terça-feira, 18 de agosto de 2009

Pitoń, vida e obra

A revista Cekaw - Centro de Estudos Karol Wojtyła, de Porto Alegre, em seu último número, (Ano III, nr. 7) recentemente publicado, reproduz artigo do Padre Lourenço Biernaski, CM.*, da Igreja São Vicente de Paula, de Curitiba, originalmente publicado na Revista Iprosul, Nº 157, de Janeiro/março 2006, nas páginas 31-35 e editada também em Curitiba.
Assim como os editores da Cekaw fizeram algumas alterações no texto, também me permiti outras, como por exemplo, Kościelisko, fica em Zakopane e não em Nowy Targ como colocado na publicação da Cekaw. E claro, neste blog, a única palavra permitida é polaco!
Tive a oportunidade de conhecer o Padre Jan Pitoń, logo na minha segunda visita a Polônia, em julho de 2000. Fiquei surpreso de encontrá-lo forte e rijo aos 90 anos de idade, em seu apartamento de Bronowice, em Cracóvia. Quando voltei definitivamente a morar em Cracóvia, em 2002 estreitei as relações e frequentei algumas vezes seu apartamento. Da troca de informações e do reconhecimento pela grande figura que ele sempre foi para a etnia polaca no Brasil, sugeri ao cônsul honorário brasileiro Paweł Swiderski que se tentasse junto à Embaixada Brasileira uma homenagem, ou condecoração a Pitoń. Minha idéia acabou não prosperando. Por isso e não só por isso é que o segundo capítulo da minha tese de doutorado é inteiramente dedicada aos mais de 50 anos de pesquisa sobre os imigrantes polacos e seus descendentes no Brasil feita pelo Padre Pitoń. Uma vez defendida e publicada a minha tese, muitas das informações e conceitos que vêm sendo repetidos erroneamente sobre a imigração polaca no Brasil serão corrigidas, disso não tenho dúvidas, pois a fonte Pitoń é inquestionável e não aberta a polêmica, ou discussão .

PE. JAN PITON, CM
No dia 23 de janeiro de 2006, por um telefonema de Cracóvia, recebemos a notícia do
falecimento do Pe. Jan Pitoń. A sua morte ocorreu às 14:30 h. No dia 3 de fevereiro completaria 97 anos. O sepultamento foi realizado na sua terra natal, em Kościelisko, no dia 28 de janeiro.

Enterro de Padre Pitoń, em sua terra natal, Kościelisko

O Pe. Jan nasceu aos 3 de fevereiro de 1909, em Kościelisko, Zakopane, arquidiocese de Cracóvia. Filho de Jakób e Bronisława Ustupski Pitoń. Nos anos de 1915 a 1920, frequentou a escola elementar na sua terra natal.
Em seguida, durante um ano, fez a complementação em Zakopane. Em 1921, ingressou no Seminário Menor de Nowa Wieś, em Cracóvia. Foi admitido no Seminário Interno em Kleparz, aos 27 de setembro de 1925, onde fez os estudos de Filosofia. A 10 de novembro de 1927, emitiu os votos perpétuos e prosseguiu os estudos de Teologia, em vista da ordenação, recebendo a Tonsura, as Ordens Menores, o Subdiaconato, Diaconato em Stradom. No dia 10 de setembro de 1933, foi ordenado presbítero pelo Bispo Auxiliar de Cracóvia Dom Stanisław Rospond.
Na paróquia de Kościelisko, celebrou as suas Primícias e desempenhou a função de capelão do Hospital Militar em Kościelisko. Destinado para as missões do Brasil, ali chegou no dia 8 de dezembro de 1933. Recebeu do Vice-Visitador Pe. Ludovico Bronny, a nomeação de vigário paroquial em Alto Paraguaçu, onde teve oportunidade de aprender a língua e acostumar-se a um novo ritmo de vida, principalmente a visita das Comunidades, a lombo do cavalo, passando dias e dias no meio do mato, levando o serviço espiritual para os fiéis, principalmente os seus compatriotas. Durante cinco anos que ali trabalhou, com a sua alegria contagiante e seu entusiasmo, semeou a palavra de Deus e organizou os Movimentos e Associações da Paróquia, Apostolado da Oração, a Cruzada Eucarística, as Filhas de Maria, os Marianos e dar apoio às Sociedades que se organizavam em cada comunidade.
De 1938 a 1942, fez uma nova experiência no meio dos gaúchos em Guarani das Missões, também, vigário paroquial. Foi precisamente nesta época que a Vice-Província iniciou o trabalho vocacional para prover o Seminário Menor aberto em 1939, em Curitiba. Foi um grande incentivador de vocações para a vida sacerdotal e religiosa.
De 1942 a 1948, foi designado para a paróquia de Cristo Rei, em Ivai, como pároco e superior da Casa. Em 1948 foi transferido para lrati, paróquia de S. Miguel, como pároco, onde permaneceu pouco tempo, pois, logo em 1949 foi destinado para Curitiba, na qualidade de professor do Seminário Menor, ecônomo da Casa e Capelão dos Imigrantes polacos. Em 1950 viajou para a Europa, Roma e Suíça, onde permaneceu cerca de três meses, a fim de entrar em contato com as Entidades que se ocupavam de indenizações para as vítimas dos campos de concentração. Ao regressar, foi ajudar temporariamente em Alto Paraguaçu e de 1952 a 1955 foi pároco de Abranches e superior da Casa. Aos 16 de dezembro de 1955, nomeado Capelão dos Polacos no Rio Grande do Sul, dirigiu-se para Porto Alegre, em substituição ao Pe. João Wróbel. Aos 16 de setembro de 1959, recebeu a sua naturalização como cidadão brasileiro. No dia 13 de março de 1962 recebeu a nomeação de Reitor da Missão Católica Polaca no Brasil, da Sacra Congregatio Consistorialis. No dia 10 de agosto do mesmo ano, organizou uma peregrinação de polacos para Roma e Polônia.
Como era uma época ainda crítica e dificuldades com o visto na Polônia, somente 14 pessoas se aventuraram de acompanhar o Pe. Jan. Aproveitou também a ocasião para passar pelos Estados Unidos e entrar em contato com as organizações polacas daquele país. Regressou a Curitiba no dia 17 de janeiro de 1963. Designado para pároco de Abranches. No entanto o Sr. Arcebispo não concordou, pois, devido às suas inúmeras viagens como Reitor da Missão Polaca, não conseguiria dar atendimento adequado na paróquia.
Por isso, ficou apenas como substituto por alguns meses e no dia 27 de fevereiro de 1963 foi nomeado Pároco dos Imigrantes Polacos em Curitiba, junto à Igreja de São Vicente de Paulo, sem deixar naturalmente a sua função principal de Reitor da Missão Polaca. Por ocasião do Milênio do Cristianismo na Polônia, organizou uma peregrinação à Polônia com um grupo maior de pessoas e no dia 9 de abril de 1966, via marítima, dirigiu-se para Roma e em seguida, de trem até Polônia.
Em 1972, terminou o seu mandato de 10 anos de Reitor da Missão Polaca e também da Província, pois esta atividade passou para a Sociedade de Cristo, fundada precisamente para trabalhar com os emigrantes polacos em todas as partes do mundo. Pe. Pitoń continuou residindo na Casa Central e dedicou todo o tempo para organizar o Arquivo dos Imigrantes Polacos do Brasil. As suas pesquisas sobre a imigração polaca no Brasil, resultaram em profundos trabalhos cujas cópias se encontram no Arquivo da Província.
Em 1974, após entendimento com os Superiores das duas Províncias, da Polônia e de Curitiba, resolveu voltar definitivamente para Polônia. E na paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, em Cracóvia, a sua sobrinha, professora de matemática na universidade, possuía um apartamento, onde permaneceu todo o resto de sua vida, dedicando-se sempre às pesquisas. Antes de decair completamente em sua enfermidade, entregou os seus trabalhos de pesquisas estudos e anotações (diversos cadernos escritos a mão) para a Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Os quatro últimos anos, estava enfermo, muito esquecido, repetindo quase sempre a mesma coisa, e nem sempre reconhecendo as pessoas que o visitavam.

Talentos
O Pe. Pitoń era uma pessoa de muitos talentos que soube colocar a serviço da Igreja e da Pátria. Trabalhador incansável, tanto na sua juventude, como também na sua velhice. Como Padre novo, por onde passava, encantava a juventude, com o seu sorriso, sua alegria, sua amizade e palavras de conforto. Muito estimado pelo povo em geral, mas principalmente muito admirado pela juventude e ele também sempre apoiou os jovens. A criançada gostava do Pe. Joãozinho, pois ele sabia brincar com elas, contar histórias, organizar passeios, e sobretudo distribuir balas e santinhos.
A sua grande preocupação com o futuro dos jovens, o levou a organizar bibliotecas nas paróquias e fazer que os livros circulassem de casa em casa, para aprofundar os conhecimentos religiosos e pátrios. Além de fomentar a leitura, organizava teatros com os jovens e crianças, para instruí-las nos conhecimentos religiosos e sociais.
Estando nas paróquias do interior, interessou-se muito pelas borboletas e insetos. Teve a paciência, a competência e a perseverança, para montar, durante anos, verdadeiras coleções de borboletas e insetos. Uma coleção destinou para o Museu Nacional de Varsóvia, outra para o Museu Missionário da Congregação em Stradom e a terceira para a Vice-Província. Infelizmente, pouco valorizado o seu trabalho, fruto de tantos anos, caiu no esquecimento e abandono geral. No museu da Casa Central, ainda pode-se ver algumas borboletas e insetos, colocados em estojos.
Durante a II Guerra Mundial, colaborou efetiva e ativamente com o Comitê de Ajuda de Janeiro. Para o início da montagem do arquivo dos imigrantes polacos do Brasil, participou de um curso de seis meses, em Curitiba, em 1960, obtendo o certificado de conclusão do Curso de Biblioteconomia. A vida inteira interessou-se pela sorte dos imigrantes e a história da imigração. Mas principalmente como Vigário dos Polacos segundo "Exsul Familia" e como Reitor da Missão Católica Polaca no Brasil, dedicou-se de corpo e alma para a história dos Imigrantes, deixando muitos trabalhos, estudos feitos sobre pesquisas, artigos publicados no Brasil, na Polônia, etc. Pode-se dizer que ele foi um dos maiores conhecedores da imigração polaca no Brasil. Conhecendo o desleixo, o desinteresse e o desprezo da maioria dos padres nas paróquias com as coisas antigas, Pe. Pitoń não se deu escrúpulo em recolher tudo o que podia, anotações, às Vítimas da Polônia e também com a Cruz Vermelha, que comprovam os documentos nos arquivos de Curitiba. Após a Guerra, a sua preocupação e ocupação como padre vicentino e Capelão, Vigário e Reitor, foi com os imigrantes refugiados de sua Pátria e por causa do comunismo ali reinante não queriam voltar. Correspondência farta encontramos, com os responsáveis pelas Pessoas Deslocadas de Guerra, indo pessoalmente a Genebra e Roma, por três vezes (1960, 1962 e 1966), para defender os interesses dos que passaram nos campos de concentração, ou nos trabalhados forçados, e movendo processos judiciais, a fim de obter indenização para os mesmos. São tantas famílias de imigrantes que foram beneficiadas e indenizadas, graças ao seu esforço pessoal e à sua atitude viril para enfrentar os desafios diante dos que retardavam ou desviavam ou engavetavam simplesmente os pedidos das vítimas de guerra. Interessado em atender melhor a pastoral dos imigrantes, participou em 1953, da Semana Social em Passo Fundo-RS e do Encontro Internacional sobre a Imigração, em 1955, no Rio calendários, atas das Sociedades, Estatutos das Escolas e Sociedades Agrícolas ou Beneficentes o que constitui um acervo de grande valia no Arquivo da Congregação. Juntamente com o Pe. Wojciech Sojka, foi recolhendo documentos relativos aos sacerdotes polacos trabalhando no Brasil, bem como sobre as Religiosas Polacos das diversas Congregações que se instalaram no Brasil. Como membro da Congregação, Pe. Pítoń trabalhou anos para produzir "Efemérides da Província", inspirando-se nas "Ephémérides Vincenciennes" e "Memorie di Famiglia".
Tudo o que existe no Arquivo da Congregação (CMPS) é fruto do seu labor intenso e sua disponibilidade de trabalho. Infelizmente, nem sempre foi bem compreendido pelos seus Superiores e coirmãos, tanto na Província-Mãe como na Província de Curitiba, à qual pertencia até o final de sua vida, apesar de residir na Polônia desde 1974. Como todos, ele entrou na eternidade, mas a sua obra permanece e continua sendo fonte de pesquisas para os historiadores e pessoas interessadas.
Pe. Lourenço Biernaski, CM.* loubier@onda.com.br Curitiba/PR

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Peregrinos em Częstochowa

Peregrinos de Garwolin


Os peregrinos continuam chegando a Częstochowa para as comemorações do dia da Rainha e Padroeira da Polônia, Matka Boska Częstochowa - Nossa Senhora de Częstochowa. (pronuncia-se matca bosca Tchenstorróva, rróva e não cova)
Nesta segunda-feira os peregrinos da paróquia de São Clemente de Trzemeśna chegam às 10:40 horas e passam pelas ruas Hektarowa, Mirowska, Aleja NMP, aleja Sienkiewicza. São 250 pessoas que pernoitam na cidade e retornam para sua cidade individualmente.
Da cidade natal do Papa João Paulo II, Wadowice, chegam às 11.00 horas do dia 19, pelas ruas Korkowa, Poselska, Żyzna, Sabinowska, Skrzetuskiego, Polna, Matejko, Piastowska, Bohaterów Monte Cassino, Korczaka, Śląska, pl. Biegańskiego, Aleja NMP, al. Sienkiewicza; 500 pessoas. Elas pernoitam em Wrzosowa já a partir de amanhã, dia 18, para no final de quarta-feira retornarem a sua cidade, individualmente.
No dia 21, será a vez dos peregrinos do Convento dos Paulinos de Cracóvia, que chegam às 15:00, através das ruas Mstowska, Mirowska, Aleja NMP, aleja Sienkiewicza. São 300 pessoas. De Olsztyn chegam no dia 20 um grande grupo que permanecem em Częstochowa até o dia 21 de agosto.
Os peregrinos que começaram a chegar no dia 15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora, já ultrapassaram a marca de mais de um milhão nestes dias. As comemorações e homenagens têm seu ponto culminante no dia 26 de agosto. Isto porque, em 1931, o Papa Pio XI aprovou a Festa em honra de Nossa Senhora de Częstochowa, neste dia. Mas o Decreto da Congregação para os Ritos da Santa Sé, para esta honraria, foi oficializado à todas as dioceses da Polônia, somente em 26 de Outubro de 1956.
Em Curitiba, as comemorações acontecem há alguns anos no Bosque do Papa João Paulo II. Este ano estava programado para o próximo dia 23 de agosto, domingo. Entretanto, as festividades foram canceladas por resolução da Missão Católica Polaca no Brasil, atendendo ordem papal, que restringiu todos os eventos (missas, etc.) em função da gripe H1N1, ou "A".

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Madonna em Auschwitz

Madonna e Mercy

Madonna visita, hoje, o museu de Auschwitz, segundo informa a Rádio Kraków. A polícia foi chamada para orientar o trajeto e ao que tudo indica serão alterados os acessos.
A rainha do pop desembarca no aeroporto de Balice e em seguida se desloca para Oswiecin, cidade onde está instalado o museu dos horrores da segunda guerra mundial. Segundo um de seus agentes será "uma valiosa lição de história" para Madonna e seus filhos, Lourdes, 12 anos, Rocco, 8 anos, David Banda e Mercy, ambos com 3 amos.
Auschwitz foi o maior campo de concentração e exterminação alemão nazista da Segunda Guerra Mundial estabelecido em território invadido da Polônia, entre 1940 e 1945. Auschwitz está localizado a 65 km a Oeste de Cracóvia.
A direção do Museu de Auschwitz não reconhece oficialmente a chegada da estrela. No entanto, tal como mencionado pela TVN24, o museu recebeu a mensagem de que "está sendo preparada visita de alguém importante."
Madonna se apresenta amanha pela primeira vez na Polônia e os ingressos estão esgotados desde o início do ano. O espetáculo da norte-americana será no aeroporto Bemowo de Varsóvia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Divórcio também é saúde

Foto: Maciej Swierczynski

Moda para mães e sogras no primeiro encontro sobre "divórcio justo" na Polônia. Participaram advogados, psicólogos e detetives que vivem de administrar crises que podem ajudar casais a se reconciliar, ou terminar um casamento. Estudos recentes têm mostrado que o divórcio pode ser útil em problemas de saúde que os médicos não conseguem resolver.
P.S. Cartaz da foto diz: Dou casa e dinhero somente se me casar com ela.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

PO de Tusk na Liderança

O PO de Donald Tusk continua na liderança

PO - 48%, PiS - 28%. Este é o resultado mais recente da pesquisa de opinião encomedada pelo jornal "Gazeta Wyborcza" sobre a preferência dos eleitores polacos pelos principais partidos políticos da Polônia.
Nesse perído que o Sejm (Câmara de deputados) está de férias, os políticos se foram, e as informações sobre os partidos mudaram muito pouco, a pesquisa de opinião preenche o vazio de notícias políticas do país.
O Partido da Plataforma da Cidadania (PO), em comparação com pesquisa de opinião de meados de julho diminuiu cerca de 3 pontos percentuais, enquanto o Partido do Direito e Justiça (PiS) perdeu 1 ponto. O PO recuperou a preferência, que teve durante muitos meses, o que representa cerca de 50%.

(Eleições para a Câmara - percentuais dos partidos)

Enquanto isso o SLD permanece nos 10%.
Outros partidos estão com muito pouco apoio, ao redor dos 1 a 2% de apoio do eleitorado. São eles: LPR, SdPl, Partia Demokratyczna, Stronnictwo Demokratyczne, UPR, Prawica RP e Samoobrona.

Cotação do PO e PiS

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cogumelo causa transplante de fígado

Borowik comestível


Cheiraram cogumelos e só um transplante de fígado pode salvá-los. Uma família de Sosnowiec (cidade localizada entre Cracóvia e Katowice, no Sul da Polônia) comeram cogumelo venenoso. Um adolescente agora luta pela vida no Centro de Saúde da Criança, em Varsóvia.
O jantar preparado pela mãe, na terça-feira passada, teve como ingrediente principal cogumelos silvestres. Mãe, dois filhos e uma cunhada pensaram ter colhido apetitosos cogumelos nos bosques ao redor da pequena cidade e com eles prepararam sanduíches, os famosos zapiekanka.
Contudo, no dia seguinte, todos sem exceção, foram internados no hospital de Sosnowiec com sinais de intoxicação. Em pior estado ficaram a mãe e o filho de 14 anos de idade. A mulher foi transferida imediatamente ao hospital da cidade de Szczecin (região Noroeste e distante a mais de 700 km), onde teve de fazer transplante de fígado. O menino, que foi transferido para Varsóvia, na sexta-feira, aguarda também, urgentemente, transplante fígado. O estado dele é muito grave, segundo os médicos. Ele está na unidade de terapia intensiva, pois não respira de forma independente.
"O Chapéu-de-cobra é um dos mais venenosos cogumelos da Polônia", afirma Jacek Graliński, diretor adjunto da clínica CZD. Segundo o especialista, este cogumelo "tem várias toxinas, das quais duas são particularmente perigosas para o homem. Basta comer um para morrer".
Bastou uma mordida na zapiekanka com o cogumelo para que o fígado ter sido completamente destruído. Este órgão funciona como um filtro do aparelho digestivo e tem de lidar com toxinas perigosas.
Médicos alertam para o cuidado na coleta dos cogumelos. "É extremamente importante que não se coma qualquer cogumelo, principalmente este chapéu-de-cobra", salienta Graliński.
Os cogumelos são muito apreciados na Polônia. A diversidade de tipos e cores é imensa. A sopa de cogumelos servidos no interior de pães redondos é uma das iguarias mais populares e ao mesmo tempo mais sofisticadas de Cracóvia.
A produção de grzyb, pieczarki, borowik é muito grande. Um empresário de Radzyn Podlaska (região Leste da Polônia) tem uma grande produção de borowników (cogumelos silvestres) que exporta para o Brasil. Detalhe: sua produção passa primeiro pela Itália, onde os cogumelos polacos são colocados em embalagens com a inscrição "funghi secchi" para chegar aos mercados de São Paulo. Perguntado, por nós, porque adota este procedimento, o empresário diz que é a única forma de vender para o Brasil, já que equivocadamente os brasileiros pensam que este tipo de cogumelo se chama hitachi e que bom mesmo é funghi italiano. Se ele vender como cogumelo polaco, o consumidor paulista e por extensão o brasileiro não compra.
P.S. Santa ignorância brasileira. Bastou os japoneses de Cotia iniciarem a produção do fungo comestível no Brasil para todos pensarem que só existe uma denominação para ele, ou seja, hitachi. Ou ainda: funghi secchi.


Alguns tipos de borowik:
* borowik brzozowy¹ (Boletus betulicola)
* borowik ceglastopory (Boletus luridiformis)
* borowik ciemnobrązowy (Boletus aereus)
* borowik gładkotrzonowy (Boletus queletii)
* borowik korzeniasty (Boletus radicans)
* borowik królewski (Boletus regius)
* borowik kruchy (Boletus suspectus)
* borowik LeGalovej (Boletus legaliae)
* borowik omglony (Boletus pulverulentus), borowik klinowotrzonowy (Teodorowicz 1936)
* borowik płowy (Boletus impolitus)
* borowik ponury (Boletus luridus)
* borowik purpurowy (Boletus rhodoxanthus)
* borowik sosnowy (Boletus pinophilus)
* borowik szatański (Boletus satanas)
* borowik szlachetny (Boletus edulis)
* borowik usiatkowany (Boletus reticulatus)
* borowik wilczy (Boletus lupinus)
* borowik żonkilowy (Boletus junquilleus)
* borowik żółtobrązowy (Boletus appendiculatus), borowik przyczepkowy (Zaleski 1948)
* borowik żółtopory (Boletus calopus), borowik grubotrzonowy (Skiergiełło 1960)
* Boletus carpinaceus
* Boletus fragrans

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nus em polaco

Adam, Artur e Tomek - Foto: Albert Zawada

O jornal Gazeta Wyborcza, desta segunda-feira, 10 de agosto de 2009, coloca a polêmica em sua páginas, publicando fotos de pessoas conhecidas completamente peladas.
O parágrafo inicial da reportagem traz as seguintes frases: Senhor pelado: Sinto-me livre. Como um pássaro e um animal. Mas não é, por favor senhor, uma forma de exibicionismo. Senhor vestido: envergonharam-se nossos pais, eu ficaria envergonhado de mim mesmo e de ensinar meus filhos.

Aleksandra - Foto: Jan Zamoyski

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A maior peregrinação da Polônia

A mão do cardeal Stanisław Dziwisz abençoa os que partem

Nesta quinta-feira sob a colina do Castelo Wawel foi lançada a décima nona Peregrinação Krakowska. Mas a pergunta que pairou no ar foi: Será que todas estas de 8 mil e 500 pessoas vão caminhar a pé até Jasna Góra? A reportagem do jornal Gazeta Wyborcza foi conferir e as respostas foram bastante diferentes: "claro que irei até Częstochowa", "Não sei se conseguirei", "busco a paz", "a idéia de vida com mais saúde depois dessa caminhada é que me move", "busco com isso sucesso nos negócios".
"Fiz minha primeira caminhada nesta peregrinação desde Cracóvia há sete anos. Desde então, a cada ano eu vou até o santuário da madona da Polônia. Cada vez vou com uma intenção diferente. Desta vez espero que o meu pai possa apoiar seus colegas", disse Adam Wojciechowski, um motorista aposentado.
Todo ano, de todos os quadrantes da Polônia grupos de peregrinos se poem a caminhar até a cidade de Częstochowa (pronuncia-se tchenstorrrówa e não "cova", CH em polaco não tem o mesmo som do italiano. A língua polaca é eslava e não latina) para as comemorações do dia de Nossa Senhora de Częstochowa, no dia 15 de agosto.
Dependendo da distância de suas cidades em relação ao santuário da Padroeira da Polônia, a partida da peregrinação difere. Em Cracóvia, distante 110 km do Monte Claro, bastam 8 dias. Mas tem peregrino que já está há mais de 3 semanas nas estradas polacas. Cada grupo caminha 30 km por dia, pernoite em casa de peregrinos pelo caminho. No dia seguinte junto com a anfitrião que o recebeu continua por mais 30 km, até chegar a Częstochowa.
A Krakowska é uma das maiores peregrinações. A primeira ocorreu em 1981, após a tentativa de assassinato de João Paulo II, na praça São Pedro, no Vaticano. Naquele momento estudantes caminharam do Parque Blonia até o Rynek, em procissão rezando para o restabelecimento do papa. Aquilo foi um impulso para que em agosto daquele mesmo ano se organizasse a peregrinação até Jasna Góra. Em 1983, houve o recorde de 15 mil peregrinos.
No dia 15 próximo são esperados mais de 2 milhões de peregrinos em Częstochowa, e não só da Polônia, mas também dos países vizinhos como Tcheca, Eslováquia, Alemanha, Áustria e Hungria.
Fotos de Michal Lepecki

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Bono na Polônia

A manchete do jornal "Metro", desta quinta-feira, 6 de agosto de 2009 é:
U2 toca hoje em Chorzów".
O jornal "Metro" é distribuído gratuitamente nos pontos de ônibus, tramwaj (bonde elétrico) e metrô das principais cidades da Polônia. É a primeira que o grupo irlandês e seu líder Bono se apresentam na Polônia. O espetáculo será no maior estádio de futebol da Polônia, em Chorzów, na região metropolitana de Katowice, a capital da voivodia da Silésia.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pedał indenizado em Szczeciń

Ryszard Giersz - Foto: Cezary Aszkiełowicz

Na Polônia é proibido chamar alguém de "Pedał", ou "gay", ou ainda "bichona". Pelo menos este é o entendimento de um Tribunal da cidade de Szczeciń, no Noroeste da Polônia. O juiz decidiu que uma mulher que ofendeu seu vizinho homossexual foi obrigada a pagar uma multa de reparação de danos morais de 15 mil złotych.

A questão que levou Ryszard Giersz, homossexual, de 24 anos, da voivodia Zachodniopomorski causou verdadeiro choque no país, pela decisão da justiça. "Apesar de ter entrado na justiça, não pensava que ganharia a ação. Agora eu acredito na justiça, na Polônia" disse Giersz após saber do veredito do juiz.
A senhora Anna Sz. (de 50 anos, desempregada agora está obrigada a pagar a indenização ao vizinho, só porque, assim como todos os garotos do condomínio ria quando o jovem Ryszard passava com seu parceiro sob a janela do seu apartamento e gritava "pedał" e terminava por jogar pedras no rapaz.

Grandes transações no futebol polaco


Emmanuel Olisadebe em Łódź, Grzegorz Rasiak no Lech, Nwankwo Kanu, no Wisła Kraków. Estas são as maiores tranferências no futebol polaco neste Verão.

Todos têm algo em comum: Não foram transferidos ainda. Mas os rumores sobre as transferências estão em curso.
Em Cracóvia, o holandês Patrick Kluivert, que já foi incluído por Pelé entre os melhores jogadores do século é um sonho e segundo os boatos ficaria mais barato para os cofres do tricampeão polaco Wisła Kraków do que Wojciech Łobodziński. Os sonhos incluem até o veterano goleiro alemão Oliver Kahn.

O africado Olisadebe, primeiro negro a vestir a camisa da seleção nacional da Polônia, foi também o primeiro jogador a receber a cidadania polaca diretamente das mãos do presidente da República. Ele nem joga mais na seleção e nem mora mais na Polônia. Mas continua cidadão.
Mas de concreto mesmo nada, apenas os sonhos do futebol polaco irrealizados.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nova cidade na Polônia

A igreja mais antiga da cidade

A partir de 1 de Janeiro de 2010, a Polônia ganha mais uma cidade. A localidade de Radłów, na voivodia da Małopolska ganhará estatuto da cidade. A mudança trará aos moradores prestígio, mas não só, pois o novo município vai poder contar, entre tantos benefícios, com mais fundos.
O Conselho Municipal (Câmara) do novo município próximo a Tarnów de quase 3 mil habitantes já há algum tempo vinha funcionando. Os habitantes estão felizes com a decisão governamental e ressaltam a história Radłów, que existe desde o século 11. Na escola secundária da localidade estudaram entre outros o ex-reitor da Universidade Jagiellonski, Franciszek Ziejka e o bispo Józef Kowalczyk.

"Estou muito feliz, porque uma mudança de estatuto e à concessão de direitos cívicos para Radłów no final do ano irá fazer com que história e as conquistas de nossos antepassados poderão ser melhor conhecidas", destaca Zbigniew Kowalski, atual presidente da Conselho do Município. Atualmente a nova cidade conta com uma população de 5 mil residentes.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alemanha quer os professores polacos

A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta sexta-feira, 31 de julho de 2009 traz uma preocupacao: "Alemaes levam nossos" professores.
Os alemaes estao com um deficit de 40 mil professores, nas disciplinas de matematica, informatica, biologia, geografia e fisica. Em vista desta demanda, o Sindicato dos Professores de Filologia Alemao - DPhV apelou ao governo de Berlim que a solucao estaria na importacao dos professores polacos.
A razão para a crise esta crise na educacao alema esta no envelhecimento de pessoal e na reforma educacional. Segundo os sindicalistas, nos próximos dez anos, vao se aposentar 300 mil dos 770 mil professores alemães.
Mas o problema não é só a Alemanha - em toda a Europa faltam trabalhadores formados e aptos. A situacao é grave, relatórios recentes da Rede Europeia de Informação sobre Educação "Eurydice" confirmam a falta de professores, e que isto logo afetara a Alemanha e a Itália. "Dentro de 20 anos, o número desta queda será de 70%.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Nowa Huta em festa cinematográfica

Nowa Huta é a segunda, depois de Varsóvia, cidade polca, que apresenta o maior número de filmes. Afirmam os organizadores do "Nowohuckiego Festiwalu Filmowego", que acontece entre os dias 26 e 30 de agosto próximo. Nas comemorações dos 60 anos de existência do bairro comunista de Cracóvia o festival promete ser uma das maiores, senão a maior atração.

O diretor do festival Jerzy Ridan (que também apresenta seu mais novo filme no evento) está entusiamado com esta comemoração cinematográfica.





Foto: Krzysztof Karolczyk

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Festa brasileira em Varsóvia

Foto: Divulgação Alex Baxter

Nesta quinta-feira, 30/07, acontece em Varsóvia, uma festa brasileira bastante agitada. Comandada pelo aniversariante do dia, o DJ brasileiro Alex Baxter, a festa terá um pouco de tudo, desde apresentação de capoeira até aula de samba.
A "Impreza urodzinowa w atmosferze brazylijskiej" começa às 21:00, no Klub Organza - Ulica Sienkiewicza 4, em Varsóvia. Entrada a 10 zl. Mas para os amigos brasileiros, há uma senha para entrar na "faixa". Entre em contato com Alex no www.myspace.com/djalexbaxter.
O DJ brasileiro já se apresentou com sucesso em Barcelona e outras cidades européias, antes de se radicar na capital polaca. Seu forte é a mistura de ritmos brasileiros, latinos e mundiais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

João Paulo II no céu

O Papa João Paulo II é recebido no céu. São Pedro diz para ele em inglês: "Bem vindo a casa Karol"

"Seu legado"

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estudantes polacos no Paraná

A expedição sendo recebida na colônia Murici, em São José dos Pinhais-PR
Foto: Elza Delage

Desde o último dia 10 de Julho, uma expedição de estudantes e musicólogos polacos das Universidades de Wrocław e da Adam Mickiewicz de Poznań estão no Paraná e ficam até o final de agosto. A expedição musical tem desde então, organizado concertos de música clássica polaca, cançoes folclóricas e mostra de danças regionais.
A expedição é dirigida pela Profa. Dr. Bozena Muszkalska, etnomusicológa das Universidades de Wrocław e Poznań e composta pelos mestres Tomasz Polak (doutorando em filosofia e musicologia da Universidade de Wrocław), Lukasz Smoluch (doutorando em musicologia e etnologia da Universidade de Poznań), Agata Klonecka (graduada em musicologia e mestranda em turismo na Universidade de Poznań), Michal Pieczka (doutorando em historia da arte e graduando em musicologia da Universidade de Wrocław), Gabriela Gacek (graduanda de musicologia da Universidade de Wrocław e estudante de piano clássico da Academia de Música de Wrocław), Filip Lutowski (graduando de musicologia na Universidade de Wrocław e cinegrafista), Stanislaw Annusewicz (graduando de musicologia e filiosofia da Universidade de Poznań), Renata Chunderbalsingh (graduanda de musicologia da Universidade de Wrocław e membro da Samba Orchestra de Wrocław) e Sonia Niewiadomski (estudante de Letras-Polaco da Universidade Federal do Paraná).
O grupo já esteve em Curitiba, São José dos Pinhais e está em São Mateus do Sul. Antes de retornarem a Polônia, no final de agosto, ainda ficarão alguns dias em São Bento do Sul, no vizinho Estado de Santa Catarina.
Segundo, os participantes da expedição, o objetivo dessa viagem é promover a cultura musical polaca entre os descendentes de polacos do Brasil. Mas também é uma expediçao etnomusicológica. "Durante a qual queremos pesquisar como se mantiveram as canções folclóricas polacas, trazidas ao Brasil há mais de 150 anos. É incrível como as tradiçoes se mantém vivas! Alguns costumes, como as canções de Natal, as músicas de casamento e as canções de ninar, conseguiram permanecer intactas por muitas geraçoes".
A expedição no Museu Municipal de São José dos Pinhais-PR

Maiores informações e contato podem ser feitos com a profa. Bozena Muszkalska, chefe da expediçao, através do e-mail: bozenmus@poczta.fm e do telefone do Departamento de Musicologia da Universidade de Wrocław: (+48 71) 375 20 99; ou pelo endereço: Ulica Szewska 36, 50-139 Wrocław, Polônia.

Estudantes estrangeiros em Cracóvia

Formatura na Faculdade de Administração da UJ
Foto: Michal Sierszak

A cada ano um número maior de estudantes estrangeiros chegam a Cracóvia em busca de estudos e do prestígio que um diploma na mais antiga universidade polaca oferece. Em outubro de 2008 começaram a estudar na UJ - Uniwersytet Jagiellonski cerca de 2 mil estudantes estrangeiros. Quase 500 somente no Collegium Medicum. Mas também os cursos de direito (o mais antigo da universidade), administração, estudos europeus e ciências da cultura são bastante procurados.
Mas não é somente a Jagiellonski que atrai estudantes estrangeiros. Com 11 universidades, a cidade de Cracóvia, possui outras prestiagiadas escolas de ensino superior como a AGH - De Minas e Metalurgia, a Politecnica, a de Economia e a Academia de Belas Artes.
A AGH possui 140 acordos de convênio com universidades espalhadas ao redor do mundo. Enquanto a Jagiellonski, que possui um antigo convênio com a Universidade Federal do Paraná, só recebeu até hoje brasileiros descendentes de polacos do Sul do Brasil com bolsas do Ministério da Educação da Polônia e não fruto deste acordo renovado há cerca de dois anos, a AGH tem recebido muitos estudantes do Vietnan através destes convênios .
Ano passado, conclui o mestrado em Ciências da Cultura e estou para defender tese de doutorado também em Ciências da Cultura ainda este ano. No mestrado em administração da Jagiellonski se formaram este ano, os gaúchos Rodrigo Kurek e Gicele Rakowski. Além deles, até o final deste ano devem obter os título de mestre em economia, a gaúcha Josiane F. Lazarotto, na Universidade de Economia e o curitibano Rafael Heeren em arquitetura pela Universidade Politécnica. Todos estes estudantes brasileiros estudaram em Cracóvia com bolsa do governo da Polônia e não do governo brasileiro e muito menos de acordos com universidades brasileiras.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cabeças raspadas de Białymstok

Só sobrou cinzas da grande tenda do esperanto - Foto: Agnieszka Sadowska

Os grupos de jovens neonazistas voltam a agir na cidade de Białymstok. Durante evento internacional de Esperanto que acontece na cidade, uma das tendas armadas para o encontro amanheceu queimada.
A língua criada pelo médico polaco Zamenhof trouxe minhares de pessoas do mundo todo para este evento no Nordeste da Polônia.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ossadas de polacos na Bielorrussia

Sobór Narodzenia NMP w 2004, Głębokie
Catedral de Hlybokaye - Foto: Radzyma org

Restos mortais de polacos assassinados em territorios da Polonia, que hoje, estao na Bielorussia foram descobertos em uma catedral ortodoxa em Hlybokaye. O promotor local se recusou a iniciar um inquérito e responsabilizar os alemaes nazistas. Mas historiadores dizem que é um crime da NKVD, ou seja, da temida policia secreta da Uniao Sovietica.
Os restos mortais dos polacos foram descobertos pela população local dias atrás durante reforma dos alicerces da Catedral Ortodoxa Nascimento da Mãe de Deus. Próximo aos ossos foi encontrado um deposito de armas soviéticas, incluindo Nagan-gun, segundo afirma Jaroslav Bernikovich, membro "Movimento para a Liberdade". Junto ao que restou das roupas dos mortos foi encontrado tambem um maço de cigarros da fábrica Progresso de Varsovia. 
"Os vestígios remontam ao período da Grande Guerra Patriótica em Hlybokaye, quando esta se encontrava sob ocupação alemã. E o que posso dizer neste momento", disse o promotor Servyukou. 
Ainda segundo o historiador bielorrusso Igar Kuznyatsou, os restos mortais seriam de funcionarios da administração polaca, alem de intelectuais e agentes que foram detidos pela NKVD depois da Polonia ter sido invadida pelos soviéticos em 17 de Setembro de 1939. O historiador, que há muito tem pesquisado sobre as atividades do terror soviético, afirma que há relatos de que a NKVD executou prisioneiros polacos em Hlybokaye na primavera de 1940 e verão de 1941, pouco antes da cidade ser capturada pelos alemães. 
Se este for o caso, este seria mais um capítulo do que se tornou conhecido como o massacre Katyn - a execução de 14.736 oficiais polacos cujos corpos foram enterrados pela NKVD, em Katyn, perto de Smolensk, Mednoye perto Kalinin (hoje Tver) e perto de Kharkov Pyatikhatki. 
O mais misterioso capítulo destes massacres sovieticos e a morte de, pelo menos, 7315 (de acordo com outras fontes, mais de 8.600) polacos que foram detidos pela NKVD em territorios no Leste da Polonia. Alguns deles foram enterrados em Bykovnia perto de Kiev (onde restos mortais de oficiais polacos foram recentemente descobertos), e próximo a Kurapaty Minsk
O Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko e conhecido por ser admirador de Felix Dzerzhinsky, o criador do NKVD, que nasceu no que é agora a Bielorrússia, e do tirano Joseph Stalin. A Bielorrússia está preparando grandes celebrações do 70. aniversário da União Soviética.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ambulantes expulsos em Varsóvia

Foto: Peter Andrews / Reuters

A prefeita de Varsóvia, Hanna Gronkiewicz-Waltz, volta a ocupar as páginas dos principais jornais da Polônia, no dia de hoje. Desta feita devido a evacuação do Pavilhão KDT, uma grande área de vendedores ambulantes no centro da capital polaca.
A ação policial que teve cenas de filme hollywoodiano e muito gás lacrimogênio deteve pelo menos 10 pessoas.
A negociação entre a prefeitura e os vendedores é antiga. Mas Gronkiewicz-Waltz não viu outra maneira de desocupar a área, senão com a força policial. No terreno, onde fica o pavilhão KDT, será construída estação de interligação entre a primeira e a segunda linha do metrô. Para tanto o pavilhão tem que ser removido de qualquer maniera. Segundo a prefeita, o investimento de aproximadamente 3 milhões de euros já esta garantido pela União Europeia. Se as obras não começarem imediatamente a municipalidade perde o montante do investimento.
Há tempos, a prefeitura, disponibilizou uma outra localização para os ambulantes, mas estes acreditam que perderão muito de seus clientes, pois o pavilhão KDT está localizado entre a Estação Central de estradas de ferro de Varsóvia, estações de metrô e ônibus. Além de estar quase aos pés do Palácio da Cultura.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Embaixada Brasileira: eleições

A Embaixada do Brasil, em Varsóvia, informa que os nacionais brasileiros eleitores, residentes no exterior, no caso, na Polônia, devem solicitar alistamento eleitoral ou transferência de domicílio eleitoral, isto é, solicitar novo cadastro eleitoral e transferência do Título Eleitoral, o que os possibilitará votar nas próximas eleições presidenciais, a serem realizadas em outubro 2010. O eleitor, para solicitar alistamento eleitoral ou transferência de seu Título Eleitoral para a Polônia, deverá comparecer ao Setor Consular desta Embaixada até 31.03.2010, e proceder de acordo com as instruções seguintes:

ALISTAMENTO ELEITORAL
Para nacionais brasileiros ainda não incluídos no Cadastro Nacional de Eleitores.
Comparecer ao Setor Consular para preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) e trazer o original e uma cópia dos seguintes documentos:
- Um documento brasileiro de identificação com foto (carteira de identidade, passaporte);
- Certificado de alistamento militar ou de reservista (obrigatório para maiores de 18 anos);
- Comprovante de residência na Polônia por um período mínimo de um ano. Servem como comprovante: matrícula no Setor Consular, atestado de residência, Carteira de Identidade polonesa ou Declaração de Residência, a qual o eleitor assinará perante funcionário do Setor Consular.

TRANFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL
Para eleitores já cadastrados na Justiça Eleitoral, no Brasil ou no exterior, que desejam transferir seu domicílio eleitoral.
Comparecer ao Setor Consular para preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) com original e uma cópia dos seguintes documentos:
- Título Eleitoral;
- Um documento brasileiro de identificação com foto (carteira de identidade, passaporte);
- Comprovante de residência na Polônia por um período mínimo de um ano. Servem como comprovante: matrícula no Setor Consular, atestado de residência, Carteira de Identidade polonesa ou Declaração de Residência, a qual o eleitor assinará perante funcionário do Setor Consular.

REVISÃO ELEITORAL
- Para o eleitor que já transferiu seu título para o exterior e deseja apenas atualizar os dados cadastrais: mudança de endereço na mesma cidade, mudança de nome após casamento, mudança de profissão, alteração de nível de escolaridade, etc. Usa-se para corrigir erros cadastrais no próprio nome, no nome do pai, da mãe ou data de nascimento.
A pessoa que casou e alterou o nome deve apresentar certidão de casamento traduzida para o português e reconhecida no Brasil para poder alterar os dados.
Comparecer ao consulado para preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) com o original e uma cópia dos seguintes documentos:
- Título Eleitoral;
- Um documento brasileiro de identificação com foto (carteira de identidade, passaporte);
- Comprovante de residência na Polônia por um período mínimo de um ano. Servem como comprovante: matrícula no Setor Consular, atestado de residência, Carteira de Identidade polonesa ou Declaração de Residência, a qual o eleitor assinará perante funcionário do Setor Consular.
Quaisquer dúvidas, favor contatar com o Setor Consular desta Embaixada através dos telefones: 0-22 617-32-60 ou 617-48-00, ou ainda por e-mail konsulat@brasil.org.pl , das 9:30 às 12:30 horas, das segunda às sextas-feiras.

Varsóvia busca polacos em Londres

Hanna Gronkiewicz-Waltz - Fot. Bartosz Bobkowski

A prefeita Hanna Gronkiewicz-Waltz de Varsóvia viajou a Londres para tentar o retorno dos imigrantes polacos para as margens do Rio Vístula. Hanna Gronkiewicz-Waltz apresentará aos polacos imigrantes de Londres os planos de desenvolvimento da cidade de Varsóvia para os próximos anos como forma a competir com a capital do Reino Unido.
Varsóvia é a sexta cidade polaca envolvida no projeto "12 Cidades - Voltar? Mas para onde? - Conversemos concretamente." O objetivo da ação organizada pela Associação de Jovens da Comunidade polaca na Grã-Bretanha - Poland Street ", é a de informar o imigrante para as possibilidades de encontrar um emprego, uma habitação ou um estabelecimento comercial nas diversas cidades polacas envolvidas no programa.
Já foram até Londres, os prefeitos de Szczecin, Poznań, Katowice, Bydgoszcz e Lublin. Hanna Gronkiewicz-Waltz certamente será questionada sobre a possibilidade de se encontrar trabalho na capital polaca. Ela responderá que nos últimos os anos, Varsóvia tem uma das taxas mais baixas de desemprego na Polónia, ou seja, 2,3% em maio, enquanto a média nacional é de quase 11%. O salário médio, em maio, foi de 4.245 zlotych, enquanto a média nacional registrou 2.300 zł (bruto).
A única questão complicada para Hanna Gronkiewicz-Waltz será responder sobre habitação. Embora ainda se construa muitas novas casas e os preços tenham diminuido ligeiramente, a verdade é que ainda é muito caro comprar ou alugar em Varsóvia. O aluguel de uma kitinete de 40 m² pode custar até 2 mil zlotych por mês.
Os incentivos para o regresso dos imigrantes se baseia numa única atitude: simplesmente ousar. Talvez não se ganhe tanto como em Londres, mas viver na Polônia para um polaco é muito melhor. Não só por se estar na comodidade do lar, mas porque as condições de sobrevivência em Londres para um imigrante, embora legalizado como o polaco, não é tarefa fácil. Pelo menos é isso o que pensam as autoridades polacas envolvidas neste programa do retorno.
Diferenças entre Varsóvia e Londres
-4 mil zlotch de salário médio mensal - 500 libras por semana
- salário mínimo por mês de 1276 zl - 5,72 libras por hora
- aluguel de apartamento entre 1300-2000 zl - 1000 libras por mês
* taxa cambial de 16 de julho - 1 libra:5,04 zł

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cavalo vermelho no Vístula

Foto: Jerzy Gumowski

Ainda no mês de julho, um cavalo vermelho cavalgara cavalgar sobre as águas do rio Vístula, em sua travessia por Cracóvia.
Com cinco metros de altura a instalação artística denominada "Wielopleksikoń" do arquiteto de Gdańsk Konrad Zientara será a principal atração do Festival Przemiana.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Carta a Obama

Foto: GW

O jornal Gazeta Wyborcza publicou carta endereçada a Barack Obama em que os políticos da Europa Central escrevem que a América não pode se esquecer da Europa, que deve-se refletir sobre numa política forte e clara em relação à Rússia, no que diz respeito ao escudo antimíssil. Isto serviria para testar a confiabilidade de Washington na questão. A carta foi assinada entre outros pelos polacos Lech Wałęsa e Aleksander Kwaśniewski e pelo tcheco Vaclav Havel. Entre os que assinaram, apenas um era um presidente, justamente o polaco Lech Kaczyński, conhecido pela sua atitude pró-americana.
O último paragráfo da carta, assinala que, "Gostaria que problemas europeus, especialmente os problemas de países mais fracos e mais suscetíveis às influências externas, pressões, e até mesmo agressões, que tornaram-se problemas para o conjunto dos país, começassem a buscar soluções conuntas. Em relação à problemas do passado, estes custaram a Europa e ao mundo muito caro - a morte e o sofrimento de milhões de pessoas, destruição e escravização de nações inteiras. Durante muitos anos, antes de um tal cenário, protegia-nos a aliança com os Estados Unidos da América. Gostaria de ir mais longe, porque o nosso povo está apegado igualmente à ideia de liberdade. Por isso, dou o meu apoio e penso que é importante para todas as iniciativas que estão em questão".

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Morreu Zapasiewicz

As duas matérias principais do jornal Gazeta Wyborcza, desta quarta-feira, 15 de julho de 2009 traz:
Morreu Zbigniew Zapasiewicz
Buzek dirige no Parlamento Europeu.

Zapasiewicz foi um dos grandes atores do teatro, TV e cinema da Polônia. Sua morte abre uma lacuna difícil de ser preenchida nas artes polacas; E a eleição histórica do prof. dr hab. Jerzy Buzek é comemorada como a vitória da Polônia

Wawel iluminado

Foto: Michal Lepecki

O Panteão Nacional da Polônia, a colina de Wawel, em Cracóvia, que abriga o castelo real, a catedral e as tumbas dos reis e heróis da nação deixa a escuridão. Pelo menos é o que informa a prefeitura da cidade que gastou mais de 2 milhões de złotych para iluminar o principal monumento da nação polaca, o Wawel.
Desde esta noite, as muralhas, as casamata (Baszta) as torres da catedral, pode ser vista desde as margens do rio Vístula. Apesar do investimento ainda falta iluminar as construções históricas pelo lado da ulica (rua) Stradomskiej, ou seja pelos fundo do castelo real.
Os trabalhos de iluminação foram realizados pela firma B.T.H Technlight de Częstochowa (firma polaca parceira da italiana Disano Illuminazione).

Buzek, conservador?

O canal de noticias Euronews, que transmite em vários idiomas, a partir da França, noticiou a eleição de Jerzy Buzek para a presidência do Parlamento Europeu. A versão portuguesa (a redação é composta por jornalistas portugueses) da notícia classifica o eurodeputado polaco como conservador.
Num mundo, onde o jornalismo não consegue mais identificar quem é de esquerda, quem é de direita e ainda mais divulgando informações através de traduções passadas via outros idiomas intermediários e sem conhecimento das realidade locais, fica difícil rotular este ou aquele disto ou daquilo. Seja como for o PO- Partido da Plataforma da Cidadania, no espectro político polaco, está a verdade no centro, vestindo as cores do neo-liberalismo. Assim colocar Buzek ao lado do conservador Lech Kaczynski não faz o menor sentido. Mas seja como for esta é notícia divulgada por aquele canal de notícias europeu.


Acabou de entrar para a História, como o primeiro eurodeputado de um país de Leste a sentar-se na cadeira da presidência do Parlamento Europeu.
Jerzy Buzek bateu largamente Eva-Britt Svensson, a sua adversária sueca, da Esquerda Unidária Europeia. O conservador polaco foi eleito com 555 dos 644 votos expressos.
“Em tempos, sonhei ser deputado ao parlamento polaco numa Polónia livre. Hoje, tornei-me presidente do Parlamento Europeu. Algo com que não teria podido sonhar, no meu país. E esta é a medida das mudanças que a Europa pode provocar. Vejo a minha eleição como um sinal para os nossos países: Estónia, Letónia, Lituânia. Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Roménia e Bulgária. Vejo-a como um tributo aos milhões de cidadãos dos nossos países que não se vergaram perante o sistema hostil”, disse.
Para quem conheceu esse sistema, como Jerzy Buzek, o Parlamento Europeu é sinónimo de democracia e de liberdade.
Jerzy Buzek assinou o livro de honra de Hans-Gert Poettering. O alemão passou os últimos dois anos e meio à frente do Parlamento Europeu.

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A eleição de Buzek estava garantida, graças a um acordo entre populares, socialistas e liberais acerca da distribuição dos cargos mais importantes da instituição.
O primeiro-ministro polaco congratulou-se com a eleição. “É o verdadeiro fim da nunca mencionada divisão entre os novos e os velhos membros da União. Estou muito contente que um polaco tenha sido reconhecido e promovido. Congratulo-me que a sua vitória seja um símbolo da verdadeira integração entre a nova e a velha Europa”, disse Donald Tusk.
Tal como o Governo, os cidadãos polacos também se mostraram satisfeitos com a eleição de Buzek. “Eu acho que ele fez um bom trabalho como deputado europeu. Foi muito apreciado durante o mandato. Enquanto presidente vai conseguir mais, especialmente quando o Parlamento Europeu se tornar mais poderoso”, afirmou o funcionário público Marcin Kulinicz.
“Acho que vai ser bom, porque nos vai permitir promover um pouco o nosso país e mostrar que não estamos apenas envolvidos em guerras internas e com os outros”, diz a estudante Agnieszka Dadura.
O acordo entre as três grandes famílias políticas europeias prevê que Buzek seja substituído por um socialista na segunda parte da legislatura.

P.S.A reforma ortográfica dos 8 países lusófonos não aceita pelos portugueses, permite a acentuação das palavras tanto com acento agundo quanto circunflexo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um Polaco na presidência do PE

Jerzy Buzek na sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França.
Foto: Wojciech Olkusnik

"Este é um momento histórico!", cumplimentou Martin Schulz, representante dos socialistas do Parlamento Europeu. O Professor polaco Jerzy Buzek foi eleito o presidente da mais alta corte parlamental do bloco dos 27 países europeus. Buzek recebeu 555 dos 644 votos. Praticamente uma aclamação para o mais idoso eurodeputado já eleito presidente daquele Parlamento.
"Farei tudo, não trairei vossa confiança. Quero trabalhar convosco, sem reservas, na política correta", afirmou Jerzy Buzek, após o anúncio do resultado da eleição.
Em seguida o eurodeputado do PO - Partido da Plataforma da Cidadania, mesmo partido do primeiro-ministro Donald Tusk, ouviu de Joseph Daul, o chefe dos Democratas-Cristãos que "esta é a primeira vez que não temos divisão entre as Europa Oriental e Ocidental. O símbolo desta situação é o novo presidente."
E o português Durão Barroso, que presidiu pela última vez uma sessão do Parlamento fez questão de ressaltar que o polaco Buzek "é o primeiro presidente do Parlamento Europeu a partir da Europa Oriental. A soma de experiências e dos excepcionais valores, no qual o senhor acredita... depois de tudo o que o senhor já fez nestes 20 anos da queda do comunismo e de 5 anos da ampliação da UE, fará o êxito de uma Europa unida".

Mais informações sobre Jerzy Buzek neste blog em
http://iarochinski.blogspot.com/2009/06/polaco-na-presidencia-do-parlamento.html

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Controle contra corrupção


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta segunda-feira, 13 de junho de 2009 é:
"nos vapores do controle do CBA"
P.S. CBA-Centralne Biuro Antykorupcyjne (Escritório Central Anticorrupção) foi instituído pela Lei de 9 de Junho de 2006 (JO 2006 n º 104, pos. 708) como um departamento especial para combater a corrupção na vida pública e no setor econômico, particularmente em instituições governamentais estaduais e municipais, bem como a erradicação de atividades lesivas para os interesses econômicos do Estado.

Israel: "Todos somos judeus"

A Suprema Corte de Justiça de Israel se pronunciou recentemente a favor da igualdade entre as diversas correntes religiosas do judaísmo-ortodoxia, conservadorismo e reformismo-, desqualificando qualquer atitude discriminatória por parte do Estado contra qualquer delas.
A significativa resolução judicial do Supremo Tribunal teve como raiz um recurso extraordinário interposto pelo movimento reformista em razão da negativa do Ministério de Absorção de subvencionar atividades realizadas pela corrente religiosa para a educação de pessoas interessadas em se converter ao judaísmo, quando esse mesmo tipo de atividades realizadas pelos setores religiosos ortodoxos tem pleno apoio econômico do Ministério citado.
A Suprema Corte estabeleceu que o apoio exclusivo do Estado ao Instituto de preparação para a conversão judaica, de orientação religiosa ortodoxa, viola o principio de igualdade perante a lei e a obrigação do Estado de permitir a existência de matizes diversos de idéias sobre a herança religiosa judaica, de acordo com os princípios fundamentais que devem orientar um Estado democrático.
A presidente do Tribunal, a juíza Dorit Beinish, estabeleceu assim mesmo que a obrigação do Estado para com o principio do pluralismo religioso não se reduz somente a uma obrigação passiva. Tal obrigação tem uma face ativa que estabelece a obrigação do Estado de apoiar todas as correntes religiosas dentro do judaísmo se por acaso o Estado decidir apoiar economicamente uma dessas correntes.
A recente resolução do Supremo Tribunal estabelece um importante precedente pelo fato de que até agora as correntes religiosas liberais, reformistas e conservadoras, recebiam subvenções estatais somente para atividades que não tinham caráter propriamente religioso, sendo elas ligadas ao campo educacional ou de ajuda social a novos imigrantes. Esta é a primeira vez que se estabelece a obrigação do Estado de apoiar economicamente um trabalho de caráter religioso realizado por esses movimentos não ortodoxos, como neste caso é a preparação de pessoas interessadas em se converter a fé judaica.
Os movimentos religiosos judaicos liberais, que aglutinam a maioria das comunidades judias da diáspora, começaram a atuar em Israel há várias décadas e sua presença se exterioriza atualmente numa ampla rede de congregações distribuídas nas principais cidades do país, vários kibutzim, dois importantes centros acadêmicos – o Hebrew Union College e o Instituto Schechter de Estudos Judaicos – com fortes sistemas administrativos com seus respectivos conselhos rabínicos. Apesar de que ambos os movimentos liberais constituem ainda numericamente uma modesta minoria no seio da população geral, eles possuem, contudo um efeito multiplicador na vida intelectual, educativa e social do país.
Anos atrás, os mais destacados escritores e acadêmicos, dentre os quais se encontravam A.B.Yehoshúa, Amos Oz, Shulamit Aloni, David Grosman, Sami Mijael e outros, fizeram uma chamada publica a população para se filiar a esses movimentos religiosos liberais como uma maneira de exteriorizar a solidariedade com a luta pelo pluralismo religioso em Israel, e ao mesmo tempo o repudio a coerção religiosa impulsionada pelos setores ortodoxos amparados em posições de poder político. Esses grupos religiosos fundamentalistas conscientes do crescente fortalecimento dos movimentos liberais em Israel, costumam aumentar as pressões sobre os aliados políticos do momento nos Governos de coalizão que se sucedem, para impedir qualquer reconhecimento ou apoio oficial das correntes reformista e conservadora. O enfrentamento da ortodoxia contra as correntes religiosas liberais reconhece diferenças teológicas, de rituais e ideológicas, mas também se baseia em interesses políticos e econômicos centrados na defesa de milhares de cargos públicos ocupados por membros da elite ortodoxa frente à qualificada “competência” de rabinos e educadores liberais, assim como também pela firme defesa de privilégios possuídos por esses grupos como resultado do “monopólio do judaísmo” que os grupos ortodoxos detém no moderno Estado de Israel. Essa situação, precisamente, é a que poderia começar a mudar como resultado da recente resolução judicial do Supremo Tribunal de Justiça, mencionado acima.
O estabelecimento por parte da Suprema Corte do precedente jurisprudencial que consagra a existência de uma obrigação “ativa” por parte do Estado para assegurar a igualdade das diversas correntes religiosas dentro do judaísmo, pode abrir a porta a outras demandas igualitárias.
Nesse sentido, os movimentos religiosos liberais poderiam demandar o reconhecimento pleno dos rabinos reformistas e conservadores para a celebração de casamentos religiosos, autorização de conversões ao judaísmo, integração de conselhos religiosos municipais, estabelecimento de partidas orçamentárias para cobrir salários de rabinos liberais e outras medidas que tendem a igualar a situação entre as três correntes religiosas.
O monopólio da religião judaica que o Estado de Israel tem concedido a vertente ortodoxa torna muitas vezes, paradoxalmente, menos judia a sociedade israelense atual, provocando o afastamento das novas gerações com respeito à tradição judaica. Daí que o fortalecimento do pluralismo religioso seja o único caminho possível para revitalizar a herança tradicional judia em Israel. Nesse sentido vale lembrar que no Talmud está escrito que quando um martelo bate na pedra saem muitas faíscas, daí que toda a tradição religiosa judia é suscetível a diversas interpretações, sendo cada uma delas legitimas por igual. Quando essas faíscas pretendem ser apagadas pela intolerância e descriminação, definitivamente tem menos luz, menos Torá, menos religião, menos judaísmo e por conseqüência, menos judeus.
Divulgado pelo IRAC - Israel Religious Action Center

sábado, 11 de julho de 2009

A Colônia Murici estaria morrendo?

Foto: divulgação da Prefeitura SJP

Há uma semana, no último sábado, a jornalista Aline Peres, publicou uma interessante reportagem sobre a Colônia Murici, localizada no munícipio de São José dos Pinhais, nos arredores de Curitiba, no jornal Gazeta do Povo.
Com o título "Novos tempos na colônia Murici", a reportagem fala sobre o desencanto das novas gerações com suas raízes. Ela começa por contabilizar a população local. "No local moram 737 pessoas com idade entre 15 e 25 anos, que representam 19% da população do entorno, que chega a pouco mais de 3 mil pessoas. Os dados obtidos pelo pesquisador e etnógrafo da região Valdir Holtman são de 2008 e incluem os moradores de pequenas colônias vizinhas.", escreve Peres.
Em outro trecho da reportagem, a jornalista detecta a insatisfação dos jovens com as poucas oportunidades de um meio que favorece apenas a agricultura. "Muitos sonham em deixar o local e morar na “cidade grande” – na verdade, segundo o relato dos moradores, boa parte já saiu da Murici, embora não existam estatísticas que comprovem essa tendência. Os irmãos Fontes estão entre os que usam a Colônia apenas para dormir. O estudante de Sistemas de Informação Aloir Lucas Fontes Júnior, 19 anos, trabalha na prefeitura de São José dos Pinhais. Ele sonha em se mudar para o Canadá e se especializar em sua área. O caminho de saída já foi seguido por muitos colegas – ele calcula que 80% dos seus amigos já foram ou estão indo embora. E poucos voltam para aplicar o que aprenderam fora na Colônia, segundo o irmão Lucas, 24 anos, que trabalha em uma mineradora, também no município da região metropolitana de Curitiba. “A cultura polonesa, infelizmente, tende a acabar aqui”, fala. Para ele, o motivo é que os jovens não se sentem confortáveis para expressar suas tradições. “Os pais passam a cultura, mas falta a sensação de fazer parte do lugar.” Fontes é exceção entre os jovens da comunidade – ele integra o Grupo Folclórico, composto por 17 pessoas."
A jornalista da Gazeta do Povo recorre a uma historiadora para buscar explicações para esta crise de identidade com a colônia. "Frente a essas impressões da juventude da Colônia Murici, a historiadora e escritora Maria Angélica Marochi acredita que a falta do sentimento de pertencimento ao local é um dos fatores que propiciam ao jovem o desejo de buscar fora aquilo que não encontram lá."
Porém, em algumas informações históricas, Aline Peres comete alguns equívocos. Talvez por falta de uma compreensão e conhecimento da história da Polônia.
Ela erra quando diz, que "Em abril de 1878, a colônia foi fundada por família polonesas vindas da Galícia e da Prússia Oriental (região da Cracóvia)." O que ela chama de Prússia Oriental, não existiu e muito menos estava localizada na região de Cracóvia.
Isto porque o Reino da Prússia que daria lugar a atual Alemanha ficava na Pomerânia, ou seja, no Norte da Polônia e não no Oriente (Leste). Na outra região ocupada pelos saxônicos (prussos) estavam as Baixa Silésia (capital Wrocław) e Silésia (capital Katowice). E estas estavam no Sudoeste (Ocidente) e não no Sul, onde está localizada Cracóvia, que é a eterna capital da MałoPolska (ou Pequena Polônia.
Quanto à Galicia, esta era uma província do Império Austro-húngaro e ocupava as terras da Polônia, onde estão hoje a Voivodia Podkarpacie (cuja capital é Rzeszów) e que fica no Sudeste da Polônia e a Oblast de Lviv, na Ucrânia (a capital Lwów estava na Voivodia da Volinia e da Podolia pertencente há séculos ao Reino da Polônia e ocupada pelos austro-húngaros e só desde 1990, em território da Ucrânia).
Na parte Central e Oriental da Polônia estava a ocupação Russa e não Prussa. Russos são eslavos e prussos são saxônicos (germânicos, alemães). Aline erra também no intertítulo "Filhos da Cracóvia" e erra duas vezes, na localização dos imigrantes, pois não eram de Cracóvia, e na construção gramatical, pois não é "DA" mais sim "DE" , ou "EM" Cracóvia. Interessante, mas Aline não é a única brasileira a cometer este erro, "DA CRACÓVIA". Ninguém fala "Filhos DA São Paulo", mas sim filhos DE São Paulo.

E Peres se curva ao patrulhamento de pessoas da comunidade curitibana, que insistem em banir o termo adequado e correto de polaco, para o galicismo e preconceituoso termo polonês. Em momento algum, ela se utilizou do termo polaco.

Anos atrás, quando do lançamento de meu livro "Saga dos Polacos", uma senhora de uma associação comunitária do bairro Capão Raso, foi até a redação do jornal exigir uma retratação do jornalista que havia escrito polaco no texto da reportagem comigo. Realmente um absurdo! Aquela senhora "polonesa" queria me censurar e ao jornalista pelo uso da palavra polaco, num completo ato discriminatório, ou seja, ela podia usar polonês (uma invenção curitibana) e eu não poderia usar o correto termo em língua portuguesa, POLACO!.
Este absurdo não se repete nos outros sete países de língua portuguesa. Aquela senhora não tinha consciência de que estava sendo discricionária. Se ela pensava que poderia me processar pela Lei Afonso Arinos, eu também poderia, ainda porque, na série de 27 lançamentos do livro que fiz nos 4 Estados do Sul, fui agredido fisicamente pelo título do meu livro. Em Erechim e em São Paulo levei murros no ombro e fui taxado de burro por usar a palavra polaco. Santa Ignorância!!

E para finalizar é uma pena, que a Colônia Murici que há poucas décadas atrás era considerada a que guardava com maior afinco as tradições polacas trazidas pelos primeiros imigrantes esteja na opinião de seus jovens, acabando.
E isto justo quando estes mesmos jovens buscam a cidadania polaca para viver em Londres e não na Polônia, ou mesmo em Murici.
Outra questão que preocupa é o fato da "Festa da Colheita", que tradicionalmente era realizada em fevereiro, tenha sido mudada para junho. Por que a mudança?
Será que o padre José, que durante anos foi o pároco da igreja da colônia, está fazendo tanta falta assim?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Restauradas casas do Memorial Polaco


A restauração da Capela de Nossa Senhora de Czestochowa, no Bosque do Papa João Paulo II, realizada pela Secretaria do Meio Ambiente e Fundação Cultural de Curitiba foi entregue no último domingo com pompa e solenidade. Dom Pedro Fedalto, arcebispo emérito de Curitiba, abençoou e cortou as fitas juntamente com a a representante da Missão Católica Polaca no Brasil, Danuta Abreu Lisinski.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Kwaśniewska: não sou candidata

Foto: Rafal Mielnik

"Eu prometo, não quero ser candidata. Com 100% de certeza não me candidatarei", reagiu a ex-primeira dama da Polônia, Jolanta Kwaśniewska ao comentar sobre os resultados da pesquisa de opinião publicada pelo jornal "Gazeta Wyborcza".
O principal jornal do país revelou que a mulher do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski, venceria o atual primeiro-ministro Donald Tusk num segundo segundo turno nas próximas eleições presidenciais.
Kwaśniewska não só derrrotaria Tusk com 57% contra 43% dos votos, como também daria uma surra no atual Presidente Lech Kaczynski com 75% a 25%.
Apesar da excelente reputação junto ao eleitorado Kwaśniewska, diz ter decidido há muito tempo não concorrer as eleições. "Não sou um membro de qualquer partido político. Isto não é a minha história", disse ela, hoje, para a televisão TVN24.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu sou polaco!!!

Marek ao lado de seu treinador - Foto: Kinga

Marek tem 16 anos de idade. É campeão junior polaco. Mas há vários anos, ele tem vivido ilegalmente na Polônia. Os funcionários da imigração não permitem que ele seja um cidadão nacional polaco.
"Se eu tivesse que sair do país, sentiria como estivesse indo para o exílio", diz a mãe de Marek. Lilia Karkocka chegou na Polônia nas grandes enchetes de 1997. Era para ser apenas férias. Mas o destino não foi dos mais felizes. Seu passaporte foi roubado. Seus avôs, exilados políticos polacos que haviam sido expatriados para o Azerbaijão, onde ela, seu pai e seus filhos nasceram. Em todos os documentos que a família possuía neste desterro estava escrito, "nacionalidade: Polaca". No exterior,
a família tentou mudar a nacionalidade para azeri sem sucesso. Mas não foi possível, pois eram considerados polacos, segundo o governo do Azerbaijão. A vinda para a Polônia era além de férias uma busca das origens. Vieram apenas Lilia e seu filho Marek.
Após 12 anos de Polônia, o campeão Marek, filho de Lilia, diz não lembrar do Azerbaijão, "Saímos de lá quando eu tinha três anos. Eu não sabia falar nem russo, nem azeri. Conheço apenas um idioma: polaco".
Sem passaporte, começou o pesadelo da mãe e do filho. Na Polônia, não havia Embaixada do Azerbaijão. Lilia, uma mulher com uma criança de quatro anos foi parar num campo de refugiados na Polônia. Mas nem o status de refugiados conseguiram ali.
Foram para em Otwock e Marek começou a frequentar a escola. "Quando eu tinha 10 anos de idade, começei a treinar levantamento de peso".
E assim a vida do pequeno Marek foi mudando. Logo foi observado atentamente por um treinador. "Ele se tornou um talento", admite o treinador Krzysztof Suchocki. Após muitos treinos, Marek começou a viajar para participar de torneios. Não demorou muito e ganhou todos os campeonatos polacos de juniores. Com o sucesso alcançado em competições internacionais, o treinador pensou em inscrevê-lo em competições internacionais. O calvário voltou e uma coleção de respostas negativas foram obtidas.
Marek e sua mãe Lilia não poderiam estar na Polônia diziamm as autoridades. Embora suas raízes polacas e tempo de permanência na Polônia (mais de cinco anos), mãe e filho ainda não conseguiram receber a cidadania. O que é pior, as autoridades polacas exigem visto deles para que possam permanecer na Polônia. Mas como obter o visto se eles não possuem cidadania? Nem polaca, nem azeri.
"Eu sou polaco. Se eu fosse para o Azerbaijão, o que faria lá? Aqui é o meu lugar. E assim, após 12 anos, sou forçado a aprender na marra que não sou polaco", afirma Marek.
E o treinador diz, "se ele a for embora para o esporte da Polônia será uma perda lamentável. Um talento como ele não aparece de graça todos os dias. Hoje nem representar o Azerbaijão ele pode. Estamos lutando para que ele possa defender as cores de vermelho e branco",diz Suchocki.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Desfile de barcos em Gdynia

Foto: Rafal Malko


Parada de barcos em Gdynia, no Mar Báltico, Norte da Polônia. É a regata "The Tall Ships' Races" que teve sua primeira etapa, neste domingo, 5 de julho, naquele balneário polaco.

Buzek, chefe do Parlamento Europeu

Foto: Stanisław Rozpędzik

Aumentam as chances do prof. Jerzy Buzek se tornar o chefe do Parlamento Europeu. Seus concorrentes mais diretos são o Mario Mauro, Joseph Daul e Martin Schulz.
A eleição para a escolha do presidente do Parlamento Europeu, uma das duas principais forças de governo da União Europeia ocorre neste 14 de julho, em Strasburgo, na França, sede do Parlamento.
Será a primeira vez que um polaco ocupa cargo de tal relevância na União dos 27 países membros do maior bloco de nações no mundo.

domingo, 5 de julho de 2009

Polônia sob tempestades

Em Poznań, os fortes ventos derrubaram várias árvores e destelharam casas

As intensas chuvas continuam a castigar a Polônia. Além das regiões da Baixa Silésia e Lubulska, agora Suwalki, no Nordeste do país sofre com as tempestades.
Segundo a metereologia as chuvas em Wrocław vão ultrapassar os 20 mm de água por metro quadrado com ventos de 80 km/h.
Também o Norte e Noroeste do país serão atingidos neste domingo por tempestades. Os ventos chegarão a 70 km/h nestas regiões. O alerta é geral em todas em regiões da Polônia.
Nos arredores de Koszalin, Mielnów, Unieśców e Kołobrzeg as chuvas foram tão intensas ao ponto de levar muitos animais próximos aos rios.
Na noite deste sábado caiu 100 litros de água por metro quadrado, em Słubice, na Voivodia Lubuska(região Oeste). No hospital da cidade as águas subiram quase um metro. Na fronteira com a Alemanha, em Frankfurt nad Odra, a tempestade matou uma pessoa e outro ficou ferida depois de serem atingidas por um raio.

sábado, 4 de julho de 2009

As colônias de imigrantes no Paraná

Os governos de São Paulo e da nova Província do Paraná tiveram no século 19 algumas experiências mal sucedidas na colonização do Paraná com imigrantes europeus. O que não impediu que na sequência, o Estado fosse com toda propriedade chamado de "Paraná -Terra de Todas as Gentes". Em ordem cronológica estas foram as primeiras colônias implantadas na região do Paraná:
*1847 - Colônia Teresa Cristina, no vale do Rio Ivaí (atual município de Cândido de Abreu) com imigrantes franceses
*1852 - Colônia Superagüí (hoje Guaraqueçaba)
*1860 - Colônia Assunguy (hoje Cerro Azul)
*1869 - Colônia Argelina (hoje bairro do Portão, em Curitiba)
*1874 - arredores de Paranaguá.
Para estas colônias foram trazidos imigrantes argelinos, franceses, suíços, alemães, ingleses e irlandeses. Os imigrantes logo se dispersaram e muitos voltaram para suas nações de origem.
Somente a partir de 1871, com a chegada dos polacos a Curitiba, o processo de colonização com imigrantes começou a dar resultado. O governo fazia-os vir por sua conta, custeando a viagem da Europa ao Brasil e sustentava-os até que pudessem manter-se com os frutos da terra.
O primeiro, a conscientemente apostar nos polacos foi o presidente de Província, Adolfo Lamenha Lins (1875-1877) que oferecia as seguintes condições aos imigrantes: “Medidos e demarcados os lotes de terras de cultura nos arredores da cidade, traçadas as estradas, entrega-se um lote a cada família, com uma casa provisória, regularmente construída. Ao colono maior de dez anos, dá-se como auxílio de estabelecimento vinte mil réis. Cada família recebe mais 20 mil réis para a compra de utensílios e sementes. Logo que o colono se estabelece é empregado na construção de estradas do núcleo, recebendo ferramenta necessária e cessa então a alimentação por conta do governo. Em cada núcleo, funda-se uma escola e edifica-se uma capela, com exceção daqueles que por muito próximo da cidade dispensam esta construção. Além do trabalho nas estradas do núcleo, encontra o colono, serviço nas obras públicas gerais. Estabelecidos por esta forma, ficam os colonos entregues à sua própria iniciativa e somente obrigados a pagar do regulamento de 1867, a sua dívida ao governo. Esta dívida, pelo que respeita aos gastos feitos desde a chegada do colono a esta Província, ainda não excedeu a 500 mil réis para cada família de 5 pessoas, termo médio, incluído preço das terras e está garantido pelo valor real do lote, casa e acessórios. Achando na cidade pronto mercado para o produto de sua lavoura e fácil consumo de lenha, hortaliças e pequenas indústrias, o colono pode em tempo breve libertar-se dessa dívida para com o Estado e habilitar-se a desenvolver a sua lavoura.”
Contudo, esta dívida nunca foi cobrada aos imigrantes.O presidente da província acreditava que os descendentes destes imigrantes, seriam a mão-de-obra tão necessária para povoar os sertões do Paraná. Numa fase inicial, eles se assentariam ao redor da Capital e formariam o chamado “cinturão verde” de abastecimento alimentício da população.
Lamenha Lins propunha e executava. No curto período de seu governo conseguiu instalar com sucesso as colônias de Santa Cândida, Órleãs, D. Pedro, D. Augusto, Thomaz Coelho, Lamenha, Santo Inácio e Riviere.
Nas décadas seguintes e até o início da 1ª Guerra Mundial, os Campos Gerais e o Sul do Estado viu serem implantadas diversas outras colônias de imigrantes polacos.
O Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, realizou um censo em 1937, no Estado do Paraná. Estas são as principais cidades com seus habitantes, o número total e o percentual de polacos de suas populações naquele ano:

Os polacos eram portanto, quase 10% da população do Paraná e 13,4% de Curitiba.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bakun, centenário de nascimento

Abriu nesta terça-feira, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba a exposição "Miguel Bakun - A Natureza do Destino", que se estenderá até 9 de agosto.

A Exposição que conta com o apoio do Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Cultura tem organização de Eliane Prolik.
Bakun, segundo, o crítico Nelson Luz, "é envolvimento, tensão, adivinhador do caos-logos, ouvinte do mistério. Fez-se em si mesmo. Só humilde, desnudado, alguém pode ser assim".
Mas é a também descendente de imigrantes polacos, como Bakun, a criadora da mostra, a artista plástica Eliane Prolik, que melhor o define Bakun, dizendo que "a singularidade da obra de Miguel Bakun se efetiva no acontecimento pictórico da tela ao utilizar, sobreduto, o recurso de proximidade. Compactadas, as áreas e cores da paisagem se articulam e interpenetram. De modo intimista, essa pintura configura espaçamentos justos e rítmicos da matéria. Seu fazer diminui as distãncis entre o pintor e o motivo, entre o sujeito e a natureza e entre os cvários planos e elementos da paisagem e fazem o espectador se aproximar dessa justeza do quadro para entendê-lo, para enxergá-lo".
Mas quem é este filho de imigrantes polacos, nascido na cidade mais polaca do Paraná, Marechal Mallet?
Considerado o precursor da arte moderna no Paraná, Bakun saiu da sua Mallet, onde nasceu em 1909, para se alistar na Marinha Brasileira em 1926. Na Escola de Grumetes do Rio de Janeiro, em 1928, conhece o jovem marinheiro e artista ainda desconhecido José Pancetti (1902-1958). Estimulado pelo amigo, começa a desenhar, seguindo sua inclinação de infância. Realiza desenhos nos diversos períodos em que precisa ficar de repouso por causa de acidentes. Em 1930, é desligado da Marinha por incapacidade física, em conseqüência de uma queda do mastro do navio. Transfere-se para Curitiba, onde trabalha como fotógrafo ambulante. Logo conhece os pintores Guido Viaro (1897 - 1971) e João Baptista Groff (1897 - 1970), que o incentivam a pintar. Autodidata, dedica-se profissionalmente à pintura até o fim de sua vida.
Ainda na década de 40, trabalhava num ateliê coletivo na Praça Tiradentes. Em texto de 1948, o crítico Sérgio Milliet (1898 - 1966), após visita à cidade, aponta para o espírito van-goghiano de Bakun, ressaltando que lhe falta noção da tela como um todo e há excesso de empastamento. Contudo, conclui sua crítica dizendo: "o entusiasmo do pintor, sua participação intensa na obra tornam, entretanto, simpáticos os seus próprios defeitos".
A partir de então, a comparação com o artista holandês se torna recorrente, tanto com relação à pintura de Bakun quanto por seu temperamento melancólico e depressivo. O próprio artista a aceita, reconhecendo sua admiração por Vincent van Gogh (1853 - 1890), cujos quadros conhecia em reproduções ou pessoalmente. Outro ponto de semelhança entre ambos é uma certa religiosidade mística em conflito com um sentimento de profunda solidão, que de modo e intensidade diversos manifestam-se em suas obras.
Em 1950, pintou murais na residência do governador Moisés Lupion, atual Castelinho do Batel. Sua produção artística ganhou espaço em exposições individuais em 1955 e 1957. Foi premiado no Salão Paranaense de Belas Artes e Belas Artes da Primavera da Sociedade Concórdia.
O polaco Bakun, não suportando uma forte depressão, veio a se suicidar em fevereiro de 1963, em Curitiba, aos 53 anos de idade. No dia 28 de outubro póximo vai se completar o centenário de nascimento deste magnífico artista plástico paranaense-polaco.