Memorial na floresta de Katyń
O todo poderoso primeiro-ministro russo Vladimir Putin inclinará a cabeça sobre os túmulos dos polacos assassinados em 1940 pelo NKVD. Pela primeira vez, o líder russo decidiu dar, no que classificou de primeiro passo, no reconhecimento da atrocidade. "É um gesto bonito, mas nós queremos que os russos revelem a verdade sobre o monstruoso crime contra a Polônia", dizem as famílias que tiveram seus filhos assassinados covardemente nas florestas da pequena Katyń.
Cerimônias comemorativas do brutal assassinato coletivo perpetrado pela NKVD, na primavera de 1940, dos oficiais polacos, policiais e funcionários estão sendo realizadas no Cemitério de Katyń. E pela primeira vez na história destas comemorações anuais, participará o chefe do governo russo: Putin, o ex-presidente, e ainda considerado o político mais poderoso da Rússia.
A iniciativa partiu dele, em fevereiro, quando telefonou para o primeiro-ministro polaco Donald Tusk e se ofereceu para uma participação conjunta na comemoração. Consta que ordenou pessoalmente a chamada dos arquivistas russos para se fazer uma pesquisa sobre aquela ação militar da II Guerra mundial.
Mais de 21 mil famílias de polacos tiveram seus entes mortos por ordem de Joseph Stalin, entre 3 de Abril a 12 de maio de 1940. oficialmente se fazem as comemorações da mortande em 13 de abril.
O cineasta Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida) teve seu pai, um oficial do exército polaco, assassinado em Katyń. Seu filme com este mesmo nome concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e apesar de uma obra prima, perdeu para um obscuro filme austríaco. Ano passado, o filme esteve em cartaz, nos cinemas brasileiros, mas teve poucos expectadores e pouca compreensão da imprensa, que não conseguiu identificar nem as qualidades do filme nem a importância histórica e política da obra para as relações geo-políticas internacionais. Claro, nem poderia, pois os olhos de boa parte desta imprensa está voltada para as cores das gravatas de Barak Obama do que Cannes, Berlim, Veneza, os maiores festivais de cinema do mundo. Para estes mesmos, Cannes é sinônimo apenas de gramour na Côte d'Azur. Ah! sim... Hollywood tem transmissão ao vivo pelas TVs abertas e pagas do Brasil. Como entender então a importância do que se passa na Europa?
2 comentários:
Ulisses,
Não se esqueça de que somos uma colônia cultural e política norte-americana. Logo, filmes europeus como Katyn não fazem sucessos por aqui. Katyn é um filme de arte e nós brasileiros gostamos de filmes de ação ou entretenimento, ou seja, de violência, bem ao gosto beligerante dos americanos.
O filme Katyn também tem bastante violência, mas a questão é política, no Brasil actual as pessoas são ensinados ter a compaixão perante as vítimas de esquerda (filme "Olga"), se as vítimas não são de esquerda, ou pior, se foram assassinados pelos regimes comunistas, então o seu sofrimento já não interessa, é tudo propaganda da CIA...
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