturais.


Este é o primeiro caso em Cracóvia, onde os planejadores, com base nos instrumentos de direito local, a fim de proteger a instalação, consideraram um exemplo magnífico da arquitetura contemporânea da cidade. Cidade esta tombada pelo patrimônio histórico mundial, pelo conjunto arquitetônico de seu centro medieval.
Segundo alguns especialistas é importante mudar a consciência dos moradores da região de Cracóvia, que em sua maioria desanconselham a construção de edificações modernistas, ou contemporâneas no entorno e dentro do patrimônio mundial. Ninguém na cidade quer que aconteça o que ocorre em Varsóvia, há alguns anos, com a construção de arranha-céus futuristas. O que significa dizer que, a capital polaca mais parece com Dubai, a nova Xangai, ou o Catar.
Mas a filial local da Associação dos Arquitetos Polacos está trabalhando na criação de uma arquitetura contemporânea na região da Małopolska e que também precisa ser protegida, pois não se vive permanentemente no passado.

Foto: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 19 de março de 2010

Abertura do Ano Chopin para gaúchos


Foto: Cristine Rochol

Em Porto Alegre, o StudioClio – Instituto de Arte e Humanismo, com o apoio do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, acontece neste 19 de março a abertura do Ano Chopin 2010, no Estado do Rio Grande do Sul.
O recital inaugural é com a consagrada pianista brasileira Olinda Allessandrini. No programa da pianista, serão apresentadas algumas das mais célebres páginas de Chopin, como a Balada nº1, a Fantasia-Improviso, a Polonaise “Heróica”, o Estudo “Revolucionário”, o 2º Scherzo, além de uma seleção de prelúdios, mazurkas, valsas e noturnos. O programa forma contrastes que alternam lirismo e drama, momentos de virtuosidade e melodias inesquecíveis.
Nascida em Caxias do Sul, Olinda Allessandrini é uma destacada pianista, professora e pesquisadora musical. Graduou-se em piano na Universidade de Caxias do Sul, e mais tarde aperfeiçoou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obtendo medalha de ouro em virtuosidade. Seu repertório vai do barroco aos contemporâneos internacionais, mas tem especial dedicação à música brasileira e gaúcha.
Atua tanto como solista como com grupos, tendo realizado diversas viagens pela América do Norte e Europa. Na Alemanha participou do seminário internacional Fronteiras Culturais (Berlim, 2004), do festival Brasilianische Impressionen (Berlim, 2005) e do Festival de Piano de Heidelberg (2006), além de ser presença assídua em recitais e concertos no seu estado natal e em outras partes do Brasil.
Obteve prêmios em concursos de piano e hoje é convidada para integrar bancas acadêmicas e ser jurada em concursos de música. Entre os prêmios conquistados pela solista destacam-se três prêmios Açorianos por contribuições várias à música brasileira. Com Hella Frank (violino) e Inge Volkmann (violoncelo) formou o Trio Elas por Elas, dedicado à música de compositoras.
Olinda tem diversos CDs gravados, é professora requisitada, foi colaboradora dos jornais NH, ABC e Zero Hora, e escreveu capítulos para os livros Pampa e Cultura, A face oculta da criação e O piano na música brasileira. Durante quatro anos apresentou o programa semanal Panorama da Música do Brasil e das Américas, na Rádio da UFRGS. Na sua discografia estão obras de Villa Lobos, Radamés Gnattali e Araújo Vianna, além de vários outros, e gravações como solista convidada de importantes orquestras.
Promovida pelo StudioClio em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura – PMPA, a série Orfeão é um programa de concertos que valoriza músicos e músicas de Porto Alegre, com repertórios locais e internacionais. Os concertos primam pela exposição e compreensão da linguagem musical, com diversos recursos didáticos. Este concerto possui também o apoio do Consulado da República da Polônia em Curitiba.

Programa
I PARTE
Seleção de Prelúdios, op. 28
Nº 4, em mi menor
Nº 8, em fa sustenido menor
Nº 13, em fa sustenido maior
Nº 12, em sol sustenido menor
Nº 24, em re menor
Scherzo nº 2, em si bemol menor, op. 31
Balada nº 1, em sol menor, op. 23
Noturno em do menor, op. 48 nº 1
Dois Estudos:
op. 25 nº 1, em la bemol maior, ” da Harpa ”
op. 10 nº 12, em do menor, ” Revolucionário ”
II PARTE
Duas Mazurkas:
op. 17 nº 4, em la menor
op. 7 nº 1, em si bemol maior
Fantasia – Improviso, op. 66, em do sustenido menor
Valsa Póstuma, em mi menor
Polonaise em la bemol maior, op. 53, ” Heróica ”

quarta-feira, 17 de março de 2010

Cardeal Dziwisz repreende Padre Natanek


O Cardeal metropolitano de Cracóvia, Stanisław Dziwisz repreendeu o padre de extrema-dieita e ultranacionalista, Piotr Natanek. Famoso por seus rompantes discursos no púlpito das igrejas e nos microfones da Rádio Maria. Natanek prega a conversão dos judeus e por exigir do governo polaco que reconheça Jesus Cristo como Rei da Polônia.
Natanek, por sua posição ultraconservadora tem sido convidado para celebrar missas e dar palestras no exterior. Já esteve na Inglaterra e Estados Unidos pregando o fim dos símbolos maçônicos, a conversão dos judeus ao Cristianismo e que todas as posses de presidente, primeiro-ministro, presidentes do senado e da câmara sejam feitas diante de um monumento de Jesus Cristo, a ser construído em Varsóvia.
A Cúria de Cracóvia Curia, ano passado criou uma comissão teológica para examinar se a tese proclamada pelo padre Natanek são coerentes com os ensinamentos da Igreja. Descobriu-se que não. Mas nenhuma atitude foi tomada. Agora diante da quantidade de emails e cartas que o Cardeal Dziwisz tem recebido, o ex-secretário particular do Papa João Paulo II resolveu se manifestar e censurando as palavras, ações e discursos do padre da pequena cidade de Grzechyn próxima a Maków Podhalański.

terça-feira, 16 de março de 2010

Guetto de Lublin colorizado

Fot. M. Kirnberger/DHM, BERLIN

A foto colorizada do guetto de Lublin, mostra a Ulica Szeroka (rua Larga), que atualmente ainda existe naquela cidade do Leste da Polônia.

Há 68 anos o guetto de Lublin foi liquidado. A comemoração acontece nesta terça-feira no Centro Cultural Brama Grodzka Teatr NN. E o ponto principal ponto das comemorações este ano é o lançamento do álbum de fotos coloridas tiradas do gueto de Lublin, durante a II Guerra Mundial. Seu autor é Max Kirnberger soldado da Wehrmacht, que as fez enquanto andava pelas ruas do gueto. Tirou fotos das pessoas, dał vida diária daqueles prisioneiros.
Max possui um conjunto de fotografias que agora fazem parte do acervo do Kirnberger Deutsches Historisches Museum, em Berlim.
O Teatro NN selecionou algumas destas fotos e as publicou em seu site, e agora publica as reproduções num álbum impresso.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Chopin em dose dupla em Curitiba


Em comemoração aos 200 anos do nascimento de Fryderyk Chopin

Adam Makowicz e Krzysztof Jabłoński
Dia 25 de março de 2010 às 20h00 - Guairão

Entrada franca, os ingressos estão a disposição no link do teatro:

Ouça uma das interpretações clicando aqui

Programa do concerto Chopin em Dose Dupla

- Prelude Op. 28 No. 24- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude Op. 28 No. 24- (Adam Makowicz)
- Prelude E minor Op. 28 No. 4- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude E minor Op. 28 No. 4- (Adam Makowicz)
- Prelude G major Op. 28 No. 3- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude G major Op. 28 No. 3- (Adam Makowicz)
- Ballada G minor Op. 23- (Krzysztof Jabłoński)
- Ballada G minor Op. 23- (Adam Makowicz)
- Prelude A flat major Op. 28 No. 17- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude A flat major Op. 28 No. 17- (Adam Makowicz)
- Latino No. 2 for two pianos- (Juntos)

Intervalo

- Scherzo B flat minor Op. 31- (Krzysztof Jabłoński)
- Polonaise A flat major Op. 53- (Krzysztof Jabłoński)
- Living High in Manhattan- (Adam Makowicz)
- Sunset over the Hudson- (Adam Makowicz)
- Interface- ((Adam Makowicz)
- Prelude A major Op. 28 No. 7- (Krzysztof Jabłoński)
- Prelude A major Op. 28 No. 7- (Adam Makowicz)
- Mazurka Op. 17 No. 4 for two pianos- (Juntos)


Adam Makowicz
Makowicz nasceu na Silésia tcheca, filho de pais polacos. Mas 1946, a família fixou-se na Polônia. No início, estudou com sua mãe pianista e cantora e depois nas escolas de Rybnik, Katowice e Cracóvia. Aos 15 anos já demonstrava fascínio pelo jazz, mas na Polônia comunista, o jazz era proibido. Adam estava cada vez mais impressionado a liberdade e a improvisação do ritmo afro-americano. Aos 18 anos abandonou a escola, a família e seguiu o caminho do jazz. Naquela época, frequentava o lendário Jazz Klub Helicon, em Cracóvia. Junto com Tomasz Stańko criou o "Jazz Daring's", primeiro duo de jazz na Europa. Em 1977, por recomendação de Benny Goodman e de Willis Conover fez uma turnê de 10 semanas nos Estados Unidos, onde gravou seu primeiro álbum solo: "Adam" pela CBS Columbia.
No ano seguinte, voltou aos Estados Unidos e tocou nos mais importantes festivais e clubes como Greenwich Village Cookery Club e Newport Jazz Festival de Rhode Island. Sua primeira apresentação no Carnegie Hall foi no concerto em memória de Errol Garner. Tocou com Benny Goodman, Herbie Hancock, Earl Hines, Freddie Hubbard, Sarah Vaughan, George Mraz, Al Foster, Jack DeJohnette, Teddy Wilson, Charlie Haden e George Shearing. Apresentou-se com a National Symphony of Washington, a London Royal Philharmonic Orchestra, a Moscow Symphony Orchestra, e a Warszawa Filharmonica. Adam Makowicz recebeu do governo da Polonia a condecoração “Oficial da Cruz do Mérito” Makowicz foi incluído no seleto grupo de 400 emigrantes polacos mais influentes nos últimos 400 anos da história de Estados Unidos. Durante seis anos consecutivos Adam Makowicz foi eleito pela revista “Jazz Forum,” como o “Pianista número um do jazz”.

Krzysztof Jablonski
Krzysztof Jabłoński nasceu em Wrocław, na Polônia. Começou seus estudos de piano aos 6 anos de idade com a profa. Janina Butor e graduou-se na Academia de Música de Katowice. Foi aluno de Andrzej Jasiński e fez seu primeiro concerto com orquestra aos 12 anos. Recebeu o terceiro prêmio no Concurso Internacional de Piano Fryderyc Chopin, em Varsóvia, a medalha de ouro do Concurso Arthur Rubisntein, em Tel Aviv, e o "Jorge Bolet" da Walter Naumburg Foundation International Piano Competition de Nova Iorque, entre outros.
Em 1999, formou com o celista Tomasz Strahl, o “Chopin duo”. Desde 2004, faz parte do ”Warsaw Piano Quintet” que foi fundado por Wladysłav Szpilman,em 1962. De 1999 a 2006, Jabłoński colaborou com o Teatro Wielki de Varsóvia tocando para o ballet "Fortepianissimo". Em 2005, Jabłoński se apresentou na Filharmonia Narodowa de Varsóvia com a Orquestra Século XVIII sob direção de Frans Brüggen e mais tarde sob a regência de Andrey Boreyko. Com Orquestra do Festival Grand Teton Music Festival, tocou no concerto de Shostakovich n.1 para piano e orquestra. Krzysztof Jablonski fez várias gravações na Alemanha, Polônia e Japão, além de três Cds com os Estudos, Prelúdios e Improvisos.
Desde 1994, Jabłoński é professor de piano. Inicialmente na Academia de Música em Wrocław e depois na Academia de Música de Katowice. Atualmente é professor da Academia de Música F. Chopin de Varsóvia. Em 2005, Jabłoński foi membro do júri do XV Concurso Internacional Fryderyk Chopin de Varsóvia, do Concurso Internacional Chopin na Ásia e do Sétimo Concurso Chopin nos Estados Unidos.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Curso de idioma polaco em Curitiba


O leitor Carlos P. Surek informa sobre as inscrições para o curso de idioma polaco que será promovido pela Braspol Núcleo Santa Cåndida, na antiga Colônia Santa Cândida, atual bairro na região Norte de Curitiba.
aulas serão ministradas no Casarão da Sagrada Família, ao lado do Colégio Estadual Santa Cândida, na tua Theodoro Makiolka, n. 81.
As aulas serão sempre aos sábados, no horário das 14:00 às 16:00 horas. Taxa mensal de 10,00 reais por família.
Início das aulas acontece em abril.


TELEFONES:
84985270
32567786