sexta-feira, 6 de março de 2009

A história de onde vivo

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
O Edifício Villa Rotunda do Przegorzaly, sob a forma de um meio-circulo com cúpula é um projeto do arquiteto Adolf Szyszko-Bohusz que o construiu entre os anos 1928-1929. Está localizado no alto do morro de calcário do Bosque (Las) Wolski, no bairro de Cracóvia, chamado Przegorzały.
Todo o bosque havia sido adquirido pelos Camaldulenses em 1604, quando eles edificaram na Colina da Prata, no então bairro de Bielany, um monastério e uma igreja, até hoje denominada Kamedłów. Estas terras foram doadas pelo magnata Mikołaj Wolski ao monge capelão Sebastian Lubomirski. Desde então os eremitas camaldulenses vivem na Polônia com a denominação em latim de "Congregatio Eremitarum Camaldulensium Montis Coronae", ou em idioma polaco, "Kongregacja Pustelników Kamedułów Góry Koronnej". No mosteiro de Bielany vivem 58 monges (censo de 2003) sendo 21 monges polacos (censo de 2006). O Mosteiro fica muito próximo da Baszta.

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim em 1916, Szyszko-Bohusz acabou comprando da Congregação Camaldulense da Ordem de São Bento cerca de 9 hectares desta colina. Ali construiu uma mansão denominada "Baszta" (torre de vigia).
No teto do salão principal colocou restos do teto da salão do Senado, do Castelo de Wawel. Szyszko-Bohusz foi o chefe-responsável pela restauração e reforma do Castelo de Wawel no início dos anos 20. No livro de memórias da família de 1934 são encontradas variedades de nomes para a mansão Baszta, como Mościcki e Raczkiewiczów.
Em 1939, com a invasão alemã, a mansão e todo o seu entorno, caiu nas mãos do chefe do distrito de Cracóvia, o nazista Dr. Otto von Wächter. Durante a ocupação nazista, os antigos proprietários foram forçados a deixar o lar.
Castelo do Przegorzały - Foto: ISPE UJ

Algum tempo mais tarde 1942-1943, foi construído ao lado da Baszta, um novo edifício que acabou por ser chamado de Castelo ou Belveder, ao qual os alemães deram o nome de Schloss Wartenberg. O edifício, cuja construção não foi concluída, era para ser um luxuoso "spa" para os pilotos da Luftwaffe. Mas já no final da segunda guerra servia como hospital. Os alemães não conseguiram ter tempo de executar o plano de instalar um elevador desde a base do morro, ao lado do rio Vístula até o alto do morro onde foi construído o hotel dos pilotos nazistas.
Panorama do rio Vístula desde o terraço do Castelo do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski

No final de 1945, a família Bohusz fez todos os esforços para recuperar sua propriedade, mas infelizmente sem resultado. Em 1952, já no período comunista, todo o complexo, Baszta, Castelo e Bosque foi entregue para o Instituto de Pesquisa Florestais do Ministério de Florestas.
Em 1973, com a decisão da Universidade Iaguielônia de Cracóvia de criar um Instituto de pesquisa sobre a etnia e a emigração polaca, no mês de julho, durante o Congresso sobre Origens Polaca, os participantes colocaram a pedra fundamental de criação do centro. Assim toda a área do Przegorzały foi cedida ao Instituto criado oficialmente em 1976, dentro da Faculdade de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade. Para os propósitos do Instituto, o castelo e a mansão eram insuficientes, assim que foi entregue aos arquitetos Tomasz Mankowski e Darius Kozlowski o trabalho de projetar um novo hotel ao lado das edificações existentes.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim, o Instituto de Estudos Polônicos e Étnicos ganhou o Edíficio Kazimierz Pułaski. O investimento, que contou com a ajuda da Kościuszko Foundation de Nova Iorque, finalmente foi concluído em 1991 para abrigar entre outros uma casa de estudantes, uma biblioteca, dois auditórios e salas de aula para o curso de idioma e cultura polaca.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Atualmente, o castelo sedia o Instituto de Estudos Europeus, e a "Baszta" e o hotel servem de moradia para estudantes estrangeiros,em sua maioria, e também como hospedaria para qualquer turista que se atreva a subir o morro do Bosque Wolski. Nos meses de verão costuma acontecer aqui vários congressos internacionais.
Bosque Wolski do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Abaixo dos edifícios, na encosta Leste, há uma reserva natural denominada Skałki Przegorzalskie. Estas pedras brancas são calcárias da era quaternária.
Colina de Calcário do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
P.S. Vivo aqui, neste lugar,  meus últimos dias dos quase sete anos de Cracóvia, um verdadeiro paraíso para estudar tranquilo e sereno.
E para relembrar a música tema do filme "Góra Przegorzały" que produzi em 2004, aqui estão a letra e a tradução da canção "Czy Pamiętasz jak to było", cantada por minha ídola, Edytta Geppert.
Czy pamiętasz jak to było
Piosenkarka: Edyta Geppert
autor słów utworu: Bogdan Olewicz 
kompozytor: Andrzej Rybiński 


Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy jeszcze bez wahania ludziom się wierzyło. 
Gdy świat bywał taki prosty, jak elementarze 
Gdy się w złoto obracało każde z naszych marzeń. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Gdy nas świt do snu prowadził w pościel bladosiwą. 
Gdy do szczęścia brakowało przyjaciół i wina 
Gdy świat się za oknem kończył tam, gdzie się zaczynał. 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy dzień był ja stulecie, a kalendarz chwila. 
Kiedy drzwi się wyważało otwarte na oścież 
Piękne słowa były chlebem, a dłoń każda mostem 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Gdyby można po cichutku, kiedy człowiek zaśnie 
Cofnąć życie tak jak zegar o lat kilkanaście... 

Tradução livre:
Você se lembra de como ele foi 
Canta: Edyta Geppert 
Letra: Bogdan Olewicz 
Melodia: Andrew Rybiński


Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando as pessoas ainda acreditavam sem hesitação. 
Quando o mundo, muitas vezes, era tão simples como a cartilha 
Quando o ouro se transformava em cada um dos nossos sonhos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando para nós a madrugada levava ao sonho em lençóis embraquiçados. 
Quando para a felicidade faltava amigos e vinho 
Quando o mundo após a janela se acabava ali onde começava. 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando o dia era um século, e o calendário era um momento. 
Quando as portas abertas se arrombavam de par em par 
Belas palavras foram o pão e cada mão uma ponte 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Caso se pudesse depois quietinho quando o homem sonha 
Atrasar a vida, como o relógio, algumas décadas ... 

Bonde rápido circula em Cracóvia

Nona estação subterrânea do Tramwaj rápido - Foto: Michal Lepecki

A cidade de Cracóvia dá sua resposta aos problemas de locomoção viária e trannsporte coletivo com a sua opção pelo Tramwaj - bonde elétrico rápido. Os planos de construção do trecho "Osiedle (Condomínio) Golikówka" (Condomínio) até a ulica (rua) Wielicka, no Leste da cidade prevê a entrega em novembro de 2010. O Departamento de Infrastrutura Comunitária e Transporte sinalizou que a leitura dos documentos da empresas concorrentes na licitação está em marcha. 
Ainda este ano, deve estar sendo entregue a linha do bonde elétrico rápido desde o Rondo Grzegórzecki até a ulica Lipskiej. Assim até o final do ano que vem a cidade estará servida por um moderno e rápido sistema de bondes elétricos rápidos lingando os bairros do Sul aos do Norte da cidade.
A previsão é de que uma vez em funcionamento o sistema, um passageiro levará apenas 30 minutos para ir de Kurdwanów no Sul até Krowodrza Górka no Norte da cidade. Muitos tuneis edevrão ser feitos na cidade para a passagem do tramwaj rápido. O que convenhamos não difere em nada dos subterrâneos de metrô.

Fascista alemão reclama terras polacas

A maior batalha da idade média, Grunwald 1410, não foi suficiente para expulsar os saxônicos, pois em 1795, eles voltariam a ocupar as milenares terras polacas, ficando na Polônia até 1945.

Um político do partido de direita alemão NPD questionou a atual fronteira polaca-alemã. A escandalosa posição do deputado Tino Mueller, segundo a imprensa polaca, foi dada a conhecer no parlamento da região de Meklemburgo-Pomerânia Oriental.
Durante um debate parlamentar, Mueller disse, que a atual fronteira da Polônia é muito grande com a sua pátria alemã. Acrescentou que tal situação se deve ao redesenho do mapa da Europa após a segunda guerra mundial, quando a comunidade internacional desrespeitou a Lei. 
"Locais reconhecidos como sendo a pátria de 15 milhões de alemães foram desanexados da Alemanha numa autêntica mentira histórica", disse Mueller, antes de ser interrompido por um membro do Partido CDU. O deputado que conduzia os trabalhos já havia tentado em diversas ocasiões pôr fim ao pronunciamento do político de extrema direita. 
Esta não é a primeira vez que Mueller faz este tipo de provocação. Em Dezembro de 2006, num Fórum Parlamentar de Meklemburgo, Mueller tinha afirmado que dois terços da Pomerânia alemã estava agora sob a administração da Polônia. O NPD tem seis deputados no parlamento de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental composto de 71 lugares.

P.S. O que estes fascistas alemães não entendem, ou não querem se dar por vencidos, é que todas estas terras que volta e meia a Alemanha reclama como suas, passaram às mãos dos saxônicos (teutônicos, prussos, renanos, bávaros, alemães, através de invasões, de dizimações da população polaca, de ocupações violentas e injustas das milenares terras eslavo-polacas. O que não entendem estes "obtusos de inteligência" é que nada legitima a violência e a ocupação, tenham elas durado um dia, ou 200 anos. O próprio nome da região em latim já identifica sua origem - Pomerânia, do polaco Podmorze, ou seja próximo ao mar.
O tal Tino Mueller deve ser descendente do unificador da Alemanha 1870,  Otto Von Bismarck. Extremamente conservador, aristocrata, e monarquista, Bismarck lutou contra o crescente movimento social democrata na década de 1880, tornando ilegais várias organizações progressitas.
Infelizmente os brasileiros de Pomerode (Estado de Santa Catarina) são descendentes de invasores saxônicos que tiveram de devolver as terras polacas que seus ancestrais, por sua vez, tinham retirado dos polacos à força dos sabres e barbarie.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Duppa e Mayer na Educativa do Paraná

Isidorio Duppa e Vadequinho

"Causos" divertidos de polacos serão contados no programa "Nossa História " deste sábado, às seis da tarde, na Rádio Paraná Educativa AM 630, de Curitiba.
O plantador de batatas, escritor, músico e ator Isidorio Duppa e a escritora Vera Lúcia de Oliveira Mayer, que escreveu conjuntamente com Helena Orchaneski  o livro "Os Imigrantes Poloneses E Seus Descendentes" contarão histórias bem humoradas.
Chegados ao Paraná em busca de terras para plantar, inicialmente em meados do século dezenove e depois em vários grupos até o século vinte, esses imigrantes tiveram uma série de dificuldades em se adaptarem à nova pátria, o que acabou criando situações que hoje são lembradas com bom humor.
A escritora de Palmeira , onde existe até hoje a Colônia Santa Bárbara e o artista Isidorio, que teve suas composições musicais adaptadas para uma peça de teatro intitulada "Semo Poláco, Não Semo Fraco" que integrará o Festival de Teatro de Curitiba a partir do próximo dia 21 de março, contarão esses "causos".
A produção e apresentação do programa são de Zélia Sell e Guilherme Nascimento, e também poderá ser ouvido pela internet em:
www.pr.gov.br/rtve, clicando em "ao vivo - rádio am 630".

Avião polaco na luta contra imigração

O líder na campanha do BNP, Nick Griffin em frente ao cartaz.

Campanha antiimigração de nacionalistas britãnicos usa um cartaz com um avião polaco da divisão 303. O Partido Nacional Britânico (BNP) lançou uma campanha no Parlamento Europeu com o intuito de parar o fluxo de imigrantes, que - segundo sua crença - ameaça a economia britânica. Isto deve incluir os polacos, que desde 2004 foram chegando em centenas de milhares nas Ilhas, ano em que as autoridades britânicas abriram o mercado de trabalho para os novos estados membros da UE.
"Pergunto-me se os polacos ficariam felizes se o seu governo de repente aceitasse milhões de vietnamitas no país prontos para trabalhar por xícaras de arroz", afirmou o porta-voz do BNP, Simon Darby ao jornal "Daily Telegraph".
A campanha, que tem o apoio dos britânicos nacionalistas, ostenta um cartaz com a inscrição: "A Batalha da Grã-Bretanha". E sublinha que a horda de estrangeiros pode ser combatida eficazmente. A foto colocada no cartaz é de um avião "Spitfire" que provou ser extremamente eficaz na contraofensiva aos ataques alemães durante a Segunda Guerra Mundial. A aeronave, no cartaz, pertencia à "Dywizjonu 303 im. Tadeusz Kościuszko" polaca. Os pilotos polacos desempenharam um papel importantíssimo na vitória sobre a Alemanha, derrubando 203 aviões da Luftwaffe, ou seja, 12% das máquinas alemãs destruídas na Batalha da Grã-Bretanha.
Foi o melhor resultado de todas 66 divisões aliadas que defendiam as Ilhas Britânicas. Comentando sobre a atitude heróica dos polacos, Winston Churchill disse a famosa frase "nunca tantos deveram tanto a tão poucos."
O BNP parece perfeitamente consciente do que as aeronaves incluídas no cartaz são polacas, pois "Não interessa se foi uma divisão polaca. A intenção de colocar este avião foi apenas para servir de símbolo da nossa luta", enfatiza Simon Darby. Se o que os nacionalistas queriam era provocar, conseguiram apenas tornar seu partido no escárnio das Ilhas.
"O símbolo utilizado indica um avião pertencente a um esquadrão polaco. Não creio, porém, que o BNP seja capaz de o descodificar. Assim como a maioria dos ingleses que pensa que eles se autodefenderam da Alemanha, sem ajuda de ninguém", afirmou que Ian Dickie, especialista militar da organização Battelfields Trust.
A "Dywizjon" era formada por apenas 303 pilotos polacos, que foram convidados em 1946, para assistir o desfile da vitória em Londres. Recusaram, no entanto, num gesto de solidariedade para com os outros polacos, que as autoridades britânicas "esqueceram", de modo a não enfurecer Stalin.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Doda: tenho só você


Doda - Dorota Rabczewska - continua aprontando das suas. Depois de um pouco sumida das telinhas de TV ela apareceu em grande estilo no programa „Pytanie na śniadanie” (pergunta no café da manhã) da TVP2,  às 8:30 da manhã e fez caras e bocas. Um de seus clipes mostrados foi justamente este: "Mam Tylko Ciebie".

Kiedy noc odchodzi
Kiedy noc odchodzi
Budzę się
By z Tobą być
Kiedy noc nadchodzi
Kiedy noc nadchodzi
Modlę się
By z Tobą być

W snach Ciebie nie ma
Już nie myślisz o mnie tak
W snach Ciebie nie ma
To znak

Ref.
Mam tylko Ciebie
Powiedz , że słyszysz
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma
Mam tylko Ciebie
Powiedz , że słyszysz
Nie ma Cię

2. Kiedy noc odchodzi
Kiedy noc odchodzi
Budzę się
By z Tobą być
Kiedy noc nadchodzi
Kiedy noc nadchodzi
Modlę się
By z Tobą być

W snach Ciebie nie ma
Już nie myślisz o mnie tak
W snach Ciebie nie ma
To znak

Ref.
Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz mnie
Powiedz, że słyszysz mnie
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma w śnie

Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz
Że to nie koniec
Już Ciebie nie ma
Mam tylko Ciebie
Powiedz, że słyszysz
Że to nie koniec.

Tradução livre:

"Tenho só você." 
Quando a noite vai 
Quando a noite vai 
Acordo-me 
Para ficar com você 
Quando a noite vem 
Quando a noite vem 
Rezo 
Para ficar com você 

Nos sonhos você não está 
Você já não pensa em mim, sim 
Nos sonhos você não está 
Este é um sinal 

Ref 
Tenho só você 
Diga que escutas 
que isto não é o fim 
Você já não está 
Tenho só você 
Diga que escutas 
Você já não está 

2. Quando a noite vai 
Quando a noite vai 
Acordo-me 
Para ficar com você 
Quando a noite vem 
Quando a noite vem 
Rezo 
Para ficar com você 

Nos sonhos você não está 
Você já não pensa em mim, sim 
Nos sonhos você não está 
Isto é um sinal 

Ref 
Tenho só você 
Diga que você me ouve 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim 
Você já não está no sonho 

Só tenho você 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim 
Você já não está 
Só tenho você 
Diga que você me ouve 
que isto não é o fim.

Aeroporto sem visibilidade em Varsóvia


Foto:Dariusz Kulesza

Por causa do intenso nevoeiro (a popular cerração) voos internacionais não têm conseguido aterrisar no Aeroporto Internacional Frederyk Chopin, em Okęcie, arredores de Varsóvia. Por causa da visibilidade zero, os aviões procedentes do exterior têm sido desviados para os aeroportos de Katowice, Poznań, Gdańsk e Łódź (pronuncia-se úudji).
O aeroporto de Gdańsk recebeu voos de Paris, Roma e Nice. Em Poznań os voos procedentes de Barcelona, Istambul e Madryt; enquanto em Katowice, os voos de Bergamo, Szarm el-Szejk e Düsseldorfu. 
No aeroporto Władysław Reymont de Łódź desceram quatro Boeing, vindos do Egito. Entretanto este aeroporto apresenta o mesmo problema como se pode observar na foto acima. Assim nesta manhã, os voos que destinados a Łódź foram desviados para Varsóvia, o que acabou por desorientar os pilotos, pois são necessários 300 metros para poder aterrissar com segurança.

P.S. Parece que não é só Curitiba que padece do problema. Mas na capital paranaense a situação melhorou bastante desde que instalaram equipamentos sofisticados para orientar os pilotos. Equipamento que não existe no principal aeroporto da Polônia.

Policia alerta contra "hoolingas"

A faixa diz: torcemos com "fair play" - Foto: Dawid Chalimoniuk 

A polícia está em alerta com o reinício do campeonato de futebol após a parada de inverno. Os campos de futebol da Polônia (pois não se pode chamar de estádio um local para cinco mil pessoas, com apenas duas arquibancadas, às vezes apenas uma) não oferecem segurança para ninguém. Nem para os jogadores nem para os torcedores. E são sempre estes que começam a confusão. A mais recente ocorreu na primeira rodada na fase da primavera, no último fim de semana, na Silésia, entre as equipes da região, Ruch Chorzów X Górnik. Onze pessoas, denominadas pela polícia de pseudo-torcedores foram detidas durante o andamento da partida.
Nos últimos dois anos pelo menos cinco incidentes entre torcedores e polícia ocorreram nos campos de futebol da Polônia. Num deles, em 14 de outubro de 2006, quinhentos "pseudokibiców" (pseudoquibitssuf - pseudo-torcedores) da equipe do GKS-Belchatów iniciaram uma pequena guerra entre si, no Estádio de Katowice (álias, até o momento, é único estádio da Polônia, local onde a seleção nacional costuma fazer seus jogos pelas eliminatórias europeias e mundiais), após o encerramento do jogo. A polícia conseguiu prender apenas 7 dos torcedores.
A Polônia e seus torcedores não ficam nada a dever aos "hooligans" ingleses, embora, segundo as autoridades do país, sejam menos violentos do que aqueles.  Seja como for muitas câmeras já foram instaladas nos campos e algumas vezes a polícia se valeu delas para detenções posteriores ao jogo e mesmo ao dia da partida.

terça-feira, 3 de março de 2009

O caos do transporte público de Cracóvia

Os novos edíficios do campus UJ - Foto: Adam Golec

Neste segunda-feira, com o início do segundo semestre acadêmico, cinco mil estudantes passaram a assistir aulas nos novos edifícios do campus da Universidade Iaguielônia, do outro lado do rio Vístula, no bairro de Ruczaj.
As novas instalações substituem os edifícios de mais de 500 anos do centro histórico da cidade.
Porém, em que pese o grande investimento da universidade, os estudantes não têm ônibus para chegar até o local. A municipalidade que organiza o transporte público junto com a empresa MKP-Kraków simplesmente não consegue "pensar e executar" o sistema.
O campus, que vem sendo construído há vários anos, já recebe dois mil estudantes servidos apenas por três linhas de ônibus, a 114, 178 e a 194. A maioria destes estão na Faculdade de Administração e Comunicação Social. 
"Queremos que a Uniwersytet Jagielloński esteja sempre no mais alto nível de ensino e por isto devemos dispor de uma base local, didática e científica com padrão europeu. A construção do Campus III é nesse sentido necessário para dar aos estudantes da universidade as melhores condições de aprendizado." explica a porta-voz da universidade Katarzyna Pilitowska.
Depois de algum tempo de construção ficou pronto o Parque da Vida Científica e a Incubadora Empresarial em parceria com as firmas Motorola e Onet. Estão em andamento as construções de outross edifícios, que quando prontos deverão receber mais 15 mil estudantes.
A Prefeitura se defende do problema da falta de ônibus. Jacek Bartlewicz, porta-voz de impresa do Departamento de Administração, Infraestrutura Comunitária e Transportes - ZIKiT da prefeitura da cidade afirma que "Uniwersytet Jagielloński não fez nenhum contato com nosso departamento para avisar que o número de estudantes iria mais que dobrar nesta segunda feira." Mas Katarzyna Pilitowski nega, "Estamos em contato permanente com o Departamento da Prefeitura. Já tinhamos conversado sobre o assunto do transporte e alertado para a chegada de mais 5 mil estudantes no campus".
Piotr Dera, técnico do ZIKiT, afirma não existir problema algum com os novos cinco mil usuários do transporte naquele região. Segundo ele, a empresa MKP contabiliza 50 mil usuários naquelas linhas e a capacidade oferecida é de 129 mil. Portanto, não estão faltando ônibus. 
Talvez o técnico da prefeitura até esteja dizendo a verdade, pois em determinados horários as avenidas principais que fazem a ligação do campus com o centro da cidade, como a Grota-Roweckiego e a Kobierzyńska estão completamente engarrafadas com verdadeiros comboios de ônibus sendo formados nos dois sentidos.
Grzegorz Stawowy do Partido do primeiro-ministro Donald Tusk, o PO (Partido da Cidadania) e portanto adversário do prefeito (sem partido) discorda dos especialistas da prefeitura e também parece estar com a razão. Ele diz que, "as pesquisas realizadas pela prefeitura estão completamente fora da realidade. Basta ser usuário para sofrer as consequências da má administração do transporte público da cidade". Para o político o problema começou quando a prefeitura decidiu construir linhas mais rápidas do Tramwaj (Bondes elétricos) nas vias que dão acesso àquela região da cidade, onde está sendo construído o campus da universidade. O projeto sofreu protesto de quase todos os habitantes da cidade, que preferiam que o dinheiro fosse empregado para reconstruir e alargar a rua Nowoobozowa.
Para o ex-reitor da universidade prof. Franciszek Ziejka (e o maior incentivador da construção do campus), entretanto, "a rua Nowoobozowa não resolve o problema do engarrafamento na rua Ruchaj. Há alguns anos a prefeitura se comprometeu a construir um bonde elétrico rápido, mas este ainda não está operando."


Foto: Tomasz Wiech

Mas o grande problema é que o transporte público de Cracóvia, que se utiliza de bondes elétricos e ônibus de todos os tamanhos, é muito mal administrado.
Além desta questão com o campus da universidade, um trajeto que expressa a completa desorientação dos técnicos da prefeitura é a rua Księdza Józefa, que liga os bairros do Salwator e Bielany. A rua é a saída natural da cidade para municípios da região leste, como por exemplo, os munícípios de Balice, onde está o aeroporto internacional de Cracóvia, e Oswięcin, onde está o campo de concentração e exterminação alemão de Auschwitz-Birkenau. Transitam pela rua 12 linhas de ônibus da MKP, além de uma dezena de outros de empresas particulares.
Mas em determinados horários, como entre 11:50 e 13:10 não passa nenhum. è como se fosse intervalo de almoço para os motoristas. Em outros horários, no entanto, formam-se filas nos pontos de ônibus porque 5 transitam no mesmo horário e vazios. Ou seja, este deve ser o mesmo problema dos comboios de ônibus para os lados do Campus da Universidade, não há regularidade nos horários. Uma hora tem muitos, outras hora não tem nenhum.
E é tão simples resolver o problema. Bastaria organizar as partidas e chegadas dos ônibus, por exemplo, um a cada 5 minutos. Mas parece que os técnicos da prefeitura de Cracóvia, que em 2003 não se interessaram em ouvir o que técnicos do IPPUC- Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba estiveram apresentando ao prefeito (que era o mesmo, pois foi reeleito) naquela oportunidade, não entendem nada de planilha de horários. Pior para os moradores e estudantes da cidade.
O IPPUC é autoridade mundial em sistemas de transporte público. Cidades como Bogotá (Colômbia), Brisbane (Austrália), Dubai (Dubai) saíram completamente do caos em que se encontravam quando assinaram contratos com a prefeitura de Curitiba e hoje, tal qual a cidade brasileira são consideradas modelos em transporte público.
Mas Cracóvia, cidade-gêmea de honra de Curitiba, ao que parece, pensa que nesta "irmandade" não tem nada a aprender com a cidade brasileira, já que a capital dos pinheirais foi formada em grande parte por descendente de imigrantes polacos analfabetos do século 19. Deve ser pura presunção elitista cracoviana.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Homenagem e protestos em Huta Pieniacka

Presidente Lech Kaczyński e Wiktor Juszczenko em Huta Pieniacka - Foto: Reuters

Os presidentes da Polônia e da Ucrânia, no sábado, participaram de homenagens ao aniversário dos 65 anos do massacre de polacos em Huta Pieniacka nos arredores de Lwów (Lviv em ucraniano - leões em português).
Muitos protestos de nacionalistas ucranianos foram feitos contra o presidente ucraniano Wiktor Juszczenko, para que ele não ficasse do lado dos "chauvinitas" polacos.  Este, contudo, afirmou que "foi um dos mais horríveis, mais cruéis acontecimentos na história da humanidade".  Ainda na quinta-feira passada, um grupo de protestantes fechou a estrada que leva ao local onde estão monumentos relembrando o massacre de 1944.
Juszczenko sublinhou que "desejaria que ficasse claro, que apesar da difícil história e da política, atualmente, os ucranianos deram as mãos aos polacos. A Ucrânia livre não pode existir sem uma Polônia livre e um polaco livre sem um ucraniano livre."
Já o presidente polaco Lech Kaczyński afirmou que "A verdade sobre este acontecimento nos liberta e permite construir um melhor futuro para a Polônia, a Ucrânia e toda a Europa. Temos coragem e misericórdia para orar - perdoar nossas ofensas como nós perdoamos os nossos devedores. Atualmente, aqui, damos o primeiro passo na estrada que iremos percorrer juntos os nossos nacionais".
A história conta que em 28 de fevereiro de 1944, como consequência da morte de alguns alemães nos arredores de Huta Pieniacka foram assassinados todos os moradores daquela vila rural, por soldados inimigos. Os números não são precisos, mas muitas pessoas foram mortas ali. O massacre de Huta Pieniacka foi na verdade uma punição militar contra os habitantes desta vila rural, que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Os historiadores polacos e ucranianos continuam em desacordo sobre de quem seria a responsabilidade pelas mortes. Para os historiadores ucranianos, a responsabilidade pelos atrozes assassinatos é exclusiva dos batalhões da polícia alemã SS.
Mas para o IPN - Instituto da Memória Nacional Polaco, a ação foi encetada pela 14ª subunidade galiciana da Divisão Waffen-SS. Os historiadores polacos possuem farta documentação para sustentar suas posições, que incluem depoimentos de 80 testemunhas. Para o Instituto polaco não há a menor dúvida de que o massacre foi cometido pelos ucranianos e não pelos alemães nazistas.
Huta Pieniacka era uma vila de pelo menos mil pessoas da etnia polaca, moradoras de 200 casas, localizadas na Voivodia de Tarnopol (hoje Ternopil Oblast na Ucrânia) durante a segunda República Polaca. Em 1939, após os ataques conjuntos de alemães e soviéticos, as voivodias polacas foram anexadas pela União Soviética, tornando as terras polacas em território da Ucrânia. Guerrilheiros ucranianos então perpetraram uma série de ataques e assassinatos contra a população polaca que vivia nestas terras há séculos. A população polaca da antiga Galicia ocupada pela Áustria e destas voivodias sofreram ataques de três linhas de frente: alemã, russa e ucraniana.
Em janeiro e fevereiro de 1944, as tropas soviéticas eram visitantes frequentes nestas áreas e isto foi relatado tanto por ucranianos como alemães. Huta Pieniacka já tinha sofrido vários ataques em 1943 e naquele início de 1944. Em 23 de fevereiro de 1944, uma patrulha formada por soldados da SS Galizien Divisão se aproximou da vila. Os polacos, muitos dos quais eram membros da Armia Krajowa, mataram duas pessoas e feriram outra da tropa invasora. Este incidente foi descrito no Diário da Divisão Halchyna e documentos encontrados nas fardas dos soldados mortos declararam que eles eram membros da Divisão SS Galizien, estacionados em Brody.
Funerais foram organizadas para os mortos. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1944, uma força mista de policiais e soldados ucranianos comandados pelos alemães sitiaram Pieniacka Huta. Apesar de terem sido alertados os polacos não tiveram tempo para preparar uma defesa ou para fugir. A localidade foi alvo de disparos da artilharia ucraniana comandada por um capitão alemão da SS. Depois dos disparos, lançaram granadas contra os civis, em sua maioria mulheres e crianças, que estavam reunidas na igreja. Ao tentarem escapar foram brutalmente assassinadas.
Segundo Bogusława Marcinkowska, historiadora de Cracóvia, os ucrainianos colocaram grávidas junto às paredes e abriram suas barrigas para retiram os fetos. Alguns moradores conseguiram fugir para Zloczów e outras cidades e nunca mais retornaram para suas casas. Depoimentos destes que fugiram, mas que presenciaram antes de escapar as atrocidades, contam que após cometerem os bárbaros crimes, os ucranianos se embebedaram, cantaram e dançaram a noite inteira. Para uma comissão, formada para investigar os crimes de guerra, estes sobreviventes contaram que os alemães não participaram da ação criminosa ucraniana.
Já o historiador ucraniano Vasyl Veryha afirma que baseado em documentos polacos alemães e soviéticos, Huta Pienacka foi um dos principais centros da "Armia Krajowa" e de guerilheiros soviéticos. O grupo de defensores da vila colaboravam com a Guarda do Povo Comunista. O 9º batalhão de guerrilheiros soviéticos denominado Chkalov e o grupo especial de Boris Krutikov estavam baseados na vila.  De acordo com Veryha, a população com mulheres e crianças incluídas era de aproximadamente 500 pessoas,  e o de guerrilheiros outros 500 moradores. 
Já o historiador russo Sergei Chuyev, diz que o polaco Kazimierz Wojciechowski trabalhou muito próximo a Armia Krajowa polaca e dos guerrilheiros soviéticos liderados por Boris Krutikov e Dmitri Medvedyev. Quando estes chegaram na vila, o assalto já tinha começado. A batalha teria continuado por algum tempo. Chuyev relatou que a ação dos policias ucranianos ao punir Wojciechowski desencadeadou uma luta feroz. 
Os ucranianos que atualmente protestam, alegam que os polacos erigiram este monumento aos mortos de Huta Pienacka sem a permissão do governo ucraniano e em total desrespeito a história e às leis do país. O parlamentar ucraniano Oleh Tyahnybok alega que o monumento é ilegal e que o cônsul polaco que foi considerado "persona non grata" desrespeitou a dignidade do povo ucraniano.
Em 28 de fevereiro de 2007, um novo monumento foi levantado em Huta Peniacka para homenagear os polacos massacrados em 1944. A delegação vinda da Polônia foi acompanhada pelo cônsul da Polônia, em Lwów, Marcin Zieniewicz, que naquela ocasião deixou bem claro que o monumento era para "marcar uma das páginas mais trágicas da história, mas não só do povo polaco, mas também dos ucranianos". Mas foi mal interpretado pelos políticos ucranianos.

 
A vila de Huta Pieniacka não existe mais. A maioria das casas foi queimada, tendo restado apenas uma escola e a igreja católica apostólica romana. Ambos edifícios foram demolidos após a guerra. Agora o local é apenas um campo de pastagem com este monumento da foto acima. 

Reiniciado o campeonato polaco

Polícia intervem no clássico silesiano entre
Ruch Chorzów X Górnik Zabrze
Foto: Dawid Chalimoniuk / AG


A melhor equipe da temporada, o Lech Poznań, que participa da Copa UEFA, mesmo após sua derrota contra a Udinese pelo torneio europeu, recomeçou o segundo do campeonato do campeonato polaco vencendo de forma emocionante o GKS Belchatów por 3X2.
O campeonato que reiniciou após intervalo de mais de dois meses, por causa do inverno, neste fim de semana, manteve nos primeiros postos as mesmas equipes do ano passado. O Lech, que depois de estar perdendo por 2X0 virou para 3X2, chegou aos 39 pontos. As duas equipes da capital continuam nos mesmos postos, segundo e terceiro lugares na tabela. Legia Warszawa (2º lugar) empatou com o Polonia Warszawa (3º lugar) em um gol e está com 37 pontos, enquanto o Polonia chegou a 36 pontos.
O campeão do ano passado, o Wisła Kraków, de Cracóvia, foi a Silésia e só conseguiu empatar em um gol com o Bytom. Com isso ocupa apenas a quarta posição na tabela com 35 pontos. O Belchatów que perdeu para o líder está em quinto lugar junto com o Śląsk Wrocław com 31 pontos.
Mas o ponto negativo do campeonato não está na tabela, mas nos estádios da Polônia. Com exceção de sete estádios todos os demais estão fechados para os torcedores visitantes. Simplesmente não são vendidos os bilhetes que seriam reservados para os torcedores da equipes visitantes. Os motivos e alegações variam de reformas nos estádios a evitar brigas entre os "kibiców" (quibitssuf- torcedores) dos times em confronto. Em comparação com a fase passada apenas um clube, o Belchatów, reformou as arquibacandas e pode receber 400 torcedores da equipe adversária nesta fase de primavera do campeonato.

O sorriso da vitória polaca

Foto: David e Cerny - Reuters

A esquiadora Justyna Kowalczyk é a nova musa da Polônia. Seus feitos nas pistas geladas da República Tcheca no fim de semana, além das duas medalhas de ouro, da uma de bronze, do título de bicampeã mundial deu-lhe também o amor patriótico de todos os polacos. A imprensa, a televisão, o rádio, as conversas de bar e até as igrejas só falam de Justyna.

domingo, 1 de março de 2009

Polaca bicampeã do mundo

Foto: Petr David Josek - AP

A polaca Justyna Kowalczyk é bicampeã mundial de esqui nórdico após sua medalha de ouro conquista neste sábado na prova de Liberec, na República Tcheca. Ela competia por três medalhas, na prova cross-country 10 km feminino, cross-country perseguição feminina 15 km feminino e cross-country largada em massa feminino 30 km. Venceu nos 30 e 15 km a medalha de ouro e a nos 10 km a medalha de bronze. Ela fez os 30 km em em 1:16:10,6.
"Estou muito feliz por esta vitória. Sonhei com as duas medalhas de ouro, mas pensei que isto não pudesse ser real. Mas conquistei isto!" declarou a polaca campeã mundial de esqui nórdico.
Em segundo lugar nos 30 km chegou a russa Jewgienia Miedwiediewa e em terceiro a ucraniana Walentyna Szewczenko.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sikorski em Washington

"A Situação econômica da Polônia não é assim de tão sombria, como muitas vezes apresentam", declarou o ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, no Senado dos Estados Unidos, ontem, sexta-feira, em Washington.
A declaração do ministro polaco foi em resposta ao comentário do senador John Kerry, chefe da comissão de assuntos exteriores do Senado e candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais de 2004, de que a há uma grande possibilidade de queda da economia na Europa Central. 
Agregou ainda que a Europa Central não é homogênea e se a Polônia representa quase a metade da economia da região, o banco central polaco tem tomado precauções para que a crise mundial não seja tão nefasta no país.
Antes havia se encontrado com a secretária Hillary Clinton, quando Sikorski conversou sobre a presença de tropas no Afeganistão e base antimísseis Norte-americana na Polônia. A base, apesar da pressão contrária da Rússia continua nos planos.
Mais tarde, um inglês superfluente foi entrevistado na televisão MSNBC junto com Mika Brzeziński.  Esta é a entrevista em inglês:


Caridade bate recorde histórico na Polônia


O maior movimento anual para angariação de fundos da Polônia, a Wielka Orkiestra Świątecznej Pomocy, ou Grande Orquestra da Caridade de Natal anunciou essa semana, que o montante arrecadado através de seus voluntários no mês de janeiro é recorde histórico. Pois superou o recorde anterior do ano passado em 9 milhões de złotych. 
Segundo o diretor da promoção Jurek Owsiak, (na foto durante a realização do programa na TV) entre as coletas, leilões e outras promoções, a Orquestra arrecadou 40,4 milhões de złotych.
Este ano, em sua 17ª. Edição, a Orquestra pediu dinheiro para a compra de equipamentos especializados para a detecção precoce do câncer em bebés e crianças. O dinheiro foi recolhido por cerca de 120 mil voluntários na Polônia e em todo o mundo.
A Grande Orchestra é semelhante ao "Criança Esperança" de Renato Aragão e Rede Globo, com a diferença de que o batalhão de 120 mil voluntários saem às ruas e não esperam que telespectadores depositem suas contribuições via telefone.
Todo aquele que é abordado na rua, por um voluntário, após colocar sua contribuição na caixinha é etiquetado no peito com o "coração" da Grande Orquestra

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Segunda Iarochinski na Polônia

Gislaine e Ulisses na ulica Floriańska, diante da porta Norte da cidade de Cracóvia

Recebi nesta quinta-feira, por exatas 3 horas e 45 minutos, minha prima Gislaine em Cracóvia. Bisneta de Józef, irmão de meu avô Bolesław, ela é, depois de mim, o segundo descendente de Piotr Jarosiński a conhecer a Polônia.
Gislaine (Iarochinski) Kuk, assim como meu pai Cassemiro é de Castro, no Estado do Paraná. Atualmente morando e trabalhando em São Paulo como modelo, ela se prepara para ainda este ano retornar a Polônia e cursar veterinária em alguma universidade do país.
Pena que tenha sido tão rápida sua passagem por Cracóvia, só tivemos tempo de passar pela Brama Florianska, Museu Czartoryski, Igreja de São Casimiro, Stare Teatr, Rynek, Sukiennice, Igreja Mariacka, restaurante Chopskie Jadło, ulica Bracka, Café Prowincja, Curia Metropolitana, Igreja de São Francisco de Assis e passar diante da catedral e castelo de Wawel. Não deu tempo nem para subir a colina. Ela tinha que voltar a estação e embarcar para Varsóvia.  De onde amanhã, sábado, volta para o Brasil.
Antes de vir a Polônia por uma semana ela participou da Campanha de Lançamento da vodka polaca "Sobielski", em São Paulo. 
Ah, sim! Nós nunca tinhamos nos encontrado pessoalmente, antes, mas foi como se sempre nos conhecêssemos. Deve ser o sangue, o mesmo que corria nas veias de Piotr.

100 mil ucranianos se preparam para invadir a Polônia

Palácio da família polaca Potocki na cidade de Lwów, na atual Ucrânia

A catástrofe econômica na Ucrânia está incentivando as pessoas a procurarem nos cartórios, arquivos e memórias familiares suas raízes polacas. Assim como muitos brasileiros descendentes de polacos querem um documento polaco, que os permitirá entrar e trabalhar livremente na Polônia. Para assediar o mercado de trabalho polaco se preparam cerca de 100 mil cidadãos ucranianos.
"O documento polaco representa uma chance de receber um salário duas vezes maior do que recebo aqui na Ucrânia. Eu sou mecânico de automóvel. Já acertei com uma oficina de Wrocław. Estão esperando por mim lá," declarou Jarosław Kalinowski da cidade de Drohobycz para o jornal Gazeta Wyborcza.
Os "polacos" da Ucrânia estão prontos para receber de 20 a 30% menos que os salários pagos atualmente na Polônia. E isto porque, o mercado de trabalho na Ucrânia pode pagar no máximo 200 dólares mensais. Muito pouco quando comparado aos 900 dólares em média pagos pelas empresas polacas.
O cônsul Grzegorz Opaliński do Consulado geral da Polônia em Lwów (Lviv em ucraniano) afirmou que já recebeu "10 mil" pedidos de carteria de residência e trabalho. "E a cada dia este número aumenta espantosamente. Não temos, inclusive, pessoal suficiente para despachar estes casos. Muitos destes estão passando a fronteira para pedir ajuda de polacos de pequenas vilas que preencham os formulários". Também o consulado de Łucki na região da Volínia não consegue atender as pessoas, tal a quantidade.
Segundo Artur Kozłowski, do Conselho de Assuntos Polacos no Oriente, somente em Lwów mais de 20.600 pessoas preencheram os formulários. destas 13 mil já receberam suas carteiras de identidade polaca.
Este movimento começou um anos atrás, quando o governo da Polônia, estendeu aos polacos e seus descendentes que permaneceram no território que passou para as mãos da Ucrânia após a Segunda Guerra Mundial. Por isto, para estes "cidadãos" ucranianos, na verdade polacos basta comprovar sua origem para receber a carteira de identidade polaca. É um processo bem mais simples que o da cidadania. Esta carteira permite que morem, trabalhem e estudem na Polônia com os mesmos direitos dos que nasceram no atual território da Polônia, ou simplesmente cidadãos polacos.
Mas o que permite um ministério não parece não encantar outro. O Ministério do Trabalho, já anunciou que em vista de tal situação não pretende liberar o mercado para estes estrangeiros. No momento a permissão para o trabalho legal é de apenas seis meses.

Comentando
Nesta notícia algumas coisas chamam a atenção. Não só pela crise econômica na Ucrânia e pela nvasão iminente de ucranianos no mercado de trabalho da Polônia. Mas principalmente pelos aspectos legais e discussão sobre a verdadeira identidade polaca destas pessoas e de outras que se acreditam também descendentes de polacos no resto do mundo.
A instituição desta "carteira" não só para ucranianos e mas também e principalmente para bielorrussos de origem polaca foi uma decisão do governo da Polônia há cerca de um ano. Foi uma proposta originada no Congresso Nacional e causada pelas perseguições aos cidadãos bielorussos de origem polaca pelo ditador do país vizinho. Naquela oportunidade, o ditador reclamou que a Polônia estava criando dois tipos de bielorussos: aqueles que podiam atravessar a fronteira e aqueles que não podiam. Era como se a Polônia estivesse criando duas classes de cidadãos na Bielorrússia, e isto ele não podia concordar.
Na prática estas pessoas são ucranianas e bielorussas, pois nasceram e foram registrados pelas instituições ucranianas e bielorussas como cidadãos de seus Estados Nacionais, após a segunda guerra mundial. Lembrar que este Estado Ucrânia foi instituído em 1922 como República Socialista Soviética da Ucrânia, em terras da Polônia e da Rússia e formada pelo povo ruteno. Ucrânia sempre foi a Rutênia e ucranianos sempre foram rutenos. Somente em 1990 passou a existir de forma independente e única a República da Ucrânia. Este povo ruteno tem mais de 2 mil anos e o denominado "ucraniano" apenas 87 anos de existência. Portanto, os atuais cidadãos ucranianos tanto podem ser rutenos, cossacos, bem como polacos. Pois o que define uma etnia, o pertencimento a uma nação, não é uma carteira de identidade, um passaporte ou um diploma de cidadão.
Portanto, fica difícil entender como é que meu avô, que nasceu em Wojcieszków, uma localidade próxima a Lublin, seja entendido como cidadão russo e não polaco. Wojcieszków hoje, antes de 1990, antes de 1945, antes de 1918 sempre esteve no território da Polônia. Nunca esteve no território da Ucrânia, nem no território da Rússia, em que pese na época estivesse ocupada pelos invasores russos. Pois meu avô e todos os seus ancestrais sempre assinaram Jarosiński, sempre viveram na Polônia e sempre foram da etnia polaca. Definitivamente os critérios de nação, território e estado não se completam, muito pelo contrário são desagregadores. Por isto que cada dia mais fica evidente a lucidez de John Lennon em sua canção "Imagine" quando diz "Imagine que não exista nenhum país, Não é difícil de fazer. Nada porque matar ou porque morrer, Nenhuma religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz..."

Imagine - John Lennon

Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...

Imagine there's no countries,
It isnt hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

Imagine no possessions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of men,
imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I'm a dreamer,
but Im not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one

"Você talvez diga que sou um sonhador, Mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você se junte a nós, E viverá como um mundo único."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mariola de Kazik

O novo "Teledysk" do roqueiro Kazik Staszewski, "Silny Kazik pod Wezwaniem" com direção de Sławek Pietrzak, fotografia e montagem de Jacek Kościuszko é um dos mais acessados na Internet na Polônia.
O cantor que já se apresentou em Curitiba, Campo Largo, Ponta Grossa e São José dos Pinhais no início da década de 90, com o grupo Kult é um dos artistas mais respeitados do país e com uma legião de fãs das maiores do país.

Cracóvia: promoção turística equivocada

Igreja Mariacka no Rynek de Cracóvia

A crise econômica Norte-americana e a queda dos turistas tem preocupado as autoridades de Cracóvia. E isto foi sentido antes do estouro da crise, mais precisamente um mês antes, quando terminava o verão europeu. Restaurantes, hotéis, hostels (albergues), aeroporto e museus da cidade viram que os ganhos não tinham sido os mesmos do verão anterior.
A prefeitura então contratou uma empresa, a "Agencja Eskadra" para buscar novas estratégias de atração turística. Pagou pelo trabalho 35 mil złotych. Entre outras sugestões apresentadas estava a de impedir as condições propicias de bares com cerveja barata para turistas ingleses de fim de semana. Excursões de bêbados ingleses através de empresas áereas de baixo custo. A explicação para isto é a de que estes turistas provocaram muitos incidentes e não deixaram os moradores do centro dormirem em paz. Em uma frase, a nova estratégia é impedir turista pobre de visitar Cracóvia. Aqui serão bem vindos apenas os ricos, interessados em Cultura.
Teoricamente tudo está nos conformes, pois o prefeito assinou memorando para se colocar em prática as estratégias formuladas pela Eskrada. Para para que elas sejam efetivamente colocadas em prática era preciso que o Conselho da Cidade (espécie de Câmara de Vereadores) aprovasse. Isto foi feito de forma tão rápida, que muitos conselheiros nem se lembram do memorando do prefeito, nem do trabalho técnico da Eskadra. E agora estão reclamando: "muitos nem sabem o que aprovaram", afirma Bolesław Kosior, um dos conselheiros da cidade.
Entre as ordens do prefeito ficou decidido que Filip Berkowicz é o diretor do departamento de cultura e Grażyna Leja diretora do departamento de turismo, encarregados de organizar o Festival "6 zmysłów" e o "Misteria Paschalia", entre outros para atrair turistas ricos e interessados em cultura.
Mas nesse meio tempo a moeda polaca está indo pro fundo do poço, da cotação de 1 euro 3,20 złotych em setembro, agora está 4,70 złotych. Assim ninguém mais, entre funcionários da prefeitura, conselheiros da cidade, consultores da Eskadra, sabe se as estratégias formuladas e pagas são atuais. Ainda no final do ano passado como parte das novas estratégias a prefeitura gastou milhares de złotych em anúncios e programetes das redes de TV Mundiais CNN e BBC. O resultado parece ter sido pífio, pois veio o inverno e naturalmente o fluxo de turistas estrangeiros parou.
Mas o que parece estar errado em tudo isso é análise que estes "entendidos" fazem de pessoas e fluxo.
Cracóvia, que segundo relatórios oficiais chegou a receber no verão de 2007, cerca de 7 milhões de turistas (estimativas não oficiais garantem que este número chegou próximo dos 10 milhões de turistas) viu estes números caírem drasticamente no último verão. A causa, ao contrário do que sugere esta elitização dos turistas, é que um copo de cerveja de 500ml que custava 4  złotych passou a custar 12 até 15  złotych. Nem mesmo os bêbados ingleses são estúpidos suficiente para não se sentirem lesados.
Enquanto isso algumas perguntas ficam sem resposta. O que fazer com restaurantes, hotéis, albergues, bares que foram abertos para atender 10 milhões de turistas de todos os bolsos e agora segundo as novas estratégias da prefeitura vão atender apenas 2 milhões? E o que fazer os com o mercado de trabalho? Mandar de volta os emigrantes retornados de Londres?
Parece claro que administrar turismo não é o forte das autoridades da turística Cracóvia. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sikorski pede ajuda para Auschwitz

O ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski fez um chamamento à ajuda internacional para manter o museu existente na cidade de Oswięcien, na Polônia. O museu é o conhecido maior cemitério sem tumbas de todo o mundo, o campo de concentração e exterminação alemão nazista de Auschwitz-Birkenau.
Falando após um encontro de ministros do exterior da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, Sikorski, disse que a Fundação para a conservação do nefasto campo, criada no mês passado, recebe 120 milhões de euros, dos quais só pode utilizar seis ou sete milhões de euros por ano para a conservação do local.
Sikorski afirmou que a manutenção do campo da morte é particularmente importante para as futuras gerações, justo num momento em que líderes em alguns países e alguns religiosos colocam em dúvida a existência do Holocausto.
O Museu de Auschwitz recebeu recentemente 4.2 milhões de euros da UE para projetos de manutenção. Ano passado Auschwitz, localizado a 65 km de Cracóvia, foi visitado por mais de 1.1 milhão de pessoas de todo o mundo.

Foto: Ulisses Iarochinski