sexta-feira, 16 de maio de 2008

Devolvida cidadania polaca a israelense

Roqueiro polaco-israelense Efraim Shamir

O roqueiro israelense Efraim Shamir tem confirmada sua cidadania polaca. A entrega da cidadania foi nesta sexta-feira, 15 de maio. O conhecidíssimo músico pop israelense que viveu quando criança em Bytom, na Silésia, Sul da Polônia, foi expulso junto com sua família em 1968, durante a onda anti-semita desencadeada pelas autoridades comunistas da Polônia.
"Eu estou alegre e feliz que tenha sido possível fazer isto tudo tão rápido", disse o cantor, que agora é ao mesmo tempo polaco e israelense. Shamir recordou que quando estava deixando a Polônia, em 1968, pensou que nunca mais voltaria a pisar o solo da terra onde nasceu. Ele se sentia ofendido com as provocações dos amigos que preferiram confiar nas autoridades comunistas do que nele. "Eu percebi então que meu futuro aqui estava impedido e que eu não alcançaria nada na Polônia." Com o passar do tempo, morando em Israel, sua atitude para a com a Polônia foi mudando e cada vez mais crescia nele um desejo de voltar ao país de sua infância.
Em março de 1968 muitos polacos de origem judaica tiveram que compulsoriamente deixar a Polônia com um documento de viagem dizendo que eles não eram mais cidadãos polacos. Entre 10 mil a 20 mil polacos de origem judia deixaram a Polônia. Efraim Shamir solicitou a confirmação de sua cidadania polaca na última terça-feira, 12 de maio, ao Presidente da Voivoda da Silésia. Ele disse que com sua ação, além de querer profundamente a Polônia, deseja cooperar com os artistas polacos. O músico pop israelense-polaco afirmou que sempre quis voltar às raízes, mas que isto definitvamente não foi um caminho fácil.

Roger vai ser vendido

Foto: Arquivo Fakt
O jornal Fakt traz em seu cadrno de esportes hoje, 16 de maio, o que pode ser a "transferência mais sensacional do ano". Tudo porque o clube israelense Maccabi de Tel Awiw quer comprar o passe do jogador brasileiro Roger Guerreiro, que há um mês ganhou a cidadania e o passaporte polaco para jogar na seleção polaca, na Euro 2008, que acontece no próximo mês de julho na Áustria e Suíça.
O Maccabi é o time de futebol mais vezes campeão no Oriente Médio. Foi 19 vezes campeão de Israel e 22 vezes vencedor da Copa Israel. Na última temporada, no entanto não passou da sétima posição. Nunca jogou uma copa européia, mas está decidido a investir forte nesse sentido. Recentemente o clube foi comprado pelo milionário canadense de origem judaica Alex Schneider, que fez fortuna no comércio de metais. Sua fortuna é calculada em 2 bilhões de dólares.
Schneider quer que o Maccabi jogue a Copa dos Campeões da Europa e não vai medir esforços e dinheiro para alcançar seus objetivos. Vai investir não só no futebol, mas também no basquetebol.
E segundo informações da imprensa de Israel, na lista dos futuros jogadores do Maccabi, o paulista Roger é o primero a ser comprado. Mas de acordo com o Fakt de Varsóvia, o canadense judeu vai encontrar forte concorrência pelo "cidadão polaco" do Legia Warszawa. O Spartak e Dynamo de Moscou já ofereceram 4,5 milhões de Euro por Roger, além do clube turco de Istambul, Besiktas e do Paris Saint Germain.
Esta informação deixa a pensar que a rapidez com que o Presidente Lech Kaczyński concedeu a cidadania ao jogador de futebol brasileiro Roger foi apenas uma negociata. Sim! Que explicação pode haver para o fato de em duas semanas, Roger, que trabalha (joga bola) na Polônia há cerca de três anos, sem possuir ascendência polaca, já esteja portando passaporte polaco (Comunitário da União Européia), quando o normal seria após cinco anos de residência e trabalhos fixos no país receber a "residência permanente" e não a cidadania?
Por que ele é um bom jogador e na sua posição os jogadores polacos são horríveis? Como deu a entender um comentário anônimo neste blog de que este jornalista estaria com inveja de Roger ser bom jogador de futebol?
Não! A questão da cidadania para Roger parece esconder outros interesses, que não só o de colocá-lo para jogar na seleção polaca na Euro2008. E depois, Roger é vendido, vai morar na Rússia, Turquia ou Israel e continua cidadão polaco com passaporte?
O último que recebeu esta honraria que buscam milhares de descendentes de polacos no Brasil, Argetina, Uruguai, Peru, Equador, México, Estados Unidos, Canadá, Australia, Bielo-rússia, Lituânia, Ucrânia, Casaquistão e, Moldávia, foi o nigeriano Emmanuel Olisadebe, que hoje joga na China. Tanto Roger como Olisadebe não conhecem nada da história da Polônia e com muito esforço conseguem pronunciar com forte sotaque "din dóbri" e "dincuie". Estes orgulhosos da descendência polaca, quando seus pedidos passam pelo crivo dos consulados têm de esperar em média dois anos por uma resposta. No caso daqueles que descendem de emigrantes que partiram da Polônia ocupada pelas três nações invasoras no período de 1795 a 1918 ainda enfrentam a "interpretação" dos funcionários que julgam os pedidos. Apesar das leis que regem a cidadania polaca não mencionarem em nenhum parágrafo de forma clara e cristalina, estes funcionários das Voivodas (Administração regional equivalente a Estado) alegam que os solicitantes não são descendentes de cidadãos polacos, pois estes seriam russos, prussos ou austro-hungaros. E depois ainda vêm um anônimo dizer que estou com inveja do Roger. Muito pelo contrário, que este seja muito feliz em sua carreira futebolística, mas com seu passaporte brasileiro e com a "camisa canarinho" da seleção Penta-Campeã do Mundo e não com a branca e vermelha da Polônia. Quantos estrangeiros já jogaram na seleção brasileira? Quantos paraguaios, argentinos e uruguaios já tiveram cidadania e passaporte brasileiro para jogar na Seleção Canarinho? Os anônimos estão convidados a responder.

Pianista polaco em Curitiba


Curitiba recebe nesta sexta-feira música polaca da melhor qualidade. Na capela Santa Maria acontece o recital de piano com o pianista polaco Marian Sobula. Vencedor de vários concursos nacionais (na Polônia) e no exterior. O programa do concerto incluirá obras de Chopin, Beethoven e Liszt.
Na abertura de seu site oficial, Sobula conta com uma apresentação bastante elogiosa de seu trabalho feita pelo prof. Andrzej Pikul que diz, "Marian Sobula obdarzony jest najwyzszej rangi naturalnymi predyspozycjami wirtuozowskimi, szlachetną wrazliwością, zróznicowaną paletą środków wyrazowych, kolorystycznych, a takze płomiennym temperamentem." Ou seja, que Sobula é talentoso e possui o mais alto nível com a predisposição natural dos virtuosos, rara sensibilidade, paleta diferenciada e expressiva em tons e cores com um temperamento férreo.
Marian Sobula é graduado pela Academia de Música de Cracóvia onde estudou com o prof. Pikul. Foi aluno também em Karlsruhe na Alemanha do prof. Sontraud Speidel. Mas desde criança foi aluno da famosa professora polaca Janina Butor. Realizou ainda cursos com os professores internacionais Andrzej Jasiński, John O’Conor, Noel Flores, Vladimir Krainev, Hans Leygraf, Solomon Mikowsky, Gyorgy Nador, Jerome Rose, Arie Vardi. Atualmente faz pós-graduação simultaneamente na Academia de Cracóvia que orientado em mestrado pelo prof. Andrzej Pikul e na Accademia di Santa Cecilia em Roma com o pianista, prof. Sergio Perticaroli.
Sobula já recebeu prêmios na Polônia, Itália e Espanha. Fez concertos em várias cidades da Polônia, Am Gasteig em Munique, Beethovenhalle em Bonn, Bosendorfer Saal em Vienna, Auditorium Parco Della Musica em Roma, Salle Invalides em Paris, Teatro Sperimentale em Ancona (Itália), Teatro Comunale in Treviso (Itália), Concert Hall Center in Minneapolis (Estados Unidos), Seymour Theater Center em Sydney (Austrália), e Denki Bunka-Kaikan em Nagoya (Japão). Sobula está de passagem por Curitiba com destino a Santiago do Chile onde se apresentará na seqüência.
A Capela Santa Maria esta localizada na esquina das ruas Marechal Deodoro e Conselheiro Laurindo (antigas instalações do Colégio Santa Maria. Sobula volta a se apresentar no dia 19 de maio, às 20:00 horas no Colégio Marista Santa Maria, na Rua Joaquim de Matos Barreto 88, Bairro São Lourenço. A entrada para ambos concertos é gratuita. Maiores informações com Magdalena Cionek, no Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, pelo tel. (0xx55) 41 3019 4662.

Samba e choro em Varsóvia

Foto: divulgação
Varsóvia recebe no final de maio, o grupo de samba carioca Unha de Gato. Os shows acontecem nos dias 28/05, no Monobar, rua Mazowiecka, e 30/05, no Cafe Muza, rua Chmielna, sempre àss 21:00. O preço dos ingressos é de 20 zł.
O Unha de Gato é conhecido pelas suas origens na Lapa, bairro boêmio próximo ao centro do Rio de Janeiro. No repertório para estas apresentações na Polônia além de composições próprias, uma seleção de sambas, choros e bossa nova tradicionais.
O Unha de Gato tem como idéia motivadora de reunião de seus componentes o resgate das tradições da música popular brasileira. A proposta é preservar e divulgar a cultura musical mais característica da antiga capital Brasileira.
O grupo é formado por Chico Alves (voz), Daniel Scisinio cavaquinho e voz), Leandro Saramago (violão e voz), Rodolpho Dutra (pandeiro) e Tiago Souza (bandolim), além das participações de Ivan Mendes (clarinete e percussão) e Dinho (surdo e percussão). Maiores informações com a Ana Carolina Walczuk Beltrão, que leciona língua portuguesa na Universidade de Varsóvia: abeltrao@wp.pl

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lei Marcial será reinvestigada

Pela televisão o General Jaruzelski anunciou a Lei Marcial de 1981
O Instituto da Memória Nacional (IPN) irá reinvestigar a imposição de Lei Marcial na Polônia em 1981. O Tribunal Distrital de Varsóvia acatou o pedido da defesa de dez pessoas acusadas de terem imposto a lei marcial e decidiu reabrir o caso e permitir que o IPN possa investigar as evidências novamente. O porta-voz do Tribunal explicou que as evidências contra os dez acusado era que "não estão completas e não estão atualizadas", conforme manifestou uma histórica pesquisa de opinião em 1995.
Uma equipe de historiadores do Instituto da Memória Nacional terá que traçar um novo relato histórico e indicar exatamente quando começaram as preparações para a imposição da lei marcial e se realmente havia uma ameaça de invasão soviética na Polônia naquele momento. Os peritos também farão uma avaliação da situação interna na Polônia naquele período.
Os principais acusados no caso da lei marcial são os Generais Wojciech Jaruzelski e Czeslaw Kiszczak, e ex-Primeiro Secretário da PZPR Partido da União dos Trabalhadores Polacos (PZPR), Stanislaw Kania.
A os advogados de defesa dos acusados alegam inocência e demandam que o Instituto apresente qualquer documentação que previamente tinha sido omitida pela investigação. Jaruzelski é o principal acusado principal na ação, sendo responsabilizado diretamente pela imposição da lei marcial na Polônia, que ocorreu no período de 13 de dezembro de 1981 a 22 de julho de 1983. O governo da República Popular da Polônia conduzido por Wojciech Jaruzelski restringiu drasticamente a vida da população, numa tentativa de esmagar a oposição política contra o sistema comunista do país. Milhares das pessoas foram presas sem mandato e cerca de 100 pessoas foram mortas.
Por outro lado, existem segmentos na Polônia, que acreditam que Jaruzelski tão criticado por seu governo ainda será cultuado como herói no futuro por ter impedido mais uma trágica guerra em solo polaco. Ao decretar a Lei Marcial e acalmar Moscou, impedindo uma invasão do exército vermelho, afastou qualquer possibilidade de uma outra "Primavera de Praga".

P.S. As fotos de Czesław Kiszczak e Stanisław Kania. foram feitas respectivamente por Adam Kozak e Robert Kowalewski

Tusk na América do Sul

Foto: Damian Kramski / AG
O primeiro-ministro Donad Tusk encontra-se em viagem ao Peru e Chile. É a primeira vez que o chefe de governo polaco vai a América do Sul. Na terra dos Incas, além de visitar Machu Pichu e passear pela estrada-de-ferro andina construída no século XIX pelo polaco Ernest Malinowski (insurgente da Revolução Polaca de Novembro de 1863), e um encontro com a comunidade de descendentes de polacos do Perú, ele participa da 5a. Reunião de Cúpula União Européia - Países da América Latina e Caribe (5th Latin American, Caribbean and European Union (LAC-EU) summit) com outros 60 países. A Cúpula que se estende até o próximo sábado está tratando da relações comercial entre o bloco europeu e os países latino-americanos.
Os jornais do Perú assinalam a presença de onze presidentes da América Latina e oito chefes de governo da União Européia. São eles: o primeiro-ministro da França, Francois Fillon; o presidente da Venezuela Hugo Chávez, o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende; o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte e seu sucessor, Fernando Lugo; o presidente de governo da Espanha, José Rodríguez Zapatero; o presidente de El Salvador, Elías Saca; a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o presidente do México, Felipe Calderón; a presidenta da Argentina, Cristina Fernández; o presidente da Bolívia, Evo Morales; o primeiro-ministro da Finlândia, Matti Vanhanen; a presidenta do Chile, Michelle Bachelet; o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer; o primeiro-ministro da República Tcheca, Mirek Topolanek; o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme; o presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa; o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning; e o presidente do Equador, Rafael Correa, entre outros.
Ontem, no Palácio Presidencial, em Lima, o polaco Tusk recebeu das mãos do presidente peruano Alan Garcia a condecoração da Ordem do Peru "El Sol de Peru", no grau de Grã-Cruz com brilhantes, em reconhecimento aos esforços realizados para fortalecer e impulsionar as relações entre Polônia e Perú. Em seu discurso, Donald Tusk destacou os laços de amizade e as relações bilaterais entre os dois países. Disse que recebia a condecoração como uma homenagem às generações de polacos que trabalharam com ardor pelo Perú. "Me sinto muito orgulhoso desta honraria e prometo fazer todo o possível para que vocês possam seguir orgulhosos de suas presenças e do relacionamento dos polacos no Peru". Disse Tusk, no Salão Dourado do Palácio presidencial. Além da cerimônia de condecoração seguida com jantar houve um encontro privado entre os dois governantes que durou mais de duas horas. No encontro bilateral foram assinados alguns acordos de cooperação entre os dois países, nas áreas cultural, ensino, turismo e militar, além de parceria no setor comercial.



Durante sua estada em Lima, Donald Tusk tem previstas bilaterais com os presidentes do Brasil , Luiz Inacio Lula da Silva; da Colômbia, Álvaro Uribe; do México, Felipe Calderon; e da Argentina, Cristina Kirchner.
No Chile, onde estará do domingo, ele é convidado da Presidenta Michelle Bachelet, onde assinará protocolos de cooperação entre os dois países, antes de voltar a Polônia no dia 20 de maio.
Infelizmente não foi desta vez, que a maior colônia polaca da América Latina, o Sul do Brasil, poderá se encontrar com o primeiro-ministro polaco. Semanas atrás, Lula da Silva esteve em visita a Holanda e a vizinha República Tcheca. Não houve tempo nem interesse ainda do governo brasileiro para um dos maiores e mais populosos países da União Européia e os palácios da Planalto e do Itamarati seguem desconhecendo a imensa colônia polaca nos 3 estados do Sul brasileiro.
Para dizer que não há interesse nenhum, os dois palácios podem alegar que funciona em Varsóvia há pouco mais de dois anos um CD-Centro de Distribuição da APEX - Associação Brasileira dos Exportadores. O pavilhão do CD, contudo, continua quase sem mercadoria estocada e muito poucos produtos brasileiros se vê nas prateleiras dos supermacos da Polônia e vice-versa, nenhum produto polaco nas prateleiras dos supermercados de Curitiba e Porto Alegre, as duas maiores cidades polacas do Brasil e da América Latina.
Esta omisssão será por que numa reunião de mandatários mundiais em Londres, anos atrás, Lula da Silva fez piadinhas sobre os Estados Unidos em seu discurso e foi repreendido pelo ex-presidente polaco Aleksander Kwaśniewski?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Legia leva a Copa, mas não o campeonato


Terminou, nesta terça-feira, a temporada de futebol 2007-2008 da primeira divisão da Polônia. A partida valeu também o troféu Copa da Polônia e foi disputado pelo campeão da temporada, o Wisła Kraków e pelo vice-campeão, o Legia Warszawa. Depois dos 90 minutos normais, houve a prorrogação e o marcador não saiu do zero. Foram então para os penaltis e o vice-campeão marcou Legia 4 x 3 Wisła.
Mas o que era para ser uma festa de alegria foi uma demonstração deprimente de que a violência está em todos os estádios de futebol. Simplesmente o que se viu no estádio e na transmissão ao vivo pela TV foi um espetáculo de selvageria. Tanto os que estavam no gramado, como os que estavam nas arquibancas do estádio do Belchatów se comportaram de maneira deplorável. O placar que melhor reflete o jogo não foi o do painel eletrônico de 0 x 0 ao final da prorrogação e tampouco os 4 x 3 das penalidades, mas aquele dos cartões amarelos: Legia 5 x 3 Wisła Kraków.

Legia Warszawa: Jakub Wawrzyniak, Wojciech Szala, Kamil Majkowski, Roger Guerreiro, Ariel Borysiuk.
Wisła Kraków: Mauro Cantoro, Jean Paulista, Cleber.

No segundo tempo, a partida foi interrompida por 10 minutos devido ao tumulto que provocaram os torcedores do Legia de Varsóvia, que no melhor estilo hollingans ingleses botaram abaixo as muretas de proteção do estádio, iniciando uma verdadeira batalha campal. Primeiro jogaram tudo o que tinham nas mãos para dentro do campo. Depois derrubaram a cerca de proteção e os painéis de propaganda postados ao redor das quatro linhas do campo. Em seguida avançaram em direção as arquibancadas onde estavam os torcedores do Wisła de Cracóvia, mas encontraram pelo caminho a polícia que por quase 15 minutos tentou controlar a turba ensandecida de Varsóvia. A partida com muito custo foi reiniciada e o juiz deu mais 10 minutos de acréscimo.
Os jogadores do Legia levantaram a Copa (não é o troféu do campeonato) da Polônia, mas correm sério risco de tão cedo não terem seus torcedores em seus jogos futuros. Simplesmente por que a diretoria do clube de Varsóvia, após o confronto, anunciou que não mais venderá bilhetes de jogos aos seus torcedores e que comunicará a UEFA, que fará isto inclusive nas partidas que sua equipe disputará na Copa UEFA pelo vice-campeonato conquistado nesta temporada. A diretoria não se responsabilizará por seus torcedores se eles forem aos outros países acompanharem o Legia Warszawa.
Jogadores do Legia levantão a taça da Copa Polônia após vencerem nos penaltis o campeão do campeonato. Foto: Piotr Nowak
Mesmo com toda a confusão, os jornalistas polacos ainda tiveram coragem de escolher o melhor jogador da partida, se é que houve jogo, quanto mais bons jogadores em campo. Em que pese a guerra no campo e nas arquibancadas, o brasileiro Roger Guerreiro (aquele da cidadania mais rápida da história da Polônia) vai receber do patrocinador da Copa, um automóvel Mercedes Benz Classe C, como o melhor em campo.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Primeira página GW: Morreu Irena Sendlerowa

Manchete do jornal Gazeta Wyborcza, de 13 de maio de 2008, terça-fera:
Zmarła Irena Sendlerowa (1910-2008) - Morreu Irena Sendlerowa (1910-2008)
Salvou 2.500 crianças judias.

Po wolnie musiała się z tym kryć. "Gazecie" opowiadała o snach, które uporczywie wracają. Mieszkanie w getcie. Mówi rodzicom: - umieszczę wasze dziecko u dobrej polskiej rodziny...Matka rzuca się na dziecko, płacz, spazmy. Ojciec pyta: - Jaka jest gwarancja, że dziecko przeżyje wojnę? - Żadna - opowiada Sendlerowa. - Nie wiem nawet, że wyjdę z nim teraz żywa z getta.

tradução texto sobre a foto:

Depois da guerra teve que esconder a si mesma disto.
"Para o jornal" contou sobre sonhos, que retornavam obstinadamente.
Moradia no gueto. Conversa com os pais: - Eu colocarei sua criança junto a boas famílias polacas... a Mãe se volta para a criança, chora, tem espasmos. O Pai pergunta:
- Qual é a garantia, que a criança sobreviverá à guerra? - Nenhuma - responde Sendlerowa. - Eu não sei nem sequer, se eu sairei agora viva deste gueto.

Foto: Maciej Zienkiewicz / AG

Foto: Alik Keplicz /AP

O Presidente da República Lech Kaczyński fez publicar na imprensa obituário onde informa e presta homenagem a heroína polaca:


Tradução:
No dia 12 de maio de 2008 aos 98 anos de idade morreu

Irena Sendler

Seu destino esteve conectado com os mais fracos e mais pobres

levando ajuda para os pobres de Varsóvia durante a guerra
arricando a vida, quando salvou crianças judias durante a ocupação.
Presa, torturada e dada como morta.
Sobreviveu a isto, continuando a ajudar e a dar certidões.
Suas mãos sempre foram às profundezas.

Membro do Movimento de Resistência Polaca, chefe do departamento infantil, do
Comitê de Ajuda para o povo Hebreu "Żegota", enfermeira no Levante de Varsóvia,
foi excelente organizadora, pedagoga e assistente social.
Recebeu para si uma árvore de Oliveira em Jerusalém, onde milhares de pessoas,
devem suas vidas a ela, e todas as gerações destes,
para as quais sua história será lembrada como exemplo e esperança.

Senhora da Ordem da Águia Branca, Justa entre as Nações do mundo
e cidadã honorável de Israel.
Duas vezes nomeada ao Prêmio Nobel da Paz.

Nós desejamos entregar em mãos da

Família e próximos

da Sra. Irene Sendler nossos mais sinceros pesâmes.
Nós nos unimos na dor para lamentar

Presidente da República da Polônia Lech Kaczyński e Esposa

Primeira página RP: Irena Sendlerowa morreu

Manchete do jornal Rzeczpospolita de 13 de maio de 2008, terça-feira: Irena Sendlerowa nie żyje - Irena Sendlerowa morreu

Terceira mãe que salvou a vida 2500 de crianças.

O jornal publicou uma série de fotos da heroína:

Com o marido Stefan Zgrzembski e a filha Janina, em 1948.

Enfermeira na segunda guerra em Varsóvia em 1944.


P.S a tradução literal do modo em polaco de escrever que morreu "nie żyje" seria "não vive"

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Irena Sendlerowa nie żyje

Irena Sendlerowa morreu... é a única manchete dos veículos de comunicação na Polônia nesta segunda/terça-feira.

Irena Sendlerowa (chamada apenas Sendler pelos judeus) recebeu a Ordem da Águia Branca em 10 de novembro de 2003 do governo na Polônia, máxima condecoração da Nação. E já em 1965 foi reconhecida pelo Memorial israelense Yad Vashem com o título de "Justo entre Nações", honraria concedida a todos aqueles que salvaram judeu.
Irena Sendlererowa nasceu em 15 de fevereiro de 1910 em Otwocki, Polônia e era católica apostólica romana e não judia, mesmo assim durante a segunda guerra mundial salvou 2500 crianças judias polacas da fúria assassina dos alemães nazistas. Ano passado foi indicada ao Nobel da Paz, mas parece que a comissão sueca se encantou mesmo foi com os dotes políticos do ex-presidente Norte-Americano Al Gore, que fez um documentário sobre o aquecimento global e uma série de palestras pelo mundo e não com a heroína polaca.
A TV Polsat, em seu telejornal Wydarzenia noticiou a morte e velório, contando a vida da heroína que morreu na manhã deste 12 de maio de 2008, durante toda a tarde e noite desta segunda-feira:




P.S. Enquanto o industrial alemão Oskar Schindler, com escaramuças políticas conseguiu driblar o comando nazista em Cracóvia salvando cerca de 1800 judeus da câmaras de gás, uma jovem enfermeira polaca católica de Varsóvia salvou da morte 2.500 crianças judias da também fúria assassina alemã nazista. Não ganhou de Hollywood um filme épico. Nem o Norte-americano de origem judaica Steven Spielberg criou uma Lista de Sendlerowa, como fez com seu Lista de Schindler. Mas nem por isso, Irena Sendlerowa deixou de ser reconhecida no mundo todo. Durante aqueles anos de opressão a jovem polaca conseguiu retirar em sacos, crianças de bebês judeus do gueto de Varsóvia e entregá-los a famílias polacas católicas para adoção. Sacos escondidos embaixo de macas e ambulâncias e até através das galerias de esgotos da cidade. e até escondidos debaixo de macas em ambulâncias. Ela própria providenciava certidões de nascimento e ensina aos maiores a balbuciar orações cristãs para assim poderem enganar os oficiais da Gestapo. A heroína polaca repetia que separar as crianças dos pais era de cortar o coração. Irena costumava lembrar aqueles terríveis dias contando: “Vimos cenas infernais, o pai concordar e a mãe não... A avó embalava ternamente o bebê, chorando amargamente, e negando-se a abandonar o neto fosse a que preço fosse. Houve dias em que o impossível era realmente impossível. Por vezes tínhamos que deixar estas infelizes famílias sem lhes levar os filhos”. Irena buscava famílias, que pudessem adotar como suas aqueles pequenos seres, mas estas também estavam sob o choque da guerra e nem sempre concordavam. Chorando, um menino perguntou certa vez a Irena: “Diga-me quantas mães consegue arranjar, porque esta já é a terceira para onde vou”. A pena de morte para quem ajudasse judeus na Polônia ocupada pelos nazistas não bastou para deter a enfermeira, cuja profissão lhe permitia a grande possibilidade de entrar no gueto. Católica, Irena (cujo nome em código era Jolanta) decidiu mostrar sua solidariedade com o povo judeu usando a faixa obrigatória com a estrela de David quando entrava no gueto. “Fui educada acreditando que uma pessoa deve ser ajudada se está afogando-se, independentemente da religião ou da nacionalidade. Não somos heróis pelo fato de salvar crianças. De fato, a verdade é o contrário, e continuo a ter escrúpulos do pouco que fiz”.
Embora agindo com a proteção da Żegota (a resistência secreta, apoiada pelo governo polaco no exílio) e com inúmeros colaboradores, Irena era a única que cuidava, com grande risco, de manter e proteger estes arquivos. O desastre esteve iminente em outubro de 1943 quando um pelotão nazista chegou certa madrugada, revirou toda a casa e levou Irena para o quartel da Gestapo. Foi torturada, na tentativa de lhe obterem as informações. Partiram-lhe os ossos das pernas e dos pés, mas a sua boca não se abriu. “Ainda tenho marcas no corpo do que esses super-homens alemães me fizeram. Fui condenada à morte… Mas, além disso, havia também a ansiedade de, morrendo, desaparecer o único rasto dessas crianças”. Só que, sem ela saber, os seus amigos da Żegota trabalhavam por trás da cortina e, com um punhado de dólares, conseguiram subornar um oficial alemão para deixá-la fugir. “É indescritível o que se sente a caminho da própria execução para só no derradeiro momento ver que se foi resgatado”. No dia seguinte, as autoridades alemãs, ainda sem saber de sua fuga, afixavam cartazes por toda Varsóvia anunciando que ela fora fuzilada. Depois disto, Irena passou a levar uma vida clandestina, com identidades falsas, escondida das vistas oficiais e sem poder voltar para casa. Quando sua mãe morreu, pouco depois dela escapar do pelotão de fuzilamento, apareceram agentes da Gestapo no funeral interrogando os parentes sobre a filha da morta.


Para saber mais sobre a heroína acesse o que já publicamos aqui neste blog:
http://iarochinski.blogspot.com/2007_10_10_archive.html

UFPR cria curso de polaco

Universidade Federal do Paraná - a primeira do Brasil
Parece que a visita do reitor Carlos Augusto Moreira Junior a Cracóvia um ano atrás começa a ter frutos concretos. Depois de assinar a renovação de velhos acordos entre a UFPR - Universidade Federal do Paraná e a Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia (as duas universidades mais antigas de Brasil e Polônia) , que pouco ou nada foram cumpridos, o reitor Carlos Moreira já pode afirmar com "todas as letras" que o Curso de Letras-Polacas será inaugurado em 2009.
Segundo o reitor, os cursos já estarão disponíveis para os candidatos que prestarem vestibular no fim deste ano. “Resta definir se será incorporado apenas ao bacharelado, ou se incluirá também a licenciatura”. Atualmente a graduação em Letras da UFPR oferece sete opções de língua estrangeira: inglês, espanhol, alemão, italiano, grego, latim e francês. Esses idiomas podem ser cursados individualmente ou simultaneamente com o português. A licenciatura forma professores dos ensinos fundamental e médio. Já com o título de bacharel o aluno pode optar pela ênfase em estudos literários (tornando-se crítico ou escritor), lingüístico (atuando como revisor de texto) ou da tradução (tornando-se tradutor).
Viabilizado pelo Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação das Universidades Federais), que prevê mais recursos para as instituições em troca de ações como abertura de novos cursos e aumento de vagas, o curso de idioma polaco vem acompanhado do curso de japónês. As duas novas habilitações visam à valorização cultural e social de duas das etnias mais importantes na formação do Paraná. Os polacos chegaram no século XIX e transformaram Curitiba na terceira maior colônia polaca do mundo. Mas a valorização da identidade regional não é o único motivador das novas habilitações.
Uniwersytet Jagielloński - a primeira da Polônia
O professor Eduardo Nadalin, será o responsável direto pela habilitação em idioma polaco da UFPR, ele que foi estudante de idioma polaco, na Universidade de Cracóvia, sendo inclusive personagem do manual de ensino de lingua polaca "Cześć, jak się masz? de autoria do prof. dr. hab Władysław Miodunka, atual vice-reitor daquela universidade polaca. Para Nadalin, mercado paranaense e brasileiro já dá sinais da necessidade de mais profissionais que dominem o idioma do Papa Karol Wojtyła. “Recentemente a Junta Comercial do Paraná abriu vagas para tradutores de polaco e não foi fácil encontrar”. Para Nadalin, entretanto, uma universidade pública não deve se preocupar apenas com questões mercadológicas. “A forte imigração polaca, sobretudo na região de Curitiba, exige um resgate de identidade. Trata-se de uma parcela considerável da população que ajudou a construir a sociedade paranaense”, afirma. A graduação em polaco da UFPR será a primeira do país, o que prevê que não só curitibanos e paranaenses vão procurar se candidatar ao curso, mas também catarinenses e gaúchos, já que a etnia é bastante representativa nos dois Estados do Sul. Para o vestibular de 2009 está prevista a abertura de 10 vagas inicialmente.
Para maiores informações sobre o vestibular da FFPR acesse http://www.nc.ufpr.br ou o Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas

Difícil compra da casa própria

Novos edíficios sem compradores
Por que os polacos não conseguem financiamento para construir suas casas?
Esta é a pergunta que intitula uma reportagem do jornal Metro (publicação distribuída gratuitamente em estações de metrô, bonde elétrico e ônibus nas principais cidades da Polônia) desta segunda-feira.
A reportagem procurou saber por que, ao contrário, do período comunista mais e mais polacos não têm onde morar. Antes o sistema providenciava moradia para todos, hoje, a livre concorrência criou os “sem tetos”. São muitos os polacos que não têm onde viver. Se antes era impossível pensar em mendigos nas ruas da Polônia, atualmente os turistas são frequentemente interpelados por pessoas com trajes sujos pedindo alguns trocados.
O que aconteceu com as promessas eleitoreiras?
Segundo, o jornal, mais de três milhões de famílias polacas não conseguem ter sua casa própria, o que significa que mais ou menos 12 milhões de pessoas de uma população estimada de quase 40 milhões de habitantes vivem em situação precária. Ontem foi lançada a campanha "Dach nad głową" (telhado na cabeça) que vai tentar mobilizar os políticos para se ocuparem deste grave problema de moradia.
Em Varsóvia, Gdańsk, ou Wrocław, o preço do metro quadrado mais em conta está em torno de 7 mil złoty, o que só podem sonhar pessoas que ganham magnificamente. Para se conseguir financiamento, ou hipoteca nos bancos é preciso ter no mínimo 2 mil złoty mensais durante 30 a 40 anos para fazer o reembolso do crédito adquirido. De acordo com a empresa de pesquisa “Domu Badawczy Maison”, para 40% dos polacos, o principal problema do país é moradia. Para outros 96%, o governo pouco faz para resolver a situação.
Michał Gos, entrevistado pela reportagem, disse que trabalha como motorneiro (condutor) de Tramwaj (bonde elétrico) em Varsóvia e recebe de salário apenas 2.300. "Quando é que vou conseguir crédito para comprar uma casa com este ganho mensal? Nunca!"
Kamila e Paweł Kustroniów vieram a Varsóvia para estudar. Foram 16 anos de estudos. Ela é de Świdnik e ele de Krosno. Conheceram-se na faculdade, após 4 anos de namoro se casaram. Um ano depois nasceu a primeira filha, Jagoda. Paweł começou a trabalhar no Instituto de Meteorologii i Gospodarki Wodnej. Kamila permaneceu na faculdade, onde começou a fazer doutorado. Cinco anos atrás defendeu a tese e recebeu o título de doutora. Por essa época nasceu a segunda filha, Milena. “Estivemos vivendo em casa de estudante da universidade todo este tempo. Quisemos comprar um apartamento não muito grande. Antes de nascer Milena, tentamos empréstimo num banco. Mas nossos salários são muito baixos, mesmo para alguém com doutorado. Meu marido buscou ajuda no serviço social. Mas se recusaram a atender, pois não temos zameldowania (registro de residência) em Varsóvia e morar em casa de estudante não dá direito a este registro, ou seja, oficialmente não moramos em Varsóvia, mesmo estando aqui há 16 anos. Como é possível isto? E em nossas cidades, tampouco temos, pois lá os donos são nossos pais.”

Fotógrafas polacas 7

Foto de 1915 de Jadwiga Wolska intitulada "Mieszkancy wsi Dołęga" (moradores da vila rural de Doleg) e que tambémpresente na Exposição Fotográfica, "Ela - Documentalista - As mulheres polacas fotógrafas do século 20", com o subtítulo "Kobiety nie są sentymentalne" (Mulheres não são sentimentais), que fica aberta apenas mais esta semana, até 18 de maio, em Varsóvia, na Galeria Zachęta.

Wolska ainda muito jovem fez esta e muitas outras fotografias do moradores da vila rural de Dołega, no distrito de Szczurowa, cidade de Brzesko, na Małopolka, muito próximo a Cracóvia. Jadwiga provavelmente era da familia Wolski Tumidajski, proprietário de um palácio em Dołęga. A jovem Jadwiga, fotografou amadoristicamente cerca de 60 moradores das terras de sua família. Estes polacos eram também chamados de galicianos, por serem da província ocupada pelo Império Austro-húngaro, e dos quais muitos deles emigraram para o Paraná e se concentraram principalmente na colônia Tomás Coelho, em Araucária.

domingo, 11 de maio de 2008

O dia das mães de Ghiaroni na minha vida

"Madonna e a criança", de Pietro Perugino. Criado em 1490. Quadro em óleo, do acervo do Museu de Belas Artes Pushkin de Moscou, Rússia.

Quando estava estudando na Escola Senai, no interior do Paraná, onde fiz o curso profissionalizante de Eletricidade, andei, a pedido da professora de Língua Portuguesa, adaptando um texto teatral que encontrei numa revista para se fazer uma homenagem ao Dia das Mães pelos alunos daquela escola. Pois sim, minhas carreiras teatrais e jornalísticas devem ter começado aí. A responsável a professora Elga, que pelo que recordo era originária de Santa Maria no Rio Grande do Sul e tinha ido a Telêmaco Borba apenas para lecionar. Nunca mais soube dela. Mas enfim... Depois de pronto meu texto, a peça foi montada pelos meus colegas. Mas para mim não sobrou nenhum papel. Fiquei um pouco chateado, afinal eu é que tinha escrito e já me vinha no papel principal. Mas a profa. Elga tinha outros planos para mim. Numa manhã, passando pelo corredor, ela me chamou e estendeu duas folhas de papel dizendo: “Ulisses, gostaria que você decorasse este poema. É muito bonito e depois ensaiamos. Está bem?” Peguei as folhas e fui para casa, passei uma semana tentando decorar aquele longo poema, intitulado apenas; “Dias das Mães”. Autor? Apenas um nome: Giaroni. Depois de decorado, com a direção da professora fizemos vários ensaios para que eu pudesse “fazer as mães” chorarem no dia da declamação. E assim foi: primeiro a apresentação do texto teatral que eu havia escrito/adaptado, depois um coral, depois... Bem depois, minha declamação. Em cima do palco, enquanto declama podia ver minha mãe, minha tia, a esposa do diretor da escola, a esposa do prefeito, as professoras... Chorando com os versos de Giaroni e minha apresentação. Foi um sucesso... tanto é verdade que o diretor da rádio local, logo que desci do palco, aproximou-se e disse: “Você quer falar este poema amanhã, domingo, ao vivo na rádio?”. Confesso que não entendi muito bem o que ele disse, pois eram muitas as pessoas que chegaram para cumprimentar. Esta foi minha primeira apresentação em público de uma carreira teatral que começaria em Curitiba mais tarde e onde participei como ator de pelo menos 30 espetáculos teatrais.

Mas e aquele poema, aquela declamação? Ah! Sim... Apresentei na Rádio Sociedade Monte Alegre naquele Dias das Mães e também, no ano seguinte e em outros locais nos anos que se seguiram. Há dois anos, já vivendo aqui em Cracóvia, meu amigo, diretor da Rádio CBN Curitiba, José Wille, telefonou-me perguntando se eu não queria fazer uma gravação daquele poema que ele me ouviu declamar num Dia das Mães, na Escola CEFET, em Curitiba. “Sim!”, respondi. Mas quando procurei em meus arquivos, descobri que não tinha mais aquele texto. Pedi para mim mãe, no Brasil, procurar, mas minhas coisas, mas ela também não encontrou. Procurei nas páginas de Internet então. E nada. Nem aquele autor Giaroni tinha qualquer referência, muito menos o poema. “Onde encontrar a professora Elga”, pensei. O jeito foi me concentrar... Muito! E tentar recordar cada um dos versos daquelas várias estrofes. Consegui a muito custo, mas consegui! Gravei, mandei via e-mail o arquivo com a gravação ao José Wille, que devido à repercussão naquele “Dia das Mães”, teve que repetir a apresentação da minha gravação nos dois domingos seguintes nas manhãs da Rádio Globo de Curitiba.

E hoje estou aqui pensando em como homenagear as mães. Procurei então na Internet alguma referência sobre Giaroni. Para surpresa minha, descubro que Giuseppe Artidoro Ghiaroni, autor do poema das mães que me acompanha por toda a vida faleceu no Rio de Janeiro, aos 89 anos, numa quinta-feira, dia 21 de fevereiro de 2008, ou seja, 3 meses atrás.

E agora, ao contrário de 3 anos atrás, na Internet, através do Google conferi que o nome Giuseppe Artidoro Ghiaroni, está presente em 75 referências encontradas em 0,14 segundos, que Giuseppe Ghiaroni está em 2.380 referências em 0,27 segundos, que Ghiaroni está presente em 16.400 referências em 0,33 segundos e que finalmente o poema que eu passei dias tentando recordar aqui na Montanha do Przegorzały agora está presente em 305 referências em 0,24 segundos no Google. O texto do poema que estava apenas na minha cabeça de adolescente agora está em vários sites. Maravilha, por um lado, mas tristeza, por outro saber que o autor daqueles versos que está em minha cabeça já não está mais entre nós e saber que “Giaroni” foi Giuseppe Artidoro Ghiaroni, um mineiro de Paraíba do Sul, onde nasceu em 1919. De origem humilde em sua juventude, Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite", de onde passou para a Rádio Nacional, onde se consagrou como cronista. Ghiaroni foi contratado pela Rede Globo. Escreveu principalmente para programas humorísticos, entre eles a "Escolinha do Professor Raimundo".

Mas foi mesmo na antiga Rádio Nacional no começo dos anos 50, que Ghiaroni fez sucesso com seus poemas declamados pelos grandes locutores e artistas da época. Se o seu “Dia das Mães” me acompanha há tanto tempo, o "Monólogo das mãos" é sucesso permanente nas carreiras da grande Bibi Ferreira e Lúcio Mauro. “O Dia das Mães” foi também durante toda a carreira de Paulo Gracindo seu maior sucesso como declamador.

Entre suas obras publicadas e mais conhecidas estão, “O Dia da Existência”, de 1941; “A Graça de Deus’, de 1945; a “Canção do Vagabundo”, de 1948; e finalmente em 1997, ele publicou “A Máquina de Escrever.” Mas também foi autor de rádio-novelas como “MÃE”, “A Gloriosa Mentira”, e “O Bom Irmão”“. Ghiaroni também foi um locutor, não só dos próprios poemas como de grandes programas de música nas rádios do Rio de Janeiro.

Para ouvir minha gravação de “Dia das Mães”, enquanto acompanha a poesia de Giuseppe Ghiaroni, clique aqui.

Mãe! Hoje volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar e depois perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti, e me abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me cabe este direito.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz:
"Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez do último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que , nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!

P.S. Está poesia, neste segundo domingo de maio de 2008, vem de encontro à distãncia que me encontro de minha Mãe Eunice, que não se cansa de me perguntar toda semana: "Meu filho, quando você volta pra casa?" E eu respondo: "Quando terminar meus estudos". Para esta heroína da minha vida, a homenagem de mais um dia distante dela.




Foto de Frances B. Johnston feita em 1900, da criadora do Dia das Mães, Anna Jarvis, em Washington, Estados Unidos. Fotografada exatamente, no dia em que ela pedia aos deputados para reconhecer o Dia das Mães como uma data nacional estadunidense e conseqüentemente feriado.

Oscypek tem concorrência desleal

Foto: Piotr Guzik
A Polônia esperou bastante para que um de seus pedidos junto a União Européia fosse reconhecido. Uma associação de montanheses da região de Zakopane depois de um longo processo conseguiu incluir um típico queijo polaco na lista dos produtos de "DOC - Dominação de Origem Controlada". Este queijo feito de leite de ovelha (permite-se acrescentar até um máximo de 40% de leite de vaca) produzido segundo uma antiga receita é originário das regiões das cidades de Nowy Targ, Zakopane e Żywiec e se chama Oscypek. Tem uma aparência que confunde o turista desavisado, pois lembra uma escultura em madeira, pelo formato, textura e coloração. Na verdade, ele é feito em formas com sulcos desenhados em representações de figuras geométricas.O oscypek tem vários formatos, sendo este mais escuro do lado direito o mais bonito

Pois bem, o Oscypek conseguiu entrar para uma lista exclusiva de 66 produtos europeus e o que andam fazendo os póprios polacos que não conseguem fazer a receita igual, mas querem vender seus produtos com a fama adquirida pelo Oscypek sem sofrer sanções das autoridades?
Mas claro, além de não conseguirem fazer a mesma coisa, os polacos estão trocando algumas letras da palavra e assim começa a aparecer no mercado polaco uns queijos com o nome de Uscypkiem. Quer dizer, não são apenas os brasileiros que têm um "jeitinho", o polaco é célebre em seu "jeitinho polaco".
O outro produto polaco também registrado na UE vem da mesma região e se chama Bryndza Podhalańska, ou seja, queijo de leite de ovelha produzido nos meses de verão nas regiões de Nowy Targ, Zakopane e Żywiec.

Bryndza Podhalańska já passada no pão caseiro

Na lista dos produtos de "DOC", a Espanha e Itália lideram com 15 produtos cada. São Seguidas por Portugal com 13, França 10, Tcheca 8, Alemanha 7, Grã-Bretanha 3, Polônia 2 e Irlanda, Holanda, Bélgica, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Grécia e Chipre com 1 produtos cada.

sábado, 10 de maio de 2008

Biesiady em São Paulo

Aqui uma biesiady animada na Karczma Bartlad, em Goniądz, próximo a Białystok (Nordeste da Polônia).

O Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo, a Casa Sanguszko e a APOLEC-SP estão convidando o público em geral para a Primeira Noite de Canções Festivas Polacas “biesiady”. As canções executadas serão exclusivamente no idioma polaco.
O encontro será no sábado próximo, com entrada franca, dia 17 de maio, às 18h00, na Rua Prof. João Arruda, 440 – Sumaré, em São Paulo, Capital.
Os organizadores estão solicitando aos interessados que tocam e possuem instrumentos musicais, que os tragam para o encontro. Será como uma roda de "samba", mas só com músicas polacas, sem requebrado da mulata. As inscrições podem ser enviadas para a Sra. Michalina Staniczek Andrade, responsável pelo encontro.
E-mail: michalina@uol.com.br

Campos de beterraba

Foto: Ulisses Iarochinski
Os infindáveis campos agricultáveis da Polônia. 95% da superfície do páis é plana, os 4% restantes estão concentrados no Sul, nas fronteiras com a Eslováquia e a Tcheca, devido a cadeia de montanhas Cárpatos. Mas estes campos de beterraba branca (o açúcar na Polônia é feito deste tuberculo) estão na região de Łomża (uomja) no Nordeste do país.

Teatro de Lublin

Foto: Ulisses Iarochinski
Portal de entrada do teatro, na cidade velha de Lublin.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Roger Guerreiro convocado

Sem surpresas, pois até a camisa já estava pronta
E o treinador holandês da seleção polaca de futebol, Leo Beenhakker confirmou na relação de convocados divulgada, ontem, por ele, a presença do brasileiro Roger Guerreiro da equipe do Legia Warszawa. Ficou claro que depois do presidente Lech Kaczyński ter assinado a confirmação de cidadania mais rápida de seus pouco mais de dois anos de mandato, não poderia ficar sem uma pronta resposta do treinador holandês. Enquanto Roger, sem possuir antecedentes sanguínios polacos, conseguiu a cidadania em menos de 2 semanas, descendentes de polacos de primeira, segunda e terceira geração amargam há dois anos que seus pedidos de solicitação sejam pelo menos analisados pelo presidente da república da Polônia.
Isto para não falar naqueles pedidos que são rejeitados já nos consulados, porque o ancestral emigrou da Polônia antes de 1918. Os funcionários públicos do governo na Polônia, que analisam estes pedidos não consideram estas pessoas como tendo sido polacas, mesmo ostentanto sobrenomes como Kamiński, Wojtyła, Koperniko, Kowalski etc. Já o paulista Roger Guerreiro com menos de cinco anos de Polônia é o segundo estrangeiro e o primeiro brasileiro convocado para a seleção polaca. O primeiro foi um atacante nigeriano Emmanuel Olisadebe, que de tão ruim já nem vive mais na Polônia, mas que continua ostentando o passaporte polaco. Há notícias de que anda jogando na China.
Enquanto o selecionador Beenhakker anunciava os convocados, o jogador Dariusz Dudka da equipe campeã 2008 da Polônia, Wisła Kraków, ao não ouvir seu nome na relação dos convocados era entrevistado pelo jornal Dziennik Polski e afirmava: "Estou surpreso, não foram convocados Arkadiusz Radomski e Michał Pazdan. O nome de Roger Guerreiro não me surpreendeu, porque afinal de contas o treinador já havia manifestado na imprensa de que se Roger recebesse a cidadania polaca e desde que permitido pela FIFA, o brasileiro seria convocado para nossa esquadra nacional. Ele era o nome mais seguro de estar presente na convocação em relação a cada um de nós jogadores polacos".
Já os torcedores se manifestam nos comentários das reportagens postadas nas edições de Internet dos jornais e meios de comunicação polacos, como por exemplo, "tenho o pressentimento que Roger na terá moleza na seleção. Tenho acompanhado seu desempenho desde que chegou a Polônia e nenhum jogador da segunda divisão de nosso campeonato fica a dever para ele. Não é um virtuoso do futebol. Suas pernas são brasileiras e não polacas e só por isso foi convocado. Radomski deveria ter sido convocado". Comentário postado no site Onet. pl Sport.

Estes são os jogadores convocados para se concentrarem no grupo da Euro 2008 em Donaueschingen:

Goleiros: Artur Boruc (Celtic Glasgow), Tomasz Kuszczak (Manchester United), Łukasz Fabiański (Arsenal Londyn)
Defensores: Jacek Bąk (Austria Wiedeń), Marcin Wasilewski (Anderlecht Bruksela), Paweł Golański (Steaua Bukareszt), Mariusz Jop (FK Moskwa), Adam Kokoszka (Wisła Kraków), Jakub Wawrzyniak (Legia Warszawa), Michał Żewłakow (Olympiakos Pireus), Grzegorz Bronowicki (Crvana Zvezda Belgrad)
Apoiadores: Dariusz Dudka (Wisła Kraków), Jakub Błaszczykowski (Borussia Dortmund), Mariusz Lewandowski (Szachtar Donieck), Rafał Murawski (Lech Poznań), Łukasz Garguła (PGE GKS Bełchatów), Jacek Krzynówek (VfL Wolfsburg), Radosław Majewski (Groclin Grodzisk Wlkp.), Michał Pazdan (Górnik Zabrze), Roger Guerreiro (Legia Warszawa)
Atacantes: Euzebiusz Smolarek (Racing Santander), Wojciech Łobodziński (Wisła Kraków), Maciej Żurawski (AE Larissa), Tomasz Zahorski (Górnik Zabrze), Radosław Matusiak (Wisła Kraków), Marek Saganowski (FC Southampton).

Esta é a primeira participação da Polônia numa fase final da Copa de Futebol Européia de Seleções Nacionais em sua história. Na primeira fase, a Polônia vai enfrentar pelo grupo B, a Alemanha, dia 8 de junho, a Áustria dia 12 e a Croácia no dia 16. A Euro 2008 acontece na Áustria e Suíça no mês de junho próximo.

Wyborcza completa 19 anos

Capa da primeira edição do jornal Gazeta Wyborcza, em 8 de maio de 1989. Este é o Gazeta número 1. A frase de Lech Wałęsa (pronuncia-se lérrrhhh vaúensa): "żeby było inaczej i lepiej musimy te wybory wygrać" - se foi o contrário e melhor devemos vencer esta eleição," já traduzia o nome do jornal, ou seja, Gazeta Wyborcza - Jornal das Eleições.
O jornal que completou, ontem, 19 anos de existência foi fundado por por um grupo de jornalistas e ativistas da imprensa dos subterrâneos da oposição democrática como a plataforma para as primeiras eleições parlamentárias democráticas da Polônia pós-comunismo. O primeiro editor-chefe foi Adam Michnik, intelectual e destacado oposicionista nos 60-80 do regime comunista polaco.
A primeira edição teve 8 páginas e 150 mil exemplares vendidas. Passados 19 anos, ele sai às bancas com uma circulação de mais 448 mil exemplares diários e excedendo em algumas edições 110 páginas. O time editorial da "Gazeta das Eleições" inclui aproximadamente 850 pessoas, dos quais 510 são jornalistas e editores, 5 correspondentes no exterior permanentes e 60 fotógrafos. O jornal possui uma edição nacional com cadernos regionais, que consiste em pelo menos três partes: seção nacional preparada por Varsóvia, seção regional preparada por cada um das 20 redações regionais e um suplemento temático nacional.
Ano após ano, a "Gazeta" foi consolidando sua posição como uma trincheira de opinião e importante fonte de informações para seus leitores. É respeitado tanto na Polônia como no exterior e seu grupo de jornalistas e fotógrafos já ganharam prestígio e prêmios internacionais. Sendo reconhecido como um dos mais belos "design" entre jornais de todo o mundo, como atesta as duas vezes em que venceu a competição "Best of Newspaper Design" organisada pela "International Society for News Design". Foram julgados 193 projetos gráficos de jornais do mundo inteiro. O "Prêmio Excelência" foi dado para o suplemento de 32 páginas, de 28 de abril de 2007, "Gazeta Feriado Bancário" e outro para o suplemento "Gazeta de ano novo ", de 31 de dezembro de 2007. A "International Society for News Design" congrega mais de 2600 editores e diretores artísticos de mais de 50 países. Sua competição anual de "Melhor Design de Jornal do Mundo" está em 28ª. edição e foram anunciados os vencedores em fevereiro último.