quarta-feira, 11 de maio de 2016

Família polaca hospedará 300 jovens da JMJ

Karolina, Małgorzata, Robert, o padre Kania e Jakub.
Neste terreno que serão montadas as tendas para os peregrinos - Foto: DR

Para a última missa da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, são esperados dois a três milhões de pessoas.

A casa da família Wolski, com dois andares, mais um daqueles sótãos enormes dos países onde os telhados têm de suportar a neve, não destoa das outras de Bolechowice. Sem ser luxuosa, vê-se que pertence a gente desafogada, como muitos dos vizinhos que fugiram da confusão de Cracóvia, com o seu quase um milhão de habitantes, para se instalar aqui no meio do campo, a meia hora de carro da cidade.

Bolechowice está próximo do canto superior esquerdo e a Nordeste de Cracóvia
Muitos são professores, médicos, quadros, "todos bons católicos", explica o padre Michał Kania, de 30 anos, enquanto bate à porta dos Wolski, famosos estes dias por se terem oferecido para acolher 300 jovens que em final de julho virão participar na Jornada Mundial da Juventude e ver o Papa Francisco.

É Robert, o pai, que aparece. Dá as boas-vindas e chama a mulher e a filha para serem apresentadas ao grupo de jornalistas que querem saber como se tem coragem para acolher tanta gente de fora durante uma semana. Entretanto, o padre já tinha explicado que a casa da família não era um palácio com centenas de quartos e que seria no quintal que os peregrinos seriam instalados "com muito carinho".

Robert Wolski, que tem 41 anos e é dono de uma empresa de construção, aponta para o meio hectare de grama onde serão instaladas as 30 tendas para dez pessoas cada. "São emprestadas pelos militares, sem qualquer custo, que também virão cá montá-las e desmontá-las", diz Robert.

Fundos da Paróquia

Fala só em idioma polaco, e é preciso tradução, o que torna ainda mais surpreendente este desejo de ser anfitrião de um grupo que virá da Alemanha e da Áustria. "Com boa vontade, muito esforço e a ajuda de Deus conseguimos tudo", afirma este homem que, como o próprio contou, chegou a ser bombeiro, teve um problema de alcoolismo e estava a deixar a vida afundar-se quando em 2005, sabendo do sofrimento dos últimos dias de João Paulo II, tomou a decisão de nunca mais tocar em álcool. "Até hoje", garante, tendo ao lado Małgorzata (pronuncia-se maugójata, de 40 anos, com quem está casado há 20 mas que conhece desde sempre. "Íamos à escola juntos", explica.

Área que vai abrigar as barracas
A filha Karolina tem 14 anos e fala razoavelmente inglês. Também sabe um pouco de alemão, o que será útil quando chegarem os convidados da família. "Estou a esforçar-me por melhorar o meu alemão", diz Karolina.
O irmão Jakub, de 19 anos, chega, vem de terno e gravata porque, explica o pai, "é o motorista não oficial da paróquia" e acabou de conduzir dois noivos da igreja até casa. "É também o nosso fotógrafo", acrescenta a rir-se o padre Kania. Quanto à paciência da vizinhança? "Não há problema", asseguram os Wolski: de um lado "são primos", do outro lado "muito boas pessoas".

A Jornada Mundial da Juventude decorrerá entre 26 e 31 de julho. O Papa chegará a Cracóvia na quarta-feira, dia 27, e terá um programa intenso, com encontro com as autoridades no Castelo de Wawel, várias missas até à última, domingo, onde se prevê dois a três milhões de pessoas.
Francisco irá ainda a Auschwitz, campo de concentração e extermínio alemão nazista que foi também visitado pelos antecessores imediatos, o polaco João Paulo II e o alemão Bento XVI.
E, claro, como sublinhou o cardeal Stanisław Dziwisz, que foi secretário pessoal de João Paulo II, o Papa "irá a Częstochowa" (pronuncia-se Tchentorróva), onde desde a Idade Média se venera a Madona Negra.
Com cinco milhões de visitantes anuais, é uma espécie de Fátima da Polônia, país de forte tradição católica, com um presidente assíduo na missa e uma primeira-ministra com um filho quase padre.

Portão "Brama" do Vale de Bolechowice
Até este momento, há 300 mil inscrições para a Jornada Mundial da Juventude, com os maiores grupos estrangeiros a virem de Itália e de França. "Venham. A Polônia é um país seguro, hospitaleiro e amigável", desafia o cardeal de Cracóvia.

SEGURANÇA GARANTIDA
E sobre as questões de segurança, que vão obrigar a um controlo das fronteiras de 2 de julho a 2 de agosto, o governador da região de Małopolska tem um discurso tranquilizador. "Sobre segurança, falamos o menos possível e fazemos o máximo possível. Queremos dizer aos jovens que se devem sentir bem aqui, que são bem-vindos, que podem vir estar com o Papa. À nossa maneira, discreta, vamos garantir que nada de mal acontece", disse Józef Pilch, num encontro em Cracóvia.
Além da visita do Papa, julho será o mês em que a capital polaca, Varsóvia, acolhe a Reunião de Cúpula da OTAN, com a vinda de muitos estadistas, incluindo o americano Barack Obama.

O logotipo desta Jornada já está por todo lado em Cracóvia. Será a segunda vez para o Papa argentino, depois do Rio de Janeiro, em 2013.
Robert Wolski está ansioso por ver o Papa. Terá várias oportunidades. O altar a ser montado num parque de Cracóvia para a última missa tem 11 metros de altura e o Papa será visível a dois quilômetros.

"Francisco é latino e João Paulo II era eslavo, mas não acho que sejam assim tão diferentes. Ambos insistem na misericórdia", comenta o antigo bombeiro, insistindo para os jornalistas ficarem para jantar. Ao entrar em casa, sublinha que alguns dos jovens vão ficar lá, pelo que na verdade até serão um pouco mais de 300, os convidados da família.

Graças à experiência de empresário, Robert arranjou quem fornecesse as refeições, com Małgorzata a supervisionar. Também estão garantidas as casas de banho móveis e uma zona de duchas para banho. Mas se os Wolski dão nas vistas por receberem tanta gente, há uma outra habitante de Bolechowice que também se destaca por receber um bispo. "É o francês Olivier de Germay, bispo de Ajaccio", revela o padre Kania.

Texto: Leonídio Paulo Ferreira 
Jornal "Diário de Notícias", Lisboa

sexta-feira, 6 de maio de 2016

As valas comuns de Adampol, na Polônia

Foto: Natalie Keyssar/The New York Times - o jovem Jan Pomeranc
Durante a infância de Michael Pomeranc em meados dos anos 60 no bairro de Rego Park, no distrito de Queens, seus pais e os amigos deles passavam incontáveis noites discutindo suas terríveis experiências na Segunda Guerra Mundial. Todos eram sobreviventes do Holocausto e Pomeranc os via com frequência fumando sem parar e chorando até tarde da noite. A ausência de qualquer coisa tangível em suas histórias era o que mais o atormentava.

Michael Pomeranc
"Não conseguir entender para onde todos foram foi muito, muito traumatizante", disse recentemente Pomeranc, 58 anos, um hoteleiro proeminente de Nova York, sentado no lobby de seu hotel, o Sixty SoHo. "O que aconteceu com os cemitérios dos meus bisavós? Onde estão meus avós e minhas tinhas? É possível ir lá? É possível ver algo? Era como se estivessem conversando em um abismo."

Sixty Soho Hotel
A família Pomeranc é conhecida nos círculos imobiliários de Nova York. Jan Pomeranc chegou aos Estados Unidos depois da guerra e fez fortuna construindo imóveis residenciais e hotéis próximos do aeroporto, principalmente em Nova Jersey. Atualmente com 88 anos, ele ainda segue com frequência de seu apartamento na Quinta Avenida até seu escritório em Fort Lee. Seus filhos, Larry, Michael e Jason, o mais jovem e uma presença frequente nas páginas de moda, construíram uma rede nacional de hotéis-butique que atraem celebridades.

Mas o passado sempre esteve com eles, particularmente com Michael, que passou quase três décadas trabalhando para descobrir o destino de seus parentes assassinados, vistos pela última vez em Adampol, uma cidade rural polaca próxima de Bielorrússia. Nos anos 90, ele começou a analisar registros históricos e a rastrear pistas pela Europa. Mas foi apenas neste ano, quando Caroline Sturdy Colls, uma arqueóloga forense contratada por ele, concluiu três anos de pesquisa, que seus esforços o levaram de volta a Adampol.

Caroline Sturdy Colls
Em janeiro, Sturdy Colls, uma professora associada de arqueologia forense e investigação de genocídio da Universidade de Staffordshire, na Inglaterra, publicou a primeira investigação plena de Adampol. Segundo as descobertas dela, até 1.000 polacos de origem judeus vítimas do Holocausto estão enterrados ali em valas comuns, sob terras agrícolas, bosques, lixão e um campo de tiro. Graças a Pomeranc, agora esforços estão em andamento para o erguimento de um monumento e tombamento do local.

"Adampol é significativa", disse Paul Shapiro, diretor do Centro Jack, Joseph e Morton Mandel para Estudos Avançados do Holocausto, no Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington. "Realmente saber, e não imaginar, onde se encontram esses lugares é importante. E é claro que isso gera a pergunta: assim que sabemos, o que o mundo fará a respeito?"

Nos últimos anos, pesquisadores descobriram uma vasta rede de mais de 42 mil campos e guetos nazistas relativamente desconhecidos, muitos dos quais ficavam atrás da Cortina de Ferro ou tiveram poucas testemunhas sobreviventes que pudessem contar suas histórias. A maioria dos locais permanece não marcada, abandonada e mal documentada. As tentativas de marcar essas áreas estão aumentando e são com frequência controversas.

"A verdade é que hoje, em alguma cidade pequena, alguém decide construir um supermercado e quando começa a cavar, encontra restos mortais", disse Shapiro. "A menos que algo seja feito, existe a perspectiva de restos mortais de vítimas do Holocausto ficarem simplesmente espalhados pelo continente europeu com, no final, alguma construção sobre eles."

A preservação de uma área como memorial pode ser um processo complexo que exige a cooperação das autoridades locais e do governo polaco. O rabino chefe da Polônia, Michael Schudrich, que também precisa aprovar, está no momento analisando as descobertas em Adampol.
Adampol não tem importância apenas para a família Pomeranc. Sobreviventes se estabeleceram em vários países, incluindo o Reino Unido, Canadá e Israel, e muitos desde então voltaram a ter contato via Facebook e outros canais online.

"Adampol foi uma catástrofe horrível, mas da qual ninguém ouviu falar", disse Helen Maryles Shankman, que vive em Teaneck, Nova Jersey.

Adampol possuía uma propriedade rural de um magnata polaco, que foi convertida durante a guerra em um campo de trabalho escravo. Os polacos de origem judaica trabalhavam os campos da propriedade e dormiam nos celeiros e estábulos.

No início, os polacos-judeus das áreas ao redor seguiram para Adampol, movidos pela noção equivocada de que era mais segura do que permanecer nas cidades e guetos, onde as execuções e deportação para o campo de extermínio de Sóbibor eram cada vez mais comuns. Como muitos outras, a família Pomeranc, incluindo Jan (Jack nos EUA), seus pais e cinco de seus irmãos, buscaram refúgio lá (uma irmã mais velha, Chaja, tinha fugido antes para Bielorrússia).

Palácio Myśliwski do magnata Konstant Zamoyski nos arredores de Adampol
Adampol revelou não ser o refúgio que a família Pomeranc esperava. As condições no campo eram inegavelmente duras, com horas intermináveis de trabalho braçal e rações magras. A ameaça constante de fuzilamentos em massa era o mais assustador. "Tínhamos medo a cada minuto de cada dia", disse Jan Pomeranc. "Em intervalos de poucos meses ocorriam fuzilamentos. Nunca sabíamos quando. Eles apareciam de repente e todos tentavam fugir e se esconder. Tínhamos sorte da floresta ficar próxima."

Para fornecer um pouco de conforto ao seu pai e algum encerramento para si mesmo, Pomeranc decidiu descobrir o máximo que podia sobre a família. Ele pesquisou certidões de nascimento, documentos escolares e outros documentos pessoais. Ele contratou pesquisadores para entrevistar os moradores de Adampol e vilarejos onde sua família viveu antes da guerra. Ele ofereceu recompensas (sem que se fizesse perguntas) caso itens que antes pertencentes a polacos-judeus fossem devolvidos. Ele conseguiu encontrar algumas poucas fotografias, mas nada mais.

Então Pomeranc contratou Sturdy Colls, que realizou uma pesquisa semelhante em Treblinka, outro campo de extermínio nazista na Polônia. Como a lei judaica proíbe que os mortos sejam perturbados, escavações arqueológicas em sítios do Holocausto não são possíveis. Em vez disso, ela analisou milhares de páginas de julgamentos pós-guerra, depoimentos de testemunhas e documentos do governo, revelando histórias da vida no campo e os assassinatos que ocorreram lá.

Ela visitou Adampol, na esperança que encontrar evidência a olho nu e foi bem-sucedida. "Ao lado de um dos prédios alguém abriu um buraco para um cano de escoamento e havia ali no solo fragmentos de ossos queimados que eram fáceis de ver, assim como era possível ver que havia ossos adicionais, de forma que provavelmente foram espalhados", ela disse.

Sturdy Colls também empregou tecnologias avançadas como detecção e medição de distância por luz, ou Lidar, que dispara pulsos de raio laser de sensores montados em uma aeronave ou satélite para medir a altura da superfície, produzindo mapas tridimensionais detalhados. Ela descobriu várias grandes depressões indicando valas comuns e uma área onde as sepulturas estavam perfeitamente alinhadas em fileiras. "Acho que pode haver na região entre 800 e 1.000 valas comuns, talvez mais", ela disse.

Apesar de Sturdy Colls ter concluído seu relatório, Pomeranc gostaria que ela voltasse a Adampol para descobrir provas mais definitivas das valas comuns. Mas primeiro precisam obter aprovação de Schudrich.

"As pessoas perguntam, porque revolver tanto esse passado?" disse Pomeranc. "A verdade é que nunca deixamos o passado. Nunca conseguimos deixar totalmente para trás os campos de extermínio, os partidários e as florestas."


The New York Times
Julie Satow
Nova York (EUA)
tradução:George El Khouri Andolfato

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Palavras polacas 1


Pronúncia das palavras:

Koszulka = cóchulca
Sukienka = çuquienca
Spódnica = spudtssa
Buty = bu
Adidasy = adissê
Krawat = crávat
Szorty = chórtê
Spodnie = sdnié
Dżinsy = djinsê
Płaszcz = puáchtch
Szalik = chálik
Koszula = cóchúla
Kapelusz = cáluch
Skarpety = scár
Rękawiczki = rencávitchqui
Czapka = tchápca
Żakiet = jaquiét
Marinarka = márinár
Skafander kosmiczny = scáfander cósmitchnê
Sweter = stér

Sílaba tônica
As sílabas sublinhadas acima, na pronúncia, são as fortes, tônicas e os acentos é para indicar que são vogais abertas (agudo) e fechadas (circunflexo). A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto, a sílaba forte é a penúltima. Excessão feita às palavras de origem latina, ou estrangeirismos.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Vida de Karol Wojtyła vira musical de teatro


A Polônia renderá uma nova homenagem a seu compatriota, o Santo Papa João Paulo II, com o musical "Karol", em que narra a vida do pontífice convertido em santo contada ao ritmo do pop, rock e jazz.

Michał Kaczmarczyk
"Foi assistindo, em Paris, '1789: Les Amants de la Bastille' (1789: Os Amantes da Bastilha), que tive a ideia de criar uma comédia musical sobre a vida de Karol Wojtyła", explicou o autor do roteiro e das canções, Michał Kaczmarczyk.

O espetáculo, que deverá ser leve e bem-humorado, relembrará momentos da vida de Wojtyła. (pronuncia-se voiteúa) Durante a apresentação, os espectadores poderão ver um Karol adolescente com camisa e roupas de banho depois de sair de seu caiaque.

O musical também recordará anedotas, como quando, já sendo papa, um prelado italiano que não dominava a língua polaca lhe perguntou "como vai o cachorrinho?" no lugar de "como vai o papa?", e foi respondido com um "au au".

Jacek Kawalec
Mas também há momentos solenes. Uma canção inspirada em um poema de João Paulo II conta suas dúvidas sobre a difícil missão que sente ter sido designada por Deus; "Pedi uma gota, recebi o Atlântico", canta o ator polaco Jacek Kawalec, que interpreta o pontífice.

Kawalec nasceu em Varsóvia, tem 54 anos de idade e é casado com Joanna. Seus filhos são Kajetan e Kalina.
Formou-se ator na Universidade do Cinema de Łódź (pronuncia-se úudji), a mesma onde graduaram os cineastas Roman Polański, Andrzej Wajda, Krzysztof Kieślowski, Krzysztof Zanussi, Agnieszka Holland e o diretor de fotografia Piotr Sobociński. Kawalec já atuou em 11 longas-metragem como ator principal, 4 peças teatrais e participações em outros 50 filmes de cinema e vídeo.

Krzysztof Korwin-Piotrowski

A preparação vocal será de Katarzyna Piasecka e direção musical de Krzysztof Korwin-Piotrowski, que nasceu em 24 de novembro de 1968 em Dębica.
Ele é também diretor de cinema e roteirista, além de jornalista e diretor nos Estúdios da TVP em Katowice, desde 1992.
Durante nove anos, teve seu próprio programa, o Teatromania.


Já estão escalados para o musical Anna Wyszkoni, Wojciech Cugowski, Piotr Cugowski, Agata Nizińska (no papel da mãe de Karol) Konrad Bilski e Filip Siejka. 

Até o momento, 500 entradas já estão reservadas para o espetáculo que estreará em 25 de fevereiro de 2017, segundo seus promotores, no espaço da Tauron Arena, na Cracóvia.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

3 ex-presidentes clamam por democracia na Polônia

Wałęsa, Komorowski e Kwaśniewski
Três ex-presidentes polacos lançaram um ataque frontal contra o partido de extrema-direita no poder e fizeram um apelo a todos os polacos para que defendam a democracia, em um documento publicado nesta segunda-feira.

Lech Wałęsa, Aleksander Kwaśniewski, Bronisław Komorowski e outras sete personalidades, entre elas antigos líderes do sindicato Solidariedade, acusam o partido Direito e Justiça (PiS) de Jarosław Kaczynski de "destruir a ordem constitucional e paralisar o trabalho do Tribunal Constitucional".

Além disso, afirmam que "os responsáveis pelas violações da Constituição pagarão as consequências", segundo um texto publicado na primeira página do jornal Gazeta Wyborcza.

"As declarações e as ações antieuropeias e xenofóbicas dos dirigentes atuais minam a coesão da União e servem aos interesses da Rússia imperialista", segundo os signatários do apelo.

Declaram que apreciam a atitude da comunidade euro-atlântica e da União Europeia, cujas "discussões, resoluções, opiniões e recomendações não são uma "ingerência nos assuntos internos da Polônia", mas traduzem um problema justificado em relação à situação de nosso Estado e os direitos dos cidadãos".

Apoiam "a posição digna e responsável dos juízes do Tribunal Constitucional" e do Comitê de Defesa da Democracia (KOD), um movimento criado como oposição às controversas reformas iniciadas pelo PiS.

Os signatários deste apelo diferem na avaliação de muitos problemas polacos, mas nós compartilhamos uma crença comum de que um pré-requisito para qualquer mudança razoável é manter a democracia na Polônia:

Lech Wałęsa, presidente da Polônia em 1990-1995
Aleksander Kwaśniewski, presidente da Polônia em 1995-2000 e 2000-2005
Bronisław Komorowski, presidente da Polônia em 2010-2015
Włodzimierz Cimoszewicz, primeiro-ministro polaco, em 1996-1997, ministro das Relações Exteriores, 2001-2005
Andrzej Olechowski, ministro das Relações Exteriores em 1993-1995
Radosław Sikorski, ministro das Relações Exteriores nos anos 2007-2014
Ryszard Bugaj, ativista e especialista do "Solidariedade",
Władysław Frasyniuk, líder do "Solidariedade" preso político,
Bogdan Lis, líder do "Solidariedade" preso político
Jerzy Stępień, líder do "Solidariedade", presidente do Tribunal Constitucional, em 2006-2008.

primeira página de 25 de abril de 2016

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O Brasil foi descoberto em 1342 por Sancho Brandão

Pedro Álvares Cabral não "descobriu" o Brasil, naquele 22 de abril.

Ele tão somente cumpriu missão ordenada pelo rei Dom Manuel I de fazer "apenas" a confirmação das terras portuguesas descobertas em 1342, pelo capitão Sancho Brandão.

A Carta de 12 de fevereiro de 1343, do rei de Portugal Afonso IV ao Papa Clemente VI e guardada no Museu do Vaticano atesta e comprova a descoberta da Ilha do Brasil (com esse nome) no século XII. "Documentos do Arquivo Reservado do Vaticano", livro 138, folhas 148/149, junto com um mapa da região descoberta, no qual se vê a inscrição "Insula do Brasil".

“Diremos reverentemente à Vossa Santidade que os nossos naturais foram os primeiros que acharam as mencionadas ilhas do ocidente... dirigimos para ali os olhos do nosso entendimento e, desejando pôr em execução o nosso intento, mandamos as nossas gentes e algumas naos para explorarem a qualidade da terra, as quais, abordando as ditas ilhas, se apoderaram, por força, de homens, animais e outras coisas e as trouxeram com grande prazer aos nossos reinos.”

O rei Dom Afonso IV enviou junto com a carta um mapa da região descoberta com a inscrição — Insula do Brasil ou de Brandam.


Desde então, os portugueses monopolizaram o comércio do pau-brasil, proveniente da Ilha de Sancho Brandão.

A missão de confirmação de Pedro Álvares Cabral foi importante, já que o papa devasso, o valenciano Rodrigo de Boja, ou Papa Alexandre VI - tinha imposto o Tratado de Tordesilhas, aos dois reinos católicos da Península Ibérica.


domingo, 17 de abril de 2016

As sete cidades mais polacas fora da Polônia

Estima-se que os números da diáspora polaca seja de 20 milhões de pessoas, o que significa mais de metade da população da Polônia.
Pessoas de origem polaca vivem em todo o mundo, às vezes formando um grande e influente segmento da população nestas cidades estrangeiras, como Chicago ou Curitiba.


CHICAGO

Na verdade, Chicago não é a "maior cidade polaca fora da Polônia", mas é a que possui a maior concentração de uma comunidade polaca numa mesma cidade.
A área metropolitana de Chicago (não só o município) é habitada por aproximadamente 1,5 milhões de pessoas de ascendência polaca.
Há um bairro chamado "Little Poland" (Pequena Polônia) iniciado no século 19, com muitos restaurantes e lojas polacas, bem como o Centro Copérnico, um edifício remodelado para se assemelhar ao Castelo Real de Varsóvia.
A primeira grande onda de imigrantes da Polônia chegou à "cidade dos ventos", na década de 1850.
Os irmãos polacos de origem judaica Leonard e Phillip Chess (Lejzor e Fiszel Czyz) nascidos em Motol, na então Polônia, chegaram a Chicago em 1928, onde criaram o lendário estúdio de gravação "Chess Records", em 1950. Este selo musical foi o responsável pelos lançamentos de artistas célebres como Muddy Waters e Chuck Berry.

CURITIBA

A capital do estado brasileiro do Paraná é o lar de mais de 400 mil pessoas com raízes polacas. A esse número, soma-se outros 300 mil, na sua região metropolitana composta por 29 municípios.
A cidade possui uma quantidade bastante grande de vestígios da influência polaca que tem sido percebida desde a segunda metade do século 19, quando os polacos começaram a chegar em 1853 (Hieronim Durski e outros 13 polacos). Curitiba tem um grande parque em homenagem ao São Papa João Paulo II (polaco de Wadowice) e conhecidas barracas gastronômicas especializadas em pierogi, bigos e sonho, chamadas "Tadeu Rei do Pierogi" e "Pierogi do Miro", abertas a cada  noite em diferentes ruas da cidade.

PARIS
Foto: Marta Darowska
Muitos polacos ilustres, como Maria Skłodowska-Curie, Fryderyk Chopin e Adam Mickiewicz, têm fortes laços com Paris.
A vencedora duas vezes do prêmio Nobel (casada com um parisiense), repousa em um túmulo do Panthéon e o gênio da composição para piano viveu 18 anos de sua curta vida ali, e está enterrado no famoso cemitério Père-Lachaise.
A cidade, tornou-se um "hotspot Polishness" (Centro de Acesso da Polonidade) na década de 1830, quando uma onda maciça de imigrantes das regiões invadidas e ocupadas da Polônia fugiram de lá, após a "Revolta de Novembro" ter sido liquidada (famosa rebelião polaca contra o domínio russo, no século 19).
Ao longo dos anos, os polacos deixaram sua marca na cidade: há uma escola polaca em Batignolles e uma expressiva biblioteca polaca. Cerca de 300 mil pessoas com raízes polacas vivem atualmente na cidade.

NOVA IORQUE
Foto: Andrzej Bogacz
Com mais de 218 mil habitantes com raízes na Terra no Vístula, a "Big Apple" é muitas vezes chamada de cidade mais polaca dos Estados Unidos, juntamente com Chicago.
Um dos bairros da cidade, "Greenpoint", é chamado de Pequena-Polônia, devido à forte presença polaca, que começou a se estabelecer ali, no final do século 19.
Há muitas lojas de alimentos e restaurantes polacos e um "Greenpoint Arts Block Festival" temático polaco.
Michał Wojnicz, descobridor do famoso "Manuscrito Voynich", veio morar em Nova Iorque pouco antes da Primeira Guerra Mundial trazendo seu achado lendário com ele.  O precioso manuscrito se tornou propriedade norte-americana.

TORONTO
Foto: Andrzej Grabowski
Imigrantes polacos começaram a chegar a Toronto em números significativos na década de 1870.
Hoje a comunidade polaca da cidade conta com cerca de 200 mil pessoas, muitas das quais vivem no bairro Ronscevalles.
Esta área está repleta de estabelecimentos polacos como o lendário "Café Polonez", onde você pode saborear o "barszcz" tradicional e os "pierogi".
Uma vez por ano, a Ronscevalles Avenue é fechada para o Festival Polaco Ronscevalles, que apresenta performances, música e danças folclóricas.
Geddy Lee, membro da famosa banda Rush de rock canadense, nasceu em Toronto, descendente imigrantes polacos de origem judaica.

LONDRES
Foto: Piotr Małecki
Num certo sentido, Londres foi a capital da Polônia durante quase meio século. De 1940 a 1989 foi a sede do governo polaco no exílio, a continuação legítima do governo da Segunda República Polaca, que foi abolida pela Alemanha nazista e pela União Soviética, em 1939.
Após a queda do regime comunista imposta a Polônia, uma das consequências da Segunda Guerra Mundial, o governo no exílio devolveu sua insígnia à Pátria, mostrando simbolicamente que a verdadeira independência tinha sido finalmente recuperada.
Por causa da guerra muitos polacos emigraram para Londres, entre eles, Jan Pieńkowski, que se tornou um notável ilustrador de livros das crianças inglesas. Hoje, muitos dos cerca de 185 mil polacos que vivem na cidade são imigrantes recentes.

VILNO
Foto: Cezary Aszkielowicz
A Polônia e a Lituânia formaram uma união do final do século 14 ao final do século 18.
Os laços entre os dois países eram tão fortes que o poema épico nacional polaco "Pan Tadeusz" começa com as palavras "Lituânia, o meu país!".
A significativa influência polaca sobre Vilno remonta aos tempos de Władysław Jagiełło, duque lituano que se tornou rei da Polônia e Lituânia, em 1385. Ele levou para Vilno muitos artistas, comerciantes e artesãos de Cracóvia.
Hoje há cerca de 87 mil polacos que vivem em Vilno, a maioria dos quais residem ali desde que nasceram. Isso, mesmo com a perda do território polaco para os lituanos depois da segunda guerra mundial.
A cidade conserva a casa em que o grande poeta e dramaturgo polaco Juliusz Słowacki viveu em sua juventude, e uma Casa de Cultura Polaca.

Texto original: Culture.pl
Tradução: Ulisses Iarochinski

terça-feira, 5 de abril de 2016

Dieta diária dos proto-polacos

Foto: Marcin Stępień
Séculos atrás, o menu diário, típico, das tribos eslavas no território da moderna Polônia consistia de ervas e cogumelos. Eles consumiam uma grande quantidade de grãos, e quantidades modestas de carne e legumes, bem como a ancestral da sopa de beterraba, conhecida como barszcz. Não é exatamente uma dieta paleo, mas certamente é uma dieta polaca e modernos foodies preocupados com a saúde fariam bem em dar-lhe uma olhada.

Os historiadores postulam que as tribos eslavas chegaram à Europa Central em torno do 6º século a.C. Começaram a ser chamados polacos sob o domínio do príncipe Mieszko I no século 10, considerado como o primeiro chefe de Estado polaco.

As práticas culinárias descritas datam daquela época até o século 13, quando as coroas lituana e polaca eram unidas. Embora alguns desses costumes venham de muito longe, alguns ainda são observáveis ​​na culinária polaca contemporânea. Por exemplo, sopas com verduras (como a azeda ou com folhas de beterraba) são ainda muito populares.

Cogumelos para sobreviver
Foto: Daniel Pach
Então, o que os primeiros polacos e seus antepassados ​​comiam?

Normalmente, um monte de ervas e cogumelos (variedades não-alucinógenas). Ervas como endro, alho, mostarda e coentro eram usadas em sopas e para adicionar sabor a outros alimentos (não havia pimenta, ou mesmo açúcar naquela época). Cogumelos silvestres foram um importante complemento das refeições quando era necessário completar o estoque de alimentos agrícolas com forragens. Cogumelos secos eram conservados para os longos invernos.

Grãos preciosos
Kutia - Foto: East News
Grãos também foram importantes no cardápio. As culturas de grãos do período incluia milho, cevada, trigo e aveia. Foram usados ​​para uma refeição popular chamada bryjka. Este prato simples era feito a partir de grãos triturados e cozidos como mingau. Pode ser servido doce, com frutas e às vezes mel. Ou salgado, com ervas, sal e banha animal ou cogumelos. Frutas cultivadas incluíam maçãs, pêras e pêssegos, ameixas, cerejas e frutas vermelhas também eram consumidas.

Nada de galinhas
Encenação de uma cerimônia eslava nas margens do Rio Warta - Foto: Marcin Stępień
"Eles não comem as galinhas, porque eles acreditam que eles causam uma perda de força e uma erupção vermelha. Eles comem a carne de vacas e gansos, porque isso lhes faz bem". Estas palavras de Abraham Ben Jakub, viajante judeu que visitou territórios eslavos no século 10, descreve os hábitos de comer carne dos ancestrais dos polacos. Naquela época, proto-polacos também se mantinham com carne de porco, peixe e caça. A carne foi muitas vezes preservada pelo fumo.

Vegetais, raízes e sopa
Foto: Marszull - Fotonova/ East News
Sopas eram comumente feitas a partir de plantas e vegetais como cenoura e nabo. Uma certa sopa azeda era preparada com grãos azedos de centeio e era chamada de barszcz. O nome também era utilizado para designar várias outras sopas de plantas e vegetais. O Barszcz está vivo e bem, na Polônia, ainda assim, com muitas variedades disponíveis durante todo o ano: barszcz vermelho, barszcz branco ou borstch ucraniano.
Outra sopa estranha com raízes antigas é Żurek, caldo feito com farinha de centeio fermentado. Acredita-se que esta remonta a várias sopas à base de farinha, preparados por essas tribos eslava.

Bétula
Foto: Taida Tarabula

Para acompanhar suas refeições, os primeiros polacos e seus antepassados ​​bebiam seiva de bétulas, colhidas de árvores durante a primavera.
Outras bebidas não alcoólicas incluídas eram água natural e leite. Se queriam algo mais forte, tomavam piwo (cerveja), hidromel e kwaś, uma bebida de baixa fermentaçao feita a partir de água, pão integral, fermento e mel.
Se desejas um gole do passado, seiva de bétula, chamado de suco de bétula, ou kwaś, é possível encontrar nas prateleiras de uma loja polaca - elas ainda são populares!

Autor: Marek Kępa. Fontes: Kuchnia słowian czyli o poszukiwaniu dawnych smaków / culinária eslava ou na busca para o gosto de idade por Hanna e Paweł Lis, entrevista com Joanna Lurynowicz pela Rádio polaca em 26 de abril de 2015.

domingo, 20 de março de 2016

Dez pratos tradicionais da Páscoa polaca

Foto: Krzysztof Kuczyk
Sopa de centeio, salsicha branca, bolos com sementes de papoula ou requeijão: as inúmeras iguarias tradicionais da Páscoa na Polônia são surpreendentes, sofisticadas e inspiradas pela Primavera.
A páscoa é uma festa com carnes defumadas, salames, linguiças e presuntos, onde biała kiełbasa toma o lugar central.

Biała kiełbasa (pronuncia-se bia-ú-a kie-ú-bassa) - salsicha branca
Foto: Adam Kulesza
Biała kiełbasa - salsicha branca - é uma salsicha de carne de porco picada (com a adição de carne bovina) coberto por uma fina camada de tripas de porco e temperada com sal, pimenta, alho e manjerona. Se é na sopa Żurek ou entre as amostras de alimentos contidas na cesta de Páscoa, a salsicha branca é servida cozida, às vezes com rábano (rabanete), mostarda, ou ćwikła (pronuncia-se tchwicúa - salada picante de rabanete).

Żurek (jú-rék) - Sopa de farinha de centeio fermentada
Foto: Katarzyna Klich
Żurek ou żur (pronuncia-se jur) é uma sopa feita de farinha de centeio fermentada. Está guarnecido com salsicha branca fervida e metades de ovos cozidos.
Em tempos antigos, a Żurek e o arenque eram as principais iguarias pré-Páscoa, no período de jejum da Quaresma. Até o Sábado de Aleluia, as pessoas cansadas de tomarem esta sopa, davam-lhe um enterro festivo. Um pote com a sopa era enterrado ou derramado na terra. Quando não é um componente do funeral festivo, o Żurek é consumido durante todo o ano.

Jajko (pronuncia-se iáico) - Ovos
Foto: Marian Zubrzycki / Fotorzepa
O ovo simboliza a nova vida e a ressureição de Cristo. Tradições relacionadas com o ovo polaco incluem a coloração deles, a benção na igreja como parte da cesta de Páscoa, compartilhando-os ovos uns com os outros, desejando tudo de bom para o próximo ano e finalmente comendo-os com diferentes temperos.
Eles são servidos cozidos, recheados, fritos ou "crus". O ovo decorado (pisanka) é um ovo cozido muito apimentado, recheado com uma mistura de gemas, maionese, mostarda, cebola e creme de raiz-forte.

Śledź (chlédj) - Arenque
Foto: Adam Kulesza
Este peixe é tão popular na Polônia, como na Suécia, Holanda, ou Dinamarca. Ele está presente nas festividades, no Natal e na Páscoa. O peixe é servido eviscerado e descabeçado, em pedaços que foram marinados em vinagre, óleo, com ou sem legumes, geralmente envoltos com cebola crua picada.

Chrzan (rrêhjan) - raiz-forte
Foto: Roman Lipczyński
Ralar raiz-forte produz vapores pungentes e faz os olhos ficarem cheios da água, sejam brancas ou vermelhas ambas raízes-fortes vão bem com uma variedade de frios.
O tipo vermelho é chamado ćwikła e a sua cor é devida à adição de beterraba.

Mazurek (Ma-zú-rék) Bolo "pequena Mazúria"
Foto: Bartosz Krupa
O primeiro dos bolos a de fazer é o mazurek. Considera-se que a receita tenha chegado na Poland vinda da Turquia por volta do século 17. O bolo pode ser feito de diferentes tipos de massas e coberturas, como por exemplo de marmelada, chocolate, frutas secas ou nozes. O céu é o limite.

Sernik (Sér-nik) - torta de requeijão
Foto: Piotr Jedzura
O sernik é uma deliciosa torta de requeijão. Pode-se tentar substituir o queijo exclusivamente polaco chamado twaróg (pronuncia-se tvárug) por requeijão ou ricota, mas não vai ser a mesma coisa.
O queijo twaróg é mais denso, doce e menos úmido do que os queijos e menos suave do que ricota. Algumas fontes dizem que o sernik remonta à Grécia antiga e Roma. A Igreja Ortodoxa tem um equivalente à base de tvorog - em forma Paskha (é um doce de queijo em forma de pirâmide).

Babka (Báb-cá) - vovó
Foto: Piotr Wojnarowski
O airado da Páscoa - babka  - é um bolo de levedura não amassado e cozido em uma bandeja de Bundt (bundt é um bolo assado em uma forma bundt, assumindo uma forma anelar. Sugere-se que o nome "bundt" é derivado do Bundkuchen alemão, que é um bolo em formato de anel). Ele pode ser misturado com xarope de rum e regado com crosta de gelo, mas o costume dita que ele não tenha recheio. O nome deriva da palavra "babka (vovó)" e, provavelmente, refere-se à sua forma ampla da saia plissada de uma avó.

Makowiec (Má-co-viets) - bolo de recheio de semente de papoula
Foto: Lubomir Lipov
Entre a riqueza de bolos de Páscoa é o makowiec, um rocambole de semente de papoula, o mais polaco de todos. O ingrediente principal são sementes de papoula e usa-se o mesmo tipo de massa do Babka. A textura é crocante e de nozes, e às vezes é coberta com açúcar de confeiteiro.

Baranek (báránék) - Cordeiro da Páscoa
Foto: Bartosz Krupa
Feito inteiramente de açúcar e em forma de cordeiro, esta é uma peça central da tradicional cesta de Páscoa polaca. Em algumas regiões ele é feito apenas com manteiga moldada em formato de cordeiro. Muitas vezes tem uma bandeira vermelha em miniatura com uma cruz.

Texto: Marta Jezewska
Tradução: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 11 de março de 2016

Terminações dos sobrenomes polacos

Os sobrenomes polacos são reconhecidos principalmente por suas terminações. E isso, mesmo, entre outros sobrenomes de origem eslava como tcheco, russo, ruteno (atual ucraniano), eslovaco, búlgaro, macedônio, croata, servo, etc.
Explicações para identificá-los e dar significações são várias... polêmicas e inconclusivas. Mas, em geral, aceitam-se como bastante prováveis as que seguem abaixo, começando pelo famoso ski, que naturalmente não guarda relação alguma com tentativas frustradas de comparar com o idioma inglês, o que faria supor ter algo parecido com esquiar, ou céu.

Os sobrenomes mais populares da Polônia

-EWSKI, -OWSKI, -IEŃSKI, -IŃSKI, E -YŃSKIS
O -ski é um sufixo adjetivado, que pode ser adicionado diretamente a um termo base - como "padeiro (Piekarz, em idioma polaco)" - Piekarski, que significa, então: "de padeiro", ou pode ser envolvido a outros sufixos.

Dois caracteres comuns que podem preceder -ski são:
1) -EW- ou -OW- (basicamente a mesma coisa, depende se o radical termina em uma consoante classificada como dura ou suave); e
2) -IN- ou -IEN- ou -YN.
O -YN é adicionado a radicais que terminam em consoantes duras, os outros dois são adicionados em radicais"suaves"; para todas as intenções e propósitos, -IEN- pode ser considerado como uma variante do -IN-, muitas vezes indicando alguma diferença dialetal na pronúncia.

Ambos prefixos têm significado possessivo, de modo que -owski / -ewski e -i [e] ński / -yński significa "do / dos".
Nas combinações, o sufixo -iński e -yński o N é suavizado e pronunciado como o NH em português, e grafado em polaco com acento agudo (-iński e -yński).

Outra ocorrência destes sufixos aparece adicionado aos sobrenomes sem o -SKI, como em Jan "João" - Jański  - "de João" e Janów (plural) que significa "dos Joões", (Como ninguém diz Joães, o natural é dizermos Joões, porque a maior parte dos substantivos terminados em -ão fazem o plural em -ões: barracão, bofetão, botão, cordão, tampão, esfregão, etc.)
Vemos localidades chamadas Janów, o que significa "[lugar] de João." Outros sufixos também podem ser adicionados a esses, como vemos em Janowo, que também significa "[lugar] de João," e Lipiny,"[local] das lipas" (de Lipa, "Tília (espécie de árvore").

Linguistas eslavos têm escrito artigos sobre quando e por que são usados os suficos -ew - / - ow-  adicionados em alguns casos, e -em - / - yn- em outros. Uma vez que um dos conjuntos de sufixos -ow / -ew e -in / -yn foi adicionado a um termo para formar um nome de lugar X, o caracteres em /yn mais -ski podem ser ainda adicionados a eles para dizer, com efeito, "um de X"

Assim o termo kowal é "ferreiro", está presente nos sobrenomes Kowalew ou Kowalewo, que significa "[local] do "ferreiro", e Kowalewski é "uma pessoa do lugar do "ferreiro".
Ou Lipa que é "tília", Lipiny que é "lugar das tílias", e Lipiński é "uma pessoa do lugar das tílias". Aliás, os caracteres -yn / -em são adicionados, às vezes, sem a vogal anterior, obtendo-se sobrenomes como Lipno, que também significa "lugar das tílias"; o nome desta localidade, também, pode aparecer no sobrenome como Lipiński. Estes processos são muito comuns na formação  dos sobrenomes polacos.

Estas aglutinações de sufixo -ewski / -owski e -iński / -yński também podem ser adicionadas diretamente aos substantivos, por vezes, simplesmente para indicar uma ligação.
Assim Łomża (pronuncia-se uomja) que é o nome de uma cidade, na Polônia, tem em łomżyński uma forma adjetiva, cujo significado é "de Łomża", ou melhor "natural de Łomża". Algo como usado, em português, com a terminação ENSE, em paranaense que significa natural "do Paraná").

Também há uma considerável sobreposição de significados entre, Janów ("parentes de", ou "local do João") e Janowski ("parentes de João", ou "de um de lugar de João"].
Às vezes, ambos os sobrenomes são usados, numa mesma família, dependendo do cartorário de plantão. Porém as formas -SKI tendem a predominar; embora entre os mais antigos aparecessem os chamados Janów.
Como acontece com qualquer aspecto da onomástica, não generalize - pois praticamente qualquer coisa que se disser que é correta, na maioria, das vezes pode ter exceções gritantes.

- "Eu sou um -SKI, eu devo ser de origem nobre!"*
Uma e outra vez se ouve "Alguém dizer que sobrenomes que terminam em -ski são pessoas da nobreza.
Será isso verdade?
Apesar da arrogância embutida na expressão,  ainda assim, é uma questão legítima.

Se estes sobrenomes tivessem sido encontrados nos registros de cartórios, ou igrejas do século 14, então sim, os sobrenomes que terminavam em -ński eram designativos de pessoas da nobreza. E que os sobrenomes que terminavam em -owicz ou -ik, ou qualquer outro sufixo não o eram.
Antes de qualquer discussão, basta dizer que não havia essa distinção, pelo simples motivo de que naquela época, todos os sobrenomes eram nobres! Em outras palavras, apenas os nobres utilizavam sobrenomes. Os plebeus não tinham sobrenome...apenas nome.

Os não-nobres, ou plebeus, só começaram a usar sobrenomes regularmente - a partir do século 17. Mas esta não é uma afirmação de todo verdadeira, pelo simples fato de que não se encontram documentos, ou registros de pessoas plebéias antes de 1600 que as mencionasse; não há evidências à respeito de quando a prática de sobrenomes hereditários imutáveis ​​se espalharam para a a plebe dos centros urbanos e para os camponeses. Mas, em geral, a maioria dos estudiosos concorda que os camponeses raramente usavam sobrenomes antes do ano1600; embora existam exceções para cada regra.

Assim, ao mesmo tempo -ski  pode ser indicativo de origem nobre. Mas isso deixou de ser verdade, há uns bons 300-400 anos atrás. Quando o uso de sobrenomes de qualquer natureza, deixou de ser exclusivo dos nobres, bem como as formas dos próprios nomes.

O que significa -SKI?
Na língua polaca é um sufixo adjetivo, significando simplesmente "de, em conexão com, pertencente a." A forma caracteres + ski é uma maneira de dizer que "de alguma forma ele está associado a caracteres precendentes." Assim Warszawa significa "Varsóvia", e Warszawski "de Varsóvia".

Em sobrenomes, onde aparecem um ou dois caracteres seguidos de -ski normalmente indicam alguma ligação estreita com alguém. Assim Piekarski, em geral, pode tanto significar "parentes do padeiro", ou "uma pessoa da localidade do padeiro".
Existem subconjuntos de sobrenomes -SKI que são especialmente propensos a se referir ao lugar de origem como em Bydgoski, que literalmente pode ser considerado como "de Bydgoszcz", e que significaria "uma pessoa de Bydgoszcz,  ou alguém ligado a Bydgoszcz."

A consequência prática disso é que um monte de sobrenomes com -SKI referentes a lugares são ambíguos; eles podem referir-se a um número ilimitado de diferentes localidades com nomes derivados a partir da mesma forma basal. Assim, Warszawski pode não estar se referindo a capital da Polônia. Pois pode haver outro lugar, ou dois, ou mais com nomes começando em Warszaw-.
O sobrenome, por si só, não dá nenhuma pista que se está se referindo a uma determinada localidade. Por exemplo, há uma Warszawa na antiga região da cidade de Zamość; há também uma Warszawice na região da cidade de Siedlce; há uma Warszawiaki na antiga região da cidade de Lublin; e uma Przedmieście Warszawskie na região da cidade de Elbląg. É possível que o sobrenome Warszawski possa estar se referindo a qualquer uma delas.

Obviamente, na maioria das vezes Warszawski remete para a capital da nação. Mas não há garantia de que seja isto! No momento, em que se assumir que, o sobrenome Warszawski tenha vindo de Warszawa, pode-se estar incorrendo em erro, pois este sobrenome em questão pode estar, na verdade, referindo-se a localidade na região de Zamość. E então, as buscas por origens, fica comprometida e difícil. Por isso, os sobrenomes devem ser interpretados à luz da história de uma família específica - é a única maneira de certificar-se de que se está focando no lugar certo.

Claro, também está, que um monte de sobrenomes com -SKI não se referem a lugares. Piekarski pode também estar se referindo ao lugar chamado de Piekary ou algo semelhante; Szczepański normalmente significa "filho ou parente de Szczepan (Estevão)". Nosalski pode significar simplesmente "parentes do grande nariz" (nosal). Este sufixo pode ser adicionado a todos os tipos de raízes, se eles se referem a um lugar de um antepassado, de residência, ou de origem, de sua ocupação, de seu primeiro nome, de sua característica física mais óbvia, e assim por diante.

-SKI versus -SKA
A questão é simples: adjetivos polacos têm diferentes formas para os sexos. Sobrenomes que terminam em -ski são considerados também para refletir o sexo da pessoa. Assim Janowski é a forma nominativa para o masculino e Janowska é a mesma forma só que para o feminino. As terminações diferem nos outros casos declinativos também: "de Janowski" é apresentado com a terminação ego, assim Janowskiego é o mesmo sobrenome só que se referindo a um homem, e com ej  é o mesmo Janowska, apenas que declinado para Janowskiej, ou seka está se referindo a uma mulher.

-CKI e -ZKI
Sobrenomes que terminam em -cki / -cka e -zki / -zka,  essencialmente, são apenas variantes de -ski / -ska. Certas palavras terminam com consoantes que, quando combinadas com o -ski básico final, produzem uma mudança de pronúncia. Assim Zawadzki vem de "Zawada" ("obstrução, fortaleza" +-ski. O -A final em Zawada cai, dando a forma Zawadski. Mas é difícil pronunciar -d- seguido por um -S-, assim se adotou Zawadzki com Z que é a maneira mais precisa de soletrar esse sobrenome.

Mas, só para complicar as coisas, a combinação -dz-, nesse caso, é realmente pronunciada como -ts-, que é como os polacos escrevem quando usam a letra -C-. Então, Zawacki é outra maneira de ortografia que mesmo sobrenome, ou seja, é o mesmo com o -dz, Zawadzki.
De qualquer maneira, Zawadzki ou Zawacki, é pronunciado aproximadamente "zah-vá-ts-qui," e significa apenas "da obstrução ou da fortaleza", ou "pessoa de um lugar chamado Zawada ou Zawady porque, ao mesmo tempo, havia uma barreira, ou uma fortaleza naquele lugar".

-Ski versus -Sky
Muitas pessoas estão sempre perguntando coisas como "Se ele é soletrado com -Sky, então é um sobrenome judeu?" ou "Posso concluir que o meu Jablonsky era de origem tcheca, em vez de polaco?"

Historicamente as grafias de sobrenomes da Europa do Leste variaram muito, o que não permite estabelecer uma regra assertiva para esta dualidade -ski versus -sky.
A regra de ouro, no entanto, é que -ski normalmente é associado aos polacos; e -sky pode ser associado com os tchecos, ucranianos, russos, etc. Há milhões de exceções, mas uma regra básica para se entender, é  apenas isso, com I no final é polaco, com Y os outros eslavos.

Isso porque as regras de ortografia polaca dizem que -K- nunca pode ser seguido por -y, mas apenas por -i.

A religião não é realmente um fator na grafia dos sobrenomes. Os judeus que foram assimilados pela cultura das nações onde se inseriram tendiam a usar qualquer ortografia considerada como correta no lugar onde passaram a viver. O grafia -sky em polaco é incorreto, então, os judeus que viviam entre os polacos normalmente grafavam -ski.

Já os judeus que viviam entre os tchecos grafavam -sky, porque isso era o correto em tcheco. Se eles vivessem no que é hoje a Bielorrússia, ou na Rússia, ou na Ucrânia - como milhões fizeram - seus nomes foram escritos no alfabeto cirílico, e poderiam ser grafados em nosso latino tanto como -ski, como -sky, -skiy, -skyi, -skyj , -skij, e assim por diante.

Na maioria, das vezes, grafava-se como -sky, de modo que a ortografia parecesse predominar entre os imigrantes judeus, no caso dos que foram para os Estados Unidos. Mas houve e há uma abundância de judeus nos Estados Unidos, que grafam seus sobrenomes com -ski, significando que são originários da Polônia.

Parece haver uma tendência entre os falantes alemães e inglês para soletrar o sufixo eslavo como sendo -sky, a tal ponto que até mesmo imigrantes polacos nestes países pararam de lutar contra essa grafia e passaram a aceitar esta ortografia imposta pelo país estrangeiro.

É possível que a influência tcheca tenha orientado alemães e povos de língua inglesa. No -sky tcheco (na verdade, com um acento sobre o y) esta é a ortografia correta. Como, ao longo dos séculos os alemães sempre estiveram às voltas com a nação tcheca, sempre por questões de invasões e ocupações de territórios essa ligação pode tê-los convencido de que -sky fosse correto para grafar esse sufixo para todos os povos eslavos.

-OWICZ Ou -EWICZ
Este sufixo simplesmente significa "filho de". Aqui, também, a diferença entre -owicz e -ewicz não é de grande importância para os não-linguistas; alguns nomes tendem a mostrar-se com um ou outro sufixo, e alguns mostram-se com ambos. Mas o significado da do segmento caracteres + -owicz ou caracteres + -ewicz é  apenas "filho de alguém."

O que aconteceu aqui é que o possessivo final -ow / -ew teve o sufixo -icz orientado para ele. Assim -icz sufixo ou -ycz é para os polacos, "filho de", assim que "filho de Jan" = Janicz ou Janycz; Já "Filho de Kuba (diminutivo de Jakub)" passou a ser Kubicz ou Kubycz. Mas como o tempo passou os poloneses foram influenciadas pela tendência de outros eslavos usar -owicz ou -ewicz vez do -icz simples.

De todos modos, -owicz é apenas a maneira polaca de grafar o sufixo que estão em muitos outros nomes eslavos como -ovich ou -oviĉ (o chamado Hacek em tcheco). A ortografia varia de língua para língua, mas quase sempre significa "filho de".

-Ak - / - EK / -IK / -KA / -Ko /-Uk / -YK
Sufixos com um -K- geralmente aparecem como diminutivos.
Em outras palavras, Jan é a forma polaca de "João", e Janek ou Janko é o "Joãozinho", em português.
Em Portugal, no Brasil e nos demais seis países de língua portuguesa é praticamente inexistente sobrenomes terminados em inho. Em polaco (e outras línguas eslavas) existem centenas deles. A maioria tem um -K- em algum lugar, ou o -K- foi modificado pela adição de novos sufixos (por exemplo: -czak, -czyk). Como regra geral, em sobrenomes ,um sufixo com -K- significa algo como "pouco", "pequeno" ou "filho de".

Assim Jan é "João", Janek ou Janko é "pequeno João, Joãozinho", Jankowicz é "filho do pequeno João", Jankowo é "[o lugar] do pequeno João" (ou "do filho de João"), e Jankowski é "originário do local do pequeno João ou o filho de João".

O uso original desses sufixos era para indicar uma forma diminutiva. Mas também passou a ser utilizada de outras maneiras, o que geralmente significa "associado com, relacionado com, exibindo a qualidade de." Nowak vem de Nowy, "novo" + -ak, para significar "pessoa nova no lugar", e Stasik significa "aquele associado com Staś" = "parentes de Staś", que por sua vez é diminutivo do diminutivo de Stasiu, do nome Stanisław.

Além disso, estes sufixos são adicionados frequentemente a substantivos para servir como um termo para uma pessoa ou objeto relacionado com qualquer que seja a base de uma raiz significativa.
Assim Bartek começou como um diminutivo de Bartłomiej (Bartolomeu), e significava "pequeno Bart, ou filho de Bart." Mas, uma vez que, Bartek passou a existia como um nome, ele pode ser usado como substantivo, que significa também "caipira, camponês, homem do campo, sertanejo".

Isso aconteceu porque as pessoas passaram a entender Bartek como sendo um nome popular entre pessoas das áreas rurais, e por isso passou a ser usado como um substantivo comum para tais pessoas. Ao como Bastião, de Sebastião que passou a ter conotação de gente simples, caipira, em português.

Da mesma forma, sowa que significa "coruja", e sówka, que literalmente é traduzido para "bufo", embora seja um termo para um tipo específico de coruja,  a Athene noctuae. Mas também é usado como um termo para a família Noctuidae de mariposas.
Aparentemente algo sobre essas mariposas lembrou às pessoas os mochos (da família Strigidae, da ordem Strigiformes), e o termo preso. Assim, há que se ter cuidado quando interpretar sobrenomes com estes sufixos diminutivos: o "pequeno X" pode ser vir a ser um termo para algo que não é facilmente perceptível.

-IAK
Essencialmente, o sufixo -iak é a mesma coisa que -ak; ambos são sufixos diminutivos, mas -iak difere apenas na medida em que envolve suavizar ou palatalização da raiz consoante final. Assim, em alguns nomes vemos -ak adicionado diretamente a uma raiz sem palatalização, por exemplo; Nowak, Pawlak e, em outros, temos a palatalização, em Dorota + -iak = Dorociak, Jakub + -iak = Jakubiak, Szymon + -iak = Szymoniak.

O significado básico de -ak / -iak é diminuto, mas especialmente quando aplicado aos primeiros nomes, ele tende a ter um significado patronímico. Assim, "Jakubiak" significa "pequeno Jakub".
No entanto, ele não é usado exclusivamente dessa forma, por exemplo, há um substantivo "Krakowiak", que significa "uma pessoa de Cracóvia". Sufixos polacos raramente têm um único e tão somente um significado.

-ANKA, -ina / -YNA, -OWA / -EWA, -ÓWNA / -EWNA
Finalmente, estes sufixos diferentes dos outros já mencionados em que eles não são partes intrínsecas dos sobrenomes. Jankowski é um nome diferente do Jankowicz; Já Jankowiczowa não é um sobrenome diferente do Jankowicz, mas apenas uma forma especial dele.
Estes sufixos todos marcam versões femininas de sobrenomes que tomam a forma de substantivos, e não de adjetivos terminados em -ski ou -cki ou -zki. Para chegar ao sobrenome base tem-se que remover o sufixo (e às vezes adicionar um final): Jankowiczowa = é a Sra. Jankowicz, ou Kościuszkowa = Sra. Kościuszko.

No polaco padrão -owa ou -ewa indica uma mulher casada, e -ówna / -ewna uma solteira. Jankowiczowa é a Sra Jankowicz, mas Jankowiczówna é senhorita Jankowicz; Kowalewa = Sra. Kowal, Kowalewna = srta. Kowal.

Os sufixos -ina / -yna são adicionados a sobrenomes que terminam em -a substantivo derivado, e geralmente indicam uma mulher casada; a forma correspondente para as mulheres solteiras é -anka ou -ianka (às vezes -onka ou -ionka). Então a Sra. Zareba é a "pani Zarębina", e Srta. Zareba é "panna Zarębianka."

Acrescente-se, porém, que em dialetos regionais, às vezes, há -anka ou -onka adicionado aos adjetivos de sobrenomes, e até mesmo utilizado para a mulher, de modo que a Sra. Kowalski pode aparecer como "Kowalszczanka". Isso não está correto em polaco convencional; mas pode-se usar nos registros de algumas regiões, especialmente do Nordeste e Sudeste da Polônia.

Texto: W. F. Hoffman
Tradução para o protuguês: Ulisses Iarochinski