sábado, 29 de dezembro de 2007

Natal nas montanhas

Paisagem da janela do "Dom Pod Limba" às 8 da manhã de Natal em Kościelisko
Foto: Ulisses Iarochinski
Foi o blog completar seis meses e dar um pequena parada. Mas creio que aqueles que acompanham diariamente entendem....festas! Mas nem por isso deixei de produzir... o natal em Zakopane com mais 7 brasileiros, um polaco e uma russa foi marcado por muita vodka e feijoada. Mas claro que o que mais impressionou foi a beleza da capital do inverno polaco: Zakopane (que literalmente poderia ser traduzido para "abaixo da mina"). Com um sol forte, céu azul, muito branco e ótima temperatura. Na hora mais quente do dia chegou a fazer 8 graus positivos. Claro, que a noite (depois das 16 horas) a temperatura baixava para 11 negativos. E valeu até pelos tombos dos iniciantes no esqui, Rodrigo, Alessandro, Anastacja e Ciro. Além das pistas de esqui e das montanhas nevadas o que a marca é atmosfera especial de Zakopane com suas casas de madeira. A beleza destas maravilhas de troncos, muitas vezes esculpidos, é inesquecível.

E nos jardins das casas de troncos, as miniaturas e bonecos também de madeira.

Foto: Ulisses Iarochinski

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Aniversário no Natal

Foto: Ulisses Iarochinski
Há décadas na Polônia ocorre um concurso de presépios. Diferente dos demais, porque a representação da mangedoura do menino Jesus, deve retratar a Basílica de Santa Maria, ou Mariacka, como os polacos chamam a igreja na praça central de Cracóvia. Agora mesmo, no Bosque do Papa em Curitiba, há uma exposição itinerante destes presépios. Este da foto, está em exposição na Galeria Krakowska, o maior Shoping Center da Europa, inaugurado um ano atrás em Cracóvia. E é do concurso deste ano. Não é o ganhador, mas é belo mesmo assim. E com a imagem do presépio Mariacka, quero comemorar os seis meses da existência deste blog JAROSINSKI do Brasil - direto de Cracóvia, que coincidentemente ocorre neste 25 de dezembro e desejar a todos os leitores espalhados pelo mundo os 13.000 acessos.

Solidariedade
Pode parecer pouco se comparado com outros blogs encorados em grandes jornais brasileiros e polacos, mas é um número de leitores impressionante para um blog que fala em português sobre o dia-a-dia da Polônia, das suas tradições, da sua história, de suas curiosidades, das suas belezas e principalmente da alma de um povo que nunca se deixou abater e se inscreve na história da humanidade como uma das grandes nações do mundo. Um legado de perserverança, de amor e de solidariedade. Que é isto que um de seus filhos, mais conhecidos em todo o planeta, propagou em mais de 27 anos de papado. Esta foi a última mensagem de João Paulo II, antes de morrer: “À humanidade, que em ocasiões parece como perdida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor oferece como dom seu amor que perdoa, reconcilia e volta a abrir o espírito à esperança... O amor converte os corações e dá a paz. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e acolher a Divina Misericórdia!" Estas palavras do pontífice polaco estavam no texto escrito para ser lido no marco da oração mariana pascal do Regina Caeli”.

Melhores relações com vizinhos


O primeiro-minsitro Donald Tusk também compareceu a televisão neste domingo para dizer que em um mês de ofensiva diplomática a Polônia melhorou muito as relações com seus vizinhos, não só com a Alemanha e a Rússia, mas também com o Grupo "Visegrad" e a Lituânia. Donald Tusk afirmou que esta política deverá continuar, com "sorriso ofensivo", que foi como ele caracterizou a importância crucial da imagem do país na atualidade. O primeiro ministro acrescentou que graças a nova política dimplomática foi possível encerrar o embargo russo à carne polaca. Também mencionou o reltório do escritório central encarregado das investigações anti corrupção, coordenado pela ministra Julia Pitera (que teve seu automóvel explodido semanas atrás). Tusk disse que em sua opinião o chefe do escritório Mariusz Kamiński misturou as atribuições do cargo com as questões partidárias.

Kaczyński: um natal calmo, mas feliz


O Presidente Lech Kaczyński (lérrhh catchihnsqui) disse neste fim de semana em cadeia de rádio e televisão que a entrada da Polônia na zona Schengen é a realização de um grande sonho para os polacos, sonho que a 20 anos atrás soaria como uma utopia não realizável, mas que provou ser verdadeiro. O Presidente agradeceu os governos anteriores e os funcionários públicos que trabalharam nos últimos dois anos com ele. Lech Kaczyński sublinhou que, em 2005, a Polônia era uma das últimas na lista de candidatas a Schengen em termos de preparação, mas em dois anos de sua administração foi possível administrar as exigências da União Européia. O Presidente polaco também fez menção a Reforma do Tratado da Constituição Européia, que foi assinado em Lisboa dias atrás. E finalmente desejou a todos os cidadãos polacos de todo o mundo um natal calmo mas feliz.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sonho de inverno

Foto: Ulisses Iarochinski
No branco do chão, esquiadores. No azul do céu, voadores. Isto é o inverno e as festas de final de ano em Zakopane - a capital gelada da Polônia. O sonho de um italiano é conhecer Cortina D´Ampezzo, o de um francês Chamonix, o de um polaco...Zakopane.

Uma ceia a 91 m de profundidade

Foto: Ulisses Iarochinski
A "Santa Ceia" de Leonardo da Vinci esculpida na parede de sal da capela de Santa Kinga na mina de sal de Wielicka, no Sul da Polônia, por Antoni Wyrodek entre os anos de 1927 e 1936. A mina de sal, há 20 minutos de Cracóvia é patrimônio da humanidade e tem como uma de suas principais atrações a capela de Santa Kinga, que está a 800 metros do início do trajeto turístico da mina, a 91.6 metros de profundidade.

Céu azul branco no chão

Foto: Ulisses Iarochinski
As árvores da Polônia amanheceram assim hoje... lindas sob um céu azul azul. "E aí me vem uma saudade da minha gente, que segue em frente, sem não ter com quem contar". "A sorrir Eu pretendo levar a vida O sol nascerá Fim desta saudade Hei de ter outro alguém para amar A sorrir Eu pretendo levar a vida".

sábado, 22 de dezembro de 2007

Fronteiras serradas

Cancelas de fronteiras serradas em Zittau por Angela Merkel da Alemanha, Mirka Topolanka da República Tcheca e Donald Tusk da Polônia sob os olhares dos portugueses José Manuel Baroso e José Sócrates.Foto: Maciej Swierczynski / AG

A abertura das fronteiras terrestres em mais nove países da União Européia, ocorrida a zero hora desta sexta-feira continua a ser comemorado na Europa. Os jornais dos 24 países integrantes trazem em suas primeiras páginas o principal evento organizado para comemorar a Europa sem portas. A cerimônia foi presidida pelos dois principais dirigentes da União Européia, neste momento, que coincidentemente são portugueses. Como presidente de turno da União Européia, o atual primeiro-ministro português José Sócrates, junto ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro de Portugal José Durão Barroso, ambos de Portugal, estiveram ontem em Zittau, pequena cidade entre as três fronteiras entre Alemanha, Polônia e República Tcheca.
José Sócrates sublinhou que viver num continente como a Europa significa ter "uma liberdade livre". Já a anfitriã, chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "esta é uma liberdade de intercâmbio com os outros e, para os mais velhos, é uma alegria ver que os novos conhecem uma realidade europeia que eles não conheceram". A líder alemã, oriunda da antiga Alemanha comunista, estava também com suas palavras fazendo referência aos anos em que a Europa esteve dividida pelo Muro de Berlim. Já o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, assinalou que a Europa não deve ser vista "como uma construção apenas para os diplomatas mas também para os cidadãos".
Interessante é acompanhar a cobertura de jornais portugueses nestes eventos que vem se repetindo na Europa. Sempre há um comentário, ou uma expressão a lembrar que Portugal fica na Europa e que o idioma de Portugal parece ser propriedade apenas dos portugueses. Como neste parágrafo adiante, onde o enviado especial do jornal Diário de Notícias de Lisboa, faz questão de frizar que o tcheco fala português com sotaque brasileiro:
"É bom ter fronteiras abertas, mas tenho medo", confessa Magdalena Dzialoszynski, tradutora de 27 anos que, apesar de polaca, vive na localidade alemã de Zittau. Zdenek Grmela, estudante checo de 25 anos, que fala português com sotaque do Brasil, diz, porém, que estes receios são maiores entre os alemães. "Este dia é mais um símbolo, mas passar a fronteira será mais fácil, o turismo vai melhorar".
São frases como estas que permitem entender o porquê Portugal insiste em postergar o acordo ortográfico dos países integrantes da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ao que tudo indica os portugueses não aceitam o modo de falar dos brasileiros, angolanos, moçambicanos, caboverdianos e os outros 3 países lusófonos.
Receio do sotaque brasileiro
As universidades polacas parecem atentas a esta questão. Algo mudou desde que a Polônia entrou para a União Européia. Uma delas é o ensino do português. Não é de hoje que as universidades da Polônia oferecem cursos de idioma português. A proximidade com o Brasil, em função da forte imigração polaca ocorrida nos séculos 19 e 20 para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das telenovelas brasileiras, transpareceu sempre na escolha dos professores para ensinar o idioma falado no Brasil. Desde primeiro de maio de 2004, data da entrada da Polônia na União Européia, os professores que falavam com sotaque brasileiro foram sendo progressivamente substituidos por jovens universitários portugueses. As universidades polacas estão trocando professores brasileiros por estudantes portugueses nas aulas de idioma português. E foi assim que o prof. Evandro Ouriques da UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro se deparou com o sotaque do Alentejo na platéia da Universidade Jagiellonski de Cracóvia, nesta semana, quando esteve fazendo palestra para estudantes polacos de idioma português. Além da importância do tema, o que se percebeu foi uma dissintonia no ar, com muitos não entendendo palavras ditas pelo professor brasileiro. O "ruído" na comunicação foi em parte causado pelo sotaque brasileiro. Sotaque que era comum 4 anos atrás, mas que hoje é apenas uma lembrança. As polacas agora falam "cantadinho" e "chiando" Brasile com L e E no final. Ouriques, um doutor em comunicação e linguagem, não entrou na questão, mas sintomaticamente começou sua palestra dizendo que era muito bom ser entendido num idioma que é falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo 183 milhões apenas no Brasil.
Não passa despercebida esta idiossincrasia portuguesa na Polônia, país que oferece bolsas para estudantes e professores brasileiros descendentes de polacos aprenderem polaco e por outro lado contrata estudantes portugueses para ensinar os polacos a falar português com sotaque do Alentejo, como a agradar os habitantes das magens do Tejo.
Portas semi-abertas
A Polônia, ao mesmo tempo que se integra a Europa, fecha suas fronteiras a Leste. O trecho mais longo de fronteira da União Européia fica justamente na Polônia. São 1.176 quilômetros de fronteira terrestre. Uma linha divisória que será vigiada por 10.000 funcionários, com ajuda de 1.300 veículos destinados a patrulhar imigrantes vindos da Bielorrússia e da Ucrânia. Desde o fim do sistema comunista, a fronteira oriental de Polônia é o passagem para imigrantes da ex-URSS e de países asiáticos, como China, Bangladesh e Paquistão.

Desejo - życzenie


Święta, Święta i po Świętach,
nikt już o nich nie pamięta,
bo Sylwester już za pasem,
bawmy ostro się w tym czasie.


tradução livre: festa, festa e depois das festas, jamais se lembre delas, porque o reveillon já bate à porta, briquemos muito nesta época.

Bicicleta em Bielsku

Foto: Ulisses Iarochinski

Bar da Bicicleta em Bielsko Biała. Depois de uma caminhada em direção ao Parque ao pé das montanhas, faz-se uma paradinha para um "herbata góralski" (rerbata guraksqui - chá montanhês). Chá preto com açucar e vodca. É para ajudar no aquecimento dos pés. Bielsko Biała é um dos mais antigos centros automobilístcos no Sul da Polônia. Cidade próxima a fronteira com a Eslováquia e a Tcheca, na voivodia da Silésia, é a sede da FIAT italiana na Polônia.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Diminuem as fronteiras

Foto: Tomasz Lam
A TVP3 - Televisão polaca canal 3 - acompanhou, ao vivo, com vários repórteres, nesta noite a queda das fronteiras da Polônia com 4 países vizinhos e com quase todos os demais integrantes da União Européia. A meia-noite houve queima de fogos de artifícios em Cieczyn, na fronteira com a República Tcheca, bem como em várias outros postos de fronteira com a Alemanha, Lituânia, Eslováquia e República Tcheca. Acabam-se assim as longas filas nas estradas e pontes que levam mercadorias e pessoas de um canto a outro do velho continente. Por outro lado, a Polônia se converte no último bastião da Europa Unida no Leste. Os controles de fronteira que deixam de existir no Oeste, Norte e Sul são, ao contrário, a partir de agora muito mais reforçados no Leste, nas fronteiras com a Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. É a entrada em vigor, do Tratado de Schengen, desde a zero hora deste 21 de dezembro de 2007. As comemorações são significativas pois a partir de agora qualquer cidadão polaco pode cruzar a fronteira com seus vizinhos e demais membros da UE sem levar consigo passaporte, ou carteira de identidade. O mesmo vale para o estrangeiro em circulação pela Europa dos 24. Os novos membros Romênia, Chipre e Bulgária ainda não aderiram ao tratado europeu que foi assinado em 1985 na pequena cidade de Luxemburgo, Schengen. Pelo tratado é livre a circulação de cidadãos no território da União Européia. Nos aeroportos, contudo, o controle de passaporte ainda será realizado até 29 de maio de 2008, bem como no portos do Báltico, onde contudo, deverá continuar para a Rússia. Ouvido pelo jornal Gazeta Wyborcza (vibortcha), Lech Wałęsa (lerrrhh vauensa) disse que "Schengen é esperada concretização do sonho, pelo qual lutamos durante o comunismo, é a verdadeira liberdade. Mas temos ainda coisas importantes a fazer. O governo precisa fazer tudo para que antes da Eurocopa 2012 possamos entrar também na zona da moeda única - o Euro. Só assim, nossa luta por uma Europa unida estará concluída." Para os cidadãos bielorrussos o visto para a zona schengen custará 60 euros, enquanto que para russos e ucranianos apenas 35 euro. Paradoxalmente, os bielorrussos são os mais pobres da região e os que mais emigram para a Europa, fugindo da ditadura pró-russa em seu país. Uma lei polaca, permite, entretanto, que aqueles cidadãos destes três países que comprovem origem polaca estão livres do pagamento do visto.
Com os novos sócios, a zona Schengen terá uma população de 404 milhões. As fronteiras exteriores da União Européia terá agora 4.278 quilômetros, as mais extensas são com Bielorrússia 1.264 km, Rússia 1.058 km, Croacia 1.014km.
O Tratado Schengen tem dois objetivos: eliminar os controles nas fronteiras interiores e definição das fronteiras exteriores comuns e o segundo, "medidas compensatórias" para reforçar e aumentar as fronteiras exteriores com a cooperação judicial e policial, instauração de direitos de observação para as policias dos Estados pertencentes a zona. Para controlar as fronteiras que restaram serão investidos mais de 1 bilhão euros.
Em ato simbólico as fronteiras são "serradas" entre a Eslováquia e a Áustria. Foto Sewerin Sołtys.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A condecoração Polonia Restituta

Foto: Ordem da Cruz de Comandante com estrela
A condecoração Polonia Restituta (em polaco: Order Odrodzenia Polski), ou Ordem da Polônia Renascida é uma das mais altas condecorações da Polônia. A condecoração pode ser conferida nos vários campos da educação, ciência, esporte, cultura, artes, economia, defesa do país, trabalho social, serviço civil, ou em razão das boas relações entre as nações. Pode ser concedida, portanto, a civis e militares, bem como a estrangeiros. Esta condecoração é sucessora da Ordem dos Cavaleiros de São Estanislau, Bispo e Mártir, estabelecida pelo último Rei da Comunidade polaco-lituana, para honrar os partidários da Coroa da Polônia. Foi criada em 7 de maio de 1765 e com um númeo fixo de apenas 100 a serem concedidas. Depois das partilhas da Polônia, a condecoração foi recuperada no Ducado de Varsóvia, como meio de obter recursos para o hospital da cidade. Quem fazia as doações recebia um título de nobreza hereditária. Mais tarde, quando a Polônia recuperou sua independência, em 1918, o governo aboliu esta condecoração devido aos abusos cometidos pelos russos, que freqüentemente a usavam para premiar aqueles que contribuiam para a destruição total da Polônia. Assim, a Ordem foi reentroduzida em 4 de fevereiro de 1921 com novas regras e novos propósitos. A Ordem ja teve cinco classes: 1. Grande Cruz - Krzyż Wielki 2. Cruz de Comandante com estrela - Krzyż Komandorski z Gwiazdą 3. Cruz de Comandante -Krzyż Komandorski 4. Cruz de Oficial - Krzyż Oficerski 5. Cruz de Cavalheiros -Krzyż Kawalerski .