sábado, 21 de setembro de 2013

Wiesenthal esbarrou em bispo católico quando buscava Wächter

Otto Wächter (esq.) com Heinrich Himmler (centro), durante a ocupação alemã na Polônia

Por Roberto Almeida e Vitor Sion | Viena e São Paulo

Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, centenas de sobreviventes do Holocausto passaram a procurar nazistas fugitivos para tentar levá-los à Justiça ou fazê-la com as próprias mãos. Aquele que ficou mais conhecido com essa iniciativa foi Simon Wiesenthal (1908-2005), cuja história se ligou à de Otto Wächter, comandante da SS e ex-governador da Cracóvia, na Polônia, e da Galícia, noroeste da Ucrânia.
Em seu livro “Assassinos Entre Nós”, Wiesenthal diz ter visto Wächter no dia 15 de agosto de 1942 coordenando os trens da morte que levaram judeus de Lwów, hoje Ucrânia, para o extermínio. Cerca de quatro mil idosos foram arregimentados e enviados para campos de concentração. Entre eles, relembra o ativista judeu, estava a mãe que nunca mais tornaria a ver.
O filho de Wächter, Horst, nega a informação. Ao receber a reportagem de Opera Mundi no Castelo Hagenberg, Horst apresentou como prova uma carta do líder nazista à mulher, dizendo que estava em reunião do partido na Cracóvia. Ele diz ainda que Wiesenthal confundiu seu pai com Fritz Katzmann, que era o chefe da SS em Lwów. 

Carreira de Wiesenthal
Em favor da versão de Horst, além do documento, está o histórico de erros da obra de Wiesenthal. Ao tentar capturar o famoso médico de Auschwitz, Joseph Mengele (1911-1979), que veio para o Brasil após a guerra, o pesquisador disseminou ao menos duas informações falsas. A primeira delas dizia que Mengele estava em Porto São Vicente, na região do Alto Paraná, no Paraguai.
No entanto, autoridades paraguaias responderam que tal localidade nem sequer existia. Antes disso, em novembro de 1968, Wiesenthal distribuiu à imprensa e aos órgãos policiais supostas fotos de Mengele nas ruas de Assunção.
O fotografado, porém, não era o médico de Auschwitz. O trabalho de Wiesenthal, no entanto, foi fundamental para muitos sucessos em prisões de nazistas. Teve papel relevante nas buscas por Adolf Eichmann (1906-1962), finalmente capturado em 1960 na Argentina e levado a Israel por agentes do serviço secreto do país, o Mossad.
Eichmann foi o responsável pela montagem burocrática do sistema de extermínio nazista, e seu julgamento, em 1962, foi um marco na história da condenação de criminosos de guerra. O caso também é bastante conhecido por ter sido objeto de reflexão da filósofa Hannah Arendt, que resultou no livro “Eichmann em Jerusalém”.
A prisão de outro nazista de alto coturno, o chefe do campo de Treblinka, Franz Stangl (1908-1971), é resultado direto das pesquisas de Wiesenthal. Um genro de Stangl teria fornecido ao austríaco, já famoso pela busca de nazistas, a localização de Stangl, preso em 1967 no Brasil.
Na época, ele trabalhava com o nome verdadeiro na Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP) e foi extraditado para a Alemanha, onde foi julgado e condenado a prisão perpétua. Logo em seguida à prisão de Eichmann, animado com a captura, passou a considerar Wächter “o fugitivo nazista mais odiado”. Seu paradeiro, até então, era desconhecido e as circunstâncias de sua morte, duvidosas.
O comandante da SS e governador havia escapado para Roma sob nome falso, no pós-guerra. Passara a se chamar Alfredo Reinhardt e estava sob os cuidados do bispo austríaco Alois Hudal, responsável pela chamada “Linha dos Ratos”, que acobertou e facilitou a fuga de criminosos de guerra para a América do Sul – entre eles, Mengele e Stangl. Ele manteve sob proteção Wächter e seu arquivo, conhecido como “Arquivo Wächter”, no mosteiro Santa Maria Dell’Anima, perto da Piazza Navona, em Roma.
Opera Mundi teve acesso às correspondências do ativista judeu depositadas no Instituto Simon Wiesenthal, em Viena, que narram a investigação sobre o paradeiro do comandante da SS e sobre seu arquivo, uma caixa de documentos do governo nazista na Galícia polaca, que continha informações importantes sobre a morte de milhares de judeus no leste europeu.
Em sua investigação, Wiesenthal conseguiu reunir farta documentação proveniente de Berlim, como a ficha completa do comandante da SS e todos os seus passos na carreira militar, mas ainda buscava informações relevantes sobre os guetos e os trens da morte das cidades polacas de Cracóvia (Polônia) e Lwów (hoje Ucrânia), de onde saíram as locomotivas e vagões que levaram sua mãe.
As correspondências, porém, mostram que os pedidos de informações preciosas sobre o paradeiro de Wächter e seu arquivo esbarraram nas negativas do esquivo bispo Hudal.

Insistência e frustração
Durante as décadas de 1950 e 1960, período em que Wiesenthal mais se esforçou em encontrar o arquivo, a morte de Wächter em Roma já havia sido noticiada por jornais austríacos e italianos. Mesmo assim, desconfiado das circunstâncias, o ativista judeu pediu diversas vezes ajuda a terceiros, que sondaram o bispo Alois Hudal sobre a morte e os pertences do comandante da SS.
“Meu colega, um alto aristocrata austríaco, visitou o bispo Hudal em 1950 e perguntou sobre o Arquivo Wächter. Hudal disse a ele que o arquivo estava depositado na ‘Anima’, mas que ele não poderia acessá-lo”, escreveu Wiesenthal em 21 de junho de 1961 a um procurador da cidade de Waldshut, no sul da Alemanha.
Sem desistir, Wiesenthal endereçou mais cartas a procuradores alemães e italianos, expondo a necessidade de encontrar os documentos. Em 28 de março de 1962, o ativista judeu recebeu uma resposta desanimadora da procuradoria de Ludwigsburg, dedicada a investigar os crimes do nazismo.
“Bispo Hudal declarou que nunca viu o Arquivo Wächter. Ele viu Wächter uma única vez e ele tinha sido envenenado, morrendo em um hospital de Roma. Ele é o diretor da igreja alemã assim chamada e deu a ele o último sacramento”, afirma o procurador. Ele continua: “Não vejo necessidade de continuar a investigação, afinal, as informações comprovam que Dr. Wächter não está mais vivo.” Mesmo depois da negativa, Wiesenthal manteve correspondência com um de seus informantes, Theodor Faber, em Salzburgo.
Em 3 de abril de 1962, pouco depois de receber a carta da procuradoria de Ludwigsburg, o ativista judeu afirmou que ainda acreditava que os documentos estariam na igreja, confiando na primeira informação recebida. No entanto, o arquivo nunca foi encontrado. O destino do arquivo Horst Wächter, filho do comandante da SS, afirmou a Opera Mundi que sua mãe, “desesperada e sem saber o que fazer com os documentos”, destruiu o arquivo e deixou para sempre uma lacuna na história.
Mesmo sem acesso aos números, dados e protocolos da administração nazista na Galícia, há documentos depositados no Castelo Haggenberg e compilados por Horst, sob análise de acadêmicos alemães, que podem ser considerados uma nova fonte de valor incalculável para a história do nazismo. São centenas de fotos e correspondências entre Otto Wächter e sua mulher, Charlotte Bleckmann, que trazem informações inéditas sobre a atuação do comandante da SS à frente da administração da Galícia.
As cartas atravessam a Segunda Guerra Mundial e chegam ao período em que o nazista estava escondido em Roma, sob proteção do bispo Hudal. As informações desenham um perfil detalhado do nazista, que encheriam os olhos de Simon Wiesenthal. O ativista judeu morreu em 2005 sem saber o paradeiro daquele que considerava seu maior inimigo.
Wiesenthal tentou, até a década de 1980, buscar mais informações sobre Wächter, novamente sem sucesso. Horst afirma que, àquela época, “não estava preparado” para abrir o arquivo. Foi a partir dos anos 2000 que mergulhou nos documentos. “Com o passar dos anos, a necessidade de dizer a verdade aumentou, assim como a reação contrária da minha família”, disse.

Em carta do arquivo, Wächter fala em fugir para o Brasil


Caro Ladurner! 

Eis que volto agora da cidade completamente acabado. Durante o dia a temperatura chega a graus consideravelmente mais quentes. Mas as noites esfriam maravilhosamente. Eu agora entendo porque todos os homens aqui vestem camiseta regata por baixo da camisa. Resfria-se muito facilmente com a mudança de tempo, razão pela qual o guia Baedecker e a experiência de Deterling acham aqui muito pior que no Norte.
Agora, vamos ao que interessa:
I. Documentos: nenhum progresso desde minha última carta. Situação em nada mudou! – O P.A. prometido [passaporte, possivelmente] tampouco tenho em mãos ainda; devo conseguir na próxima ou nas próximas duas semanas.
II. Emigração. – Aqui lhe dou o resultado das conversas que tive nos últimos dias a respeito desse assunto. Garantias sobre a pertinência deles, naturalmente não posso endossar.
Segundo Hu. [Alois Hudal, possivelmente], passaportes da Cruz Vermelha não serão mais expedidos após o fim de maio. Essa função será então transferida para um departamento do Vaticano. Ele acredita que o documento emitido pelo Vaticano poderá ter menos valor que os atuais (que por sua vez já possuem reconhecimento bastante limitado).
Detering tem outra opinião e diz que esse tipo de afirmações já se repetiram várias vezes sem jamais terem sido provadas. – O processo de obtenção você conhece. É preciso ter prova de apátrida. H. poderia lhe fornecer uma, mas somente sob o seu nome verdadeiro! – D. tem outro caminho, que também possibilita outras coisas.
Como o lance da “Libre” continua e continuará evidentemente enrolado, H. sugere pegar um visto de turista, que segundo ele é possível obter com um passaporte da Cruz Vermelha, para conseguir chegar até lá. As cerca de 150.000 liras necessárias, ele sugere pegar emprestado aqui, pois ficaria muito feliz com a possibilidade de conseguir dinheiro bom em troca. – (Eu sei o quão teórica é a coisa, mas quero lhe reportar sobre tudo, e especialmente as possibilidades discutidas. E quem sabe se, enquanto isso, você mesmo já não tenha encontrado um financiador de peso!?). Aqui achamos que, quando você estiver já do outro lado, você vai se virar de alguma forma. – Segundo H., um visto de turista é concedido mediante apresentação de quaisquer informações sobre intenção ou motivos de visita.
Em conversas com atuais candidatos à Argentina, pude verificar que estes, devido às conhecidas dificuldades, foram até o Brasil para mudar de profissão. –Você deverá fazer o mesmo quando estiver do outro lado, para aumentar suas chances de sucesso. –O consulado que emite o visto (Br. [Brasil] não tem conhecimento de nenhum “Libre”) exige:
1) Passaporte (também da Cruz Vermelha, desde que junto com qualquer documento mais antigo, de antes da Guerra, e com fotografia; carteirinha de clube alpino, por exemplo, deve servir).
2) Certidão de Nascimento
3) Certidão de Casamento
4) Carteira profissional (do tipo técnico ou agronômico), ou um atestado de que trabalhou por mais de dois nessa tal profissão (atestado da firma é suficiente).
5) Declaração de que não é comunista (anexo nesta).
Também conversei com um senhor que se encontra na mesma situação que você, e que também espera (para ir à) Argentina desde dezembro.
Ele me contou uma notícia direto da fonte: os brasileiros na verdade não reconhecem os passaportes da Cruz Vermelha, mas se contentariam com um passaporte austríaco ou I.Karte [carteira de identidade]. Além disso, é possível falar de maneira bem aberta com eles, sem que as autoridades austríacas tomem conhecimento. As outras quatro exigências supracitadas são, segundo ele, também necessárias.
Ele mais tarde comentou, quando falávamos do seu caso, que acreditava poder levantar o financiamento para lhe ajudar (da mesma maneira que havia conseguido para si). Condição indispensável para isso é que você declare ser Protestante (isso mesmo: Protestante!!). – Trata-se aqui da organização que já financiou a viagem de um grande número de interessados, e da qual até há pouco fazia parte aquela famosa dama americana. Naquela época também pagavam, excepcionalmente, para pessoas de outras confissões, mas agora, com a mudança de regime, essa opção está infelizmente descartada. – Eu devo dizer que essa pessoa de que falo me parece ser um homem bastante sério, depois de tudo que pude saber sobre ele. – O dito cujo também disse que daqui dez dias, ou seja, lá pelo dia 20, estará aqui pra pegar seu navio. Nesse tempo ele poderia lhe dar uma ajuda nessas coisas, conforme ele mesmo disse. –Eu sei muito bem que essas coisas não lhe agradam por princípio, mesmo assim não gostaria de deixa-lo desinformado sobre esta possibilidade, e lhe manterei informado do que acontecer.
Quanto a uma eventual permanência aqui, seria possível lhe arranjar almoço e jantar de graça no refeitório papal, em princípio por uma semana (renovável). É meio primitivo, assim como a companhia, mas é o que há. – A grande dificuldade continua sendo como sempre o bairro. Eu acabei agora mesmo de falar sobre isso com D. Nós não vemos nenhuma outra possibilidade (para pernoite), além do instituto onde eu dormi na minha primeira semana (400 por noite com café-da-manhã 450) ou uma pensão que D. citou (300 a 350 por noite). Se você ficar apenas na semana até o dia 20, é possível agitar. – Eu aguardo assim a sua decisão.
Eu gostaria ainda de enfatizar, como já o fiz na minha primeira carta, que se você quiser vir até aqui por documentos, os custos e despesas no momento não valem a pena. Se você tem interesse nas coisas aqui discutidas e ainda consegue encarar todos os obstáculos e cumprir todos os requisitos, aí sim as suas despesas e o seu tempo estarão mais que justificados. No caso de você não querer ir ao Brasil, e essa oferta vale só para lá, você poderá economizar seu dinheiro tranquilamente e deixar a manivela girando comigo, como venho fazendo há tanto tempo durante essa longa estadia aqui. De toda maneira haverá sempre nuances aparecendo, as quais, quando eu achar relevante, continuarei lhe informando como nesta.
Aquele sujeito que o Pri. e o seu amigo Redator bem chamavam de Croata infelizmente já se foi para a Argentina há bastante tempo. E não deve voltar nunca mais.
Se você vem até aqui, melhor tomar o trem noturno que chega de manhãzinha para não passar pelas mesmas complicações que eu passei, e me avise com antecedência por telegrama.
Neste ínterim, cordiais saudações,

Alfredo Reinhardt

Por favor me escreva o endereço daquele parente meu de nome, o seu antecessor R., que está na Argentina. Gostaria de escrever a ele e me informar sobre o mapa (pode ser também um cartão).

Grande abraço e um beijo nas mãos de Frau F.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Alemanha está exportando idosos para a Polônia

A pacata Szklarska Poręba nas montanhas silesianas
Por Naomi Kresge, 
da Bloomberg

Sonja Miskulin se esqueceu de seu amado gato, Pooki. Ela não pode lembrar se tem netos e não recorda a viagem de nove horas realizada num recente domingo, no qual ela abandonou para sempre sua casa na Alemanha.
A ex-tradutora, que sofre de demência e anda em cadeira de rodas, comemorou seus 94 anos, no mês passado, em uma casa de repouso na Polônia. Sua filha a mandou para o local para que tenha uma vida melhor e um tratamento mais econômico. Miskulin uniu-se à vanguarda de um movimento controvertido: residentes de asilos que emigram.
A tendência à “exportação de avós” tem causado indignação na Alemanha. O maior jornal de Munique denunciou o fenômeno como sendo de “colonialismo gerontológico” e o comparou às nações que exportam lixo próprio.
Contudo, cada vez mais famílias como a de Miskulin afirmam que é a melhor opção para dar uma velhice digna aos seus pais idosos – e poupar dinheiro – perante a falta de atenção de boa qualidade em casa. Segundo uma pesquisa feita em março pela TNS Emmid, uma das maiores empresas de sondagens da Alemanha, um em cada cinco alemães consideraria atualmente viajar ao exterior para procurar uma casa de repouso. “Eu somente posso dizer: crianças, quando seus pais ficarem velhos, mandem-nos à Polônia”, disse a filha de Miskulin, Ilona von Haldenwang, de 66 anos.
Idosos que migram da Alemanha são um sinal de alerta para um desafio de proporções globais. À medida que a taxa de natalidade decresce, que a esperança de vida aumenta e a geração de baby boomers chega à velhice, as Nações Unidas estimam que a população mundial de pessoas com mais de 60 anos mais do que triplicará, chegando a quase 2 bilhões em 2050. Enquanto isso, mesmo em países como a Alemanha, onde o governo assiste aos idosos, o custo dos asilos está tornando-se rapidamente proibitivo.
Espera-se que os gastos dos alemães em atenção médica com seus idosos aumentem, no longo prazo, de 1,4 por cento para 3,3 por cento do PIB em 2060, segundo um relatório da Comissão Europeia publicado no ano passado.

O novo lar de Miskulin é uma pitoresca estância de esqui chamada Szklarska Poręba, (próxima a cidade de Jelenia Góra, quase fronteira com a República Tcheca) cuja tradução aproximada é “Clareira para fazer vidro”, nome derivado das muitas fábricas de vidro que antes estavam na região.
Sua filha escolheu a casa de repouso sem vê-la, depois de estudar seu site e reunir-se com uma agente de colocação em casas de repouso. O que começou como um ato de desespero – exportar sua própria mãe – logo começou a fazer sentido.
Durante quatro anos, Von Haldenwang viu como a saúde da sua mãe se deteriorava no que ela atribuiu ao mau atendimento na Alemanha. Agora, por um terço do preço dos cuidados cobrados na Alemanha, Sonja mora em um lugar de cem anos, luxuoso e restaurado, onde desfruta de boa comida, da atenção permanente e de terapia ocupacional.
Os donos afirmam que no futuro próximo metade dos pacientes virá da Alemanha, que possui, por lei, um seguro de longo prazo oferecido pelo Estado em um programa de quase vinte anos de antiguidade, benefício que está fora do alcance da maioria fora da Europa, como nos EUA.
O seguro paga 1.550 euros (US$ 2.060) por mês aos cidadãos alemães como Miskulin, que precisam do maior nível de atenção. É menos da metade do custo médio para tal tratamento na Alemanha, que chega a 3.250 euros.
As casas de repouso na Polônia estão anunciando o que, podem ser em alguns casos similares ou até melhores, os serviços por 1.200 euros por mês. O governo alemão paga até 700 euros pela atenção fora do país. Trata-se de uma equação persuasiva para os alemães mais velhos e seus filhos adultos. Além disso, é provável que os custos no país somente aumentem: espera-se que a população da Alemanha figure entre as mais idosas do mundo em 2050 junto com a japonesa, a sul-coreana e a italiana, com 15 por cento de pessoas com mais de 80 anos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O atrativo dos alemães idosos com dinheiro no banco chamou a atenção dos empreendedores polacos e dos donos de fazendas que já viveram tempos melhores. Um dos novos estabelecimentos tentou transferir um pedacinho da Alemanha para a localidade polonesa de Zabełków.
Como Szklarska Poręba, Zabełków fica na Silésia, uma região que durante muito tempo foi ocupada pelos alemães da Prússia e pelo Império austríaco dos Habsburgo, integrando-se finalmente à Polônia após a Segunda Guerra Mundial.
Na casa de Zabełków, as enfermeiras falam alemão, os anúncios do elevador estão em alemão e a cozinha foi feita pela Robert Bosch GmbH. Seus pacientes comem refeições clássicas da Alemanha como o jantar frio com pão, carne defumada e queijo.
Na televisão grande de tela plana, é possível ver o jogo de futebol entre o Wolfsburg e o Mönchengladbach, pela Bundesliga alemã.
A roupa de cama, o sistema de ligação de emergência e as luvas sanitárias são feitas na Alemanha – até mesmo as colheres de chá são fabricadas pela marca alemã BSF.
Desde que abriu na última Páscoa, a residência já ocupou suas 34 camas e está terminando de construir seis quartos individuais no sótão, que já estão reservados para novembro, conta Fabrice Gerdes, que foi gerente na inauguração.
Gerdes, consultor de gestão nascido na Alemanha, construiu a casa com seu sogro polaco em frente à fazenda onde sua sogra nasceu. “Superamos por muito as metas que tínhamos estabelecido”, disse Gerdes. A casa que Von Haldenwang acabou escolhendo para sua mãe foi pensada, originalmente, para polacos com dinheiro.
Após a abertura em setembro de 2012, os donos – que também possuem um centro médico no distrito de Karpacz – descobriram que a maioria dos seus clientes era de alemães e de polacos que moravam no exterior. 
Miskulin teve sorte: ela tinha passado parte da sua vida como funcionária pública, recebendo uma pensão relativamente generosa de 1.500 euros por mês, quase suficiente para cobrir sua parte dos custos da casa de repouso do lado da casa da sua filha onde ela estava originalmente.
Mesmo assim, acumulavam-se custos extras de até 250 euros mensais por cortes de cabelo, manicure e pedicure, “somente para fazer dinheiro”, disse Von Haldenwang.
Enquanto isso, ela começou a procurar uma casa nova, primeiro, nas redondezas, e depois, desanimada, pelo preço da atenção e com a qualidade, mais longe. Para achar uma residência na Polônia, Von Haldenwang acudiu a um intermediário: o empresário Günther Stobrawe. Um ex-agente de vendas à distância, Stobrawe criou, no ano passado, um serviço de colocação para alemães em casa de repouso na Polônia.
Ele criou o local com sua mulher – polaca e ex-administradora desses estabelecimentos na Alemanha – e um amigo. Muito longe Stobrawe conta que o negócio começou a decolar nos últimos meses. A companhia já aconselhou mais de cem famílias, recebeu oito idosos e assinou contratos para mudar mais sete para a Polônia nos próximos meses.
A companhia possui parcerias com oito casas de repouso na Polônia. “Nossos clientes não dependem da previdência social”, explica Stobrawe enquanto bebe seu cappuccino e uma água mineral na estação de trem em Wiesbaden, uma luxuosa cidade perto de Frankfurt, famosa pelos seus banhos. “São pessoas que pouparam algo”. Von Haldenwang afirma que a saúde da sua mãe está melhor agora do que quando morava perto dela.
Ela não toma sedativos, está mais desperta e ciente do que acontece em volta dela, conta a filha. Ela voltou a se lembrar do polaco – uma das muitas línguas que falava como tradutora – nas conversas com a diretora Grab, que por sua vez recebe lições de alemão de um paciente. “A nacionalidade não parece ter a mínima importância”, disse Grab. “Estávamos um pouco nervosos pelo aniversário da guerra, mas vimos que uma das pacientes, uma polaca que lutou na Revolta de Varsóvia, sentou-se à mesma mesa com dois alemães e viraram amigos”.

Eleições alemãs não despertam interesse na Polônia

Merkel ao lado de Donald Tusk em visita a Polônia
Entre a opinião pública alemã, a atual chanceler federal alemã é apresentada na maioria das vezes como uma parceira confiável na Europa. A simpatia por se tornou tanto maior quando se veio a público que seu pai era polaco. "Quando ela falava antigamente que era fã da Polônia, pensávamos que era por causa de viagens que ela tinha feito ao país na época do comunismo. Hoje, essas palavras encontram-se num contexto totalmente diferente", escreve o maior diário polaco, a Gazeta Wyborcza.
Angela Merkel
De maneira geral, contudo, o interesse da mídia polaca pelas eleições alemãs é pequeno. Parte-se do princípio de que Merkel irá continuar governando. O escritor e jornalista Adam Krzemiński critica também a falta de vigor da campanha eleitoral alemã: "Nenhum assunto, nenhum debate, nada sobre o que se pudesse realmente brigar", descreve Krzemiński.
Ele questiona se "as fraquezas estruturais dos social-democratas" podem ser responsabilizadas, pois o partido, na oposição, não engrenou com força na campanha.
E num ponto Krzemiński dá razão a Peer Steinbrück: o social-democrata vê no passado de Angela Merkel (ela cresceu na ex-Alemanha Oriental) seu desinteresse pela Europa. "O pensamento de comunidade na Europa não era algo conhecido dos cidadãos lá", diz o jornalista, apontando "uma pontinha de verdade" nas polêmicas declarações de Steinbrück.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Câmara Federal aprova acordos com Polônia

Câmara Federal em Brasília
A Câmara Federal dos Deputados, do Brasil, aprovou nesta quinta-feira (12), os projetos de decreto legislativo (PDC 825/13) e (PDC 873/13), que tratam, respectivamente, dos acordos assinados com Canadá, na área de Previdência Social; e Polônia, na área de Defesa.
O PDC 825/13 assegura que cada sistema pague ao beneficiário, em sua própria moeda, apenas o equivalente ao período de contribuição efetuado no respectivo país. Como, por exemplo, a soma dos períodos de contribuição para os sistemas de previdência de ambos os países, para fins de aposentadoria e outros benefícios previdenciários.
O Brasil já mantém acordos semelhantes com Argentina, Uruguai, Paraguai, Espanha, Grécia, Itália, Portugal e Japão.
Já o PDC 873/13 estimula a troca de experiências e conhecimentos com a Polônia, a realização de programas e projetos comuns em tecnologia, produtos e serviços de defesa, além da realização de eventos conjuntos.

Por J.Maurício dos Santos

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Polônia investe em xisto e carvão


O primeiro-ministro da Polônia disse esta semana que o país vai apostar no carvão e no gás de xisto para sustentar a sua independência energética, com investimentos limitados em energias renováveis.
A Alemanha é outro país europeu que volta a investir em carvão para compensar o fim das usinas nucleares, depois do acidente com a central de Fukushima, no Japão, em 2011. “Nós queremos ter fontes de energias renováveis, mas são a hulha, o lignito e, no futuro, o gás de xisto, que serão as nossas principais fontes de energia.
Este é o futuro do setor energético”, afirmou Donald Tusk, ao inaugurar uma feira internacional da indústria de minas em Katowice, no sul do país. “Nós decidimos que as fontes de energia renováveis, um complemento importante para o setor energético polaco, serão limitadas enquanto as regras europeias permitirem”, observou.
 “É preciso respeitá-las mas não podem nos privar do nosso bem nacional. Cada país constrói a sua independência energética e industrial com as suas próprias fontes. Percebemos isso durante o período de crise econômica.” Tusk lembrou que, nos últimos anos, a Polônia investiu em pesquisas para diminuir a poluição gerada com o tratamento do carvão.
Atualmente, 91% da energia elétrica do país vem da hulha e do lignito, cujas reservas são suficientes para atender as demandas do país nos próximos 150 anos. Cerca de dois terços dos 14 bilhões de metros cúbicos de gás consumido na Polônia hoje são importados da Rússia.
Preocupado em garantir a sua independência energética, o país também aposta na exploração do gás de xisto. Em julho, uma primeira extração, a título experimental, foi realizada. O governo espera investir 12,5 milhões de euros até 2020 para extrair este combustível fóssil.
As reservas do país são estimadas entre 800m e 2 milhões de metros cúbicos. Na Alemanha, o debate sobre a transição para as energias renováveis está a pleno vapor, a menos de duas semanas das eleições legislativas.
A chanceler Angela Merkel, que briga pela reeleição, prometeu fechar todas as usinas nucleares nos próximos 10 anos. Entretanto, para suprir as necessidades do país, novas usinas de carvão estão sendo abertas no país, embora o objetivo do governo seja que as energias limpas representem 80% da produção elétrica alemã até 2050.

Fonte: RFI

domingo, 8 de setembro de 2013

A admiração de Wajda por Wałęsa

A última grande produção do cineasta polaco sobre o sindicalista que mudou o mundo vai estrear apenas em outubro nas telas dos cinemas da Polônia. Mas nesta, sexta-feira, ele foi apresentado no Festival de Cinema de Veneza 2013. Foi bastante aplaudido e o crítico de cinema do jornal o Estado de São Paulo sentiu assim, a exibição:

Do enviado especial Luiz Zanin
ao Festival de Veneza 2013 de
O Estado de S. Paulo

O filme mais badalado de ontem, 5, não estava em concurso, mas o fato se explica: não é sempre que um grande personagem contemporâneo é retratado no cinema como foi Lech Wałęsa por seu conterrâneo, mestre Andrzej Wajda.
O título não esconde o sentido do projeto - Wałęsa - O Homem da Esperança é uma hagiografia do líder sindicalista que se tornou a figura mais importante do seu país, enterrou o stalinismo na Polônia e ganhou o Prêmio Nobel da Paz, foi eleito presidente e comandou a nação na primeira fase pós-comunista. Sua trajetória é, de fato, impressionante.
Wajda, aos 86 anos, autor de clássicos como Cinzas e Diamantes, O Homem de Ferro, Katyń e tantos outros, também o é. Consegue imprimir ritmo frenético a essa vida de luta, quer dizer, fazendo-nos sentir como era o dia a dia de Wałęsa quando contestava as autoridades do seu país e tentava liderar os trabalhadores rumo a um sindicato independente.
O filme tem um atrativo a mais para os italianos. Serve de âncora à narrativa a recriação de uma entrevista concedida em 1981 por Wałęsa à mítica jornalista Oriana Fallaci (1930-2006). Controversa, agressiva e cheia de ideias sobre tudo, era, ela própria, uma personagem e tanto. É interpretada por Maria Rosario Omaggio, que tem semelhança física com a personagem real e a mesma voz rouca esculpida em nicotina. No papel de Lech WałęsaRobert Wieckiewicz, assustadoramente parecido ao original.


As primeiras cenas entre os dois são muito boas. A uma pergunta agressiva, Walesa acusa a repórter de ditadora e ameaça encerrar a entrevista. Num momento em que ele se gaba de si, pergunta a Oriana se o considera presunçoso. Também ela dotada de um ego monstruoso, responde: "Não, por que acharia?" É engraçado.
Esse colóquio entre entrevistadora e entrevistado pontua a narrativa relembra os momentos-chave da ascensão de Wałęsa.  Wajda filma como jovem. E ele, ou seu roteirista, Janusz Głowacki, mostra-se capaz de encontrar recursos interessantes de narrativa. Por exemplo, a primeira vez em que o ainda anônimo Wałęsa é detido, antes de sair de casa tira a aliança e o relógio e recomenda à mulher: "Se eu não voltar, venda para pagar as compras". Será sempre assim. Mesmo quando já homem famoso, mas ainda perseguido pelas autoridades, deixará sempre o relógio e o anel em casa.
O retrato que emerge é fascinante: eletricista de formação, Wałęsa sabe, intuitivamente, dirigir-se à multidão. É líder nato. Esnoba intelectuais: "Fazem reuniões intermináveis de cinco dias para chegar à mesma conclusão a que eu chego em cinco segundos". Gaba-se de nunca ter lido um livro. "Vou até a página cinco, depois desisto." No final da entrevista, despede-se de Oriana e diz: "Se você escrever um livro dessa entrevista, mande para mim. Vai ser o primeiro que vou ler".

Liderando greves, tornando-se conhecido mundialmente, consegue colocar o governo nas cordas. Associando sua figura à do papa Wojtyła, e valendo-se espertamente da queda de braço final entre as superpotências, Wałęsa acaba por se impor.
"Foi o homem perfeito para aquele momento”, diz Wajda. “O Solidariność chegou a 10 milhões de associados. Só um operário poderia ter conduzido o movimento que levou ao fim do socialismo na Polônia e à queda do Muro de Berlim, fato esse que me proporcionou enorme prazer”. Esse retrato enérgico, traçado por um mestre do cinema e anticomunista feroz, tem lá seus limites. Gostaríamos talvez de ver algumas contradições humanas que Wałęsa como todos, deve ter.
Ao contrário do que pensam os hagiógrafos, essas ambivalências humanizam os personagens e não o apequenam. Mas Wajda preferiu mantê-lo numa esfera unilateral, construída apenas pela infinita admiração que nutre pelo personagem.

Reportagem da Televisão EURONEWS com entrevista do cineasta Andrzej Wajda ( pronuncia-se andjei vaida) sobre o filme Lech Wałęsa - homem da esperança.  (pronuncia-se léérrrrr vauensa).


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Justiça alemã avalia processar 30 ex-guardas de Auschwitz

Campo de Concentração e Extermínio Alemão-Nazista de Auschwitz-Birkenau
Departamento que investiga crimes do nazismo identificou 49 suspeitos, um deles mora no Brasil.
Envolvidos têm até 97 anos.
A condenação do ucraniano Demjanjuk, em 2011, abriu precedente para novos julgamentos. O escritório especial alemão para investigação de crimes nazistas anunciou nesta terça-feira (03/09) que recomendará a abertura de processos contra 30 supostos ex-guardas do Campo de Concentração e Extermínio Alemão-Nazista de Auschwitz-Birkenau, onde foram mortos cerca de 1,5 milhão de prisioneiros, dos quais, pelo menos 1,1 milhão eram judeus.
A medida pode provocar uma série de novos julgamentos contra supostos criminosos nazistas quase 70 depois do fim da Segunda Guerra Mundial. "Os casos serão entregues aos respectivos ministérios públicos", afirmou o procurador Kurt Schrimm, diretor do Escritório Central para a Investigação de Crimes do Nacional-Socialismo, sediado em Ludwigsburg.
Kurt Schrimm
O departamento investigou mais de sete mil casos, mas não tem poderes para abrir processos. Os documentos serão enviados a ministérios públicos estaduais, que deverão decidir se denunciam formalmente os 30 suspeitos residentes na Alemanha. "Gostaria de advertir contra expectativas exageradas", disse Schrimm. "Não sabemos nada sobre a saúde das pessoas afetadas. Talvez só alguns possam ser processados."

 Estado de saúde pode ser entrave
Além da qualidade das provas e indícios, o estado de saúde dos acusados pode ser impedimento para a abertura de muitos processos. Os envolvidos, incluindo mulheres, têm idades que vão até 97 anos. O mais velho nasceu em 1916, o mais novo, em 1926.
Fundado em 1958, o Escritório Central para a Investigação de Crimes do Nacional-Socialismo realiza investigações preliminares, procura provas e encaminha os resultados aos ministérios públicos responsáveis.
Segundo Schrimm, seu departamento conseguiu identificar 49 guardas ainda sobreviventes do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, dos quais 30 tiveram seus dados encaminhados para abertura de possíveis processos.
Duas outras pessoas não tiveram ainda seu lugar de residência determinado, enquanto uma outra já tem processo sendo encaminhado pela procuradoria em Stuttgart.
Dos restantes, nove morreram durante as investigações; sete moram fora da Alemanha: em Croácia, Áustria, EUA, Argentina, Polônia, Israel e Brasil. Estes casos serão encaminhados para a Corte Federal de Justiça alemã, que analisará a competência jurisdicional.

Precedente desde 2011
O Escritório Central para a Investigação de Crimes do Nacional-Socialismo conseguiu ampliar sensivelmente seu campo de busca por criminosos nazistas após o veredicto contra o ex-guarda do campo de concentração de Sobibór (pronuncia-se sobibur) John Demjanjuk (o ucraniano Ivan Mykolaiovych Demianiuk).
Ivan Mykolaiovych Demianiuk
A sentença do Tribunal Regional de Munique contra ele abriu um precedente jurídico. Até então, os tribunais seguiam determinação da Corte Federal de Justiça de 1969, segundo a qual a condenação de um ex-guarda de campo de concentração dependia da comprovação da culpa individual do réu em um crime determinado, o que muitas vezes era impossível. A corte de Munique interpretou que a comprovação da mera atividade como funcionário em um campo de extermínio já é suficiente para uma condenação por participação em assassinato. Demjanjuk foi condenado a cinco anos de prisão por participação na morte de mais de 28 mil pessoas.
Schrimm também informou que o Escritório Central voltou a analisar juridicamente as atividades de todos os ex-membros dos campos de extermínio e dos chamados Einsatzgruppen, grupos paramilitares ligados à SS.
O departamento planeja encerrar nos próximos seis meses investigações nesse sentido envolvendo o campo de concentração de Majdanek, na Polônia. "O Escritório Central também está atualmente realizando pesquisas para tentar achar nomes de outros possíveis criminosos em arquivos na Rússia, Bielorrússia e Brasil", acrescentou Schrimm.

Julgamentos atuais
Além de ex-guardas dos campos de concentração atualmente há outros supostos criminosos de guerra nazistas sob investigações criminais. A promotoria pública de Dortmund continua uma investigação contra seis acusados de participação no massacre de Oradour-sur-Glane, na França. No incidente, em junho de 1944, 642 pessoas foram brutalmente assassinadas por tropas da SS, entre elas 247 crianças.
O presidente alemão, Joachim Gauck, pretende visitar o local em que ocorreu o crime nesta quarta-feira no âmbito de uma visita à França. Nesta segunda-feira, começou, além disso, o julgamento de um ex-membro da SS num tribunal da cidade de Hagen, no oeste da Alemanha.
O réu, o holandês naturalizado alemão Siert Bruins, hoje com 92 anos, é acusado de participação no assassinato de um integrante da resistência holandesa em setembro de 1944, na Holanda.

Fonte: MD/afp/dpa/ap

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Exposição de designers polacos em São Paulo


Entre os dias 15 e 18 de agosto passado aconteceu  durante a exposição “The Spirit of Poland” durante o maior festival brasileiro do design, o DW!São Paulo Design Weekend.
A exposição apresentou marcas polacas da jovem geração de criadores. A iniciativa idealizada por designers polacos tem o objetivo de mostrar internacionalmente o valor e o potencial das marcas polacas que se desenvolvendo com muito dinamismo.
Foram exibidas peças de 7 expositores, incluindo cerâmica, candeeiros e bijuterias feitas de carvão.
A chave para a escolha dos objetos foi o conceito: espirito/alma do material. Abordava a relação entre o designer e o material, através da apresentação de objetos, cuja origem foi determinada pelo material.
Entre eles encontraram-se produtos criados em cooperação com artesãos, como bijuteria de carvão. Foram apresentados, também objetos que existem graças à utilização consciente pelo designer das possibilidades de maquina digitais. Todos as peças apresentadas refletiram a curiosidade e fascinação pelo material. A exposição “The Spirit of Poland” despertou o interesse dos visitantes, dos criadores brasileiros e do mundo do design.
 A exposição foi organizada no âmbito do programa de promoção do design polaco realizado pelo Instituto Adam Mickiewicz contou com o apoio e patronato do Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo.





quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Arquivo de Jasło guarda fotos do Paraná

Na estrada de ferro Curitiba Paranaguá em 1937. Foto de Wojciech Breowicz
"... 50 mil pessoas saíram das terras às margens dos rios Vístula, Warta, Odra e Bug e das terras dos velhos Piast de Opole, Wrocław e Gniezno.
Entre estes polacos estavam Florestan Rozwadowski, major da Guarda do Imperador Dom Pedro II;  o engenheiro Alexander Brodawski, pesquisador da Amazônia; o engenheiro Artur Sadowski, construtor de ferrovias; o engenheiro Babiński, naturalista, explorador e autor do primeiro mapa geológico do Brasil; e Dr. Maciej Piechnik, o primeiro médico polaco em Curitiba.

Salto Visconde do Rio Branco - Paraná / Foto de Wojciech Breowicz
E assim, em 1871, as primeiras famílias de polacos se estabeleceram no Paraná. em lotes coloniais que lhes foram concedidos em Curitiba.
Dentro de alguns anos, capital do Paraná foi cercado por uma grinalda de colônias polacas , recebendo o nome de Nova Polonia, "a terra bonita e hospitaleira paranaense levou milhares de emigrantes polacos da Polônia ocupada pelos prussos e da escravidão imperial austríaca."
A educação polaca foi se desenvolvendo em conjunto com a emigração. O primeiro professor em Curitiba que levou a luz do conhecimento entre crianças brasileiras e polacas foi Jerônimo Durski, autor da primeira cartilha Polaca - Português. Companheiros de Durski no ensino, logo depois, foram os professores: Arnold, Rokosz e os irmãos Grabowski e Krakowski.

O prof. Wojciech Breowicz e seus alunos, em Teresina, em Ivaí, Paraná, em 1935.
Um dos professores nas colônias de Abranches e Lamenha foi Jan Falarz, emigrante de Biecz, um amigo da juventude e com profundos princípios democráticos, mente sóbria e coração aberto, que gozava de grande prestígio junto à seus muitos alunos e sociedade curitibana.
No campo do ensino superior, especialmente na Universidade do Paraná, ensinavam o Professor Dr. Juliusz Szymański, Dr. Simon Kosobudzki e Dr. Gabriel Nowicki (todos  fundadores da Universidade Paraná - atual UFPR).
Entre os romancistas estavam os professores das escolas polaco-brasileiras, os novelistas: Władysław Hryńcz, Władysław Radomski, Michał Sekuła, Jan Krawczyk, Wojciech Breowicz, Jadwiga Legacka, Jerzy Kossowski. 
Camponeses polacos provenientes de Gorlice, Biecz e Jasło provaram ser extremamente valiosos, prósperos e independentes. Logo eles começaram a colonizar os municípios adjacentes.
"No Brasil, eles estavam progredindo forte e corajosamente, como se o desafio de assustar as cobras e tigres fosse fácil. Os tigres e cobras não eram mortos com fuzis, mas com foices e machados, pois estes não concordavam com quem lhes oferecia cabanas. Tiravam o couro das mãos, mas faziam isso com satisfação, com a lua passando por cima da floresta, derrubavam pinheiros para construir suas casas, os primeiros moinhos, serrarias, forjas. Eram carpinteiros e tudo o que era necessário de sua cultura para sobreviver, eles faziam."

P.S. Tradução livre da página inicial do site da Biblioteca Pública Municipal de Jasło e de Szebnie. As fotos fazem parte do acervo da Biblioteca.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Inglês fotografou Lublin em 1959 para "Queen"

Gerald Howson, fotógrafo inglês foi a Lublin, na Polônia, em 1959, a pedido do polaco para uma reportagem exclusiva da revista britânica "Queen".
Cinquenta e três anos depois, estas fotos podem ser vistas no pátio interno do Teatr NN da cidade.
A Polônia vivia seus primeiros anos de comunismo forçado. Em Varsóvia, o cardeal primaz Stefan Wyszynski era preso pela polícia secreta. 
A pobreza e o cinza das fotos eram tão perturbadoras que os editores da revista decidiram não publicá-las. 


Contudo, algumas fotos foram publicadas no jornal "Daily Telegraph". Em seguida, o fotógrafo Howson, colocou-as em uma gaveta, e ali as esqueceu.
Anos depois, ele conheceu Bogdan Frymorgen, DJ de rádio e fotógrafo. Howson, então mostrou-lhe as lembranças da viagem que fez a Polônia em 1959 Frymorgen, era um correspondente em Londres, da rádio RMF.
Howson, naquela viagem também tinha fotografado Cracóvia e Varsóvia e foi assim que em 2009 foi realizada a primeira exposição do inglês em Cracóvia, com as fotos daquela cidade.


Mas, equivocadamente uma das fotos, que mostram um grupo de mulheres, não era de Cracóvia, mas de Lublin. Kazimierza Kurowska, que vivia em Wolka perto de Lublin reconheceu a velha praça do mercado central da cidade do Leste polaco e comunicou isto aos organizadores da exposição. Foi assim, que surgiu a ideia de fazer uma outra, em Lublin, com as fotos de Lublin. 
As fotografias em preto-e-branco são semelhantes às imagens da cidade atual, mas os tons em cinza atrai o espectador para a atmosfera de um país governado por Władysław Gomułka, e a esperança em pequenas mudanças e melhores condições de vida para as pessoas comuns.


A exposição é intitulada "Lajkarz de Londres", criada como um jogo de palavras e associações com o famoso romance de Isaac Bashevis Singer, "The Magician de Lublin". O curador da exposição é o mesmo Bogdan Frymorgen.  A idade avançada e o estado de saúde não permitiu Gerald Howson viajar para a Polônia. 


Nota:
Stefan Wyszyński foi o cardeal que Karol Wojtyła não permitiu que se ajoelha-se diante dele quando recebia os cumprimentos por ter sido eleito Papa João Paulo II. Para Wojtyła, quem deveria ter sido eleito Papa era justamente Wyszyński.
O cardeal foi bispo de Lublin de 1946 a 1948, arcebispo de Varsóvia e de Gniezno de 1948 a 1981.
Foi ordenado Cardeal em 12 de janeiro de 1953 pelo Papa Pio XII e assumiu o título de Cardeal-Primaz da Polônia.
Em 25 de Setembro 1953, ele foi preso em Rywałd, e mais tarde colocado sob prisão domiciliar em Stoczek perto de Lidzbark Warmiński, depois em Prudnik perto Opole e finalmente no mosteiro Komancza nas Montanhas Bieszczada, no Sul do país. Enquanto estave preso, ele observou a tortura brutal e maus-tratos com os detidos. Ele foi libertado em 26 de Outubro 1956. Lutou toda sua vida contra a opressão comunista e por isso foi indicado a canonização, processo aberto pelo Papa João Paulo II.

sábado, 24 de agosto de 2013

Lugarejo polaco tem mais cegonhas que moradores


Durante o verão, uma pequena aldeia na Polônia conta com mais cegonhas do que habitantes. Żywkowo (pronuncia-se jivcovo) ganhou o apelido de aldeia das cegonhas por conta do grande número de aves que constroem seus ninhos no vilarejo, atraindo dezenas de turistas.


A pequena aldeia com cerca de 30 habitantes é pequena para as mais de 150 cegonhas que vêem fazer seus ninhos aqui. A agricultura também sofre prejuízos com  as belas visitantes.


Mais fotos com as cegonhas  clique!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Dados PESEL de 38 milhões de polacos são transferidos

Na Polônia existe um número de identificação pessoal chamado PESEL - Polish Powszechny Elektroniczny Sistema Ewidencji Ludności, ou seja, Sistema Eletrônico Universal de Registro da População).
Esta identificação é utilizada, na Polônia, desde 1979,  pela Lei de 10 de Abril de 1974, publicada no Diário Oficial de 1974 n º 14, item 85., Conforme alterada.).
Esta lei será revogada 01 de janeiro de 2015 pela Lei de 24 de Setembro de 2010 publicada no Diário Oficial de 2010 n º 217, item 1427.
Ela contém detalhes das pessoas que residem no território da República da Polônia. O número PESEL é obrigatório para todos os residentes permanentes da Polônia e também para residentes temporários que vivem na Polônia, há mais de 2 meses, bem como para os candidatos à uma nova carteira de identidade ou passaporte, bem como para aqueles que possuem outras disposições legais e necessitam de um número de seguridade social. Os candidatos à cidadania polaca devem solicitar um número PESEL juntamente com o pedido de passaporte.
O sistema foi implementado em tecnologia mainframe. Ele funciona em uma arquitetura de computador, IBM zSeries e sistema operacional z / OS.
O banco de dados usado para processar todo o sistema  é um (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados) Jantar DBMS.
Aplicação do sistema foi inteiramente escrito em linguagem assembly de mainframe. O acesso ao banco de dados para os usuários on-line é realizado através de sua chamada tele-monitor "Connector".

Tranferência
Nesta semana técnicos polacos mudaram de endereço residencial, os servidores dos computadores que contêm os dados pessoais dos 38 milhões de cidadãos polacos para uma nova edificação secreta.
A operação foi realizada "em estrito segredo". A transferência dos computadores durou três dias, com a participação de 150 pessoas.
Para o caso de eventual avaria, os técnicos fabricaram seis cópias de reserva, com os dados.
Destacamentos reforçados do Escritório de Proteção do Governo garantiram a segurança das informações. A nova localização destes servidores é mantida em segredo.

Novo PESEL
A nova lei prevê que depois de 1 de janeiro de 2016, os dados cadastrais não serão armazenados em um conjunto de seguridade social.
Isto em função de que o Número do Seguro Social pode ser alterado. A razão para a mudança são casos em que há uma mudança de sexo, a pessoa tem uma nova certidão de nascimento ou uma decisão acabou por ser errada.

Significados
O PESEL tem sempre 11 dígitos e identifica apenas uma pessoa. Ele não pode ser mudado, ou transferido para outra pessoa.
O PESEL foi o sistema desenvolvido pelo governo comunista (durante a República Popular da Polônia) para colher toda informação pessoal de cada cidadão.
Quando foi projetado era para rastrear e registrar os dados sobre as pessoas "mais perigosas para o sistema e para o poder comunista".
O número de Registro é composto pelos algarismos da data de nascimento na seguinte ordem: os dois últimos dígitos do ano, mês e dia. Os números pares na sequência são para o sexo feminino, os pares para o sexo masculino. Para distinguir os vários séculos foi adotado o seguinte código: para os nascidos nos anos de 1900-1999 - o mês é escrito de forma natural.  Para os anos de 1800-1899 - é acrescentado 80 e para os anos de 2000-2099, os dígitos 20.

Os dez primeiros seguem a seguinte formulação: 
- data de nascimento codificada (os seis primeiros números)
- ordinal de início da sequência numérica (sétimo número)
- dígitos do sexo codificado (três números restantes)
O décimo primeiro algarismo é um dígito de verificação, utilizado para capturar número distorções. Ele é gerado com base nos dez primeiros dígitos.
Para verificar se esse é o número correto deve-se assumir que as letras de  A a J são outros dígitos a partir da esquerda, ou seja, como um cálculo da expressão formada por algarismos e letras.




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amanhã, terá início o Sopot TOP of the TOP Festival.


Nos dias 23 e 24 de agosto, os espectadores da Opera Leśna (Ópera Florestal) e do canal televisivo Polsat poderão ver e ouvir a atuação de estrelas do palco musical internacional.
"A renascença do concurso de canção em Sopot constitui um evento marcante não só na vida cultural da Polônia", considera o embaixador russo na Polônia, Alexander Alexeev, que no ano passado também esteve na sala de espetáculos do complexo da Opera Leśna como espectador convidado: "Houve um tempo em que o festival tinha uma enorme importância para a vida de elites artísticas dos nossos dois países. Os polacos se lembram da vitória da ilustre cantora russa Alla Pugacheva com a canção - Os Reis é que Tudo Podem - e reputam ser, acima de tudo, este sucesso da cantora soviética que veio contribuir para a sua carreira profissional feliz".
O grande cantor e poeta russo Vladimir Vysotsky, conhecido na Polônia, também fez referências positivas sobre o famoso festival. "Há dias se realizou com êxito mais um concurso musical recomposto – Festival da Canção Russa em Zielona Góra que, efetivamente, conta com sua historia e seus protagonistas. Aliado ao festival de Sopot, ele vem favorecendo o restabelecimento do espaço cultural russo-polaco, permitindo sentir e compreender de forma melhor a congruência das mentalidades e os gostos artísticos dos dois povos eslavos."
O concerto de abertura, na sexta-feira, no palco da Opera Lesna será iniciado com  "Life is Life – na encruzilhada dos anos 80" com participação de Rick Astley, Belinda Carlisle (interprete do inesquecível sucesso "La Luna"), os OPUS e Helena Vondrackowa, conhecida na Polônia, República Tcheca e Rússia.
Poderemos ver a apreciar no palco vários intérpretes polacos, por exemplo, o grupo Budka Suflera. No mesmo dia, nos marcos do 2º concerto Top of the Top atuarão interpretes da Rússia, Grã-Bretanha, Suécia, RFA, França, Holanda e Eslováquia que gozam de reputação das autênticas estrelas em muitos países. Durante o concerto, com base em resultados da votação de espectadores, será escolhida a melhor canção, enquanto o vencedor será distinguido com a histórica estatueta de Sabiá Dourado.
O primeiro prêmio será entregue pelo prefeito de Sopot, Jacek Karnowski. 
O festival, tal como a própria Polônia, viveu durante as últimas décadas diversas metamorfoses. O evento mudou de nome, de organizadores, de parceiros televisivos, de palcos e de fontes de financiamento; a única coisa que permaneceu a mesma é o Rouxinol de Âmbar, o principal troféu instituído pelo prefeito de Sopot.
As primeiras edições do festival aconteceram no salão dos estaleiros navais de Gdańsk. Depois de 1963, o festival mudou para a cena da Opera Lesna, em Sopot.
Entre 1977 e 1980, o certame se denominava Festival Musical Internacional da Intervisão. Aquele foi, talvez, o melhor período da sua história. Organizado pelo canal de televisão estatal TVP, com um orçamento de fazer inveja, o festival rivalizava com o da Eurovisão.
O prêmio que o vencedor, escolhido por votação popular, recebia um iate. O elenco de participantes, uma constelação de renomados intérpretes internacionais, deliciava a todos. No festival havia três concursos. O primeiro era o de melhor canção, com o Grande Prêmio atribuído pelos canais de TV. O segundo, de melhor interpretação, era patrocinado por companhias discográficas. No terceiro concurso, os participantes estrangeiros interpretavam uma canção polaca disputando o prêmio principal de Rouxinol de Âmbar.

Os artistas convidados 
Apresentam-se na sexta-feira: Amy Macdonald do Grã-Bretanha, Imany da França, Matt Dusk do Canadá, Caro Emerald da Holanda, Yannick Bovy da Bélgica, Rea Garvey da Alemanha, Peter Bic Project da Eslováquia, Nabiha da Dinamarca, Loreen da Suécia, Per Látvia Besa da Albânia e Krista da Finlândia.
Apresentam-se no sábado: Sharon Doorson da Holanda, Arash da Suécia, DJ Bobo da Suíça, Stereolizza e Kamaliya da Ucrânia, Bracia, Honey, Blue Café, Margareth, Rafał Brzozowski, Liber, Sylwia Grzeszczak, Pectus, Red Lips, Urszula da Polônia, Beata Fesser da Alemanha e participação especial da polaca Edyta Górniak.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O maior navio do mundo atraca na Polônia


Chega pela primeira vez a Gdańsk e ao mar Báltico o maior navio de carga do mundo. O maior transportador de conteineres tem um comprimento de 400 metros.
O navio da empresa dinamarquesa Maersk é tão gigantesco que não cabe no Canal do Panamá ou em qualquer um dos portos da América.

As tremendas dimensões do navio Emma Maersk

Mas, para seu proprietário isto não é importante. O grande navio faz a rota entre a Europa  e a Asia. No vídeo abaixo o navio da Maersk navega no Canal de Suez, entre Egito e Oriente Médio.

O maior navio de conteineres do mundo desliza no canal de Suez

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sławomir Mrożek nie żyje


Com a idade de 83 anos morreu o dramaturgo, escritor e cartunista polaco.
Um dos mais notáveis escritores polacos, autor das histórias satíricas e obras dramáticas.
Sławomir Mrożek estreou como cartunista em 1950.  E já em 1953 publicou uma série de desenhos na revista de cultura "Przekroj". Ao mesmo tempo, publicava a sua primeira coleção de histórias curtas.
Sua primeira peça teatral, o drama "Polícia" foi lançado em 1958, enquanto "Tango", de 1964 finalmente lhe trouxe fama mundial. Mas ainda em 1962, ele foi um dos primeiros quatro vencedores dos prêmios literários Koscielski.
Em 1963, emigrou com sua esposa. Viveu nos Estados Unidos, Alemanha, Itália e México. Em 1980, quando vivia na França, o escritor polaco voltou com sua esposa a Polônia.


Retomou sua carreira no país natal. Estava começando a ganhar um novo impulso, mas a situação política lentamente foi se tornando insuportável para ele. Depois de anos de envolvimento com o socialismo na juventude, Mrożek despediu-se com nojo redobrado. Retirou um novo passaporte para fazer apenas em uma viagem pela Itália. Ninguém dizia que ele não poderia voltar.
Em 1990, ele recebeu a cidadania honorária da Cidade Real de Cracóvia. Em 1996, retornou à Polônia. Em 2002, sobreviveu a um acidente vascular cerebral, o que resultou numa afasia. O que resultou em perda na sua linguagem oral e escrita. Através da terapia, que durou cerca de três anos, recuperou a capacidade de escrever e falar.
Por despacho do presidente Aleksander Kwasniewski, de 11 de Novembro de 1997, em reconhecimento à sua notável contribuição para a cultura nacional, ele foi condecorado com a Cruz de Comandante com Estrela da Ordem de Polonia Restituta.
Uma vez mais, em 6 maio de 2008,  Sławomir Mrożek decidiu novamente   deixar o país "para sempre" e se estabelecer em Nice, no sul da França.
Quando perguntado por que, ele respondeu que precisava de tempo para descansar, e de um clima mais propício.
Em junho deste ano, deu entrevista  ao jornal "Gazeta Wyborcza", onde disse que: "quanto mais tempo você vive, o tempo de espera para o lançamento é menos intenso". 
Na última vez que visitou a Polônia, junho de 2013, Sławomir Mrożek participou da estréia de sua última peça "Carnaval, a primeira esposa de Adão", no Teatro Polaco, em Varsóvia. 

No vídeo mais sobre Sławomir Mrożek 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Peregrinações na Polônia


Amanhã, 15 de agosto, é o dia mais importante nas celebrações de Jasna Góra, em Częstochowa (pronuncia-se iásna gura, Tchenstorróva), quando se comemora a Assunção da Virgem Maria.
Cerca de 80 mil peregrinos devem se reunir diante da catedral onde está protegida a Czarna Madonna, ou Madona Negra da Polônia - Nossa Senhora de Częstochowa.


Se comparados aos 3,5 milhões de Copacabana podem ser considerados minoria. Mas o número de peregrinos durante todo o ano a esse santuário foi de 3,3 milhões, o que se aproxima da Jornada Mundial da Juventude.
Este número incrível de peregrinos polacos já chegou a 4,5 milhões sete anos atrás, quando da morte do Papa João Paulo II.
Częstochowa talvez não seja tão conhecida mundialmente como as peregrinações ao Vaticano, Fátima, Lourdes ou Medjugorje. Mas tem uma peculiaridade: na Polônia os fiéis chegam todos à pé. Alguns percorrem mais de 700 km, distância entre Jasna Góra e um povoado no Nordeste do País, encravado na fronteira com a Lituânia.
Costumam andar 30 km por dia. Hospedam-se na casa de outros peregrinos, que na manhã seguinte saem para as estradas com seus hóspedes em direção ao santuário polaco.


Um peregrino de Cracóvia costuma levar 4 dias para chegar até às proximidades do altar da Madona. O peregrino de Varsóvia leva 10 dias para percorrer 300 km entre a capital e Częstochowa.
Não bastasse essa viagem programada em todo verão polaco, os padres palotinos organizam peregrinações a outros santuários espalhados pelo mundo....Foi assim mês atrás a Foz do Iguaçu, Curitiba, Aparecida do Norte e Rio de Janeiro.
E claro tudo custa. Mas o dinheiro vem de contribuições, festas, bingos, quermesses. O peregrino polaco nos meses de setembro e outubro vão China para "O encontro de duas grandes tradições do Oriente e do Ocidente", por 15 dias, ao custo 1.600. dólares.
Depois ao Egito "pátria antiga copta", por 9 dias, a 1000. dólares. No final do ano farão uma peregrinação a Nova Zelândia e a Ilhas Fiji (custo da peregrinação de 17 dias por 8500. Dólares).
Um segundo grupo de 40 pessoas irá à Guadalupe, no México por 8 mil dólares). As viagens de peregrinos polacos mais frequentes ocorrem a Jerusalém e Roma...cerca de 80 delas por verão.
De acordo com dados oficiais do Instituto de Estatísticas da Igreja Católica cerca de 200 mil polacos viajam em peregrinação ao exterior por ano.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Guia de Cracóvia do Wall Street Journal

Um Guia Rápido dos "hits" de Cracóvia
- George Semler

Cinco coisas únicas e às vezes poética, que você pode fazer em torno do centro cultural da Polônia e em nenhum outro lugar.

A ex-Capital da Polônia e coração perene artístico e intelectual inspirou figuras tão diversas como Nicolau Copérnico, o Papa João Paulo II e ganhador do Prêmio Nobel, a poeta Wisława Szymborska.
Moradia da antiga Universidade Iaguielônica, do Castelo Wawel e da maior praça medieval da Europa, o Rynek Główny, Kraków produz 120 festivais culturais por ano, incluindo a Sacrum Profanum,  festival de música contemporânea, que chega em setembro próximo. Aqui está um punhado de coisas imperdíveis e em torno desta cidade histórica.

1- Confira os instrumentos de Copérnico. Em Cracóvia, o estudioso Mikołaj Koperniko propôs pela primeira vez que o Sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar.
A Universidade Iaguielônica publicou seu "Sobre as Revoluções das Esferas Celestes", em 1543 (apesar de ter demorado um século para seus achados ganhar aceitação). A visita ao museu da universidade mostra o astrolábio, um dispositivo do astrônomo usado para medir as posições das estrelas e outros tesouros. Fica na ulica Jagiellonska 15, maius.uj.edu.pl

2 - Conheça um herói polaco da Guerra Revolucionária Americana. Uma caminhada de 30 minutos até o Kopiec Kościuszki, ou Morro Bendito de Bronisław, com vista para o Rio Vístula, está o túmulo memorial de Tadeusz Kościuszko, um engenheiro militar que lutou na primeira guerra da América.
Pós-graduado nas escolas militares polacas e francesas, Kościuszko foi recrutado por Benjamin Franklin, em 1776, e subiu ao posto de general de brigada. Thomas Jefferson o chamou de "o mais puro filho de liberdade que eu já conheci."
Nos EUA, nove monumentos e duas pontes são consagrados ao herói da Polônia na Guerra Revolucionária Americana. Aleja Waszyngtona 1, kopieckosciuszki.pl

3 - Formigueiro dentro da cabeça de uma pessoa. Quando o escultor polaco Igor Mitoraj doou "Eros Bendato",  sua enorme criação em bronze, a Cracóvia em 2005, ele decretou que ela tinha que ser colocado no Rynek.
Apesar dos protestos de historiadores e críticos de arte, as autoridades municipais concordaram, em instalá-lo como uma exposição temporária.
O problema é que "Eros" fez sucesso: Crianças gostam de entrar e sair do crânio cavernoso, enquanto os casais amorosos são surpreendidos lá dentro durante a madrugada. "Eros" parece estar aqui para ficar. Está localizado no canto sudoeste da praça principal da cidade.

4 - Telefone da poeta ganhadora do Prêmio Nobel. Wisława Szymborska, que morreu em fevereiro de 2012, acreditava que as gavetas estavam entre as melhores invenções do mundo. Pois estão sempre cheias de itens que dizem muito sobre humor peculiar do seu proprietário e imaginação. Este ano a "Gaveta Szymborska" está aberta, exibindo uma coleção de quinquilharias da poeta, como colagens, cartões postais, móveis, livros e fotografias peculiares. Um vídeo de sua história de vida e um telefone com 10 números para discagem onde se pode ouvir leituras de Szymborska completam a exposição, prevista para encerrar no final do próximo ano. Dom Szołayski, plac Szczepanski 9, muzeum.krakow.pl 


5 - Explore uma igreja feita de sal. A Mina de Sal de Wieliczka, que se estende por mais de 1.000 metros abaixo da superfície, estava em operação desde o século 13 até 1996. Ela é agora um museu. Paredes, escadas e lustres na capela de Santa Kinga são feitas de sal. Durante o festival de páscoa de música antiga, Misteria Paschalia, concertos são realizados aqui. Na ulica Daniłowicza 10, wieliczka-saltmine.com

6 - Veja a fábrica de Schindler. Fábrica de esmaltados de Oskar Schindler, no coração do gueto onde a comunidade judaica de Cracóvia foi confinada em 1941, foi imortalizada, no filme de 1993, de Steven Spielberg "A Lista de Schindler".
O local agora abriga o Museu de Arte Contemporânea de Cracóvia, um prédio ondulando projetado pelo arquiteto italiano Claudio Nardi. A casa dos escritórios adjacente a Oskar Schindler narra a situação dos judeus de Cracóvia durante a ocupação. MOCAK: ulica Lipowa 4, mocak.com.pl, Oskar Schindler: Lipowa 4, mhk.pl

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estudar na Polônia não é fácil

Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia
Hoje recebi um email de um jovem querendo saber detalhes da vida de estudante e da possibilidade de permanecer na Polônia depois de se formar numa universidade polaca.
Respondi assim a ele: Ganhou a bolsa de quem? Você é descendente de polacos?
Bem, vamos às minhas impressões e comentários:
O ano letivo na Polônia começa dia primeiro de outubro, o que coincide com o outono, a temporada de ventos, do frio e do escurecer mais cedo.
Desde 1971, quando os jovens brasileiros descendentes de imigrantes polacos começaram a ser contemplados com bolsas de estudo do governo da Polônia, até 2002 (ano em que ganhei minha bolsa) o consulado da Polônia em Curitiba enviou 200 destes brasileiros para a Polônia.
Destes, apenas 24 concluíram seus estudos....a maioria retornou dois meses depois de chegar lá, pouco antes do natal.
Por que? Porque as condições climáticas (15 graus negativos em média, nessa época, com o dia escurecendo às 4 da tarde, o não conseguir se comunicar ainda no idioma, praticamente ficar trancado dentro da sala de aula do curso de idioma com outros estudantes estrangeiros e no quarto do "Akademiku" (Casa de Estudante) é muito muito difícil... A depressão ataca fortemente!
Assim, tua disposição de dizer que vai ficar lá para sempre, é no mínimo ousada. Mas você, só recebe visto de estudante com validade de um ano. Para renovar o visto, tem que passar nas disciplinas na universidade; o diretor da faculdade tem que lhe fornecer ano a ano uma declaração de que você realmente está estudando e passou.Isto, para que o visto seja renovado.
Se a bolsa é do governo da Polônia, através do Ministério da Educação, este também precisa ser comunicado de que você passou de ano, pois só assim renovam a bolsa.
A casa de estudante também precisa desta declaração do diretor da faculdade para renovar tua permanência na casa. Para continuar ali, a gerente do "Akademik" fornece declaração de que você realmente reside ali. Com esta "Zaświadczenie" (declaração), pode-se registrar na prefeitura e obter a "Zameldowania" (registro de residência).
Somente com estas declarações todas, o serviço de imigração concede o visto temporário. Quando você se formar....depois de 7 anos (um ano de curso de idioma, cinco anos de graduação e o mestrado) você precisa sair do país....pois o visto não será mais renovado.
Como se vê, não é assim tão fácil permanecer e trabalhar na Polônia.....um país que desde a entrada na União Europeia tem se desenvolvido bastante economicamente. Mas que tem o mais baixo salário entre todos os 28 membros da União.
A Polônia é certamente o único país do mundo (incluindo Cuba) em que o índice de analfabetismo é zero, todos os universitários acabam saindo da universidade com o diploma de mestre. Para se ter uma idéia da importância da educação na Polônia, a rica Holanda tem 17% de analfabetos em sua população.
Assim a mão de obra é altamente qualificada, mas os salários são baixíssimos... O que fazem então, os polacos?
Imigram para a Inglaterra, Irlanda, Alemanha, França... Somente na Grã-Bretanha vivem um milhão e meio de jovens polacos formados... Outros dois milhões, na Alemanha.
ENFIM... NÃO querendo desestimular, não é fácil viver, estudar lá (é a segunda gramática mais difícil do mundo). Aliado a isso, os professores polacos não gostam de estudantes estrangeiros, e de brasileiro.
Respondendo tua questão: não existe nenhum privilégio lá. Essa história de que brasileiro é bem recebido lá fora é balela. Ao contrário, são vistos como gente que não consegue aprender o idioma local, vivem em bandos (ou seja, só tem amizades com outros brasileiros que também não aprendem a língua).
Engenharia elétrica é um campo que tem emprego em qualquer lugar do mundo. Mas dizer que está em alta, na Polônia, é sonhar. Emprego, nessa área lá, só para polaco mesmo.
Mas depois de todas estas dificuldades e você conseguindo se formar, terá então, que revalidar seu diploma numa universidade federal para conseguir trabalho no Brasil... e fica muito caro fazer isso (tem que traduzir todo o conteúdo das disciplinas, em tradutor juramentado, ao custo de 50 reais cada 21 linhas traduzidas).
Por exemplo, fiz mestrado em ciências da cultura, e doutorado em história, nem posso revalidar meu mestrado, pois o curso simplesmente não existe no Brasil.  E por não ter mestrado revalidado, também não posso revalidar meu doutorado em história (este existe no Brasil)... ou seja, estou lascado depois de dois anos de curso de idioma polaco, dois anos de mestrado e 4 anos de doutorado na Polônia. E mais, o Brasil rejeita quem estuda no exterior... a inveja talvez seja uma das causas....sabe se lá! Ainda não entendi, por que preferem um recém formado no Brasil, à um mestre ou doutor formado no exterior.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O retorno a Treblinka de um sobrevivente

Treblinka foi o quarto campo de extermínio alemão onde prisioneiros, em sua maioria de origem judaica, foram exterminados em câmaras de gás alimentadas por motores a explosão localizado nos arredores da cidade de Treblinka, em Polônia ocupada pelos os alemães.
Vestindo uma boina militar, condecorações e caminhando com uma bengala, o veterano Samuel Willenberg lidera um grupo de visitantes a Treblinka, na região da Mazóvia polaca, onde funcionou um dos mais conhecidos campos de concentração nazista. Em uma parte coberta por floresta hoje, ele para e aponta: "Ali funcionava a plataforma. Todos os trens paravam ali."
Não restou nada em Treblinka que lembre o campo de extermínio onde morreram 87 mil pessoas de origem judaica, a maioria em câmaras de gás. Samuel Willenberg é o último dos sobreviventes de uma revolta de prisioneiros judeus que aconteceu há 70 anos. Ele chegou de trem a Treblinka em outubro de 1942, aos 19 anos, na companhia de outras 6 mil pessoas que foram retiradas do gueto judeu de Opatów.
Na chegada, receberam a ordem para tirar as roupas para um banho coletivo. Na verdade, os banheiros eram câmaras de gás. Enquanto esperava, Samuel Willenberg - que era filho de um pintor - reconheceu um conhecido entre os prisioneiros polacos-judeus, que lhe fez uma recomendação. "Ele disse: 'Diga a eles que você é um tijoleiro''. Em poucos segundos, um oficial da SS entrou perguntando 'Onde está o tijoleiro?'
Eu me levantei e mostrei a ele o avental sujo com a tinta de meu pai, e isso o convenceu. Ele me mandou para as acomodações dos prisioneiros com um chute no traseiro. Uma cidade inteira, três grupos de 20 vagões, foi para a câmara de gás", contou Willenberg. 
 Ele era um dos 750 prisioneiros de origem judaica que trabalharam em Treblinka. Sua função era vasculhar os pertences dos que foram mortos nas câmaras de gás. "Um dia eu estava passeando", diz ele, com a voz embargada. "Naquele dia, eu olhei. Minha irmã menor tinha um casaco que havia ficado pequeno nela. Minha mãe aumentou o tamanho das mangas com um pedaço de veludo verde. Foi assim que eu reconheci (o casaco). Eu ainda consigo vê-lo hoje." 
 Ele interrompe a história e diz que não consegue mais falar. Mas em seguida ele continua. "Foi assim que eu fiquei sabendo que minhas irmãs acabaram em Treblinka. Eu compreendi que eu não tinha mais irmãs. Eu olhei, mas não chorei. Eu não tinha mais lágrimas, apenas ódio." 

Revolta
Um pequeno grupo de prisioneiros planejou uma revolta. Os trens haviam parado de chegar a Treblinka em abril de 1943. O comandante da SS, Heinrich Himmler, visitou o local em março. Pouco depois, vários corpos foram desenterrados, para que fossem empilhados e queimados. Os nazistas tentavam acobertar os seus crimes. As queimas deste tipo continuaram ao longo do verão europeu de 1943. Os trabalhadores sabiam que seriam mortos assim que terminassem a função. No dia 2 de agosto, com uma cópia de uma chave, eles abriram a casa de armas da SS, distribuíram o arsenal entre si e colocaram fogo no campo.
Em meio ao caos da fumaça, tiros e explosões, Samuel Willenberg começou a correr. Ao seu lado, estava um amigo que era pastor protestante, mas de origem judaica, conhecido como "o sacerdote". "O sacerdote e eu começamos a correr, tentando fugir. Eu tinha uma metralhadora. O sacerdote corria ao meu lado, até que foi atingido na perna e caiu. Ele pediu que eu o matasse. Eu disse: 'olhe para trás, para o campo de extermínio, onde sua esposa e seu filho foram mortos' e dei um tiro em sua cabeça"
 Ele conseguiu fugir pulando por cima dos corpos de seus antigos amigos. Menos de 70 prisioneiros conseguiram fugir e sobreviver à guerra. Depois da revolta, os nazistas demoliram o campo, que virou uma fazenda administrada por uma família ucraniana.
Longe do campo, Samuel Willenberg tomou um trem para Varsóvia, onde reencontrou a família. "Eu abri a porta para minha mãe. Você não consegue imaginar o que é voltar do inferno e ver sua mãe e seu pai. A primeira coisa que me perguntaram, depois, foi: 'Talvez você tenha visto (suas irmãs) Itta e Tamara?' Eu nunca consegui contar para eles que tinha visto suas roupas". Willenberg juntou-se ao Exército secreto polaco e lutou contra os alemães em agosto de 1944. Depois da guerra, casou-se e migrou para Israel. Mas volta constantemente a Treblinka, liderando grupos de jovens visitantes.


Sonho antigo
Este ano, Samuel Willenberg concretizou o sonho antigo de lançar a pedra fundamental de um centro educacional em Treblinka, desenhado por sua filha arquiteta, Orit
A maioria dos soldados alemães em Treblinka nunca foi condenada pelos crimes cometidos ali. O comandante Franz Stangl recebeu pena perpétua de prisão em outubro de 1970, após um julgamento em Dusseldorf. Ele morreu na prisão no dia seguinte. Outros dez réus também foram julgados em Dusseldorf. Quatro receberam prisão perpétua, cinco ganharam penas de três a 12 anos e um deles foi absolvido.

Fonte: BBC Brasil