domingo, 11 de maio de 2008

O dia das mães de Ghiaroni na minha vida

"Madonna e a criança", de Pietro Perugino. Criado em 1490. Quadro em óleo, do acervo do Museu de Belas Artes Pushkin de Moscou, Rússia.

Quando estava estudando na Escola Senai, no interior do Paraná, onde fiz o curso profissionalizante de Eletricidade, andei, a pedido da professora de Língua Portuguesa, adaptando um texto teatral que encontrei numa revista para se fazer uma homenagem ao Dia das Mães pelos alunos daquela escola. Pois sim, minhas carreiras teatrais e jornalísticas devem ter começado aí. A responsável a professora Elga, que pelo que recordo era originária de Santa Maria no Rio Grande do Sul e tinha ido a Telêmaco Borba apenas para lecionar. Nunca mais soube dela. Mas enfim... Depois de pronto meu texto, a peça foi montada pelos meus colegas. Mas para mim não sobrou nenhum papel. Fiquei um pouco chateado, afinal eu é que tinha escrito e já me vinha no papel principal. Mas a profa. Elga tinha outros planos para mim. Numa manhã, passando pelo corredor, ela me chamou e estendeu duas folhas de papel dizendo: “Ulisses, gostaria que você decorasse este poema. É muito bonito e depois ensaiamos. Está bem?” Peguei as folhas e fui para casa, passei uma semana tentando decorar aquele longo poema, intitulado apenas; “Dias das Mães”. Autor? Apenas um nome: Giaroni. Depois de decorado, com a direção da professora fizemos vários ensaios para que eu pudesse “fazer as mães” chorarem no dia da declamação. E assim foi: primeiro a apresentação do texto teatral que eu havia escrito/adaptado, depois um coral, depois... Bem depois, minha declamação. Em cima do palco, enquanto declama podia ver minha mãe, minha tia, a esposa do diretor da escola, a esposa do prefeito, as professoras... Chorando com os versos de Giaroni e minha apresentação. Foi um sucesso... tanto é verdade que o diretor da rádio local, logo que desci do palco, aproximou-se e disse: “Você quer falar este poema amanhã, domingo, ao vivo na rádio?”. Confesso que não entendi muito bem o que ele disse, pois eram muitas as pessoas que chegaram para cumprimentar. Esta foi minha primeira apresentação em público de uma carreira teatral que começaria em Curitiba mais tarde e onde participei como ator de pelo menos 30 espetáculos teatrais.

Mas e aquele poema, aquela declamação? Ah! Sim... Apresentei na Rádio Sociedade Monte Alegre naquele Dias das Mães e também, no ano seguinte e em outros locais nos anos que se seguiram. Há dois anos, já vivendo aqui em Cracóvia, meu amigo, diretor da Rádio CBN Curitiba, José Wille, telefonou-me perguntando se eu não queria fazer uma gravação daquele poema que ele me ouviu declamar num Dia das Mães, na Escola CEFET, em Curitiba. “Sim!”, respondi. Mas quando procurei em meus arquivos, descobri que não tinha mais aquele texto. Pedi para mim mãe, no Brasil, procurar, mas minhas coisas, mas ela também não encontrou. Procurei nas páginas de Internet então. E nada. Nem aquele autor Giaroni tinha qualquer referência, muito menos o poema. “Onde encontrar a professora Elga”, pensei. O jeito foi me concentrar... Muito! E tentar recordar cada um dos versos daquelas várias estrofes. Consegui a muito custo, mas consegui! Gravei, mandei via e-mail o arquivo com a gravação ao José Wille, que devido à repercussão naquele “Dia das Mães”, teve que repetir a apresentação da minha gravação nos dois domingos seguintes nas manhãs da Rádio Globo de Curitiba.

E hoje estou aqui pensando em como homenagear as mães. Procurei então na Internet alguma referência sobre Giaroni. Para surpresa minha, descubro que Giuseppe Artidoro Ghiaroni, autor do poema das mães que me acompanha por toda a vida faleceu no Rio de Janeiro, aos 89 anos, numa quinta-feira, dia 21 de fevereiro de 2008, ou seja, 3 meses atrás.

E agora, ao contrário de 3 anos atrás, na Internet, através do Google conferi que o nome Giuseppe Artidoro Ghiaroni, está presente em 75 referências encontradas em 0,14 segundos, que Giuseppe Ghiaroni está em 2.380 referências em 0,27 segundos, que Ghiaroni está presente em 16.400 referências em 0,33 segundos e que finalmente o poema que eu passei dias tentando recordar aqui na Montanha do Przegorzały agora está presente em 305 referências em 0,24 segundos no Google. O texto do poema que estava apenas na minha cabeça de adolescente agora está em vários sites. Maravilha, por um lado, mas tristeza, por outro saber que o autor daqueles versos que está em minha cabeça já não está mais entre nós e saber que “Giaroni” foi Giuseppe Artidoro Ghiaroni, um mineiro de Paraíba do Sul, onde nasceu em 1919. De origem humilde em sua juventude, Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite", de onde passou para a Rádio Nacional, onde se consagrou como cronista. Ghiaroni foi contratado pela Rede Globo. Escreveu principalmente para programas humorísticos, entre eles a "Escolinha do Professor Raimundo".

Mas foi mesmo na antiga Rádio Nacional no começo dos anos 50, que Ghiaroni fez sucesso com seus poemas declamados pelos grandes locutores e artistas da época. Se o seu “Dia das Mães” me acompanha há tanto tempo, o "Monólogo das mãos" é sucesso permanente nas carreiras da grande Bibi Ferreira e Lúcio Mauro. “O Dia das Mães” foi também durante toda a carreira de Paulo Gracindo seu maior sucesso como declamador.

Entre suas obras publicadas e mais conhecidas estão, “O Dia da Existência”, de 1941; “A Graça de Deus’, de 1945; a “Canção do Vagabundo”, de 1948; e finalmente em 1997, ele publicou “A Máquina de Escrever.” Mas também foi autor de rádio-novelas como “MÃE”, “A Gloriosa Mentira”, e “O Bom Irmão”“. Ghiaroni também foi um locutor, não só dos próprios poemas como de grandes programas de música nas rádios do Rio de Janeiro.

Para ouvir minha gravação de “Dia das Mães”, enquanto acompanha a poesia de Giuseppe Ghiaroni, clique aqui.

Mãe! Hoje volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar e depois perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti, e me abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me cabe este direito.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz:
"Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez do último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que , nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!

P.S. Está poesia, neste segundo domingo de maio de 2008, vem de encontro à distãncia que me encontro de minha Mãe Eunice, que não se cansa de me perguntar toda semana: "Meu filho, quando você volta pra casa?" E eu respondo: "Quando terminar meus estudos". Para esta heroína da minha vida, a homenagem de mais um dia distante dela.




Foto de Frances B. Johnston feita em 1900, da criadora do Dia das Mães, Anna Jarvis, em Washington, Estados Unidos. Fotografada exatamente, no dia em que ela pedia aos deputados para reconhecer o Dia das Mães como uma data nacional estadunidense e conseqüentemente feriado.

Oscypek tem concorrência desleal

Foto: Piotr Guzik
A Polônia esperou bastante para que um de seus pedidos junto a União Européia fosse reconhecido. Uma associação de montanheses da região de Zakopane depois de um longo processo conseguiu incluir um típico queijo polaco na lista dos produtos de "DOC - Dominação de Origem Controlada". Este queijo feito de leite de ovelha (permite-se acrescentar até um máximo de 40% de leite de vaca) produzido segundo uma antiga receita é originário das regiões das cidades de Nowy Targ, Zakopane e Żywiec e se chama Oscypek. Tem uma aparência que confunde o turista desavisado, pois lembra uma escultura em madeira, pelo formato, textura e coloração. Na verdade, ele é feito em formas com sulcos desenhados em representações de figuras geométricas.O oscypek tem vários formatos, sendo este mais escuro do lado direito o mais bonito

Pois bem, o Oscypek conseguiu entrar para uma lista exclusiva de 66 produtos europeus e o que andam fazendo os póprios polacos que não conseguem fazer a receita igual, mas querem vender seus produtos com a fama adquirida pelo Oscypek sem sofrer sanções das autoridades?
Mas claro, além de não conseguirem fazer a mesma coisa, os polacos estão trocando algumas letras da palavra e assim começa a aparecer no mercado polaco uns queijos com o nome de Uscypkiem. Quer dizer, não são apenas os brasileiros que têm um "jeitinho", o polaco é célebre em seu "jeitinho polaco".
O outro produto polaco também registrado na UE vem da mesma região e se chama Bryndza Podhalańska, ou seja, queijo de leite de ovelha produzido nos meses de verão nas regiões de Nowy Targ, Zakopane e Żywiec.

Bryndza Podhalańska já passada no pão caseiro

Na lista dos produtos de "DOC", a Espanha e Itália lideram com 15 produtos cada. São Seguidas por Portugal com 13, França 10, Tcheca 8, Alemanha 7, Grã-Bretanha 3, Polônia 2 e Irlanda, Holanda, Bélgica, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Grécia e Chipre com 1 produtos cada.

sábado, 10 de maio de 2008

Biesiady em São Paulo

Aqui uma biesiady animada na Karczma Bartlad, em Goniądz, próximo a Białystok (Nordeste da Polônia).

O Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo, a Casa Sanguszko e a APOLEC-SP estão convidando o público em geral para a Primeira Noite de Canções Festivas Polacas “biesiady”. As canções executadas serão exclusivamente no idioma polaco.
O encontro será no sábado próximo, com entrada franca, dia 17 de maio, às 18h00, na Rua Prof. João Arruda, 440 – Sumaré, em São Paulo, Capital.
Os organizadores estão solicitando aos interessados que tocam e possuem instrumentos musicais, que os tragam para o encontro. Será como uma roda de "samba", mas só com músicas polacas, sem requebrado da mulata. As inscrições podem ser enviadas para a Sra. Michalina Staniczek Andrade, responsável pelo encontro.
E-mail: michalina@uol.com.br

Campos de beterraba

Foto: Ulisses Iarochinski
Os infindáveis campos agricultáveis da Polônia. 95% da superfície do páis é plana, os 4% restantes estão concentrados no Sul, nas fronteiras com a Eslováquia e a Tcheca, devido a cadeia de montanhas Cárpatos. Mas estes campos de beterraba branca (o açúcar na Polônia é feito deste tuberculo) estão na região de Łomża (uomja) no Nordeste do país.

Teatro de Lublin

Foto: Ulisses Iarochinski
Portal de entrada do teatro, na cidade velha de Lublin.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Roger Guerreiro convocado

Sem surpresas, pois até a camisa já estava pronta
E o treinador holandês da seleção polaca de futebol, Leo Beenhakker confirmou na relação de convocados divulgada, ontem, por ele, a presença do brasileiro Roger Guerreiro da equipe do Legia Warszawa. Ficou claro que depois do presidente Lech Kaczyński ter assinado a confirmação de cidadania mais rápida de seus pouco mais de dois anos de mandato, não poderia ficar sem uma pronta resposta do treinador holandês. Enquanto Roger, sem possuir antecedentes sanguínios polacos, conseguiu a cidadania em menos de 2 semanas, descendentes de polacos de primeira, segunda e terceira geração amargam há dois anos que seus pedidos de solicitação sejam pelo menos analisados pelo presidente da república da Polônia.
Isto para não falar naqueles pedidos que são rejeitados já nos consulados, porque o ancestral emigrou da Polônia antes de 1918. Os funcionários públicos do governo na Polônia, que analisam estes pedidos não consideram estas pessoas como tendo sido polacas, mesmo ostentanto sobrenomes como Kamiński, Wojtyła, Koperniko, Kowalski etc. Já o paulista Roger Guerreiro com menos de cinco anos de Polônia é o segundo estrangeiro e o primeiro brasileiro convocado para a seleção polaca. O primeiro foi um atacante nigeriano Emmanuel Olisadebe, que de tão ruim já nem vive mais na Polônia, mas que continua ostentando o passaporte polaco. Há notícias de que anda jogando na China.
Enquanto o selecionador Beenhakker anunciava os convocados, o jogador Dariusz Dudka da equipe campeã 2008 da Polônia, Wisła Kraków, ao não ouvir seu nome na relação dos convocados era entrevistado pelo jornal Dziennik Polski e afirmava: "Estou surpreso, não foram convocados Arkadiusz Radomski e Michał Pazdan. O nome de Roger Guerreiro não me surpreendeu, porque afinal de contas o treinador já havia manifestado na imprensa de que se Roger recebesse a cidadania polaca e desde que permitido pela FIFA, o brasileiro seria convocado para nossa esquadra nacional. Ele era o nome mais seguro de estar presente na convocação em relação a cada um de nós jogadores polacos".
Já os torcedores se manifestam nos comentários das reportagens postadas nas edições de Internet dos jornais e meios de comunicação polacos, como por exemplo, "tenho o pressentimento que Roger na terá moleza na seleção. Tenho acompanhado seu desempenho desde que chegou a Polônia e nenhum jogador da segunda divisão de nosso campeonato fica a dever para ele. Não é um virtuoso do futebol. Suas pernas são brasileiras e não polacas e só por isso foi convocado. Radomski deveria ter sido convocado". Comentário postado no site Onet. pl Sport.

Estes são os jogadores convocados para se concentrarem no grupo da Euro 2008 em Donaueschingen:

Goleiros: Artur Boruc (Celtic Glasgow), Tomasz Kuszczak (Manchester United), Łukasz Fabiański (Arsenal Londyn)
Defensores: Jacek Bąk (Austria Wiedeń), Marcin Wasilewski (Anderlecht Bruksela), Paweł Golański (Steaua Bukareszt), Mariusz Jop (FK Moskwa), Adam Kokoszka (Wisła Kraków), Jakub Wawrzyniak (Legia Warszawa), Michał Żewłakow (Olympiakos Pireus), Grzegorz Bronowicki (Crvana Zvezda Belgrad)
Apoiadores: Dariusz Dudka (Wisła Kraków), Jakub Błaszczykowski (Borussia Dortmund), Mariusz Lewandowski (Szachtar Donieck), Rafał Murawski (Lech Poznań), Łukasz Garguła (PGE GKS Bełchatów), Jacek Krzynówek (VfL Wolfsburg), Radosław Majewski (Groclin Grodzisk Wlkp.), Michał Pazdan (Górnik Zabrze), Roger Guerreiro (Legia Warszawa)
Atacantes: Euzebiusz Smolarek (Racing Santander), Wojciech Łobodziński (Wisła Kraków), Maciej Żurawski (AE Larissa), Tomasz Zahorski (Górnik Zabrze), Radosław Matusiak (Wisła Kraków), Marek Saganowski (FC Southampton).

Esta é a primeira participação da Polônia numa fase final da Copa de Futebol Européia de Seleções Nacionais em sua história. Na primeira fase, a Polônia vai enfrentar pelo grupo B, a Alemanha, dia 8 de junho, a Áustria dia 12 e a Croácia no dia 16. A Euro 2008 acontece na Áustria e Suíça no mês de junho próximo.

Wyborcza completa 19 anos

Capa da primeira edição do jornal Gazeta Wyborcza, em 8 de maio de 1989. Este é o Gazeta número 1. A frase de Lech Wałęsa (pronuncia-se lérrrhhh vaúensa): "żeby było inaczej i lepiej musimy te wybory wygrać" - se foi o contrário e melhor devemos vencer esta eleição," já traduzia o nome do jornal, ou seja, Gazeta Wyborcza - Jornal das Eleições.
O jornal que completou, ontem, 19 anos de existência foi fundado por por um grupo de jornalistas e ativistas da imprensa dos subterrâneos da oposição democrática como a plataforma para as primeiras eleições parlamentárias democráticas da Polônia pós-comunismo. O primeiro editor-chefe foi Adam Michnik, intelectual e destacado oposicionista nos 60-80 do regime comunista polaco.
A primeira edição teve 8 páginas e 150 mil exemplares vendidas. Passados 19 anos, ele sai às bancas com uma circulação de mais 448 mil exemplares diários e excedendo em algumas edições 110 páginas. O time editorial da "Gazeta das Eleições" inclui aproximadamente 850 pessoas, dos quais 510 são jornalistas e editores, 5 correspondentes no exterior permanentes e 60 fotógrafos. O jornal possui uma edição nacional com cadernos regionais, que consiste em pelo menos três partes: seção nacional preparada por Varsóvia, seção regional preparada por cada um das 20 redações regionais e um suplemento temático nacional.
Ano após ano, a "Gazeta" foi consolidando sua posição como uma trincheira de opinião e importante fonte de informações para seus leitores. É respeitado tanto na Polônia como no exterior e seu grupo de jornalistas e fotógrafos já ganharam prestígio e prêmios internacionais. Sendo reconhecido como um dos mais belos "design" entre jornais de todo o mundo, como atesta as duas vezes em que venceu a competição "Best of Newspaper Design" organisada pela "International Society for News Design". Foram julgados 193 projetos gráficos de jornais do mundo inteiro. O "Prêmio Excelência" foi dado para o suplemento de 32 páginas, de 28 de abril de 2007, "Gazeta Feriado Bancário" e outro para o suplemento "Gazeta de ano novo ", de 31 de dezembro de 2007. A "International Society for News Design" congrega mais de 2600 editores e diretores artísticos de mais de 50 países. Sua competição anual de "Melhor Design de Jornal do Mundo" está em 28ª. edição e foram anunciados os vencedores em fevereiro último.

Euro na Polônia em 2011?


A notícia de que a vizinha Eslováquia vai adotar o Euro em 1° de janeiro do ano que vem, ou seja, daqui a pouco mais de 7 meses repercutiu bastante na Polônia. O primeiro-ministro Donald Tusk foi instado a falar e tratou de afirmar que a Polônia poderá entrar na zona Euro em 2011, um ano antes da Copa Européia de Futebol, que será sediada por Polônia e Ucrânia em 2012.
Para converter o złoty em Euro o país tem trabalhado rigorosamente para cumprir os critérios de "Maastricht". Em 2007, o déficit geral do governo diminuiu 2.0 % do GDP, que é um importante critério para os membros do Euro e está fixado em 3% do GDP. Para alguns economistas a Polônia, em que pese o positivo crescimento e rápido desenvolvimento econômico, ainda têm um longo caminho a percorrer antes de adotar a moeda única européia. Krzysztof Freliszka, do Banco Nacional polaco declarou que o número de bancos sediados na Polônia que oferecem serviços em Euro tem aumentado significativamente. Desde janeiro de 2008 está operando na polônia o SEPA que é uma área de pagamentos do Euro. O setor bancário da Polônia conta com 15 casas bancárias dentro do sistema SEPA atualmente e 60 deles oferecem serviços em Euro a seus clientes.
Há seis anos, os polacos não tinham uma boa opinião sobre a moeda única, mas os últimos indicadores de opinião pública demonstram que os polacos começam a ver o Euro como algo positivo. Hoje metade da população vê com bons olhos a adoção da moeda única. Apesar das declarações de Donald Tusk, a pergunta que mais se ouviu nas ruas das cidades polacas de ontem para hoje foi: "Mas estaremos mesmo prontos em 2011?"

Wajda contra Palácio da Cultura


Vira e mexe e os polacos se voltam para a mesma discussão: o Palácio da Cultura em Varsóvia. Uns ,a favor da permanência dos símbolos históricos, que eles nos agradem ou não e outros favoráveis a apagar qualquer vestígio do mal que se impôs.
O cineasta Andrzej Wajda ganhou as páginas do principal jornal polaco, Gazeta Wyborcza, hoje, não pelo seu filme "Katyń" que continua granjeando elogios onde quer que seja apresentado, como na última "première" em Kiew, capital ucraniana. Wajda enviou uma carta ao jornal, da qual reproduzo dois trechos:
1 - "Quando eu olho para os edifícios do corredor comercial existente e para o projeto do Museu de Artes Moderna, eu vejo a sombra ameaçadora do palácio Stalin que cobre toda a Praça Dos Desfiles e não permite que possa haver qualquer pessoa ou qualquer coisa que impeça ver."
2 - "Então a fila de nossos políticos ao se aproximarem da capital vindos de Cracóvia, Lublin e Lodz, verão Manhattan, dentro de nossas medidas, e não a retrógrada Varsóvia com a igreja Józef Stalin." Com esta segunda ele encerra sua carta.
O cineasta, um declarado opositor do soviético Stalin, em sua última cinematográfica, mostra o assassinato de 40 mil oficiais polacos durante a Segunda Guerra Mundial, pelos "aliados" russos na floresta de Katyń. Neste crime histórico, Wajda perdeu seu pai, então oficial das Forças Armadas da Polônia. Esta carta, que ele enviou, demonstra que sua luta para desmascarar os horrores vividos pelos polacos durante o regime imposto pelos soviéticos vai além das telas dos cinemas, o cidadão Wajda discute também o fato de ainda continuar de pé o presente dado por Stalin, após a reconstrução da cidade, para Varsóvia.
A construção do "Pałac Kultury i Nauki" (Palácio da Cultura e Ciências) durou de 2 de maio de 1952 a 22 de julho de 1955. Cerca 3.500 trabalhadores russos, os quais moraram em Varsóvia especialmente, o construíram. Durante a construção morreram 16 russos. Em 7 de março de 1953, dois dias após a morte de Józef Stalin, foi dado ao edifício de arquitetura comunista, o nome de "Pałac Kultury i Nauki Józefa Stalina". Assinaram o documento de denominação do palácio, em nome do Conselho de Governo e Conselho de Ministros da República Popular da Polônia, Bolesław Bierut e Aleksander Zawadzki. Foram utilizados na construção 50 mil toneladas de tijolos, 50 mil toneladas de concreto, 16 mil toneladas de aço. O palácio mede 230,68 metros de altura com sua torre. Já foi o mais alto arranha-céu da Polônia e o quarto da Europa.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A melhor universidade da Polônia

A Reitoria da Universidade no" Collegium Nowum" e ao lado a Faculdade de História.
A Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia, a mais antiga do país, volta ao prestigioso posto de melhor instituição universitária da Polônia após 3 anos. O ranking apresentado, ontem, derruba a Universidade de Varsóvia - a maior do país - para o segundo posto e apresenta em terceiro lugar a Universidade de Wrocław. No último posto, 91°, ficou a Escola Superior de Administração, Marketing e Idiomas Estrangeiros de Katowice.
O reitor Karol Musioł ressalta que este alto nível educacional se deve basicamente as mudanças no sistema. "Dois fundamentos foram decisivos para isto: melhoria didática e aumento das pesquisas científicas. Como conseqüência disto alcançamos maior qualidade e aumento da nossa força de pesquisa científica".
Quatro pontos básicos foram analisados para qualificar as melhores universidades e academias da Polônia, neste ranking: prestígio, fortaleza do ensino, condições de estudo e internacionalização, além de outros 27 critérios. 91 escolas superiores foram analisadas em todo o país.
A Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia foi a escola de Mikołaj Koperniko, Wisława Szymborska, Karol Wojtyła, Andrzej Wajda e deste paranaense que lhes informa diariamente sobre os últimos acontecimentos na Polônia, justamente no Institut Historii.

Eslováquia pronta para o Euro

Esta é a cotação do Euro e Dólar, hoje, na Polônia: EUR - 3,4285 zl , USD - 2,2142 zl. Em relação ao Real o złot está cotado em 0,755836 .

Bratislava, a capital da Eslováquia
Isto para dizer duas coisas, a primeira é que todo turista brasileiro que viaje a Polônia, se não conseguir comprar złot antes de viajar, que compre Euro. O dólar nem sempre é encontrado para trocar nos Kantor (casas de câmbio na Polônia), além da cotação ser baixa. Outra solução é trazer cartão de banco com bandeira Plus, Maestro etc. e retirar diretamente nos bankomat - caixas eletrônicos, já na moeda polaca.
A segunda coisa é que dos últimos 12 países a entrarem na União Européia, a vizinha Eslováquia está pronta para adotar a moeda comum Euro, depois de 4 anos da entrada no clube de Estados. A Comissão Européia anunciou ontem, que a Eslováquia pode adotar o Euro no próximo dia 1 de janeiro de 2009. É o primeiro país da Europa do Leste a adotar a moeda comum e o quarto dos novos membros.
Para a Polônia, a entrada de seu vizinho significa que a verdadeira reforma vale a pena, embora possa ter custo político. As condições econômicas da Eslováquia não a colocavam na frente da Polônia na estrada para o Euro, mas segundo os economistas, a determinação de seus governantes a preparou rapidamente para tal adoção. A Eslováquia alcançou uma alta e permanente convergência econômica com a União Européia. Os baixos níveis da inflação, cuidados com os déficites orçamentários e ampliação da concorrência econômica eslovaca, além de políticas fiscais eficazes.
Para a Polônia, estas são regras imprescindíveis para ascenção econômica e adoção do Euro, disse o ministro das finanças Jacek Rostowski.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dudek contra Barcelona?

Foto: Andrea Comas/Reuters
Ele já foi herói da seleção polaca e do poderoso Liverpool da Inglaterra, agora curte a reserva do eterno Casillas no gol do Real Madrid. Campeão como toda a equipe, o goleiro polaco Jerzy Dudek, depois da ressaca do título conseguido com antecipação, no último domingo, na vitória de sua equipe contra o Osasuna, espera jogar contra o Barcelona. Casillas deve ganhar folga e o técnico alemão escalar Dudek para jogar contra o time de Messi e Henry. Perguntado sobre o que se pode esperar desta partida contra o arqui-inimigo, Dudek disse que "nós temos um time responsável. Os brasileiros de agora são mais sérios do grupo anterior, quer dizer Ronaldo e Roberto Carlos. Tenho esperança, que nosso sucesso não nos prejudicará neste jogo importante".
Mas depois de duas temporadas e apenas 7 partidas como titular, o goleiro polaco quer deixar o campeão Madrid: "Jogar aqui é um sonho, mas não no banco, por isso quero ir para uma equipe onde seja titular, onde eu possa jogar".

Bispo teria sido espião comunista

Após a posse do primeiro-ministro do PO - Partido da Plataforma da Cidadania, Donald Tusk tinha desaparecido as informações de caça as bruxas do período comunista. Mas, os jornais da Polônia publicam hoje que o Instytut Pamięci Narodowej (Instituto da Memória Nacional) encontrou documentos de que o bispo Wiesław Mering era colcaborador dos serviços de segurança no sistema comunista, inclusive quando morou na França. Nos registros consta o pseudônimo de „Lucjan” como sendo o do padre Wiesław Mering. Enquanto padre era também espião do IV Departament SB. No Departament I a informação é de que trabalhou como agente no exterior. Para o o padre Tadeusz Isakowicz-Zaleski, que há alguns anos faz pesquisas sobre o trabalho de colaboração de padres com o regime comunista, as informações encontradas nos registros dos dois departamentos do Serviço Secreto Polaco são inegáveis.
O bispo Mering, contudo nega dizendo que "nunca assinei qualquer documento de colaboração com o serviço secreto. Nunca colaborei e se alguém encontrou alguma coisa assinada por mim, esta pessoa recebeu dinheiro para me caluniar. Mas estou a disposição das autoridades para esclarecer." Jan Żaryn do Instytut Pamięci Narodowej diz não haver nenhuma dúvida sobre os registros que apotam o bispo Wiesław Mering como colaborador do serviço secreto comunista polaco.
P.S. Logo que o governo dos gêmeos Kaczyński assumiram o poder muitas pessoas perderam seus empregos, acusados que foram de pertencer aos serviços do regime comunista. A direita polaca não admite que o país passou 40 anos sob regime comunista e todos aqueles que fizeram parte, ou colaboraram são inimigos da Pátria... A história vai julgar este período da nação polaca e só ela pode dar o veredito e não so governos de ocasião.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Brasileiros reféns em Varsóvia

Foto: Aleksander Prugar AG / Holiday Inn Warszawa Hotel
A Polícia de Varsóvia informou que um rapaz de origem árabe manteve reféns três brasileiros de origem judaica num quarto do Hotel Holiday Inn, nesta segunda-feira, durante aproximadamente uma hora. Mohammad A., de 23 anos, desarmado, teria se trancado no quarto com os brasileiros e ameaçado explodir uma bomba. O agressor estava bêbado quando policiais invadiram o quarto, no sexto andar do hotel para libertar os brasileiros que fazem parte de um grupo de 48 alunos da Escola Eliezer Steinbarg-Max Nordau, do Rio de Janeiro.
O embaixador israelense na Polônia, David Peleg, disse que o homem estava com comportamento estranho quando entrou no hotel. Os gritos dos brasileiros alertou os funcionários do hotel que chamaram a polícia.
Os brasileiros, que deveriam ter viajado para Israel, para acompanhar a "Marcha da Vida" (excursão mundial que passou pela Polônia na semana passada) continuaram em Varsóvia e só puderam embarcar ontem à noite com destino a Tel Aviv. Os três cariocas foram se juntar aos 400 estudantes brasileiros de origem judaica que participam desta marcha idealizada por Abraham Hirshson, (hoje de cidadania estadunidense) sobrevivente dos campos de concentração e extermínio da segunda guerra mundial.

Mohammad A. já na cadeia.
De acordo com o porta-voz da polícia, Marcin Szyndler, o rapaz bêbado, que atacou os jovens brasileiros de 16 anos de idade cada um, é do Kuwait. A polícia foi informada do incidente por volta das 9 horas da manhã. Segundo informações colhidas pelos policiais, o kuwaitiano entrou no hotel e foi logo ao sexto andar onde começou a conversar, no corredor, com os brasileiros. Logo em seguida, obrigou-os a entrar num dos quartos. Ele estava visivelmente bêbado, segundo os funcionários do hotel.
O telejornal ''Wydarzeń'' da Telewizja Polsat (canal privado de TV) , informou em reportagem, que ao que tudo indica o jovem é filho do embaixador do Kuwait, acreditado em Varsóvia e que o mesmo não sabia o motivo porque tinha cometido a agressão(em interrogatório realizado na delegacia para onde foi encaminhado). Nas entrevistas, além do embaixador de Israel, fala também dois brasileiros adultos não identificados e um policial que desmente a informação de que haveria uma bomba em poder do jovem, ou escondida no hotel. "Foi um falso alarma".


O repórter Grzegorz Kęmpka, da TV Polsat, informa ainda que o kuwaitiano, depois de algumas horas na delegacia foi liberado. Mas segundo policiais o ato pode custar 3 anos de cárcere ao kuwaitiano bêbado.

Trem da Comemoração chega a Auschwitz

Cartaz do trem-exposição
O “Train of Commemoration”, que começou sua viagem em 8 de Novembro de 2007, em Frankfurt e já percorreu 3.000 km e passou por 20 estações de trem na Alemanha finalmente vai chegar a seu destino, nesta quinta-feira, 8 de maio: Auschwitz. O campo de concentração e extermínio Alemão Nazista localizado na cidade de Oświęcim, a 65 km de Cracóvia é na verdade um complexo de 4 campos, I,II,III IV. O maior deles, o II, fica na cidade vizinha de Brzezinka e é conhecido também pelo nome em alemão Birkenau. Nele, além das ruínas de 3 câmaras de gás-crematório, estão alguns dos barracões em tijolos e madeira utilizados como prisões, a estação final da morte e o monumento às vitimas do Holocausto.
O trem de época é movido por uma locomotiva do ano de 1921
O "Trem da Comemoração" para muitas crianças da Europa sob ocupação alemã-nazista foram as últimas estações de trem de suas vidas. Mais de um milhão de crianças e adolescentes de toda a Europa foram transportadas para os campos de concentração e extermínio através das estradas de ferro alemãs. Crianças e famílias judias, crianças Sinti e Roms (Ciganos dos países balcânicos/Américas e aqueles ciganos da Alemanha, França e Itália) e oponentes dos Nazistas. Na verdade, o "Trem da comemoração" é uma exibição-exposição itinerante, que mostra e recorda as biografias das crianças vítimas da Noruega, Bélgica, Holanda, França, Itália, Grécia, Polônia e a União Soviética. Também é uma forma de comemorar a ajuda organizada pelas forças aliadas anti-Nazistas, no transporte de crianças para a Grã-Bretanha que salvou as vidas de aproximadamente 10.000 crianças e jovens.
Selma Meerbaum-Eisinger e uma amiga
O "Trem da Comemoração" é uma iniciativa de comitês privados na Alemanha que desejam inspirar a todos a se posicionar contra o ódio racial, o extremismo da ala direitista e da megalomania nacionalista. Inicialmente pediram apoio da maior coimpanhia de estradas de ferro da Europa, a Bahn AG alemã, no sentido de apoiar a exibição itinerante em estações de trem da Alemanha. Além de solicitar ajuda prática ao Ministério dos Transporte da Alemanha, em Berlim. Estes comitês de cidadãos responsáveis pela iniciativa arrecadaram 250,000 Euros através de doações. O Ministério alemão para Transporte, responsável pelo rede de estradas de ferro, contudo, recusou todo apoio financeiro por razões legais. Os comitês conseguiram identificar 12.089 crianças alemães que foram deportadas.
O "Pociąg wspomnień" passou desde sua partida em Hesse - Frankfurt, Darmstadt, Mannheim, Karlsruhe, Stuttgart, Saarbrücken, Fulda, Goettingen, Hannover, Braunschweig, Gotha, Erfurt, Weimar, Leipzig entre outras cidades. Nestes quase seis meses de viagem o trem recebeu mais de 16 mil visitantes por onde passou.
Nos últimos dias o trem passou pelas últimas cidades alemãs de Bautzen e Görlitz, entrando em território polaco através da cidade de Zgorzelec, Wrocław amanhã, dia 7 de maio... e finalmente chega em Oświęcim-Auschwitz na quinta-feira, às 14 horas. Retorna a Alemanha dia 10 de maio.

Filme "Zug der Erinnerung" convidando para visitar o trem divulgado na Alemanha:

Fórmula 1 em Cracóvia


As excelentes atuações do piloto cracoviano Robert Kubica (cubitssa) tem voltado os olhos dos aficcionados pela Fórmula 1 para a Polônia. No momento, ele é o terceiro na classificação geral do campeonato de 2008, ficando atrás apenas do atual campeão ferrarista Kimi Häikkönen e da sensação do ano passado Lewis Hamilton. Não venceu ainda um grande prêmio, mas sua equipe a BMW, que já foi campeã com o brasileiro Nelson Piquet, está numa ascensão técnica muito grande, o que faz prever um futuro de conquistas para o polaco voador. Embora alguns jornalistas aqui na Polônia, digam que ele não seria o primeiro piloto polaco na categoria, já que antes dele o bicampeão brasileiro, Emerson Fittipaldi, filho da polaca de nascimento, Jusy Wojciechowska, seria o primeiro grande polaco da Fórmula1.
E na Polônia o sucesso de Kubica tem feito alguns pensarem em promover uma das provas do campeonato mais caro do mundo em Cracóvia. A Inter Projekt Group anunciou que em Pasternik, local a 10 km do centro da cidade, 1700 metros do aeroporto internacional e a 8 km da Auto-estrada A4 tem planos para construir um autódromo que estaria pronto para sediar o Grand Prix of Poland dentro de dois anos.
Segundo os representantes da empresa, Cracóvia reúne todas as condições para sediar o evento, não só por ser a terra natal do piloto Robert Kubica, mas por sua infra-estrutura turística, rede hoteleira e ter se transformado nos últimos dois anos no terceiro destino turístico da Europa depois de Paris e Roma.
Para tanto, além do investimento será preciso sensibilizar a FIA-Federação Internacional de Automobilismo e os poderosos dirigentes da Fórmula 1.
Entre algumas das realizações da Inter Projekt Group está o projeto e construção do Centro Comercial Carrefour Zakopianka, em Cracóvia; Centro Comercial Ahold & Allkauf, em Radom; Hipermercado Makro, na Ucrânia; Condomínio Osiedle Mieszkaniowe, em Cracóvia; Salão de Automóvel Toyota e Renault, em cidades da Polônia; e Wioska Wakacyjna Grand Canaries nas Ilhas Canárias, na Espanha.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Flores de Maçã para o campeão

Foto: Ulisses Iarochinski, Lublin - maio 2008
Por toda a Polônia, a primavera permite imagens verde e branca das macieiras floridas como esta numa árvore da "cidade velha" de Lublin.... Parece até que comemoram o título do Coritiba FootBall Club sobre o rival Atlético... Verde e branco neles - dá-lhe Coxa.

20 milhões é pouco

Manchete principal do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, 5 de maio de 2008:
20 milionów od Busha tylko na zachętę? - 20 milhões de Bush somente em incentivo?

Continuam as negociações sobre a defesa anti-misseis Norte-americana em território polaco. Nesta semana os polacos devem responder com quanto de dinheiro dos Estados Unidos esperam contar as Forças Armadas da Polônia. O Presidente George W. Bush pediu ao Congresso cerca de 20 milhões de dólares para ajudar na modernização das forças de defesas polacas. Para o general Stanisław Koziej, "isto só só a milésima parte de nosso orçamento militar. Não é apropriado falar sobre isto em público. Isto é parte deste dinheiro, que nós recebemos no ano dos americanos como ajuda rotineira."

domingo, 4 de maio de 2008

Simplesmente, o campeão

Na soma das duas partidas vencemos por 3 a 2 e por isso com toda a justiça, o VERDE e BRANCO é 33 vezes CAMPEÃO do Estado do Paraná. E isso dá uma alegria imensa para um coração coxa-branca mesmo estando a 11.500 km de distância de Curitiba, em Cracóvia, na Polônia.
Não adiantou nada o abobado presidente atleticano
impedir que o troféu oficial fosse entregue ao Coritiba em seu meio-estádio, pois os jogadores campeões deram a volta olímpica usando um troféu simbólico. Devido a proibição da entrada dos representantes da Federação Paranaense de Futebol (FPF) com o troféu, este foi entregue no verdadeiro estádio monumental do Paraná, o Couto Pereira onde a torcida coxa-branca esperava pelos heróis da conquista na casa do arquirrival impedernido. Lametável que ainda exista presidente torcedor de araque como este M...P etralha.

No ALTO de todas as GLÓRIAS está brilhando o coxa-branca..... coxa coxa coxa coxa coxa coxaaaaaaaaaaaaaa.........

HINO OFICIAL

Lá no alto de tantas glórias
Brilhou, Brilhou um novo sol
Clareando com seus raios verde e branco
Encantando o país do futebol
Palco de artistas, jogadores, de um passado sem igual
Da arte dos teus grandes valores
O seu nome pelo mundo vai brilhar
Coritiba, Coritiba campeão do Paraná
Tua camisa alviverde
Com orgulho para sempre hei de amar
Jogando pelos campos brasileiros
Despertando na torcida emoção
Coritiba Campeão do Povo
Alegria do meu coração
Coxa, Coxa, é garra, é força, é tradição
Coxa, Coxa, explode coração.

Letra e música: Cláudio Ribeiro / Homero Réboli


Cidades polacas viram passar a "Marcha da Vida"

O campo de concentração e extermínio de Auschwitz - Birkenau foi idealizado e instalado pelos Alemães depois de terem invadido e ocupado a Polônia durante a II Guerra Mundial e os nazistas alemães são os únicos responsáveis pelas mortes cometidas ali. Nesta foto estão alguns dos monstros alemães responsáveis pela maior tragédia da humanidade. Da esquerda para direita: Richard Baer, o terceiro e último comandante de Auschwitz; Josef Mengele, um dos médicos da morte; e Rudolf Hoess, fundador do campo de Auschwitz e seu primeiro comandante. Esta é uma foto da SS, do verão de 1944. Hoje está exposta nos Estados Unidos, no Holocaust Memorial Museum de Washington.

Filme mentiroso
A estréia mundial de um filme, em novembro passado, no Canadá lançou um série de deturpações históricas ao falar da existência de "Campos da Morte Polacos”. O Ministério das Relações Exteriores da Polônia imediatamente comunicou embaixadas e consulados de todos os países sobre a existência do filme que mente sobre a história da Segunda Guerra Mundial. O filme, cujo título é "Upside Down", inverte completamente os papéis principais da história, transformando as vítimas em perpetradores (assassinos).
"Upside Down" estava para ser exibido no Canal Educativo usado por escolas no Canadá. Por sua vez, a TVP Info - canal de notícias da televisão polaca anunciou que, em breve, o apresentará também na Polônia. O jornal Toronto Star, do Canadá, foi outro que vinha anunciando que o distribuiria encartado gratuitamente em uma de suas edições. O jornal incorreu na mesma inversão de valores do filme ao escrever freqüentemente as palavras: “Campo de concentração polaco”.
Durante apresentação especial deste filme para jornalistas em Varsóvia, Andrzej Sados do Ministério das Relações Exteriores da Polônia acentuou que o conceito de “acampamento de morte polaco”, ou “Campo de concentração polaco” mente e demonstra uma ignorância histórica profunda. O que, segundo ele, é especialmente grave como informação, quando esta alcança a juventude. Para exemplificar tal mentira, ele destacou as entrevistas do filme feitas com estudantes de escolas de elite que, para dizer o mínimo, embaraçam qualquer um, tal o desconhecimento dos jovens entrevistados. Estes não conseguem explicar o que seja Nazismo. Quando se pergunta, no filme, quem construiu os campos de concentração na Polônia, eles respondem: “Eles são campos polacos, portanto, quem construiu foram os polacos.”
A diretora e roteirista do filme, Violetta Cardinal, mora no Canadá. Ela declara que a falsificação da história, na América do Norte “está alcançando o ponto crítico” e explica que ela quis com seu filme apenas chocar as pessoas. Cardinal quis mostrar como tais falsificações, como “Campo de Concentração Polaco são prejudiciais e podem, sem uma oposição da esquerda, tirar dos polacos suas auto-estimas e dignidades.” O filme termina com as palavras, “Esses que não sabem que a história tem uma tendência para se repetir.”

Mudança no nome
Em sua última conferência mundial na Austrália, a UNESCO acatou pedido do Parlamento polaco para mudar a denominação do nome do local de "Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau" para “Auschwitz-Birkenau - Campo de concentração e extermínio da Alemanha nazista (1940-1945)”.
O pedido polaco se fez necessário para que a imprensa mundial, escritores, pesquisadores deixem de denominar Auschwitz como um campo de concentração polaco, pelo simples fato de estar localidado em território da Polônia. Não só estes setores cometem esta inversão de valores históricos, mas também muitos dos milhares de jovens e adultos, que desde 1988, fazem a "Marcha da Vida", sempre no mês de abril, entre os campos de Auschwitz e Birkenau, a cometem.

Marcha da Vida
A "Marcha da Vida" ao longo dos últimos anos se transformou numa organização com muitos patrocinadores e associações membros ao redor do mundo. Criada em 1988, nos Estados Unidos, por um dos sobreviventes do genocídio da II Guerra Mundial, tem como missão desafiar as novas gerações de judeus para dois eventos dos mais significantivos para a história judaica: o Shoah (Holocausto) e o nascimento do Estado de Israel. Para isto é organizada excursão para a Polônia e Israel levando os adolescentes judeus a lugares fundamentais para entender o mundo que foi destruído e como o Israel foi estabelecido.
Esta viagem de estudos permite recordar e revitalizar na formação educacional destes jovens judeus, o Judaísmo, Israel e a sua própria etnia. Naquele primeiro ano de marcha, 7 mil pessoas percorreram os 3 km que separam um campo do outro. Desde então este número tem aumentado ano a ano.
Brasileiros de origem judaica começaram a participar em 1992. Na volta da primeira excursão por Polônia e Israel seus participantes fundaram a "Associação Brasileira dos participantes da Marcha da Vida" e desde então, a partir de São Paulo, organizam a cada ano esta viagem dos estudantes de segundo grau de origem judaica a Polônia e a Israel.

Brasileiros na marcha
Ano passado tive a oportunidade de me encontrar com um grupo de brasileiros. Apresentei-me a alguns deles e logo uma professora me disse: "Você diz que está morando aqui há mais de 4 anos. É bom morar aqui? Como os polacos são anti-semitas, não?". Perguntei a ela então, rodeada por seus alunos, quantas vezes ela já tinha visitado a Polônia. E ela respondeu que era a primeira vez que vinha a esta terra de triste memória, que tinha chegado fazia dois dias e que estava embarcando mais tarde para Israel para a continuação do programa da "Marcha da Vida". Perguntei a ela se nestas poucas horas que estava na terra de seus avós, ela tinha sido agredida por algum polaco; Se tinha encontrado manifestantes polacos contrários a esta excursão judia; Se ela tinha tido a oportunidade de conversar com algum polaco; Se ela ostentando no peito um cracha com sobrenome polaco sabia falar polaco; Se ela conhecia a história da Polônia; Se ela sabia o que havia acontecido na Segunda Guerra Mundial; Se ela tinha conhecimento de que dos 2000 mil anos da diáspora judaica metade deles, os judeus tinham vivido na Polônia, acolhidos que foram pelos reis católicos apostólicos romanos; Se ela realmente tinha ciência de que foram os alemães nazistas que perpetraram o Holocausto judeu e não os polacos católicos, ou ciganos.
A cada pergunta ela só balançava a cabeça. Eu não entendia se o gesto era de concordância ou negação. A medida que eu falava, em plena praça central de Cracóvia, para aquele grupo de brasileiros, mais deles se aproximavam. Junto com os jovens, vinham os professores-guias que perguntavam: "Mas quem é este cara? O que é que ele está falando e perguntando?". Um mais exaltado, puxou-me pelo braço e perguntou: "Mas quem é você para estar fazendo estas perguntas? É claro que sabemos de tudo isso!". Ao que respondi: "Pois não parece! Sua colega na primeira frase que me disse, após ter-me apresentando foi: Como os polacos são anti-semitas, não? Desculpa-me meu senhor, mas quem fala uma coisa dessas é no mínimo ignorante. Deveria se preocupar em difundir a confraternização entre estes dois povos que nos últimos 800 anos viveram na mesma terra e não falar do que não sabe".

A marcha deste ano
Neste fim de semana, a "Marcha da vida" coincidiu com o "Dia do Trabalhador" e o "Dia da Constituição Polaca". Varsóvia, Lublin e Cracóvia foram praticamente invadidas por jovens de jalecos azuis de 55 países. Os organizadores calculam que participaram perto de 8 mil jovens judeus e 1600 jovens polacos. Repetiram pela décima-sétima vez (até 1996 a Marcha era realizada de dois em dois anos) os 3 km da estrada da morte entre os dois campos. Enquanto os jovens judeus vestiam jalecos azuis e ostentavam bandeiras de Israel, os estudantes polacos convocados pelo Ministério da Educação da Polônia vestiam jalecos branco e vermelho e ostentavam a bandeira da Polônia. A caminhada encerrou próximo as ruinas de um dos crematórios, no campo de Birkenau, onde todos oraram. No monumento Às Vítimas do Holocausto, entre rabinos, generais e artistas de Israel falou também o estudante brasileiro Michael Ajzental.
Ele e mais centenas de jovens vieram de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. Desta vez não conversei com nenhum deles, mas os vi no bairro judeu do Kazimierz. Eram diferentes dos demais grupos de judeus pelo modo de olhar as coisas, de encarar as pessoas. Nisto estes paulistanos, cariocas e curitibanos não diferem dos demais brasileiros, embora suas origens judaicas. Olham curiosos e amistosamente, parecem buscar novos amigos. Mas no restante se parecem a todos estes jovens judeus que a cada ano chegam a Polônia para realizar a "Marcha da Vida". Comportam-se como se estivessem num deserto, ou seja, passam pelas ruas, praças da cidade de Cracóvia sem interagirem com a população, sem perceberem que existem corações pulsando em cada esquina, em cada edifício. Para quem assiste a este contínuo desfile de grupos, a sensação é de que estão sozinhos nesta caminhada, que a cidade esta fechada para eles e de que ninguém vive nela.

A Marcha de 2005
Em 2005, quando se comemorou 60 anos de libertação de Cracóvia e dos campos de concentração alemães nazistas de Auschwitz, Birkenau e Monowitz, um repórter do principal jornal da Polônia, Gazeta Wyborcza, tentou acompanhar um grupo de israeleses em sua peregrinação por Varsóvia, Lublin e Cracóvia. No primeiro contato foi rechaçado por seguranças que alegaram que os polacos são anti-semitas e que poderiam atentar contra a segurança dos jovens judeus.
"Pamiętaj, nie wolno ci nikomu mówić o tym, w jakim będziemy hotelu, gdzie jedziemy i którędy. Jeśli ktoś cię o to zapyta, powiedz, że nie wiesz. Jeśli będzie chciał wiedzieć, gdzie będziemy jeść, powiedz, że nie wiesz. Nawet jak cię zapytają w redakcji, gdzie będziesz następnego dnia - po prostu nie wiesz. To ważne dla naszego bezpieczeństwa. Żadna izraelska delegacja nie opuszcza swojego kraju bez ochrony od czasów olimpiady w Monachium. Wiesz, kiedy palestyńscy terroryści zabili 11 izraelskich sportowców. A w Polsce arabscy terroryści mogliby za jednym zamachem załatwić dwa cele: koalicjanta w Iraku i Żydów. Zgoda?" (Trecho da reportagem publicada em 12 de dezembro de 2005).
Numa tradução livre, o chefe da segurança tinha dito: "lembre-se, não é permitido falar com ninguém, a que hotel iremos, onde iremos e a quando. Se alguém pergunta sobre isso, diga que não sebes! Se quiser saber onde iremos comer, diga que não sabes. Até se alguém na redação do jornal pergunta, onde irão no dia seguinte, certamente não sabes. Isto é importante para nossa segurança. Nenhuma delegação israelita sai do país sem segurança desde as Olimpiadas de Munique. Sabes, quando terroristas palestinos mataram 11 esportistas israelenses. E na Polônia os terroristas árabes poderiam num único atentado atingir dois objetivos: Coalizão no Iraque e Judeus. Concorda?"
Talvez seja por isso, que muitos destes jovens estavam vindo a Polônia, até esta reportagem da Wyborcza ser publicada (causou imensa repercussão entre a população e o governo polaco na época), estavam pensando que se Auschwitz é tão próximo de Cracóvia, então tinham sido os polacos, os monstros que assassinaram seus ancestrais. Foi então que o Ministério da Educação da Polônia solicitou ao governo de Israel acompanhar o que os professores destes jovens estavam orientando nas salas de aula. Como resultado aconteceu em 2007, um Congresso Internacional em Tel Aviv, promoção conjunta de universidades polacas e israeleses com o objetivo de contar a história sem equívocos, para que filmes como "Upside Down" da canandense Cardinal não mintam e sejam desqualificados como realizações. Esperemos que estes milhares de jovens e adultos que passaram como aves de arribação pela Polônia neste fim de semana já estejam sabendo pelo menos que Auschwitz é um campo de concentração e exterminio alemão nazista e que é apenas a tradução do nome da cidade de Oświęcim e que Birkenau é a tradução do nome da cidade de Brzezinka; que o atual bairro judeu do Kazimierz, não foi guetto, mas que foi uma cidade judia mandada construir pelo rei polaco Casimiro - O Grande, o mesmo que abriu as portas de seu reino para os judeus que estavam sendo expulsos da Espanha, Portugal, reinos italianos e germânicos.

P.S. As fotos neste texto são de Holocaust Memorial Museum of Washington, Anna Bedyńska / Mateusz Skwarczek / AG e Associação Brasileira dos participantes da Marcha da Vida.