sexta-feira, 11 de abril de 2014

Jogador Hermes já é cidadão polaco


"Este é um dia importante para mim. E para a minha família também. Agora eu tenho a cidadania polaca. Temos uma grande chance de conquistar um sucesso histórico para o clube Zawisza. É um momento muito feliz para mim."
Com essas palavras o jogador brasileiro Hermes Neves Soares, do time de futebol Zawisza Bydgoszcz resume sua felicidade depois de doze anos morando e trabalhando na Polônia.
"O primeiro dia na Polônia? Lembro-me perfeitamente. Foi no dia 28 de agosto de 2002, saí do avião em Varsóvia e fui dieto para Łódź para jogar no Widzew. Logo logo serão 12 anos aqui." Disse o brasileiro, que nesta quinta-feira recebeu a cidadania polaca.



Hermes chegou no Departamento de Imigração, em Bydgoszcz, acompanhado da esposa e três filhos. A Cidadania foi concedida a ele e as duas filhas menores, nascidas na Polônia. "Mãe, olha. Temos um livro também", tirou a mais nova de um envelope o diploma de cidadania para mostrar à mãe.
Hermes jogou na quarta-feira, à noite, em Białystok, no primeiro jogo contra o  Jagiellonia, que está decidindo a final da Copa Polaca. O Zawisza venceu por 2-0. A segunda partida da volta acontece no próximo 15 de abril, também em Bydgoszcz. A final, vai acontecer no dia 2 de Maio, no Estádio Nacional, em Varsóvia.
"Temos uma chance de fazer algo especial na história do Zawisza. Vencer a Copa da Polônia e, em seguida, ter a possibilida de jogar Liga Europa. Isso sim, seria uma grande coisa". disse Hermes.
O novo cidadão polaco joga no Zawisza há dois anos. Faltam cinco meses para ele completar 40 anos de idade. É o jogador mais velho do campeonato polaco, mas ainda está em grande forma. Na partida contra o Jagiellonia foi um dos melhores jogadores em campo.
"Estou feliz porque minha forma é boa. Gostaria ainda de jogar futebol, mas não dá mais para mim. Estou correndo agora com contrato, mas a decisão é do presidente do clube, se ele será prorrogado",  admite meio-campista.
O time em que ele jogou mais tempo na Polônia foi o Korona da cidade de Kielce
Ele já começou a trabalhar como treinador. No Zawisza ajuda no trabalho com os mais jovens. "Um dia você tem que começar. Gostaria de no futuro ser um treinador", diz Hermes .
Com idioma polaco, ele lida perfeitamente. Ele é fluente. Não teve problemas no exame obrigatório antes de obter a cidadania: ele teve 165 pontos em 200 possíveis.
"Estou constamente aprendendo a língua. As minhas filhas ajudam quando necessário. Mas eu posso me garantir", fala Hermes num polaco bastante razoável. Aproveita para dizer que no clube é também tradutor de seu compatriota,  Luis Carlos, que sabe apenas falar em português.
Além do jogador brasileiro do Zawisza, outros nove estrangeiros receberam a cidadania no ato de entrega dos certificados. "Ficamos felizes quando em nossa região e, portanto, em nossa amada pátria chegam novos cidadãos. Estou particularmente satisfeita pelos mais jovens, que são o nosso futuro", afirmou a voivoda (equivalente a governadora) Ewa Mes. "Estou convencida de que a sua decisão, juntamente com as suas famílias para construir uma casa na Polônia, está correta".
Hermes Neves Soares, nasceu em São Paulo, em 19 de setembro de 1974. Tem 1,68m, 68 kg e joga meio-campista.
O primeiro clube na sua carreira foi SC Corinthians Paulista e está há dois anos no Zawisza da cidade de Bydgoszcz, na Polônia.

Times em que atuou
1995 - Brasil - Corinthians
1996 - Brasil - Bahia
1997 - Brasil - Londrina
1997 - Brasil - Rio Branco-SP
1998 - Brasil - Bahia
1998 - Brasil - Santo André
1999 - Brasil - São Bento
1999 - Brasil - Ituano
2000 - Brasil - Brusque
2001 - Brasil - Olímpia
2002 - Brasil - Goiás
2002 - Polônia Widzew Łódź
2003–2008 - Polônia - Korona - Kielce
2008–2011 - 2012 - Polónia - Jagiellonia - Białystok
2012 - Polônia - Bytom
2012 - Polônia - Zawisza - Bydgoszcz

Títulos na carreira
1993 - Seleção Brasileira - Campeonato Mundial de Futebol Sub-20
1995 - Seleção Brasileira Sub-21 - Campeão do Torneio Internacional de Toulon
1995 - Sport Club Corinthians - Campeão Paulista  e  Campeão Copa do Brasil
1998 - Esporte Clube Bahia - Campeão Baiano
2010 - Jagiellonia Białystok- Campeão da Copa da Polônia e da Supercopa da Polônia
2013 - Zawisza Bydgoszcz - Campeão da 2ª Divisão da Polônia

sábado, 5 de abril de 2014

Líder extremista da Ucrânia quer manter laços com a Polônia

Dmytro Jarosz (Foto: Valentyn Ogirenko)
O Partido ucraniano Setor de Direita acredita que as relações com a  Polônia não deve incidir sobre os acontecimentos negativos da história, basta pensar no futuro.
O líder dos grupos extremistas nacionalistas Dmytro Jarosz afirmou que "estamos abertos a discussão sobre a história, mas nós acreditamos que se deve concentrar-se principalmente não sobre o que era, mas tão somente sobre o que será. Nas relações entre os países, às vezes é diferente - a história é a história - mas você tem que viver o futuro." Essas palavras de Jarosz foram dadas em conferência de imprensa em Kiev.
Ele salientado que o Partido do Setor de Direita é a favor do "desenvolvimento das relações com o Estado polaco. Faremos tudo nesta ordem". Ele também expressou sua gratidão ao povo polaco pela ajuda durante a revolução em Maidan. "Ela fortalece as amizades e as relações fraternas entre a nação ucraniana e a polaca", observou ele.
Jarosz acrescentou que ele tem a intenção de fazer uma visita a Bruxelas para explicar a posição do seu partido para a União Europeia. "Estamos preparando a minha visita a Bruxelas para cara a cara para explicar a nossa posição. Não estamos a procura de inimigos, estamos à procura de aliados", observou ele.
O Partido Setor de Direito é um movimento radical que une várias formações nacionalistas ucranianas. Ele foi muito ativo durante as manifestações na Praça da Independência de Kiev.
Jarosz é candidato às eleições presidenciais antecipadas na Ucrânia, que serão realizadas em 25 de maio.

Fonte: Gazeta Wyborcza

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Jaruzelski é transferido entre hospitais


Wojciech Jaruzelski, 90 anos de idade, ex-presidente da República Popular da Polônia, está com problemas de insuficiência cardíaca congestiva, que vem aumentando.
Após vários meses de tratamento na clínica de Szaserów, em Varsóvia, foi transferido, no domingo último, para o hospital militar em Busko-Zdrój . "Esta fraco fisicamente, mas mentalmente em boa forma", diz o Dr. Bernard Solecki, diretor da instituição.
Jaruzelski, em 12 de dezembro de 2013, foi tratado no Instituto de Medicina Militar, na ulica Szaserów, em Varsóvia, devido ao enfraquecimento significativo de sua capacidade física, resultante da gravidade da insuficiência cardíaca .
Durante a estadia no hospital, entre outros, foi submetido a uma cirurgia urológica. "O general é um homem doente, precisa de reabilitação após um tratamento de quatro meses Atualmente, o paciente está deitado, a nossa tarefa é devolver-lhe a movimentação, para que ele possa sair da cama e mover-se." Disse Dr. Solecki.
O diretor do Hospital Militar de Reabilitação de Busko-Zdrój, afirma que, conversei com Jaruzelski, "agora ele está fraco fisicamente, mas mentalmente em boa forma. Esperamos atingir a meta de reabilitação para ele, o que deve levar de três a quatro semanas".
Em 2013, Jaruzelski foi hospitalizado várias vezes. Em novembro, também fez uma cirurgia urológica. Em agosto e setembro estava no hospital por causa de infecções do trato urinário e pneumonia. Anteriormente, ele tinha sido hospitalizado, no final de janeiro e início de fevereiro, por causa de uma pneumonia.
Em 2011, ele foi diagnosticado com linfoma. Jaruzelski também teve complicações após a quimioterapia.
O Tribunal Regional, em Varsóvia, anunciou em meados de março, que haviam descoberto, que a saúde do general Jaruzelski, não permitia colocá-lo no banco dos réus, no julgamento que corre em Varsóvia, por ele ter colocado a Polônia, em 1981, sob lei marcial, além de outro processo que corre contra ele, pelo massacre dos trabalhadores em Wybrzeża, em Dezembro de 1970.
Em três meses, o processo judicial será novamente analisado, ante a possibilidade de sua participação nas audiências.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Maryla Rodowicz: Sucessora? Eu não tenho sucessora

Talvez a artista polaca mais famosa no Exterior. Maryla Rodowicz faz sucesso desde a década de 70, do século passado.
Quem não se lembra daquela rockeira da Polônia Comunista abrindo a Copa do Mundo da Alemanha de 1974?
Perfeita em todos os gêneros músicas, do folclore, ao jazz passando por baladas, rocks, até o hino nacional.
O portal na Internet do jornal Gazeta Wyborcza, de Varsóvia, destacou Angelika Swoboda,"fofoqueira" de plantão das celebridades, para conversar com essa mulher nascida em Zielona Góra, Polônia, com o nome de Maria Antonina Rodowicz, em 8 Dezembro de 1945.

Swoboda, antes de reproduzir a conversa que teve com a cantora, confessou que "Presumi que as pessoas diriam que Rodowicz tinha ficado maluca. Aquilo a estava deixando nua. Nessa idade ... E neste século! Sim, estou falando sobre o famoso Show de Reveillon de Maryla Rodowicz. Conversei com ela, entre outros assuntos, sobre o que é o show business de hoje, e o que isso significa para a mídia estúpida. Foi tudo bem, ela foi direta, engraçada. Você vai ver, você vai ficar impressionado, quando lhe perguntei antes da entrevista, como é a pessoa Maryla Rodowicz. Ela não exagerou. Em quase três horas de conversa (quando um quarto de uma hora já tinha passado) eu já estava insatisfeita. E sim, eu admito: Fiquei impressionada."

Maryla Rodowicz apresentou-se com esta fantasia no último Reveillon
Angelika Swoboda: A senhora no último concerto da véspera de Ano Novo, com aqueles  trajes...

Maryla Rodowicz: A senhora sabe, que eu tinha uma cirurgia de quadril agendada para 7 de janeiro e o Ano Novo, sabe quando é, não é mesmo? Eu estava cada vez pior, tinha que fazer o show, mas nenhum remédio era capaz de aliviar-me a dor. Compareci diante de Robert Smigielski, Chefe da Clínica Carolina. Ele disse que iria bloquear a minha dor, assim como faz com os atletas que precisam ocorrer, embora mais tarde, a cirurgia me esperasse. "Você sabe que não vais fugir da cirurgia", ele me alertou. Eu sabia, mas eu queria subir no palco e fazer um bom show. Aconselhei-me, apesar dos megacalcanhares, aquele traje louco...

Angelika Swoboda:E depois do show, vozes se levantaram: como você pode ter criado algo assim ...

Maryla Rodowicz: acho que a crítica de colegas de profissão não é legal. Não tente fazê-lo publicamente. Posso fazer em casa assistindo TV, mas não publicamente. Cada um decide como quiser. Esta é apenas uma profissão muito difícil. Eu tenho respeito por colegas do meio. Eu li um comentário feito por Joanna Horodyńska, que o que eu estava usando, não era moda. Arrehh, fiquei irritada! Como uma estilista que trabalha com moda pode avaliar uma criação de passarela? Isto aqui é um outro campo. No palco isto não acontece. É, antes, uma espécie de teatro, a criação de uma outra realidade associada à música.

Angelika SwobodaFoi um show difícil.

Maryla Rodowicz: Nem por isso, para mim foi muito divertido! Dorso de plástico, seios nus, barriga e seios nus com ornamentos anexados: Eu gostei quando a designer Ania Zeman mostrou-me este projeto, eu fiquei emocionada! A idéia era ficar nua e não ficar nua.

Estava ansiosa para saber a reação das pessoas. Eu assumi, é claro, que iriam dizer que Rodowicz estava louca. Que isso a deixou nua. Nessa idade ... E só quis dizer nesta idade! Como se essa fantasia fosse de uma garota gostosa, não houve nenhum uauuu. Estava magra, o plástico ficou maravilhoso, as penas deixaram-me mais magra ainda. Todos ficaram impressionados! Mesmo nos bastidores quando um dos principais assessores da Ania perguntou se Rodowicz tinha uma perna artificial (risos).
Para este concerto convidei muitos músicos, eu queria tocar. Tocamos músicas latinas, incomuns para mim. A chave do concerto foi "Carnaval no Rio". Trajes caros, taxas dos músicos, em suma, altos custos, mas o Ano Novo é uma vez por ano. A coisa toda foi bem orquestrada, mas ninguém escutou. Ninguém sabe o que eu cantava, porque todos só olhavam como eu tinha ficado. Todo mundo estava falando apenas sobre as penas.

Angelika Swoboda: Agora só importava como você se apresentava? Não importava o que você estava cantando?
Maryla Rodowicz: Tinha importância. Mas o fato da forma ser tão eficaz que  distraía o público do meu desempenho, que ninguém escreveu que o show foi bem orquestrado, bem arranjado. Contou apenas a fantasia. O fato de que eu tinha penas e estava nua.

Angelika Swoboda: Você tem arrependimentos desta performance?
Maryla Rodowicz: Eu sabia que isso iria acontecer, e isso que eu quis mostrar foi espetacular. Eu sabia que por um momento eu estou indo sob a ponta da faca e logo tivemos uma longa pausa. Só que eu não achava que as pessoas levariam tão a sério. Para mim, aquilo tudo foi só uma boa piada.

Angelika SwobodaQuantos shows você fez?
Maryla Rodowicz: Na vida? Mais de 6.000.

Angelika Swoboda: O que foi mudando?
Maryla Rodowicz: Com a idade, tornei-me mais e mais profissional. Quanto mais eu estou no mercado, maior é o sentimento de responsabilidade. Como quando eu comecei, eu pensava: suba no palco e tenha cuidado. Agora estou me preparando com muito mais cuidado, mais do público do que eu preciso. Além disso, faço o que posso, cada vez exijo mais de mim mesma. Não é suficiente que eu chegue lá e algo caia. Eu não sou uma debutante, que ainda recebe crédito, mesmo se cometer um erro. Eu não posso deixar de subir no palco.

Angelika Swoboda: E show business de hoje?
Maryla Rodowicz: Tudo mudou. Quando eu comecei, era um grande problema com o sistema de som. Hoje, a capacidade técnica é incomparável. Quando eu comecei, o artista estava engajado na estrada. Katowice, Wrocław, Poznań, etc. Tudo isso em duas semanas. Tocávamos em dois shows por dia - às 17 e  às 19 horas, em pequenos salões. Eram duas caixas acústicas Dynacord, de 100 watts cada uma, era alguma coisa. Agora são dezenas ou centenas de milhares de watts.
Bem, você não podia ter diretores de palco, artistas, tudo era muito duro: Visual, figurinos, dançarinos - tudo isto são custos, que muitas vezes não retornam. Eu lembro que eu fui com meu filho ao show do ACDC em Belgrado, há alguns anos. Quantos fogos de artifício havia! Voltei e eu disse ao meu empresário, " Bogdan, a partir de amanhã vamos tocar e cantar com pirotecnia." Bogdan encontrou uma empresa, nós tocamos uma turnê de verão inteira, houve uma série de efeitos, arrotava-se fogo, o chão queimava. Mas, como eu calculava um dia... Eu disse: "Bogdan não ganhamos quase nada." E ele disse: "Não, mas você  queria pirotecnia." E assim terminou a minha aventura com pirotecnia.

Angelika Swoboda: Doda está fazendo esses shows contigo. Você gosta da Doda?
Maryla Rodowicz: Nós nos conhecemos há quatro anos, antes de um concerto de Ano Novo conjunto em Łódź. Nós cantamos juntas as músicas, juntas escolhemos o repertório, as coreografias, as fantasias. Então, ela me visitou uma ou duas vezes para jantar ... Eu gosto da Doda.

Vou antecipar a sua pergunta sobre o conflito dela com Agnieszka Szulim. Nós não sabemos e provavelmente não saberemos o que aconteceu no banheiro. Mas eu me lembro de um programa no qual Szulim atirou do decote, o cartão de Doda, sobre o público. Pego, não pego, "sobre, você não é um fã." Foi cruel. Doda se machucou. Caiu no fundo do palco, levaram-na para o hospital. Você não pode zombar da miséria, da doença. Isso é ultrajante e deselegante. Não, mas sim a mídia vulgar... E esta é uma doença progressiva. No momento em que você pode sair por aí sem a menor cerimônia, pisando sobre cada um, isso é tão vulgar, tão abaixo da cintura.

Angelika Swoboda: Também invadiram a senhora com vulgaridades?
Maryla Rodowicz: Claro, eu não sou intocável. Isso me irrita, como selecionar fotos. Os portais mostram especialmente aquelas que são horríveis. Paparazzi? Não me incomoda. Eu entendo que o trabalho que eles têm em exposição na rua.

Angelika Swoboda: Provocações dão-lhe prazer? A senhora é escandalosa?
Maryla Rodowicz: Eu sempre gostei de provocação, mas no palco, na vida não. Eu me apresento no palco descalça, com uma coroa de flores, com um violão, não guitarra, encenado minhas canções, preparando cuidadosamente fantasias.

Angelika Swoboda: A senhora não acha que os artistas de hoje não têm mais sucessos?
Maryla Rodowicz: Eu sempre tive sorte com compositores e tive o que cantar. Mas o mercado de música parou,  está em baixa, estão caindo as vendas de CDs e as estações de rádio estão relutantes em tocar música polaca. E é assim que é.

Angelika Swoboda: A sorte agora está no YouTube.
Maryla Rodowicz: Há jovens artistas que estão se promovendo na Internet, e com bons resultados. Internet é poder.


Angelika Swoboda: A senhora percebe alguém como seu sucessor?
Maryla Rodowicz: Sucessor? Eu não tenho um sucessor. É preciso transpor sozinho esse caminho como eu faço há 40 anos ...

Angelika Swoboda: E um jovem artista do qual a senhora gosta?
Maryla Rodowicz: Sim , é claro. Muitos. Eu gosto de Dawid Podsiadło. Ele tem um timbre vocal interessante e repertório. Brodka, Mel Koteluk ... Eu também gosto de Lemon. Combinam muito bem.
Existem algumas bandas que tocam nas coxas. Um exemplo é Enej. Algumas vezes eu tive a infelicidade de tocar depois deles. Este é o único desafio. Eles só fazem a audiência girar. Não há isenção. Vão atrás deles em média 40 mil pessoas de público, o que é tarefa muito difícil. Quero dizer o que é que eu canto? "Niech żyje bal", "Wielka woda", "Łatwopalni"? De repente, e isso depois de um petardo. Meu repertório é bastante lírico, reflexivo, mas não há necessidade de se defender.

Angelika Swoboda: Como a senhora consegue?
Maryla Rodowicz: Eu tenho que arrancar coragem. Eu tenho grandes músicos e constantemente estamos fazendo novos arranjos dos meus hits. Ontem eu assisti com filho o concerto dos Stones do ano passado. Claro,  tocando os mesmos velhos sucessos. O público esperado. Eu assisto concertos de estrelas do mundo inteiro e procuro, como combinar repertórios. Existem algumas regras básicas. Você pode tocar algumas músicas novas, mas, em seguida, tem que tocas os sucessos.

Angelika Swoboda: Como lhe parecem os festivais? Opole, Sopot?
Maryla Rodowicz: Ser convidado para Sopot era uma coisa. Era um evento internacional, eles traziam artistas estrangeiros. Então, tudo fluiu de forma mais lenta, as pessoas têm mais tempo. Opole, por exemplo, fez tudo em uma semana, e já a partir de segunda-feira começaram as provas. Hoje, acontece que os artistas chegam ao palco no último minuto. Eles entram em cena e imediatamente após a saída do concerto eles partem para tocar em outra cidade. Isso faz com que aquela atmosfera de amizade escape, não ficamos mais juntos.

Angelika Swoboda: A hora e local da nossa conversa marcamos por SMS às duas da madrugada.  A senhora em geral dorme?
Maryla Rodowicz: Eu durmo, e muito. Por causa dos concertos tenho perturbado o ritmo do dia. Se vou dormir tarde, levanto-me tarde. As reuniões profissionais são definidas geralmente no período da tarde. Não há opção, levantei-me às sete. Tenho aulas se reabilitação depois das 12, e depois são mais  duas horas de sufoco. Na academia... Eu tenho que assumir uma forma olímpica. Eu tenho um monte de concertos ao ar livre que exigem uma grande quantidade de energia.

Angelika Swoboda: Imagina sua vida sem um palco?
Maryla Rodowicz: Já tinha previsto meu concerto de despedida no Grande Teatro de Varsóvia. Seria no dia 9 de dezembro do ano passado. Tudo foi por água abaixo por questões financeiras. Eu queria tocar as músicas com a Orquestra da Rádio e Televisão Polaca, os custos de transmissão foram superados. A senhora vê, eu não posso nem dizer adeus (risos).
Dei meus arquivos para a Biblioteca Nacional. Textos, notas, cadernos, CDs, fotos. O Diretor da Biblioteca, o Sr. Makowski, planeja este ano uma exposição de minhas fantasias. Em novembro do ano passado, foi publicada minha biografia "Wariatka tańczy" (Dança louca) e consegui liberar a minha antologia - um total de 20 discos desde o início da minha carreira. Em breve será lançada no álbum "Maryla", e as entrevistas com as pessoas com quem eu trabalhei, com músicos, autores, estilistas, fãns. Para essa massa de fotos, fragmentos de entrevistas...

Angelika Swoboda: Este é o  álbum despedida? Afinal de contas, a senhora não tem sucessor ...
-Maryla Rodowicz: Bem, mas os Rolling Stones para se despedir já levam sete anos. Eles fizeram uma turnê de despedida este ano e provavelmente vai fazer no próximo ano. Meu filho Jędrek me prepara grandes shows e para começar é preciso ter um bom equipamento. Preparo-me para a temporada e penso sobre o álbum.

Trecho do show de Reveillon do ano passado:

sexta-feira, 21 de março de 2014

Reações da ex-repúblicas soviéticas à anexação da Crimeia

Matéria publicada nesta sexta-feira, 21/3/14, no jornal Gazeta Wyborcza, traça um panorama das repercussões em antigas repúblicas soviéticas, da invasão e ocupação russa da província ucraniana da Criméia.


A manchete já da o tom do que se trata o texto:
Como se comportam nas ex-repúblicas soviéticas após a incorporação da Criméia pela Rússia? O Kremlin foi apoiado abertamente apenas pela Armênia.

Embora algumas das antigas repúblicas da União Soviética tenham condenado a inclusão da Crimeia na Federação Russa, outros reagem ou se comportam com um silêncio cauteloso.

"Os eventos na Ucrânia não são apenas uma ameaça para a estabilidade da região, mas também para toda a ordem mundial", disse Giorgi Margwelaszwili, Presidente da Geórgia (uma ex-república soviética do Cáucaso).
Depois de uma guerra de cinco dias entre a Geórgia e a Rússia, em agosto de 2008, o Kremlin reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, províncias georgianas em que os russos alimentaram movimentos separatistas, e implantaram seus contingentes militares lá.
A capital Tbilisi e os países ocidentais protestaram contra a ocupação efetiva destas terras georgianas, e agora controladas pelas autoridades de Moscou em ambos os territórios. Estas autoridades saudaram a anexação da Crimeia.

A Transnístria vai se tornar uma segunda Crimeia?
Localizada entre a Romênia e a Ucrânia, a Moldávia, também uma ex-república soviética é habitada por uma maioria que fala a língua moldava. Os moldavios temem uma repetição do cenário ucraniano em seu território.
A sua parte Nordeste da Moldávia - a Transnístria (que significa: além do rio Dnieper - o mesmo da cidade ucraniana de Donetsk) é dominada por minorias russas e ucranianas.
Região teve o apoio de Moscou, em 1992, para separar-se da Moldávia, um ano após o colapso da União Soviética, mas a Transnístria não obteve o reconhecimento de sua independência por parte da comunidade internacional. 

"Há muito em comum entre os eventos na Crimeia e a situação na Transnístria", afirmou o presidente da Moldávia, Nicolae Timofti. "Temos informações segundo as quais, ações específicas estão tomadas a fim de desestabilizar a situação", - acrescentou.

O governo russo dedicou sua reunião de ontem, à questão do "apoio à Transnístria". A reunião foi anunciada na terça-feira pelo vice-primeiro-ministro Dmitry Rogozin, que acusou a Ucrânia de ter "decretado de fato um bloqueio contra Transnístria" (território vizinho da Ucrânia).

Por sua vez em Washington,  nesta quarta-feira, "é parte da estratégia global da Rússia, a intervenção no leste da Ucrânia",  - afirmou  em Washington , o secretário -geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen.

Do outro lado da Europa Oriental, quase na Ásia, Nursultan Nazarbayev, presidente do Cazaquistão (país onde 26% de sua população é de origem russa), e um dos parceiros mais importantes da Rússia, mantém absoluto silêncio.
O Cazaquistão colocou à disposição dos russos áreas de suas estepe, para operação de uma base espacial "Baikonur" russa.
"Para o Cazaquistão, Crimeia é uma lição." As conclusões são do analista Konstantin Kałaczew, chefe de especialistas em política. Ele prevê que nas regiões do Cazaquistão, em que os russos constituem a maioria , "vai se acelerar o processo de reverter estas proporções nacionais".

Outro parceiro importante da Rússia, na fronteira com a União Europeia  é a industrializada Bielorrússia, onde o governo detém o poder de forma autoritária. Os bielorrussos até aqui, mantêm uma grande reserva sobre a questão.

O Ministério das Relações Exteriores da Bielorrússia anunciou que Minsk fará "todos os esforços para que as relações entre a Ucrânia e a Rússia se mantenham nas bases da irmandade e nos princípios da boa vizinhança".

A Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão formaram, em 2010, uma União Aduaneira, que será transformada, em 2015, em União Econômica Euroasiática. O que deverá ser completado com a União Aduaneira que a Armênia anunciou no final do ano passado, ao renunciar ao Acordo de Associação com a União Europeia.
"Se a Rússia continuar sua política atual, pode colocar uma cruz na União euro-asiático", acredita o analista político russo Andrei Klimov.
A Armênia apóia abertamente a política do Kremlin. Isso está expresso nas palavras do Presidente da Armênia, Serzh Sargsyan, que concluiu que "o referendo na Crimeia é um novo exemplo da realização do direito dos povos à autodeterminação."

O Azerbaijão, vizinho da Armênia envolvido em conflito territorial com este país, vai permanecer em bons termos com o Kremlin e mantém discrição.

Na Ásia Central , as autoridades do Turquemenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão permanecem em silêncio. A única exceção é o Quirguistão, que foi totalmente desfavorável ao antigo governo pró-Kremlin da Ucrânia de Yanukovich.

As três ex-repúblicas soviéticas do Báltico, Lituânia, Letônia e Estônia, como países independentes que compõem a União Europeia, juntamente com toda a União condenou a anexação da Crimeia pela Rússia.

terça-feira, 18 de março de 2014

A falta de razão histórica para invasão da Crimeia


A fala do presidente Putin, nesta terça-feira, 18 de março de 2014, no Kremlin, em Moscou é discutível sob pontos de vista históricos e geopolíticos.
Numa história de mil anos, 127 anos, 40 anos, 5 anos de ocupações... São nada se tomados factualmente. Para se analisar a situação da Europa Central, no momento, é necessário ser mais conjuntural. Isto para não se validar crimes e aceitar como verdades situações momentâneas.
De maior potência e de maior território no final da idade média, a União das Duas Nações Polônia-Lituânia, iniciada em 1371 com o matrimônio da Rei da Polônia (Jadwiga - sim rei e não rainha) com o Duque Iaguelão da Lituânia se transformou em República Polônia-Lituânia em 1453.
Evoluiu para uma República Parlamentarista com Senado, Câmara de Deputados e eleição de reis (geralmente príncipes estrangeiros) em 1572. Culminou com a introdução da Constituição de 3 de maio de 1791 (a primeira da Europa) que derrubava o “Liberum Veto”.
O artigo da Lei acabou causando a criação da Confederação de Bar, onde um grupo de congressistas polacos se rebelou contra a queda do "liberum veto" existente desde 1572 e se aliou às potências estrangeiras para a ocupação da Polônia.
De 1793 a 1918, o Reino da Rússia, o Reino da Prússia (atual Alemanha) e o Império Austríaco ocuparam o território polaco e causaram as maiores atrocidades contra os povos da Polônia (polacos, rutenos, ciganos, judeus e tártaros).
Em ações conjuntas, os três invasores dizimaram grande parte da população polaca e introduziram nas terras colonos de suas respectivas nações.
O idioma polaco foi proibido nas três áreas invadidas; proibição dos padres polacos fazerem seus sermões e homilias em idioma polaco; despolonização dos nomes geográficos, ruas, praças e cidades; venda obrigatória das terras polacas para colonos estrangeiros, entre outras medidas, como a Kulturcamp preconizada por Von Bismarck, de eliminar qualquer traço da cultura polaca, substituindo pela cultura germânica; na parte ocupada pelos russos houve a imposição da fome e apreensão de toda colheita agrícola que era enviada para Moscou.
Com a derrota do Império Austríaco e germânico na primeira guerra mundial, a Polônia pode sair das trevas impostas pelos vizinhos poderosos e novamente hastear a bandeira branca e vermelha da águia branca e voltar a figurar no mapa do mundo.
Mas os comunistas que assumiram o poder na Rússia Monárquica em 1917, voltaram a invadir a Polônia e foram rechaçados por um exército polaco muito menor.
Em resposta às tentativas do presidente polaco Józef Pilsudski e do líder ruteno Symon Petliura de se criar um Estado para a Rutênia, os bolcheviques de Moscou se adiantaram e criaram em 1922, a República Socialista Soviética da Ucrânia, em território que havia sido da Polônia.
Os Rutenos que viviam há séculos na Polônia, viraram ucranianos comunistas e a Rutênia milenar se transformou na Ucrânia controlada por Moscou.
No final da Segunda Guerra Mundial, os líderes Ocidentais e a Rússia dividiram os territórios da Europa Central, sem ouvir a maior vítima da Guerra, a Polônia. O líder Soviético avançou mais sobre o território da Polônia, dando as terras para a Ucrânia Soviética. Comboios e mais comboios de polacos foram retirados de suas terras milenares do Leste e socados nos 312 mil Km quadrados de território que sobrou na divisão encetada por Stalin, Truman e Churchill na Reunião de Potsdam.
Os Estados Unidos então resolveu reconstruir os agressores alemães através do Plano Marshall e relegar à própria sorte a vitimada Polônia. Em troca, os Estados Unidos impuseram a permissão de instalar várias bases militares na Alemanha (Ocidental).
À Polônia destruída por alemães e soviéticos, restou lutar contra guerrilheiros ucranianos que invadiam o território destinado a Polônia, no intuito de aumentar o território da Ucrânia Soviética e assassinar mais polacos. Por 4 anos, a Polônia se viu sozinha e acossada por Stalin. Viu seu território ser invadido por civis russos que provocavam badernas e crimes.
Em 1949, da mesma forma que Putin fez agora na Crimeia, foi imposto um referendo aos polacos se desejavam ou não se tornarem comunistas como a Rússia.
As fraudes foram escandalosas pró-Rússia, como foi agora na Crimeia. Assim, mais uma vez a Polônia sofreu ocupação russa, agora de caráter comunista stalinista.
Como uma ilha católica apostólica romana na região, cercada por protestantes ao Norte, Oeste e Sul e por ortodoxos a Leste, a Polônia teve as portas de suas igrejas, por mando do comando soviético, em Moscou, fechadas.
Em 1953, o Cardeal Primaz da Polônia, Stefan Wiczynski foi preso pelas autoridades soviéticas. Foi libertado em 1956, quando as portas das igrejas foram abertas.
Não tomasse esta atitude, de liberação, os soviéticos teriam visto o comunismo acabar na Polônia, em 1956.
Os anos que se seguiram não foram fáceis para os polacos, levantes em 1960, 1963, 1968 e 1970 tornaram as relações Varsóvia-Moscou desastrosas.
Em 1981, foi preciso a instauração da Lei Marcial, para segundo o presidente polaco Jaruzelski impedir uma invasão do exército soviético, como havia acontecido na Tchecoslováquia e Hungria, uma década atrás.
Mas finalmente os operários dos estaleiros de Gdansk e os mineiros da minas de Katowice fizeram ruir o grande Império Soviético....e vários povos puderam se libertar de Moscou.
O chefe do Serviço Secreto Soviético assumiu o poder então na Rússia (vem se revezando no papel de primeiro-ministro e presidente) e vem tentando recompor o antigo Reino do Romanov e o Império dos Soviéticos.
Como estratégia tem levantado a ideia de defender povos de origem russa presentes nas repúblicas reinvadidas da Chechênia, das províncias da Geórgia (Ossétia do Norte e do Sul, e Abicássia). O oferecimento de cidadania e passaportes russos para todos os cidadãos de outras nações que nasceram no período soviético foi uma primeira medida.
A segunda medida foi invadir repúblicas e províncias estrangeiras com o véu de proteção.
Não foi nada mais do que isso, o que está acontecendo na Crimeia...e amanhã será Donestk e Kharkiv... e quem sabe num futuro não muito distante, Varsóvia... Isso para reconstituir não só Império Soviético de 1917 a 1989, mas também o Reino dos Romanov de 1793 a 1918.
Putin quer ser coroado Rei das Europa Central e do Leste.
Esse é o grande propósito, e o Ocidente como fez em 1793/95 e em 1949 vai deixar a Polônia relegada a sua própria sorte...
E pensar que os Estados Unidos receberam o maior contingente de imigrantes em sua história, não da Irlanda, ou da Inglaterra, mas justamente da Polônia, fossem católicos ou judeus. Foram os polacos judeus que transformaram Los Angeles em Hollywood.
A pergunta é: o que os Americanos descendentes de polacos católicos e de judeus têm feito ao longo do tempo para defender a Polônia?
O que a maioria dos cientistas americanos ganhadores do Prêmio Nobel (a maioria nascidos na Polônia) têm feito para defender a Polônia?
O que os israelenses descendentes de polacos judeus têm feito para defender a Polônia?

Texto:
*Ulisses Iarochinski
(mestre em cultura internacional e doutor em história pela Universidade Iaguielônica de Cracóvia)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sikorski: o novo líder da Europa?

capa da revista semanal Tcheca "Respekt" desta semana
A revista semanal tcheca "Respekt" saiu às bancas nesta segunda-feira com matéria de capa analisando a "Polônia como um poder crescente na Europa".
A revista chamou, o ministro das relações exteriores da Polônia, Radosław Sikorski como um novo líder ao estilo Lech Wałęsa.
O ministro das Relações Exteriores polaco foi o responsável pela mediação entre a oposição ucraniana da Praça Independência - Maydan, em Kiev e o presidente deposto Viktor Yanukovych.
O "Novo líder na Europa", que muda a política e a história da Europa, foi como semanário Tcheco "Respekt" em sua mais recente edição desta segunda-feira o definiu.
No contexto do conflito na Ucrânia, a revista apresenta a Polônia como sendo um crescente poder europeu e chama a atenção para a atividade política e a dinâmica, nos últimos anos, da estrela política Sikorski.
O semanário lembra a mediação de Sikorski entre a oposição ucraniana e o afastado Presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich do poder.
"E, embora a mediação tenha ocorrido por apenas algumas horas, ela levou a uma enxurrada de eventos, que hoje estão mudando substancialmente a ordem mundial. Esta não é a primeira vez que Radosław Sikorski, na onda dos eventos, é empurrado para a frente. Mas desta vez, não podemos deixar de notar que o polaco está se tornando uma estrela política, o que não acontecia na Europa Central desde os anos 90, quando o mundo ouvia Vaclav Havel ou Lech Wałęsa",  publica a revista.

Trecho do Editorial da Revista:
Polônia será o poder de liderança nos países da coalizão que enfrentam a Rússia ", escreveu há cinco anos, o cientista político americano George Friedman em seu livro os "Próximos Cem Anos".
Pela primeira vez desde o 16 século, de acordo com Friedman, os polacos se tornaram uma força importante na política internacional, e a razão é uma só: os russos não suportam a idéia de que eles eram parte de uma série de países e o normal é que eles querem ter mais influência.
Portanto, de acordo com Friedman, novamente eles tentam "construir a sua antiga esfera de influência ". O primeiro país que a Rússia vai enfrentar será a Polônia que, ao contrário da Alemanha, vai obstruir as ambições de Moscou, escreve Friedman. Para os Estados Unidos, a Polônia vai se tornar um aliado-chave. Friedman já provou uma capacidade fascinante de prever o futuro, e é este desenvolvimento que vemos agora.
Quando publicou seu livro, pareceu para muitos que ele exagerava. Mas ele mesmo escreveu que estava errado quem pensa que a paz atual será para sempre. "É verdade que as circunstâncias que, em um momento da história parecem tão persistentes e dominantes, podem mudar muito rapidamente. Eras vêm e vão. Nem as relações internacionais, ou qualquer coisa sobre como o mundo olha hoje, indica como vai ficar daqui a vinte anos", escreveu Friedman.
O fato da Polônia tornar-se um grande jogador do tabuleiro atual, não só para aqueles que desdenham a história, o nosso vizinho trabalha há vários anos nesse sentido. Um diplomata tcheco, nos bastidores disse que, enquanto os tchecos do último governo debatiam sobre o mal Bruxelas construído por nós mesmos em um canto, os polacos estavam ativos: "Qualquer porta que você abriu em Bruxelas, ficou atrás de um poste com uma ideia ou uma proposta", disse o diplomata tcheco.
A prestigiada revista britânica "Prospect" há dois anos classificou a Polônia entre os países mais ativos na Europa e também entre os mais capazes. A influência significativa deslocou mais uma vez o atual ministro das Relações Exteriores da Polônia Radosław Sikorski para zonas de conflito. Sua voz foi ouvida antes, mas a sua atividade na abordagem da crise na Ucrânia ultrapassou a todos na política europeia como um diplomata cada vez mais influente.
É por isso que nós trazemos o seu perfil escrito por Martin M. Šimečka .
:: No passado, nós trouxemos a entrevista na "Respekt" com Radosław Sikorski e sua esposa, a jornalista e historiador Anne Applebaum.
Ao finalizar trago mais um pouco de Friedman. Ele diz que se a Rússia desencadear uma nova guerra fria (devido ao mau estado da infra-estrutura e da curva demográfica do país), ela estará acabada pois será: a queda da Rússia. Caros leitores,
Desejamos-lhe uma leitura inspiradora
Erik Tabery

Veja a capa no link:
http://www.respektstore.cz/tapety/ilustrace-z-titulni-strany-respektu-12-2014/

Sikorski é tratado no editorial da revista e por seus editorialistas como o novo líder político da Europa Central

http://respekt.ihned.cz/c1-61853750-editorial-rusko-nevyhraje